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2022
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SUMÁRIO
BIBLIOGRAFIA ..................................................................................................................... 32
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Estratégia de missões
Não havia uma reflexão da estratégia bíblica de Paulo par ase fazer missões
Quando o livro foi lançado já havia 100 anos que o primeiro missionário Willian Carey
chegara na índia.
Durante esses 100 anos foi feito um alto investimento e pouco resultado efetivo (não
inclui os holandeses).
Roland Allen afirmou que o grande problema era não utilizar o método bíblico.
Otimismo distante da realidade. Foi o auge das piores atitudes dos missionários do
ocidente, devido à superioridade dos missionários.
O Brasil foi uma das poucas exceções, sendo bíblico em sua estratégia missionária.
Outro caso foi a Coréia.
• A distância cultural que Paulo enfrentou foi menor da que nós enfrentamos hoje.
o A desculpa é que Paulo tinha menos problemas culturais.
• Paulo pôde confiar as igrejas plantadas aos convertidos das sinagogas.
o A sinagoga tinha pessoas mais preparadas.
Um dos problemas era o Paternalismo: A ideia que a igreja e sua liderança ocidental
era como se fossem pais. Assim a igreja local nunca conseguiria se libertar da dependência
ocidental.
INTRODUÇÃO:
Sucesso de Paulo:
Respostas:
Questões importantes:
1 – PONTOS ESTRATÉGICOS:
Paulo segue uma direção e gostaria de continuar na Ásia, mas o Espírito Santo impediu
de continuar ali e ordenou a ir à Macedônia.
Paulo então vai para Filipos. A partir da casa de Lídia. Foi expulso da macedônia e
foi para Atenas e depois Corinto. Sem planejamento.
Terceira viagem: O plano de Paulo foi cumprido até Éfeso. A única grande cidade que
Paulo escolheu foi Éfeso.
O planejamento de Paulo era chegar em Roma enviado pela igreja, mas foi preso.
O chamado de Paulo não foi para cidades, mas para regiões (Macedônia, Acaia). Essas
cidades juntas propagariam o evangelho para uma região mais ampla.
Critério de escolha das cidades ou regiões de Paulo: Isaías 49.6; 66.18-19 e Gn 10.
Alguns dizem que esses são os critérios.
Evidência era de que não havia grande estratégia, mas seguir onde havia portas
abertas.
CLASSE SOCIAL:
Judeus e prosélitos?
Uma das teorias de crescimento da igreja é que se você quer que a igreja cresça,
estabeleça um público alvo de mesma classe social. A maior parte dos convertidos eram
pessoas pobres e de classes trabalhadoras, livres e escravos.
O apóstolo Paulo nunca teve foco específico para qualquer classe social.
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1 Idolatria e misticismo.
Crença em demônios, práticas comuns, livros que custavam 50mil moedas de prata –
magias e encantamentos.
2 Cosmovisão:
3 Circo e teatro
4 Escravidão
CONCLUSÃO
PREGAÇÃO DE PAULO
Pregação – 1 Simpatia:
Apelo ao passado tentando ganhar simpatia dos ouvintes e encontra algo em comum
com eles.
2 Argumentação:
Declaração de fatos, verdades que podiam ser entendidas, aceitas e provadas. Sua
pregação era contextualizada.
3 Resposta:
4 Necessidades
5 Advertência:
OS COMPANHEIROS
Co-pastores – Timóteo, Silas, Barnabé, Tito, entre outros – Supervisores como ele.
A PREPARAÇÃO
RISCO DE HERESIAS
Esse era um risco sempre presente. Cartas escritas para combater falsos mestres.
Praticamente todas as cartas são apologéticas para combater as heresias.
BATISMO
LIDERANÇA LOCAL
QUALIFICAÇÃO DA LIDERANÇA
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Moral
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
• Ressubmissão geracional
• Não convencer missionários que este ou aquele método está correto, mas cada geração
deve se voltar à submissão às Escrituras e ao Espírito Santo.
• Livros de missiologia tem vida curta
• Devem ser fiéis à Palavra de Deus e ao Espírito
• Com a independência das antigas colônias, as igrejas tornam-se mais ativas
Jesus mostra que os samaritanos não são os piores, mas são parte das 12 tribos de
Israel. O único que retorna dos 10 leprosos é o samaritano.
O Apóstolo Paulo é o profeta dos últimos dias, pois ele assumiu a função de
levar o evangelho aos gentios (confins da terra)
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2Co 11.32 – Rei Aretas montou guarda em Damasco para prender Paulo (rei Aretas
dos Nebateus – Arábia)
25/05/2022 - tarde
Divisão do trabalho
Gálatas 2
Gálatas 2.1-10 não menciona divisão, mas koinonia e associação com interesses
mútuos.
Discussão sobre a missão e não sobre divisão. Paulo sempre pregou primeiro aos
judeus e depois aos gentios.
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Após a saída de Paulo, os judeus passaram por todos os lugares que Paulo pregou
ordenando a circuncisão e guarda do sábado e da lei mosaica. Nessa época Paulo está em
Antioquia e então escreve aos Gálatas.
É uma teologia que surgiu na década de 1990. Ela afirmava que os judeus não eram
tão legalistas. James Dun escreveu um comentário sobre Gálatas. Série: Greek New Testament
Outro é N. T. Write. É o pai dos neo calvinistas que tem notoriedade. Não é uma
heresia, mas teve um encontro teológico que teve uma reunião somente para falar sobre a nova
perspectiva de Paulo. O próprio John Piper se debruçou sobre essa perspectiva.
Eles entenderam que era necessário cautela. Essa nova perspectiva combate a reforma
na justificação pela fé.
Nosso entendimento é que esta teologia está equivocada. Gálatas sim combate aos
judaizantes.
O conflito com Pedro por causa da essência do evangelho. Pedro fazia um tratamento
diferente entre judeus e gentios e Paulo chama a atenção.
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3 proibições:
3 – Se abster da carne de animais sufocados e sangue – Por que? Porque Moisés tem
aqueles que pregam nas sinagogas. Eles não deveriam abandonar a lei e seguir aquele que
completou a lei? Importância de se considerar a evangelização dos judeus e não escandalizá-
los. Essa era uma maneira de remover a barreira que existia entre eles. Por que não a
circuncisão? É um sacramento substituído pelo batismo. A carne e sangue envolvia a constante
comunhão para se abster do alimento. Os próprios gentios deveriam seguir essas leis para que
os judeus não ficassem escandalizados. 2 problemas: escândalo com os judeus e escândalo com
o paganismo romano.
Esse Concílio então busca unir judeus e gentios. Não poderia mais haver em Cristo
Judeu ou grego. E não estabeleceu distinção alguma entre nós e eles. Não por sacramentos e
ritos, mas pela fé.
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Isso trouxe clareza na época. Gálatas foi escrito antes do concílio, e teria se resolvido
de maneira mais tranquila com a carta do concílio.
1Co 9.19-23 – texto que fala sobre contextualização não do evangelho, mas da cultura.
A atitude de Paulo é ele se fazer fraco ele se adaptar ao contexto para salvar alguns e
por causa do evangelho. A atitude de um missionário é fundamental para que o obstáculo ao
evangelho não seja colocado de forma voluntária ou involuntária.
Muitos missionários precisam entender que são apenas mensageiros e que esses
devem ser diminuídos em função da mensagem.
NARRATIO
Mesmo com a dispersão, o povo manteve sua fé. As sinagogas foram importantes
ferramentas para isso.
Nas sinagogas havia grande presença dos prosélitos. Eles que vão à festa de
pentecostes.
O contexto é que havia tanto judeus como prosélitos. Isso era preparação para o
evangelho.
Grande declaração: Achei Davi, filho de Jessé, homem segundo o meu coração.
A solução era um líder da descendência de Davi e mostra quem é o grande líder: Jesus.
Ele baseia seu argumento sob a autoridade de João Batista. Um profeta depois de 400
anos.
Pessoas vinham de todo o mundo. Apolo era um prosélito judeu discípulo de João
Batista.
Paulo menciona João Batista por sua grande influência (liderança reconhecida mais
atual).
Conteúdo da mensagem: arrependam-se porque vem aquele de cujos pés não sou
digno de desamarrar as sandálias.
ARGUMENTATIO
O povo não conhecendo a Jesus, cumpriram as Escrituras. A fama foi de que Jesus foi
como um falso Messias que resultou em morte. Como se fosse um revolucionário não bem
sucedido.
Aqui há um argumento em que eles não conheciam Jesus, nem os profetas e nem as
profecias. Isso é ofensivo, pois os principais doutores da lei estavam em Jerusalém. Paulo fala
que todos eles não conheciam as profecias e os profetas nem a Jesus.
Paulo fala de Pilatos e da sua injustiça em que não achou causa de morte e ainda assim
condenou Jesus à morte.
Paulo fala das provas da ressurreição de Jesus. Foi colocado no túmulo e ressuscitou
e foi visto por grande quantidade de testemunhas, muitas das quais ainda viviam.
A segunda profecia está em Isaías 55. E cumprirei as santas promessas feitas a Davi:
não permitirás que te santo veja corrupção. Ele aplica a corrupção como a morte. Ele chama a
autoridade do texto em que Davi viu corrupção, pois morreu. Mas a ressurreição faz com que
o verdadeiro sentido do salmo seja cumprido em Cristo, que não viu a corrupção.
PERORATIO
CHAMADO AO ARREPENDIMENTO.
V38-41
Portanto, meus irmãos: Saibam que é por meio de Jesus Cristo (único caminho,
exclusivo)
O sistema de salvação era o sacrifício, mas agora o único caminho é Jesus por meio
da fé.
Vocês não puderam ser justificados pela lei. Então ele cita uma profecia dura...
desprezadores.
No chamado, nós vemos a Palavra de Deus como autoridade para que eles ficassem
maravilhados. Era uma mensagem revolucionária.
Não obstante há a profecia de que eles ficariam maravilhados. Uma obra que seria
difícil de acreditar. Esse é o fato. Aquilo que parecia tão difícil de acreditar aconteceu.
RESUMO DO SERMÃO:
Uma igreja nasce em Antioquia, mas gerou outra reação que era a perseguição. Duas
reações esperadas: aceitação e rejeição radical (perseguição).
Atos 14.15-17
Paulo em sua pregação chama o povo pra tentar corrigir o erro afirmando que ele não
é um deus disfarçado.
Por isso o evangelho de João mostra a cura de um cego como um dos milagres mais
importantes.
Somente o Messias poderia curar cegos. Quando isso acontece, é um sinal. Não há
deuses que realmente possam fazer isso.
Atos 17.22-31
Essa parte introdutória é uma ponte para Paulo se conectar com seus ouvintes.
Houve muitos anos antes dessa pregação uma peste que dominou, então ofertaram a
todos os deuses conhecidos e ninguém resolveu. Então ofereceram um sacrifício a um deus
desconhecido e ao oferecer esse sacrifício a praga cessou. Não é um documento muito
confiável. Outros acadêmicos não utilizam essa história.
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Don Richardson faz uma analogia de que o elemento evangelho está presente em todas
as culturas, quase afirmando que não há necessidade de uma revelação especial. Esse elemento
na cultura pode ser usado como analogia redentiva.
Toten da paz – Duas tribos que se gabavam de serem enganadores. Quanto mais
elaborado o plano enganador, melhor. Havia canibalismo. Como falar a verdade em uma
cultura de mentira. Como é possível confiar? A única maneira de fazer um pacto era pegando
uma criança de uma outra tribo para ser entregue a outra tribo como um totem da paz. Confiava
o filho do cacique ao outro para mostrar que era verdade. Então isso se tornou muito famoso.
A analogia da redenção não é salvífica, mas pode ser usada como ponte para anunciar
o evangelho, sem poder de salvação.
Outra analogia famosa – Charles Studie. Ele se perde no meio da mata e nesse
momento ele encontra uma tribo isolada e começa a tentar comunicação. Ele é muito bem
recebido pela tribo, é acolhido, honrado. Quando ele consegue se comunicar com eles, ele
percebe que havia uma profecia de que alguém de fora viria ensinar uma verdade sobre Deus
no Livro sagrado. É uma analogia que não salva.
É provável que há um zelo extremado dos deuses que em seu politeísmo não gostaria
de deixar nenhum deus desconhecido. Paulo então usa essa brecha para fazer conhecido o Deus
de Israel.
Na primeira parte Paulo fala do Deus criador. Deus fez o mundo e tudo o que nele
existe. É Senhor do céu e da terra. Não somente a terra, senão seria o demônio (deuses de
segunda categoria). Todos os deuses tem algumas características de imoralidade.
Ele mostra que não está falando dos senhores somente da terra, mas da terra e céu.
De um único homem (Adão) é uma ideia que afirma sobre a criação, monoteísmo, não
está preso a uma jurisdição. Acreditava-se que os deuses tinham seus limites. Ou seja o sermão
de Paulo mostra que Deus não está preso a um limite territorial.
É a Diana dos Efésios, Artemis em Perge... e assim vai – cada deus tinha sua jurisdição
e cada povo tem seu deus e Paulo fala que Deus é sobre todas as nações.
Está desafiando o relativismo. Deus é Senhor absoluto que invade toda e qualquer
jurisdição.
Depois ele cita Aratos “dele somos geração”. Há um confronto entre Adão x
panteísmo. Aratos afirmava o panteísmo (deus está presente nas coisas). Paulo afirma que a
vida está em que Deus pois a vida em um ser humano, combatendo o panteísmo.
Paulo então mostra que esse era o momento de se renderem a Deus. Mas ele confronta
o dualismo grego falando que o mundo é mau e precisamos de Deus.
4 CONVERSÃO DE INDIVÍDUOS
• Ensino teológico
• Ético
• Vida eclesiástica
• Evangelismo
7 TREINANDO MISSIONÁRIOS
• Timóteo
• Tito
• Outros
MÉTODOS OU PRINCÍPIOS?
Chipre – ilha natal de Barnabé e também havia cristãos que foram pra lá em função
da morte de Estêvão. Salamina e Pafos.
Por que Paulo não ficou em Perge no litoral e foi para Antioquia?
2 Teses:
1 – Paulo contraiu Malária (Gl 4.13). É uma doença endêmica na região e é possível
pegar mais de uma vez.
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2 RELATÓRIO DO LIVRO
O terceiro capítulo mostra a reação do povo de não saber o que fazer diante do discurso
que apontou sua responsabilidade na morte de Cristo, ao que Pedro responde com um padrão
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O quarto capítulo aponta para o livro de Atos como uma transição da Antiga para a
Nova Aliança. O livro de Atos também nos mostra como Deus costuma agir com relação às
missões. O livro de Atos apresenta oito pequenos relatórios do crescimento da igreja e Lopes
analisa esses relatórios à luz do seu contexto trazendo princípios para esse crescimento. Os
princípios são: a Palavra de Deus promove o crescimento verdadeiro, a vida saudável da igreja,
a disposição em renunciar a tudo por causa do evangelho, a oração comunitária, aplicação da
disciplina, o emprego de medidas sábias diante das dificuldades, a providência de Deus
trazendo períodos de paz à igreja promovendo assim o seu crescimento e o poder do Espírito
Santo para confrontar as forças espirituais do mal.
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3 COMENTÁRIOS EXEGÉTICOS
1º comentário: Filipenses 1.3 “Dou graças ao meu Deus por tudo que recordo de vós,”
Paulo é grato por tudo (πάσῃ) que se lembra da igreja de Filipos. Essa palavra no
original pode ter a tradução de (tudo ou cada), de maneira que Paulo a gratidão de Paulo não
se dava somente por todas as lembranças que tinha da igreja de forma genérica, mas cada
lembrança para ele tinha valor e a elas ele era grato. Não são todas as lembranças de Paulo
sobre a igreja de Filipos que temos relatadas em Atos ou na própria carta aos filipenses. Com
certeza Paulo teria diversas outras situações para se lembrar dessa igreja tão amada. Entretanto,
em Atos temos o relato primeiro de como foi o direcionamento do Espírito Santo para que
Paulo e sua equipe fossem até Filipos. Após ser impedido pelo Espírito de pregar na Ásia e em
Bitínia, Paulo teve uma visão de um varão macedônio dizendo, Passe à Macedônia e ajude-
nos" (Atos 16.9). Paulo e sua equipe vão para Filipos e ali, após proclamarem o evangelho,
eles presenciam a conversão de Lígia e sua casa. Depois disso, uma moça escrava com
espírito adivinhador é liberta, o que resulta na condenação de Paulo e Silas. Essa prisão
permitiu que o carcereiro e sua casa também tivessem um encontro com Deus.
Tendo em vista todos esses acontecimentos, Paulo dá graças a um Deus pessoal (θεῷ
μου - meu Deus). Hendriksen afirma que “o louvor é dirigido não aos deuses ou a alguma
divindade particular (como era o costume entre os pagãos nos dias de Paulo)”1. Ele é grato a
um Deus que o direciona através do Espírito Santo, seja ao impedi-lo de ir à Ásia ou a Bitínia,
assim como por ser conduzido por ele à prisão para que o carcereiro fosse salvo, mas sempre
tendo um Deus que está presente em sua vida, assim como dirigindo sua missão.
2º comentário: Filipenses 1.13 “de maneira que as minhas cadeias, em Cristo, se tornaram
conhecidas de toda a guarda pretoriana e de todos os demais;”
Nesse texto Paulo mostra como Deus tem usado sua prisão como ferramenta para a
proclamação do evangelho. Há algumas controvérsias sobre qual seria essa prisão de Paulo
1
William Hendriksen, Efésios e Filipenses, org. Cláudio Antônio Batista Marra, trad. Valter Graciano
Martins, 3a edição, Comentário do Novo Testamento (São Paulo, SP: Editora Cultura Cristã, 1992), 411.
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enquanto ele escreve aos filipenses, mas na maioria dos casos, entende-se que é sua primeira
prisão em Roma, hipótese na qual me baseio. Esse versículo, especialmente, aponta para o fato
de que a guarda pretoriana ficou sabendo o motivo de sua prisão, isso demonstra que Paulo
estaria preso em Roma ou em colônias romanas.
Essa prisão em Roma, em primeiro lugar serviu para que ele proclamasse o evangelho
livremente. Barclay afirma que “a história do Crucificado de Nazaré tinha percorrido todo
mundo em seu curso de conquista e agora abertamente e sem impedimento estava sendo
pregada em Roma, a capital do mundo. O evangelho alcançou o centro do mundo e pode ser
proclamado livremente”2. Em segundo lugar serviu como impulsionador para o evangelho,
tendo em vista que esse se tornou o assunto da cidade e que muitos começaram a pregar seja
de boa vontade, ou por inveja (Fp 1.14,15); Por fim, foi também foi o local de onde Paulo
escreveu algumas de suas cartas mais belas. Stott afirma que “as três principais cartas da
prisão (Efésios, Filipenses e Colossenses), mais que todas as outras, apresentam de forma
poderosa o supremo, soberano, inquestionável e inigualável senhorio de Jesus Cristo.”3 Deus
em sua soberana providência, direciona através do seu Espírito até mesmo prisões para a
expansão do evangelho. Paulo é forte evidência disso.
3º comentário: Filipenses 1.27 “Vivei, acima de tudo, por modo digno do evangelho de Cristo,
para que, ou indo ver-vos ou estando ausente, ouça, no tocante a vós outros, que estais firmes
em um só espírito, como uma só alma, lutando juntos pela fé evangélica;”
Paulo chama a igreja de Filipos a viver por modo digno do evangelho. O termo
traduzido por viver é “πολιτεύεσθε” que traz a ideia de exercer a cidadania de modo digno do
evangelho. É importante compreender que um filipense era um cidadão romano, e além disso,
muitos soldados que serviam a Roma não eram cidadãos romanos e depois de um tempo
servindo Roma se tornava cidadão romano e era enviado para as colônias romanas, como em
Filipos. Sendo assim, havia um orgulho nessa cidade por obter a cidadania romana. O próprio
apóstolo Paulo se utiliza dessa vantagem quando está preso em Filipos e é açoitado. Ele exige
a presença dos pretores, pois eles haviam prendido e açoitado um cidadão romano sem processo
formal. Então os pretores pedem desculpas a ele e Silas e solicitam que eles saiam da cidade.
Ser um cidadão romano era algo digno de orgulho, mas também um romano deveria
honrar sua cidadania sendo dignos de Roma. Paulo, portanto, usa essa metáfora para mostrar
2
STOTT, John R. W. A Mensagem de Atos: Até os confins da Terra. São Paulo: Editora ABU, 1990, p. 455.
3
BARCLAY, Willian. The Acts of the Apostles. Lousiville: Westminster John Knox Press, 1976, p. 166.
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que a cidadania dos Filipos era acima de tudo celestial e deveria ser vivida de modo digno do
evangelho. A partir dessa cidadania, os filipenses deveriam se tornar um exército de Deus que
em unidade lutaria em favor de sua pátria, o evangelho. Entretanto, os soldados desse exército
não são pessoas que ganharam sua cidadania por lutar por sua pátria, nem mesmo pessoas que
pagaram para obter sua cidadania, mas por pessoas compradas pelo precioso sangue de Cristo.
E uma vez cidadãos do reino de Deus, somos convocados a lutar por essa causa, exercendo
nossa cidadania celestial de modo digno do evangelho.
A pergunta é como, agora cidadãos celestiais, podem lutar pelo evangelho? A resposta
é: “unidos de alma e espírito”. Calvino afirma que “A primeira é que tenhamos os mesmos
pontos de vista; a segunda é que sejamos unidos no coração. Pois quando esses dois termos
são enfeixados, espírito denota o entendimento, enquanto que anima (alma) denota a
vontade.”4, demonstrando que entendimento e vontade devem ser os mesmos dentro desse
exército e tal unidade só é possível pelo Espírito Santo de Deus, conforme Filipenses 2.1 que
mostra que a comunhão é do Espírito. Para que a luta desse exército seja unânime pelo
evangelho, é necessário dependência da unidade no Espírito para que haja o avanço do
evangelho.
A igreja de Filipos era extremamente generosa, sendo a única igreja que auxiliou
quando Paulo esteve em Tessalônica (Fp 4.16), auxiliaram quando Paulo estava em Corinto
(2Co 11.9) e agora associando-se a Paulo em sua prisão romana (Fp 4.14). Paulo é grato e usa
a palavra “ἐκοινώνησεν” para mostrar que a igreja se associou ou tomou parte na obra que ele
estava fazendo. Essa palavra que é derivada de koinonia, que nos remete à comunhão e
participação. Ser parte na proclamação do evangelho, como Paulo afirmou em Fp 1.7 quando
fala que a igreja de Filipos é participante (συγκοινωνούς – também derivada de koinonia) da
graça juntamente com ele. E essa comunhão (κοινωνία) no Espírito que Paulo deduz que a
igreja possui em Fp 2.1.
4
João Calvino, Gálatas, Efésios, Filipenses e Colossenses, org. Tiago J. Santos Filho et al.,
trad. Valter Graciano Martins, Primeira Edição, Série Comentários Bíblicos (São José dos
Campos, SP: Editora FIEL, 2010), 397.
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Dessa maneira é possível perceber, primeiro a dependência que Paulo tinha de Deus,
que vai cumprir sua missão sem se preocupar com a situação que terá pela frente, pois foi
moldado por Deus de maneira que aprendeu a viver contente em toda e qualquer situação (Fp
4.11), mas também a direção do Espírito à igreja de Filipos para que contribuísse com Paulo e
se tornasse participante ou unidos em Espírito à missão que Paulo estava realizando.
Como já dito no primeiro comentário, não há certeza absoluta de que Paulo esteja
preso em Roma, mas tudo indica isso. Esse texto também mostra que há grande possibilidade
de que Paulo estivesse em Roma tendo em vista que ele afirma que os da casa de César saúdam
a igreja filipense. É extremamente maravilhoso ver o caminho de Paulo em Atos sendo
conduzido para que Lucas ao final concluísse que Paulo estava preso em Roma, porém tendo
liberdade para pregar o evangelho dentro de sua casa. O Espírito Santo conduziu Paulo até
Roma, conforme já havia dito em sua conversão que seria usado para testemunhar perante
gentios e reis (Atos 9.15). Depois Deus se coloca ao lado de Paulo dizendo que ele não
precisaria se preocupar, mas que seria levado para testemunhar em Roma (Atos 23.11) e até
mesmo perante César (Atos 27.24). No livro de Atos não mostra Paulo comparecendo perante
César, entretanto em Filipos Paulo, aparentemente tinha algum acesso à casa de César.
É possível que Paulo tenha chegado a testemunhar perante César, embora não seja narrado em
Atos ou em alguma de suas cartas, entretanto, independentemente disso, vemos o Espírito
Santo guiando os caminhos de Paulo à Roma, até mesmo livrando Paulo e seus companheiros
da morte em naufrágio ou até mesmo sendo picado por uma serpente. Deus conduz sua missão
e somos submissos a Ele e seguimos sua vontade.
6º comentário: Gálatas 1.2 “e todos os irmãos que estão comigo, às igrejas da Galácia:”
A carta aos Gálatas foi enviada pelo apóstolo Paulo, provavelmente em um momento
anterior ao concílio de Jerusalém (Atos 15), tendo em vista que ela tem objetivo de corrigir a
conduta das igrejas dessa região frente aos judaizantes que ensinam um falso evangelho que
coloca a observância dos ritos judaicos, especialmente a circuncisão como essenciais à
salvação. Mas quais são essas igrejas e como elas chegaram ao conhecimento do evangelho?
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Em primeiro lugar essas igrejas se formaram na primeira viagem de Paulo, juntamente com
Barnabé quando foram enviados pela igreja de Antioquia. Os líderes dessa igreja estando em
jejum e serviço ao Senhor foram direcionados pelo Espírito Santo que ordenou que separassem
a Barnabé e Paulo para a obra que ele tinha para eles e assim o fizeram (At 13.1-3). Após a
passagem pela ilha de Chipre, passaram por Perge, mas pararam em Antioquia da Psídia, já
uma cidade da Galácia. Ali, após pregarem o evangelho na sinagoga, foram expulsos da cidade
(At 13.50) e continuaram a viagem para Icônio, também cidade da Galácia, onde após pregarem
o evangelho, formou-se uma conspiração para maltratá-los e apedrejá-los, entretanto quando
souberam disso fugiram para as cidades licaônicas: Listra e Derbe (At 14.5,6). Em Listra Paulo
foi apedrejado e dado como morto (At 14.19) e então foram para Derbe, fizeram muitos
discípulos (At 14.20,21) e voltaram para Listra, Icônio e Antioquia fortalecendo os discípulos
(At 14.22). Assim, sob a direção do Espírito Santo, agindo desde o envio de Paulo e Barnabé
até mesmo através de perseguições se formaram as igrejas da Galácia, aos quais Paulo escreve
nessa carta.
7º comentário: Gálatas 1.6 “Admiro-me de que vocês estejam abandonando tão rapidamente
aquele que os chamou pela graça de Cristo, para seguirem outro evangelho”
A carta aos Gálatas foi escrita provavelmente em uma data anterior ao concílio de
Jerusalém. Acredita-se nisso especialmente porque o assunto em questão na carta aos Gálatas
foi exatamente o assunto ali tratado (Atos 15.1). A questão era que os judaizantes afirmavam a
necessidade de que houvesse a circuncisão para que a salvação alcançasse os gentios. Stott
afirma que “é claro que a circuncisão era o sinal da aliança instituído por Deus, e sem dúvida
os judaizantes enfatizavam isso, mas eles iam mais longe, fazendo da circuncisão uma condição
para a salvação. (...) Em outras palavras, eles precisavam permitir que Moisés completasse o
que Jesus havia começado, e permitir que a lei completasse o evangelho”5.
A igreja estava frente a discussão mais séria da sua pequena história, que poderia
atravancar o crescimento da igreja. Era uma situação delicada, mas que precisava ser resolvida
urgentemente. Para evitar o risco de divisão da igreja cristã, o problema dos judaizantes
precisava ser resolvido. Uma decisão que fosse contrária à suficiência de Cristo para a salvação
seria inconcebível a Paulo e a Barnabé. A atuação poderosa do Espírito Santo se manifesta para
5
STOTT, John R. W. A Mensagem de Atos: Até os confins da Terra. São Paulo: Editora ABU, 1990, p. 237.
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chegar a resolução encontrada. Deus agiu antes para que a resolução fosse favorável, não a
Paulo, Barnabé e à igreja de Antioquia, mas à verdade do evangelho e sua expansão.
Uma vez que esse concílio decidiu e resolveu a situação, agora Paulo e Silas iriam
levar a resolução que Paulo já havia alertado em sua carta aos Gálatas, porém agora essa
resolução seria com aprovação de toda a igreja e dos apóstolos. O Espírito determina que o
evangelho prevaleça em sua essência e na suficiência de Cristo e o outro evangelho se torna
obsoleto, mesmo que ainda assim os judaizantes pregassem coisas diferentes. Essa foi uma
guerra constante durante o ministério de Paulo, mas que foi vencida por Deus e pelo evangelho.
8º comentário: Gálatas 1.15 “Mas Deus me separou desde o ventre materno e me chamou por
sua graça. Quando lhe agradou revelar o seu Filho em mim para que eu o anunciasse entre os
gentios, não consultei pessoa alguma”
Nesse texto Paulo anuncia a maravilhosa graça, soberania e providência de Deus não
apenas para a vida de Paulo, mas para tantas vidas que foram alcançadas pelo ministério de
Paulo ou até mesmo de pessoas influenciadas por seus escritos, que alcançam até nossos dias
pessoas para Cristo. Deus revela seu Filho a Paulo de uma forma miraculosa, primeiramente
através de uma visão em que Jesus pergunta a ele por que o persegue e em seguida o ordena a
entrar na cidade para encontrar-se com alguém que falaria o que ele deveria fazer. Após isso
Paulo se encontra com Ananias, mas antes desse encontro, as palavras descritas nesses
versículos de Gálatas são proferidas por Deus a Ananias (At 15.9). Paulo foi um homem que
se dedicou ao evangelho, mas para que isso se realizasse em sua vida, precisou antes consentir
com a morte de Estêvão, encarcerar alguns cristãos, para que enfim, durante uma perseguição
fosse transformado e direcionado para a proclamação do evangelho especialmente aos gentios.
Ananias ao se encontrar com Paulo, impõe suas mãos sobre ele e diz que foi enviado para que
Paulo voltasse a ver e fosse cheio do Espírito Santo. Desde então Paulo caminha sob direção e
tendo consigo a presença do Espírito. Assim Paulo proclamou em tantas cidades, a tantas
pessoas e seus escritos alcançaram e continuam a alcançar pessoas para a glória de Deus.
9º comentário: Gálatas 3:28 “Dessarte, não pode haver judeu nem grego; nem escravo nem
liberto; nem homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus.”
Classe social sempre foi algo com potencial para minar o crescimento da igreja. Ao
mesmo tempo, a Bíblia sempre mostrou a importância que Deus dá a esse assunto. Keller em
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seu livro, “Justiça Generosa”, afirma que no Antigo Testamento, havia o “quarteto da
vulnerabilidade”, formado por órfãos, viúvas, estrangeiros e pobres. Esse quarteto era
contemplado pela lei, havendo sobre eles proteção da parte do Senhor. Da mesma forma, na
expansão do evangelho há essa preocupação, tanto que, quando Paulo sai para suas viagens
missionárias, os apóstolos recomendam que se lembre dos pobres, e ele diz que se esforçou por
fazer isso (Gl 2.10). Em Atos 2 e 4 vemos a igreja de Jerusalém se juntando para auxiliar
aqueles que tinham menos ou nenhum recurso. Em Atos 6 Aparece um problema relacionado
ao crescimento estrondoso da igreja que chegou a um momento de dificuldades no rompimento
das barreiras sócio-econômicas do povo. As viúvas dos helenistas foram esquecidas na
distribuição diária (At 6.1).
Fato é que essas barreiras precisaram ser rompidas pelo Espírito Santo de Deus para
que o evangelho pudesse alcançar pessoas de diferentes classes sociais, sexo, etnias, pois somos
um em Cristo.
10º comentário: Efésios 2.14 “Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos fez um; e, tendo
derribado a parede da separação que estava no meio, a inimizade,”
Em Atos 1.8 Jesus afirma que chegaria o tempo em que o evangelho chegaria aos
samaritanos e até aos confins da terra. Isso era algo inimaginável ao judeu, pois entendiam que
apenas eles, como nação eleita teriam a salvação, apesar de o Senhor sempre ter mostrado a
Israel sua função missionária. Havia uma barreira étnica em que judeus não aceitavam a
salvação dos gentios. Deus atua providencialmente na história da humanidade, fazendo com
que o evangelho ultrapasse as barreiras raciais chegando aos gentios incircuncisos. Essa
barreira começa a se despedaçar quando Pedro visita Cornélio e o Espírito Santo desce sobre
ele e sua casa (Atos 11). Ali “o evangelho da paz não faz distinção entre judeu e gentio, homem
e mulher, doutor e analfabeto, religioso e ateu. O evangelho quebra muralhas, despedaça
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grilhões, rompe tabus, quebra preconceitos e torna a igreja um único povo, um único rebanho,
uma única família.”6
Essa união promovida pelo Espírito Santo por intermédio de Pedro rompeu as
barreiras étnicas que haviam separando judeus e gentios, formando um único povo de um único
reino debaixo do evangelho da paz.
6
LOPES, Hernandes Dias. Atos: A ação do Espírito Santo na vida da igreja. São Paulo: Hagnos, 2012, p. 213.
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BIBLIOGRAFIA
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1976.
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trad. Valter Graciano Martins, Primeira Edição, Série Comentários Bíblicos (São José dos
Campos, SP: Editora FIEL, 2010)
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Graciano Martins, 3a edição, Comentário do Novo Testamento (São Paulo, SP: Editora Cultura
Cristã, 1992).
LOPES, Hernandes Dias. Atos: A ação do Espírito Santo na vida da igreja. São Paulo: Hagnos,
2012.
STOTT, John R. W. A Mensagem de Atos: Até os confins da Terra. São Paulo: Editora ABU,
1990.