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A letra da canção O Evangelho, gravada pelo Grupo Logos (CD CONTEÚDO, 1996), inicia com
os versos: “Eu sinto um verdadeiro espanto no meu coração/em constatar que o evangelho
já mudou./Quem ontem era servo agora acha-se senhor/e diz a Deus como ele tem que
ser...”. Esses versos retratam bem a mudança de mentalidade existente em nossos tempos.
Ser um servo de Deus hoje tem se tornado, cada vez mais, sinônimo de seu antônimo.
Uma característica desse tipo de liderança que se opõe totalmente à prática de João é fazer
questão de propalar a forma miraculosa como se deu o seu chamado, os sinais do seu
pretenso apostolado, seus dons e os milagres que operam. João nunca se referiu sequer ao
fato de ser o único homem que já nasceu cheio do Espírito Santo (Lc 1.15)! Mas hoje parece
haver uma necessidade de impressionar os homens, e muitos líderes e pastores optam pela
autopromoção.
João reconhecia que seu valor como servo deveria ser atribuído por Deus, e que esse valor
era determinado pela sua relação com Cristo. Ele conhecia sua identidade e sua missão, e
sabia que ambas estavam diretamente ligadas à pessoa de Jesus. Nós também não somos
nada à parte de Jesus Cristo. Nossa identidade é aquilo que somos em Cristo: servos,
discípulos, amigos, novas criaturas, salvos, chamados e adotados por Deus, santificados,
amados pelo Pai, selados pelo Espírito, e assim por diante. Nisso está o sentido e a
segurança da vida de cada um de nós. Nosso valor não reside no que fazemos para Deus,
mas naquilo que ele fez por nós em Cristo.
João Batista não significava nada sem Jesus, e sabia disso. Aprendamos que nossa
identidade e nossa missão só existem por causa de Cristo, e que em nossa relação com ele
está o nosso valor. Ao exaltar a pessoa de Cristo em nossa vida e ministério, afirmamos o
sentido de nossa própria existência.