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REVISTA DE ESCOLA BIBLICA DOMINICAL

3º TRIMESTRE DE 2022 / ANO 32 – N º 124

PUBLICACAO TRIMESTRAL ISSN 2448-184x

TEMA DESTA REVISTA = SERMAO DO MONTE

A ética, os valores e a relevância dos ensinos de Jesus Cristo.

Palavra do Comentarista

“Neste trimestre, estudaremos os ensinamentos do Sermão do Monte. Não há


dúvidas de que o Sermão do Monte, dentre os discursos proferidos, é o mais
emblemático sermão do nosso Senhor Jesus Cristo. Neste sermão, com muita
propriedade, o Mestre fala sobre o estilo de vida daqueles que querem fazer
parte do Reino de Deus. Em outras palavras, podemos dizer que o Sermão do
Monte contém a essência dos ensinamentos morais e éticos de Jesus. Sendo
assim, aprender toda a Palavra de Deus compreende também meditar e refletir
acerca do Sermão do Monte. O estudo do Sermão do Monte é fundamental
para o crescimento e edificação na vida cristã. Portanto, com esta revista,
esperamos contribuir de uma forma clara, simples e objetiva no estudo da
Palavra de Deus, com a indispensável ação do Espírito Santo”.

SOBRE O AUTOR

BISPO ABNER FERREIRA


Presidente da CONEMAD/RJ (Convenção Estadual dos Ministros Evangélicos
das Assembleias de Deus - Ministério de Madureira no Estado do Rio de
Janeiro); Presidente da Catedral Histórica das Assembleias de Deus do
Ministério de Madureira; 2º Vice-presidente da CONAMAD; Advogado;
Bacharel em Teologia; Escritor; Articulista e Conferencista.
LIÇÃO 1 – 3/7/2022

O Sermão da Montanha e sua essência

TEXTO ÁUREO
“Inclinai os ouvidos, ó céus, e falarei; e ouça a terra as palavras da minha
boca”. Deuteronômio 32.1

VERDADE APLICADA
O Sermão da Montanha é considerado como a mais pura e sublime expressão
da moralidade já conhecida pela humanidade.

OBJETIVOS DA LIÇÃO
Ensinar acerca do Sermão do Monte.
Destacar a conduta cristã e o combate à falsa moralidade.
Mostrar a natureza inversa do Reino de Deus.

TEXTOS DE REFERÊNCIA
MATEUS 5
1. E Jesus, vendo a multidão, subiu a um monte, e, assentando-se,
aproximaram-se dele os seus discípulos;
2. E, abrindo a sua boca, os ensinava, dizendo:
3. Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus;
4. Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados;
5. Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra;
6. Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão
fartos;
7. Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia;
8. Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus;
LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA / Lv 18.3 Não fareis segundo as obras do Egito.
TERÇA / Mt 5.17-19 O cumprimento da lei e dos profetas.
QUARTA / Lc 13.18 A que é semelhante o reino de Deus?
QUINTA / Rm 12.1-2 Consagração a Deus.
SEXTA / Tt 3.4-7 A graça da salvação.
SÁBADO / 1Jo 2.15-17 A separação do mundo.

HINOS SUGERIDOS - 107, 205, 577

MOTIVOS DE ORAÇÃO
Ore louvando a Deus por Sua maravilhosa atitude de graça sobre nós.

ESBOÇO DA LIÇÃO
Introdução
1. Conhecendo o Sermão da Montanha
2. O sermão em relação à vida prática
3. A natureza do Reino de Deus
Conclusão

INTRODUÇÃO
O Sermão da Montanha retrata a qualidade de vida que o homem que está
em comunhão com Deus deve produzir diariamente. Além de um programa de
vida, ele porta consigo uma promessa de recompensa celestial

PONTO DE PARTIDA
O Reino de Deus é justiça, paz e amor.
1. Conhecendo o Sermão da Montanha
Agostinho (O Sermão da Montanha e escritos sobre a fé): “Quem quiser
meditar com piedade e recolhimento o sermão que nosso Senhor Jesus Cristo
pronunciou na montanha, tal como o lemos no Evangelho segundo Mateus,
encontrará aí, creio eu, todos os preceitos necessários à perfeição da vida
cristã”.

1.1 O caráter do sermão. Depois de iniciar Seu ministério público


anunciando o reino de Deus, chamando ao arrependimento e realizando os
primeiros milagres, Jesus estabelece quais são os valores do Reino e deixa
claro que eles são completamente contrários aos do mundo (Rm 12.1, 1 Jo
2.15-17). É afirmado implicitamente aqui a necessidade de uma escolha,
porque não se pode estar de acordo com ambos. O que Jesus apresenta aqui
é “a forma de viver de quem se diz cristão”. Passamos assim, “do reino da lei
para a lei do reino”. No conteúdo deste ensino vemos Jesus esclarecendo e
revelando diversos pontos das Escrituras para os quais os judeus não tinham
atentado ou percebido. Tais princípios devem ser considerados norteadores
na caminhada do povo de Deus, em seus relacionamentos com Deus e com o
próximo (Mt. 7.22).

Subsidio do professor: O Senhor Jesus anuncia a chegada do Reino dos


céus, chama as pessoas ao arrependimento e apresenta as condições para
uma vida de bem-aventurança conforme a vontade de Deus (1 Sm 15.22). O
Sermão da Montanha, que também é conhecido como o discurso das bem-
aventuranças, foi considerado por crentes e não crentes como um dos textos
mais bonitos e significativos de todos os tempos.

1.2 O conteúdo do sermão. Mateus destaca três capítulos para descrever as


palavras mais significantes proferidas por Jesus do alto do monte, o monte
das bem-aventuranças [Mt 5.1-7.29]. O Sermão do Monte aborda questões
importantíssimas acerca do amor ao próximo, a oração, o jejum e a conduta
cristã. Muito do que é abordado nas cartas e epístolas, podemos encontrar
nesses três capítulos. O Sermão da Montanha é muito esclarecedor acerca da
justiça de Deus e como Ele deseja que os Seus seguidores se comportem
nesse mundo [Mt 6.33].

Subsídio do Professor: Um texto fascinante, mas também desconcertante,


onde a pessoa é atraída e, ao mesmo tempo, se vê acuada pelo caráter de
seu conteúdo: os chamados para não resistir aos malvados; para amar os
inimigos; para não julgar; para se tornar perfeito como o Pai Celestial, para
entrar pela porta estreita que conduz à vida. Quem não fica perplexo diante de
um chamado a não revidar diante de um insulto; a arrancar um olho ou cortar
a mão direita para não escandalizar, a não se inquietar pelo amanhã (Mt.
5.29,30; 6.34)?

1.3 O local do sermão. Mateus menciona que Jesus sobe o monte e do alto
começa a ensinar seus discípulos e aqueles que estavam a seu derredor (Mt
5.12). Por que uma montanha? Porque ela tem um significado muito
importante para seus ouvintes. Com muita frequência lemos nas Escrituras
que Deus se manifestou em um monte, que da altura falou, por exemplo, a
Abraão e Moises. Aqui se vê claramente que Jesus não é apenas o profeta
que seria levantado como Moises (Dt. 18.15,18), embora esteja no sentido de
guiar Seu povo para fora da escravidão (do pecado e da morte) para a
(verdadeira) Terra prometida, mas é o próprio Deus! Sim, porque Ele não
recebe de ninguém as tabuas da lei, é Ele quem vem pessoalmente e
proclama a Palavra com autoridade.

Subsidio do professor: Cristo pregou este sermão, que foi uma explicação da
lei, sobre uma montanha, porque sobre uma montanha a lei foi dada, e este
sermão também foi um solene anuncio dos princípios que norteiam o Reino
dos céus que era chegado. Mas observe a diferença: quando a lei foi dada, o
Senhor desceu sobre a montanha; agora o Senhor subiu. Naquela ocasião,
Ele falou em trovoes e relâmpagos, agora, fala com voz suave, naquela
ocasião, recomendou-se às pessoas que ficassem a distância, agora, elas são
convidadas a se aproximar (Ex. 19.1-25).

Eu ensinei que: O Sermão da montanha é muito esclarecedor acerca da


justiça de Deus e como Ele deseja que os seus seguidores se comportem
nesse mundo.

2. O sermão em relação à vida pratica


O Senhor Jesus denunciou a hipocrisia nas sinagogas e ruas. Assim, o
Sermão do Monte é um chamado à justiça e uma rejeição à pratica farisaica
da lei (Mt 6.1-7,6).

2.1. A conduta dos cidadãos do Reino. É importante notar que as bem-


aventuranças descritas no Sermão da Montanha não são uma serie de
regulamentos que alguém deve obedecer para se tornar um cristão, são uma
descrição de como um seguidor de Cristo deve viver. Deve-se observar
também que o sermão acontece no início do ministério de Jesus Cristo. Ele
começou seu ministério pregando o arrependimento e a chegada do reino dos
céus (Mt. 4.17). Para realçar a diferença que este arrependimento traz, Ele
ensinou as qualidades fundamentais do caráter cristão, onde seus seguidores
devem viver uma conduta diferente tanto daqueles que estão ao seu redor,
quanto do crente nominal (Lv 18.3, Mt 6.8). O crente deve ser diferente não
apenas do mundo, mas também do sistema religioso (comparado aqui pelo
ensinamento e vida dos fariseus do tempo de Jesus).
Subsidio do professor: Jesus declarou qual seria a prioridade daqueles que
fazem parte de seu reino. Ele estabeleceu uma busca pela compreensão do
reino e a justiça como alicerce de vida (Mt 6.33). A justiça ou retidão de vida é
um requisito indispensável como cidadão do reino e o povo conhecia apenas
a justiça ensinada pelos fariseus. O Sermão do Monte lança luz à verdade
divina e denuncia o falso conceito de justiça ensinado pelos fariseus e
mestres da época de Jesus.

2.2 A essência contida nas entrelinhas do sermão. Vendo a multidão que O


seguia, Jesus sobe a um monte e seus discípulos se aproximam. Então Ele
começa a ensinar tanto a forma como deveriam viver, quanto anunciar aos
homens. De acordo com Wiiliam Barclay, o termo grego registrado por Mateus
como: “abriu a boca”, abrange dois sentidos especiais: a) É usado como
prefacio de alguma declaração particularmente solene ou importante, uma
declaração de peso; b) Usa-se para referir-se às afirmações de uma pessoa
que verdadeiramente está abrindo seu coração e mostrando os conteúdos
mais íntimos de sua mente. O termo grego: “os ensinava”, está no tempo
imperfeito e descreve uma ação que se repete, ou seja, não se trata de algo
que não mais foi enfatizado, mas aponta para a essência do que Jesus
ensinava continuamente e de maneira habitual a seus discípulos (Mt 5.1,2;
9.35).

Subsidio do professor: O sermão da Montanha é algo muito maior e


importante do que em geral pensamos. Mateus, nestas breves palavras
introdutórias, nos faz notar que se trata do “ensino oficial de Jesus”, que
nestas palavras Ele está abrindo Seu coração a seus discípulos, e lhes
comunicando o mais profundo de seu pensamento, que esse sermão é o
resumo dos ensinos que Jesus costumava transmitir ao círculo mais íntimo de
seus seguidores (Mt 7.24). O Sermão da Montanha não é outra coisa que a
evocação concentrada de muitas horas de comunhão intima entre os
discípulos e seu mestre.
2.3 O combate à falsa moralidade. Neste trecho do Sermão do Monte, Cristo
se revela como o cumpridor da lei (Mt 5.17-20). Logo em seguida, ele passa a
alertar quanto a uma abrangência maior e mais profunda da lei do que a
interpretação tradicional segundo os fariseus. Jesus apresenta, por exemplo,
um enfoque que até então não era considerado com relação ao homicídio (Mt
5.21-26), ao adultério (Mt 5.27-30), ao divórcio (Mt 5.31,32), aos juramentos
(Mt 5.33-37), à vingança (Mt 5.38-42) e, finalmente, ao amor (Mt. 5.43-48).
Dessa feita, o Senhor Jesus, ao apresentar um novo enfoque e denunciar a
pratica hipócrita dos fariseus, lhes apresenta o que é a verdadeira justiça e
como os cidadãos do reino deveriam vive-la (Mt 5.20).
Subsidio do professor: Os líderes religiosos da época de Jesus possuíam uma
justiça artificial e exterior baseada apenas nos ritos da lei. A justiça que Jesus
descreve, porém, é verdadeira e essencial, ela começa no interior do coração
de cada seguidor. O sermão termina com Cristo, o caminho estreito pelo qual
as pessoas poderiam entrar no reino e o fundamento solido sobre o qual elas
poderiam permanecer (Mt. 7.13,14).

Eu ensinei que: O Sermão do monte é um convite à justiça e uma rejeição à


pratica farisaica da lei.

3. A natureza do reino de Deus. O sermão da Montanha foi descrito como a


mensagem mais poderosa que já foi pregada. A multidão ficou admirada com
a maneira de Jesus ensinar e com sua autoridade na transmissão da doutrina
(Mt. 7.28,29).

3.1. Um novo sistema de valores. A abertura do sermão soa familiar para


muitos. Todavia, a ideia de Jesus acerca das bênçãos é totalmente diferente
do que muitos de nós imaginamos. Jesus nos oferece uma nova vara de
medir, um novo par de lentes, um novo sistema de valores ao revelar o reino
dos céus (Mt. 5.19,20). Para entender essa benção precisamos compreender
os valores do reino. Valores que parecem não ter sentido são ensinado por
Ele. Se perguntarmos a Jesus o que é uma vida abençoada em sua
perspectiva, suas respostas nos surpreenderão, porque todas elas
apresentam uma natureza diferente das regras do mundo em que vivemos.
Para ilustrar a natureza desse Reino, Jesus começa afirmando que a
felicidade de Deus vem para aqueles que reconhecem que são pobres (Mt.
5.3).
Subsidio do professor: Na perspectiva de Jesus, o consolo divino se derrama
sobre o coração quebrantado. Se és verdadeiramente humilde, o mundo é
seu, aos que sofrem por fazer o que é correto, é maravilhoso, são os
desafortunados que pertencem ao rol dos cidadãos do reino. A verdade
contraditória encontrada nesse sermão anula a sabedoria convencional do
mundo. Ela é totalmente oposta à forma que a maioria de nós aprendeu a
pensar acerca da felicidade e do sucesso (Mt 5.3-10).

3.2 Uma nova harmonia produzida pelo Espirito Santo. As bem-aventuranças


formam uma matriz para o desenvolvimento espiritual onde ocorre a
transformação pessoal e se estende até a plenitude de Cristo (Lc. 6.47-49).
Representam um crescimento espiritual continuo, que determina e destaca os
elementos chaves da maturidade espiritual pelos quais podemos examinar
nosso progresso. As bem-aventuranças de Jesus são palavras que fluem do
coração do nosso Criador e Redentor como lâmpada para os pés de seus
discípulos e luz no caminho para que não se enganem com os muitos atalhos
que são encontrados ao longo da jornada cristã.
Subsidio do professor: No maior sermão de Jesus, Ele começa com as bem-
aventuranças: são nove declarações que viram nosso mundo de cabeça para
baixo. Ele está estabelecendo uma contracultura, uma maneira diferente de
ver a realidade, com um conjunto chocante de bênçãos. Jesus está nos
pedindo para nos juntarmos a Ele em um reino que desafia tudo o que
normalmente acreditamos e amamos e que nos oferece mais do que jamais
imaginamos.

3.3 Jesus, o exemplo do modelo da vida crista. Devemos ver este sermão
como o modelo para a vida crista: realista, mas ideal. Apesar do Sermão do
Montanha nos dar o ideal do discipulado, essa meta se apresenta dentro de
uma compreensão realista da vida humana diária, que será transformada pela
participação na vida da nova aliança. A nova aliança que Jesus inaugura inclui
tanto o perdão dos pecados quanto a transformação de vidas, a partir da
regeneração e continuando no crescimento espiritual produzido pelo Espirito
santo (Ez 36.26-29, Tt 3.4-7). Embora o Espirito santo não seja mencionado
explicitamente no sermão, ungido pelo Espirito de Deus, Jesus exemplifica o
tipo de vida capacitada pelo Espirito para viver o ensino puro no Sermão da
Montanha (Mt 3.16, 4.1, 10.25a).
Subsidio do professor: Viver de acordo com os ditames das Sagradas
Escrituras é ser diferente e viver o inverso do padrão que o mundo oferece. O
Sermão da Montanha nos apresenta uma perspectiva radicalmente diferente
daquela do mundo a nosso redor. O mundo estimula o orgulho, o pecado, a
corrupção, e tudo aquilo que Deus abomina. Jesus nos apresenta outra forma
de vida, onde devem prevalecer a humildade, a justiça e o amor (Lc 6.27-35).

Eu ensinei que: O Sermão da Montanha foi descrito como a mensagem mais


poderosa que já foi pregada.

Conclusão. O sermão da montanha nos ensina que ainda existem muitas


outras bênçãos nos esperando para dar as boas-vindas. Acima de tudo, elas
apontam para aquele que encarna cada uma de suas letras.
LIÇÃO 2 – 10/7/2022

Humildade, o alicerce da felicidade cristã

TEXTO ÁUREO
“Bem aventurados os pobres de espirito, porque deles é o reino dos céus”.
Mateus 5.3

VERDADE APLICADA
Humildade é reconhecer que nada somos ou temos e que dependemos
inteiramente de Deus.

OBJETIVOS DA LIÇÃO
Entender o conceito de felicidade.
Ensinar o que a Bíblia fala sobre pobreza de espirito.
Mostrar Jesus como nosso exemplo de humildade.

TEXTOS DE REFERÊNCIA
PROVERBIOS 16
17. O alto caminho dos retos é desviar-se do mal, o que guarda o seu
caminho preserva a sua alma.
18. A soberba é ser humilde de espirito com os mansos do que repartir o
despojo com os soberbos.
19. Melhor é ser humilde de espirito com os mansos do que repartir o despojo
com os soberbos.
20. O que atenta prudentemente para a palavra achará o bem, e o que confia
no Senhor será bem-aventurado.
21. O sábio de coração será chamado prudente, e a doçura dos lábios
aumentara o ensino.
LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA / Sl 32.1,2 A felicidade do homem perdoado.
TERÇA / Sl 144.15 Bem aventurado o povo cujo Deus é o Senhor.
QUARTA / Mt. 5.8 Bem aventurado os limpos de coração.
QUINTA / Jo 13.1-15 Jesus lava os pés dos discípulos.
SEXTA / Fp. 2.4-8 Exortação à humildade.
SÁBADO / Ap 21.4 Deus limpará toda lagrima.

HINOS SUGERIDOS – 73, 290, 597

MOTIVOS DE ORAÇÃO
Ore a Deus pedindo compreensão de sua palavra a cada instante de nossas
vidas.

ESBOÇO DA LIÇÃO
Introdução
1. A felicidade de acordo com a visão de Deus
2. O que é um pobre de espirito?
3. Jesus, nosso maior exemplo de humildade
Conclusão

INTRODUÇÃO
Logo no início do Sermão da Montanha, Jesus nos fala sobre as bem-
aventuranças (Mt 5.3,12). O termo usado para a palavra bem-aventurança se
refere a uma profunda alegria da alma humana.

PONTO DE PARTIDA
Devemos viver na dependência de Deus.

1. A felicidade de acordo com a visão de Deus


A primeira bem-aventurança ensinada por Jesus acerca da humildade. O
pobre de espirito aqui é aquele que nada possui e que vive numa absoluta
dependência.

1.2. O que pode ser a felicidade para algumas pessoas? A psicologia ensina
que a felicidade é o estado emocional de uma pessoa feliz, é a sensação de
bem-estar e satisfação que experimentamos quando atingimos nossos
objetivos, desejos e propósitos, é um momento duradouro de satisfação, onde
não há necessidades urgentes nem sofrimentos atormentadores. Para muitos,
a felicidade é um estado subjetivo, cada pessoa experimenta de uma maneira
diferente, ela pode ser causada por coisas ou situações diferentes,
dependendo do significado que cada pessoa da a elas. Por fim, a felicidade
pode ser um estado duradouro, mas também pode expirar. A felicidade pode
significar muitas coisas, desde a conquista de algo, a um estado de paz. Para
Deus, a pessoa feliz é a que reconhece que nada tem e que em tudo depende
de sua graça (Mt 5.3).

Subsidio do professor: De acordo com William Barclay, o termo grego usado


para a palavra “bem-aventurados”, em cada uma das bem-aventuranças é
“makarios”. Ela descreve uma alegria autossuficiente, que possui em si
mesmo o segredo de sua própria irradiação, uma alegria serena, intocável e
autônoma, que não é afetada pelas diferentes circunstancias da vida.
Enquanto a felicidade humana depende das ocasiões e circunstancias
cambiantes da existência, algo que a vida pode dar ou pode tirar, a bem-
aventurança crista está livre de qualquer risco ou ardil. O Senhor Jesus falou
da alegria dos seus discípulos, que ninguém poderá tirar (Jo 16.22).

1.2 O que é a felicidade segundo a Bíblia? A felicidade segundo a Bíblia


está determinada pela existência da relação com Deus por meio da fé e da
obediência que se tenha aos seus mandamentos. Então a felicidade é vista
como um presente dado por Deus a seus filhos (Sl 144.15). Isso não ignora
que existam pessoas que temporariamente gozem das coisas desta vida, que
vivam de festas, que tenham suas necessidades físicas e emocionais
satisfeitas, mas isso não significa que são felizes. Então, como alcançamos a
felicidade com Deus?
Experimentando o perdão (1 Jo 1.9). Não se pode ser feliz com o terrível peso
da culpa sobre os ombros, mesmo que se tenha tudo ou se esteja cercado por
fama e prazer. O homem precisa do perdão de Deus para ser feliz (Sl 32.1,2).

Subsídio do Professor: Diante da realidade deste mundo cheio de sofrimento


e injustiça, podemos ser felizes por ter Deus em nossas vidas e seguir sua
vontade, e não por causa das circunstancias que nos cercam, que são
temporárias. Deus é bom e justo, e deixou aberto o caminho para a felicidade,
todavia, o caminho exige fé, disciplina, paciência e pratica diária. A verdadeira
felicidade engloba a salvação e a boa notícia é que existe um lugar onde a
felicidade será total e perfeita e nunca mais haverá dor, escassez, morte ou
doença. Esse lugar é chamado céu e nós o acessamos através de Jesus
Cristo.

1.3 Onde podemos encontrar a felicidade? A felicidade na Bíblia é


realmente vista como um paradoxo, como uma aparente contradição ao senso
comum (Mt 5.44-48). O que uma pessoa deve ter para ser feliz? A resposta
típica que encontraríamos é que os felizes são aqueles que tem dinheiro,
posses, amor por um cônjuge, conquistas, ou ausência de dividas. No
entanto, nem todo mundo tem essas coisas e nem mesmo aqueles que as
tem podem se dizer realmente felizes. Outros, talvez, mais profundos, dirão
que a felicidade está na família ou talvez que a felicidade esteja em boa
atitude diante de cada circunstancia da vida. Existem muitos lugares em que o
ser humano pode se sentir feliz, mas não há outro lugar como ao lado de
Deus. Sua presença é o lugar de maior felicidade, porque nela existe paz,
aceitação, amor e liberdade (Sl 65.4, 84.4,5). Então Ele torna o meio e o
objetivo final de nossa felicidade.

Subsidio do professor: William Barclay escreveu em seu comentário do


Evangelho de Mateus que as bem-aventuranças apresentam a felicidade de
ser cristão, cita a alegria de se conhecer a Jesus Cristo como Mestre,
Salvador e Senhor. Em sua forma, as bem-aventuranças nos indicam que são
exclamações de gozosa surpresa e radiante felicidade pela realidade da vida
cristã. Elas apresentam o cristianismo não como algo triste, mas de
entusiasmo contente. A alegria do mundo é efêmera e passageira. A alegria
do cristão é serena e intocável porque provem de um andar na companhia de
Jesus e estar sempre em sua presença.

Eu ensinei que: O pobre de espirito é aquele que nada possui e que vive
numa absoluta dependência.

2. O que é um pobre de espirito?


Jesus chama de felizes aqueles que são pobres de espirito, mas afinal o que
é ser pobre de espirito segundo as Escrituras? Vejamos a seguir:

2.1. O pobre é o humilde que confia em Deus. As bem-aventuranças foram


originalmente pronunciadas em aramaico. Os judeus usavam a palavra
“pobre” com um sentido muito especial. Designava uma pessoa sem poder,
prestigio ou influência. Alguém que, por não possuir nenhum recurso terrestre,
coloca toda sua esperança e confiança em Deus. Para os hebreus, o “pobre”
é o “humilde” que põe toda sua confiança em Deus. É nesse mesmo sentido
que em vários salmos o “pobre” é apresentado como o homem humilde e
impossibilitado, que colocou sua esperança e confiança em Deus (Sl 9.18,
34.6, 68.10, 72.4, 107.41,0 132.15). Segundo Barclay: “O homem bendito e
feliz é aquele que tomou consciência de sua total necessidade, e que
depositou em Deus toda sua confiança.
Subsidio do professor: Podemos viver numa vida infeliz ao observarmos os
outros e as injustiças que eles cometem, podemos acreditar no acaso ou em
nós mesmos, mas nada fara com que venhamos sentir segurança ou paz.
Somente quando nos apegamos a confiar em Deus, começamos a ver o
mundo de uma maneira diferente. Nossa fé nos ajuda a enfrentar as
circunstancias da vida com realismo e sem desfalecer (Sl 40.4, Pv 16.20, Is
30.18). Na visão divina, o pobre de espirito é aquele que se esvazia de si
mesmo, que reconhece sua própria incapacidade e recorre a Deus, pondo
nele sua total confiança, a esse, as portas dos céus se abrem com toda a
felicidade (Mt 5.3)

2.2 O pobre é aquele que está vazio de si mesmo. Ao dizer bem-aventurados


os pobres de espírito, Jesus estava confrontando a forma incorreta do
ensinamento dos fariseus e mestres da lei. Os fariseus eram orgulhosos ao
extremo, se consideravam justos, de que nada necessitavam. Antes de
reprova-los, Jesus lhes falou acerca da verdadeira justiça que vem de Deus, e
eles a recusaram. A expressão “pobre de espirito” está em oposição ao
orgulho espiritual e se destina a eles e seus seguidores. O Dr John Dwight
Pentecost diz que a pessoa que se caracteriza por orgulho espiritual não
recebera de Deus coisa alguma, a benção de Deus não pode descer sobre
ela, porque o orgulho não serve de alicerce para a justiça. O orgulho espiritual
não é demonstração de santidade, mas de pecaminosidade, sendo assim,
jamais pode produzir felicidade.

Subsidio do professor: Quando Jesus diz: “Bem-aventurados os pobres de


espirito”, Ele está nos convidando a sermos espiritualmente dependentes de
Deus. Em se tratando de coisas espirituais, humilde de espirito é o contrário
do orgulho espiritual. O que Jesus condenou foi a autossuficiência oriunda do
orgulho espiritual. O que mais vemos em nossos dias são pessoas cheias de
autoconfiança, de auto expressão e de auto dependência. Dizem que
devemos ter pensamento positivo, ou seja, confiar em si mesmo (excesso de
autoconfiança), e não no Senhor e na graça que ele nos oferece. Atitude que
a Bíblia rejeita e condena (Jr. 17.5).

2.3 O pobre é plenamente dependente de Deus. A palavra “humilde”,


empregada por Jesus em Mateus 5.3, é a mesma palavra que é traduzida por
“mendigo” derivam de uma raiz que significa “abaixar-se ou encolher-se”. Ela
se refere não simplesmente àqueles para quem a vida é uma luta, mas aos
homens que são constrangidos à mais abjeta mendicância porque eles não
têm absolutamente nada. Era muito humilhante ao indivíduo confessar que
nada tinha, e que por isso dependia de outrem. O convite é para não
confiarmos em nada dentro de nós, é para nos esvaziarmos de tudo e
ficarmos tão dependentes quanto um miserável que está debaixo de uma
ponte, e tem apenas o dia como a certeza de um novo amanhã. Somos
convidados a ser vazios a esse ponto.
Subsidio do professor: O próprio ato de mendigar já o rebaixava, é por esse
motivo que o mendigo cobria o rosto, encolhia-se e se acovardava quando
estendia a mão para pedir uma esmola. Jesus disse que esses são os bem-
aventurados, os felizes. A pobreza retratada aqui é a dependência, a certeza
de algo que não temos e somente Deus poderá nos dar. Aqui ela é aplicada à
pecaminosidade vacuidade de uma falência espiritual absoluta, na qual uma
pessoa é compelida a implorar por aquilo que ela é impotente para obter (Jr
10.23)

Eu ensinei que: O pobre de espirito é humilde que confia em Deus, é aquele


que está vazio de si mesmo.
3. Jesus, nosso maior exemplo de humildade. A humildade na vida de Jesus
sempre foi e sempre será o nosso maior exemplo. Ele desceu do seu trono
real, se esvaziou completamente e se fez um de nós, tudo isso para nos
ensinar o caminho da comunhão com o Pai (Fp 2.7).

3.1. Jesus se esvaziou. Indiscutivelmente, humildade é a ausência de orgulho.


É uma característica de sujeitos modestos, que não se sentem mais
importantes ou melhores que os outros, independentemente de quão longe
eles chegaram na vida. Humildade não é um conceito, é um comportamento,
um modo de ser, um modo de vida. A humildade é uma das virtudes mais
nobres do espirito humano. Os seres que não tem humildade carecem da
base essencial para o progresso certo. As mais belas qualidades sem
humildade representam o mesmo que um corpo que não tem alma. Ao vir a
esse mundo para efetuar a nossa salvação, Jesus não somente abandonou a
realeza celestial, Ele teve que esvaziar-se, teve que descer até as mais baixas
profundezas da terra, fez isso por pessoas que até hoje ainda o ignoram (Ef.
2.9, Fp 2.4-8)
Subsidio do professor: A humildade nos torna humanos, pois consiste em
estar ciente de nossas limitações e insuficiências e agir de acordo com essa
consciência. Mais precisamente, humildade é a sabedoria de quem somos.
Pessoas humildes não se orgulham de seus sucessos. Praticar a humildade é
um exercício diário que se move com a responsabilidade de fazer bem as
coisas, de se comprometer, de fazer o que é certo e o que é necessário.

3.2 Jesus lavou os pés de seus discípulos. Jesus não somente ensinou
acerca da humildade, sua vida a espelhava. Ele é o melhor e perfeito
exemplo. Uma das grandes lições Ele nos deu quando, diante de seus
discípulos, tirou sua capa de mestre, e começou a lavar os pés empoeirados e
sujos de cada um deles, até mesmo os pés de Judas Ele lavou (Jo 13.1-5). Ali
Ele estava nos dando uma aula pratica de humildade. Ele era o maior de
todos, mas aquele ato dizia que todos ali eram preciosos e iguais para Ele.
Lavar os pés era a tarefa do menor de todos, essa não era sua tarefa, mas
Ele fez isso para demonstrar que seus discípulos deveriam seguir o exemplo
do Mestre e Senhor (Jo 13.14,15).
Subsidio do professor: O Mestre dos mestres, o maior de todos os
professores, o Criador do céu e da terra, a Palavra viva de Deus, estava ali,
vestido como um empregado da casa, lavando pés que mais tarde o
abandonariam. Ele que tinha tudo para ser servido, mostrou que humildade é
servir até mesmo aquele que amanhã ira te decepcionar. Bíblia missionaria de
estudo: “O serviço humilde marcou fortemente a missão redentora de Cristo,
ao vir à terra como ser humano e morrer de forma vil pelos pecados de todos”.

3.3 Jesus nos deixou um legado de humildade. Se lermos os evangelhos com


atenção, podemos compreender muito claramente que em Jesus, Deus não é
apresentado como Aquele que iria de imediato libertar do jugo romano e
restabelecer o reino davídico, como pensavam os israelitas e como eles
esperavam os israelitas e como eles esperavam que seu enviado fosse. Em
Jesus, Deus revela o padrão da cidadania do reino espiritual que estava
chegando para que pudéssemos nos espelhar (Mt 11.29, Jo 13.14,15). A
benção de Deus, segundo Jesus, não era para os que reclamavam seus
direitos de superioridade espiritual, as riquezas dos céus se oferecem
somente para aqueles que sabem que dependem inteiramente de Deus. No
reino de Deus ninguém passa a frente da fila por ser melhor que o outro. As
bênçãos de Deus não se conquistam por um esforço pessoal, ou por
merecimento, elas só podem ser recebidas por graça.
Subsidio do professor: É sobre essa graça infinita, que não merecemos, que o
Reino de Deus se edifica. Mesmo assim, muitos se rebelam ante a ideia de
ser deficientes e preferindo provar os próprios méritos. Outros sistemas
religiosos se baseiam em algum plano de desempenho no qual seus
seguidores possam alcançar esses méritos ou manipular o favor divino. Não
foi isso que Jesus ensinou. Ele disse que o gozo divino, a felicidade celestial,
se derrama unicamente sobre os que sabem que são pobres de espirito (Lc
12.15, Mt 5.3).

Eu ensinei que: A humildade na vida de Jesus sempre foi e sempre será o


nosso maior exemplo.

Conclusão. A primeira bem-aventurança apresenta o caminho da felicidade: a


humildade. É sobre essa qualidade que todas as demais se apoiam. A
felicidade começa na humildade (Pv. 18.12).
LIÇÃO 3 – 17/7/2022

A mensagem das bem-aventuranças

TEXTO ÁUREO
“Bem-aventurados aquele que teme ao Senhor e anda nos seus caminhos”.
(Salmos 128.1)

VERDADE APLICADA
As bem-aventuranças revelam que não há harmonia entre os valores do
Reino de Deus e do mundo.

OBJETIVOS DA LIÇÃO
Apresentar as virtudes que alicerçam a vida crista.
Destacar as virtudes que tratam da vida pratica.
Mostrar o estilo de vida diferenciado do Mestre.

TEXTOS DE REFERÊNCIA
MATEUS 5
04. Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados;
05. Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra;
06. Bem-aventurados os que tem fome e sede de justiça, porque serão fartos;
07. Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão
misericórdia;
08. Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus;
09. Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de
Deus;
10. Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque
deles é o reino dos céus.
LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA / Sl 24 O domínio universal de Deus.
TERÇA / Sl 42.1-8 O anelo de servir a Deus.
QUARTA / Mt 11.28-30 O jugo de Jesus.
QUINTA / Lc 10.25-37 A parábola do bom samaritano.
SEXTA / Rm 7.13-25 A luta da carne com o espirito.
SÁBADO / Ap 3.14-22 Exortação à Igreja de Cristo.

HINOS SUGERIDOS – 75, 134, 568

MOTIVOS DE ORAÇÃO
Ore para que a Igreja de Cristo pratique o verdadeiro Evangelho.

ESBOÇO DA LIÇÃO
Introdução
1. Virtudes que alicerçam a vida cristã
2. O sermão em relação à vida pratica
3. Uma vida contagiante e diferenciada
Conclusão

INTRODUÇÃO
As bem-aventuranças nos ensinam claramente como os valores transmitidos
por Jesus Cristo são contrários àqueles adotados pelo mundo.

PONTO DE PARTIDA
O padrão de felicidade está em Cristo

1. Virtudes que alicerçam a vida cristã


A bem aventurança descrita por Jesus é consequência de uma atitude
adotada, a qual expressa os valores que norteiam todos os que procuram
viver segundo as leis do Reino de Deus (Mt 5.48)

1.1 O alicerce de toda a felicidade. A pobreza de espirito é a principal


virtude de todo o ensino das bem-aventuranças. Essa virtude se assemelha a
rocha cuja casa é edificada, onde todos os fatores externos podem agredi-la e
sequer abalar sua estrutura. Todas as demais se debruçam sobre ela. Essa
tradução “pobre de espirito” também é a que dá mais sentido, porque retrata
alguém que é vazio, que nada tem, e que vive em total dependência. É isso
que Deus deseja ver em seus filhos. Pessoas autossuficientes não contam
com a graça, e, também, não ensinam como somos dependentes de Deus (Pv
16.19, 29.23). Estamos vivendo um tempo em que as pessoas acostumaram a
confiar em si mesmas e na força de seu próprio braço. Por isso, essa é a
principal virtude onde as demais repousam (Sl 37.5, Jr 17.5).
Subsidio do professor: Esta condição é a primeira e mais fundamental que
deve ser cumprida para pertencer a Cristo e, portanto, a primeira condição
necessária para participar da alegria do Reino de Deus. Aqueles que são
pobres em riqueza material estão perfeitamente cientes de suas preferências.
Da mesma forma, as pessoas pobres de espirito também estão cientes de sua
carência espiritual, sabem de sua necessidade absoluta de Deus, e, desta
forma, eles se abrem para Ele. O resultado desse simples ato de abertura é o
dom do reino dos céus (Mt 5.3)

1.2 Consolo para os que choram. Quem nesse mundo nunca chorou? Até
Jesus chorou (Jo 11.35). Infelizmente, vivemos em um mundo onde as
pessoas não querem chorar, e para isso vivem de entretenimentos para fugir
de suas realidades. As pessoas buscam a felicidade de forma equivocada,
pensam que a felicidade oferecida por Cristo é semelhante ao padrão do
mundo. Jesus disse que felizes são os que choram. De que choro Ele está
falando? Não é qualquer choro. Lembremos que Esaú chorou, mas não houve
arrependimento (Hb. 12.16,17). Bem-aventurados os que choram pelos
próprios pecados (2 Co 7.10). Há uma conexão com a bem-aventurança
anterior – “pobres de espirito”. A consciência de nosso estado, deve nos
conduzir ao quebrantamento e à contrição. Bem como, chorar pelo estado
espiritual ou tristeza de outros (Rm 12.15, 2 Co 12.21).

Subsídio do Professor: Jesus disse: “Bem-aventurados os que choram”, e


afirmou que serão consolados. Isso é felicidade. É saber que, mesmo não
sendo nada, temos um Deus que sempre está pronto a nos receber de volta
em sua presença. Que não há limites quando buscamos sua face de todo o
coração (Jr. 29.13). Quando alguém chega aos pés de Jesus e começa a
chorar e a dizer tem misericórdia de mim, crendo nele, será abençoado com o
perdão. Ser consolado é receber todos os benefícios da parte de Deus nessa
vida quanto na eternidade.

1.3 A herança dos mansos. Acerca da mansidão, John Stott comentou: “a


condição pela qual tomamos posse de nossa herança espiritual em Cristo,
não é a força, mas a mansidão, pois tudo é nosso se somos de Cristo”. Os
humildes recebem o reino como recompensa, os que choram recebem
consolo, os mansos recebem herança (Mt. 5.5). Mansidão é a característica
de uma pessoa que demonstra autocontrole ou moderação. Um bom exemplo
é Moises (Nm 12.3). Feliz é o crente que tem todo o impulso e toda paixão
natural sob controle e sabe quando deve e quando não deve irar-se (Mt.
11.29)

Subsidio do professor: Ser manso é ter consideração e ser cuidadoso ao lidar


com os outros. A mansidão nos ajuda a navegar em nossos relacionamentos
com os outros. Ela aparece quando interagimos com as pessoas ao nosso
redor, quando determinamos como tratar os outros e quando temos uma
compreensão clara de nosso relacionamento com Deus que nos ama e nos
desafia a uma vida ausente de orgulho (1 Jo 2.16).

Eu ensinei que: Cada bem-aventurança descrita por Jesus é consequência


de uma atitude adotada, a qual expressa os valores que norteiam todos os
que procuram viver segundo as leis do Reino de Deus.

2. O sermão em relação a vida pratica


As bem-aventuranças se conectam e em cada particularidade vão conduzindo
para altas dimensões aqueles que as praticam.

2.1. Fome e sede de justiça. A fome e sede de justiça a qual Jesus se refere
aqui é aquela transformação que acompanha a nova vida do reino, uma fome
e sede que não cessa e que flui diariamente de um coração transformado (Mt
5.6, Jo 7.38,39). Se todos nós estivermos sedentos de justiça, e com fome
dessa presença transformadora, seremos consequentemente uma igreja com
os valores do primeiro amor, uma igreja voltada para ganhar almas, uma
igreja poderosa e avivada.
Subsidio do professor: Ter fome e sede de justiça é o mesmo que desejar
estar bem com Deus, essa é uma sede que todos os crentes deveriam sentir
(Sl 42.1,2). Estando em Cristo, andamos em novidade de vida (Rm 6.4). Ele
morreu nossa morte para que pudéssemos viver sua vida. Quando temos
fome e sede de justiça, nós nos derramamos aos pés do Senhor e imploramos
para que Ele nos fortaleça, que tire de dentro de nós todo desejo maligno. Ter
fome e sede de justiça é desejar viver um relacionamento correto tanto com
Deus, quanto com os demais. Para isso, é preciso ter humildade. Assim
vemos como uma bem-aventurança completa a outra.

2.2 Os misericordiosos. Essa bem-aventurança apresenta um novo estágio


na vida cristã. Enquanto as anteriores apontavam para uma necessidade que
havia dentro de nós, essa começa a falar de uma qualidade que recebemos e
precisamos exercer diante daqueles que a necessitam. Ela fala do exercício
da misericórdia e isso tem a ver com o caráter cristão. A maioria das pessoas
vive tão preocupada com seus próprios sentimentos que não resta tempo nem
energias disponíveis para se preocupar com os sentimentos dos outros. Essa
bem-aventurança nos ensina que feliz é a pessoa que se coloca no lugar de
outra, que se compadece, sentindo em si mesma a dor alheia (Pv. 14.21,
19.17, Mt 5.7)

Subsidio do professor: O tema da misericórdia ocupa um lugar fundamental


na Bíblia, porque, em sua grande compaixão, Deus manifesta na vida dos
seres humanos falhos e pecadores, as riquezas da “sua benignidade, e
paciência, e longaminidade” (Rm 2.4, Sl 25.6-7, Pv 14.21). Da mesma forma,
os compassivos são aqueles que perdoam os culpados e são amáveis com os
necessitados e os que sofrem. Em contraste com os líderes religiosos, que
eram sem misericórdia, Jesus elogia os misericordiosos e afirma que
receberão na mesma moeda a compaixão que expressam para com os
outros.

2.3 Os limpos de coração. A Bíblia usa a palavra coração como o centro de


nossa vida, revelando-a como podendo ser um manancial de imoralidade e
impurezas. Jesus não estava preocupado com o que entrava, Ele afirmou que
nada que vinha de fora contaminava o homem, mas o que saia de dentro dele
(Mt 15.19,20, Mc 7.21-23). É do coração do homem que essas imundícias
procedem e a Bíblia não poupa palavras quando afirma que o coração do
homem é enganoso (Jr 17.9). O coração limpo é o que não está dividido. O
coração não regenerado é tão volúvel que consegue levar uma pessoa a
declarar lealdade a um, quando, na verdade, está servindo a outro (Mt 6.24).
Os limpos de coração são aqueles que amam somente ao Senhor, e somente
Ele esta no centro de seus corações, esse é o grande mandamento (Mt
12.30).
Subsidio do professor: O pecado original causou na raça humana algo bem
maior do que podemos imaginar. Deixou algo imundo em nossas almas, que
precisa ser tratado e vigiado a cada instante para não nos surpreender. O
problema humano sempre estará no coração (na alma humana), é dele de
onde procedem todas as saídas da vida, ele é enganoso, e não se deve
confiar nele (Sl. 51.10). O princípio da pureza do coração está em reconhecer
que não somos nada e que dependemos de Deus em tudo o que fizermos na
vida. Não podemos viver um evangelho que Jesus não seja o Senhor de
nossas vidas.

Eu ensinei que: As bem-aventuranças se conectam e em cada


particularidade vão conduzindo para altas dimensões aqueles que as
praticam.

3. Uma vida contagiante e diferenciada. Encontram-se em destaque, aqui,


aqueles que compartilham o mesmo estilo de vida de seu mestre. Eles são
rejeitados e perseguidos pelo mundo. Mas Cristo os elogia, chamando de
bem-aventurados.

3.1. Os pacificadores. Por que os pacificadores são bem-aventurados?


Porque eles se destacam, são diferentes dos demais homens e mulheres do
mundo. São pessoas possuídas pelo poder do Espirito Santo e pelo caráter de
Deus. Todos os problemas humanitários se originam no coração do homem.
As guerras surgem porque ninguém quer dar o braço a torcer. O pecado é o
causador das discórdias entre pais e filhos, irmãos, casais e nações. Daí a
grande pergunta: como trazer paz em um mundo de tantas guerras? A única
resposta para isso é: purificando o coração dos homens. É por esse motivo
que o mundo precisa de pacificadores, porque são pessoas de uma paz
contagiante, uma paz viva que reside dentro de cada um deles (Is 52.7, Mt
5.9)
Subsidio do professor: Um pacificador teoricamente deve ser um homem de
coração limpo. E nesse caso, é complicado afirmar que uma pessoa que
ainda não tenha sido transformada e sarada por Cristo, seja capaz de traz a
paz às nações, visto que ela mesma ainda não encontrou essa paz. Nesse
caso, o tal só poderá apaziguar (acalmar momentaneamente) e nunca
pacificar. O pacificador do que falamos aqui é aquele liberto do seu eu e
liberto dos seus interesses próprios. Que o Senhor envie pacificadores em sua
seara (Rm 10.15).

3.2 Os perseguidos por causa da justiça. Acerca da perseguição, John Stott


disse: “Não há duvida que a perseguição é simplesmente o conflito entre dois
sistemas de valores irreconciliáveis”. Essa bem-aventurança fala de
perseguição sobre aqueles que exercem a justiça (Mt 5.10). Alguns cristãos
realmente estão sofrendo não somente perseguições, mas até morte, em
determinados países onde o Evangelho é proibido. Por outro lado, muitos
crentes estão sofrendo hoje, não pela grande obra que pensam estar
realizando para Deus, e, sim, por causa de situações que eles mesmos
criaram sem a direção de Deus (Pv 6.16-19). Os que sofrem perseguição por
causa da justiça são felizes, e por quê? Porque sabem perfeitamente que a
causa da perseguição é o trabalho correto que realizam para Deus.
Subsidio do professor: Ser bem-aventurado e ser perseguido por causa da
justiça significa assemelhar-se ao Senhor Jesus, isso acontece quando
tentamos imitá-lo. O resultado desse processo será a rejeição por parte
daqueles que desprezam as coisas sagradas, que profanam a verdade e que
não desejam se reconciliar com Deus (Jo 15.18-20). Ser cristão é ter
problemas. Isso acontece porque somos diferentes do mundo.
3.3 Insultados por amor a Cristo. A perseguição sobre os filhos de Deus não é
coisa nova. Abel foi perseguido por Caim somente porque oferecia um culto
sincero a Deus. Isaque servia ao Senhor numa terra seca e, porque
prosperava, foi invejado pelos filisteus e por seu rei (Gn. 26.14-15). Moises e o
povo hebreu foram perseguidos porque eram diferentes. Jeremias foi
colocado num calabouço, dentro de uma cisterna, porque falava a verdade de
Deus a um povo que se dobrava aos ídolos. Alguns foram serrados ao meio,
Elias foi perseguido por Jezabel. Por que? Porque eles estavam vivendo uma
vida com Deus. Essas são os bem-aventurados, e essas perseguições
aconteceram por causa da realeza de suas vidas (Hb. 11.36-39)
Subsidio do professor: O tema da perseguição aqui é diferente. A anterior tem
como causa a pratica da justiça, essa é por causa da intrínseca comunhão
com Cristo. Jesus fala profeticamente para seus discípulos. Mas num todo,
essa palavra se aplica a todos aqueles que desejam viver um relacionamento
mais profundo com Ele. Cristo fala de um “galardão nos céus”, uma
recompensa futura, mostrando a realidade da vida eterna (Mt 5.11-12).

Eu ensinei que: Aqueles que compartilham o mesmo estilo de vida do Mestre


são rejeitados e perseguidos pelo mundo. Mas Cristo os elogia, chamando de
bem-aventurados.

Conclusão. As bem-aventuranças descrevem o modelo para o viver autentico


dos que respondem ao chamado do Senhor Jesus para serem seus discípulos
e as recompensas tanto presentes quanto futuras reservadas ao povo de
Deus (Sl 1.1-3).
LIÇÃO 4 – 24/7/2022

O sal da terra e a luz do mundo

TEXTO ÁUREO
“Bom é o sal, mas, se o sal se tornar insulso, com que o adubareis? Tende sal
em vós mesmos e paz uns com os outros”. Mc. 9.50

VERDADE APLICADA
Em um mundo em trevas e corrupto, somos chamados e capacitados a
sermos diferentes e influenciadores para a gloria de Deus.

OBJETIVOS DA LIÇÃO
Ensinar que devemos ser agentes influenciadores.
Mostrar que como luz devemos iluminar.
Citar as responsabilidades como sal e luz.

TEXTOS DE REFERÊNCIA
MATEUS 5
13. Vós sois o sal da terra, e, se o sal for insipido, com que se há de salgar?
Para nada mais presta, senão para se lançar fora e ser pisado pelos homens.
14. Vós sois a luz do mundo, não se pode esconder uma cidade edificada
sobre um monte.
15. Nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas, no
velador, e da luz a todos que estão na casa.
16. Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as
vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus.

LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA / Mc 7.21-23 O interior do coração dos homens.
TERÇA / Jo 15.16 Jesus nos escolheu para frutificar
QUARTA / Fp 2.15 Filhos de Deus: luz do mundo.
QUINTA / Hb. 12.1 Perseverança no meio das provações.
SEXTA / 1 Pe 2.9 A geração eleita, o povo adquirido.
SÁBADO / 1Jo 1.1-3 A Palavra da vida foi manifesta na carne.

HINOS SUGERIDOS – 18, 151, 370

MOTIVOS DE ORAÇÃO
Ore para que os valores divinos sobressaiam em nossas vidas.

ESBOÇO DA LIÇÃO
Introdução
1. Vós sois o sal da terra.
2. Vós sois a luz do mundo.
3. Nossas responsabilidades como sal e luz.
Conclusão

INTRODUÇÃO
Jesus ressaltou a importância de sermos o sal e a luz do mundo (Mt 5.13-16).
O sal e a luz são metáforas que denotam a influência positiva que os filhos de
Deus devem exercer no mundo.

PONTO DE PARTIDA
Somos sal da terra e luz do mundo.

1. Vós sois o sal da terra


Ao fazer tal declaração, Jesus revela a dupla função que devemos exercer
nesse mundo avesso e pecaminoso. Somos sal e luz: os agentes
influenciadores (Fp 2.15).
1.1 A importância de uma vida constante. Jesus não disse que temos “sal”
ou que temos “luz”, Ele disse: “Vós sois” (Mt 5.13,14). Com essa afirmação
Jesus nos apresenta a responsabilidade que temos de viver uma vida de
constância. Jesus conta com cada cristão para ser, neste mundo, um agente
influenciador para um viver saudável e que glorifique a Deus. Ser como o sal é
isso, é ter influência por ocasião de sua presença. Assim como o sal dá sabor
e influencia o ambiente em que é colocado, assim devemos ser. Do mesmo
modo é a luz. Ela está em oposição às trevas, e aonde ela chega, as trevas
devem sair porque não existe comunhão entre ambas. Ou a luz predomina, ou
as trevas. Ser luz é manifestar ao mundo e impactá-lo com as boas obras, de
tal maneira que Deus seja glorificado.
Subsidio do professor: Como “preservante”, o sal age evitando a
decomposição dos alimentos. Ao dizer que somos sal, Jesus está falando
acerca de nós mesmos e acerca da sociedade que se deteriora por viver
imersa no pecado. Tanto nos preservamos de ser contaminados, quanto
evitamos que o mundo entre em colapso pecaminoso (Lc 14.34). Esse mundo
pecaminoso é visto por Deus como um mundo de trevas. Por isso disse que
somos luz. O Senhor falou aqui de uma qualidade de vida que devia
manifestar-se nos que o conheciam, que aprenderam a sua verdade, que
haviam depositado nele a sua fé. Estes deviam ser o sal da terra e a luz do
mundo.

1.2 O poder relevante do sal. John Stott disse que a salinidade do cristão é
o seu caráter conforme descrito nas bem-aventuranças, é disciplinado cristão
verdadeiro, visível em atos e palavras (1 Pe 2.9). No comentário “Todas as
parábolas da Bíblia”, há uma citação feita pelo Dr. Campbell Morgan acerca
do sal. Ele nos diz que o sal é asséptico, não antisséptico. O antisséptico é
contrário ao veneno, é capaz de curar. Asséptico é algo destituído de veneno.
Nesse caso, o sal nunca cura a corrupção, ele a previne. Ou seja, se a carne
estiver contaminada e corrompida, ele nem a descontaminará nem purificara,
ele impedirá que a corrupção se espalhe, não permitindo que todo o resto se
contamine. Agindo como sal, cada servo de Deus é um instrumento do Senhor
que impede a proliferação do mal. Eis a importância de não se tornar insipido
nesse mundo (Mc 9.50).

Subsídio do Professor: O sal é de grande impacto nos alimentos, é ele quem


realça o impacto nos alimentos, é ele quem realça o sabor. Porém, uma pitada
a mais poderá deixar o alimento insuportável. Por isso, deve ser usado com
equilíbrio, pois, se, por um lado, uma comida sem sal é ruim, por outro, um
alimento salgado é insuportável e prejudicial à saúde (Jó 6.6, Ec 7.16). Ser sal
é ser alguém que tanto inspira para o bem, quanto condena aquilo que é
impuro e desonesto. Quando o sal é insipido e sem sabor, ele não consegue
impedir a putrefação, porque é apenas areia.

1.3 O sal que provoca sede. Sabemos que o sal provoca a sede. E a
pergunta é: que tipo de sede estamos provocando nas pessoas acerca de
Cristo? Será que nossa vida está atraindo as pessoas para virem a Cristo ou
expulsando-as? O mundo está embriagado de materialismo e insipido de
espiritualidade. Ele está intoxicado de valores errados e insipido dos valores
eternos. Ele está intoxicado com o conhecimento humano e insipido com a
sabedoria divina. É por isso que Jesus nos diz que devemos ser sal, para dar
ao mundo que nos rodeia este sabor que Deus deseja que tenha. Como
podemos ser sal para a nossa sociedade? Vivendo de modo santo, honrado e
com um autêntico testemunho acerca de Jesus Cristo (Lc 14.34,35, Cl 4.5,6).

Subsidio do professor: O cristão deve dar sabor a este mundo insipido com o
que é realmente importante, que são as verdades e os valores eternos. A
propósito, observemos que o Senhor também nos alerta para não nos
tornarmos insípidos, porque podemos ser “jogados fora”, como o sal que é
inútil. Temos não somente que agir como sal, mas viver como sal, sem perder
a influência e sem se deixar contaminar pelo que o mundo tem (Rm 12.1,2).
Estamos aqui tanto para impedir a deterioração imediata do mundo quanto
para dar-lhe um novo sabor ao provocarmos nele sede.

Eu ensinei que: Ao fazer tal declaração, Jesus revela a dupla função que
devemos exercer nesse mundo avesso e pecaminoso. Somos sal e luz: os
agentes influenciadores.

2. Vós sois a luz do mundo


Não existe outro motivo para a existência da luz, a não ser para que ilumine.
Não existe outra forma de iluminar esse mundo de trevas a não ser
testemunhando (Mc 5.16).

2.1. A luz deve brilhar. Brilhar faz parte da natureza da luz, é para isso que ela
existe. Jesus disse que somos luz para esse mundo. Como filhos de Deus
devemos brilhar em meio as densas trevas desse mundo pecaminoso (Mt
5.14-16). Como podemos nos tornar um luzeiro moral e espiritual neste
mundo avesso à vontade de Deus? Vivendo de acordo com as Escrituras.
Nosso compromisso com Jesus Cristo deve nos conduzir a viver uma vida que
sirva também de modelo para aqueles que estão ao nosso redor. Em meio às
trevas morais que ofuscam a humanidade, a Igreja faz resplandecer o brilho
da esperança (Fp 2.15)
Subsidio do professor: O sal é dissolvido no serviço e a luz se desgasta ao
brilhar. O bom discípulo de Jesus Cristo está envolvido tanto pelo serviço,
quanto no sacrifício. A advertência de “não colocar debaixo do alqueire, e sim
no velador” apresenta a ideia do compromisso que temos em não permitir que
esse brilho se extinga. Assim como a característica natural da luz é brilhar,
novo dever cristão é praticar o amor e a correta conduta crista entre os
homens (Mt 5.15,16). Comunicar a Palavra de Deus é deixar a luz brilhar,
como também o é viver segundo as Escrituras diante dos homens.

2.2 Não se pode esconder uma luz. Jesus deixou bem claro que a luz foi
criada para iluminar, e isto não pode acontecer se ela estiver escondida. A
instrução divina é que possamos reluzir e se fazer conhecidos em todos os
segmentos, pois quando restringimos a dimensão de nossa vida espiritual
somente aos limites dos cultos ou de nossos lares, estamos escondendo o
que deveria ser amplamente apresentado (At. 5.42). Devemos observar bem o
que Jesus está dizendo, pois podemos estar apenas pregando para nós
mesmos, e com isso, estamos limitando o alcance do potencial que nos foi
oferecido por Ele. Devemos ampliar nossas fronteiras (Rm 15.20).

Subsidio do professor: A luz que há em nós é manifestada pelas nossas boas


obras praticadas diante dos homens. Ao verem nossas obras os homens
glorificam a Deus (Mt 5.16). Fomos chamados para ser como um farol da
verdade do Evangelho. A luz de Cristo que está em nós não deve jamais ser
ofuscada. Somos chamados a influenciar o mundo por intermédio da
frutificação e do anuncio do Evangelho de Cristo, que é o poder de Deus (Jo
15.16, 17.18, 23, Rm 1.16). É através daquilo que fazemos e anunciamos que
Cristo é glorificado. Não podemos ficar calados, devemos anunciar em todo o
tempo (2 Tm 4.2)

2.3 Cristo, nossa fonte de luz. Acerca de si mesmo, Jesus disse ser a luz do
mundo, a fonte de luz que jorra para todos (Jo 8.12). Assim como uma
lâmpada, naquele tempo, precisava de combustível para produzir luz, nós
dependemos da fonte e precisamos estar conectados a ela em todo o tempo
para poder manter a chama sempre acesa (Jo 15.5b). Jesus disse que não há
como ficarmos escondidos sendo luz, todos estão nos vendo, reparando
nossas atitudes e testemunho (Hb. 12.1). Somos como uma cidade sobre um
monte, cujo brilho chama a atenção de todos (Mt 5.14). O texto nos ensina
que é a nossa luz que “deve brilhar” e não “nós”. A luz que brilha em nós é a
vida compartilhada por Cristo.
Subsidio do professor: O discípulo de Cristo tem a incumbência de permitir
que os raios da luz circulem livremente sem obstruir o caminho da luz. Ao
levar a luz do Evangelho ao mundo, necessariamente temos de revelar coisas
que as pessoas preferem deixar escondido. A luz é desconfortável para
aqueles acostumados com o escuro (Jo 3.20).

Eu ensinei que: Não existe outro motivo para a existência da luz, a não ser
para que ilumine. Não existe outra forma de iluminar esse mundo de trevas a
não ser testemunhando.

3. Nossas responsabilidades como sal e luz. Existe uma perfeita harmonia


entre o sal e a luz. Porém, num gesto muito elegante e amoroso, Jesus nos
advertiu acerca de nossa importância em mantê-los sempre ativos.

3.1. Tendes sal em vós mesmos. Com essa amorosa advertência, o Senhor
nos convida a priorizar nossa essência. Ter sal em si mesmo é julgar o
pecado primeiramente em nossas próprias vidas. Que honra existe em
ensinar outros a fazerem o que nunca fizemos? Ter sal é permitir que o
Espirito Santo e a palavra nos limpem e eliminem os elementos destrutivos
que existem dentro de nós (Sl 119.9, Mc 7.21-23). A palavra de Deus nos
limpa, nos traz paz e nos prepara da melhor maneira para a obra mais
importante para a qual fomos chamados neste mundo: anunciar o Evangelho
de nosso Senhor Jesus Cristo. Somos o sal da terra e nosso Deus espera que
exerçamos essa influência benéfica e purificadora, para manter o verdadeiro
caráter cristão e integridade (Mt 5.13).
Subsidio do professor: Jesus advertiu acerca do destino do “sal” que se torna
insipido. Ele disse que prestava apenas para se lançar fora e ser pisado pelos
homens (Mt 5.13). O que significa no reino espiritual o que o Senhor está
falando? Cremos tratar-se de uma serie advertência ser envergonhado e
depois descartado. O que torna o sal insipido? Não levar a serio advertências
de Jesus em não romper com os padrões que devemos combater. Onde o sal
penetra deve haver alterações.

3.2 Quem pratica a verdade vem para a luz. Observemos que a mesma
advertência dada ao sal, também foi dada a luz. Se o sal pode perder o sabor,
a luz também pode perder seu brilho (Mt 5.16). Duas coisas importantes
chamam nossa atenção: primeiro, os que praticam a verdade vem para a luz,
segundo, quem é luz deve ser exemplo da verdade. Essa é a nossa
responsabilidade para com aqueles que nos observam (Jo 3.21). Que
influencia pode ter uma lamparina apagada na escuridão? Assim também é a
vida de um cristão sem o brilho da graça divina em sua vida. Cuidemos para
que nossas lâmpadas não se apaguem como as das cinco virgens loucas (Mt
25.8). A ausência da luz na vida de um cristão pode significar várias coisas,
inclusive, uma vida de trevas (2 Co 6.14).
Subsidio do professor: Vir para a luz nada mais é do que assumir aquilo que
realmente somos: filhos da luz. Antes vivíamos num mundo de trevas, sem
qualquer aprovação divina, éramos filhos da ira, estávamos condenados à
punição divina. Mas o Senhor, com seu grandioso amor, nos transportou de
um reino de trevas para o reino da sua maravilhosa luz. Por esse motivo,
andar na luz é o nosso caminho diário (Ef. 5.8, 1 Jo 2.6)

3.3 Sal e luz, uma perfeita combinação. Enquanto o sal serve para dar sabor
onde penetra, a luz deve, por sua vez, iluminar o ambiente onde a escuridão é
predominante. Como seria um mundo sem sal e sem luz? Somente assim
podemos compreender a importância do que Jesus falou acerca de nossa
posição nesse mundo. O sal impede e interrompe a corrupção, essa é nossa
responsabilidade, impedir que o mal avance, e como luz, devemos
compartilhar a verdade, mostrando o caminho de Deus aos perdidos. Ser sal e
luz é uma questão apenas de identidade, é isso o que Jesus disse que somos
(Mt 5.13). Somos veículos por meio dos quais a luz brilha, para que os
homens tenham fome e sede de Cristo e possam conhecer o caminho.
Subsidio do professor: A figura do sal e da luz suplementam-se entre si.
Sendo sal, o cristão faz brotar na pessoa que está na escuridão, o desejo e a
sede de ser algo diferente, e como luz, ele lhe mostra como essa sede pode
ser satisfeita. Como sal e luz, podemos tanto despertar o apetite, quanto
satisfê-lo. Jesus nos chamou para exercer influência por onde passamos. Ele
nos nomeou para que déssemos frutos (Jo 15.16). Como sal impedimos a
propagação do mal, e como luz, promovemos a verdade e a salvação.

Eu ensinei que: Existe uma perfeita harmonia entre o sal e a luz. Porém,
Jesus nos advertiu acerca de nossa importância em mantê-los sempre ativos.

Conclusão. Ao dizer que somos sal da terra e luz do mundo, Jesus não
somente revelou a responsabilidade que temos nesse mundo, ressaltou,
também, as virtudes que acrescentou na vida de todos nós.
LIÇÃO 5 – 31/7/2022

A justiça moral e ética do reino de Deus

TEXTO ÁUREO
“Porque o fim da lei é Cristo para justiça de todo aquele que crê” Romanos
10.4

VERDADE APLICADA
O que distingue o autêntico discípulo de Cristo é um viver que expressa, em
todas as suas dimensões, a mudança interior operada pelo Espirito Santo e a
Palavra de Deus.

OBJETIVOS DA LIÇÃO
Ensinar acerca do significado da lei.
Mostrar o que era ser um escriba naquele tempo.
Apresentar a justiça de Cristo.

TEXTOS DE REFERÊNCIA
MATEUS 5
17. Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas, não vim ab-rogar, mas
cumprir.
18. Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem
um jota ou um til se omitira da lei sem que tudo seja cumprido.
19. Qualquer, pois, que violar um destes menores mandamentos, e assim
ensinar aos homens, será chamado o menor no reino dos céus, aquele,
porém, que os cumprir e ensinar será chamado grande no reino dos céus.
20. Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e
fariseus de modo, nenhum entrareis no reino dos céus.
LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA / Dt. 6 O fim da lei é a obediência.
TERÇA / Sl 65 Louvor a Deus pelas bênçãos recebidas.
QUARTA / Jr 9.23-26 É tempo de conhecer o Senhor.
QUINTA / Os. 10.12-15 É tempo de buscar o Senhor.
SEXTA / Mt 5.17-20 O cumprimento da lei e dos profetas.
SÁBADO / Rm 14.13-23 A liberdade e a caridade

HINOS SUGERIDOS – 18, 175, 513

MOTIVOS DE ORAÇÃO
Ore para que sua vida expresse a mudança interior operada pelo Espirito
Santo e pela palavra.

ESBOÇO DA LIÇÃO
Introdução
1. Entendendo os preceitos da lei.
2. Os escribas e a lei.
3. Jesus Cristo e o cumprimento da lei.
Conclusão

INTRODUÇÃO
Qual é a justiça que Deus aceita? Qual é a relação dos ensinamentos de
Jesus com a lei? Jesus responde a essas perguntas com afirmações
categóricas ao confrontar a interpretação legalista e externa dos fariseus.

PONTO DE PARTIDA
Cristo cumpriu o que era impossível ao homem.

1. Entendendo os preceitos da lei


Além de estabelecer um novo período na interpretação da lei em Israel, Jesus
afirmou que a lei em Israel, Jesus afirmou que a lei é tão importante que nem
sequer o menor detalhe escrito deixara de se cumprir (Mt 5.17,18).

1.2 O que é uma lei e para que ela serve? Lei é um sistema de regras, que
são criadas e executadas por meio de instituições sociais ou governamentais
para regular comportamentos. As leis foram criadas para organizar a
sociedade e por consequência a civilização, estabelecendo o que cada
indivíduo poderia ou não fazer. Eram as leis que determinavam o que era
certo e o que era errado (Rm 8.20b). Em suma, as leis tentam prevenir ou
reprimir certos comportamentos por meio da punição, para que haja equilíbrio.
Infelizmente, lei alguma pode mudar o coração humano, mesmo com a
ameaça de punição, porque o problema da natureza humana não pode ser
resolvido por padrões externos. Por isso, Cristo apresentou uma nova forma
de vida, onde tudo começa no interior do coração humano (Jr 31.33, Mc 7.21).

Subsidio do professor: Os escribas e fariseus defendiam uma justiça artificial e


exterior baseada nas interpretações que eles mesmos davam ao mandamento
divino. A justiça que Jesus descreve, porém, é verdadeira e essencial, ela
começa no interior do coração de cada seguidor. Jesus foi mais além. Ele
apontou a origem de todos os males: o pensamento e vontade dos homens,
onde se maquinam e ativam os atos que levarão a cabo (Mt 7.21-23). Cristo
mostrou uma forma de vida, não somente como declarado em sua
mensagem, mas na forma em que Ele mesmo agiu. Ele mostrou que é
possível viver em harmonia com Deus e com os demais.

1.3 O caráter fundamental da lei divina. A lei sempre foi o espelho que
protegeu os homens para que não fossem consumidos pela gloria de Deus.
Devido a natureza pecaminosa do ser humano, este fico impedido de ter
acesso á presença de Deus devido à sua santidade (Is 59.2, Rm 3.23). Foi
mediante a revelação da lei que a humanidade teve um conhecimento mais
ampliado acerca da santidade de Deus (Lv 19.2, 20.7). Nisto entendemos que
o pecado não é pecado apenas porque prejudica a sociedade ou um de seus
membros, ou alguém que o identifica com a santidade de Deus, e tudo aquilo
que não tem vínculo com a santidade de Deus é pecado.

Subsídio do Professor: Visto que os homens só veem o reflexo da gloria divina


e tem apenas um reflexo de sua santidade, era necessário que Deus lhes
dissesse qual deveria ser sua conduta. Portanto, a lei revelou não apenas a
santidade divina, mas também os requisitos de um Deus santo para aqueles
que desejam andar em comunhão com Ele. Ser santo é um pre-requisito de
todo aquele que deseja aproximar-se de Deus. Ele demanda santidade a
todos aqueles que desejam viver para lhe agradar (Lv 20.26).

1.3 As exigências da lei. A lei continha uma absoluta exigência, de modo que
se .alguém guardasse toda a lei, mas violasse um mínimo ponto, pela lei era
culpado e deveria ser sentenciado (Tg. 2.10). O Dr. Pentecost comentou:
“Ninguém por si mesmo poderia alcançar a santidade de Deus, nem andar
nos preceitos divinos de modo que se tornasse aceitável a Deus”. Os escribas
conheciam perfeitamente as exigências divinas tocantes à conduta dos justos,
todavia, admitiam não poder atingir esse padrão. Daí criaram um sistema que,
em essência, burlava as exigências da lei, possibilitando aos homens atingir
um conjunto de padrões substitutivos, nos quais declaravam que se alguém
vivesse segundo a interpretação que eles davam à lei, seria aceitável a Deus.
Mas eram fardos pesados que nem eles mesmos carregavam (Mt 15.7-9,
23.1-5)

Subsidio do professor: O proposito original dos escribas era o de conhecer a


lei, preservá-la e encorajar o povo a cumpri-la. Infelizmente, as coisas saíram
dos trilhos e suas leis humanas obscureceram a essência da palavra de Deus.
Por fim, o que era para ser preservado foi anulado por causa das tradições
que haviam transmitido (Mc 7.13). As coisas ficaram tão ruins que os
regulamentos e tradições que os escribas acrescentaram à lei foram
considerados mais importantes do que a própria lei. Ao longo do tempo, eles
se tornaram profissionais em explicar a letra da lei, ignorando o espirito que
havia por trás dela.

Eu ensinei que: Jesus afirmou que a lei é tão importante que nem sequer o
menor detalhe escrito deixara de se cumprir.

2. Os escribas e a lei
Na época de Jesus, o que constituía a verdadeira religião e o verdadeiro
sérvio a Deus para o judeu ortodoxo era a lei dos escribas.

2.1. Os escribas e suas funções. Para os hebreus, o escriba era o copista das
Sagradas Escrituras e, mais tarde, interprete da lei. O trabalho dos escribas
era considerado muito amplo e importante, e eles eram vistos como
professores. Posteriormente, quase todas as nações começaram a ter
escribas e esse trabalho tornou-se essencial tanto econômica quanto
religiosamente (Ed 7.1-6, Ne 8.1-8, Lc 5.17)
Subsidio do professor: No inicio, os próprios sacerdotes eram escribas (Ed.
7.1-6). No entanto, grande importância foi atribuída ao conhecimento da lei
por todos os judeus, aqueles que estudaram e receberam boa formação
ganharam o respeito do povo, e com o tempo esses estudiosos formaram um
grupo independente. Por esta razão, no tempo de Jesus, a palavra “escribas”
designava instruídos na lei. Eles faziam do estudo sistemático e da explicação
da lei sua ocupação. Eles foram contados entre os mestres da lei ou os
versados nela (Lc. 5.17, 11.45).
2.2 A diferença entre o escriba e o fariseu. Os escribas e fariseus quase
sempre são mencionados um ao lado do outro, mas embora os escribas
pertencessem ao grupo dos fariseus, eles não eram os mesmos (Mt 5.20,
12.38, Mc 7.1, Lc 5.21, 11.53). As principais diferenças entre escribas e
fariseus são as seguintes: os escribas se encarregavam de redigir
documentos importantes, os fariseus se encarregavam de representar a
nação, os escribas eram intelectuais encarregados dos serviços de secretaria,
os fariseus conheciam as leis e se encarregavam da instrução oral. Os
escribas registravam e mantinham contas financeiras, os fariseus cuidavam
dos negócios. Os escribas davam mais importância ao culto e à
intelectualidade, os fariseus eram ligados à religião e suas doutrinas.

Subsidio do professor: Os escribas geralmente pertenciam à seita religiosa


dos fariseus, pois esse grupo reconhecia as interpretações ou “tradições” dos
escribas, que com o tempo se tornaram um labirinto desconcertante de regras
e técnicas minuciosas. Havia escribas que eram do partido dos fariseus (At
23.9). Os escribas eram os encarregados de elaborar as normas e
regulamentos. Os fariseus, cujo nome significa “separados”, eram os que se
separavam de toda atividade comum para dedicar-se a observar todas estas
regulamentações e estatutos.

2.3 Os escribas e a interpretação da lei. William Barclay informa que os


escribas já estavam em evidencia desde o retorno do cativeiro babilônico (Ed
7.6, 11,21, Ne 8.1-8). Eles, durante muitas gerações, transmitiram a lei de
maneira oral, e esta foi conservada de geração a geração de escribas. Para o
judeu ortodoxo dos tempos de Jesus, a obediência a Deus envolvia a
observância de milhares de regras e estatutos legalistas, consideravam
literalmente essas meticulosas disposições como questões de vida ou morte,
que tinham a ver com seu destino eterno. Eles acreditavam que o que não
estava claro na lei, deveria estar implícito, e, por um procedimento logico de
dedução, criaram milhares de regras, estatutos e regulamentos, essa era a lei
dos escribas (Mt. 5.20).
Subsidio do professor: Essa casta de especialistas na lei se dedicou a reduzir
os princípios da lei, convertendo-os em milhares de regras humanas. Com o
passar do tempo, os escribas se deixaram corromper pela vaidade e pela
ganancia, e passaram a dar mais importância às próprias interpretações dos
mandamentos de Deus do que ao texto das Escrituras. Algumas
interpretações dos mandamentos de Deus do que ao texto das Escrituras.
Algumas interpretações eram totalmente ridículas. Como, por exemplo, o que
se diz ao cumprimento do sábado. Tornou-se proibido até pentear os cabelos
ou curar alguém (Lc 13.14).

Eu ensinei que: Na época de Jesus, o que constituía a verdadeira religião e o


verdadeiro serviço a Deus para o judeu ortodoxo era a lei dos escribas.

3. Jesus Cristo e o cumprimento da lei. A fé cristã era, nos primeiros anos da


igreja, percebida como uma nova religião, que buscava derrubar a lei
ancestral dos judeus. Mas Jesus, de maneira intrigante, afirmou que não veio
para ab-rogar a lei, e, sim, para cumpri-la (Mt 5.17).

3.1. Jesus não veio anular a lei. Em vez de eliminar o que Deus havia
revelado sobre sua vontade para seu povo nas Escrituras Hebraicas, o
propósito de Jesus para seu ministério terreno é resumido na formula: “eu vim
para cumpri-los” (Mt 5.17). A ideia de “cumprimento” vai além da obediência
(ou seja, guardar a lei), embora a inclua. Indica que Jesus não só cumpre
certas funções antecipadas, mas também que sua interpretação das
Escrituras completa e esclarece o propósito de Deus por meio da lei. Tudo o
que o Antigo Testamento pretendia comunicar da parte de Deus sobre a
vontade, as esperanças e o futuro para a humanidade, encontra o seu
significado mais completo em Jesus (Rm 10.4).
Subsidio do professor: É possível que alguns tenham visto o anuncio de Jesus
sobre a vinda do reino como se Ele estivesse começando uma nova obra que
se chocava com as Escrituras do Antigo Testamento. Mas Jesus declara de
maneira categórica que não veio para anular a lei e os profetas (Mt 5.17). A
expressão “não pense” apresenta a resposta de como Jesus não era contrario
à lei. Ele não veio abolir a lei, veio interpretá-la, porque aquilo que os escribas
tinham como lei, eram suas próprias interpretações, por isso Jesus era tao
antagônico a seus ensinamentos (Mt 7.12).

3.2 Jesus afirmou que toda a Escritura se cumprirá. Jesus afirma que
“Enquanto o ceu e a terra existirem, nem um jota, nem um til passara da lei
ate que tudo seja cumprido”. Ou seja, embora a criação inteira pudesse deixar
de existir, o que Deus disse nas Escrituras é muito mais permanente do que
isso. Em seguida, exorta seus ouvintes a não violarem o mandamento, nem
mesmo o menor, seja por ignorância ou egoísmo, interpretando mal ou
manipulando o significado de um texto vinculativo e ensinando outros a
fazerem o mesmo. Este seria chamado menor no reino, enquanto o que
“cumpre e ensina” será chamado grande (Mt 5.18,19).
Subsidio do professor: Jesus declara com eficácia a autoridade obrigatória
das Escrituras. Visto que Ele não veio para “anular” a lei e os profetas, mas
para cumpri´-los (Mt 5.17). Seus discípulos não devem “anular ou violar” os
mandamentos, mas, sim, praticá-los e ensiná-los (Mt 5.19).

3.3 A justiça do reino. Os escribas e fariseus eram considerados os mais


piedosos de todos os partidos politico-religiosos devido ao seu rigoroso estudo
e ensino da lei (Lc 18.9-14). Eram as pessoas mais importantes na sociedade
judaica e, portanto, Jesus estava dizendo que a nossa justiça que o Senhor
requer de seus servos? A que vem do coração, não de atos exteriores.
Nenhum homem pode entrar no reino de Deus por conta própria (Sl 49.7,8). A
grande benção da graça divina é que através do Espirito Santo, o Senhor
coloca sua lei em nosso coração (Jr 31.33). Somente aquele que experimenta
o novo nascimento pelo Espirito Santo tem condições de cumprir tal
ordenança (Mt 5.20).
Subsidio do professor: O que Jesus quer mostrar é que a justiça do Reino não
se baseia no cumprimento de normas pré-estabelecidas que devem ser
seguidas à risca para se garantir alguma bondade da parte de Deus. A justiça
do reino é uma justiça que se baseia somente na fé e, nesse sentido, há uma
mudança na perspectiva de seu significado. Justo não é mais aquele ou
aquele que se adequa às normas, antes, aqueles que se voltam para Deus e
têm suas vidas transformadas por meio desse encontro.

Eu ensinei que: Jesus não veio para ab-rogar a lei, e, sim, para cumpri-la.

Conclusão. Cristo cumpriu o que nenhum outro homem poderia cumprir. Nele
fomos justificados, não por obras, mas por seus méritos. Aquilo que era
impossível ao homem, agora se tornou possível na pessoa de Cristo (Hb
10.14-18).
LIÇÃO 6 – 7/8/2022

Os cuidados com a intenção do coração

TEXTO ÁUREO
“Sobre tudo o que deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem
as saídas da vida”. Provérbios 4.23

VERDADE APLICADA
Devemos cuidar bem de nosso interior, não permitindo que nosso coração
seja a sede de sentimentos avessos à vontade de Deus.

OBJETIVOS DA LIÇÃO
Ensinar como Deus nos vê interiormente.
Destacar o modelo ideal de um servo de Deus.
Mostrar como agir diante das pressões inimigas.

TEXTOS DE REFERÊNCIA
MATEUS 5
21. Ouvistes que foi dito aos antigos: Não mataras, mas qualquer que matar
será réu de juízo.
22. Eu, porém, vos digo que qualquer que, sem motivo, se encolerizar contra
seu irmão, será réu do juízo, e qualquer que disser a seu irmão: Raca, será
réu do sinédrio, e qualquer que lhe disser: Louco, será réu do fogo do inferno.
44. Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos
maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e
vos perseguem.
45. Para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus, porque faz que o
seu sol se levante sobre maus e bons, e a chuva desça sobre justos e
injustos.
LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA / Sl 14.1 A corrupção do homem.
TERÇA / Mt 5.17-48 O cumprimento da lei e dos profetas.
QUARTA / Rm 12.9 O amor não seja fingido.
QUINTA / Ef 4.26 Irai-vos e não pequeis.
SEXTA / Fp 2.5-11 Exortação à humildade.
SÁBADO / Tg 1.20 A ira do homem não opera a justiça de Deus.

HINOS SUGERIDOS – 75, 156, 422

MOTIVOS DE ORAÇÃO
Ore a Deus pelo fortalecimento da nossa alma.

ESBOÇO DA LIÇÃO
Introdução
1. As atitudes do coração humano.
2. Confrontando as impurezas da alma.
3. Construindo pontes.
Conclusão

INTRODUÇÃO
Jesus apresenta exemplos de como as tradições e interpretações superficiais
dos fariseus haviam corrompido os ensinos da lei e dos profetas.

PONTO DE PARTIDA
Devemos cuidar bem do nosso interior.
1. As atitudes do coração humano. Esta parte do Sermão da Montanha traz
uma serie de parágrafos acerca das exigências da lei. Em cada caso, Jesus
corrige a artimanha, enquanto realça os princípios espirituais e morais do
reino.

1.2 Combatendo a raiz do mal. A intepretação dada por Jesus não era nada
comum naqueles dias. Para os escribas e fariseus, não cometer homicídio era
cumprir de modo integral o sexto mandamento (Ex 20.13, Dt 5.17). Porém,
Jesus foi além. Para Ele a proibição incluía pensamentos e palavras, a cólera,
os insultos, e, também, o próprio homicídio. Aos olhos de Deus, o criminoso
era tanto o que cometia o assassinato, quanto aquele que abrigava e
alimentava ira contra o irmão, e o que cometia adultério era tão culpado
quanto aquele que em seu coração abrigava pensamentos impuros (Mt
5.21,22). A questão não era a atitude externa, mas principalmente o que
desejava o coração.

Subsidio do professor: Jesus ensinou que os pensamentos são tão


importantes quanto os fatos, tudo se resume em que não era suficiente não
praticar uma ação pecaminosa, era não alimentar o desejo de cometê-la.
Jesus foi além porque afirmou que o homem não será julgado apenas por
suas ações, mas, sim, e ainda mais, pelos desejos pecaminosos cultivados no
íntimo, mesmo que esses desejos jamais tenham chegado a transformar-se
em ação. Os padrões do mundo julgam apenas os atos exteriores, não são
capaz de ver aquilo que há por trás do ato. Deus não vê como o homem, Ele
vê aquilo que está no coração (1 Sm 16.7).

1.3 O autocontrole vence a ira. Todos somos capazes de sentir raiva ou


indignação, isso é inevitável. Isso pode acontecer em qualquer situação. No
entanto, devemos sempre vigiar e procurar conter essa perigosa paixão
dentro de nós (Ef 4.26). John Stott disse: “Nem toda ira é maligna...e até
mesmo os seres humanos pecadores podem, às vezes, sentir a ira justa.
Contudo, sendo pecadores, devemos assegurar que até mesmo esta ira justa
seja tardia em aparecer e rápida em desaparecer”. Os olhos de Deus, aquele
que se ira contra seu irmão, sem motivo, está sujeito a julgamento como se
houvesse cometido homicídio (Mt 5.22a). A justiça esperada dos filhos de
Deus não consiste apenas em evitar o assassinato, mas em eliminar a ira de
nossas relações pessoais.

Subsídio do Professor: Os grandes pensadores pagãos compreendiam


perfeitamente a estupidez da “ira”, Cicero dizia que uma pessoa irada era
incapaz de fazer-se inteligente ou agir de maneira justa. Seneca descreveu a
ira como “uma loucura passageira”. É importante ter em mente que ninguém
que queira chamar-se “cristão” pode “perder o equilíbrio e a razão” quando de
algum modo for ofendido pessoalmente. A bíblia ensina claramente que não
devemos abrigar a ira em nós (Tg. 1.20, Cl 3.8).

1.4 O peso das palavras ofensivas. Jesus repudia dois tipos de atitudes. O
primeiro caso era chamar o irmão de “Raca”, uma palavra que muda o sentido
de acordo com o tom de voz (Mt 5.22). A ideia aqui é o desprezo. Chamar
alguém de “Raca” era considerar como um idiota sem miolos, alguém
imprestável e nulo. Este termo depreciativo era muito ofensivo porque
eliminava a identidade da pessoa e a despojava do significado vinculado ao
seu verdadeiro nome. O segundo caso era chamar de louco, “Moros”, termo
usado para um retardado moral, o homem que vive de maneira imoral e,
portanto, desejaria que não houvesse Deus (sl 14.1). O primeiro caso deve
ser entregue ao Sinedrio para julgamento, o segundo será reu do fogo do
inferno (1 Jo 3.15).

Subsidio do professor: Jesus fala de dois casos em que a “ira” guardada no


coração se manifesta com palavras ofensivas. A ira, o insulto e o xingamento
são manifestações exteriores de uma atitude interior do coração. Ele quis
dizer que o pecado da ira que não é apaziguado é mau, e, quando atinge o
completo desprezo e começa a ser expresso em palavras, é ainda pior (1 Jo
3.15). Jesus nos ensina o quanto é grave destruir a boa reputação do próximo
e como Deus vê e pune os que tais coisas fazem.

Eu ensinei que: Esta parte do Sermão da Montanha traz uma série de


parágrafos acerca das exigências da lei. Em cada caso, Jesus corrige a
artimanha, enquanto realça os princípios espirituais e morais do reino.

2. Confrontando as impurezas da alma. O sermão segue e Jesus destaca a


importância de estarmos em paz com Deus e as pessoas, fala sobre o
adultério e como deve ser a palavra de um servo cristão.

2.1. A oferta deixada no altar. Jesus mostra como é inútil ofertar a Deus
quando não estamos em paz completa como os nossos semelhantes. Ele
deixa claro que todas as vezes que abrigamos em nosso coração algum tipo
de ressentimento, nossas ofertas não terão valor algum diante de Deus. O
ponto central é pedir perdão, ficar livre de qualquer ressentimento e depois
voltar e ofertar com paz no coração (Mt 5.23,24). É claro que nem sempre
conseguiremos nos reconciliar com todos ou chegar a um acordo, mas, como
filhos de Deus, devemos fazer a nossa parte, e sempre tentar, até mesmo
quando somos ignorados (Rm 12.18).

Subsidio do professor: às vezes nos perguntamos por que temos a sensação


de que o céu está de bronze em nossas orações, e por que tal barreira entre
nós e Deus, é bem possível que nós mesmos sejamos a causa de tal barreira.
Jesus deixou claro que não podemos esperar boas respostas do céu quando
nutrimos ressentimentos e ódio contra nossos semelhantes. Ser aceito por
Deus exige que também estejamos em paz uns com os outros, De outro modo
não acontecerá nada em nossos altares (Rm 12.18, Hb 12.14).

2.2 A cobiça no coração e o adultério. É possível um homem olhar para uma


mulher, admirar sua beleza e não ter pensamentos lascivos após isso. O
homem que Jesus descreve olha para a mulher com o proposito de alimentar
seus apetites sexuais interiores, como um substituto para o ato sexual em si
(Mt 5.27,28). Não é uma situação acidental, mas um ato planejado. Isso vale
tanto para o homem quanto para a mulher. A impureza sexual nasce dos
desejos do coração e só existe uma maneira de evitar que o pecado possa ter
ocasião em nossas vidas, crucificando a carne (Gl 5.16-24, 1 Jo 2.16).

Subsidio do professor: Jesus põe em vigor que aos olhos de Deus é culpado
tanto o que comete o ato proibido, quanto o que cultiva o desejo de cometê-lo.
O segredo é não alimentar esses desejos lascivos em nosso interior. O
adultério não nasce do acaso. Tiago deixa claro que somos atraídos e
engodados por nossa própria cobiça carnal (Tg. 1.14,15). O pecado deve ser
tratado de maneira decisiva e rápida. Sua remoção deve ser imediata (Mt
5.29,30).

2.3 Os juramentos. Sob as leis do Antigo Testamento era permitido que as


pessoas fizessem juramento para provar uma afirmação ou promessa
importante. Os juramentos ou votos ajudavam as pessoas a permanecerem
fieis aos seus compromissos. (Lv.19.12, Nm 30.2). Porém, na época de Jesus,
os fariseus usavam vários tipos de artificio para se esquivar da verdade, e o
juramento era um deles (Mt 5.34-36). Jesus apresenta o modelo ideal de um
servo de Deus. Aquele cujo caráter é tão confiável e verdadeiro que não
precisa dar garantias de que sua palavra ira se cumprir, aquele que apenas
um “sim” ou “não” é suficiente (Mt 5.37)
Subsidio do professor: Jesus vai à essência do proposito da lei quando diz
que os discípulos não devem jurar “de forma alguma”. Para Ele, a simples
palavra de um discípulo deve ter a mesma confiança de um documento ou
contrato assinado. Se a natureza humana não fosse má, não haveria a
necessidade de juramentos. O homem verdadeiramente bom não precisara
jurar para que outros confiem nele, a veracidade de suas palavras e a firmeza
de suas intenções não necessitam de tal garantia (Mt 5.37).

Eu ensinei que: Jesus destaca a importância de estarmos em paz com Deus


e as pessoas, fala sobre o adultério e como deve ser a palavra de um servo
cristão.

3. Construindo pontes. Jesus nos ensina de maneira pratica como proceder


diante das pressões inimigas. Seu objetivo é criar uma oportunidade para que
o inimigo se converta à verdade do Reino de Deus.

3.1. Fugindo do ressentimento. A missionaria cristã Amy Carmichael disse:


“Nada que alguém nos faça pode causar-nos dano, a menos que nos
submetamos a uma reação errada”. Não é exatamente o que alguém faz
contra nós que nos prejudica, mas a maneira como reagimos diante delas (Mt
5.38-42). É evidente que não podemos controlar o que as pessoas fazem,
mas como cristãos podemos controlar nossas reações. É natural revidarmos
imediatamente quando somos ofendidos, às vezes, reagindo com um golpe
ainda maior do que o recebido. Jesus nos ensina que devemos estar
preparados para sofrer sem responder com vingança (Rm 12.17).
Subsidio do professor: A lei dizia: “Amaras o teu próximo como a ti mesmo”
(Lv 19.18). Mas os escribas além de omitirem as palavras: “como a ti mesmo”,
ainda acrescentaram: “odiaras o teu inimigo” (Mt 5.43). Para eles “o próximo”
era apenas um outro judeu, colocando todas as demais pessoas na categoria
de inimigos. Para Deus, nosso “próximo” inclui o nosso inimigo. Todo ser
humano é nosso próximo. Nesse sentido foi que Jesus apresentou aos
discípulos um padrão bem mais abrangente de amor.

3.2 O amor pelos inimigos. Assim como Deus nos amou e nos reconciliou com
Ele quando éramos ainda seus inimigos, Ele espera que façamos da mesma
forma (Rm 5.10). Jesus espera que vivamos nesse mundo em um nível bem
mais elevado do que aqueles que não são cristãos. Nosso amor produz uma
atmosfera de bênçãos que tanto aproxima, quanto torna mais fácil transformar
os inimigos em amigos. Amar nossos inimigos é reproduzir em nós mesmos
uma das características essências de nosso Criador (Mt 5.45). Jesus nos
convida a sair do círculo daqueles com os quais nos identificamos para nos
interessar pelos de fora e demonstrar uma afeição sobrenatural (Mt 5.46,47)
Subsidio do professor: Nosso maior exemplo em amar aqueles que nos
odeiam, nos criticam e afirmam ser nossos inimigos é Jesus Cristo. Ele viveu
este princípio radical e se tornou um exemplo vivo para seus seguidores (1 Pe
2.20-25). Ele amou tanto que deu sua vida pelos pecadores (Rm 5.8). Nossa
grande missão como discípulos de Jesus Cristo não é amar aqueles que nos
amam ou de nosso círculo íntimo. É amar indistintamente, tanto ao que
merece, quanto os que não merecem.

3.3 Sede perfeitos como o vosso Pai. O termo “perfeito”, usado em Mateus
5.48, vem da palavra grega “teleios”, que significa: fim, meta, proposito ou
objetivo. Refere-se à nossa integridade e maturidade como filhos de Deus.
William Barclay nos diz que esse termo destacava o homem quando
alcançava a plenitude de sua estatura física, em oposição ao moço ou o
menino que não esta ainda desenvolvido. Uma coisa é “teleios” se ela realizar
o proposito para a qual foi criada; um homem é “perfeito” se cumprir o
proposito para o qual Deu o criou e enviou ao mundo.
Subsidio do professor: O ensino de toda a Bíblia é que somente alcançarmos
a plenitude de nossa humanidade quando nos assemelhamos a Deus, essa é
a meta final (1 Jo 3.2). A cada dia devemos crescer para alcançar essa
plenitude e a única coisa que pode nos assemelhar a Deus é viver um amor
incondicional, aprendendo a perdoar como Ele perdoa e a amar como Ele
ama, e isso só poderá acontecer quando estivermos praticando intensamente
os ensinamentos de Cristo (Mt 7.24).

Eu ensinei que: Jesus nos ensina de maneira pratica como proceder diante
das pressões inimigas. Seu objetivo é criar uma oportunidade para que o
inimigo se converta à verdade do Reino de Deus.

Conclusão. As atitudes do coração são o adequado fundamento e fonte das


ações externas. O coração devidamente enraizado em Jesus e edificado
sobre Ele, produzirá bons frutos e resistira às tempestades da vida (Mt
7.20,25)
LIÇÃO 7 – 14/08/2022

A coerência entre a vida interior e a pratica externa

TEXTO ÁUREO
“E tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como ao Senhor, e não
aos homens”. Colossenses 3.23

VERDADE APLICADA
É preciso ter sempre em mente que Deus está atento às nossas orações
ações e motivações e que nada está encoberto diante dele.

OBJETIVOS DA LIÇÃO
Ensinar que Deus sabe a intenção do nosso coração.
Mostrar a pretenciosa oração dos hipócritas.
Apresentar a forma correta do jejum ensinado por Jesus.

TEXTOS DE REFERÊNCIA
MATEUS 6
01. Guardai-vos de fazer a vossa esmola diante dos homens, para serdes
vistos por eles, alias, não tereis galardão junto de vosso Pai, que está nos
céus.
02. Quando, pois, deres esmola, não faças tocar trombeta diante de ti, como
fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos
homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão.
05. E, quando orares, não sejas como os hipócritas, pois se comprazem em
orar em pé nas sinagogas e às esquinas das ruas, para serem vistos pelos
homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão.
LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA / Sl 139.1-6 A onipresença e a onipotência de Deus.
TERÇA / Mt 23.13-30 Jesus censura os escribas e fariseus.
QUARTA / Lc 18.1-8 A parábola do juiz iniquo.
QUINTA / 1 Co 13 A suprema excelência da caridade.
SEXTA / Ef 6.6,7 Não devemos servir para agradar aos homens.
SÁBADO / 1 Ts 2.4 Deus prova os nossos corações.

HINOS SUGERIDOS – 2, 5, 526

MOTIVOS DE ORAÇÃO
Ore para que possamos aprender a ofertar, orar e jejuar corretamente.

ESBOÇO DA LIÇÃO
Introdução
1. A justiça operada pela falsa motivação.
2. A pretenciosa oração dos hipócritas.
3. A prática do jejum.
Conclusão

INTRODUÇÃO
Jesus menciona três ações comuns a todo cristão: dar aos necessitados,
jejuar e orar. Em todos os três casos, Ele nos leva a meditar sobre a intenção
do coração: se fazemos para sermos vistos e elogiados pelos homens ou por
fé e amor a Deus.

PONTO DE PARTIDA
Devemos agradar a Deus e não aos homens.

1. A justiça operada pela falsa motivação


Jesus condenou a atitude hipócrita de homens que, sob o disfarce de glorificar
a Deus, buscavam a gloria para si mesmos.

1.1 Agradando a Deus e não aos homens. Jesus chama a atenção sobre a
maneira disfarçada de servir ao próximo, que não basta apenas fazer algo
bom. Mas algo cuja intenção do coração esteja centrada em Deus (Pv 14.33).
Ele destaca a diferença entre fazer as coisas para ser visto e elogiado pelos
homens ou movido pelo amor e pela fé em Deus (Mt 6.1). O grande
ensinamento aqui é que a motivação é tão importante quanto a ação. Uma
boa ação deve ser precedida por uma boa motivação para que seja eficaz
para os outros e para aqueles que a oferecem. Qualquer motivação que não
seja o amor, não terá sentido ou valor algum para Deus (1 Co 13.3, Ef 6.6,7, 1
Ts. 2.4)

Subsidio do professor: Jesus espera que realizemos “obras de justiça” não


para entrar no reino ou para ganhar uma posição especial diante do Pai, mas
como atos deliberados para conformar a expressão externa de nossas vidas
ao trabalho realizado por Deus dentro de nossos corações (Cl 3.23). Quando
doamos qualquer coisa para uma pessoa ou para a obra de Deus, pensando
em fazer o melhor para Deus, em gratidão por tudo que o Senhor tem feito por
nós, expressamos em atitudes a transformação já realizada em nossas vidas
(Mt 11.29)

1.2 A verdadeira e a falsa piedade. Jesus traça um paralelo entre a


verdadeira e a falsa piedade, que é apenas hipocrisia. Os hipócritas eram
verdadeiros atores. Eles se apresentavam para serem vistos e aclamados
pelo povo. Na declaração feita por Jesus vemos manifesta a verdadeira
atitude de seus corações. Eles não ofertavam ao povo porque eram apenas
generosos, eles o faziam para receber honra da parte daqueles a quem
ofertavam. Suas boas obras tinha uma única finalidade: o reconhecimento
público. Jesus disse que esse tipo de atitude produz apenas o
reconhecimento humano e que, ao soarem as trombetas para que fossem
notados pelos homens, já haviam recebido aqui mesmo seus galardoes (Mt
6.1,2)

Subsídio do Professor: A palavra grega usada por Mateus é “hypokritai”, ela


aparece nos versículos 2,5 e 16. Era um termo usado no teatro grego e
denota o ato por trás de uma máscara. Em Mateus 23.13-30, Jesus usa a
mesma palavra e ideia em várias descrições da piedade dos fariseus. Ele
define o ensino farisaico e a piedade como “hipocrisia”. Eles agiam de modo
mascarado para ganhar o favor do povo, e não como um ato genuíno de
adoração a Deus em rendição incondicional.

1.3 Ofertando em secreto. Jesus apresentou como pode haver uma


motivacao falsa diante de uma atitude aparentemente sã. Revelou também
que existe por parte de Deus uma recompensa para aqueles que doam
pensando em fazer o melhor para Deus e para seu semelhante (Mt 6.2,3).
Jesus disse que o secreto revela o secreto. Disse que o Pai vê aquilo que
secretamente fazemos e a forma como fazemos. Declarou que ao fazermos
apenas para Ele, e não para sermos vistos pelas pessoas, Ele nos
recompensará publicamente. Ou seja, o efeito que os hipócritas buscavam
alcançar agindo de modo errôneo, Deus nos oferece gratuitamente quando
agimos de boa vontade para com o próximo (Mt 6.3).

Subsidio do professor: Jesus ensina, assim, que o “pai” está observando e


valoriza mais a qualidade de nosso serviço e não tanto a quantidade. Para
Deus, a intenção é fundamental. Devemos ter em mente que estamos
tratando com um Deus que perscruta o coração e sabe todas as coisas (sl
139.1-16). O que realmente é importante para Deus é a natureza dos motivos.
Não existe galardão algum quando realizamos a obra divina por motivos
egoístas ou para causar boas impressões diante das pessoas, pois a
verdadeira justiça deve fluir de nosso interior (Mt 6.1).

Eu ensinei que: Jesus condenou a atitude hipócrita de homens que, sob o


disfarce de glorificar a Deus, buscavam a gloria para si mesmos.

2. A pretenciosa oração dos hipócritas


A segunda ação mencionada por Jesus é a oração, cujo foco está na
intimidade e na comunhão com Deus. Ele assinala que a oração pode deixar
de ser um verdadeiro ato de devoção e se tornar uma forma de hipocrisia
quando o ato externo esconde motivos corruptos (Mt 6.5).

2.1. A maneira incorreta de orar. Jesus ensina que toda oração autentica deve
ser dirigida a Deus. Quando chegava a hora estabelecida para a oração, os
judeus piedosos deixavam o que estavam fazendo e oravam. Isso poderia ser
feito discretamente ou com uma exibição pretensiosa. Algumas pessoas
buscavam estar em um lugar onde suas presenças fossem notadas, como a
sinagoga ou a esquina de uma praça. Nestes casos, a motivação interior
dessas orações publicas era o reconhecimento e o elogio de sua devoção, o
qual carece de valor diante de Deus (Mt 23.5-7). Esta classe de oração
hipócrita também recebe a mesma recompensa que as esmolas: o louvor do
povo. Em contraste, Jesus orienta seus discípulos a orarem em secreto (Mt
6.5,6).
Subsidio do professor: Em contraste com a ostentação publica por parte dos
hipócritas, Jesus recomenda que procuremos um lugar privado, secreto, onde
somente Deus nos observe. O fato de eles orarem neste ou naquele lugar, ou
em pé, não era tão importante, sua instrução era para que seus discípulos não
orassem como os hipócritas, cujo objetivo era chamar a atenção e o aplauso
da multidão (Mt 6.5, 23.3). Eles não apenas oravam na rua, mas andavam
para chegar à esquina das ruas mais importantes bem na hora definida para
orar. Como grandes atores, eles fizeram das ruas e sinagogas seus “teatros”
(Mt 23.7).

2.2 Orando ao Pai em secreto. A oração deve ser caracterizada por sua
simplicidade. Aqui somos informados de que a oração é um assunto que diz
respeito apenas a nós e a Deus. Jesus falou para entrar no quarto, fechar a
porta e orar ao Pai que está em secreto (Mt 26.6). Essa é a maneira correta
de chegar-se a Deus em oração. Desta forma, o cristão expõe sua fé,
devoção, confiança e amor diante de Deus e é recompensado pelo Senhor.
Da mesma forma que Jesus apresenta uma recompensa para aquele que dá,
apresenta ao que ora. As vitorias que se materializam no mundo físico sempre
passam por um período secreto na presença de Deus (Hb 11.6).

Subsidio do professor: Jesus estabelece a grande regra para a oração.


Insiste em que toda autentica oração deve ser oferecida a Deus. A falha das
orações dos judeus que Jesus criticava é que tinham o propósito de serem
vistas pelos homens (Mt 6.5). A oração secreta foi o diferencial na vida de
muitos avivalistas do passado. Homens como: William Seymor, Hudson
Taylor, John Wesley, Charles Finney, Moody, Jonathan Edwards, Gunnar
Vingren e Daniel Berg, tinham a mesma coisa em comum, a oração. Seus
momentos em secreto revelaram um Deus poderoso, salvador e envolvente.

2.3 Orando sem vãs repetições. Nos versículos 7 e 8, Jesus aponta uma
pratica ineficaz e inaceitável para Deus na oração: a repetição vã. A razão é
que oramos a um Deus que já sabe tudo e esta predisposto para nos ouvir e
ajudar. Jesus não proíbe a repetição de uma oração. Ele orou três vezes no
Jardim do Getsemani essencialmente a mesma oração e elogiou a
persistência em oração (Lc 18.1-8). Jesus se refere às palavras “vãs” (sem
sentido). O Pai conhece todas as nossas necessidades, esse já é um forte
incentivo para orar com mais frequência e com mais confiança. Deus
estabeleceu a oração para oportunizar ao ser humano estreitar
relacionamento com o Senhor, ensinar-nos sobre a dependência e a
relevância da fé e confiança (Tg 4.8).
Subsidio do professor: Segundo William Barclay, era impossível aos rabinos
chegar-se a Deus se o coração não estivesse em atitude de oração.
Estabeleciam que para uma autentica oração era necessária pelo menos uma
hora de preparação silenciosa e particular, e uma hora de meditação depois.
Mas o sistema judeu de oração se prestava a ostentação e a hipocrisia,
porque o coração do homem se encheu de vaidade. Jesus alertou os
discípulos acerca dessa maneira errada e estabeleceu que a oração dirigida
ao Pai de modo correto, além de proveitosa é totalmente gratificante (Mt 6.5-
8).

Eu ensinei que: A oração pode deixar de ser um verdadeiro ato de devoção e


se tornar uma forma de hipocrisia quando o ato externo esconde motivos
corruptos.

3. A pratica do jejum. O jejum sempre foi uma pratica importantíssima para a


vida espiritual do povo de Deus, por isso Jesus critica os líderes religiosos e
ressalta sua verdadeira motivação (Mt 6.16-18).

3.1. O jejum que agrada a Deus. Tal qual as esmolas e a oração, o jejum dos
lideres religiosos era apenas um espetáculo de sua suposta piedade, ao fingir
dor, tristeza e abnegação. Era um verdadeiro show para atrair a atenção das
pessoas (Is 58.2, Mt 6.16-18). Em contraste, os discípulos do Reino devem
fazê-lo de acordo com os princípios bíblicos, não para serem vistos pelas
pessoas. Devem evitar toda ostentação, todo desejo de aparentar algo que
não representa a verdade. Deve praticar sua piedade com alegria, com a
intenção de agradar ao Pai e trazer gloria ao seu nome. Somente assim
receberá a recompensa que Deus reserva para os fiéis. Em último caso, todo
crente tem a sincera opção entre duas alternativas: ser um hipócrita e receber
o aplauso do mundo ou ser autêntico e receber a recompensa de Deus.
Subsidio do professor: A hipocrisia não somente nos priva de nosso caráter,
nos priva também de nossas recompensas espirituais (Mt 6.16). Ao buscar o
louvor superficial dos homens, deixamos de lado a eterna aprovação de Deus.
Oramos, mas não obtemos resposta. Jejuamos, mas nosso interior não é
aperfeiçoado. Assim, a vida espiritual se torna vazia e inerte. A hipocrisia nos
conduz a perder nossa tanto a influência espiritual, quanto as bênçãos que
aqui e quando Cristo voltar. Assim eram os fariseus, uma influência negativa,
que corrompiam e destruíam tudo aquilo que tocavam (Mt 23.13,15).

3.2 A privacidade no ato de jejuar. Da mesma forma que ajudar os


necessitados e orar, o jejum também deve ocorrer na privacidade do coração
do discípulo (Mt 6.17,18, Lc 2.37). Visto que o jejum requer autocontrole
rigoroso, é uma tentação importante comunicar sutilmente nossos esforços ou
vitorias aos outros. Embora isso possa ser feito de maneira inocente, Jesus
nos avisar que revelar nosso jejum pode se tornar uma forma perigosa de
orgulho e autoengano espiritual (Jn 3.5). O individual trata com o particular de
cada um, o coletivo visa sempre encorajar a igreja a concentrar-se na obra de
Deus, pedir direcionamento, expressar a tristeza pelo pecado, a buscar o
perdão na comunidade. Em todos os casos, Jesus alertou para a privacidade
do coração.
Subsidio do professor: O jejum é um sinal de compromisso com Deus,
quebrantamento e plena consciência de que somos dependentes. Essa
pratica deve surgir como fruto natural da presença do reino na totalidade da
vida de cada discípulo. Quem encontrou o reino compreendera que o reino se
mostra de maneira concreta em uma vida piedosa e comprometida. A acao
dos discípulos deve ser privada, mas a acao de Deus será revelada em plena
luz para mostrar que o reino tem operado em secreto por meio do ministério
dos discípulos. Em Cristo a verdadeira piedade opera em secreto, sendo
manifestada por Deus numa ação salvifica, visível e publica (Mt 6.17,18).

3.3 A maneira correta de jejuar. Não podemos considerar que a aparência de


miserabilidade é automaticamente sinônimo de espiritualidade. Os fariseus
desfiguravam o rosto e apresentavam uma expressão abatida a fim de
suscitar elogios, isso contrariava todo o propósito do jejum (Mt 6.16). Jejuar
nunca foi um meio de chegar-se a Deus para barganhar ou se tornar
merecedor. O jejum tem como finalidade desviar nossos olhos das coisas
desse mundo e focá-los apenas nas coisas de Deus. É uma forma de
relacionar-se espiritualmente e de forma secreta com o Pai (Mt 6.17,18)
Subsidio do professor: Jejuar é um exercício espiritual para quebrantamento,
de domínio próprio, para priorizar as coisas espirituais e estreitar o
relacionamento com Deus. Quem jejua, o faz para si, porque Deus não muda,
nós sim. O jejum é a mortificação da carne através da abstenção de alguma
coisa, nunca deve ser feito em base de troca. Ou seja, darei isso para
conseguir isso, essa é uma maneira errada de fazê-lo. Quando jejuamos,
nosso espirito se fortalece e nos tornamos mais sensíveis para ouvir a voz de
Deus e discerni-la. Embora não seja uma pratica muito utilizada pelos cristãos
atuais, o jejum é de vital importância para nossas vidas (Mt 6.17,18).

Eu ensinei que: O jejum é uma pratica importante para a vida espiritual do


povo de Deus, por isso Jesus critica os líderes religiosos e ressalta sua
verdadeira motivação.

Conclusão. Todo aquele que passou pela experiência do novo nascimento,


ao praticar esmola, oração e jejum, deve fazer com todo o seu ser envolvido –
coração, mente e corpo – refletindo, assim, a fé, a devoção e o amor a Deus,
visando a gloria de Deus.
LIÇÃO 8 – 21/08/2022

O ensino de Jesus sobre a oração

TEXTO ÁUREO
“E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios, que pensam que,
por muito falarem, serão ouvidos”. Mateus 6.7

VERDADE APLICADA
Por intermédio da oração cultivarmos o relacionamento com Deus e
expressamos nossa dependência e interesse em glorificar o seu nome em
nosso viver.

OBJETIVOS DA LIÇÃO
Apresentar o modelo da oração do Pai Nosso.
Explicar a primeira parte da oração: Deus e sua gloria.
Mostrar as nossas necessidades e carências.

TEXTOS DE REFERÊNCIA
MATEUS 6
09. Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que estás nos céus, santificado
seja o teu nome;
10. Venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu;
11. O pão nosso de cada dia nos dá hoje;
12. E perdoa-nos as nossas dividas, assim como nós perdoamos aos nossos
devedores;
13. E não nos induzas à tentação, mas livra-nos do mal, porque teu é o reino,
e o poder, e a gloria, para sempre. Amem.

LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA / Sl 5.12 Deus aborrece os ímpios e abençoa os justos.
TERÇA / Sl 78.23,24 A salvação que Deus concedeu a Israel.
QUARTA / Ef 4.27-30 A santidade cristã.
QUINTA / Fp 4.6 Não estejais inquietos por coisa alguma.
SEXTA / Tt 3.4-7 1 Ts 5.17 Orai sem cessar.
SÁBADO / 1 Pe 5.7 Lançando sobre Deus toda a ansiedade.

HINOS SUGERIDOS – 126, 131, 459

MOTIVOS DE ORAÇÃO
Ore para que o Senhor nos ensine a achegar-se a Ele de modo correto.

ESBOÇO DA LIÇÃO
Introdução
1. A oração modelo dos discípulos de Cristo.
2. Deus e sua gloria.
3. Nossas necessidades e carências.
Conclusão

INTRODUÇÃO
Orar é conversar com Deus. Por intermédio da oração, louvamos o santo
Nome do Senhor, pedimos perdão por nossas falhas, agradecemos o que Ele
nos concede e faz por e em nós, e falamos como estamos nos sentindo (1 Ts
5.17)

PONTO DE PARTIDA
Orar é submeter à vontade de Deus.
1. A oração modelo dos discípulos de Cristo
A oração do Pai Nosso ensinada por Jesus está repleta de bons
ensinamentos acerca da pessoa de Deus, daqueles que o adoram e das
formas de achegar-se a Ele (Mt 6.9-13).

1.1 Ensina-nos a orar. Nos dois evangelhos onde o Pai Nosso é


mencionado, Jesus ensina a maneira correta de orar (Mt 6.9-13, Lc 11.2-4). A
relação com Deus, que segundo as crenças judias, regia tudo o que existe,
era algo muito delicado e por isso pediram a Jesus que lhes ensinasse a
forma correta de se dirigir a Deus, porque, segundo eles, só uma pessoa
muito próxima de Deus poderia saber a maneira correta de falar com Ele, e
Jesus era para eles essa pessoa. Com a oração do Pai nosso, Jesus rompe
com as rígidas atitudes que afastavam o homem de Deus e ensina um
caminho que facilita o diálogo com Deus, a quem Jesus chama de Pai.

Subsidio do professor: Os fariseus manipulavam tudo, até mesmo a oração.


Alem de fixarem padrões religiosos para o povo, eles descobriram um meio de
usar até mesmo a oração para se promoverem (Mt 6.5). Jesus era para seus
discípulos um modelo de como se comunicar com Deus e desejava que
fizesse da mesma forma. Assim, como todo bom mestre, Ele lhes deu um
modelo no qual pudessem acessar o Pai da mesma forma como acessava.
Enquanto os fariseus oravam para alcançar o favor dos homens, Jesus ensina
seus discípulos a buscarem em intimidade direta com o Pai (Mt 6.9-13).

1.2 A oração e sua ordem. A oração está dividida em duas partes: a


primeira metade se refere à gloria de Deus (Nome, Reino e Vontade) e a outra
metade trata de nossas necessidades e problemas pessoais. Deus é
proeminente, recebe o primeiro lugar, depois, então, é que vamos nos dirigir
para nossas necessidades e desejos. A primeira parte nos apresenta Deus
como um Pai, um Deus que tem um nome santo e que deseja que seu reino
se estabeleça na terra juntamente com sua vontade (Mt 6.9,10). A segunda
parte se ocupa das três necessidades essenciais do ser humano e das três
esferas do tempo nas quais o homem se move: pão, uma necessidade
presente para o sustento diário, perdão, que nos remete ao passado, ajuda na
tentação, onde a confiança do futuro repousa nas mãos de Deus (Mt 6.11-13).

Subsídio do Professor: Embora Jesus tenha dado a seus discípulos esse


modelo, isso não significa que esta seja a única maneira correta de orar. A
oração é um exercício que a cada dia nos aproxima mais de Deus em
intimidade e nos separa desse mundo pecaminoso. O princípio jamais
mudará, será sempre colocar a gloria de Deus em primeiro lugar, depois é que
lhe apresentamos quem somos e como estamos para que aja segundo sua
vontade. Orar é muito mais que buscar em Deus a solução de problemas e a
conquista de objetivos próprios. Devemos orar insistentemente, sabendo que
Deus também é um Pai, e como tal, sempre está disposto a atender o pedido
de seus filhos (1 Ts 5.17, Sl 5.12).

1.3 Do Pai para os filhos. Esse modelo de oração foi dado por Jesus Cristo
para combater as vãs repetições feitas pelos fariseus. A invocação inicial
começa com os discípulos chamando a Deus de Pai. Não era incomum os
judeus considerarem Deus como Pai de Israel, mas como Pai de indivíduos
numa relação especial era bastante inusitada. Esta experiência Pai e filhos
era característica da relação de Jesus com Deus.

Subsidio do professor: Esse modelo apresenta a oração como um instrumento


poderoso a oração como um instrumento poderoso para que a vontade de
Deus se realize na terra, não para realizar a vontade do homem no céu. O
propósito da oração é glorificar o nome de Deus e pedir ajuda para realizar
sua vontade na terra. Essa oração não começa com nossos interesses
pessoais, mas, sim, com pedidos que expressam nosso desejo em relação à
gloria de Deus: Seu nome, Seu reino e sua vontade. Jesus vontade é que
também nos tornemos tao íntimos quanto Ele foi, para que o mundo inteiro
creia que realmente somos filhos de Deus (Jo 17.21).

Eu ensinei que: A oração do Pai Nosso ensinada por Jesus está repleta de
bons ensinamentos acerca da pessoa de Deus.

2. Deus e sua gloria


A primeira parte da oração é seguida por três detalhes importantes: a
paternidade divina, o nome santo de Deus e o estabelecimento de sua
vontade (Mt 6.9,10).

2.1. “Pai nosso que estás nos céus”. Homens de Deus do Antigo Testamento
como: Noé, Abraão, Davi, jamais ousaram chamar a Deus de Pai. É em Jesus
Cristo que o relacionamento pai/filho e entre o Criador Santo e suas criaturas
pecadoras é celebrado de modo incrivelmente elevado e próximo: “Pai nosso”.
Nas palavras de John Stott: “Tratar a Deus como Pai reflete nossa
consciência acerca de um Deus pessoal, amoroso e poderoso”. Quando Ele
diz “nosso”, indica que Ele não é apenas o Pai de um ou outro, mas de todos.
Pelos méritos de Jesus Cristo passamos a compartilhar uma experiência de
família com Deus como Pai e com os outros como irmãos (Mt 5.9, 16, 22,23,
47,48, 6.1,6.8).

Subsidio do professor: “Pai nosso que estás nos céus” expressa uma relação
de intimidade e confiança (Mt 6.9b). Deus é um Pai a quem recorremos com
base em seu amor, não para apaziguar sua ira. “Pai nosso” indica a relação
filial que temos com o Pai por meio da fé pessoa no Filho. Os judeus, durante
o período do Antigo Testamento, conheciam a Deus como Pai (Dt 32.6, Sl
103.13, Is 63.16), porém, nunca no sentido íntimo e pessoal como agora na
era cristã. Também ao dizer “nosso” estamos reconhecendo que outros têm o
mesmo direito e acesso a Deus e que eles são nossos irmãos. Trata-se de
uma privilegiada benção poder chamar Deus de Pai, além de uma grande
responsabilidade (Mt 5.48).

2.2. Santificado seja o teu nome. Este Deus, a quem chamamos Pai, é
também o Deus a quem devemos nos aproximar com reverencia e adoração,
com temor e admiração. Deus é nosso Pai que está nos céus, e nele se
combinam o amor e a santidade. Santificado seja o seu nome é uma
expressão de reverencia que evita o excesso de confiança. Quando oramos
assim, expressamos o desejo de que o próprio Deus seja reverenciado e que
tudo o que denota e representa seu nome, seu próprio caráter e atributos,
sejam honrados entre os homens, sejam santificados em todo o mundo. Deus
revelou sua natureza sob nomes diferentes e Ele é tao inefável que um só não
expressa toda a sua grandeza e gloria (Dt. 32.3, Sl 135.1, Mt 6.9b).

Subsidio do professor: Os judeus tremiam diante do nome de Javé e


reverentemente usavam Adonai (Senhor). O nome e a pessoa de Deus são
inseparáveis no pensamento hebraico (Ex 3.13,14, Is 52.6). Profanar o nome
de Deus era profanar sua pessoa. Tal temeridade de semelhança paga foi
expressamente proibida no Decálogo (Ex 20.7). O sentido da oração é que o
nome de Deus seja tratado de maneira diferente de todos os outros nomes,
que lhe seja dada uma posição absolutamente única entre todos os nomes.
Esta petição contém o desejo de que Deus seja conhecido, honrado e
glorificado por todos os homens em toda a extensão de seu nome.

2.3 Venha teu reino, e seja feita a sua vontade. A oração ensinada por Jesus
inclui o estabelecimento do Reino aqui na terra, onde a vontade soberana de
Deus deve unir céus e terra (Mt 6.10). O Comentário bíblico pentecostal diz
que a expressão: “Venha o teu Reino” fixa o tom claramente escatológico,
orientando os ouvintes ao cumprimento do tempo do fim no estabelecimento
final do reinado de Deus no mundo. Requer o fim de toda instituição humana
que não esteja em conformidade com a vontade de Deus. Como filhos,
devemos nos interessar pelo programa divino: entronizar Jesus como Rei dos
reis e Senhor dos senhores (1 Tm 6.13-15). Nossa principal tarefa é estar
ocupados com aquilo que ocupa o coração de Deus: a exaltação de seu filho
(Mt 6.33)
Subsidio do professor: “Venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na
terra como no céu”, expressa o desejo pela realização do Reino de Deus em
forma absoluta na terra, assim como no céu. Deus revelou seu proposito
eterno, sua vontade na Bíblia e supremamente na pessoa de seu filho Jesus
Cristo. O súdito do Reino deve apresentar-se ao seu Rei todos os dias,
submeter-se à sua soberania e estar comprometido com o cumprimento de
sua santa vontade. Assim se concretiza o Reino de Deus entre os homens (Mt
6.10).

Eu ensinei que: A primeira parte da oração é seguida por três detalhes


importantes: a paternidade divina, o nome santo de Deus e o estabelecimento
de sua vontade.

3. Nossas necessidades e carências. A segunda parte da oração é seguida


por mais três detalhes importantes: a provisão de Deus, a pureza pessoal e a
proteção divina (Mt 6.11-13)

3.1. O pão nosso de cada dia. Orar pelo pão cotidiano é viver em total
confiança na provisão de Deus. Israel havia aprendido essa lição com o maná
do deserto. Todos os dias eles recebiam o maná, vindo direto da mesa de
Deus (Ex 16.1-10, Sl 78, 23-24). Aquele pão era suficiente apenas para um
dia, nem mais, nem menos. Assim como o maná era fornecido diariamente, os
discípulos também devem depender da provisão divina em cada dia. Jesus
advertiu seus discípulos a não se preocuparem demasiadamente com o
futuro. A melhor maneira de evitar a ansiedade é confiar que Deus proverá
pão para hoje e amanhã (Mt 6.34, Fp 4.6).
Subsidio do professor: Esta petição nos ensina a orar por nosso pão do dia
presente, nos ensina a orar por nosso pão do dia presente, nos ensina a viver
dia a dia, e não estar ansiosos pelo futuro distante e desconhecido. Nossas
necessidades podem variar de um dia para o outro. Podemos ter
necessidades físicas, mentais, emocionais ou espirituais. Mesmo assim, o
Mestre ensinou que devemos confiar que Ele vai suprir nossas necessidades
diárias (Mt 6.31,32). O princípio dessa oração está em viver cada dia na
certeza de que o Senhor estará sempre atento às nossas necessidades.
Precisamos muito praticar esse princípio, pois vivemos em um mundo
totalmente desesperado e ansioso (1 Pe 5.7).

3.2 O perdão de nossas dívidas. A oração nos ensina não somente a pedir o
pão diário, mas, também, o perdão diário. Isto significa que Deus está atento
não somente às nossas necessidades, mas também com a forma que
chegamos diante Dele para pedir. William Barclay: “A verdadeira oração é um
assunto de família (“Pai Nosso”)”. E se não existe entendimento entre os
membros da família, como podemos querer ter um bom relacionamento com o
Pai? O perdão diz respeito a comunhão: se não estamos em comunhão com
Deus, não podemos orar efetivamente. Nossa comunhão com Deus é
influenciada pela comunhão com os nossos irmãos, consequentemente, o
perdão é parte importante da oração (Mt 5.23-25).
Subsidio do professor: Uma vez que o perdão diz respeito à comunhão,
aquele que ora não pode ter pecado em seu coração. John Stott: “O perdão é
tão indispensável à vida e à saúde da alma como o alimento para o corpo (...)
O pecado é comparado a uma “divida”, porque merece o castigo. Mas quando
Deus perdoa o pecado, Ele cancela a penalidade e anula a acusação que há
contra nós.
3.3 Livrai-nos do mal. É impossível viver nesse mundo sem ser tentado. Até
Jesus passou por isso (Hb 4.15). Esse é um mal que não podemos evitar, até
mesmo por que a cobiça está dentro de cada um de nós por causa de nossa
natureza pecaminosa (Tg 1.14). Também devemos ter em mente que, embora
os anjos do Senhor acampem ao nosso redor para nos livrar do mal, o inimigo
sempre estará ao nosso derredor buscando uma brecha (1 Pe 5.8,9). Em todo
o tempo que estivermos aqui, seremos bombardeados com as ciladas astutas
de nosso adversário (Ef 6.11). A oração do Pai Nosso nos ensina que a cada
dia e a cada instante de nossas vidas devemos rogar pela proteção divina.

Subsidio do professor: A Bíblia nos ensina que neste mundo opera um poder
do mal e apresenta o mal como um poder ativo e pessoal que se opõe a
Deus. Devemos pedir em todo tempo que Deus nos livre do maligno e de suas
tramas ardilosas. Mas devemos ter a consciência de que muitos males que
nos advem são resultados de escolhas e decisões precipitadas ou
equivocadas da nossa parte (Pv 26.2). O Senhor Deus é poderoso para nos
livrar das investidas malignas, mas a Palavra de Deus diz para não darmos
lugar ao diabo (Ef 4.27).

Eu ensinei que: A segunda parte da oração possui mais três detalhes


importantes: a provisão de Deus; a pureza pessoal e a proteção divina.

Conclusão. O fato de Jesus ter cultivado uma vida de oração quando exercia
o ministério neste mundo e ensinado seus discípulos a orar, atesta a
necessidade e relevância da oração na vida do cristão. Oração é falar com
Deus. É relacionamento com o nosso Pai Celestial. É estarmos abertos para
Deus em confiança e louvor para recebermos o que Ele tem reservado aos
seus.
LIÇÃO 9 – 28/08/2022

O tesouro no céu, a candeia e a busca do reino

TEXTO ÁUREO
“Mas buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas
vos serão acrescentadas”. Mateus 6.33

VERDADE APLICADA
O cristão deve sempre propagar o reino de Deus e promover a justiça de
Deus por intermédio da evangelização e do amor ao próximo.

OBJETIVOS DA LIÇÃO
Ensinar que devemos ajuntar para a eternidade.
Devemos discernir entre o que é eterno e passageiro.
Listar as necessidades do Reino como prioridade.

TEXTOS DE REFERÊNCIA
MATEUS 6
19. Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem,
e onde os ladrões minam e roubam.
20. Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem
consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam.
21. Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração.
22. A candeia do corpo são os olhos, de sorte que, se os teus olhos forem
bons, todo o teu corpo terá luz.
23. Se, porém, os teus olhos forem maus, o teu corpo será tenebroso. Se,
portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grandes serão tais trevas!
LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA / Pv 4.27 Retira o teu pé do mal.
TERÇA / Pv 15.30 A luz dos olhos alegra o coração.
QUARTA / Is 51.8 A justiça do Senhor dura para sempre.
QUINTA / Mt 6.23-33 A ansiosa solicitude pela nossa vida.
SEXTA / Mt 15.7,8 A hipocrisia dos fariseus
SÁBADO / Lc 12.13-21 A parábola do rico insensato.

HINOS SUGERIDOS – 2, 77, 432

MOTIVOS DE ORAÇÃO
Ore a Deus por uma melhor compreensão dos tesouros celestiais.

ESBOÇO DA LIÇÃO
Introdução
1. As atitudes do coração humano.
2. Confrontando as impurezas da alma.
3. A busca pelo Reino de Deus e sua justiça.
Conclusão

INTRODUÇÃO
Jesus nos alerta sobre o valor das coisas espirituais em comparação com as
coisas materiais. Seu enfoque está na durabilidade e valor daquilo que
estamos juntando em nossa vida (Mt 6.19,20).

PONTO DE PARTIDA
Devemos buscar o Reino de Deus e sua justiça.
1. O tesouro no céu
Esta passagem nos ensina a colocar nossa confiança em Deus e não nas
coisas terrenas (materiais), como em todo o sermão, o “cerne” da questão é o
coração. Um coração puro buscará os tesouros celestiais (Mt 6.33).

1.1 Evitar supervalorizar aquilo que a traça pode destruir. O conteúdo das
palavras de Jesus não visa atingir diretamente a pobreza ou a riqueza.
Quando fala em acumular tesouros no céu, Jesus fala de não ter como
objetivo acumular riquezas terrenas que perecem. Sua instrução é para que
não venhamos cometer o absurdo de dedicar uma vida inteira por algo que é
perecível (Mt 6.19,20). Assim eram os fariseus. Eles usavam a religião para
ganhar dinheiro, seus corações estavam totalmente apartados de Deus (Mt
15.7,8, 16.4). No Oriente, parte da riqueza de qualquer homem consistia em
roupas custosas e luxuosas. Porém, estando guardadas, as traças vinham e
destruíam toda sua beleza e valor. Tesouros na terra não devem ser a cobiça
do cristão, pois são destrutíveis, vulneráveis (Lc 12.13-21, Tg 5.2,3).

Subsidio do professor: Os tesouros orientais incluíam roupas caríssimas,


muito finas, que facilmente eram destruídas por pragas e traças (Tg 5.2).
Jesus nos alerta a viver outra perspectiva, a da eternidade, que um dia iremos
desfrutar. Ele nos chama para investir no Reino (Mt 6.19,20). Nesse mundo,
corremos o perigo de estar mais apegados às mesmas coisas que nos
separam de Cristo, isto é, ser mais apegados às coisas materiais, às pessoas
ou a qualquer coisa que nos dê segurança ou prazer. Deus sabe que
precisamos de certas coisas para viver (Mt 6.32). Não é errado possuir coisas,
errado é permitir que as coisas nos possuam.

1.2 Evitar supervalorizar aquilo que a ferrugem pode consumir. A palavra


traduzida por “ferrugem” ou “mofo” significa literalmente “o que come”. O
termo é uma palavra geral para a ideia de “consumir”, que aponta não apenas
para uma ação destrutiva sobre os metais, mas para uma deterioração de
natureza mais ampla como plantações, vinhas e até dentes. William Barclay
acrescenta que no Oriente a riqueza de muitos homens consistia no grão de
uma colheita abundante, e que esses grãos eram armazenados em enormes
celeiros, onde, ao entrar carunchos ou roedores, se perdia o tesouro (Mt 6.19,
Lc 12.13-21). Jesus nos convida a encontrar de leite naquilo que o tempo e
sua capacidade de erosão são totalmente impotentes (Mt 6.20).

Subsídio do Professor: Tudo aquilo que é de valor para esse mundo, e que
vivemos para conquistar, jamais será duradouro ou estará completamente
guardado. Ao instruir seus discípulos a acumularem para os céus, Jesus deixa
claro que haverá uma vida após essa e que tudo aquilo que depositamos
daqui para lá, será utilizado quando lá estivermos. Essa é uma maravilhosa
perspectiva da eternidade, algo muito incomum de se ouvir em nossos dias (1
Co 15.19).

1.3 Evitar acumular onde ladroes minam e roubam. Na Palestina a maioria


das casas era feita de barro ou tijolo cru, e os ladrões podiam entrar fazendo
um buraco na parede, e ao entrar roubavam tudo o que podiam carregar.
Ninguém estava seguro, e por mais cuidadosos que fossem, não podiam
conservar seus tesouros (Mt 6.19,20). A traça, a ferrugem e os ladrões
representam aquelas forças que fazem os tesouros terrenos diminuírem em
valor e serem totalmente destruídos (Is 51.8). Jesus aponta um lugar seguro
onde devemos computar o saldo de nossas vidas futuras. Acumular tesouros
no céu é acumular boas obras diante de Deus, servindo a Ele com integridade
e amando ao próximo como a nós mesmos (Mt 22.37-40).

Subsidio do professor: Os judeus conheciam muito bem a frase “tesouros no


céu”. Identificavam esses tesouros principalmente com duas coisas: 1) Diziam
que as ações bondosas que alguém fazia no mundo, transformavam-se em
seu tesouro no céu; 2) Eles sempre relacionaram a expressão tesouros no
céu com o caráter. Tanto Jesus quanto os rabinos judeus sabiam que tudo o
que se acumula de maneira egoísta mais cedo ou mais tarde se perde. Mas o
que se oferece a outros com generosidade acumula para a vida eterna. Esse
foi o princípio usado pela Igreja Primitiva, que cuidava de todos aqueles de
quem ninguém se ocupava (At 2.44,45).

Eu ensinei que: Devemos colocar nossa confiança em Deus e não nas


coisas terrenas (materiais).

2. A candeia dos olhos


O discurso segue e agora Jesus fala acerca da visão, da capacidade de
discernir o que é de valor eterno do que não tem valor e é temporal. A visão
determina a direção e a qualidade de uma vida (Mt 6.22,23).

2.1. O olho bom. Aqui Jesus utiliza o olho em um sentido metafórico distinto,
referindo-se a uma lâmpada que ilumina a vida interior de uma pessoa. Ele
continua com o tema do “tesouro” aludindo ao “olho” como canal para a
pessoa interior: “Os olhos são a lâmpada de nosso corpo, é com eles que
iluminamos todo o nosso interior” (Mt 6.22). Quando o olhar é simples e mira
somente numa direção com clareza e atencao, então o corpo todo também
sera dirigido de forma correta e segura por eles. Isso significa que a
caminhada de fé se torna luminosa e límpida (Pv 15.30). Se o olho é bom, ele
se torna o canal que permite que o coração se encha com a luz do tesouro de
Deus.
Subsidio do professor: Na literatura judaica, havia uma conexão estreita entre
o coração e os olhos (Sl 19.8, Pv 15.30, 23.26, Jo 12.40). Já que o coração é
o verdadeiro depositário do tesouro divino, Jesus indica que, quando o olho
foca em algo de valor, torna-se o tubo que enche o coração com este objeto
(Mt 6.23). Um caminho bem ordenado depende de uma visão objetiva e direta.
O cristão não pode jamais caminhar com uma visão dividida entre alvos. Se a
mente estiver dividida, então seremos instáveis em nossos caminhos. A visão
desfocada e dupla resulta em movimentos confusos (Pv 4.25-27, Tg 1.8).

2.2 O olho mau. Da mesma forma que o bom olhar conduz ao tesouro divino,
o mau olhar pode fazer com que as trevas predominem sobre nossas vidas
(Mt 6.23). Jesus fala sobre a nossa capacidade de discernir o verdadeiro valor
das coisas, diz que os “olhos” são a lâmpada, não a luz do corpo. A palavra
traduzida por “bom” é “aplous”, que significa “são, sadio”, um olho sem
complicações em si mesmo. Por outro lado, Jesus usa a palavra mau,
“poneros”, que significa “má influência, destempero”. Esse tipo de olho vê as
coisas duplicadas espiritualmente, exerce má influência sobre o que o possui
e sobre as demais pessoas. Tudo pode ser obscuro para aquele que não
possui bons olhos (Pv 4.19)

Subsidio do professor: A palavra “mau” aqui conota a ideia de mal moral. No


mundo antigo, o “olho mau” é aquele que cobiça com inveja o que pertence a
outra pessoa, é um olho ganancioso, mesquinho. Esta expressão aparece de
forma semelhante em Mateus 20.15, onde a expressão literal “mau olhado”
indica inveja. Se os olhos de um discípulo se fixam em algum tesouro terreno
como seu valor, identidade e segurança terrena, seu coração também estará
cheio de trevas. Quando a vista é colocada em algo mau, o olho se torna o
canal pelo qual o mal enche o interior da pessoa.

2.3 Os donos do coração. As ideias de dois tesouros (Mt 6.19-21) e dos dois
olhos (Mt 6.22,23) nos preparam para o clímax da escolha entre dois mestres.
A tentação de adorar o deus do materialismo era bem conhecida no judaísmo
e Jesus foi direto com aqueles que desejavam segui-lo. “Não há como servir a
dois senhores”, Jesus nos chama a um compromisso incondicional, onde
vemos detestar ou rejeitar qualquer coisa que atrapalhe nosso vínculo com
Ele. Ele nos chama para uma entrega total (Mt 10.34-39, 12.30, Lc 14.26). O
materialismo pode escravizar nossa vontade. Não podemos servir a dois
senhores ao mesmo tempo. Ou Jesus Cristo é nosso Senhor, ou o dinheiro
(Mt 6.24).
Subsidio do professor: O maligno tem como atividade principal usar a idolatria
material para enganar os filhos de Deus. A avareza e a cobiça são suas
armadilhas favoritas. Jesus não proíbe o cristão de ser rico, mas, sim, de
entregar seu coração à riqueza. O acumulo de riquezas é uma ocupação tão
absorvente que, mais cedo ou mais tarde, o dinheiro escraviza as suas
vítimas e as leva a desprezarem a Deus. Por esse motivo Jesus assinalou que
ou estamos com Ele, ou contra Ele. Com Deus não pode haver lealdades
divididas.

Eu ensinei que: Devemos discernir o que pé de valor eterno do que não tem
valor e é temporal.

3. A busca pelo reino de Deus e sua justiça. Por recomendação do próprio


Senhor, o cristão deve ter anseio pelo Reino de Deus e por sua justiça. Ao
priorizarmos sua obra, Ele promete recompensar a nossa fidelidade em servi-
lo (Mt 6.33).

3.1. A prioridade de cada cristão. Buscar o Reino de Deus deve ser a


prioridade de cada cristão. Na lista de nossas prioridades, o conhecimento de
Deus e de seu plano salvador deve sempre vir em primeiro lugar. A vontade
de Deus é impregnar esse mundo com sua influencia benigna (Mt 6.10). O
buscar aqui não se resume em chegar-se a Deus para que alivie todos os
nossos fardos, necessidades, enfermidades ou preocupações. Jesus se refere
a um relacionamento, uma busca profunda que possa tanto nos fazer ver e
entender, quanto esclarecer para aqueles que andam em trevas (Lc 13.18,19).
Buscar o reino é esforçar-se para avançar na experiência e crescer em
aperfeiçoamento (Mt 5.48).
Subsidio do professor: Para que o reino de Deus avance, ele deve primeiro
crescer no coração de cada homem e mulher de fé. Se o coração desse
homem ou mulher de Deus não estiver preparado com as bênçãos do Reino
de Deus, então não pode ser de benção a outros no crescimento do reino. Em
termos práticos, se o coração de um crente não crescer em Cristo, então sua
influência será pequena. Sem frutos, o reino não cresce, não avança e não
seremos uma influência para o mundo.

3.2 A justiça do reino. A conjunção de reino e justiça constitui um tema


especial no Sermão do Monte (Mt 5.6, 10,20). Quando se trata de Deus, a
justiça é um dos atributos mais fundamentais de seu ser, que garante que
suas ações para com qualquer pessoa sejam de acordo com o que ela
merece. No que diz respeito ao ser humano, é o valor moral que inclina as
pessoas a agir e julgar, respeitando a verdade e dando a cada um o que é
devido. Os religiosos da época de Jesus conheciam toda verdade da lei, mas
exerciam uma falsa justiça, usando a religiosidade para enganar a pessoas. O
exercício da justiça envolve romper com todos os padrões mundanos e viver
uma vida disciplinada e regida pela Palavra de Deus (Cl 3.1,2).
Subsidio do professor: Jesus disse que nossa retidão como cidadãos do
Reino deve exceder a dos escribas e fariseus. Mas como nossa justiça pode
ser consistente com o que é exigido pelo Senhor? Permitindo que Ele se torne
o centro de nossas vidas e abrindo nosso coração para que a cada dia Ele
nos aperfeiçoe, transformando-nos conforme à sua imagem e semelhança. O
convite a buscar o reino e sua justiça é um chamado à obediência, a viver
uma vida de exemplos e ações que glorifiquem a Deus. A justiça do Reino é
diferente da justiça do mundo porque a única coisa que ela promove é a
pessoa de Deus (Mt 6.33)
3.3 A recompensa da prioridade. Ao listar a prioridade do reino Jesus fez uma
importante declaração para aqueles que são seus discípulos. “Ele disse que
cuidaria de todas as nossas necessidades”. Isto não significa que Ele nos
concederá todos os tipos de desejos ou coisas que nos agradam, diz que Ele
nos suprirá. Se Deus é nossa prioridade, Ele cuidará de nós. Como filhos de
Deus, somos chamados a depositar toda nossa fé, confiança e esperança
apenas nele. Nossas decisões devem girar em torno de Deus, e seu reino e
justiça devem ser sempre a prioridade de nossas vidas. Jesus diz para não
vivermos ansiosos quanto às nossas necessidades e pede que confiemos em
sua ação milagrosa (Mt 6.31-33).
Subsidio do professor: As necessidades podem corroer nosso estado de paz
e encher nossas vidas de ansiedade e preocupações, mas Jesus nos ensina
que não devemos nos preocupar por coisas como: o que comeremos ou com
que haveremos de nos vestir, porque a vida tem um valor mais alto e merece
ser dedicada a um proposito mais alto que a escassez de nossos haveres.
Confiar nunca foi fácil. Mas é preciso exercitar a fé, e a busca pelo
conhecimento é o caminho. A confiança nasce de um estado espiritual que
depende unicamente da entrega de nosso ser diante de Deus (Mt 6.26-33).

Eu ensinei que: Por recomendação do próprio Senhor, o cristão deve buscar


o Reino de Deus e sua justiça.

Conclusão. Faz parte do discipulado, o constante exercício em discernir os


tesouros do Reino, o cultivo de um viver puro e priorizar o Reino de Deus e a
sua justiça, confiando que o Senhor cuida de nós e provê o necessário para o
nosso bem-estar nesta terra.
LIÇÃO 10 – 4/9/2022

A solicitude da vida

TEXTO ÁUREO
“Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã
cuidara de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal”. Mateus 6.34

VERDADE APLICADA
Um viver com qualidade glorifica a Deus e inclui confiança em nosso Pai
Celestial e o priorizar o Reino de Deus e a sua justiça.

OBJETIVOS DA LIÇÃO
Ensinar que confiar em Deus é a arma contra a ansiedade.
Destacar o cuidado de Deus para com os seus.
Apresentar como podemos vencer a ansiedade.

TEXTOS DE REFERÊNCIA
MATEUS 6
25. Por isso, vos digo: não andeis cuidadosos quanto à vossa vida, pelo que
haveis de comer ou pelo que haveis de beber, nem quanto ao vosso corpo,
pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o mantimento, e o corpo
mais do que o vestido?
26. Olhai para as aves do céu, que nem semeiam, nem segam, nem ajuntam
em celeiros, e vosso Pai celestial as alimenta. Não tendes vós muito mais
valor do que elas?
27. E qual de vós poderá, com todos os seus cuidados, acrescentar um
côvado à sua estatutra?

LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA / Sl 8.3-8 Deus é glorificado nas suas obras.
TERÇA / Pv 14.12 Há caminho cujo fim são caminhos da morte.
QUARTA / Mt 16.8 Homens de pouca fé.
QUINTA / Rm 14.17 O Reino de Deus é justiça e paz.
SEXTA / Ef 3.20 Poderoso para fazer além do que pensamos.
SÁBADO / Fp 4.19 Deus supre as nossas necessidades.

HINOS SUGERIDOS – 4,5,36

MOTIVOS DE ORAÇÃO
Ore a Deus agradecendo a provisão e cuidados divinos.

ESBOÇO DA LIÇÃO
Introdução
1. Combatendo a ansiedade
2. A ansiedade para nada é proveitosa
3. Vencendo a ansiedade
Conclusão

INTRODUÇÃO
Mais uma vez o conselho divino nos instrui a confiarmos em Deus, pois Ele
nos ama e é poderoso para provê tudo o que necessitamos. Nesta parte do
Sermão da Montanha o Senhor trata da preocupação excessiva com as
coisas materiais (Mt 6.25).

PONTO DE PARTIDA
Deus tem cuidado dos seus.

1. Combatendo a ansiedade
O alvo principal dos princípios ensinados por Jesus Cristo é mostrar que a
ansiedade é desnecessária e que não devemos permitir que o afã do dia de
amanhã desequilibre a estrutura de nossas vidas.

1.1 Não andeis ansiosos. Antes de falar de ansiedade, precisamos entender


corretamente o que Jesus está proibindo ou não neste parágrafo. A ideia
central dos princípios ensinados por Ele diz respeito a não vivermos
distraídos, pois quando a mente humana vive em duplicidade, ela procura
seguir em duas direções ao mesmo tempo, resultando em confusão e certa
dose de sofrimento. A mente começa a admitir o pensamento interior de que a
vida consiste apenas em comer, beber e vestir-se. Esse é o tipo de atitude
daquele que serve a Mamom e não de um discípulo de Cristo (Pv 14.12, Mt
6.24,25). Jesus não está proibindo a prudência que faz provisão para o futuro,
está proibindo o afã, o angustiar-se pelo amanhã antes de saber o que ele
produzirá. O termo usado aqui é o grego “merimnan”, que significa preocupar-
se ansiosamente.

Subsidio do professor: Como seres humanos, a vida exige de nós certos


recursos básicos para podermos sobreviver, como roupas, comida, moradia
etc., que por sua vez exigem de nós uma certa capacidade econômica, que
nos leva a trabalhar e ganhar um salário. Tudo isso pode nos levar ao afã em
pagar por todas essas coisas e possivelmente nos preocupar com o amanhã.
No entanto, Jesus nos ensina a não vivermos ansiosos, mas a colocar toda a
confiança de nossas vidas naquele que não somente é o Criador de todas as
coisas, mas também aquele que supre todas as nossas necessidades (1 Pe
5.7).

1.2 A vida é mais que o mantimento. Champlin diz que a vida deve incluir
desejos e interesses que não abranjam apenas as coisas físicas. Esta vida
deve ser orientada pelos princípios espirituais do Reino de Deus e deve levar
em conta o verdadeiro destino e utilização da vida humana (Rm 14.17). Ao
afirmar que a vida é mais que o mantimento, Jesus não exige a absoluta
abstenção de uma e a exclusiva busca da outra. Ele está desafiando seus
seguidores a decidir o que terá o lugar mais alto em seus corações: comida,
bebida e vestimenta ou a justiça do governo do céu (Mt 5.6, 6.33). Mesmo
animais, como as aves, não são vencidos pela ansiedade, cabe ao homem,
como criatura feita à imagem do Criador, ter a obrigação de aprender a confiar
e depender de Deus, que o criou, assim como as demais criaturas.

Subsídio do Professor: Sendo a vida uma dadiva divina, não devemos jamais
imaginar que o Deus que nos deu tal dadiva não possua os meios pelos quais
sustenta-la. O ensino trata da ansiedade, da preocupação e dos medos
relativos ao nosso sustento. O que o Senhor atinge aqui é o investimento dos
cuidados primários de uma pessoa em como se manter respirando e os
insensatos temores associados com isso. Uma vida sem confiança em Deus
pode ser altamente desastrosa. Jesus diz que a vida é mais que o mantimento
e o corpo mais que o vestuário. A vida está em primeiro lugar, não as coisas
que necessitamos para mantê-la (Mt 6.33).

1.3 Olhai para as aves do céu. Jesus nos apresenta aqui mais um
importantíssimo princípio: o Pai cuida de suas criaturas. Ele se utiliza das
aves do céu para nos falar acerca do cuidado que o Pai tem com a nossa
alimentação. As aves não produzem, não cuidam da terra, nem guardam em
celeiros como nós, mas recebem gratuitamente o alimento que necessitam.
Jesus não está ordenando que fiquemos esperando cair do céu a nossa
provisão, não está encorajando a preguiça, nem falando conta nos
esforçamos em trabalhar para suprir as necessidades da vida (2 Ts 3.10). Ele
ensina que não devemos viver ansiosos. As aves não ficam ansiosas, pelo
amanhã (Mt 6.26a). As aves são criaturas, nós somos filhos. Aqui está toda a
diferença (Mt 6.26b).
Subsidio do professor: Se Deus nos deu a vida, certamente também nos dará
o alimento que necessitamos para seu sustento (Mt 6.25, Ef 3.20). Usando um
argumento típico de “menor a maior”, Jesus afirma que nós, os filhos, valemos
muito mais que as aves. Visto que nós, seres humanos, somos a coroa da
criação e seus mordomos, podemos confiar que o Pai cuidará
adequadamente de nossas necessidades (Sl 8.3-8). Quando os discípulos de
Jesus responsavelmente se conformam com o modo de vida que Deus lhe
ordenou, Ele cumpre fielmente a sua parte do compromisso (Mt 6.33).

Eu ensinei que: O alvo principal dos princípios ensinados por Jesus Cristo é
mostrar que a ansiedade é desnecessária e que não devemos permitir que o
afã do dia de amanhã desequilibre a estrutura de nossas vidas.

2. A ansiedade para nada é proveitosa


O único efeito que a ansiedade pode produzir em nossas vidas é torna-la
inoperante e negativa. Devemos confiar em Deus, pois se Ele prove para o
que é passageiro, como não proverá para o que é eterno? O Deus que nos
deu a vida, também promete sustenta-la enquanto vivermos.

2.1. A vida não permite acréscimos. De maneira muito convincente, Jesus


afirma que mesmo com todos os cuidados que venhamos ter com a vida, ela
em nada pode ser acrescentada porque o plano de Deus é inalterável (Mt
6.27, Lc 12.26). A medida de um côvado equivale a cerca de meio metro, e é
usualmente utilizada como unidade para distancia, não para tempo. Em
linguagem popular o exemplo teria a conotação de “esticar” a vida um pouco
mais. Eis o motivo pelo qual Jesus diz que não devemos ficar ansiosos,
porque a ansiedade não é fecunda, nada acrescenta, não produz resultados
positivos (Lc 10.41).
Subsidio do professor: Há limites para tudo na vida e não faz sentido algum
gastar nossas energias e sobrecarregar nossas emoções quando já fizemos
tudo o que está dentro de nosso controle. Muitas vezes, nossos temores são
de catástrofes imaginarias, mas mesmo quando a fonte de nosso medo é real,
toda a nossa agitação não adianta nada contra as coisas que não podemos
mudar, servindo apenas para roubar a nossa capacidade para o bem que, de
outro modo, poderíamos fazer. Como no caso dos pássaros e dos lírios, Deus
cuidara do que não podemos cuidar (1 Pe 5.7).

2.2 A ansiedade é cega. Pessoas ansiosas são incapazes de enxergar as


lições que a própria natureza oferece. Ao falar acerca da preocupação com
aquilo que devemos vestir, Jesus apresenta os lírios e a erva do campo, em
comparação com o vestuário humano (Mt 6.27,28). O Senhor veste as flores
com tão rara beleza que está além da capacidade humana imitar, como não
cuidara de seus filhos amados? O Senhor nosso Deus dispensa tanto
cuidado, sabedoria e tempo a uma pequenina flor quanto às grandes coisas
de sua criação (Sl 55.22).
Subsidio do professor: As flores tinham um período de vida relativamente
curto antes de serem atiradas no forno. As flores secas não prestavam para
nada a não ser para serem usadas como combustível no preparo do pão,
apesar disso Deus as vestia com uma beleza que nem mesmo Salomão
conseguiu imitar. O argumento de Jesus é: se Deus dá beleza a uma flor, de
vida tão curta, não devotara maior cuidado a seus filhos humanos? Aquele
que é generoso o bastante para esbanjar beleza numa flor efêmera,
certamente não se esquecera de nós, os seres humanos, a obra suprema da
criação de Deus (Mt 6.30).

2.3 A ansiedade é incrédula. Ao dizer que seus discípulos são homens de


“pequena fé” (Mt 6.30), Jesus aponta uma deficiência na fé, não sua ausência,
e segue propondo um argumento fundamental contra a ansiedade. A
ansiedade, diz Ele, é característica dos pagãos e não de quem conhece a
Deus tal qual Ele é (Mt 6.32). A ansiedade por parte de um súdito do Reino é
inadequada, pois desonra seu Pai celestial. Tal desconfiança é compreensível
em um pagão, que acredita em deuses egoístas, caprichosos e imprevisíveis,
porém não se pode aceitar nos que aprenderam a chamar a Deus de Pai.
Deve haver uma diferença entre os discípulos do reino e os pagãos.
Subsidio do professor: Um “gentio ou pagão” tem muito motivo para sentir
ansiedade sobre a vida e o sustento para ela (Mt 6.32). A ansiedade é uma
característica própria do incrédulo, é por esse motivo que a ansiedade é
incompatível com a fé que professamos. Jesus censura a preocupação como
desastre para nós mesmos e desonra para Deus. Como Pai Celestial, sabe
das coisas de que necessitamos, até mesmo antes de lhe pedirmos. Somos
culpados de sermos “homens de pequena fé” (Mt 8.26, 14.31, 16.8), se
deixamos de acreditar no seu amoroso cuidado e provisão.

Eu ensinei que: O único efeito que a ansiedade pode produzir em nossas


vidas é torna-la inoperante e negativa.

3. Vencendo a ansiedade. Jesus falou acerca de importantes princípios com


os quais podemos eliminar a preocupação de nossas vidas. O Senhor
conhece as nossas necessidades, ordena que priorizemos seu reino e
vivamos bem a cada dia.

3.1. O Pai conhece as nossas necessidades. Esse é um princípio


importantíssimo para nossas vidas, pois se Deus sabe de tudo o que
necessitamos, não existam motivos para um viver ansioso de nossa parte (Mt
6.32b). É possível que um pai natural e terreno, mesmo tendo conhecimento
das necessidades de seus filhos, não os sustente, mas Deus jamais faria isso.
Em toda a Escritura somos ensinados acerca da bondade e fidelidade de
nosso Pai Celestial (Sl 34.8, 113.5). Nele podemos esperar confiantes. O
Deus Todo poderoso, Criador, age com justiça e retidão para com suas
criaturas, por ser sábio, conhece perfeitamente do que necessitamos, e, por
ser totalmente bom e poderoso, provê essas coisas aos que nele confiam e
esperam (2 Sm 22.31, Sl 125.1).
Subsidio do professor: Devemos ter em mente que Deus é nosso Pai. Essa é
a diferença entre aquele que serve a Deus e aquele que não serve (Ml 3.18).
Jamais estaremos alheios ao cuidado e conhecimento de Deus. Ele não
apenas conhece nossas necessidades físicas, mas também está interessado
em toda a nossa vida. Está disposto a guiar-nos dia a dia. Temos um Pai que
sabe tudo e jamais nos encontraremos fora do raio da ação de sua solicitude.
Deus sempre antevê as nossas necessidades e se importa conosco mais do
que nos importamos com nossos filhos (Is 49.15,16).

3.2 Estabelecendo prioridades. Este deve ser o objetivo de cada cristão,


buscar o reino e não a gloria pessoal ou objetivos egoístas (Mt 6.33). A
questão referente a “sua justiça” deve ser compreendida em relação ao modo
de vida justo proposto por todo o sermão. A aceitação da vontade divina e o
propósito de pô-la em ação em nossas vidas é a primeira maneira de derrotar
a preocupação. Sabemos muito bem, por nossa própria experiência, como um
grande amor pode eliminar de nossa mente qualquer outro interesse e
preocupação (Lc 16.13a). Tal amor pode ser capaz de inspirar o trabalho,
intensificar o estudo, purificar a vida, dominar a totalidade do ser. A convicção
de Jesus é que quando Deus se torna o poder dominante de nossas vidas,
toda ansiedade desaparece.
Subsidio do professor: A busca do reino de Deus e de sua justiça garante, por
si mesma, o recebimento daquilo de que precisamos para nossas
necessidades, conhece nossas limitações humanas e sabe que não
viveremos nesse mundo sem preocupações. O que nos pede aqui é que
tenhamos a busca do reino como prioridade, porque podemos em
determinado ponto ser escravizados pelas coisas desse mundo (Mt 6.33).
Quando o filho de Deus faz da busca das coisas materiais o alvo de sua vida,
ao ponto de ser por elas escravizado, sua vida está fora de centro.
3.3 Basta a cada dia o seu mal. Nesse último princípio, Jesus nos afirma
como a preocupação pode ser derrotada, quando aprendemos a arte de viver
um dia de cada vez (Mt 6.34). Jesus recomenda a cada filho seu que enfrente
cada dia sem preocupar-se com um amanhã que poderá não acontecer (Pv
27.1). Esta é a razão de nossos dias terem apenas horas e não períodos
maiores, seria doloroso demais para nós lidarmos com tanta pressão. A vida
crista é uma jornada diária, com suas lutas, derrotas e vitorias, não existem
reservas para o futuro. Da mesma forma que Jesus nos ensina a orar pelo
pão de cada dia e assim estar sempre na dependência do Pai, também nos
pede que vivamos a cada dia em paz e confiança em sua provisão (Sl 68.19).
Subsidio do professor: Fazendo um apelo ao bom senso, Jesus explicou que
aquilo com que nos preocupamos hoje pode nem chegar a acontecer amanhã,
portanto, teremos desperdiçado tempo e energia. Precisamos conservar essa
energia, porque o dia de amanhã cuidara de si mesmo. Quando nos
preocupamos com o futuro, estamos apenas aumentando os cuidados de
hoje. Toda a ansiedade sobre o que o amanhã vai nos trazer não muda os
acontecimentos, pois o amanhã trará as suas próprias preocupações. Os
cuidados de hoje são suficientes, portanto, deixemos que Deus cuide deles.
Devemos confiar a Ele as situações de hoje, sem nos preocuparmos com o
amanhã (Mt 6.34).

Eu ensinei que: O Senhor conhece as nossas necessidades, ordena que


priorizemos seu reino e vivamos bem a cada dia.

Conclusão. A advertência contra a ansiedade não é uma condenação da


prevenção. Trata-se de não sermos sobrecarregados com os problemas e as
dificuldades que ainda nos são desconhecidos. Em todo o tempo devemos
confiar no cuidado e na provisão de Deus necessários para cada dia.
LIÇÃO 11 – 11/09/2022

A relevância do discernimento

TEXTO ÁUREO
“E, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá
liberalmente e o não lança em rosto, e ser-lhe-á dada.” Tiago 1.5

VERDADE APLICADA
Precisamos da constante ajuda do Espirito Santo para agirmos e nos
relacionarmos com discernimento e equilíbrio.

OBJETIVOS DA LIÇÃO
Ensinar a discernir entre o certo e o errado.
Mostrar como a hipocrisia é cega e injusta.
Destacar a santidade e a riqueza do Evangelho.

TEXTOS DE REFERÊNCIA
MATEUS 7
1. Não julgueis, para que não sejais julgados,
2. Porque com o juízo com que julgardes sereis julgados, e com a medida
com que tiverdes medido vos hão de medir a vós.
3. E por que reparas tu no argueiro que está no olho do teu irmão, e não vês
a trave que está no teu olho?
4. Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, estando
uma trave no teu?
5. Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então cuidaras em tirar o
argueiro do olho do teu irmão.

LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA / 1 Sm 16.7 O Senhor vê o coração do homem.
TERÇA / Mt 13.13,14 O coração do povo esta endurecido.
QUARTA / 1 Co 2.14,15 O homem natural e as coisas do Espirito.
QUINTA / Gl 6.1 Encaminhar com espirito de mansidão.
SEXTA / Tg 5.19,20 Acerca da conversão de pecadores.
SÁBADO / 2 Pe 2.22 O perigo dos falsos mestres.

HINOS SUGERIDOS – 205, 243, 305

MOTIVOS DE ORAÇÃO
Ore para que possamos compreender o verdadeiro valor das coisas santas.

ESBOÇO DA LIÇÃO
Introdução
1. Discernindo entre o certo e o errado
2. Discernindo a natureza das coisas
3. Discernindo entre o digno e o indigno
Conclusão

INTRODUÇÃO
Jesus segue desenvolvendo o tema da natureza da vida do Reino para seus
discípulos. E agora passa a alertá-los sobre as tentações que podem surgir
em seus relacionamentos pessoais (Mt 7.1,2).

PONTO DE PARTIDA
É precisar praticar o Palavra de Deus.

1. Discernimento entre o certo e o errado


Comumente, as mesmas características que nos aborrecem nos outros são a
que temos. Jesus nos ensina que devemos examinar nossas motivações e
nossa conduta em vez de julgar o próximo (Mt 7.1).

1.1 Não julgueis. Jesus dedicou um espalho considerável para condenar os


líderes religiosos por sua hipocrisia, que os levava a uma aparência externa
de justiça para serem elogiados pelas pessoas (Mt 6.1-18). Agora, reconhece
que seus discípulos também podem cair na mesma hipocrisia (Mt 7.1-5). Em
seguida, adiciona uma palavra de advertência sobre o extremo oposto de não
discernir (Mt 7.6) A ordem de Jesus de não julgar os outros pode ser a mais
amplamente citada de suas declarações. Muitas pessoas usam esse versículo
na tentativa de silenciar seus críticos, interpretando que Jesus queria dizer:
“Você não tem o direito de me dizer que estou errado”. A questão aqui é saber
como lidar com o julgamento, quais os critérios e em que medida se deve usá-
los.

Subsidio do professor: Nesse contexto, Jesus está nos alertando quanto à


importância de distinguir o certo do errado. Essas palavras não aludem a toda
modalidade de julgamento (Mt 7.20, 1 Co 5.12), mas ao julgamento
censurador, injusto, que não pode ser justificado. Muitos interpretes acreditam
que Jesus se referiu às atitudes e acoes dos fariseus, que censuravam aos
outros em tudo, sem jamais reconhecerem a presença de qualquer defeito
neles mesmos. Essa era a atitude típica deles. Paulo ilustra esse ensino
escrevendo aos romanos (Rm 2.1). Os versículos 17-24 de Romanos 2
aludem diretamente ao judeu que julgava o gentio, mas que fazia a mesma
coisa que ele.

1.2 Quem julga será julgado. A exigência de Jesus aqui é que seus
discípulos não sejam inclinados a julgar e a censurar (Rm 14.10-13, Tg
4.11,12). A firmeza do compromisso dos discípulos com o Reino de Deus e a
justiça exigida deles não os autoriza a adotar uma atitude julgadora. Os que
“julgam” assim serão “julgados” não pelos homens (o que traria pouca
consequência), mas por Deus (o que se adequa ao tom solene do discurso).
O discípulo que toma sobre si a tarefa de julgar o que o outro faz usurpa o
lugar de Deus (Romanos 14.10) e, por isso, tem de responder a Ele. John
Stott nos diz que “a ordem para não julgar não é uma exigência para ser cego,
mas, antes, um pedido para ser generoso. Jesus não nos pede que deixemos
de ser homens (suspendendo nosso poder de crítica que ajuda anos distinguir
dos animais), mas que renunciemos a presunçosa ambição de ser Deus
(arvorando-nos em juiz).
Subsídio do Professor: Jesus alerta seus discípulos sobre o erro de se
colocarem acima dos outros para declará-los culpados diante de Deus.
Devemos ter cuidado para não fazer esse tipo de julgamento, porque nós
também seremos julgados por cometer um pecado pior do que aquele que
estamos denunciando (Tg. 4.12). Quando julgamos uma pessoa, podemos
fazê-lo exagerando os fatos, ou subestimá-los, e é difícil para nós encontrar o
meio-termo. Além disso, mencionar as fraquezas dos outros é, ao mesmo
tempo, minimizar as nossas. A verdade é que julgar é usurpar o lugar que
corresponde apenas a Deus.

1.3 O autocontrole no julgamento. O texto indica que a pratica que Jesus


proíbe era habitual e se realizava entre os judeus (Mt 7.3,4, Jo 8.15).
Aparentemente, algumas pessoas têm uma necessidade psicológica de
descobrir e divulgar defeitos em outras pessoas. Ninguém pode evitar formar
uma opinião sobre outras pessoas e praticas. Desde a infância, aprendemos a
importância de distinguir entre o bom e o mau, o belo e o feito, certo e errado.
Ser capaz de analisar criticamente um objeto, ou seja, distinguir objetivamente
entre os elementos, virtudes, características, é uma capacidade necessária na
vida. Enfim, é preciso ter humildade para entender que nossos julgamento
sobre as pessoas é apenas uma opinião, a expressão da qual podemos e
devemos controlar (Sl 34.13, Tg 3.10).

Subsidio do professor: Existem várias razoes pelos quais o crente não deve
praticar críticas destrutivas. Aquele que pratica julgamento destrutivo garante
duas coisas: seu próprio julgamento destrutivo garante duas coisas: seu
próprio julgamento da parte dos outros e da parte de Deus; o grau ou
gravidade desse julgamento (Mt 7.2). Quando julgamos os outros sem
misericórdia, Deus nos julgara sem misericórdia. Um espirito generoso e
misericordioso para com os outros geralmente desperta a mesma atitude dos
outros para conosco.

Eu ensinei que: Devemos examinar nossas motivações e nossa conduta em


vez de julgar o próximo.

2. Discernimento a natureza das coisas


Jesus nos ensina que o homem só pode ver o exterior, e, portanto, não pode
entender o que está na mente e no coração de outrem (1 Sm 16.7b).

2.1. O argueiro e a trave. John Sttot nos diz que a “trave” descrita por Jesus
se refere a um pedaço comprido de madeira lavrada que se usava na
estrutura de um prédio. Quem estivesse atrás dessa madeira não poderia ver,
nem determinar precisamente a verdadeira natureza das coisas. O “argueiro”
era uma lasquinha ou um pequeno cisco. Tanto o homem que estivesse atrás
de uma trave, quanto o que tinha um cisco estavam impedidos de ver
corretamente. Jesus estava dizendo que se uma pessoa não consegue ver
corretamente, como pode de alguma maneira fazer juízo? (Mt 7.3,4). Jesus
não diz que é errado é uma pessoa com uma “viga” no olho oferecer ajuda.
Isso é hipocrisia (Mt. 7.5).
Subsidio do professor: Nosso julgamento é sempre parcial, porque nunca
temos todas as evidencias necessárias para um julgamento completo. Alem
disso, somos por natureza tendenciosos, arbitrários e subjetivos em nossos
julgamentos. No olho alheio estava um cisco, na visão de quem julgava estava
uma trave, isso indica que o julgamento que fazemos acerca de outros pode
dizer mais sobre nós do que sobre a pessoa que pretendemos julgar. Em
muitas situações, aquele que julga é ainda pior do que quem está sendo
julgado.

2.2 Vencendo a hipocrisia. A hipocrisia consiste em duas coisas: o hipócrita


não reconhece o seu próprio pecado, que é maior que o pecado alheio,
depois, finge justiça ou interesse espiritual, ordenando que os outros
endireitem suas vidas. Fingir interesse espiritual era a característica mais
notável dos fariseus (Mt 7.5). Para esclarecer a questão, Jesus escolhe o olho
como ilustração, pois é uma das partes mais sensíveis do corpo humano.
Chega a ser ridícula a atitude de um homem com uma trave no olho tentando
remover um cisco do olho de outro. Os fariseus viam os pecados dos outros,
mas não conseguiam enxergar dos outros, mas não conseguiam enxergar as
próprias transgressões. Jesus usou o olho como ilustração para nos ensinar a
ter uma perspectiva espiritual da vida (Mt 6.22,23).

Subsidio do professor: É muito comum negligenciarmos os nossos pecados e


imediatamente descobrirmos pecados nos outros. Aquele que tem pecado
dificilmente saberá como remover os pecados alheios, especialmente se os
seus próprios são mais graves que os dos outros. Um bom discípulo de Cristo,
além de cuidar de si mesmo e manter-se vigilante, deve também corrigir e
orientar seus faltosos irmãos e irmãs (Gl 6.1, Tg 5.19,20). Porém, essa é uma
tarefa que só pode ser realizada a partir de uma vida humilde.
2.3 O perigo de não ter discernimento. Jesus aborda um problema no extremo
oposto do julgamento hipócrita: a ingênua aceitação das pessoas sem
discernir suas verdadeiras origens. Embora os crentes estejam impedidos
julgar os outros a partir de motivações erradas e sem critérios bíblicos (Mt 7.1-
5), Jesus preveniu contra uma completa falta de discernimento em relação às
atitudes das pessoas para com o Evangelho. O Senhor exige discernimento
adequado do bem e do mal (Mt 7.6, 15-23), porque, em seu cotidiano, os
discípulos de Jesus terão que fazer constantes avaliações. A verdade não
deve ser imposta aos rebeldes que a rejeitam e as coisas santas não devem
ser dadas aos que buscam os defeitos dos outros. Jesus insiste sobre a
necessidade de sabermos classificar as coisas.
Subsidio do professor: Como povo de Deus, temos o privilégio de lidar com as
“coisas santas” do Senhor. Ele nos confia as verdades preciosas da Palavra
de Deus e devemos cuidar delas com todo zelo (2 Co 4.7). Se não deve haver
trave que nos impeça de remover o cisco, por outro lado, não pode existir
cegueira que nos impeça, em algumas situações, de discernir sobre o
contexto e a maneira como as pessoas estão lidando com o conteúdo do
Evangelho que está sendo compartilhado. Anunciar a palavra o tempo e fora
de tempo não anula a nossa responsabilidade de estarmos atentos à direção
do Espirito santo (At 16.6,7) e às ocasiões nas quais as pessoas não estão
predispostas a ouvir ou serem esclarecidas (Mt 7.6, 26.63, Lc 23.9-11).

Eu ensinei que: O homem não pode entender o que está na mente e no


coração de outrem.

3. Discernimento entre o digno e o indigno. Nesse último ponto, Jesus se vale


de figuras de linguagem para ensinar a seus discípulos que as coisas santas
não podem ser dadas para aqueles que não querem, ou que não tenham
capacidade para apreciar os valores espirituais (Mt 7.6).
3.1. Os cães. Herbert Lockyer nos diz que o Senhor se refere aqui a cães
selvagens e rosnadores, que se voltam e mordem a mão daqueles que os
alimentam. Os cães do Oriente são mais selvagens e vivem mais em matilhas
do que os nossos cães domesticados, alimentam-se de carniça e lixo e são
mais sanguinários do que os do Ocidente. Era a esses que Jesus tinha em
mente quando os usou em referência aos que, de forma selvagem, odeiam a
verdade. Jesus quer que seus discípulos sejam inteiramente inofensivos em
seu relacionamento com outros, mas ao mesmo tempo que reconheçam que
nem todos estão sempre em condições de serem abordados para ouvirem e
conhecerem o Evangelho (Mt 7.6b).
Subsidio do professor: O uso que Cristo faz desse símile dos cães selvagens
nos faz lembrar que há testemunhos que instintivamente nos recusamos a
dar, quando estamos diante de pessoas que desprezam completamente tais
comportamentos. Somos proibidos de expressar a aprovação pela prostituição
das coisas sagradas. É provável que Jesus esteja advertindo seus seguidores
a não forçarem o Evangelho aos ouvidos desinteressados e indiferentes (Mt
10.11-14). Não importa quão pacientemente venhamos gastar tempo e
dedicação ao ensino de algumas pessoas, elas simplesmente não possuem
“ouvidos para ouvir” (Mt 11.15, 13,13-15).

3.2 Os porcos. Essa analogia foi usada por Cristo para mostrar como as
pessoas reagem quando estão vivendo em rebelião aberta contra Deus,
pessoas rebeldes, que teimosamente rejeitam sua verdade e fecham suas
mentes e corações ao conhecimento espiritual (2 Pe 2.22). Isso não significa
que devemos nos abster de ensinar o Evangelho para aqueles que são parias
da sociedade. O próprio Jesus comia com pecadores e publicanos e os
ensinava (Mt 9.10). A ideia aqui é que é inútil continuarmos pregando a
verdade aqueles que a recusam. Assim como um porco não conseguiria
entender nem apreciar a grande beleza e valor das pérolas, esses tais jamais
poderiam entender o valor e a grandeza das verdades divinas (1 Co 2.14).
Subsidio do professor: Embora os crentes estejam impedidos de julgar os
outros (Mt 7.1-5), Jesus preveniu contra uma completa falta de discernimento
em relação às atitudes das pessoas para com o evangelho, com o que é
santo. Essas pessoas profanas são aquelas que, quando apresentadas ao
Evangelho, recebem-no com desprezo e escarnio. Jesus fez uso desses
animais como símbolo para ilustrar a natureza de alguns homens. Precisamos
usar de cautela com tais pessoas, não evitando ajuda-las quando isso for
possível, mas sem fazer do Evangelho um verdadeiro motivo de zombaria da
parte delas.

3.3 As pérolas. As “perolas”, consideradas as mais preciosas de todas as joias


(Mt 13.45,46, 1 Tm 2.9), passaram a simbolizar a preciosidade da verdade. É
fácil imaginarmos o desapontamento e consequente ira dos porcos ao
descobrir que o que pensavam ser comida eram apenas perolas. Essa é uma
imagem muito cabível para os que são impuros, selvagens e incapazes de
apreciar as joias inestimáveis da fé cristã! São esses, diz Cristo, a quem não
temos o direito de entregar o tesouro das nossas perolas. Após ouvirem a
palavra, se tornam piores do que eram antes (Sl 14.1, Pv 26.4). “O sagrado” e
“perolas” são termos que se referem a verdades espirituais de grande valor.
Subsidio do professor: As perolas são para aqueles que estão dispostos a
valorizar as riquezas dos tesouros de Deus, não para os ímpios que se
endurecem perante eles e amaldiçoam o caminho da fé em Cristo. Pessoas
sem respeito e más não podem entender o valor do Evangelho. Portanto, elas
o lançam fora com escarnio. Não devemos deixar de transmitir a Palavra de
Deus aos infiéis, mas devemos ser suficientemente sábios para discernir,
evitando trazer a zombaria e a ridicularizacão à mensagem de Deus. Além
disso, devemos ser cautelosos para não acontecer que venhamos também
profanar essas santas verdades confiadas a nós (Ez. 44.23).
Eu ensinei que: As coisas santas não podem ser dadas para aqueles que
não querem, ou que não tenham capacidade para apreciar os valores
espirituais (Mt 7.6).

Conclusão. Quando ajustamos nossa visão de acordo com os ditames da


Palavra de Deus, os erros podem ser corrigidos, a forma de vida mudada e os
tesouros repartidos àqueles que são confiáveis e dignos (Mt 7.6).
LIÇÃO 12 – 18/09/2022

O chamado para decisão e compromisso

TEXTO ÁUREO
“E porque estreita é a porta, e apertado, o caminho que leva á vida, e poucos
há que a encontrem”. Mt. 7.14

VERDADE APLICADA
Qualquer que proclama o nome de Cristo, mas não dá bom fruto, será como a
arvore inútil, que é cortada e lançada ao fogo.

OBJETIVOS DA LIÇÃO
Falar acerca da porta estreita e da porta espaçosa.
Descrever o perfil dos falsos profetas.
Mostrar os dois tipos de servos.

TEXTOS DE REFERÊNCIA
MATEUS 7
13. Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta, e espaçoso, o caminho
que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela;
14. E porque estreita é a porta, e apertado, o caminho que leva à vida, e
poucos há que a encontrem.
15. Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como
ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores.
16. Por seus frutos os conhecereis. Porventura colhem-se uvas dos
espinheiros ou figos dos abrolhos?
17. Assim, toda arvore boa produz bons frutos, e toda arvore má produz frutos
maus.
20. Portanto, pelos seus frutos os conhecereis.
LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA / Mt 5.10-12 Bem-aventurados os que sofrem perseguições.
TERÇA / Jo 10.10 O ladrão vem para roubar, matar e destruir.
QUARTA / At 20.28-31 Lobos cruéis que não perdoam o rebanho.
QUINTA / 2 Tm 2.14-19 Conduta dos que se afastam da sã doutrina.
SEXTA / 2 Pe 3.7 – Dia do juízo e da perdição dos ímpios.
SÁBADO / Ap 21.8 A lista dos que ficarão de fora.

HINOS SUGERIDOS – 85, 505, 570

MOTIVOS DE ORAÇÃO
Ore para que o Senhor nos fortaleça para praticar o que já conhecemos.

ESBOÇO DA LIÇÃO
Introdução
1. Duas portas e dois caminhos
2. Duas classes de profetas e de frutos
3. Os dois tipos de servos
Conclusão

INTRODUÇÃO
Na parte final do Sermão do monte, Jesus apresenta advertências que
enfocam o futuro julgamento final. Ele fala acerca de escolhas e decisões que
devemos tomar.

PONTO DE PARTIDA
Servir a Jesus exige compromisso e renúncia.

1. Duas portas e dois caminhos


Jesus nos apresenta duas portas e dois caminhos a seguir. A porta larga é de
fácil acesso e muitos entram por ela, já a porta estreita por poucos é
procurada porque exige compromisso e renuncias (Mt 7.13,14).
1.1 A porta estreita. Frequentemente, ouve-se a expressão: “Não importa a
religião que se segue, todos os caminhos levam a Deus. Todas as religiões
são boas”. Tais expressões são incompatíveis com os ensinamentos de
Jesus. A Bíblia só fala de um caminho para a salvação e esse caminho é
estreito. A estrada que conduz à vida está aberta a todos, mas quem decide
trilhar esse caminho tem que se submeter ao rigor das exigências. O caminho
estreito provavelmente se refere às demandas do discipulado: compromisso
pessoal, renúncia de si mesmo, perseguição, tentação e até morte, seguindo
os passos de Jesus (Mt 5.10-12, 6.13, 16.24-28, 26.41).
Subsidio do professor: A ilustração apresentada aqui não é a escolha entre
uma rua larga e iluminada, com muito lazer e diversão, e uma viela estreita,
escura e pouco convidativa. Na verdade, a realidade é mais como a imagem
de um funil. Se entrarmos no caminho em forma de funil na extremidade larga,
veremos que, conforme avançamos, ele se estreita até chegar à morte,
destruição e inferno. Mas se entramos no outro caminho, também em forma
de funil, pela extremidade estreita, encontraremos Cristo. Ao caminhar com
Ele neste caminho, descobriremos que o caminho se torna mais amplo a cada
caminhada (Jo 10.10, 14.6).

1.2 A porta larga. A porta ampla e o caminho espaçoso oferecem bastante


espaço para aqueles que desejam seguir a norma cultural e piedosa dos
líderes religiosos. Os termos “amplo e espaçoso” têm um sentido de facilidade
e conforto. Este caminho espaçoso é de fácil acesso e pode ser percorrido
confortável e tranquilamente. No entanto, essa comodidade é enganosa, visto
que termina em “destruição”. O termo usado aqui é “apoleia”, um termo
comum para se referir ao castigo eterno (2 Pe 3.7, ap 17.8). Todos nós
preferimos ter muito mais que uma opção para fazermos nossas escolhas.
Mas Jesus não nos deixa tantas opções. Ele ensinou que temos que escolher
apenas uma, entre duas opções (Mt 7.13).
Subsídio do Professor: A porta larga fala da facilidade oferecida para pessoas
que desejam seguir a Cristo a seu próprio estilo de vida. Hoje temos muitas
igrejas de “portas largas”, onde os lideres dizem que Deus se importam com o
coração. É claro que Deus se importa, mas o “Vinde a mim como estás” não
significa “Ficaras como queres”. Jesus deixou bem claro que não existe meio
termo, ou passamos pela porta estreita e andamos no caminho estreito, ou
seguimos pela porta larga. A decisão é simples: salvação ou perdição. Se não
estivermos de um lado, certamente estaremos do outro, e essa decisão é
unicamente (Dt 30.19).

1.3 Poucos encontram o caminho. Entrar pela porta estreita indica o quão
difícil será a vida crista, e nem sequer se sabe o que há de se encontrar ao
longo do caminho. Mas, certamente, a alegria está no final (Ec 7.8a). Jesus
nos ensina que poucos irão ganhar a vida que Ele oferece. Poucos caminham
pelo caminho estreito, entram pelo portão estreito e são salvos (Mt 7.14, Lc
13.23,24). Por outro lado, existem muitos aqueles que caminham pela estrada
larga e entram pelo portão largo e que chegam à perdição (Mt 7.13).
Subsidio do professor: Três verdades importantes emergem dessa passagem:
1) Existem apenas duas maneiras pelas quais alguém pode andar, uma leva à
vida e a outra à perdição (Jr 21.8); 2) Todos os homens devem escolher um
desses dois caminhos. Não existe a menor sugestão do Novo testamento de
uma terceira via, ou da possibilidade de neutralidade; 3) O caminho que
conduz à vida é mais difícil e são poucos os que o escolhem, por outro lado, o
caminho espaçoso é mais fácil e atrai a maioria das pessoas. A entrada no
caminho para o reino começa aqui e agora ao atravessar a porta estreita para
o apertado caminho, isso se faz quando estamos sob a autoridade de Jesus
Cristo (Jo 10.9).

Eu ensinei que: A porta larga é de fácil acesso e muitos entram por ela, já a
porta estreita por poucos é procurada porque exige compromisso e renuncias.
2. Duas classes de profetas e de frutos
Sempre existiram falsos profetas que deviam multidões do caminho estreito e
os conduzem por caminhos espaçosos. Houve na época de Jesus e há em
nosso século. Precisamos estar atentos para não cair em suas influencias (Mt
7.15-16).

2.1. Os falsos profetas. Em nosso século, com o potencial dos meios de


comunicação como: jornais, revistas, rádio, Tv, vídeos, satélites, e o lucro
financeiro que essas mídias representam, proliferam mais do que nunca os
falsos profetas. Cada um proclama que só ele tem a última palavra de Deus,
ou o remédio absoluto para todos os males econômicos, políticos, físicos e
espirituais. Eles não apenas confundem a porta para entrar no caminho
estreito, mas também tornam difícil permanecer nele. O maior perigo dos
falsos profetas consiste no fato de que seus ensinos costumam conter alguns
elementos de verdade e eles parecem atraentes e envolventes. As multidões,
que em sua maioria não tem suficiente discernimento espiritual, são presas
fáceis para seus argumentos.
Subsidio do professor: Os falsos profetas parecem “ovelhas” à primeira vista,
eles tem a aparência de inofensivos, inocentes, humildes. Mas sua natureza e
intenção são exatamente o oposto, eles são descritos como lobos vorazes,
enganam deliberadamente com o fim de se aproveitarem das ovelhas (Mt
7.15). Paulo usa o termo “lobos-vorazes” para descrever os falsos mestres
que se guiam com a intenção de confundir e enganar os novos crentes (At
20.28-31). O termo falso profetas se refere a líderes e mestres dentro da
comunidade cristã (Jo 10.12).

2.2 Lobos vestidos de ovelhas. Lobos roubadores são aqueles que não estão
ali para salvar as ovelhas, mas para roubá-las e destruí-las. Para conseguir
seus objetivos vinculados ao dinheiro ou a grandeza, estão prontos a
sacrificar as ovelhas (Jo 10.10). Os lobos são mais perigosos do que os cães
e os porcos. Os cães e porcos se apresentam como inimigos hostis aos
discípulos do reino, os lobos, sendo animais selvagens e mais perigosos,
bravos e fortes, aparecem como profetas e se apresentam no meio das
ovelhas. Herbert Lockyer diz não ser tarefa fácil identificar o lobo (falso
profeta) vestido com roupa de ovelha. Ele pode ter uma capacidade
maravilhosa de percepção interna, como Balaão, e pode fazer maravilhas
como Simão, o mago, ou, como Satanás, aparecer como “anjo de luz”. Só
existe uma forma de identifica-los: pelos seus frutos (Mt 7.16).
Subsidio do professor: Jesus preveniu que os falsos profetas viriam (Mt
24.11, Mc 13.22,23). E, muito breve, essas palavras se tornaram realidade.
Os falsos mestres se infiltraram na igreja primitiva, exatamente quando o
evangelho estava sendo propagado (At 20.29, 2 Co 11.11-15, 2 Tm 2.14-19, 2
Pe 2.1-3, 17-22, 1 Jo 2.18, 22, 4.1-6). Embora Jesus não tenha dado tantos
detalhes sobre a forma desses falsos ensinos, podemos perceber através do
contexto que eles iriam ensinar um caminho para a salvação que não incluía a
porta estreita e um caminho difícil (Mt 7.13,14).

2.3 Por seus frutos os conhecereis. Os frutos são uma metáfora sobre o
caráter e a conduta. Não importa o que uma pessoa possa afirmar sobre si
mesma, seu verdadeiro caráter acabará se revelando. Se são profetas falsos,
são arvores corruptas e não podem produzir bons frutos (Mt 7.16). O falso
profeta pode vestir-se como um profeta verdadeiro e falar como um profeta.
Porém, a vida da alma não pode sustentar-se com os frutos falsos que
oferece o profeta que não o é. A verdadeira prova de qualquer ensino é se
alimentar e fortalecer ao homem para suportar as cargas da vida e percorrer o
caminho conforme a palavra de Deus. O defeito fundamental do falso profeta
não ensina pelo que possa oferecer a outros, ensina pelo que pode conseguir
para si.
Subsidio do professor: O fruto é bom ou mau dependendo da saúde da
arvore. A arvore boa produz bons frutos e a arvore má produz maus frutos. Os
seguidores de Jesus devem ser capazes de discernir os falsos mestres
porque, nos seus ensinos, eles minimizam Cristo e glorificam a si mesmos. Os
falsos profetas não falam a verdade, os verdadeiros profetas de Deus não
falam coisas falsas. Jesus advertiu que os falsos profetas e mestres são como
as arvores: tanto eles quanto os seus “frutos” devem ser cuidadosamente
examinados.

Eu ensinei que: Sempre existiram falsos profetas que desviam multidões do


caminho estreito e os conduzem por caminhos espaçosos.

3. Os dois tipos de servos. Jesus está mais atento ao nosso “caminhar” do


que ao nosso “falar”. Nesse ponto da lição Jesus apresenta dois tipos de
servos para nos ensinar acerca do dizer e do fazer.
3.1. A obediência é o visto de entrada nos céus. Não é difícil aprender um
vocabulário religiosos, memorizar e recitar versículos bíblicos e até cantar
mundo afora. Porém, o teste final não será aquilo que pensamos acerca de
nós mesmos, ou o que os outros pensam de nós, mas, sim, o que Deus dirá.
A única maneira de não fazer parte desse julgamento condenatório é fazendo
a vontade de Deus. A prova da verdadeira fé em Cristo é a obediência à sua
vontade. Jesus apresenta dois tipos de servos: aquele que teve cuidado de
descobrir e cumprir a vontade de Deus, e o que apenas viveu enganando a si
mesmo (Mt 7.21). Visto que uma confissão verbal de Jesus como Senhor
pode esconder um coração impenitente, Jesus afirma que a entrada no reino
dos céus está reservada apenas para aqueles que fazem “a vontade do Pai.
Subsidio do professor: Essas pessoas que serão rejeitadas por Jesus vivem
em mentiras, se enganam, tentam estabelecer sua própria justiça baseada em
obras como os fariseus e escribas (Mt 5.20). Eles estão no caminho largo que
leva à perdição. Alguns são enganados por falsos profetas, pois não atentam
para as Escrituras Sagradas, e não conseguem entrar no caminho estreito.
Outros, pior ainda, enganam a si mesmos e não entram no reino. O resultado
é o mesmo e outra vez nos encontramos com uma eterna verdade. Deus
conhece o coração de cada um de nós (1 Sm 16.7).

3.2 Eles fizeram, mas ficaram de fora. Existe algo muito interessante nas
palavras que são dirigidas por Jesus aos falsos profetas. Ele não descarta que
foi em seu nome que esses homens profetizaram, expulsaram demônios e
fizeram muitas maravilhas (Mt 7.22). Ele disse que aquele que acreditasse
nele faria obras grandiosas. No entanto, crer e usar o nome não credencia
ninguém para a salvação, nem tampouco conhecido de Cristo. Ele diz que
mesmo esses homens tendo realizado tantas coisas maravilhosas eram
malditos, estavam condenados ao fogo do inferno e Ele não os conhecia (Mt
7.23). Embora uma pessoa realize grandes feitos em nome do Senhor, ainda
assim pode estar fora da vontade de Deus, se continuar praticando a
iniquidade. Jesus descreve a horrível cena de pessoas poderosas que serão
deixadas do lado de fora.
Subsidio do professor: Jesus está dizendo claramente como será no fim.
Essas pessoas que eram aparentemente tão usadas e que pareciam ser tão
diferenciadas e santas, não tinham nenhum vínculo de relacionamento com
Ele. Jesus está afirmando que os falsos profetas são capazes de profetizar
(referindo-se não apenas a descrever o futuro, mas a ensinar), expulsar
demônios e realizar milagres. Aprendemos aqui que invocar o nome de Cristo
e realizar obras poderosas não serão o suficiente para garantir o acesso ao
céu. Jesus lhes dirá abertamente: “Nunca tive um relacionamento pessoal
com você, e nunca estive ao seu lado quando fez o que afirma ter feito. Você
não pode fazer parte no meu Reino”. (Mt 7.23).

3.3 Nunca vos conheci. Essas palavras ditas por Jesus Cristo falam de um dia
de prestação de contas, onde muitos irão comparecer diante dele para o
acerto final. Algumas pessoas conseguem driblar e manter durante algum
tempo a máscara e o disfarce, mas sempre chega o momento em que toda
falsidade é manifesta e todo disfarce é arrancado (1 Tm 5.24). Nesse dia, os
que creram em Cristo e provaram sua fé pela obediência não terão coisa
alguma a temer, mas os que dizem crer em Cristo e não obedecem à vontade
de Deus serão condenados. É possível enganar aos homens com nossas
palavras e ações, mas jamais poderemos enganar a Deus. O que é essencial
para nossa vida é ser praticante da Palavra e não somente ouvinte (Tg 1.22-
25, 2.14-20), ou seja, além de saber, é imprescindível fazer de acordo com o
que sabemos.
Subsidio do professor: Adam Clark: “Quantos pregadores há que parecem
profetas em seus púlpitos: quantos escritores e obreiros evangélicos, cujas
obras nos admiram, mas que nada são, e que são piores do que nada diante
de Deus, porque não fazem a sua vontade. Que horrível essa situação de um
homem iminente, cujos dons sobressaem, cujos talentos são fontes de
utilidade pública, e que só podem servir de indicadores do caminho que leva a
felicidade eterna, mostrando esse caminho ao povo quando eles mesmos não
podem andar por esse caminho (Mt 7.21-23)”.

Eu ensinei que: Jesus está mais atento ao nosso “caminhar” do que ao


nosso “falar”.

Conclusão. Assim, temos aprendido que nosso Senhor enfatizou que o


destino dos que conhecem suas instruções está ligado à obediência a Ele.
Jesus não disse que seria fácil, mas prometeu estar conosco todos os dias.
Esta é a garantia de que podemos avançar, porque Ele sempre irá nos ajudar
e fortalecer (Mt 28.20).
LIÇÃO 13 – 25/09/2022

Os dois alicerces

TEXTO ÁUREO
“E sede cumpridores da palavra, e não somente ouvintes, enganando-vos
com falsos discursos”. Tg 1.22

VERDADE APLICADA
O Senhor chama de bem-aventurados aqueles que não são apenas ouvintes,
mas praticantes de sua palavra.

OBJETIVOS DA LIÇÃO
Falar acerca da importância de ouvir e praticar a palavra.
Ensinar como devemos edificar de maneira.
Destacar alguns exemplos práticos acerca da parábola.

TEXTOS DE REFERÊNCIA
LUCAS 6
47. Qualquer que vem a mim, e ouve as minhas palavras, e as observa, eu
vos mostrarei a quem é semelhante.
48. É semelhante ao homem que edificou uma casa, e cavou, e abriu bem
fundo, e pôs os alicerces sobre rocha; e, vindo a enchente, bateu com ímpeto
a corrente naquela casa, e não a pode abalar, porque estava fundada sobre
rocha.
49. Mas o que ouve e não pratica é semelhante ao homem que edificou uma
casa sobre terra, sem alicerces, na qual bateu com ímpeto a corrente, e logo
caiu, e foi grande a ruina daquela casa.

LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA / Pv 1.7 O termo do Senhor é o princípio da sabedoria.
TERÇA / Pv 15.5 O tolo despreza a correção.
QUARTA / Mt 7.24-27 Devemos ouvir e cumprir as palavras de Jesus.
QUINTA / Lc 6.46-49 A importância de estar firmado em Cristo.
SEXTA / Jo 8.36-45 A missão de Jesus.
SÁBADO / 1 Co 3.11-15 O fundamento é Jesus Cristo.

HINOS SUGERIDOS – 45,75,77

MOTIVOS DE ORAÇÃO
Ore a Deus por compreensão de sua palavra a cada instante de sua vida.

ESBOÇO DA LIÇÃO
Introdução
1. A importância de ouvir e praticar a Palavra.
2. Edificando de maneira correta.
3. Ensinamentos práticos acerca da parábola.
Conclusão

INTRODUÇÃO
Jesus nunca desejou que suas palavras fossem deixadas em ouvidos surdos,
mas quer que produzam uma verdadeira transformação na vida de cada um
que ouve, crê, recebe e obedece.

PONTO DE PARTIDA
É preciso praticar a Palavra de Deus.

1. A importância de ouvir e praticar a Palavra


Essa parábola foi dada ao fim do Sermão da Montanha, com a intenção de
mostrar que nada adianta viver um evangelho superficial e sem raízes
profundas (Mt 7.21).

1.1 Entendendo a dimensão da parábola. Mateus e Lucas registram a


parábola de dois construtores com os quais Jesus conclui o sermão (Mt 7.24-
27, Lc 6.46-49). O Mestre por excelência empregava o método das parábolas
para ensinar verdades importantes sobre o reino. A parábola é uma
comparação, é “um relato terrenal que ilustra uma verdade celestial”. As
parábolas têm a virtude de serem breves, fáceis de lembrar e partem de algo
muito conhecido. A verdade central desta parábola é que a obediência é
indispensável no discipulado. No reino dos céus, ouvir as palavras do
evangelho sem o fazer o que é ordenado conduz à ruina espiritual. Em
contrapartida, o ouvir e o fazer (obediência) servem como base para edificar
uma vida capaz de suportar ataques de todos os elementos e permanecer de
pé.
Subsidio do professor: O Novo Comentário Bíblico – Novo Testamento: “A
diferença principal dessas duas casas não está na aparência. Os escribas e
fariseus pareciam tao justos quanto os herdeiros do Reino. Mas a chave de
toda a questão é o fundamento. A casa sobre a rocha é o exemplo de uma
vida edificada em um relacionamento verdadeiro com Cristo (Mt 16.18, 1 Co
10.4, 1 Pe 2.4-8). Ela passará pelo teste do juízo de Deus, mas a casa sobre
a areia não (1 Co 3.12-15).

1.2 Aquele que ouve e põe em prática. Vivemos em uma cultura em que
todos querem ser livres, cada um expressando seu ponto de vista sobre o
bem e o mal, mas Deus nos deu sua santa Palavra pelos lábios de nosso
amado Jesus Cristo, para sabermos antecipadamente o que é bom e
agradável. Sendo assim, não basta ouvir a palavra, mas também colocá-la em
pratica (Mt 7.24). Jesus ilustra isso nesta parábola que lida com um homem
que deseja construir uma casa, mas coloca as fundações em cima de uma
rocha firme, porque quando a tempestade ou inundação chega, ela não abala
sua estrutura nem pode derrubá-la. O mesmo não acontece com quem a
constrói na areia e não a põe fundação (Mt 7.25-27).
Subsídio do Professor: Warren Wiersbe: “Os dois construtores representam a
vida de dois homens. Os dois usam os mesmos materiais e a mesma planta, e
o mundo não vê diferença nas duas casas. No entanto, quando há uma
tempestade – a hora do teste - , a casa que não foi alicerçada na rocha
desaba e falha no teste. O cristão verdadeiro fundamenta-se na Rocha, Cristo
Jesus (1 Co 3.11). A justiça não se fundamenta na igreja, no credo ou na
“mansidão, mas em Jesus Cristo que morreu pelo crente. O filho de Deus
prova-se por sua firmeza em meio às tempestades que o testam. O cristão
verdadeiro prova-se na obediência a Cristo”.

1.3 A rocha e a areia. Neste sermão, Jesus nos apresenta dois


fundamentos: rocha e areia. A rocha simboliza a pessoa de Cristo, e construir
sobre a rocha é construir sobre os fundamentos de sua palavra. A areia
simboliza os ditames do mundo, uma vida guiada pela razão e fora dos
preceitos divinos (Sl 18.2, Sl 46.1,2, Mt 16.18, 1 Co 3.10-11). Ao descrever os
dois construtores, Jesus deixa claro a importância do fundamento de nossas
vidas. A tempestade vem para ambos, a diferença está no alicerce. A casa
que estava sobre a rocha suportou, mas a que estava alicerçada na areia,
teve um prejuízo muito maior, ela não somente caiu, mas foi grande a sua
ruina (Mt 7.27, Lc 6.49).
Subsidio do professor: A vida cristã deve estar apoiada em Cristo e em tudo o
que Ele é. O que irá garantir a nossa firmeza será a nossa união com Ele.
Sem ela, até mesmo os nossos objetivos mais firmes serão como areia
movediça. Ao descrever os dois construtores, Jesus deixou claro que o que
havia levado aquela casa à destruição era o fundamento sobre o qual ela foi
erguida. Uma vida crista apenas externa é como construir sobre a areia. O
que acontecerá na hora da tempestade? Ela se apoiará naquilo que está
fundamentada. O homem prudente edifica sobre a rocha e o tolo sobre a areia
(Mt 7.24,27).

Eu ensinei que: Nada adianta viver um evangelho superficial e sem raízes


profundas.

2. Edificando de maneira correta


O que Jesus deseja ressaltar nessa parábola é sobre o que estamos
fundamentando a nossa fé. Ao descrever os acontecimentos, Ele aponta para
dois tipos de construtores: os prudentes e os insensatos.

2.1. A semelhança entre os construtores. Ambos ouvem, enfrentam os


mesmos testes, têm as mesmas oportunidades e aparentemente construíram
casas semelhantes. Mas havia contrastes fundamentais: eles tinham
naturezas diferentes porque um era prudente, atencioso, se fixava no que
fazia. O outro, era insensato, não prestou muita atenção ao que estava
fazendo. A diferença é que um obedeceu às palavras de Jesus, o outro não.
Um edificou sobre um fundamento solido, a rocha (Mt 7.24), o outro na areia,
um fundamento inseguro. Os fundamentos não são visíveis ao olho humano,
mas os testes revelam a classe desses fundamentos (Mt 7.25,27). Existe um
contraste radical na maneira como ambos suportaram as provas. A casa
construída pelo prudente passou por todos os testes, enquanto a casa do
outro se desfez.
Subsidio do professor: Jesus ilustra essa parábola falando de edificadores
“prudentes e insensatos”, referindo-se as duas classes de pessoas. E usa
como símbolo da vida edificada nele, a construção uma casa. Jesus disse que
aquele que pratica a sua palavra é semelhante a esse homem que construiu
sobre a casa sobre a rocha. Aqui está o segredo da vida firme em Deus:
escutar e praticar. O que fez a casa ruir? Não foi o material com que foi
construída, mas, sim, o alicerce. Cristo é o nosso alicerce, sem Ele tudo é
incerto (Sl 127.1).

2.2 O alicerce indica o que a casa suporta. Uma casa não se constrói primeiro
pelo telhado, ou pelas paredes. A primeira coisa deve ser o alicerce. Isto nos
fala de fundamento, de raízes que devem ser fixadas. Jesus apresentou um
quadro muito assustador para aqueles que construíram sobre a areia: “E foi
grande a ruina daquela casa” (Lc. 6.49). As chuvas, os rios, os ventos se
referem a problemas que podem existir na vida das pessoas, como doenças,
problemas econômicos, mortes, etc. Jesus não isentou ninguém da
tempestade, ela veio tanto para o sábio quanto para o tolo. A grande verdade
aqui é que a única casa que vai resistir é aquela é que a única casa que vai
resistir é aquela que estiver firmada na rocha. Estar em Cristo é estar debaixo
de uma graça protetora, mesmo diante das tempestades (Lm 3.22).
Subsidio do professor: Ser cristão não nos salva das tempestades, mas nos
dá força, de acordo com nossa fé, para sair delas. Aqueles que não tem Deus
em suas vidas não tem esperança de progredir nos problemas do dia a dia.
Antes que uma perda final e irreparável nos sobrevenha, devemos ser sábios
o bastante para reconhecer nossa total dependência e absoluta impotência.
Não podemos construir os alicerces de nossas vidas longe daquilo que a
Palavra nos ensina e manda fazer. A única pessoa que perdeu aqui foi a que
construiu não de forma errada, mas sobre o fundamento errado (Os 4.6a, Mt
22.29).

2.3 A rocha da construção é Cristo. O que seria mais fácil, cavar sobre a
rocha para se obter um alicerce seguro, ou construir sobre a areia? Por uma
questão de natureza, sempre somos conduzidos a tomar o caminho mais fácil.
O que era a areia, que não oferecia segurança futura em caso de
tempestades: O ensino dos fariseus, um fundamento inseguro para vida
presente e para a vindoura (Mt 16.6, Jo 8.36-45). A rocha básica sobre a qual
os homens deveriam construir para o tempo e eternidade era a palavra que o
Senhor lhes entregou. Contudo, não bastava apenas ouvir e conhecer que Ele
era o caminho, isso não salva ninguém. Enquanto não houver uma rendição à
verdade e à Pessoa que a proferiu, não haverá posse dessa classe de vida
(Lc 6.47,48).
Subsidio do professor: Durante gerações, o povo tinha sido ensinado a
cumprir leis, mandamentos e tradições que nem mesmo as autoridades
religiosas conseguiam cumprir na integra. Em contraste com os ensinamentos
dos escribas e fariseus, Jesus descreveu o caminho da salvação como
estreito e muito apertado, onde poucos passariam por ele. Ao final de seu
discurso, a multidão se maravilhou ao atestar a diferença de como Jesus os
ensinava e as autoridades religiosas (Mt 7.28,29).

Eu ensinei que: Jesus ressalta nessa parábola sobre o que estamos


fundamentando a nossa fé.

3. Ensinamentos práticos acerca da parábola. Uma casa bem edificada pode


resistir com firmeza aos ataques externos da vida cotidiana. O futuro de nossa
casa espiritual não está garantido na aparência, mas em estar fundamentado
em Cristo.

3.1. A casa não deve ter aparência, deve ter firmeza. Devemos prestar muita
atenção a essa mensagem, pois nos traz uma seria advertência: “Tudo aquilo
que não se sustenta em Cristo ira desabar” (Mt 7.27). Isso nos leva ao ponto
principal da advertência: “Não seja apenas ouvinte da palavra, seja cumpridor.
Não viva um evangelho vazio, apenas de aparência, conheça a Cristo, não
por aquilo que Ele possa lhe oferecer, conheça-o pelo que Ele é”. A grande
censura feito por Jesus nesse sermão é contra a religião vazia, que é cheia de
rituais e que em nada pode transformar o ser humano. Jesus não nos deixou
uma religião, nos deixou um reino. Não somos apenas filhos, somos a
geração eleita para anunciar suas virtudes (1 Pe 2.9)
Subsidio do professor: Ainda que a casa fosse bonita, sua queda foi grandiosa
(Lc 6.49). Os ventos e as tempestades da vida vêm para o que é belo e para o
que feio. Eles sempre vêm. Sabendo disso, o prudente constrói sob uma
rocha inabalável, que suporta tudo que possa vir bater, soprar, inundar e
agredir como bem entendem. Mas uma coisa é certa, eles jamais derrubarão
uma casa firmada sobre a rocha. Assim é a vida crista que está a cada dia
firmada no conhecimento e no poder de Deus (1 Pe 3.18)

3.2 O perigo das incertezas futuras. A casa é o conjunto de todos os aspectos


da nossa vida neste mundo. A casa é sua conquista como pessoa, sua
realização na vida. Essa casa é o objetivo no qual você investe o esforço de
sua vida. Uma casa não se edifica de forma instantânea ou sem um grande
investimento. Em que estamos investindo nossa existência? Em que estamos
gastando a maior parte do nosso tempo e trabalho? Muitos estão investindo
tudo em busca da aparência, diversão, comida, bebida, prazeres. Mas onde
realmente está alicerçada nossa casa? De que material ela é feita? Quem é o
seu Deus afinal, seu maior bem? É preciso que “nossas construções” sejam
feitas conforme os valores, princípios e diretrizes revelados na Palavra de
Deus. Somente assim estaremos em condições de suportarmos as
adversidades e dificuldades nesta vida e sermos aprovados no dia do juízo.
Subsidio do professor: O que foi determinante para a casa cair? O alicerce
onde foi construída. E como Jesus define esse construtor? Como insensato,
que construiu sobre um lugar aparentemente bom, porém, inseguro. Jesus
define sucesso na vida ou felicidade, como fazer o que Ele diz (Lc 12.43). Os
insensatos apenas ouvem, mas não colocam em pratica aquilo que ouviram
(Pv 1.7, 15.5). Os prudentes entendem a Palavra de Deus e a vontade de
Deus, Todos aqueles que estão dedicando tempo e esforço para aprender
sobre a Palavra do Santíssimo, estão se tornando mais inteligentes, mais
experientes e mais sábios a cada dia (Pv 9.10).

3.3 Jesus é o fundamento das nossas vidas. Nossas ações são o produto do
exercício de nossa liberdade para escolher. O recebimento de uma
abordagem de Deus, em qualquer forma que venha, implica na obrigação
moral de escolher o curso de ação que Ele recomenda. Assim, como escreveu
John Stott (A mensagem do Sermão do Monte – ABU Editora – p 216), o
Senhor Jesus conclui Seu sermão convocando a todos a termos uma “reação
adequada à instrução que acaba de dar”. Ele coloca “diante de nós a escolha
radical entre a obediência e a desobediência”. Obedecer às instruções de
Deus de acordo com as Escrituras é ter um fundamento sobre a rocha (Mt
7.24, Lc 6.47,48).
Subsidio do professor: A escolha da base de nossas vidas não tem a ver com
nossos antepassados, nossos pais, ou qualquer outra pessoa. Diante da
mensagem transmitida por Jesus Cristo, somos responsáveis pelas escolhas
que faremos a partir do que nos foi revelado, sabendo que nossas escolhas
resultarão em consequências, boas ou más (Gl 6.7,8). Adão culpou Eva por
haver comido do fruto proibido, Eva culpou a serpente por lhe ter oferecido,
essa é a natureza pecaminosa que nunca aceita responsabilidade pessoal.

Eu ensinei que: O futuro de nossa casa espiritual não está garantido na


aparência, mas em estar fundamento em Cristo.

Conclusão. O sermão da é concluído enfatizando as reações de seus


ouvintes. Devemos estar atentos, pois o Senhor apresentou-nos apenas duas
reações: “pratica” (Mt 7.24) ou “não cumpre” (Mt 7.26). Que o Espirito Santo
opere em cada coração para que tenhamos uma reação adequada às
instruções que estudamos ao longo deste trimestre: “Sim, Senhor, queremos
viver conforme a tua vontade”! Então, vivamos! Implica em querer e fazer.

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