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Apostila de
MISSÕES URBANAS
Introdução
As questões que nos motivam para esta pesquisa são um embasamento teórico para o
estudo missiológico da cidade. Por isso decidimos estudar 3 assuntos. Primeiramente a
história do crescimento das cidades. Como segundo capítulo, problemas atuais das cidades, e
por último, algumas reflexões teológicas.
A motivação principal é o crescimento rápido das cidades, aliás, de toda a população
mundial no último século, a qual se acumula geralmente nas cidades.
Uma das fontes utilizadas foi a revista “Grosstadt”, numa edi ção de 1997. Alguns
dados podem estar desatualizados, mas acrescentamos a vantagem de tratar de
exemplos específicos de cidades atuais.
Notamos que os problemas das cidades foram abordados, e não as soluções. Na
verdade vêm ocorrendo várias iniciativas públicas e privadas neste sentido. Desta forma
os problemas são muito variados, conforme os mesmos são tratados, e conforme as
características próprias das regiões e sua história. Conscientemente listamos e abordamos
problemas urbanos, pois o objetivo desta monografia dentro de uma tríade de trabalhos (1,
a problemática da urbanização; 2, um guia prático para compreender a cidade; 3, análise da
cidade de Leonberg) é instrumentalizar, ou no mínimo, gerar uma consciência, para a análise
concreta de cidades com objetivo missiológico.
Procuramos na medida do possível mesclar dados acerca do Brasil. Não é a intenção
escrever um capítulo específico acerca do mesmo, mas à medida que dados foram
aparecendo, fomos mesclando dentro dos assuntos como forma de sublinhar a realidade
brasileira neste trabalho.
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1.1- História
As grandes culturas antigas construíram também suas grandes cidades, p. ex.,
Jericó na Palestina, Babilônia, Nínive, Kisch, Ur e Uruk na Mesopotâmia, Susã na
Pérsia, Harapa e Mohenjo-Daro na Índia; Yin na China, Theben e Menphis no Egito.
Estas queriam ser símbolos portentosos do poder dos reis-deuses. (WISSEN:
Verstädterung)
Na Grécia antiga, a cidade tinha especial sigificado, pois a organização de
cidades-estado era o elemento constituinte e norteador da vida grega antiga. A
fuwnção de proteção não tinha tanta importância como em outras civilizações, tanto
que somente no séc. 5 a.C. a cidade grega foi rodeada por um muro.
A civilização romana começou a construir cidades no séc. 5 a.C. na Itália
(Norba, Velitrae, etc); O modelo portentoso que se desenvolveu no período dos
imperadores se espalhou, tendo como inspiração a cidade de Roma. Muitas cidades
foram fundadas a partir de mercados e áreas comerciais (p.ex. Paris), também ao
lado de vaus de rios, estradas, cruzamentos (Andernach) e acampamentos militares,
gerava o interesse de implantar uma cidade. Estas cidades foram perdendo seu
significado depois da queda do império. (WISSEN Verstädterung)
Na Baixa Idade Média a urbanização foi irregular e sem planejamento,
enquanto as cidades romanas antigas diminuíam em população ou se
desertificavam. (WISSEN Verstädterung)
Somente mais tarde surgiram cidades a partir de diferentes raízes, cuja
significância cresceu com o florescimento do comércio e indústria (Oppidum, Wik,
Markt, Burg), e que desenvolveram seus próprios sistemas legais (Lübecker,
Magdeburger, Kölner Stadtrecht), e puderam se tornar instâncias independentes
(cidades reais livres) e ses tornaram um fator político crescente desde o final da
Idade Média ao lado da nobreza e do clero. Na alta Idade Média as cidades se
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neste ramo, de modo que já se procura construir as cidades de forma menos danosa
ao ambiente. (Wissen Städtebau)
1.2- Multidisciplinaridade
Urbanismo é uma ciência multidisciplinar, que abrange estudos por parte de
várias ciências, como por exemplo: arquitetura, urbanismo, sociologia, história,
geografia, educação, direito, ciência política, filosofia e economia, etc.
1.3- Terminologia
1.3.2- Conurbação
Uma definição de conurbação dada por DA SILVA FILHO (Interações urbanas)
é bem clara.
É o encontro de duas ou mais cidades próximas em razão de seu
crescimento. (...) Isso ocorre principalmente em regiões mais
desenvolvidas, onde geralmente há uma grande rodovia que expande
continuamente a área física das cidades. Exemplos: Juazeiro e Petrolina,
no Rio São Francisco; região do ABCD, em São Paulo; regiões com as de
Nova Iorque, da Grande São Paulo, do Grande Rio e outras.
1.3.3- Metrópole
Centros urbanos muito grandes, que possui os melhores equipamentos
urbanos de um país ou região, liderando a rede urbana e exercendo forte influência
sobre as cidades menores, chegando por vezes a ser um polo regional, nacional ou
mundial.
A partir da década de 50, o crescimento e a multiplicação das metrópoles
foi espetacular. Em 1950, por exemplo, só existiam sete cidades com
mais de 5 milhões de habitantes, a passo que em 1990 já existiam
dezenas de cidades com mais de 5 milhões de habitantes. Muitas delas
se expandiram tanto seus limites acabaram se encontrando com os limites
de outros municípios vizinhos, formando enormes aglomerações
chamadas regiões metropolitanas. (DA SILVA FILHO: Interações
urbanas.)
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1.3.5- Megalópole
Megalópole é uma conurbação de várias metrópoles, formando uma extensa e
gigantesca área urbanizada. Corresponde às mais importantes e maiores
aglomerações urbanas da atualidade. É encontrada em regiões de intenso
desenvolvimento urbano, e nelas as áreas rurais estão praticamente ausentes. A
megalópole brasileira encontra-se em formação ao longo do eixo metropolitano São
Paulo–Rio de Janeiro. (DA SILVA FILHO: Interações urbanas)
As principais megalópoles contemporâneas são:
Boswash O nome vem Localização: nordeste População: cerca de 50 Metrópoles
de Boston e dos Estados Unidos; milhões de habitantes; abrangentes: Nova
Washington; York, Filadélfia,
Baltimore e
Washington.
Chippits Localização: ao sul dos População: equivalente Metrópoles
Estados Unidos, na à de Boswash; abrangentes: Cleveland
região dos Grandes e Detroit;
Lagos;
Tokkaido Localização: sudeste do População: cerca de 45 Metrópoles
Japão; milhões de habitantes; abrangentes: Tóquio,
Kawasaki, Nagoya,
Quioto, Kobe e Osaka;
Megalópole renana Localização: Europa População: cerca 33 Metrópoles
ocidental, junto ao vale milhões de habitantes; abrangentes: Amsterdã,
reno; Düsseldorf, Colônia,
Bonn e Stuttgart.
1.4- Migração
1991).
A densidade demográfica alcança em Bombaim valores que nenhuma cidade
européia alcança. Em 1991 viviam no centro de Bombaim 16500 pessoas por Km²,
em comparação Berlim e Munique têm uma média de 4000 hab/Km². Nas favelas
estes valores aumentam consideravelmente, pois vivem em média 24.300 hab/Km²,
em alguns casos, como Dharavi, a maior favela, até mais que 170.000 hab/Km².
(Großstädte: Bombaim)
1.5- Capitalismo
O capitalismo, que divide e subordina o rural ao urbano, a cidade passa a ser o
lugar da indústria e do trabalho assalariado.
O capitalismo tentou reduzir sua dependência da indústria ao petróleo. Por
isso, nos anos 90, a economia capitalista reorganizou-se em torno de fatores de
produção privilegiados: ciência e tecnologia e microeletrônica. A princípio, essa
tecnologia mostrou-se acertada, havendo uma real retomada do crescimento e
redução da dependência.
Contudo, essa nova direção criou a necessidade de investimentos
pesados em tecnologia. Esta é cada vez mais rapidamente sucateada,
demandando novos investimentos. Reduz-se o tempo de rotação do
Capital. Isso gerou uma competitividade cada vez mais acirrada, que se
expandiu para todo o planeta. A globalização é a ruptura das relações
econômicas inter-nações, que se tornam parte de um sistema único. Essa
economia, que vai além das fronteiras, afeta até esmo a soberania das
nações, exigindo a superação dos ordenamentos jurídicos nacionais. Da
mesma forma, o crescimento do sistema financeiro internacional colocou
em xeque a soberania monetária dos países. (OLIVEIRA FARIA.
Sociologia Jurídica)
1.6- Globalização
Em relação ao crescimento das cidades, um fator é de vital significado, a
globalização, a qual veio se desenvolvendo desde o século XVI, e sofreu uma forte
aceleração nas últimas décadas.
Globalização da economia significa integrar os mercados em nível
mundial no sentido de que um produto, independentemente de sua
origem ou procedência possa estar oferecido para consumo em qualquer
parte do globo terrestre.(OLIVEIRA FARIA, Sociologia do direito)
Aparentemente o sistema de mercado é um jogo de troca, no qual todos os
jogadores beneficiam-se por nele estarem envolvidos, limitados a regras que
governam as trocas de mercado, buscando tratar todos com igualdade e dar o
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ve
ntos de até 250 km/h. (...) Erguida em tempo recorde de três anos, a obra
foi idealizada em 1987 e a primeira pedra foi colocada em dezembro de
2001.(Folha de SP - 14/12/2004)
2.2- Transportes
A explosão demográfica sofrida pelas principais cidades do mundo no século
XIX, devido sobretudo à imigração provocada pela rápida industrialização, logo
mostrou que o transporte de superfície, individual ou coletivo, não conseguiria
atender às necessidades da população. Para enfrentar esse problema, Londres
inaugurou, em 1863, a primeira linha de transporte subterrâneo do mundo, quase
trinta anos antes do metropolitano (metrô) de Chicago, o segundo a ser construído.
(BARSA: Transporte)
2.3- Habitação
2.4- Emprego
No quesito emprego os problemas das grandes cidades são marcantes. Por
exemplo, o autor Wolf GAEBE (1997: 98) escreve acerca da cidade de Londres.
Londres vem ganhando empregos na área de prestação de serviços e vem
perdendo sua base de produção (deindustrialização), numa quantidade de mais que
1,3 milhões desde os anos 50. Vem crescendo a força de trabalho altamente
qualificada e especializada (bem paga), assim como as carreiras e chances mal-
pagas, p.ex. trabalho doméstico, na gastronomia e outras prestações de serviço. O
desemprego juvenil está cada vez maior, e novos empregos surgem geralmente só
no setor privado e principalmente na prestação de serviços profissionalizada.
de água potável, tendo como conseqüência o mau cheiro, contaminação, gosto ruim
e altos custos de canalização. Somente a metade da cidade de São Paulo está
provida de um sistema de esgoto, e somente 7,5% dos esgotos são tratados.
Trabalhos estão sendo realizados para reverter este quadro, mas a dimensão do
problema é deprimente.
A eliminação do lixo, numa quantidade diária de 17000 toneladas de lixo
doméstico da região metropolitana gera, por falta de espaço correto, cerca de 350
lixões, que poluem o solo, as águas subterrâneas e o ar. 92% do lixo é depositado,
pois a reciclagem e compostagem são projetos que ainda estão no papel,
aguardando soluções que dependem da política, ou seja, mais lentas que o
necessário.
3.2- A decisão de Ló
A cidade oferece também uma série de riscos e tentações. Analisando esta
questão, o autor Arnold BAUM (130-152) escreve sobre a vida de Ló, especialmente
sua decisão perante a escolha proposta por Abraão.
Nossas decisões determinam nosso futuro. O homem é a soma de suas
decisões. A motivação principal da má decisão de Ló, com certeza não foi a busca
pela vontade de Deus, muito mais a ganância e desejo de posse, dinheiro, riquezas
e poder. Quando surgiu a possibilidade de determinar sua moradia, olhou para a
bela, irrigada, frutífera região do vale do Jordão.
Será que ele não sabia o que ocorria naquela cidade? Naturalmente, mas ele
quis colocar ali o destino da sua família. Com essa decis ão ele perdeu seu amigo e
tio Abraão e seus conselhos, em contrapartida convivendo com o povo de Sodoma
cada dia se impunha sofrimentos à sua alma (2 Pe 2.7-8). Chegou até mesmo a
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perder sua liberdade (Gn 14.12). Perdeu seus bens e bem-estar, e escapou por
pouco com vida, perdendo sua esposa. Depois disso ainda passou pela experiência
de como suas duas filhas estavam impregnadas da mentalidade sodomita (Gn
19.31-36).
A tragédia de Ló é um modelo do que ocorre com muitos crentes, inicialmente
de vento em popa, pensam em adquirir o paraíso, caem nas garras da carnalidade,
perdendo a ocasião da conversão, a hora da graça, o kairós de Deus. Quanto mais o
tempo passa, mais endurecido fica o coração do homem para a graça de Deus.
Ló tomou a maior e mais perigosa decisão de sua vida.
Ló escolheu a grande cidade, e com isso o mundo, o pecado, a
decadência e a degradação. (BAUM: 132)
Esta decisão de Ló contrasta com a tentação de Jesus: tudo isso te darei... A
tentação foi muito semelhante: te darei os reinos deste mundo!
Missiologia urbana toca neste ponto em vários momentos:
O que chama o homem do interior para a cidade?
Como a igreja se relaciona com as coisas da cidade, o modo urbano de viver?
Até que ponto o cristão pode ou deve se tornar um “cidadão* deste mundo”, e
até que ponto ele é um “cidadão do céu”? (Jo 18.16) *Observe a palavra cidadão:
têm sua origem na palavra cidade!
todos os homens da sua cidade o apedrejarão até que morra; assim, eliminarás o
mal do meio de ti; todo o Israel ouvirá e temerá”. (Dt 21:21, também 22:24 e 23:16)
É o centro de uma região, incluindo a parte rural, cf Dt 25:8.
Os pontos estratégicos de uma região: Sitiar-te-á em todas as tuas cidades, até
que venham a cair, em toda a tua terra, os altos e fortes muros em que confiavas; e
te sitiará em todas as tuas cidades, em toda a terra que o SENHOR, teu Deus, te
deu” (Dt 28:52).
É local de ensino: “Ajuntai o povo, os homens, as mulheres, os meninos e o
estrangeiro que está dentro da vossa cidade, para que ouçam, e aprendam, e
temam o SENHOR, vosso Deus, e cuidem de cumprir todas as palavras desta lei”
(Dt 31:12).
A tomada da terra prometida, praticamente foi a tomada das cidades, no livro
de Josué o termo cidade aparece 129 vezes (português), sempre associado à
tomada da terra.
Local de pecado: “Enquanto eles se alegravam, eis que os homens daquela
cidade, filhos de Belial, cercaram a casa, batendo à porta; e falaram ao velho,
senhor da casa, dizendo: Traze para fora o homem que entrou em tua casa, para
que abusemos dele” (Jz 19:22).
Local de habitação: Assim fizeram os filhos de Benjamim e levaram mulheres
conforme o número deles, das que arrebataram das rodas que dançavam; e foram-
se, voltaram à sua herança, reedificaram as cidades e habitaram nelas (Jz 21:23).
Comunicação, comoção comum: “Então, ambas se foram, até que chegaram a
Belém; sucedeu que, ao chegarem ali, toda a cidade se comoveu por causa delas, e
as mulheres diziam: Não é esta Noemi?” (Rt 1:19).
A fama, o bom nome se espalha na cidade: “Agora, pois, minha filha, não
tenhas receio; tudo quanto disseste eu te farei, pois toda a cidade do meu povo sabe
que és mulher virtuosa” (Rt 3:11).
“Porta da cidade” é uma expressão citada muitas vezes. O termo significa o
que para nós hoje é “praça”, observe versículos como: “Boaz subiu à porta da cidade
e assentou-se ali. Eis que o resgatador de que Boaz havia falado ia passando;
então, lhe disse: Ó fulano, chega-te para aqui e assenta-te; ele se virou e se
assentou” (Rt 4:1).
“As Cidades de Israel” é sinônimo de todo o Israel: “Sucedeu, porém, que,
vindo Saul e seu exército, e voltando também Davi de ferir os filisteus, as mulheres
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na cidade elevada; abate-a, humilha-a até à terra e até ao pó” Is 26:5. “Porque eu
defenderei esta cidade, para a livrar, por amor de mim e por amor do meu servo
Davi” Is 37:35.
O próprio Jesus profetizou sobre Jerusalém (“Jerusalém, Jerusalém, que matas
os profetas e apedrejas os que te foram enviados! Quantas vezes quis eu reunir os
teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintinhos debaixo das asas, e vós não o
quisestes! 38 Eis que a vossa casa vos ficará deserta.” Mateus 23:37 e 38)
Um hino “missio-urbano” (461 da Harpa Cristã) que nos inspira a fazer alguns
comentários.
1. Jerusalém por Cristo é contemplada.
Com os seus altos que rebrilham lá,
Mas entre as belas torres levantadas;
Vê as do templo onde esteve já;
Jesus com seu olhar mui penetrante,
Não vê somente o lindo exterior,
Mas sim as almas tristes, vacilantes,
Que rejeitaram Seu divino amor.
A análise de Cristo é dupla: primeiramente o exterior. Este verso evoca à
imaginação a situação quando Cristo olhava para a cidade a partir do Monte das
Oliveiras, e via o Templo reedificado por Herodes, com seu telhado de ouro, paredes
colossais, enfim uma construção admirável, à qual os próprios discípulos
comentaram: “Mestre, que pedras, que construções!”(Mc 13.1). Mas o olhar de
Jesus vai mais a fundo, pois ele vê a alma da cidade, ou melhor as almas dos
cidadãos.
2. Jesus chorou: Seu coração rasgado
Lamenta e sente uma dor sem par,
Por ver seu povo indo descuidado,
Pra perdição eterna caminhar!
Um som alegre sobe da cidade,
O povo está em festa a jubilar,
Mas quando o sol, se escondeu à tarde,
Jesus ao Cedrom foi pra lamentar.
Isto o leva a chorar. O autor do hino destaca uma situa ção imaginária, “um som
alegre se ergue da cidade”, na verdade uma realidade bem atual, que caracteriza a
cidade: os sons, sons de automóveis, gritos, aparelhagem de som. O ítem que mais
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diferencia a cidade da zona rural parece ser este, o som e o silêncio. O som de festa
se cotidianizou, pelo uso de aparelhagens de som potentes, que animam o povo às
festas, de forma semelhante a Jerusalém. Porém no meio da noite Jesus está no
jardim orando e chorando por esta cidade que sabe se alegrar por meio das festas,
mas não encontra alegria na salvação de Deus.
3. Jerusalém, que segues o mau trilho,
E apedrejas os fiéis de Deus;
Ó quantas vezes quis juntar teus filhos,
Como a galinha ajunta os pintos seus;
Mas para Mim, as portas tu fechaste,
No dia que Eu vim te dar a paz;
Por teu pecado cega te tornaste,
Não aceitando o meu amor veraz!
Esta rejeição do amor de Deus é uma constante na cidade. Aqueles que
pregam o evangelho do amor, da reconciliação do homem com Deus (2 Co 5.20) e
com seu próximo (como a galinha junta os pintos seus), sofre os mais diferentes
tipos de apedrejamento.
4. Ainda se repete a mesma história,
Jesus do céu está a contemplar
Cidades que têm aparente glória,
E continua sempre a chorar;
Pois Ele é quem pode dar a vida
Às multidões que na condenação
Rejeitam, sim, a graça oferecida,
A eternal e grande salvacão!
Neste último verso a bola é jogada para frente. Também hoje as cidades são
lugar de “aparente glória”, veja por exemplo as construções faraônicas, prédios com
centenas de metros de altura, pontes quilométricas, e, principalmente multidões é
um termo que descreve bem as cidades. Cidades são habitação de multidões, que
rejeitam a graça de Deus oferecida. A graça oferecida por Jesus para Jerusalém é
um questionamento missiológico: rejeitar algo que nunca foi oferecido seria um
absurdo. A graça precisa ser oferecida, ou seja, pregada, para estas multid ões, e
aqui a importância da obra missionária urbana atual.
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Conclusão
Bibliografia
BAUM, Arnold. Der Grosse Abfall in der Endzeit. Königswinter, Arnold Baum, s/d.
BAYAZ, Ahmet. Istanbul: Die Stadt auf zwei Kontinenten. In: Großstädte. Stuttgart.
Ed: LpB. Heft 2/97 (der Bürger im Staat).102-104
RICKARDS, Robert C. Atlanta: "The city too busy to hate". In: Großstädte.
Stuttgart.
Ed: LpB. Heft 2/97 (der Bürger im Staat).129-134