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CAPÍTULO 7 - MANCAIS DE ROLAMENTOS

7.1 - Introdução
7.2 - Dimensionamento
O projeto completo da máquina ou do aparelho já determina, em muitos dos casos, o diâmetro do
furo dos rolamentos. Para uma determinação final das demais dimensões principais e do tipo
construtivo, deve, entretanto, ser constatado através de um cálculo de dimensionamento se as
exigências quanto à vida útil, à segurança estática e à economia estão satisfeitas. Neste cálculo, a
solicitação do rolamento é comparada à sua capacidade de carga. Na tecnologia dos rolamentos
há uma diferenciação entre uma “solicitação dinâmica” e uma “estática”.
Na solicitação estática, o rolamento não apresenta ou há só um pequeno movimento relativo (n <
10 rpm). Nestes casos, deve ser verificada a segurança contra deformações plásticas muito
elevadas das pistas e dos corpos rolantes.
A maioria dos rolamentos é solicitada dinamicamente. Nestes, os anéis giram um em relação ao
outro. Com o cálculo do dimensionamento, é controlada a segurança contra uma fadiga
prematura do material das pistas e dos corpos rolantes.
A vida nominal L10 conforme DIN ISO 281 raramente indica a duração realmente atingível.
Construções econômicas exigem, no entanto, que a capacidade de rendimento dos rolamentos
seja aproveitada ao máximo. Quanto mais for este o caso, mais importante é um correto
dimensionamento dos rolamentos.
As capacidades dinâmica e estática mencionadas neste capítulo se aplicam a rolamentos de aço
cromo temperados em estado padrão para temperaturas de serviços usuais de até 100°C. A
dureza mínima das pistas e dos corpos rolantes corresponde a 58 HRC.
Sob temperaturas mais elevadas, a dureza do material se reduz e com isto, a capacidade de carga
do rolamento. Grande parte deste capítulo foram utilizados materiais da fabricante de rolamentos
FAG, cedidos gentilmente pelo fabricante, conforme solicitação prévia do autor. Durante o
curso na PUC-Minas os alunos tem utilizado os catálogos da SKF e da FAG ,fabricantes de
rolamentos.

7.3 - Rolamentos solicitados estaticamente


Quando se trata de solicitação estática, calcula-se o fator de esforços estáticos fs para comprovar
que o rolamento selecionado possui uma capacidade de carga estática suficiente.
Co
fs =
Po
Onde fs - fator de esforços estáticos
C0 - capacidade de carga estática [kN]
P0 - carga estática equivalente [kN]
O fator de esforços estáticos fs é um valor de segurança contra deformações elásticas elevadas,
nos pontos de contato dos corpos rolantes. Para rolamentos que devam ter um giro
particularmente suave e silencioso, deverá ser alcançado um fator elevado de esforços estáticos.
Se as exigências que se referirem à suavidade de giro forem menores, bastarão fatores fs
menores. De um modo geral, devem ser atingidos os seguintes valores:

fs = 1,5...2,5 Para exigências elevadas


fs = 1,0...1,5 Para exigências normais
fs = 0,7...1,0 Para exigências reduzidas

Os valores correspondentes aos rolamentos axiais autocompensadores de rolos e aos de alta


precisão estão dados na parte das tabelas.
A capacidade de carga estática C0 [kN] se encontra indicada nas respectivas tabelas dos
rolamentos. Uma carga desta magnitude (nos rolamentos radiais uma carga radial e nos axiais,
uma carga axial e central) provoca uma pressão de superfície P0 calculada, no centro do ponto de
contato mais carregado entre os corpos rolantes e a pista de:
• 4600 N/mm² em todos os rolamentos autocompensadores de esferas
• 4200 N/mm² em todos os outros rolamentos de esferas
• 4000 N/mm² em todos os rolamentos de rolos
A carga ocasionada por C0 produz, no ponto onde incide a maior carga, uma deformação plástica
total dos corpos rolantes e da pista da ordem de 1/10000 do diâmetro do corpo rolante.
A carga equivalente P0 [kN] é um valor calculado, ou seja, uma carga radial nos rolamentos
radiais e uma carga axial e central nos rolamentos axiais. P0 ocasiona a mesma solicitação no
ponto central de contato onde incide a maior carga entre os corpos rolantes e a pista como a
solicitação realmente atuante.
P0 = X 0 * Fr + Y0 * Fa [kN] (1)
Onde P0 - carga estática equivalente [kN]
Fr - carga radial [kN]
Fa - carga axial [kN]
X0 - fator radial
Y0 - fator axial
Os valores para X0 e Y0 bem como indicações para o cálculo da carga estática equivalente estão
mencionados nas tabelas para os diversos tipos de rolamentos ou em seu preâmbulo.
7.4 - Rolamentos solicitados dinamicamente
O cálculo normalizado (DIN ISO 281) para os rolamentos dinamicamente solicitados tem por
base a fadiga do material, como causa da falha. A fórmula para o cálculo de vida nominal é:
P
C
[
L10 = L =   10 6 rotações ] (2)
P
Onde L10 - L vida nominal [106 rotações]
C - capacidade dinâmica [kN]
P - carga dinâmica equivalente [kN]
p - expoente de duração da vida
L10 é a vida nominal em milhões de rotações, atingida ou superada por, no mínimo, 90%
de um lote significativo de rolamentos iguais.
A capacidade dinâmica C [kN] conforme DIN/ISO281-1993 consta nas tabelas para cada
rolamento. Uma carga desta magnitude resulta em uma vida nominal L10 de 106 rotações.
A carga dinâmica equivalente P [kN] é um fator calculado, ou seja, uma carga radial constante
em tamanho e direção, em rolamentos radiais ou uma carga axial em rolamentos axiais. O
resultado de P é a mesma duração de vida quanto à carga combinada realmente atuante.
P = X * Fr + Y * Fa [kN]
Sendo P - carga estática equivalente [kN]
Fr - carga radial [kN]
Fa - carga axial [kN]
X - fator radial
Y - fator axial
Os valores para X e Y e também as indicações para calcular a carga dinâmica equivalente estão
indicados nas tabelas dos diversos tipos de rolamentos.
O expoente de duração de vida nominal p é diferenciado para rolamentos de esferas ou de rolos.
Onde p =3 para rolamentos de esferas
p =10/3 para rolamentos de rolos
Se a rotação do rolamento for constante, a vida nominal pode ser expressa em horas:
L *10 6
Lh10 = Lh = [h]
n * 60
Sendo Lh10 = Lh duração de vida nominal [h]
L - vida nominal [106 revoluções]
N - rotação (freqüência de giro) [min-1]
Simplificando-se a fórmula, teremos:

L * 500 * 33 * 1 * 60
Lh = 3
n * 60
1
Lh  C   33 * 3 
p
Lh 33 * 1
=  * ou p
=p 3 *C
500  P   n  500 n P
 
Neste contexto significam:
Lh
fL = p
índice dinâmico
500
Isto é fL = 1 para uma vida nominal de 500 horas

33 * 1
fn = p 3 fator de rotação
n
Ou seja, fn = 1 em uma rotação de 33*1/3 rpm. A equação da vida nominal fica, portanto, com a
forma simplificada:
C
fL = * fn
P
Sendo fL- fator dinâmico
C - capacidade de carga dinâmica [kN]
P - carga dinâmica equivalente [kN]
fn - fator de rotação ou fator dinâmico f
O fator fL a ser alcançado resulta de experiências com aplicações de rolamentos iguais ou
semelhantes, que tenham demonstrado comprovada eficiência na prática. Nas tabelas, foram
compilados os valores fL a serem atingidos para inúmeras aplicações. Estes valores levam em
consideração não somente um período suficientemente longo de funcionamento até a fadiga, mas
também outras exigências como o peso reduzido em construções leves, adaptação às peças
contíguas, picos de carga extrema e outras (veja também outras publicações para aplicações
especiais). Os valores fL são corrigidos de acordo com a evolução tecnológica.
Ao se estabelecer comparações com aplicações comprovadas na prática, deve-se naturalmente
determinar a magnitude do esforço segundo o mesmo método de cálculo. Nas tabelas estão
indicados, além dos valores fL a serem alcançados, também os dados comumente utilizados no
cálculo. Nos casos em que se utilizam fatores adicionais, o valor fz se encontra indicado. Em vez
de se utilizar P, calcula-se com fz × P. Do valor fL obtido, determina-se a vida nominal Lh.
Com os valores fL e Lh obtêm-se os parâmetros para o dimensionamento, somente para aqueles
casos onde a comparação entre os rolamentos testados em campo é possível. Para uma
determinação da vida útil mais precisa, também os efeitos da lubrificação, temperatura e limpeza
devem ser levados em consideração.

7.5 - Carga e rotação variáveis


Se, no decorrer do tempo, houver alterações na carga e na rotação de um rolamento solicitado
dinamicamente, este fato deve ser considerado no cálculo da carga equivalente. Neste caso,
aproxima-se a curva do gráfico obtido mediante uma série de cargas isoladas e rotações com uma
duração determinada q %. Neste caso, obtém-se a carga dinâmica equivalente P, aplicando-se a
seguinte fórmula:

n1 q1 n q
P = 3 P13 . . + P23 . 2 . 2 + ... [kN]
nm 100 nm 100

Onde nm
q1 q
nm = n1 . + n2 . 2 + ... [min-1]
100 100

FIGURA 1 – Carga e rotações variáveis. Fonte: Catálogo FAG WL 41 520/3 PB

Para simplificar, consta o expoente 3 nas fórmulas para rolamentos de esferas e de rolos. Se a
carga for sujeita a alterações, mas a rotação permanecer constante, teremos:
P= P

q1 q
P = 3 P13 . + P23 . 2 + ... [kN]
100 100
Se, a uma rotação constante, a carga crescer de forma linear de um valor Pmin para um valor
máximo Pmax, obtém-se:
Pmin + 2.Pmax
P=
3

FIGURA 2 – Carga linear no tempo. Fonte: Catálogo FAG WL 41 520/3 PB

O cálculo ampliado de vida não deve ser calculado com o valor médio da carga dinâmica
equivalente. O melhor é determinar o valor Lh para cada duração sob condições constantes e,
baseado nestas, obter-se a vida atingível.

7.6 - Carga mínima dos rolamentos


Sob uma carga muito baixa, por exemplo, em alta rotação em giro de teste, pode surgir um
deslizamento que com uma lubrificação deficiente pode provocar danificações. Para uma carga
mínima para rolamentos radiais recomendamos:

TABELA 1
Carga mínima dos rolamentos
Rolamentos P/C
Esferas com gaiola 0,01
Rolos com gaiola 0,02
Sem gaiola 0,04
Fonte: Catálogo FAG WL 41 520/3 PB

Onde P - carga dinâmica equivalente


C - capacidade de carga dinâmica
A carga mínima dos rolamentos axiais está dada nos catálogos de fabricantes de rolamentos. Um
superdimensionamento dos rolamentos pode levar a uma duração da vida menor. Nestes
rolamentos, existe o perigo de deslizamento e uma solicitação elevada do lubrificante. O
deslizamento pode danificar as superfícies funcionais, por um engraxamento ou pela formação
de microfissuras. Para um mancal ser econômico e seguro, deve ser aproveitada toda a sua
capacidade de carga. Para isto é necessário que, ao projetá-lo, sejam consideradas outras
grandezas de influência, além da capacidade de carga, como é o caso do cálculo de vida.

7.6.1 - Observações
Os métodos de cálculo e símbolos acima expostos correspondem às indicações DIN ISO 76 e
281. A título de simplificação, são utilizados nas fórmulas e tabelas para os rolamentos radiais e
axiais os símbolos C e C0 para a capacidade de carga dinâmica e estática assim como P e P0 para
a carga dinâmica e estática equivalente. A Norma diferencia:
Cr → fator de carga radial dinâmica
Ca → fator de carga axial dinâmica
C0r → fator de carga radial estática
C0a → fator de carga axial estática
Pr → carga radial dinâmica equivalente
Pa → carga axial dinâmica equivalente
P0r → carga radial estática equivalente
P0a → carga axial estática equivalente

No intuito de simplificar, deixou-se de indicar os índices "r" e "a" junto a "C" e "P", haja vista
não existir, na prática, margem para dúvidas quanto à pertinência dos fatores de carga e cargas
equivalentes para rolamentos radiais ou axiais.
A DIN ISO 281 restringe-se à indicação da duração da vida nominal L10 e à vida ampliada Lna
em 106 rotações. A partir destes dados é possível ser deduzida a duração de vida nominal em
horas Lh e Lhna. Na prática, é costume se tomar por base Lh, Lhna e em especial o fator dinâmico
(fL). Devido a isto foram incluído, como complementos valiosos, valores orientativos para fL e
fórmulas para Lh e Lhna.

7.6.2 - Duração atingível - modificada da vida


Segundo DIN ISO 281, a duração atingível (modificada) da vida é obtida segundo a seguinte
fórmula:
[
Lna = a1 .a 2 .a3 .L 10 6 revoluções ]
Ou expressa em horas:
Lhna = a1.a 2 .a3 .Lh [h]
Onde Lna - duração atingível (modificada) da vida [106 rotações]
Lhna - duração atingível da vida [h]
a1 - fator para a probabilidade de falha, a2 - fator para o material, a3 - fator para as
condições em serviço
L - duração da vida nominal [106 rotações]
Lh - a duração da vida nominal [h]

7.6.3 - Duração da vida atingível


[
Lna = a1 .a 23 .L 10 6 revoluções ] e Lhna = a1.a 23 .Lh [h ]
Sendo a1 - fator para a probabilidade de falha
a23 - fator para o material e as condições de serviço
L - duração da vida nominal [106 rotações]
Lh - duração da vida nominal [h]

7.6.4 - Fator A23


O fator a23 para a determinação da duração da vida atingível Lna ou Lhna é obtido da relação
a 23 = a 23 II .s
Sendo a23II - valor básico a23II
s - fator de limpeza
O fator a23 considera as influências do material, tipo construtivo do rolamento, solicitação,
lubrificação e limpeza.
O ponto de partida para a determinação do fator a23. O campo mais importante para a prática é o
campo II do diagrama, que vale para limpeza normal (valor básico de a23 para s = 1).
Com uma limpeza melhor ou pior, será calculado com um fator s > 1 resp. s < 1.

FIGURA 3 - Esquema para a determinação de a23. Fonte: Catálogo FAG WL 41 520/3 PB


7.6.5 - Relação de viscosidade Κ
No eixo de abscissas está indicada a relação de viscosidade κ como medida para a formação da
película lubrificante.
v
k=
v1
Onde v - viscosidade em serviço da película lubrificante no contato de rolagem
v1 - viscosidade de referência na dependência do diâmetro e do número de rotações
A viscosidade de referência v1 é determinada através da FIG. 3, com o auxílio do diâmetro
médio do rolamento (D + d)/2 e do número de rotações em serviço.
A viscosidade em serviço v de um óleo lubrificante é obtida do diagrama V-T com o auxílio da
temperatura em serviço t e da viscosidade (nominal) do óleo a 40°C. Para graxas, usa-se para v a
viscosidade em serviço do óleo básico. Em rolamentos altamente solicitados e com grandes
parcelas de deslizamento (fs* < 4) a temperatura do rolamento nas áreas de contato dos corpos
rolantes é até 20 K mais alta que a temperatura medida no anel do rolamento parado (sem
influência de aquecimento externo). Isto é em parte considerado, colocando-se a metade do valor
da viscosidade ½ obtida do diagrama V-T na fórmula.
v
k= .
v1
Viscosidade de referência v1

FIGURA 4 – Viscosidade v1. Fonte: Catálogo FAG WL 41 520/3 PB


Diagrama V-T para óleos minerais

FIGURA 5 – Viscosidade para óleos minerais. Fonte: Catálogo FAG WL 41 520/3 PB

7.6.6 - Valor básico A23II


Para poder determinar com mais precisão o valor básico a23II é necessário ter-se o fator
determinante K = K1 + K2.
O valor de K1 pode ser obtido do diagrama acima, na dependência do tipo construtivo do
rolamento e do índice de solicitação fs*. O valor de K2 depende da relação de viscosidade κ e do
índice fs*. Os valores do diagrama (abaixo) valem para lubrificantes não aditivados ou para
lubrificantes com aditivos, cuja eficiência especial não tenham sido testados em rolamentos.
Com K = 0 até 6, a23II se situa em uma das curvas no campo II da FIG. 8.
Com K > 6, só pode ser esperado um fator a23 no campo III, quando se deverá almejar um valor
de K menor e mediante uma melhora das condições, alcançar o campo II definido.
Se for lubrificado com a quantidade certa e com uma graxa bem adequada, podem ser
selecionados valores K2, como para óleos bem aditivados. A escolha correta da graxa é muito
importante em rolamentos com grandes parcelas de deslizamento e nos de grande porte,
altamente solicitados. Na determinação do valor a23II e, sem um conhecimento preciso da aptidão
da graxa, deverá ser aplicado o limite inferior do campo II. Isso vale principalmente quando não
se podem manter os intervalos de lubrificação.
Fator determinante K1, na dependência do índice fs* e do tipo construtivo do rolamento.
FIGURA 6 – K1 versus fs*.

Para
a - Rolamento fixo de esferas
b - Rolamento de rolos cônicos, rolamento de rolos cilíndricos
c - Rolamento autocompensador de rolos, rolamento axial autocompensador de rolos 3
rolamento axial de rolos cilíndricos 1, 3
d - Rolamentos de rolos cilíndricos sem gaiola 1, 2
1 - V < 1 só é atingível em combinação com filtragem fina do lubrificante, de outra forma
usar K1 > 6.
2 - Considere na determinação de v: o atrito é no mínimo o dobro do que nos rolamentos
com gaiola. Isto leva a temperaturas mais altas do rolamento.
3 - Considerar a carga mínima
Fator determinante K2, na dependência do índice fs* para lubrificantes não aditivados e para
lubrificantes com aditivos, cuja eficiência especial não tenha sido testada em rolamentos.

FIGURA 7 – k2 versus fs*. Fonte: Catálogo FAG WL 41 520/3 PB


K2 se torna igual a 0 em lubrificantes com aditivos para os quais haja uma comprovação positiva.
Com K≥0,4 o desgaste se propaga no rolamento, se não for impedido por aditivos apropriados.

FIGURA 8 – Valor de K em função de a23II e k. Catálogo FAG WL 41 520/3 PB

Campo
I: Transição para a durabilidade permanente
Premissa: máxima limpeza na fresta de lubrificação e cargas não muito elevadas,
lubrificante adequado.
II: Limpeza normal na fresta de lubrificação
Através da utilização de aditivos comprovados em rolamentos, também são possíveis
valores de a23 > 1 com k< 0,4 a23.
III: Condições de lubrificação inadequadas.
Contaminação do lubrificante, lubrificantes inadequados.

7.6.7 - Fator de limpeza S


O fator de limpeza s quantifica a influência da contaminação na duração da vida. Para a
determinação de s, é necessário obter-se a grandeza de contaminação V, FIG. 8.
Para uma limpeza normal (V = 1) sempre vale 1, ou seja a23II = a23.
Em uma limpeza melhorada (V = 0,5) e em uma limpeza máxima (V = 0,3), obtém-se, partindo
do valor fs* e, na dependência da relação de viscosidade, um fator de limpeza de s ≥1.
Com s = 1, vale k ≥0,4. Com V = 2 (lubrificante moderadamente contaminado) e V = 3
(lubrificante fortemente contaminado) se torna s < 1 da área b do diagrama. A diminuição dos
valores de s por altos valores de V atua tanto mais forte quanto menos seja solicitado o
rolamento.
Diagrama para a determinação do fator de limpeza s

FIGURA 9a e b – Fator de limpeza. Fonte: Catálogo FAG WL 41 520/3 PB

FIGURA 9c – Fator de limpeza. Fonte: Catálogo FAG WL 41 520/3 PB

Onde a - diagrama para limpeza melhorada (V = 0,5) até máxima (V = 0,3)


b - diagrama para lubrificante moderadamente contaminado (V = 2) e lubrificante
altamente contaminado (V = 3)
Um fator de limpeza s > 1 só é atingível em rolamentos sem gaiola, quanto ficar excluído
qualquer desgaste no contato rolo/rolo, através de um lubrificante altamente viscoso e com
máxima limpeza (pureza do óleo de no mínimo 11/7 segundo ISO 4407).

7.6.8 - Grandeza determinante V para a avaliação da limpeza


A grandeza determinante V depende do corte transversal do rolamento, do tipo de contato no
contato rolante e do grau de pureza do óleo. Se, na área de contato mais solicitada de um
rolamento,contatos forem sobre partículas duras, as impressões deixadas nas áreas de contato de
rolagem levam a uma fadiga prematura do material. Quanto menor for a área de contato tanto
mais nociva é a ação de um determinado tamanho de partículas. Portanto, os rolamentos
pequenos reagem com mais sensibilidade com o mesmo grau de contaminação que os maiores e
os rolamentos com contato fixo (rolamentos de esferas) com mais sensibilidade do que os de
contato linear (rolamentos de rolos).
A classe de pureza do óleo necessária conforme ISO 4406 é uma grandeza mensurável para o
grau de contaminação de um lubrificante. Para a sua determinação, é usado o método
padronizado para a contagem de partículas. Neste, a quantidade de todas as partículas > 5 µm e
de todas as partículas > 15 µm são classificadas em determinadas classes de pureza de óleo ISO,
desta forma, um grau de pureza 15/12 conforme ISO 4406 significa que, em 100 ml de líquido se
encontram entre 16000 e 32000 partículas > 5 µm e entre 2000 e 4000 partículas > 15 µm. A
diferença entre uma classe e outra reside no dobro, da metade da quantidade das partículas.
Especialmente as partículas com uma dureza > 50 HRC agem como redutoras da duração da vida
nos rolamentos. Estas partículas são de aço temperado, areia e resíduos de material de abrasão.
Principalmente os últimos são extremamente danosos. Se, como em muitos casos de aplicação
técnica, a maior parcela dos materiais estranhos contidos nas amostras de óleo estiver localizada
na faixa de redução da duração da vida, a classe de pureza obtida com a contagem de partículas
pode ser comparada diretamente com os valores contidos na tabela. Se, entretanto, no exame do
resíduo do filtro, for verificado que se trata quase que, por exemplo, exclusivamente de
contaminação mineral como areia de fundição ou grãos de material de abrasão especialmente
redutores da duração da vida, os valores de medição deverão ser elevados em uma até duas
classes de pureza, antes de determinar a grandeza de contaminação V. Ao contrário, se for
comprovado que a maioria é de partículas macias, como madeira, fibras ou tinta no lubrificante,
o valor de medição da contagem de partículas pode ser correspondentemente reduzido.
Para atingir a pureza do óleo exigida, deverá haver uma determinada taxa de resíduo no filtro.
Esta é uma medida para a capacidade de separação do filtro em partículas de tamanho definido.
A taxa de resíduo no filtro ßx é a relação entre todas as partículas > x µm antes do filtro com as
partículas > x µm depois do filtro. Abaixo se encontra uma representação esquemática.
Uma taxa de resíduo no filtro ß3 ≥200 significa, por exemplo, que no teste "multi-pass" (ISO
4572) de 200 partículas 3 µm, só uma única consegue passar pelo filtro.
Com o uso de um filtro com uma determinada taxa de resíduo não se pode concluir
automaticamente pela classe de pureza do óleo.
7.6.9 - Valores para a grandeza determinante de contaminação V
TABELA 2
Contaminação V
(D-d) / 2 V Contato pontual classe de pureza Valores orientativos para a taxa de
1
Mm de óleo conforme ISSO 4406 resíduo no filtro conforme ISO 4572
0,3 11/8 β3 ≥ 200
0,5 12/9 β3 ≥ 200
≤12,5 1 14/11 β6 ≥ 75
2 15/12 β6 ≥ 75
3 16/13 β12 ≥ 200
0,3 12/9 β3 ≥ 75
0,5 13/10 β3 ≥ 75
> 12,5 ... 20 1 15/12 β6 ≥ 75
2 16/13 β12 ≥ 75
3 18/14 β25 ≥ 75
0,3 13/10 β3 ≥ 75
0,5 14/11 β6 ≥ 75
> 20 ... 35 1 16/13 β12 ≥ 75
2 17/14 β25 ≥ 75
3 19/15 β25 ≥ 75
0,3 14/11 β6 ≥ 75
0,5 15/12 β6 ≥ 75
> 35 1 17/14 β12 ≥ 75
2 18/15 β25 ≥ 75
3 20/16 β25 ≥ 75
Só devem ser consideradas partículas cuja dureza seja > 50HRC
Fonte: Catálogo FAG WL 41 520/3 PB

A classe de pureza do óleo como medida para a probabilidade de sobrevida de partículas


redutoras da duração da vida nos rolamentos pode ser determinada por amostras, por exemplo,
por fabricantes de filtros e institutos. Deverá ser observada uma coleta apropriada de amostras
(veja DIN 51170). Também aparelhos de medição on line se encontram hoje em dia à disposição.
As classes de pureza são atingidas quando a quantidade total do óleo em circulação passar uma
vez pelo filtro em poucos minutos. Para garantir uma boa limpeza dos mancais, é necessário um
processo de enxágüe antes da colocação em funcionamento dos mesmos.
Uma taxa de resíduo ß3 ≥200 (ISO 4572) significa, por exemplo, que no assim chamado teste
"multi-pass" de 200 partículas ≥3 µm só uma passa pelo filtro. Filtros maiores que ß25 ≥75 não
deverão ser usados, pelas conseqüências negativas para os demais agregados também instalados
no circuito do óleo.
Lubrificação com graxa
A lubrificação com graxa é aplicada em 90% de todos os rolamentos, pois apresenta as seguintes
vantagens:
• Reduzido custo construtivo
• Bom apoio das vedações, proporcionado pela graxa
• Alta durabilidade com uma baixa manutenção
Sob condições ambientais e de serviço normais, muitas vezes é possível uma lubrificação para a
vida.
Deve ser prevista uma lubrificação a intervalos regulares, quando houver alta solicitação
(rotação, temperatura, carga). Para tanto, devem ser previstos canais para suprir e drenar a graxa
e um depósito para a graxa envelhecida, e, quando os intervalos forem curtos, eventualmente,
uma bomba e um regulador da graxa. Coeficiente de pressão-viscosidade α como função da
viscosidade cinemática v, válido para a faixa de pressão de 0 a 2000 bar

FIGURA 10 - Coeficiente de pressão-viscosidade versus viscosidade. Fonte: Catálogo FAG WL 41 520/3


PB

Onde a-b - Óleos minerais; e – Diéster; g - Éster triarilfosfato; h - Flúor carbono; i - Poliglicol
k,l - Silicone
FIGURA 11 – Dependência da densidade dos óleos minerais em função da temperatura. Fonte: Catálogo FAG WL
41 520/3 PB

7.6.10 - Lubrificação com óleo


Um método de lubrificação com óleo se oferece quando as peças adjacentes da máquina já são
supridas com óleo. A dissipação do calor é necessária quando houver altas cargas, altas rotações
ou um aquecimento do mancal devido a influências externas.
Na lubrificação com quantidades pequenas (lubrificação por quantidades mínimas), seja por
gotejamento, névoa ou por ar-óleo, o atrito por "chapisco" e, com isto, os atritos no rolamento
são mantidos bem reduzidos.
Na utilização do ar como meio de transporte, é obtido um suprimento dirigido e um fluxo
auxiliar à vedação.
Uma lubrificação por injeção de óleo em maiores quantidades possibilita um suprimento correto
em todos os pontos de contato dos rolamentos de alta velocidade, proporcionando uma boa
refrigeração.

7.7 - Processo de seleção de rolamentos


Inicialmente, devemos ter as seguintes informações:
• Desempenho e condições requeridas ao rolamento
• Condições de operação e meio
• Dimensão do espaço para o rolamento
• Avaliação do tipo de Rolamento.
• Espaço permissível para o rolamento.
Devemos verificar neste item, quais os rolamentos disponíveis que se enquadram nas dimensões
requeridas pelo projeto.

Intensidade e direção da carga


Ao selecionar o rolamento, verificar a direção da carga (radial ou axial) e a sua intensidade.

TABELA 3
Capacidade de carga de cada rolamento
Tipo de rolamento Capacidade de carga Capacidade de carga axial
1 2 3 4 1 2 3 4
Fixo de uma carreira de esferas
Contato angular
Rolos cilíndricos
Rolos cônicos
Autocompensadores de rolos
Fonte: Catálogo FAG WL 41 520/3 PB

Velocidade de rotação e limite de rotação


A rotação máxima permissível varia em função do tipo de rolamento, da dimensão, do tipo e
material da gaiola, carga e método de lubrificação.

Desalinhamento dos anéis interno e externo


O desalinhamento entre o anel interno e externo ocorre em casos como o da flexão do eixo em
função da carga, da imprecisão do eixo e alojamento ou da deficiência na instalação. Quando
temos grandes desalinhamentos, deve-se selecionar rolamentos com a capacidade de auto-
alinhamento como os rolamentos autocompensadores.

Fixação na direção axial e disposição


Em uma disposição de rolamentos, uma das peças é determinada como lado fixo e é usada para
fixar o eixo, posicionando axialmente o rolamento. Neste lado fixo, deve ser selecionado o tipo
de rolamento que suporte a carga radial juntamente com a carga axial. Na outra posição, o
rolamento é denominado lado livre, suportando somente a carga radial, e devem permitir o
deslocamento do eixo devido à dilatação ou contração pela variação de temperatura. A não
observância desta norma poderá acarretar uma carga axial anormal no rolamento, podendo ser a
causa de uma falha prematura.

Dificuldade na instalação e remoção


Os rolamentos de rolos cilíndricos que têm os anéis internos ou externos separáveis, de agulha
ou de rolamentos cônicos, apresentam maior facilidade de instalação e remoção, facilitando a
manutenção em equipamentos que requerem uma inspeção periódica. Rolamentos com furos
cônicos também são fáceis de instalar, pois podem ser instalados com a utilização de buchas.

Ruído e torque
Os rolamentos fixos de esferas são os mais adequados para as máquinas que requerem baixo
ruído e baixo torque, como nos motores elétricos e instrumentos de medição.

Rigidez
Ao aplicar uma carga no rolamento, ocorre uma deformação elástica nas áreas de contato entre
os corpos rolantes e a pista. A rigidez do rolamento é determinada em função proporcional da
carga no rolamento e a intensidade da deformação elástica no anel interno, no anel externo e no
corpo rolante. Os rolamentos de contato angular de esferas e os rolamentos de rolamentos
cônicos são os mais apropriados para casos onde devemos ter o aumento da rigidez pelo método
de pré-carregamento, como em fusos de máquinas-ferramenta.

Disponibilidade e custo
Há diferenças significativas de custo de acordo com o tipo e o tamanho do rolamento utilizado.
Além disso, há a dificuldade de se obter determinados tipos de rolamentos. Diante disso,
recomendamos que, na medida do possível, na seleção dos rolamentos não se opte por
rolamentos de custo inacessível ou de difícil localização para compra.

Dimensões principais - sistemas de denominação


Os rolamentos são elementos de máquinas utilizáveis universalmente, prontos para a montagem,
devido ao fato de suas dimensões principais usuais serem normalizadas.
As normas ISO correspondentes a cada tipo de rolamento são: a ISO 15 para os radiais (exceto
os de rolos cônicos), a ISO 355 para os rolamentos de rolos cônicos em dimensões métricas e a
ISO 104 para os rolamentos axiais. Os planos dimensionais das normas ISO foram absorvidos na
DIN 616 e DIN ISO 355 (rolamentos de rolos cônicos com dimensões métricas).
Nos planos de medidas da norma DIN 616, vários diâmetros externos e larguras são alocados a
cada furo de rolamento. As séries usuais de diâmetro são 8, 9, 0, 1, 2, 3, 4 (nesta ordem, com
diâmetros crescentes). Em cada série de diâmetros há diversas séries de largura como, por
exemplo, 0, 1, 2, 3, 4 (correspondendo uma largura maior a cada número crescente).
No número de dois algarismos para a série de medidas, o primeiro corresponde à série de largura
(nos rolamentos axiais à altura) e o segundo indica a série de diâmetro.
No plano de medidas para os rolamentos de rolos cônicos com dimensões métricas segundo DIN
ISO 355, um dos algarismos (2, 3, 4, 5, 6) indica a faixa do ângulo de contato. Quanto maior o
algarismo, tanto maior o ângulo de contato. As séries de diâmetros e de larguras são identificadas
por duas letras.
Em casos de divergências com relação ao plano de medidas, como nos rolamentos integrais das
séries 2344 e 2347, esta característica é informada nos textos preliminares às tabelas de medidas.
Exemplos para a identificação da série do rolamento e do diâmetro do furo na designação básica,
segundo DIN 623.

FIGURA 12a – Denominação dos rolamentos.Fonte: Catálogo FAG WL 41 520/3 PB

7.8 - Tipos de rolamentos


Os rolamentos são classificados de acordo com o tipo de carga que irão suportar, carga radial ou
axial.
7.8.1 - Rolamentos rígidos de esferas - rolamentos FAG fixos de esfera
Os rolamentos fixos de esferas de uma carreira suportam cargas radiais e axiais e são adequados
para rotações elevadas. Os rolamentos fixos de esferas não são separáveis. A adaptabilidade
angular é relativamente reduzida. Os rolamentos fixos de esferas vedados são livres de
manutenção e possibilitam construções simples.

Carga dinâmica equivalente


Com uma carga axial mais elevada, o ângulo de contato aumenta nos rolamentos fixos de
esferas. Os valores X e Y dependem da relação f0 · Fa/C0, tabela 4. O fator f0 está dado em forma
de tabela. C0 é a capacidade de carga estática. Se um rolamento fixo de esferas for montado com
um ajuste normal, isto significa uma usinagem do eixo conforme j5 ou k5 e a caixa segundo J6,
valerão os valores da tabela 4.
TABELA 4
Carga dinâmica equivalente
X Y X Y
0,3 0,22 1 0 0,56 2
0,5 0,24 1 0 0,56 1,8
0,9 0,28 1 0 0,56 1,58
1,6 0,32 1 0 0,56 1,4
3 0,36 1 0 0,56 1,2
6 0,43 1 0 0,56 1
Fonte: Catálogo FAG WL 41 520/3 PB

Fatores radial e axial dos rolamentos fixos de esferas são relacionados por:
Folga normal

Fa
P0 = Fr [kN] para ≤ 0,8
Fr
Fa
P0 = 0,6.Fr + 0,5.Fa [kN] para > 0,8
Fr

Medidas de montagem
Os anéis dos rolamentos só podem encostar-se aos rebordos do eixo e da caixa e não no rebaixo.
O maior raio rg da peça contrária rsmin tem que ser, portanto, menor que a menor dimensão de
canto rsmin (do rolamento).
A altura do rebordo da peça contrária deverá ser de tal forma que, mesmo com a maior dimensão
de canto, ainda permaneça uma superfície de apoio com uma largura suficiente (DIN 5418).
Nas tabelas dos rolamentos estão indicadas as medidas máximas do raio rg e o diâmetro dos
encostos. No preâmbulo do capítulo respectivo constam eventuais peculiaridades como, por
exemplo, nos rolamentos de rolos cilíndricos, nos de rolos cônicos e nos axiais.

Medidas de montagem conforme DIN 5418

FIGURA 13 - Montagens de anéis de rolamento. Fonte: Catálogo FAG WL 41 520/3 PB

Por serem de construção simples, inseparáveis, adequados para operar em altas rotações, não
exigirem muita manutenção e apresentarem um preço favorável, são os rolamentos mais usuais.
Apresentam um grande número de tamanhos e construções.
As pistas profundas e a conformidade próxima entre as ranhuras das pistas e as esferas permitem
suportar cargas axiais relativamente pesadas em ambos os sentidos, além de cargas radiais.

7.8.2 - Rolamentos de esferas de contato angular


Rolamentos FAG de contato angular de esferas de duas carreiras.

FIGURA 14 – Rolamentos rígidos de esferas de uma carreira (1) e duas carreiras (2) com placas de vedação com
anel interno largo.
A pista do anel externo é esférica e o centro do raio é coincidente ao centro do rolamento. Desta
forma, o anel interno e a gaiola com as esferas giram livremente ao redor do centro do
rolamento, permitindo com isto a correção de erros de alinhamento.
Os rolamentos de contato angular de esferas de duas carreiras das séries 32B e 33B não têm
ranhuras de enchimento, motivo pelo qual admitem cargas axiais em ambos os sentidos. Além
dos rolamentos abertos, há ainda execuções básicas com blindagens (.2ZR) ou com anéis de
vedação (.2RSR) em ambos os lados. Os rolamentos que sejam fornecidos na execução básica
vedada podem, também, por razões técnicas de fabricação, ter no rolamento aberto as ranhuras
para os anéis de vedação ou os discos de blindagem. Os rolamentos de contato angular de esferas
de duas carreiras têm, de um lado, ranhuras de enchimento; os rolamentos devem ser montados
de maneira que a solicitação principal seja admitida pelas pistas de rolagem, que não tenham
qualquer ranhura de enchimento. Os rolamentos de contato angular de esferas 33DA, com o anel
interno bipartido, por seu elevado ângulo de contato de 45°, são adequados para admitir cargas
axiais especialmente altas em sentidos alternados.

FIGURA 15 - Rolamentos de contato angular de esferas. Fonte: Catálogo FAG WL 41 520/3 PB

As fórmulas para a capacidade de carga equivalente dependem do ângulo de contato dos


rolamentos.

Carga dinâmica equivalente


Rolamentos de contato angular de esferas das séries 32B e 33B com um ângulo de contato α de
25°
Fa
P = Fr + 0,92.Fa [kN] para ≤ 0,68
Fr
Fa
P = 0,67.Fr + 1,41.Fa [kN] para > 0,68
Fr
Rolamentos de contato angular de esferas das séries 32B e 33B com um ângulo de contato α de
35°
Fa
P = Fr + 0,66.Fa [kN] para ≤ 0,95
Fr
Fa
P = 0,6.Fr + 1,07.Fa [kN] para > 0,95
Fr
Rolamentos de contato angular de esferas das séries 32B e 33B com um ângulo de contato α de
45°
Fa
P = Fr + 0,47.Fa [kN] para ≤ 1,33
Fr
Fa
P = 0,54.Fr + 0,81.Fa [kN] para > 1,33
Fr

Capacidade de carga estática


O fator radial é 1; os fatores axiais dependem do ângulo de contato. Rolamentos de contato
angular de esferas das séries 32B e 33B com um ângulo de contato α de 25°
P0 = Fr + 0,76.Fa [kN]
Rolamentos de contato angular de esferas das séries 32B e 33B com um ângulo de contato α de
35°
P0 = Fr + 0,58.Fa [kN]

Rolamentos de contato angular de esferas das séries 32B e 33B com um ângulo de contato α de
45°
P0 = Fr + 0,44.Fa [kN]
Os rolamento para fusos são uma execução especial de rolamentos de contato angular de esferas
de uma carreira, na qual o ângulo de contato, as tolerâncias e a execução da gaiola são diferentes.
Os rolamentos indicados para fusos são especialmente adequados para mancais dos quais são
exigidas uma altíssima precisão de guia e uma aptidão para altas rotações. Eles têm tido a melhor
comprovação na utilização em fusos de máquinas-ferramenta. A FAG, já há diversos anos,
fornece os rolamentos próprios para fusos das séries B719, B70 e B72 com esferas de aço. Os
rolamentos híbridos de cerâmica das séries HCB719, HCB70 e HCB72 têm as esferas do mesmo
tamanho, porém de cerâmica. Os rolamentos para fusos de alta velocidade das séries HS719 e
HS70 como também os rolamentos híbridos de cerâmica das séries HC719 e HC70 têm esferas
menores de aço ou de cerâmica. Estes rolamentos se destacam pela aptidão para uma rotação
mais elevada, atrito e geração de calor mais reduzido, menor necessidade de lubrificante e com
isto uma duração de vida mais alta. Com os rolamentos para fusos de alta velocidade HSS719 e
HSS70, como com os rolamentos híbridos de cerâmica HCS719 e HCS70, obtém-se soluções
extremamente econômicas. Estes rolamentos têm anéis de vedação de ambos os lados. São
lubrificados com graxa para a vida e livres de manutenção. Os rolamentos da execução universal
são para a montagem em pares na disposição em X, O ou Tandem ou para a montagem em
grupos em qualquer das disposições. Os pares de rolamentos da execução universal UL têm,
antes de montados, uma leve pré-carga nas disposições em X ou em O. Nos ajustes interferentes,
a pré-carga do par de rolamentos aumenta (para as tolerâncias de usinagem dos assentamentos,
vide a publicação FAG n° AC 41130).
Os rolamentos de esferas de contato angular possuem as pistas dos anéis internos e externos
deslocadas entre si no sentido do eixo do rolamento. Isto significa que são particularmente
adequados para suportar cargas combinadas, isto é, cargas radiais e axiais atuando
simultaneamente.

Rolamentos de esferas de contato angular de uma carreira (5)


A capacidade de carga axial dos rolamentos de esferas de contato angular aumenta quando se
aumenta o ângulo de contato α. Este é definido como sendo o ângulo entre a linha que une os
pontos de contato da esfera e as pistas no plano radial, ao longo do qual a carga é transmitida de
uma pista para a outra (a linha de carga) e uma linha perpendicular ao eixo do rolamento.

FIGURA 16 – Ângulo de contato em rolamentos esféricos.

A esferas e os anéis interno e externo formam ângulos que podem variar de 15°, 25°, 30° ou 40°.
Quanto maior o ângulo de contato, maior será a capacidade de carga axial, e quanto menor o
ângulo de contato melhor será para altas rotações.

7.8.3 - Rolamentos de agulhas


Os rolamentos de agulhas são rolamentos de rolos com rolos cilíndricos que são muito finos e
compridos com respeito ao seu diâmetro. A ISO usa a definição que o comprimento do rolo é de
2,5 vezes ou mais o diâmetro do rolo. Usa se, em referência a eles, o termo rolos de agulha.
Apesar da sua pequena seção transversal, esses rolamentos têm elevada capacidade de carga e
são, portanto, extremamente apropriados para arranjos de rolamentos onde o espaço radial
estiver limitado.

FIGURA 17 – Rolamentos de agulhas.

7.8.4 - Rolamentos de rolos cônicos


Os rolamentos de rolos cônicos são projetados de forma que o vértice dos cones formados pelas
pistas do anel interno e externo e pelos rolos coincida em um ponto na linha de centro do
rolamento. Quando se aplica uma carga radial, dá-se origem a uma componente de carga axial. É
necessário usar dois rolamentos em oposição, em alguma combinação ou de duas carreiras. São
usados para cargas combinadas, ou seja, carga radial e axial.
O ângulo de contato α determina a capacidade de carga axial do rolamento. Quanto maior o
ângulo, maior a capacidade de carga axial.
• ângulo intermediário: C = 20°;
• ângulo grande: D = 28°;
• ângulo normal: sem sufixo = 17°.

FIGURA 18 – Rolamentos de rolos cônicos de uma carreira de em pares de quatro carreiras rolos cônicos cruzados.

7.8.5 - Rolamentos axiais


Podem suportar somente cargas axiais. As cargas radiais não podem ser aplicadas, devido à sua
construção.
Rolamentos axiais de rolos cilíndricos
Os rolamentos axiais de rolos cilíndricos podem suportar cargas axiais pesadas, são insensíveis a
cargas de choque e possibilitam arranjos de rolamentos rígidos que necessitam de pouco espaço
axial. Os rolamentos das séries 811 e 812 são utilizados principalmente quando a capacidade de
carga dos rolamentos axiais de esferas é insuficiente.
Os rolamentos axiais de rolos cilíndricos são rolamentos de sentido único, suportando somente
cargas axiais atuando em um sentido. Seu formato e desenho são simples, sendo fabricados em
construções de uma carreira e de duas carreiras.
A superfície cilíndrica dos rolos alivia ligeiramente em direção às extremidades. A linha de
contato modificada assim produzida assegura que não haverá tensões prejudiciais sobre as
extremidades. Os rolamentos são de construção separável; os componentes individuais podem
ser montados separadamente.

Rolamentos axiais de agulhas


Os rolamentos axiais de agulhas podem suportar cargas axiais elevadas, são insensíveis às cargas
de choque e proporcionam arranjos rígidos que necessitam de espaço axial reduzido. São
rolamentos de escora simples, suportando somente cargas axiais em um sentido. Para aplicações
em que os componentes associados são inadequados para serem utilizados como pista, os
conjuntos também podem ser combinados com anéis de diferentes construções.

TABELA 7
Espécies de máquinas
Duração em horas de
ESPÉCIES DE MÁQUINAS funcionamento
hf
Instrumento e aparelhos de pouco uso.
Aparelhos de demonstração, dispositivos para manobra de portões
500
corrediços.
Motores de avião. 1000 – 2000
Máquinas para serviço curto ou intermitente, quando eventuais
perturbações de serviço são de pouca importância:
Máquinas - ferramentas manuais: aparelhos de elevação para oficinas;
máquinas manuais em geral, máquinas agrícolas; guindastes de 4000 - 8000
montagem; aparelhos domésticos.
Máquina para serviço intermitente, quando eventuais perturbações de
serviço são de muita importância:
Máquinas auxiliares para instalação de força; equipamento de transporte
para fabricação contínua; elevadores; guindastes para carga real; máquinas 8000 - 12000
- ferramentas de pouco uso.
Máquinas para 8 horas de serviço diário não utilizado inteiramente.
Motores elétricos estacionários, engrenagens para fins gerais. 12000 - 20000
Máquinas para 8 horas de serviços diários, utilizados inteiramente.
Máquinas para oficinas mecânicas em geral; guindaste para trabalho
20000 - 30000
contínuo; ventiladores, transmissões intermediárias.
Máquinas centrífugas; bombas; transmissões; elevadores de minas;
motores elétricos estacionários, máquinas de serviço contínuo em navios 40000 - 60000
de guerra.
Máquinas para a fabricação de celulose e papel; máquinas para o serviço
público de força motriz; bombas para abastecimentos públicos de água; 100000 - 200000
máquinas de serviço contínuo em navios mercantes.
Fonte: THE SKF Group, Catálogo Geral,4000PB,SKF 2001

7.9 - Exemplos resolvidos


1. Selecionar um rolamento para motor elétrico, com as seguintes características:
• Diâmetro do eixo, entre 50 ~ 70mm;
• Diâmetro do alojamento, entre 80 ~130mm;
• Força Radial = 1000 kgf;
• Força Axial = 200 kgf;
• Temperatura de Trabalho = 80°C;
• Local com pequena concentração de impurezas;
• Rotação = 3600 rpm;
• Vida mínima exigida de 10.000 horas.
Para o nosso exemplo poderemos definir o tipo de rolamento mais adequado para a
aplicação requerida.
Espaço permissível para o rolamento.
Diâmetro Interno = 50 ~70 mm: poderemos utilizar quaisquer rolamentos entre XX10
~XX14;
Diâmetro Externo = 80 ~ 130mm: qualquer rolamento entre XX10 ~ XX14, exceto X313
(D = 140mm) e X314 (D = 150mm).
Largura = neste exemplo, não foi especificada a largura permitida.
Intensidade e direção da carga.
No exemplo dado, vamos comparar a capacidade de carga dos rolamentos 6310, 21310,
NU310 e 7310B:
TABELA 5a
Exercício resolvido 1
Rolamento Cr (kgf) Cor (kgf)
Número
6310 6.300 3.900
21310 12.100 13.000
7310B 6.950 4.900
NU310 8.850 8.800
Fonte: Catálogo FAG WL 41 520/3 PB

Todos os rolamentos acima atenderiam à exigência do projeto quanto à capacidade de carga.


Velocidade de rotação.
Vamos comparar o limite de rotação dos rolamentos 6310, 21310, NU310 e 7310B:

TABELA 5b
Exercício resolvido 1
Rolamento Cr (kgf) Cor (kgf)
6310 6.000 7.500
21310 2.800 3.800
7310B 5.000 6.700
NU310 5.600 6.700
Fonte: Catálogo FAG WL 41 520/3 PB

Neste caso, o rolamento 21310 não atende às exigências de rotação do equipamento.


Desalinhamento
Não exigido para o exemplo dado.
Fixação na direção axial
Definir se é livre ou lado fixo.
Dificuldade na instalação e remoção
Verificar as dimensões dos encostos nas tabelas de dimensões dos rolamentos.
Ruído
Os rolamentos de esferas são os mais adequados quando o nível de ruído é importante.
Rigidez
Os rolamentos de contato angular são os mais indicados, no entanto, esta exigência não é
requerida para esta aplicação.
Disponibilidade e custo.
Tabela comparativa de custos entre rolamentos de tipos diferentes com o mesmo
dimensional.

TABELA 5c
Exercício resolvido 1
Rolamento 6310 22310 30310 NU2310 7310B
Custo (unidade:x) 1,00 2,60 1,80 2,80 1,90
Fonte: Catálogo FAG WL 41 520/3 PB
Pelos custos simbólicos da tabela acima, verificamos que os rolamentos fixos de uma carreira de
esferas têm um custo menor (para rolamentos de mesmo tamanho), além disso, são mais fáceis
de serem adquiridos.
Diante do exposto acima, o rolamento fixo de uma carreira de esferas é o mais indicado e atende
às exigências: das dimensões requeridas, da rotação, da carga radial e axial e dos requisitos da
aplicação.
Além disso, tem o menor custo comparado aos outros tipos de rolamentos com o mesmo
tamanho e a vantagem da fácil localização para compra.
Resultado do exemplo:
TABELA 5d
Exercício resolvido 1
Definição do tipo Especificação do tipo
Rolamento Fixo de uma Carreira de Esferas 6310

2. Um rolamento rígido de esferas 6309 feito de aço padrão da SKF deverá trabalhar a uma
velocidade de 5 000 r/min sob uma carga radial constante Fr = 8 000 N. Vai ser utilizada
a lubrificação com óleo, possuindo o óleo uma viscosidade cinemática ηc = 20 mm2/s à
temperatura de trabalho. A confiabilidade desejada é de 90% e assume-se que as
condições de trabalho são de extrema limpeza. Quais serão as vidas L10, Lna e
Lnaa?Observação: Para estes exercícios, utilizar o catálogo da SKF.
a) Vida nominal L10 (para 90% de confiabilidade)
p
C 
L10 =  
P
A partir das tabelas de produtos, as capacidades de carga dinâmica para o rolamento
6309, C = 52 700 N. Uma vez que a carga é puramente radial, P = Fr = 8 000 N e por
conseguinte
L10 = (52 700/8 000)3 = 286 milhões de revoluções
b) Vida nominal ajustada Lna
Lna = a1 a23 L10
Como é necessária uma confiabilidade de 90%, será preciso calcular a vida L10a e
a1 = 1. O fator a23 é calculado da seguinte maneira: para o rolamento 6309, utilizando d e
D das tabelas de produtos, dm = 72,5 viscosidade de óleo requerida à temperatura de
trabalho para uma velocidade de 5 000 r/min, ν1 = 7 mm2/s κ = η/η1 = 2,7 valor de
a23 = 1,92.
L10a = 1 x 1,92 x 286 = 550 milhões de revoluções
c) Vida nominal de acordo com a teoria de vida da SKF
Lnaa = a1 aSKF L10
Como a confiabilidade pretendida é de 90%, a vida L10aa é calculada e a1 = 1. Das tabelas
de produtos Pu = 1 340 e Pu/P = 1 340/8 000 = 0,17. Como as condições são de extrema
limpeza ηc = 1 e por conseguinte para κ = 2,7 o valor de SKF é 14 para que, de acordo
com a teoria de vida da SKF,
L10aa = 1 x 14 x 286 = 4 000 milhões de revoluções
Para obter as vidas correspondentes em horas de trabalho, é necessário multiplicar por [1
000 000/(60 n)]
onde n = 5 000 r/min. As diferentes vidas são então:
L10h = 950 horas de trabalho
L10ah = 1 800 horas de trabalho
L10aah = 13 300 horas de trabalho
Se no exemplo tivéssemos calculado para condições de contaminação tais que
ηc = 0,2, a SKF seria 0,3 e
L10aa = 1 x 0,3 x 286 = 86 milhões de revoluções
Ou L10aah = 287 horas de trabalho

3. O apoio de um eixo de hélice de navio possui diâmetro d=140mm. Ele suporta uma
esforço axial normal de FaN=40 kN a uma rotação de nN=375 rpm e uma carga axial e
uma carga axial máxima de Fav=53 kN a uma rotação nv=500. A duração da carga
normal corresponde a 75% do total e a duração da carga máxima 25% da duração total. A
vida de trabalho destes equipamentos chega a 50.000 h de funcionamento. Selecione os
mancais de rolos angulares adequados para este sistema.
FIGURA 19 - Exercício resolvido 3.
Resolução:
d = 30mm
K a
= 2500 N

n = 1500 rpm
F ar
= 2000 N

F br
= 3000 N

a) Rolamento A - SKF 30206 C(N) =40200 e=0,37 Y=1,6


B - SKF 33206 C(N) = 64400 e=0,35 Y=1,7
Testando se a disposição pertence ao grupo 2a, 2b ou 2c

F 2000 =
ar
= 1250N
Y a 1,6
F 3000 =
br
= 1765N
Y b 1,7
F ar
< F br
= condição2a
Y a Y b

Assim:
0,5F 0,5×3000
F = br
∴ F ba = ∴F = 882,4 N
ba
Y b 1,7 ba

F Aa
= F Ba + K a ∴ F Aa = 882,4 + 2500 ∴ F Aa = 3382 N

Cálculo da carga dinâmica equivalente


F ar
≤e
P =F r F r

F ar
>e
P = 0,4× F + YF F r a r
Rolamento A: SKF 30206
F 3382 =
ar
= 1,69 > 0,37
F r 2000
Assim,
P = 0,4× 2000 + 1,6×3382
a

P = 6211N
a

Rolamento B: SKF 33206

F 882,4
ba
= = 0,29 ≤ 0,35
F br 3000
Assim,
P =Fb r

P = 3000 N
b

Cálculo do tempo de vida(catálogo da SKF):


1000000 C
×


10
3
L =
P 
60× n  

Rolamento A:
1000000 ×  40200  10
3
L =
a
60×1500  62 +1 
L = 5614 horas de trabalho
a

Rolamento B:
1000000  64400
×


10
3
L =
 3000 
b
60×1500  

L = 305500 horas de trabalho


b

b) Pelos resultados obtidos, observa-se que o rolamento A: SKF 30206 não suporta um
tempo de vida de 32000 horas, já que seu limite é de 5614 horas. Já o rolamento B: SKF
33206 poderia ser utilizado. No entanto, seu limite de vida é de 305500 horas é muito
maior que o necessário, o que significa um maior custo. Desta forma, o ideal para esta
situação é escolher um rolamento que possua uma capacidade dinâmica C, entre os
valores de Ca = 40200N e Cb = 64400N, já que a capacidade dinâmica é proporcional ao
tempo de vida. Assim sendo: os rolamentos SKF 31306 e SKF32206 que possuem
capacidades dinâmicas de 47300N e 49500N, respectivamente, são mais recomendados
para esta situação.
Verificando o rolamento SKF 31306
Considerando que tanto o rolamento B quanto A são iguais: SKF 31306
F ar
< F br
= condição2a
Y a Y b
0,5F 0,5×3000
F = rb
∴ F aB = ∴F = 2083N
aB
Yb 0,72 aB

F Aa
= F Ba + K a ∴ F Aa = 2083 + 2500 ∴ F Aa = 4583 N

e = 0,83

F 4583
aA
= > 0,83
F ra 2000
P = 0,4×2000 + 4583×0,72∴P a = 4100N
a r a

F 2083
aB
= = 0,69≤ e
F rB 3000
P = 3000 N
b

Considerando a pior hipótese, ou seja, a carga dinâmica equivalente P iguala 4100N


Temos:
1000000  47300
×


10
3
L =
 4100 
60×1500  

L = 38550 horas de trabalho


b

Assim, verifica-se que o rolamento SKF 31306 é suficiente para onde é necessário um
tempo de vida de 32000 horas

4. O mancal de um garfo de uma roda em balanço contém dois rolamentos radiais de esferas
série 62. O diâmetro do eixo foi calculado em 25 mm. A figura mostra as medidas
calculadas em mm. A carga radial radkraft F é de 2,5 kN. Selecione estes rolamentos para
as condições normais de trabalho, sendo que a capacidade de carga de ambos rolamentos
é determinada em função das cargas radiais Far eFbr e que um dos rolamentos deve
suportar toda a carga axial.

FIGURA 20 - Exercício proposto 4.


Resolução:
F = 5Ton = 49,05× 10 N
3

d = 0,05m
a)

S 0
= 1,3 ∴ S 0 = C 0
P 0

Carga estática equivalente para rolamento axial de esfera


P =F0 a

Assim C 0 S 0 P 0 1,3× 49 ,05× 10


3
= = = 63770 N
O rolamento selecionado segundo a tabela da página 600,catálogo SKF, é o SKF 51210
que possui uma capacidade de carga estática superior à requerida, ou seja, Co=106000N >
63770N
3

b) Para o rolamento SKF 51210 e F a 24,53×10 N , qual o So?


=

P =F0 a

C = 106000 N
o

= C0 =
106000
S 0 3
P 0 24,53×10
S 0
= 4,32

7.10 - Exercícios propostos


1. O eixo de um carrinho para combustível de forno suporta m=1,5 t devido ao peso próprio
e carga F p. Quando o forno estiver funcionando, ele suporta temperatura t=300o C. Pelos
cálculos para o dimensionamento do eixo, chegou-se ao valor de d=35. Selecione os
rolamentos de esfera para este carrinho.
FIGURA 21 - Exercício proposto 1.

4. Uma carga de 5 toneladas será aplicada em diâmetro d=48 mm conforme figura. Um


rolamento axial de esferas suporta esta carga, permitindo pequenos giros. Deseja-se
selecionar este rolamento de esferas.

FIGURA 22 - Exercício proposto 4.

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