Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Grandezas utilizadas:
δc = Deflexão por compressão;
E∞ = Módulo volúmico;
Ec = Módulo de compressão;
Eo = Módulo de Young;
G = Módulo ao corte;
k = Constante
Kc = Rigidez à compressão.
Ks = Rigidez ao corte.
S = Factor de forma
Formulário
1. Acções de compressão
Módulo de compressão:
Ec = Eo . (1+2.k.S2)
E’c = Ec / (1+Ec/E∞)
= Eo . (1+2.k.S2)/[1+ Eo . (1+2.k.S2)/E∞]
Quando S>3:
Ec ≈ 5G.S2
Rigidez em compressão:
Kc = Fc/δc = Ec.A/e
dc = δc/e
qc = Fc/A
2. Acções de corte
Rigidez ao corte:
Ks = Fs/δs = G.A/e
ds = δs/e
qs = Fs/A
O factor de forma S é, por definição, a relação entre a área da superfície carregada e a superfície
livre para expansão:
De acordo com esta definição, são indicadas na Figura 13, as expressões para cálculo dos
factores de forma S para as formas geométricas atrás referidas.
Figura 13 – Expressões de cálculo dos factores de forma de aparelhos de apoio
rectangulares, quadrados e circulares
Os apoios elastoméricos, como qualquer outro tipo de apoio, devem possuir uma adequada e
elevada rigidez vertical, isto para que não apresentem apreciáveis deformações e deem originem
a variações apreciáveis na altura da estrutura que suportam – o tabuleiro de uma ponte, no caso
presente.
Por outro lado, devem possuir uma baixa rigidez horizontal, para impedir a transmissão à
estrutura de suporte de forças excessivas, originadas por causas tão diversas como contracções e
dilatações causadas por variações de temperatura, deslocamento causados pelo tráfego ou pela
acção do vento, etc.
A área de carga do aparelho de apoio pode estar limitada pela área de suporte. Mas tem de poder
absorver a carga vertical que lhe é transmitida, com uma pequena deflexão vertical. A necessária
rigidez vertical poderá ser conseguida pela inserção de um certo número de chapas de aço.
Conhecida a área do aparelho de apoio, pode ser definida, de imediato, a espessura de borracha
(e) a utilizar, de modo a limitar a sua rigidez horizontal.
Com um exemplo numérico tudo isto será melhor clarificado. Para o efeito, vamos considerar
um aparelho de apoio de secção quadrada (lado L), produzido com borracha com uma dureza de
60 IRHD.
Estes dados, obtidos por Lindley em borracha natural, podem ser aplicados com suficiente
aproximação a borracha de policloropreno.
Para um composto de borracha com a dureza de 60 IRHD, temos os seguintes valores para os
seus módulos elásticos (em MPa e kg/cm2):
O aparelho de apoio vai ter de suportar uma carga vertical (Fc) de 3500 kN (357 ton) e uma
carga horizontal (Fs) de 147 kN (15 ton). E pretende-se que a deflexão por compressão não seja
superior a 1,8 cm e que a deformação por corte não seja superior a 40% da espessura de
borracha (dados do problema).
Como vimos:
Ks = Fs/ds = G.A/e
Ks =15000/0,4.e = 10,81.L2/e
Por razões de estabilidade deve considerar-se que L/e ⋝ 5. Vamos considerar L/e=5.
Então:
Ks =15000/0,4.e = 10,81.(5.E)2/e
Ks =15000/0,4.e = 10,81.25.E2/e
Ks =37500/e = 10,81.(5.E)2/e
Ou seja:
37500 = 10,81.(5.e)2
e2 = 138,8
e = 11,8 cm
Ks =15000/0,4 . 12
Ks =15000/4.8
Vamos designar por n o número de camadas de borracha. Sendo e a espessura total de borracha,
que garante a necessária rigidez horizontal, então cada camada de borracha terá a espessura e’,
sendo:
e’ = e/n
O factor de forma S para cada camada de borracha de espessura e’, num aparelho de apoio de
secção quadrada e lado L, tem o valor (veja-se Figura 11):
S = L/4.e’
Então:
S = 5.e/4.e’
Ou:
S = 5.n/4
Visto que:
e/e’ = n
Ks = G.A/e
Como: A = L2
e: e = L/5,
Podemos escrever:
Ks = 5.G.L2/L = 5.G.L
Kc = Fc/dc = Ec.A/E
Sendo:
dc = Deflexão vertical;
Kc = 5 . 5 . G . S2 . A/L
Kc = 5 . 5 . G . S2 . L2/L
Kc = 5 . 5 . G . S2 . L
Kc =5 . Ks . S2
e: Kc =5 .Ks . (5.n/4)2,
Então, temos:
Como já conhecemos os valores exigidos para a rigidez vertical, Kc=198 ton/cm e para a rigidez
horizontal, Ks=3,125 ton/cm, então, substituindo em (a), temos:
198/3,125 = 5.(5.n/4)2
63,36 = 125.n2/16
63,36 = 7,81.n2
n2 = 8,11
n = √8,11 = 2,85
Mas n tem de ser um número inteiro; e o valor mais próximo será 3, que é o valor que vamos
considerar.
L = Ks/5G
L = 3125/5 . 10,81
L = 57,8 cm ≈ 60 cm
(Isto porque 60×60 cm é uma das dimensões de aparelhos de apoio normalmente produzidas).
Tínhamos visto que o valor de e era de 12 cm; é a espessura total de borracha. Ora estando esta
espessura de borracha distribuída por três camadas, cada uma das quais terá 12/3 = 4 cm.
Na Figura 14 temos uma representação de uma secção transversal do aparelho de apoio, com a
indicação dos parâmetros até agora calculados.
Faltam definir ainda alguns parâmetros do aparelho de apoio, que são normalmente definidos
por cada fabricante, de acordo com a sua própria tecnologia. O número de chapas de aço
será n+1 – portanto 4, neste caso. A espessura das chapas é variável de fabricante para
fabricante, mas para as dimensões deste apoio será certamente de 4 ou 5 mm; vamos admitir ser
de 4 mm.
Há também a definir a espessura de borracha que protege lateralmente o apoio e também nas
faces em carga; são igualmente variáveis com as dimensões do apoio e podem variar de
fabricante para fabricante. No caso presente, a espessura lateral deve estar compreendida entre
4 e 6 mm e nas faces de carga entre 2,5 e 4 mm; vamos admitir 5 mm e 3 mm, respectivamente
(veja-se a Figura 15).
Figura 15 – Dimensão e espessuras das chapas de aço e espessuras de cobertura,
em elastómero
Kc/Ks = 5. (5.n/4)2
Kc/Ks = 5. (5.3/4)2
Kc/Ks = 70,3
Ks = 5.G.L
Ks = 5.10,81. 60
Kc = Fc/δc
Ks = Fs/δs
Então,
ds = Fs/ Ks
δs = 15/3,243
δs =4,63 cm
Vimos que a espessura do apoio é de 12 cm; este valor δs da deformação por corte representa
38,6% da espessura total do apoio, bem inferior ao valor recomendado de 50%. Valor, portanto,
bastante aceitável.
O apoio laminado que foi calculado recebe uma carga vertical de 357 ton; como tem uma secção
de carga de 60×60 =3600 cm2, opera a uma pressão específica de 357.000/3600 = 99,2 kg/cm 2.
Este tipo de apoios operam com cargas específicas que podem variar entre cerca de 80 kg/cm 2 e
cerca de 450 kg/cm2, tudo dependente da sua rigidez vertical.