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MECÂNICA DOS SÓLIDOS III

MEC1704
FADIGA

 Carregamento de flexão alternante no eixo:

 O carregamento muda de valor e/ou direção durante a vida útil da peça, ocorrendo fadiga a partir de
descontinuidades como:
 Mudanças rápidas na seção transversal (chavetas, furos, etc.);
 Grandes pressões de contato entre outros elementos de transmissão (mancais, engrenagens, cames, etc.);
 Marcas de ferramentas, riscos e rebarbas e montagens inadequadas;
 Composição do material (descontinuidades microscópias).
FADIGA

 Frequentemente, se descobre que membros de máquinas falharam sob


ação de tensões repetidas ou flutuantes, e com tensões bem abaixo da
resistência do material;
 Desenvolvimento de uma falha por fadiga:
 Estágio A: Iniciação de uma ou mais microtrincas devido a deformação plástica
cíclica;
 Estágio B: Marcas de praia: macrotrincas formando superfícies de fratura tal qual
platôs paralelos. Os platôs são lisos e na direção da máxima tensão de tração;
 Estágio C: Fratura rápida ou repentina.
FADIGA

 Para determinar a resistência de materiais sob a ação de cargas de fadiga, sujeita-se um corpo de
prova a flexão pura por meio de pesos;
 A carga é aplicada e o número de revoluções requerido até a falha é registrado;
 O teste mais empregado para determinar a resistência a fadiga é o teste de flexão rotativa (R.R.
Moore):
FADIGA

 Especificações técnicas do ensaio:


 Carga: Flexão alternada;
 Temperatura: 20º C;
 Confiabilidade: 50%;
 Acabamento superficial: Polido;
 Tamanho: Corpo de prova circular de
diâmetro 7,62 mm.
FADIGA

GRÁFICO SxN

 Começasse com uma tensão de solicitação


ligeiramente menor do que o limite de
resistência do material (90%) e os demais
testes são realizados com tensões de
menor valor;
 Nos aços aparece uma inflexão no gráfico
onde abaixo desse ponto não ocorrerá a
falha;
 A resistência correspondente a esse ponto
de inflexão chama-se de limite de
endurança (S’e).
FADIGA

 Para aços:

 O limite de endurança Se de um elemento


de máquina pode ser consideravelmente
menor do que o limite de endurança S’e
do corpo de prova do teste de flexão
rotativa.
FADIGA

 A vida da peça está relacionada com à


amplitude de deformação. Sendo a
deformação total, a soma das
componentes de deformação elástica e
plástica, a amplitude da deformação
total é metade do intervalo de
deformação total.
FADIGA

 A equação da linha de deformação plástica é:

 A equação da linha de deformação elástica é:

 Temos para amplitude total de deformação:

 Que é a relação de Manson entre a vida de fadiga e a deformação total.


FADIGA

𝐸∆𝜀
 Definindo a resistência a fadiga em um número específico de ciclos como(𝑆 ′𝑓 )𝑁 = ,e considerando
2
que a vida em reversões até a falha está relacionada à amplitude de deformação, tem-se:

(𝑆 ′𝑓 )𝑁 = 𝜎′𝐹 (2𝑁)𝑏

 Em 10³ ciclos tem-se f como a fração de Sut representada pela resistência à fadiga para 10³ ciclos;

(𝑆 ′𝑓 )10³ = 𝜎′𝐹 (2 . 10³)𝑏 = 𝑓𝑆𝑢𝑡

 A resistência à fadiga para um componente mecânico verdadeiro, pode ser escrita na forma:

(𝑓𝑆𝑢𝑡 )2 1 𝑓𝑆𝑢𝑡 𝜎𝑎 1ൗ
𝑆𝑓 = 𝑎𝑁 𝑏 𝑎= 𝑏 = − log( ) 𝑁=( ) 𝑏
𝑆𝑒 3 𝑆𝑒 𝑎
FADIGA
FADIGA

 Exemplo: Dado um aço HR 1050 (Sut = 630 Mpa), calcule:


a) O limite de endurança S’e;
b) A resistência à fadiga de um corpo de prova polido de viga rotativa correspondente a 104 ciclos até a
falha;
c) A vida esperada de um corpo de prova polido de viga rotativa sob uma tensão completamente
reversa de 385 MPa.
EQUAÇÃO DE MARIN

 Fatores modificadores do limite de endurança:


Fator de superfície, ka
 ka = Fator de modificação de condição de
superfície;
 kb = Fator de modificação de tamanho;
 kc = Fator de modificação de carga;
 kd = Fator de modificação de temperatura;
 ke = Fator de confiabilidade;
 kf = Fator de modificação por efeitos variados.
EQUAÇÃO DE MARIN

Fator de tamanho, kb

Fator de carregamento, kc

 Para carregamento axial não há efeito de tamanho, então


kb = 1.
EQUAÇÃO DE MARIN

Fator de temperatura, kd
Fator de confiabilidade, ke
EQUAÇÕES DE MARIN

 Efeitos diversos (kf)


 Tensões residuais;
 Ligações por interferência podem reduzir o limite de fadiga em até 25%;
 Revestimentos metálicos como cromagem, niquelagem, etc., reduzem a resistência a fadiga em até 35%;
 Peças que operam em ambiente corrosivo também tem seu limite de resistência a fadiga reduzido.
CONCENTRAÇÃO DE TENSÃO E SENSITIVIDADE DE ENTALHE

 O fator de concentração de tensão de fadiga Kf, depende da sensibilidade de entalhe q, que é definida
pela equação:
𝐾𝑓 − 1 𝐾𝑓𝑠 − 1
𝑞= 𝑜𝑢 𝑞=
𝐾𝑡 − 1 𝐾𝑡𝑠 − 1

 A equação mostra que se q = 0, Kf = 1 e o material não tem sensibilidade ao entalhe. Porém, se q = 1,


Kf = Kt e o material tem sensibilidade máxima ao entalhe;
 No projeto, primeiro encontra-se Kt a partir da geometria da peça, depois de especificar o material,
encontrar q a partir da resistência do material. Resolva para Kf a partir da equação:

𝐾𝑓 = 1 + q(𝐾𝑡 − 1) 𝐾𝑓𝑠 = 1 + q(𝐾𝑡𝑠 − 1)


CONCENTRAÇÃO DE TENSÃO E SENSITIVIDADE DE ENTALHE
CONCENTRAÇÃO DE TENSÃO E SENSITIVIDADE DE ENTALHE
CONCENTRAÇÃO DE TENSÃO E SENSITIVIDADE AO ENTALHE

 Exemplo: Um eixo de aço em flexão tem uma


resistência Sut = 690 MPa e um ressalto com
raio de arredondamento r = 3 mm conectando
um diâmetro de 32 mm com um diâmetro de
38 mm. Calcule Kf
RESISTÊNCIA A FADIGA

 Exemplo: Uma barra de aço 1015 (Sut = 340 MPa) foi usinada a um diâmetro de 25 mm. É para ser
colocada em carregamento axial reverso por 70000 ciclos até falhar em um ambiente operacional de
300º C. Considerando uma confiabilidade de 99%, calcule a resistência a fadiga a 70000 ciclos.
 Exemplo: A Figura mostra um eixo rotativo simplesmente apoiado em mancais de esferas em A e D e
carregado por uma força não rotativa F de 6,8 kN. O material é usinado de aço AISI 1050 (Sut = 690
Mpa) estirado a frio. Considere uma confiabilidade de 90% e 3 mm de raio de arredondamento.
Calcule a vida da peça.
CARACTERIZAÇÃO DE TENSÕES FLUTUANTES

 Tensões flutuantes em maquinaria frequentemente tomam a forma de um


padrão senoidal por causa da natureza rotativa;
 Os picos de ambos os lados (máximo e mínimo) em um ciclo de força,
podem ser usados para caracterizar o padrão de força;
 A amplitude da variação de tensão 𝜎𝑎 e a tensão média 𝜎𝑚 podem ser
expressas como:
𝜎𝑚á𝑥 − 𝜎𝑚𝑖𝑛 𝜎𝑚á𝑥 + 𝜎𝑚𝑖𝑛
𝜎𝑎 = 𝜎𝑚 =
2 2

 Duas razões podem ser definidas, a razão de tensão e a amplitude:

𝜎𝑚á𝑥 𝜎𝑎
𝑅= 𝐴=
𝜎𝑚𝑖𝑛 𝜎𝑚
CRITÉRIOS DE FALHA POR FADIGA
 Critérios de falha distintos são expressos em um diagrama 𝜎𝑎 𝜎𝑚 ;
CRITÉRIOS DE FALHA POR FADIGA
 A equação de critério para linha de Soderberg é:

 Simultaneamente, encontramos a relação de Goodman como:

 Vários resultados experimentais apontam que uma parábola e uma elipse têm melhor oportunidade de permitir
qualificação da probabilidade de falha. O critério de falha de Gerber é escrito como:

 E o ASME- elíptico é escrito como:

 A linha de Langer enfatizada para o escoamento de primeiro ciclo é definida por:


CRITÉRIO DE FALHA POR FADIGA

 Exemplo: Uma barra de aço sofre carregamento cíclico tal que 𝜎𝑚á𝑥 = 420 𝑀𝑃𝑎 e 𝜎𝑚𝑖𝑛 =
− 140 𝑀𝑃𝑎. Para o material, Sut = 560 MPa e Sy = 455 MPa e um limite de endurança completamente
corrigido de Se = 280 MPa. Calcule o número de ciclos para uma falha por fadiga usando:
a) O critério de Goodman;
b) O critério de Gerber.
COMBINAÇÃO DE MODOS DE CARREGAMENTO

 Critério de falha de Von Mises: Este critério baseia-se na determinação da energia de distorção
máxima, ou seja a energia associada a variações da forma do material;
 Com frequência, é conveniente, em situações envolvendo tensões combinadas normal e cisalhante no
mesmo ponto, definir uma tensão equivalente que possa ser usada para representar a combinação de
tensões;
 A tensão equivalente de Von Mises 𝜎′ é definida como a tensão de tração uniaxial que criaria a mesma
energia de distorção que é criada pela combinação das tensões aplicadas;
 Considerando o caso comum de um eixo com tensões de flexão, de cisalhamento torcional e axiais,
Von Mises é dessa forma:

𝜎′ = 𝜎𝑥 2 + 3𝜏𝑥𝑦 2
COMBINAÇÃO DE MODOS DE CARREGAMENTO
 O primeiro passo é gerar dois elementos de tensão, um para tensões alternadas e um para tensões
médias;
 Aplicar os fatores de concentração de tensão de fadiga apropriados a cada uma das tensões;
 Calcular uma tensão equivalente de Von Mises para cada um dos dois elementos de tensão (média e
alternada);

 Para o escoamento de primeiro ciclo, a tensão máxima de Von Mises é calculada:


𝜎′𝑚á𝑥 = 𝜎′𝑎 + 𝜎′𝑚
COMBINAÇÃO DE MODOS DE CARREGAMENTO

 Um eixo rotativo é feito de tubo de aço AISI 1018 recozido (Sut = 440 MPa e Sy = 370 MPa) de 40 x
24 mm estirado a frio e tem um orifício de 5 mm furado transversalmente em relação a si. Sabendo
que o projeto garante uma confiabilidade de 90% e possui raio de entalhe de 3 mm, calcule o fator de
segurança usando o critério de falha de Gerber para a as seguintes condições de carregamento:
a) O eixo está sujeito a um torque completamente reverso de 120 N.m em fase com um momento
fletor completamente reverso de 150 N.m;
b) O eixo está sujeito a um torque pulsante que flutua de 20 N.m a 160 N.m e um momento fletor
estável de 150 N.m.
COMBINAÇÃO DE MODOS DE CARREGAMENTO
COMBINAÇÃO DE MODOS DE CARREGAMENTO

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