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ELEMENTOS

MECÂNICOS DE UNIÃO
AULA 1 – FALHA POR FADIGA RESULTANTE DE CARREGAMENTO
VARIÁVEL

PROF.: KAIO DUTRA


FADIGA EM METAIS
◦ Com frequência se descobre que membros de máquina falharam sob a ação
de tensões repetidas ou flutuantes; todavia, uma análise mais cuidadosa
revela que as tensões reais máximas estavam bem abaixo da resistência
última do material e, muito seguidamente, abaixo mesmo da resistência ao
escoamento. A característica mais distinguível dessas falhas é que as
tensões foram repetidas muitas e muitas vezes. Daí a falha ser denominada
falha por fadiga.
◦ Quando peças de máquina falham estaticamente, em geral desenvolvem
uma deflexão muito grande, visto que a tensão excedeu à resistência ao
escoamento, e a peça é trocada antes que a fratura realmente ocorra.
Assim, muitas falhas estáticas dão um aviso visível antecipadamente. No
entanto, o mesmo não corre com a falha por fadiga! Ela é súbita e total-
portanto, perigosa.
Prof.: Kaio Dutra
FADIGA EM METAIS
◦ As características de fratura de uma falha por
fadiga surgem em três estágios de
desenvolvimento:
◦ O estágio I: corresponde ao início de uma ou mais
microtrincas;
◦ O estágio II: compreende a progressão de micro a
macrotrincas, formando superfícies de fratura. Essas
superfícies podem ser onduladas e escuras e ter
bandas leves conhecidas como marcas de praia ou
marcas de concha de ostra.
◦ 0 estágio III: ocorre no ciclo de carga final, quando o
material remanescente não pode suportar as cargas,
resultando em fratura rápida e repentina.

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FADIGA EM METAIS
◦ Entre as várias condições que podem acelerar o
início de trincas, incluem-se:
◦ As tensões residuais de tração;
◦ As temperaturas elevadas;
◦ A ciclagem térmica;
◦ Os meios corrosivos;
◦ Ciclagem de alta frequência.

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ABORDAGEM DA FALHA POR
FADIGA EM ANÁLISE DE PROJETO
◦ Há muitos fatores a serem considerados, mesmo para
casos de carregamentos bem simples. Os métodos de
análise de falha por fadiga representam uma
combinação de engenharia e ciência. Com freqüência,
a ciência falha ao prover as respostas completas que se
fazem necessárias.
◦ Dessa forma, mesmo que a ciência ainda não explique
completamente o mecanismo de fadiga, o engenheiro
deve continuar a projetar coisas que não irão falhar.
Em certo sentido, esse é um exemplo clássico do
significado real das engenharias, em contraste com a
ciência.
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MÉTODOS DA VIDA SOB FADIGA
◦ Os três métodos fundamentais da vida sob fadiga
utilizados em projeto e análise são:
◦ O método da vida sob tensão;
◦ O método da vida sob deformação;
◦ O método da mecânica de fratura linear elástica.
◦ Tais métodos tentam predizer a vida, em número de
ciclos até a ocorrência de falha, N, para um nível de
carregamento especificado.
◦ A vida de 1 < N < 10³ ciclos é geralmente classificada
como fadiga de baixo ciclo, enquanto se considera que
a fadiga de alto ciclo ocorre para N > 106 ciclos.
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MÉTODO DA VIDA SOB TENSÃO
◦ Para determinar a resistência de materiais sob a ação
de cargas de fadiga, espécimes são sujeitos a forças
repetidas ou variáveis de magnitudes especificadas, ao
passo que ciclos ou inversões de tensão são contados
até sua destruição.
◦ O ensaio pode ser realizado em uma máquina de viga
rotativa de alta velocidade de R. R. Moore.

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MÉTODO DA VIDA SOB TENSÃO
◦ Os resultados são traçados em um
diagrama S-N.
◦ A ordenada do diagrama S-N é
denominada resistência à fadiga
Sf; urna declaração dessa
resistência deve sempre ser
acompanhada de uma declaração
do número de ciclos N ao qual ela
corresponde.

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MÉTODO DA VIDA SOB
TENSÃO
◦ No caso de aços, um joelho ocorre no gráfico; além
desse joelho não ocorrerá falha, por maior que seja o
número de ciclos.
◦ A resistência correspondente ao joelho é denominada
limite de resistência à fadiga Se ou limite de fadiga.
◦ O gráfico jamais se torna horizontal para metais não-
ferrosos, de modo que esses materiais não têm um
limite de resistência à fadiga.
◦ A figura mostra bandas de espalhamento indicando as
curvas S-N para as ligas mais comuns de alumínio.
◦ Uma vez que o alumínio não tem um limite de
resistência à fadiga, normalmente a resistência à fadiga
Sf é relatada a um número específico de ciclos,
normalmente N=5x108 ciclos.

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MÉTODO DA VIDA SOB
DEFORMAÇÃO
◦ Uma falha por fadiga quase sempre começa em uma
descontinuidade local, tal como um entalhe, uma
trinca ou outra área de concentração de tensão. Quando a
tensão na descontinuidade excede ao limite elástico,
ocorre deformação plástica.
◦ Landgraf investigou o comportamento à fadiga de ciclo de
baixa ciclagem de uma grande quantidade de aços de
resistência muito alta, sendo que, durante sua investigação,
ele realizou muitos gráficos de tensão-deformação cíclicas.
◦ A Figura foi construída a fim de mostrar a aparência geral
desses gráficos para os primeiros poucos ciclos de
deformação cíclica controlada. Nesse caso, a resistência
decresce com repetições de tensão, como evidenciado pelo
fato de que as inversões ocorrem a níveis de tensão
sempre menores.

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MÉTODO DA VIDA SOB
DEFORMAÇÃO
◦ O SAE Faitigue Design and Evaluadon Steering
Committee publicou um relatório, em 1975, no qual
a vida em inversões até falha está relacionada à
amplitude da deformação Δε/2.
◦ Esse relatório contém um gráfico de tal relação para
o aço SAE 1020 laminado a quente; o gráfico foi
reproduzido na Figura.
◦ Para explicá-lo, primeiro definimos os seguintes
termos:
◦ Coeficiente εf de ductilidade à fadiga: deformação
verdadeira correspondente à fratura em uma inversão;
◦ Coeficiente σf de resistência à fadiga: tensão verdadeira
correspondente à fratura em uma inversão;
◦ Expoente c de ductilidade à fadiga: inclinação da linha de
deformação plástica;
◦ Expoente b de resistência à fadiga: inclinação da linha de
deformação elástica;
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MÉTODO DA VIDA SOB
DEFORMAÇÃO
◦ Vemos que a deformação total é a soma das
componentes elástica e plástica. Logo, a
amplitude da deformação total é:

◦ A equação da linha de deformação plástica


na Figura 7-14 é:

◦ A equação da linha de deformação elástica é:

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MÉTODO DA VIDA SOB
DEFORMAÇÃO
◦ Logo, a partir das equações, temos,
para a amplitude total de deformação:
◦ que é a relação de Manson-Coffin entre
a vida de fadiga e a deformação total.
Alguns valores dos coeficientes e
expoentes estão listados na Tabela.
◦ Embora a Equação seja perfeitamente
legítima para a obtenção da vida de
fadiga de uma peça quando a
deformação e outras características
cíclicas são fornecidas, ela parece ser de
pouca utilidade para o projetista.
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MÉTODO DA MECÂNICA DA FRATURA LINEAR
ELÁSTICA
◦ O método da mecânica de fratura assume que uma trinca já esteja presente e tenha
sido detectada. Dessa forma, ele é empregado para prever o crescimento dessa trinca
relativamente à intensidade de tensão.
◦ Quando a trinca é suficientemente longa, de modo que KI = KIC para a amplitude de
tensão envolvida, então KIC é o fator de intensidade de tensão crítico para o metal não-
danificado; assim, há falha repentina e catastrófica do restante da secção transversal
em sobrecarga de tração.
◦ As trincas de fadiga nucleiam-se e crescem quando as tensões variam e existe alguma
tração em cada ciclo de tensão. Considere a tensão como flutuando entre os limites
σmin e σmax, sendo que o intervalo de tensões é definido como Δσ= σmax - σmin.
◦ Assumindo uma trinca de comprimento inicial ai o crescimento dessa trinca como
função do número de ciclos de tensão N irá depender de Δσ; isto é, ΔKi. Para ΔKi ,
abaixo de certo valor limiar (ΔKi)th. Uma trinca não irá crescer.

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LIMITE DE RESISTÊNCIA
◦ Há muitos dados na literatura sobre os
resultados de ensaios com vigas rotativas e
ensaios de tração simples de espécimes
tomados da mesma barra ou lingote. Traçando-
se estes como na Figura, é possível ver se há
alguma relação entre os dois conjuntos de
resultados. O gráfico parece sugerir que o
limite de resistência varia entre cerca de 40 a
60% da resistência à tração para aços de até
212 kpsi (1460 MPa) aproximadamente.
◦ Uma outra série de ensaios, desta vez para
várias microestruturas, é mostrada na Tabela.

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LIMITE DE RESISTÊNCIA
◦ Mischke analisou uma grande amostra de dados reais de teste procedentes de
várias fontes e concluiu que o limite de resistência pode, de fato, estar relacionado
com a resistência à tração. Para aços, a relação é:
◦ em que Sut, é a resistência à tração mínima. A marca de linha em Se' refere-se ao
espécime de viga rotativa. Desejamos preservar o símbolo Se, sem a linha, para o
limite de resistência de um dado elemento de máquina submetido a qualquer
carregamento.

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LIMITE DE RESISTÊNCIA

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RESISTÊNCIA À FADIGA
◦ A Figura indica que o domínio de fadiga de alta ciclagem
estende-se de 103 ciclos para aços até o limite de resistência
Ne, que é de cerca de IO6 a IO7 ciclos.
◦ Os engenheiros podem trabalhar com a Equação da
deformação elástica da seguinte maneira:
◦ em que f é a fração de Sut representada por (Sf)103ciclos.
Solucionando para f, obtemos:
◦ Agora, a partir da Equação: σ’F = σ0ɛm, com ɛ = ɛ'F. Se essa
equação de tensão verdadeira contra deformação verdadeira
não for conhecida, a aproximação SAE para aços com HB < 500
pode ser usada:

◦ O expoente b é encontrado, a partir de σa=Se= σ’F(2Ne)b, como:

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RESISTÊNCIA À FADIGA
◦ Empiricamente, o ajuste comum de curva é:
◦ em que N é o número de ciclos até falha e as
constantes a e b são definidas pelos pontos IO3,
(Sf)103 e 106 , Se, com Sut103=f.Sut.
◦ Há ajustes populares de curva com/tratado
como uma constante, normalmente 0,9, mas
variando com Sut.
◦ A seguinte tabela mostra a natureza de uma tal
aproximação:

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RESISTÊNCIA A FADIGA
EXEMPLO 7-2
◦ Um aço 1050 HR tem uma resistência à tração Sut = 105 kpsi e uma resistência ao
escoamento de 60 kpsi.
◦ (a) Estime o limite de resistência de viga rotativa a IO6 ciclos.
◦ (b) Estime a resistência para um espécime de viga rotativa polido correspondendo a
104 ciclos até falha.
◦ (c) Estime a vida esperada sob uma tensão completamente invertida de 55 kpsi.

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RESISTÊNCIA A FADIGA
EXEMPLO 7-2
◦ (a) Estime o limite de resistência de viga rotativa a IO6 ciclos.

◦ (b) Estime a resistência para um espécime de viga rotativa polido correspondendo a


104 ciclos até falha. Pelo gráfico f=0.84

◦ (c) Estime a vida esperada sob uma tensão completamente invertida de 55 kpsi.

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