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· Você sabia que 95% das falhas mecânicas de componentes em serviço são causadas pelo
fenômeno da fadiga? Se você já presenciou alguma falha inesperada / indesejada em algum
componente saiba que a causa provável tenha sido o processo de fadiga. Devido a importância
desse fenômeno para a engenharia de materiais, a partir de hoje vamos iniciar uma série de 4
artigos com objetivo de discutir, elucidar e, de uma forma geral, contribuir para disseminação de
conhecimento.
Figura 1: Representação da superfície característica de uma fratura por fadiga, com distinção da
nucleação, propagação e instabilidade da trinca. Fonte: ASKELAND, 2008.
As principais características a serem observadas neste tipo de falha são um ponto ou sítio de
iniciação da trinca (geralmente na superfície); uma região de propagação da falha, onde estão
presentes as “marcas de praia”, e, por fim, uma região de ruptura catastrófica, que ocorre no
momento em que a trinca atinge um tamanho crítico para os níveis de tensão presentes. A
duração de cada fase depende das condições de ensaio e do tipo de material.
Macroscopicamente duas regiões distintas podem ser observadas na superfície de fratura (Figura
1). A primeira de aparência lisa, onde estão contidas as fases de nucleação e propagação, tem um
aspecto de fratura do tipo frágil, sem sinais de deformação plástica. Apesar da deformação
plástica não ocorrer a nível macroscópico ela pode ser observada microscopicamente com a
formação de estrias. A segunda região possui uma aparência grosseira e corresponde a fratura
final da peça, quando a seção transversal já não é mais capaz de suportar a tensão aplicada. A
falha final pode ser do tipo dúctil (fratura alveolar) ou frágil (clivagem), dependendo do nível de
tensão aplicada. Deste modo, a vida em fadiga de um componente deve ser analisada de forma
diferente para o período de nucleação da trinca e para o período de propagação (Figura 2), pois
os fenômenos envolvidos são distintos.
Figura 2: Estágios de iniciação e propagação da vida em fadiga. Fonte: ASKELAND, 2008.
Existem basicamente três metodologias de análise à fadiga, cada uma possuindo uma área de
aplicação e um propósito. Para o período de nucleação, o modelo tensão número de ciclos (S-
N) ou curva de Wöhler é o mais utilizado para fadiga de alto ciclo e o modelo deformação
número de ciclos (ε -N) ou de Coffin-Manson é mais utilizado nas aplicaçõesque envolvem
fadiga de baixo ciclo. Já para o período de propagação, no qual os componentes estruturais
já possuem algum defeito do tipo trinca, o processo de fadiga é controlado pela propagação
de trinca. Logo, as aproximações da Mecânica da Fratura Elástica Linear (MFLE) são
utilizada para estimar o tempo de vida restante do componente.
Diversas podem ser as causas da ocorrência de um colapso estrutural, das quais podemos citar
algumas delas:
Sobrecarga de Vento
Corrosão
Sobre Carga Operacional
Sobre Carga por incrustação de material
Sub-dimensionamento estrutural
Fadiga
Falha em sistemas de Proteção
Falha no Torqueamento de Parafusos
Projeto impropriado ao uso
Projeto Inapropriado as condições ambientais
Falha de Material
Segundo “Robert l. Norton” no livro “Projetos de Máquinas” a maioria das falhas em máquinas e
equipamentos acontece devido a cargas dinâmicas e não a esforços estáticos e estas falhas
ocorrem normalmente em níveis de tensão abaixo do limite de escoamento dos materiais
utilizados.
A Fadiga passou a ser um problema observável pela engenharia com advento dos equipamentos
movidos a vapor por volta de 1.800, a engenharia então passou a se deparar com falhas de
materiais que suportavam com muita competência cargas estaticamente mas tinha desempenho
muito ruim quando submetidos a cargas dinâmicas. Este era um fenômeno novo para engenharia
então.
As Falhas por fadiga além de constituírem um custo para economia também são também objeto
de estudos por envolver acidentes com perdas de vidas humanas como aconteceu na aviação.
Da Segunda Guerra mundial até hoje muito se investiu na pesquisa do assunto, visando
melhorarmos os projetos, busca no desenvolvimento de novos materiais e na diagnose prematura
do problema do ponto de vista da manutenção.
As falhas por fadiga iniciam-se sempre com uma pequena trinca, todos os materiais metálicos em
escala microscópica nunca são totalmente homogêneos e nas regiões de concentração de tensão
vão sofrer fadiga no tempo, se submetidos a cargas dinâmicas. As trincas se propagam devido as
tensões de tração que ocorre no material e a taxa de propagação das trincas são pequenas por
ciclo de tensão, então se a ciclagem for alta há uma tendência de falha em menor espaço de
tempo.
Olhando a lista de causas de Colapso Estrutural, gostaríamos de chamar a atenção para duas das
principais causas de falhas catastróficas em equipamentos sujeitos a cargas dinâmicas.
Corrosão e Fadiga são duas das principais causas de falhas em equipamento que estão em uso
por um longo período de tempo.
A Corrosão então é um mecanismo muito eficiente para propagação da fadiga, qualquer peça
com presença de uma trinca superficial submetida a um ambiente corrosivo, a trinca irá se
propagar com maior velocidade, qualquer material submetido a tensão corrói mais rapidamente
que outro que não esteja sendo tensionado. Qualquer peça submetida a tensão em meio corrosivo
terá uma vida útil mais baixa. Qualquer presença de trincas vai fazer a degradação pela corrosão
se propagar em mais rapidamente.
Fadiga e Corrosão esta é uma combinação explosiva do ponto de vista de surgimento de uma
falha catastrófica.
Então se você encontra um equipamento submetido a cargas dinâmicas com presença de
corrosão pode se um mal sinal.
Lembre-se qualquer trinca vai continuar crescendo sempre que estiver sob ação de tensões de
tração cíclicas e isto vai se agravar se estiver em presença de corrosão.
A figura abaixo é um exemplo de uma falha devido a fadiga característica de uma flexão
unidirecional, onde a superfície escura é da área submetida a tração onde a trina se iniciou e
propagou.
Existem três modelos de falhas por fadiga, o modelo da mecânica da fratura é o melhor modelo
para modelar a propagação da trinca num processo de fadiga, é o método utilizado para predizer
o tempo de vida restantes de peças trincadas.
Este método depende de ensaios não destrutivos para estimar o tamanho da trinca inicial e
necessita de processamento computacional, é muito utilizado em projetos de estruturas de
aeronaves.
Do ponto de vista da Segurança, Manutenção e Gestão de Risco, estabelecer programas de
avaliação de componentes sujeitos a fadiga por tração e a detecção de trincas prematuramente
são fundamentais e mandatórios.
Para tal são utilizados ensaios não destrutivos como; Ensaio de ultrassom, ensaio de partículas
magnéticas, check trincas por liquido penetrante e check trincas por liquido penetrante
fluorescente.
Os Ensaios de Ultrassom visam prioritariamente identificar trincas internas, já partículas
magnéticas e uso de liquido penetrante são eficazes para detecção de trincas superficiais.
A expectativa de vida do componente informado pelo fabricante vai orientar a elaboração do
programa de inspeção preditiva.
Qualquer carga de varie no tempo vai potencialmente provocar uma fadiga, em maquinas
rotativas as cargas tende a ter uma amplitude constante durante o tempo, equipamentos em
serviço tendem a ser submetidos a cargas variáveis, tornando mais difícil a previsão da
expectativa de vida.
Recomenda-se adotar a frequência anual para ensaios não destrutivos dos componentes sujeitos a
fadiga que queria controlar, esta frequência é válida para peças sem nenhum eco de defeito no
ensaio de ultrassom realizados anteriormente, sem estarem submetidas a atividades em ambientes
corrosivos, além da inexistência de trincas em ensaios de detecção de trincas superficiais, onde o
uso de liquido penetrante fluorescente é o método mais eficaz detecção. Qualquer alteração a
frequência de inspeção deve ser reduzida, pois já se caracteriza condição de início de falha.
· Par 1
σm = 200 MPa
σa = 112 MPa
Vida: 25 %
· Par 2
σm = 240 MPa
σa = 102 MPa
Vida: 30%
· Par 3
σm = 290 MPa
σa = 97 MPa
Vida: 45 %
Dados:
σu = 620 MPa
Se = 230 MPa
kt = 1,5
Qual é o número total de ciclos até a falha?
Etapa I – Calcular o Scr
Scr = (kt * σa * σu) / (σu – σm)
Scr = (1,5 * 200 * 620) / (620 – 112)
Scr = 366,14 Mpa