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UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DA BAHIA - UFOB

CENTRO MULTIDISCIPLINAR DE BOM JESUS DA LAPA - BA

Estudo de caso: Fundamentos de Falhas por Fadiga e Fluência

RAIDANE QUEIROZ DA SILVA

Bom Jesus da Lapa-BA


RAIDANE QUEIROZ DA SILVA

Estudo de caso: Fundamentos de Falhas por Fadiga e Fluência

Estudo de caso: Fundamentos de


Falhas por Fadiga e Fluência
apresentado como parte dos critérios
de avaliação da disciplina Ciência e
Tecnologia dos Materiais.
Professor(a): Bruna de Souza
Constantino

Bom Jesus da Lapa-BA


Ciência e Tecnologia dos Materiais –
Estudo de caso: Fundamentos de Falhas por Fadiga e Fluência

PARTE I – Fadiga

O estudante deverá realizar a leitura do material de apoio e responder às questões


abaixo:

a) O que é fadiga?
É uma forma de falha que ocorre em estruturas submetidas a tensões dinâmicas.
A falha por fadiga ocorre por meio da propagação repentina de uma trinca de
maneira caracterizada como frágil, pois, apesar de haver deformações plásticas
locais durante a propagação da trinca, esta falha ocorre sem deformações
nominais, e geralmente ocorre no plano perpendicular à direção do maior
componente da tensão principal de carregamento.

b) Quais os estágios da falha por fadiga? Explique o que acontece em cada


uma das etapas.
Os estágios de falha por fadiga são caracterizados por três etapas distintas:
1. Iniciação ou nucleação da trinca: No qual uma pequena trinca se forma em
determinado ponto com alta concentração de tensões. Em metais dúcteis,
bandas de escorregamento surgem em grãos cristalinos que estão em posição
desfavorável em relação à tensão aplicada, devido ao excesso de
cisalhamento. Em materiais menos dúcteis, como aços de alta resistência, a
iniciação da trinca geralmente é mais concentrada em defeitos na
microestrutura, como
poros, inclusões não-metálicas, entalhes agudos ou falhas superficiais como
arranhões e trincas;
2. Propagação da trinca: Durante a qual essa trinca avança em incrementos com
cada ciclo de tensão.
Em metais dúcteis, várias bandas de escorregamento surgem, bandas
individuais crescem e se tornam mais severas, até que as bandas se juntam
e formam trincas que se propagam continuamente. Em materiais frágeis o
crescimento de trincas se dá geralmente no plano normal à direção de maior
tensão principal.
3. A falha final: Ocorre muito rapidamente, uma vez que a trinca que está
avançando tenha atingido um tamanho crítico.
Em ambos os casos (metais dúcteis e frágeis) a trinca poderá atingir um
comprimento crítico geralmente denominado ac

c) Como são expressos os resultados do ensaio de fadiga?


Os resultados do ensaio de fadiga são expressos através da curva de tensão-
número de ciclos (curva S-N) ou curva de Wolher pois é o método mais rápido
para essa apresentação. Além de que os dados de ensaios são traçados na forma
da tensão (normalmente, a amplitude de tensão) em função do logaritmo do
número de ciclos até a falha.
d) Sobre o projeto de graduação “Fadiga Em Materiais Naturalmente
Defeituosos:
Testes E Modelagem”, responda:
a. Qual a problemática apresentada no trabalho?
A falha em virabrequins de grupos de termoelétricas brasileiras, que
ocorrem devido a micro defeitos.

b. Em qual material são fabricados os virabrequins? Qual a sua


composição?
Os virabrequins são fabricados em aço AISE 4340 ou AISI 4140 que
possui microdefeitos internos conhecidos como inclusões não-metálicas,
que são compostos químicos que aparecem no aço durante o processo de
fabricação. E por atuarem como concentradores de tensões, as inclusões
impactam negativamente no limite de fadiga do aço.

c. Qual o efeito das impurezas presentes nos aços? Como elas são
introduzidas no material?
O efeito das impurezas presentes no aço é conhecido como inclusões
não-metálicas. Essas impurezas contaminam o aço durante o seu
processo de fundição ou forjamento e, dependendo do tipo do aço,
diminuem consideravelmente o seu limite de fadiga.

d. Quais as possíveis causas da falha apresentada no trabalho?


As diversas inclusões não metálicas, no qual exemplificaram sobre as
falhas que ocorrem devido aos microdefeitos.

e. Quais os objetivos deste trabalho?


Os objetivos desse trabalho é testar modelos de fadiga multiaxial
calibrados para materiais que apresentam microdefeitos como inclusões
não-metálicas ou microfuros artificiais. Além de investigar a razão pela
qual virabrequins de grupos geradores de termoelétricas do Brasil que
falharam por fadiga recentemente durante operação.

f. Na sua opinião, qual a importância de se entender os mecanismos de


falhas por fadiga?
A importância de se entender os mecanismos de falhas por fadiga, é
compreender os limites de carga que certo produto produzido suporta de
acordo com sua composição química estrutural.
e) Cite exemplos reais de falhas que foram causadas pela fadiga do material.
São exemplos citados as falhas que ocorrem devido aos microdefeitos são
realmente perigosas, podendo gerar perdas financeiras enormes, principalmente
pelo fato de serem imprevisíveis. Foi afirmado também no trabalho que
recentemente ocorreram falhas em 3 virabrequins de uma termoelétrica de uma
única empresa brasileira de geração de energia, todos fabricados com o mesmo
aço. Além disso, outros 54 virabrequins feitos do mesmo material estavam sob
risco de falha em outras termoelétricas do Brasil.

PARTE II – Fluência

O estudante deverá realizar a leitura do material de apoio e responder às questões


abaixo:

a) O que é Fluência?
A) É a deformação de materiais quando colocados em serviço sob condição de
temperaturas elevadas e expostos a tensões mecânicas estáticas. Ou seja,
consiste em submeter um corpo de prova a uma carga ou tensão constante ao
mesmo tempo em que a temperatura é mantida constante; a deformação é
medida e traçada em função do tempo decorrido.

b) Quais fatores influenciam a vida em fluência dos materiais?


Temos como fatores de influência a vida de fluência:
Fatores de dependência: Temperatura, tempo, tensão e deformação
Outros fatores como:
Seleção e processamento incorretos dos materiais, processo de fabricação e
operação inadequadas.
c) Quais os tipos de ensaio de fluência?
Os tipos de ensaio de fluência são:
1. Ensaio de fluência: Mantém-se constantes a carga (ou tensão) e a
temperatura, medindo se a deformação com o decorrer do tempo.
2. Ensaio de ruptura por fluência: O ensaio é levado até a ruptura do material,
medindo-se o tempo de ruptura, podendo-se ainda medir a deformação ao
longo do tempo em certos casos.
3. Ensaio de relaxação: Mantém-se a temperatura e uma certa deformação
constante e mede-se a queda de tensão inicialmente aplicada para a obtenção
da deformação, com o decorrer do tempo.
d) Como é realizado o ensaio de fluência propriamente dito?
O ensaio de fluência é realizado ao submeter um corpo de provas a uma carga ou
tensão constante, ao mesmo tempo que também se mantém a temperatura
constante. O alongamento, ou a deformação, é medido e traçado em função do
tempo decorrido.
e) Esboce uma curva obtida em ensaio de fluência e explique suas 3 regiões.
A fluência primária ou transiente ocorre em primeiro lugar e é caracterizada por
uma taxa de fluência continuamente decrescente; isto é, a inclinação da curva
diminui ao longo do tempo. Isso sugere que o material está apresentando
aumento na resistência à fluência, ou encruamento, a deformação torna-se mais
difícil à medida que o material é deformado
Durante a fluência secundária, algumas vezes denominada fluência estacionária,
a taxa de fluência é constante, isto é, o gráfico torna-se linear. Com frequência,
esse é o estágio do processo de fluência que apresenta a maior duração. A
constância da taxa de fluência é explicada com base em um equilíbrio entre os
processos concorrentes de encruamento e de recuperação, em que recuperação é
o processo pelo qual um material torna-se menos duro e retém sua habilidade em
sofrer deformação.
A fluência terciária, há uma aceleração na taxa de fluência e, por fim, a falha do
material. Essa falha é denominada, com frequência, ruptura, e resulta de
alterações microestruturais e/ou metalúrgicas, por exemplo: a separação do
contorno de grão e a formação de trincas, cavidades e vazios internos. Além
disso, para cargas de tração, pode haver estricção em algum ponto na região de
deformação.
f) Sobre o trabalho de graduação “Análise de falhas de um gerador de vapor
usando as ferramentas FMEA e FTA”, responda:
a. Qual a problemática apresentada pelos autores?
O que leva a ruptura e a corrosão em uma caldeira, além de analisar os
materiais que são utilizados na caldeira e a mal execução das juntas de
solda da caldeira.
b. Quais os objetivos do trabalho?
Os objetivos do trabalho for realizar uma análise de falhas para
investigar a corrosão e a ruptura de um gerador de vapor, utilizando as
técnicas FMEA e FTA. Foram realizadas também análises
metalográficas de amostras do metal base e da junta soldada, e uma
análise físico-química da água de alimentação, com o intuito de
compreender os fenômenos que resultam em falhas na estrutura da
caldeira.

c. Explique, sucintamente, a metodologia adotada.


Foram retiradas três amostras de seção transversal de uma junta de solda
de um gerador de vapor, onde posteriormente foram lixadas, polidas e
atacadas eletroliticamente, posteriormente analisadas em microscópios.

d. Explique, sucintamente, as conclusões do trabalho.


Após o procedimento percebeu-se que por conta do processo de
soldagem nas regiões da zona fundida, da zona termicamente afetada e
do metal de base, e a falta de penetração do material fundido,
desalinhamento de junta e corrosão por pites ocorreu se alterações
microestruturais. Além de que através da análise físico-química da água
foi possível notar a alta concentração de cloreto e baixo pH da água de
alimentação.
Outro ponto é que com o uso das técnicas FMEA e FTA, percebe-se que
não há uma causa única para a ruptura do gerador de vapor, e sim uma
soma de fatores associados a baixa qualidade da água de alimentação
da caldeira e erros durante o processo de soldagem que atuam como
concentradores de tensão. Porém inspeção na autoclave deve ser
realizada juntamente tratamentos externos e internos na água de
alimentação com o intuito de controlar o processo corrosivo nos sistemas
de geração de vapor e aumentar o seu ciclo de vida.
Outro ponto é que, devem ser mantidos os filtros e as membranas
existentes no sistema para garantir bons parâmetros de água e uma
operação correta do sistema. Além da grande importância de um
procedimento operacional padronizado, o que garante um bom
funcionamento e evita possíveis acidentes, decorrentes da ruptura
inesperada da estrutura e que auxilie na correta utilização da máquina.

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