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UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO

INSTITUTO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS E EXATAS


DISCIPLINA: ENGENHARIA DE PROCESSOS II

Geórgea Lorena Zampolo

Lorena Stella Corrado

Maria Eduarda Lobo

Pedro Henrique Alencar Rodrigues

TRABALHO FINAL

Indústrias de óleos, gorduras e ceras

Profª Adriene Artiga Pfeifer

Uberaba – MG

2022
Geórgea Lorena Zampolo

Lorena Stella Corrado

Maria Eduarda Lobo

Pedro Henrique Alencar Rodrigues

Indústrias de óleos, gorduras e ceras

Trabalho apresentado para a disciplina


de Engenharia de Processos II do 3º
período do curso de Engenharia
Química para fins avaliativos da
Professora Adriene Artiga Pfeifer.

Uberaba – MG

2022
SUMÁRIO
1. HISTÓRIA ........................................................................................ 4

2. DEFINIÇÃO E CARACTERÍSTICAS ................................................ 4

3. MATÉRIA PRIMA ............................................................................. 5

4. FUNCIONALIDADE .......................................................................... 6

5. MUDANÇAS ..................................................................................... 7

6. ETAPAS DE PROCESSAMENTO .................................................... 7

6.1. PROCESSO DE ESTRAÇÃO DE ÓLEO E GORDURA VEGETAIS


8

6.1.1. Obtenção por prensagem mecânica ....................................... 8

6.1.2. Obtenção de óleos por extração à solventes ....................... 8

6.1.3. Processo de refinação do óleo bruto ...................................... 9

6.2. DEGOMAGEM.................................................................................... 10

6.3. NEUTRALIZAÇÃO ............................................................................. 11

6.4. DESODORIZAÇÃO ........................................................................... 12

6.5. CLARIFICAÇÃO ................................................................................. 13

7. HIDROGENAÇÃO .......................................................................... 13

8. FLUXOGRAMAS COMPLETOS .................................................... 15

9. SUBPRODUTOS E TRATAMENTO ............................................... 17

9.1. ÓLEOS ................................................................................................. 17

9.2. CERAS ................................................................................................. 20

9.3. GORDURAS ....................................................................................... 20

10. IMPACTOS AMBIENTAIS .............................................................. 21

REFERÊNCIAS ...................................................................................... 23
1. HISTÓRIA

Desde a antiguidade, o ser humano faz o uso de óleos e gorduras através


de cada fonte natural para próprio consumo. As gorduras animais foram, e ainda
são consumidas como alimento, com o tempo descobriu que esses óleos quando
queimados tinham como produto a luz e o calor. Já os óleos vegetais também
são de origens antigas, principalmente em povos nativos que extraiam com a
secagem de sementes pelo sol, muito utilizado para cosméticos como o
sabonete.

Registros históricos mostram o uso da gordura na civilização egípcia e até


mesmo nas pinturas rupestres dos homens das cavernas. Com a Segunda
Revolução Industrial, no século XIX, os processos industriais melhoraram e
trouxeram diversas funções para os óleos, gorduras e ceras, neste momento
ocorreu a extração por solvente e a margarina por hidrogenação do óleo vegetal.

Com o fim da Primeira Guerra Mundial, os EUA começaram a produzir óleo


de soja em larga escala e ao longo do tempo as técnicas de extração melhoraram
muito. No Brasil, com a Revolução Verde, a indústria de óleo na década de 1970
teve expansão para produção de biodiesel.

Dentre os produtos agrícolas que servem de uso para indústria química, os


óleos vegetais e as gorduras animais são os mais utilizados, junto com o amido.

2. DEFINIÇÃO E CARACTERÍSTICAS

Os óleos, gorduras e ceras são lipídeos, compostos hidrofóbicos (apolares)


e em sua maioria feitos de ácidos graxos e ésteres. A parte alcoólica vem do
glicerol e a ácida dos próprios ácidos graxos que combinados formam os
triglicerídeos.
Quanto as gorduras, possuem duas classificações: saturadas,
predominantes no reino animal e geralmente mais sólidas em condições
ambientes, e insaturadas, mais encontradas em vegetais. Tal diferença é
classificada pela quantidade de átomos de carbono e hidrogênio e do tipo de
ligação entre os carbonos.

3. MATÉRIA PRIMA

Quanto as gorduras animais, servem para banha, creme e manteiga como


principais produtos. Já a vegetal tem como matéria-prima o cacau, usado para
fazer chocolates. Os óleos saem bastante do coco, milho, soja, dendê, algodão.
A soja e o milho com óleos muito usados na cozinha para frituras. Por último, as
ceras são oriundas da abelha e da carnaúba.

Figura 1: Óleo de soja (Fonte: Google imagens).


Figura 2: Cera da abelha (Fonte: Google imagens).

4. FUNCIONALIDADE

Como citado anteriormente, os óleos, gorduras e ceras tem bastante


funcionalidade para o ser humano, seja para fins alimentícios ou não. Segundo
o livro Indústrias de Processos Químicos, dos autores Shreve e Brink, essas
matérias-primas geram diversos produtos que geram empregos e movimenta a
economia, entre eles:

⎯ Gorduras animais: Sabões, graxas, tintas, vernizes, detergentes


sintéticos, ácidos graxos e plastificantes;
⎯ Óleo de coco: Álcoois graxos, sabões e detergentes;
⎯ Óleo de linhaça e de soja: Tintas, vernizes, ceras de assoalho,
lubrificantes e graxas;
⎯ Óleo de rícino: Revestimentos protetores, plásticos, plastificantes,
lubrificantes, fluidos hidráulicos;
⎯ Talol: Sabões, couro, tinta, emulsificantes, adesivos, tinta de escrever.

Figura 3: Tintas e vernizes (Fonte: Google imagens).


Figura 4: Graxa para engrenagens (Fonte: Google imagens).

5. MUDANÇAS

De imediato, a extração dos óleos e gorduras foi de modo manual a


mecânico e em alguns casos até automatizado em certas indústrias. Porém,
além desses modos, as técnicas mudaram para facilitar a produção em larga
escala.

Os mais comuns dentro da indústria são a extração de óleo de soja por


solvente e a hidrogenação de margarinas. Quanto ao primeiro, antes era extraído
por secagem a luz do sol, depois por prensa hidráulica nas indústrias e por
último, depois de muito estudo chegou-se no método de extração por solvente,
com um rendimento de até 98% no processo.

A hidrogenação, considerada a mais importante e mais significativa


mudança neste setor industrial. Tal reação serve para endurecer gorduras e
óleos através da adição de hidrogênio junto a um catalisador.

6. ETAPAS DE PROCESSAMENTO
⎯ Extração;
⎯ Degomagem;
⎯ Neutraização;
⎯ Desodorização;
⎯ Clarificação.
6.1. PROCESSO DE ESTRAÇÃO DE ÓLEO E GORDURA VEGETAIS

As operações unitárias básicas envolvidas na extração de óleos e gorduras


são: prensagem mecânica, extração à solvente ou autoclavagem, além disso os
óleos e gorduras obtidos passam por processos de purificação posteriormente,
para que os ajustes necessários quanto suas propriedades físico-químicas
sejam feitas.

6.1.1. Obtenção por prensagem mecânica

Por meio de forças de compressão esse processo tem como objetivo a


separação de sólidos e líquidos. Tratamentos como o despolpamento, a redução
de tamanho e o aquecimento dos vegetais são necessários para aumentar a
eficiência dessa operação. São realizadas por prensas contínuas, e ao final do
processo são obtidos dois subprodutos: a torta, que é a parte sólida e o óleo ou
gordura bruto, que também podem conter partículas sólidas decorrente do
processo. Em seguida, o óleo ou gordura bruto, passa por um filtro-prensa e só
então segue para a etapa de purificação. Enquanto a torta segue para a extração
com solvente, pois ainda a resíduos de óleo contidos nela.

Figura 5 - Extração de óleo de sementes ou frutos por prensagem em prensas contínuas (a) e
filtragem do óleo obtido em filtro-prensa (b).

6.1.2. Obtenção de óleos por extração à solventes

Nesse processo, a torta resultante da extração mecânica, é misturada com


um solvente químico orgânico, o qual dissolverá o óleo residual presente na torta,
deixando-a praticamente sem nada.
Atualmente o solvente mais utilizado é o hexano, dentre as vantagens de
seu uso para a operação está: facilidade de dissolução com o óleo, não agindo
sobre os outros componentes dos grãos, possuir composição homogênea e faixa
de temperatura de ebulição em torno de 70°C e não se misturar com a água,
porém ele possui alta inflamabilidade e alto custo.

Figura 6 – Um sistema de extração a solvente de óleo: (1) extrator, (2) torrefador de farelo, (3)
evaporador contínuo e (4) condensador de solvente.

6.1.3. Processo de refinação do óleo bruto

O processo de refinação visa transformar os óleos brutos em óleos


comestíveis ao melhorar a aparência, o sabor e o odor por meio da remoção de
impurezas como substâncias coloidais, proteínas, fosfolipídios, ácidos graxos
livres, substância coloridas como clorofila, carotenoides, substâncias inorgânicas
como sais de cálcio, silicatos, bem como remoção de umidade. À exemplo do
tocoferol presente no óleo de soja, que confere odor e gosto desagradáveis,
sendo necessário esse refino para se tornar adequado à alimentação humana.

As etapas de refinação do óleo são: degomagem, neutralização,


clarificação e desodorização.

6.2. DEGOMAGEM

Na de degomagem, são adicionados 1% a 3% de água ao óleo bruto, e


sofre um aquecimento até 70°C sob uma agitação constante. Essa etapa tem
como objetivo remover do óleo bruto, fosfatídeos entre eles a lecitina, que tem
valor comercial, cefalina, fosfatidilinusitol, proteínas e outras substâncias
coloidais. A adição de água possibilita a remoção de fosfolipídios e substâncias
coloidais, chamadas “gomas”, essas são solúveis em água, logo são insolúveis
no óleo. Dessa forma apenas as gomas hidratáveis podem ser removidas com
esse método. Esse material coloidal hidratado (goma) é removido do óleo por
centrifugação, obtendo-se o óleo degomado. Há ainda a degomagem ácida, que
consiste na adição de ácido fosfórico 85% com o óleo a 60-65°C passando
também pela filtração ou centrifugação. Na degomagem com água tem-se 70-
80% de remoção, já na ácida tem-se 90%.

Figura 7 – Degomagem de óleo bruto com água.


Figura 8 – Fluxograma de degomagem com água.

6.3. NEUTRALIZAÇÃO

Agora o óleo degomado é enviado para a etapa de neutralização, onde será


adicionado a esse óleo uma solução aquosa de hidróxido de sódio (NaOH). A
adição dessa solução atua na eliminação dos ácidos graxos livres, pois reagirá
com os ácidos para forma sabão. Outras “impurezas” eliminadas são proteínas,
ácidos graxos oxidados e produtos resultante da decomposição de glicerídeos.
Posteriormente, a mistura passa pela centrifugação, para separar os sabões
formados (borra) do óleo. Em seguida, o óleo passa por um ou duas lavagens
com 10% a 20% de água aquecida a aproximadamente 80°C a 90°C, e passando
por nova centrifugação para a retirada do sabão residual. O óleo obtido é
chamado de óleo neutralizado. Essa etapa é necessária, pois no caso da
utilização de óleos para frituras, os ácidos graxos livres ocasional a formação de
fumaça gordurosa, visto que eles possuem maior pressão de vapor do que dos
triglicerídeos, logo evaporam com o aquecimento.
Figura 9 – Neutralização do óleo degomado

6.4. DESODORIZAÇÃO

Nessa etapa as substâncias que causam mau cheiro ao óleo bruto são
retiradas, como os aldeídos, cetonas, ácidos graxos oxidados e carotenoides,
principalmente o tocoferol (vitamina E), além disso remove traços de pesticidas
utilizados nas plantações das sementes e que possivelmente são solubilizados
no óleo na etapa de extração. Na desodorização, também conhecida como
arraste a vapor, o óleo passa em contracorrente com vapor de água, que retira
essas substâncias que atribuem o odor ao óleo. Normalmente é efetuada a uma
temperatura de 180 a 270°C.
6.5. CLARIFICAÇÃO

Já nessa etapa, ocorre a eliminação do óleo parte de certos pigmentos que


conferem cor, tornando-o mais claro. Ela é realizada em tanques dotados de
agitadores e sistema de aquecimento a vapor (camisa ou serpentina).
Geralmente efetua-se vácuo no tanque, a fim de evitar-se a oxidação e promover
uma secagem rápida do óleo, necessária para a clarificação. Quando o óleo está
seco e na temperatura em torno de 80°C adiciona-se argila (terra) descorante,
na proporção de 1 a 4% em peso sobre o óleo, dependendo do tipo de óleo a
clarificar e do poder descorante da argila. O aquecimento é interrompido e,
quando a temperatura do óleo baixar para 80°C, ele é passado através de filtro-
prensa para separar a argila clarificante.

Figura 10 – Branqueamento do óleo neutro seco.

7. HIDROGENAÇÃO

A etapa de hidrogenação é muito empregada pela indústria alimentícia com


a finalidade de aumentar o prazo de validade dos óleos, já que diminui a
suscetibilidade à deterioração oxidativa, ou para produzir as gorduras vegetais
hidrogenadas. Essa reação consiste na adição de hidrogênio nas duplas
ligações dos grupos acil insaturados. Nas reações de hidrogenação sempre
existe o emprego de catalisadores, uma vez que sem a presença desses, a
reação ocorre somente em condições muito drásticas de temperatura e pressão.
A maioria dos processos químicos utilizam o níquel como catalisador, devido ao
seu menor custo. Esse processo é realizado em tanques herméticos, com o
catalisador de níquel finamente divido, normalmente ocorre a temperaturas de
150 a 220°C e pressão de 15atm de hidrogênio, como mostra o fluxograma
abaixo.

Figura 11 – Processo de hidrogenação de óleos refinados utilizando catalisadores de


níquel.
8. FLUXOGRAMAS COMPLETOS

Figura 12 – Fluxograma de obtenção de óleo de caroço de algodão (Fonte:


Figura 13 – Fluxograma de extração contínua de óleo de soja por solvente (Fonte:
Figura 14 – Fluxograma de processamento contínuo de óleos comestíveis (Fonte:

9. SUBPRODUTOS E TRATAMENTO
9.1. ÓLEOS

Atualmente, o Brasil processa cerca de 15 milhões de toneladas de soja,


por extração a solventes, sendo que, desse total, são produzidas cerca de 60 mil
toneladas/ano de gomas, considerado um sub produto da refinação que contém
cerca de 60% em peso de fosfolipídios.

A mistura de fosfatídeos da soja é conhecida como lecitina de soja, e


encontra inúmeras aplicações na indústria alimentícia:

⎯ Em margarinas, prevenindo a oxidação da vitamina A;


⎯ Em gorduras, como antioxidante e homogeneizador;
⎯ Em doces e chocolates, favorecendo o controle de viscosidade e
obtenção de cobertura uniformes;
⎯ Em sorvetes cremosos, permitindo uma textura mais uniforme;
⎯ Em queijos, favorecendo coesão e evitando formação de grumos.

Os fosfatídeos constituem de 1,8 a 3% do óleo bruto de soja. Entretanto,


para o seu aproveitamento após o refino, é necessário utilizar outros
procedimentos de refino, pois os fosfatídeos presentes na borra alcalina
resultante da refinação alcalina, encontra-se em mistura com óleo saponificado,
dificultando a sua recuperação.

Tecnicamente é possível realizar a separação dos fosfatídeos do sabão,


através de extrações com acetona ou acetato de etila e lavagem do resíduo
insolúvel com soluções diluídas de cloreto de sódio ou ácido clorídrico,
entretanto, este procedimento não apresenta valor comercial. Por isso, quando
se deseja recuperar os fosfatídeos, utiliza-se a degomagem (retirada das gomas)
como processo de refino.

Por degomagem, compreende-se a adição de água ao óleo a temperatura


entre 60 a 90C. Após um período de contato de 10 a 60 minutos, necessário à
hidratação, os fosfatídeos formam emulsão (40- 50% de água e 35 a 40% de
óleo) que, seca sob vácuo e temperatura reduzida (50 a 75C), origina a lecitina
comercial. Paralelamente, o produto pode sofrer branqueamento, geralmente por
tratamento com água oxigenada e, se necessário, ajuste de fluidez, com adição
de ácidos graxos ou de ésteres metílicos. O esquema de obtenção da lecitina de
soja é mostrado na Figura 15.
Figura 15 – Obtenção da lecitina de soja (fonte:

Outra forma de reaproveitamento de óleos residuais é a produção de


biocombustível. Ela acontece através da reação de transesterificação, como
mostra a figura 16, que converte a matéria graxa em ésteres (biodiesel), a massa
reacional final é constituída de duas fases, separáveis por decantação e/ou por
centrifugação. A fase mais pesada é composta de glicerina bruta. A fase menos
densa é constituída de uma mistura de ésteres metílicos ou etílicos.

A transesterificação dos óleos vegetais resulta em: redução da densidade


em relação ao óleo vegetal; redução da viscosidade enquadrando-se dentro da
especificação do óleo diesel; diminuição do ponto de fulgor; diminuição do ponto
de névoa; redução do resíduo de carbono, resultando em um valor menor do que
o diesel; produtos com menor peso molecular, embora seja mantida a estrutura
original do ácido graxo; aumento do número de cetano que se torna maior ou
igual ao do óleo diesel (ALMEIDA, 2008).
Figura 16 – Processo de obtenção do biodiesel (Fonte:

9.2. CERAS

Existem ceras animais, vegetais, minerais e sintéticas, dependendo da


fonte. As ceras animais são secretadas como matéria protetora por certos
insetos. As ceras vegetais são encontradas como revestimentos nas folhas, nos
caules, nas flores e sementes. As ceras minerais são as ceras de parafina
obtidas pelo petróleo. As ceras minerais do petróleo são ceras verdadeiras (bons
ésteres), mas incluem-se nesta classe em virtude das suas características
físicas.

Por exemplo, a cera da abelha – feita através dos favos de mel – são
utilizadas na produção de velas. Já a cera de carnaúba é muito utilizada como
produto para polimento em assoalhos de carros.

9.3. GORDURAS

Segundo Banaszewska, et. Al. (2014), na produção do óleo de manteiga


resulta em um soro cremoso. Sendo este soro classificado pelo Regulamento de
Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal – RIISPOA, no Art.
400 do decreto nº 9.013 (BRASIL, 2017) como o produto líquido de caráter lácteo
extraído da coagulação do leite no processamento de queijos, de caseína e de
produtos similares. Ele possui cerca da metade dos nutrientes originais do leite
sendo abundante em componentes tais como: proteínas do soro, vitaminas
hidrossolúveis, sais minerais e lactose (SMITHERS, 2008).

As proteínas presentes no soro do leite oferecem muitos benefícios para o


homem, como: reparação celular, construção e reparação de músculos e ossos,
dão energia ao corpo, além de outros benefícios que estão ligados a processos
metabólicos.

No entanto, como resíduo, proporciona malefícios ao meio ambiente e à


sociedade. Ao ser descartado, se torna um dos efluentes líquidos que mais
contribuem para a alta carga poluidora das indústrias de laticínios.

O leitelho contém a maior parte da proteína encontrada no leite, além de


possuir vitaminas, minerais e propriedades funcionais devido a presença de
fosfolipídios, que por sua vez são provenientes das membranas fragmentadas
dos glóbulos de gordura do leite interrompidas durante a agitação. A sua
presença influencia na redução do colesterol no sangue, inibição e impedimento
do desenvolvimento de bactérias que se aderem as paredes do trato
gastrointestinal (FONG; NORRIS; MACGIBBON, 2007; NOH & KOO, 2004).

Dessa forma, ele é capturado e direcionado, de forma correta para a


produção de outros produtos lácteos.

10. IMPACTOS AMBIENTAIS

Atualmente, existe grande preocupação acerca do destino desses


resíduos, os quais podem afetar a fauna e a flora. É possível, ainda, que
agravem problemas ambientais como a poluição atmosférica e de corpos
hídricos, caso forem descartados de forma inadequada.

Em primeiro lugar, deve-se considerar que os resíduos e efluentes de uma


indústria são resultado dos processos que ela emprega. Assim, antes de aplicar
métodos de descarte e tratamento dos resíduos gerados, é preciso analisar sua
produção industrial como um todo. Devem ser estudadas as fontes de poluentes,
o consumo de água e matéria-prima, a composição das correntes líquidas e
gasosas, as reações envolvidas, os equipamentos empregados, etc.
Após o conhecimento do processo industrial e de sua otimização, os
resíduos devem ser submetidos a um sistema de tratamento e descarte. A
caracterização do resíduo é muito importante, podendo ser sólido, gasoso ou
líquido.

Como é o caso do descarte de óleos, a sua reutilização acarreta em


vantagens e desvantagens ambientais. As vantagens estão intimamente ligadas
à reutilização do óleo velho, fazendo com que este não seja descartado no meio
ambiente, como normalmente ocorre. Isso é de grande relevância, pois 1 litro de
óleo pode contaminar até 25 mil litros de água potável. Além disso, outra
vantagem é que ao substituir o diesel de petróleo por biodiesel há 80% menos
poluição atmosférica.

Já a principal desvantagem é a falta de postos de recolhimento no país, as


quais são essenciais para incluir toda a população nesse ciclo, não apenas
estabelecimentos como restaurantes, fast-foods e feiras, onde é mais comum a
prática de armazenamento do óleo utilizado.
REFERÊNCIAS

SUAREZ, Paulo AZ et al. Biocombustíveis a partir de óleos e gorduras: desafios


tecnológicos para viabilizá-los. Química nova, v. 32, p. 768-775, 2009.

BELTRÃO, NE de M.; DE OLIVEIRA, M. I. P. Oleaginosas e seus óleos:


vantagens e desvantagens para produção de biodiesel. Embrapa Algodão-
Documentos (Infoteca-E), 2008.

RODRIGUEZ, R. Extração, refino e hidrogenação de óleos e gorduras. Trabalho


de Conclusão de Curso-Fundação Educacional do Município de Assis–
FEMA, Assis, p. 60, 2014.

PRATA, Letícia Costa et al. Reciclagem de óleos e gorduras vegetais residuais.


2018.

Shreve, R.N & Brink, J. A. In: Indústrais de Processos Químicos, pp. 414-425

Park,Y. K & Pastore, G.M. Biotecnologia na Produção de Derivados de Óleos e


Gorduras. Boletim SBCTA, 23 (3/ 4), pp. 161-168, 1989.

Rittner, H. Lecitina de soja dá boa receita. Química e Derivados, Nov, pp. 20-29,
1990.

Manual Econômico da Indústria Química, Volume 2 (1975). Editado pelo CEPED/


SPCT/ Governo do Estado da Bahia.

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