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Moacir Loqueti Junior RGA: 201821905018

Resumo 4 – Indústria de Gorduras, Óleos e Ceras

As gorduras e óleos são usados há muito tempo pelos seres humanos


como alimento, contudo, com o avanço da tecnologia, foram se descobrindo
novos usos para estes, como na produção de sabões, tintas, vernizes,
lubrificantes, plastificantes etc. As gorduras e óleos são misturas de glicerídeos
e de diversos ácidos graxos, enquanto as ceras são misturas de ésteres de
álcoois poliídricos, derivados do glicerol e de ácidos graxos.
O maior uso das gorduras é para a fabricação de ácidos graxos. Estes
podem ser classificados como: ácidos da série saturada (base dos óleos não
secativos), ácidos monoolefinicos (uma insaturação), ácidos poliolefinicos (mais
de uma insaturação).
Esta indústria tem uma divisão clássica entre, óleos vegetais, óleos e
gorduras animais e as ceras.
Óleos Vegetais
São vários os óleos vegetais extraídos industrialmente, como por exemplo
o óleo de algodão, que é feito através de uma prensagem de seus caroços
peneirados e aspirados, e depois desfelpados. Estes, são cortados e a casca é
retirada, utilizando somente a polpa da semente, que é amassada para facilitar
a operação de cozimento. Após o cozimento, as polpas são prensadas
novamente, assim, extraindo o óleo presente na polpa do caroço do algodão.
Neste processo, a extração por solvente é a mais usada, por recuperar cerca de
98% do óleo presente nos caroços. O uso do óleo de algodão é quase todo
destinado a indústria alimentícia.
Outro óleo extraído por solvente é o óleo de soja. O mesmo processo é
feito com as sementes da planta. A extração ocorre na prensa e na reação com
o solvente, assim, extraindo o máximo de óleo possível. Quando extraído, sobra
uma massa muito proteica de farelo de soja, que pode ser ainda mais proteica,
se a casca for retirada antes do processo. O solvente é removido do óleo através
de aquecimento.
Em geral, o processamento dos óleos vegetais envolve a refinação
alcalina, lavagem e secagem, clarificação, hidrogenação e desodorização. No
processo alcalino, os ácidos graxos são aglutinados por soda caustica formando
os sabões.
O processo de obtenção do óleo de linhaça é bem similar ao processo do
caroço de algodão. Contudo, inicialmente, é utilizado um extrator Anderson. O
rendimento na prensagem é cerca de 34%. Já o processo para extração do óleo
de coco é um pouco diferente. A amêndoa do coco é torrada antes do processo,
para evitar um acúmulo de umidade, assim, impedindo a deterioração do óleo.
O seu uso depende da concentração de ácidos graxos. O óleo que possui menor
teor, é utilizado na indústria alimentícia, e os com maior teor, são usados na
indústria de sabões e álcoois. Já a produção de óleo de milho é um pouco
diferente, o processo inicia no tratamento do grão, que passa por um tanque de
dióxido de enxofre para amolecer a casca e fazer a retirada do gérmen. Após a
retirada deste em um tanque com água, o gérmen é seco e passado pela
moagem e extração do óleo.
O óleo de palma pode ser obtido através do fruto e da amêndoa. No
primeiro, o fruto é cozido em grandes digestores e alimentados a vapor sob
pressão equipado com agitadores, onde, após o processo, é passado para
centrifugadores, onde o óleo, as fibras e a amêndoa são separados. As
amêndoas são ensacadas e levadas para outro processo de retirada, e as fibras
são queimadas para aquecer a água e obter o vapor para a primeira etapa de
produção. O óleo de amendoim é obtido através de uma prensa hidráulica ou
extrator de Anderson. Uma parte do óleo extraído é comestível, e outra parte é
hidrogenada e usado para fabricar sabões.
O óleo de tungue é extraído através do fruto do tungue por prensagem. A
torta não serve de forragem, mas serve como fertilizante devido ao alto teor de
nitrogênio e fósforo. Esse óleo é utilizado devido a sua secagem rápida. O óleo
de rícino é obtido através da prensagem da amêndoa da mamona, e pode ser
usado na área medicinal, assim como na fabricação de sabões transparentes,
tintas para máquinas de escrever e como lubrificantes de motores. O óleo de
açafrão está sendo muito utilizado por obter ácido linoleico. A farinha produzida
na produção deste óleo é utilizada para alimentação de gado.
Gorduras e Óleos Animais
A engenharia química conseguiu reduzir o custo de fabricação destes
materiais, devido a troca de processos. Assim, também funcionou com os óleos
vegetais.
O óleo de mocotó é obtido através do cozimento da pele, ossos e pés de
bois, onde a gordura é retirada e coada. Depois levada para uma caldeira, onde
é aquecida, filtrada e ensacada, sendo enviada para a refinaria, onde é
granulado. Este material granulado é prensado, obtendo o óleo de mocotó puro,
que é usado em relógios e máquinas delicadas. O óleo de baleia pode ser
extraído da gordura do animal, assim sendo removida da pele, fervida,
centrifugada, clarificada e seca. Já o óleo de bacalhau é obtido através do
cozimento do fígado do bacalhau, até surgir uma espuma branca, esta massa é
decantada e coada. Depois é filtrada, alvejada e congelada.
O cozimento de peixes como a sardinha e o salmão é feito para extrair
o óleo de peixe. O cozimento libera gordura, que é decantada e congelada. O
resto é seco e pulverizado, sendo vendido como farinha para alimentação. O
óleo de banha é um dos mais importantes óleos animais, e é produzido através
da prensagem do toucinho não comestível.
Apesar de terem origens diferentes, os óleos animal e vegetal têm etapas
de produção muito parecidas, como o tipo de processo, o refinamento e a
desodorização. E ambos os óleos são usados para outras conversões químicas,
como por exemplo na indústria de sabão.
O processo de hidrogenação é um dos processos mais importantes para
o enriquecimento dos óleos e gorduras, quebrando as insaturações adicionando
hidrogênio aos carbonos insaturados. Esse processo necessita de uma
quantidade expressiva de hidrogênio, que pode ser obtido via vapor de água e
hidrocarboneto. O processo ainda envolve um equipamento de catalise, um
equipamento para refinação antes da hidrogenação, um conversor para a
hidrogenação e um equipamento para refinação da gordura pós hidrogenação.
O catalisador mais usado é níquel. Este é decomposto por aquecimento e
retirado do meio. É possível alterar as posições relativas nos triglicerídeos por
interesterificação aleatória ou condensada, que nada mais é que uma alternativa
tecnológica ao processo de hidrogenação, assim, viabilizando a produção de
óleos e gorduras com funcionalidades especificas.
Ceras
As ceras podem ser obtidas através do meio animal, vegetal, mineral ou
sintética. As ceras animais são excretadas por alguns insetos como matéria
protetora, as vegetais são revestimentos de partes das plantas e as minerais
podem ser obtidas através do petróleo.
A cera de abelha é a cera animal mais utilizada, é obtida através dos
favos de mel por extração a solvente, prensagem ou água fervente. A cera de
carnaúba é uma cera vegetal encontrada em uma palmeira nativa do Brasil. A
cera é encontrada pela secagem das folhas desta planta, e pode ser extraída
facilmente.
O óleo de espermacete é removido da cavidade cranial e de certas
partes de gorduras do cachalote. Esse óleo, depois de seco e decantado, produz
uma cera sólida composta por palmiato de cetila. A ozocerita é uma cera mineral
que ocorre naturalmente, que pode ser usada como impermeabilizante e para
dar brilho. A candelila é uma das mais produzidas, e pode ser obtida através da
fervura dos ramos de uma planta com água acidulada.

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