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Moacir Loqueti Junior RGA: 201821905018

Resumo capítulo 7: Gases Industriais

Os gases industriais são de extrema importância para todas as indústrias,


e alguns deles são matérias-primas intermediarias para fabricação e outros
compostos. É o caso especial do oxigênio, nitrogênio e hidrogênio. Eles possuem
outros usos, mas o uso desses compostos na forma liquida tem a mesma
utilidade, a criação de frio. Com a descoberta desse novo uso, uma nova área
nasceu, a criogenia, que compreende a produção e utilização desse frio intenso.
Estes compostos líquidos podem chegar a -101ºC.

Após a criação desta área de estudos, o uso desses gases passou a ser
mais vantajoso economicamente. O uso desses gases na forma liquida exige
menor volume destes, assim, necessitando de uma menor quantidade de
compra. Além do uso militar e espacial, a criogenia pode ser utilizada no
processamento eletrônico de dados, em materiais magnéticos e no
bombeamento a alto-vácuo. Nas indústrias químicas, sua maior utilização é na
produção de nitrogênio, para a fabricação de amônia e na metalurgia é utilizada
para aceleração do processo de produção do aço.

Dióxido de Carbono

Há séculos o dióxido de carbono é conhecido nas formas liquidas e


sólidas, mas somente em 1924 sua principal utilização foi descoberta, o
refrigerante. Após isso, a produção de dióxido de carbono cresceu
exponencialmente, chegando a 1.224.500 toneladas em 1974. O uso em
refrigeração vai além de alimentos, podendo resfriar rebites de alumínio e partes
de máquinas encaixadas a frio. É utilizado para carbonificar bebidas. O dióxido
de carbono líquido tem uso essencial na extração de carvão, fazendo o processo
ser mais eficaz e obtendo maiores partes do carvão. Tem, também, uso
vantajoso para neutralização de álcalis, pois é facilmente transportado na forma
sólida, sendo mais leve que ácido sulfúrico e ácido clorídrico.

A fabricação de CO2 comercial tem diversas fontes, mas as principais são:

1. Gases de combustão carbonáceos;


2. Coproduto das indústrias de fermentação, resultante da degradação da
dextrose em álcool e dióxido de carbono;
3. Coproduto das operações dos fornos de cal.

Para concentrar o gás, é usado um sistema de absorção chegando até


99% de pureza. Para eliminar as pequenas impurezas que ficam no gás, este
deve sofrer diversos tratamentos químicos, com por exemplo:
𝑁𝑎2 𝐶𝑂3 + 𝐶𝑂2 + 𝐻2 𝑂 ⇋ 2𝑁𝑎𝐻𝐶𝑂3
Esta reação é deslocada para a direita pelo aumento da pressão parcial
de 𝐶𝑂2, e deslocada para a esquerda pelo aquecimento do bicarbonato de sódio.
A eficiência de absorção não é a ideal, da ordem de 10 a 18%. Uma outra opção
para melhor a absorção é o uso de uma solução concentrada de carbonato de
potássio ou monoetanolamina. Nestes casos, o dióxido de carbono disponível
provém da queima de combustíveis fósseis na caldeira gerando vapor a 14 atm
manométricas, obtendo um gás de 10 a 15% dióxido de carbono a 343ºC. Este
é resfriado, purificado e lavado com água. Conseguinte, é removido por absorção
seletiva numa solução aquosa de etanolamina. O composto e o vapor de água
são retirados pelo topo do reativador, onde passam por um condensador de
dióxido de carbono, que retira a água do processo, devolvendo-a em uma
corrente de reciclo de volta à torre. O gás retirado do condensador é purificado
em um lavador a permanganato de potássio, para retirada de possíveis
resquícios de aminas e sulfeto de hidrogênio. Após estas etapas, o composto é
seco, comprimido, resfriado e liquefeito.
Hidrogênio
O hidrogênio vêm sendo um dos principais insumos nas indústrias
químicas por muito tempo. Seus usos importantes são na hidrogenação de óleos
alimentícios, nas indústrias de máquinas elétricas, em mísseis e em fornos de
tratamento de metais. A fabricação do hidrogênio puro, geralmente, é feita
através de um processo eletrolítico de água alcalinizada. Contudo, também pode
ser obtido através da decomposição de materiais carbonáceos e
hidrocarbonetos, através da aplicação de energia nestes.
No método eletrolítico, a água alcalinizada é decomposta em hidrogênio
e oxigênio gasosos, necessitando de uma tensão de 2 a 2,25 V por conta da
sobretensão do hidrogênio nos eletrodos. Neste método, o gás tem pureza de
aproximadamente 99,7%.
Já no processo de decomposição de hidrocarbonetos, os compostos
passam por um processo catalítico numa mistura reacional com vapor de água
a alta temperatura, para a formação de hidrogênio e óxidos de carbono. A
primeira reação é de reforma e a segunda reação é a de deslocamento do gás
da água. A primeira é feita a altas temperaturas e pressão reduzida, com excesso
de vapor para evitar a formação de carvão, já a segunda é levemente exotérmica
e favorecida pelas baixas temperaturas, mas insensíveis a pressão. Geralmente,
um catalisador é necessário nesta reação. O hidrocarboneto é vaporizado pelo
vapor de água, dessulfurizado com carvão ativo para impedir que o catalisador
não funcione e reformado sobre o catalisador. Os gases formados, geralmente
dióxido de carbono, monóxido de carbono e hidrogênio são resfriados e passam
por um condensador e novamente por um catalisador, onde monóxido de
carbono é convertido em dióxido de carbono, assim produzindo mais hidrogênio.
Estes, são passados resfriados para 38ºC e lavados com uma solução de
monoetanolamina num absorvedor para retirada do dióxido de carbono. O gás
que sai do absorvedor passa por um metanador, para os óxidos de carbono que
ficaram, reagirem com o hidrogênio e formar metano. O hidrogênio restante no
metanador é resfriado, saindo puro, com apenas resquícios de vapor de água.
Existem outros métodos para fabricação de hidrogênio, como o processo
de oxidação parcial, que adota a combustão parcial de matérias-primas, como o
gás natural e até mesmo de óleo combustível pesado, não catalisada do
hidrogênio junto com o oxigênio numa câmara de combustão a cerca de 1300 a
1500ºC. O gás produzido tem uma composição que depende da razão
carbono/hidrogênio, na alimentação e da quantidade de vapor de água. O
processo de gaseificação do carvão consiste na reação entre o carvão, o vapor
de água e o oxigênio para levar a composição do gás de água. Temos várias
variantes deste processo, sendo eles o processo de Lurgi, de Koppers-Totzek e
de Winkler. A diferença entre eles consiste nos vasos de reação, contudo, o
processo de Lurgi é o único que opera sob pressão, assim, possibilitando maior
economia operacional, já que o produto também vai ser utilizado sob pressão.
Mais um processo para produção de hidrogênio é o craqueamento do amoníaco,
onde ocorre a vaporização do amoníaco líquido no seu aquecimento de 871ºC
passando por um catalisador ativo, e no seu arrefecimento em trocadores de
calor, onde o gás afluente pode ser vaporizado. Esse processo pode gerar 1
volume de nitrogênio e 3 volumes de hidrogênio. Os processos de purificação do
hidrogênio são vastos, podendo ser metanação catalítica e lavagem em sais
complexos de cobre e amônio para a retirada de monóxido de carbono, reação
com monoetanolamina e com solventes orgânicos para a retirada de dióxido de
carbono e sulfeto de hidrogênio.
Oxigênio e Nitrogênio
O oxigênio é um dos gases mais utilizados por diversos tipos de indústrias,
além de usos em áreas da saúde. Pode ser utilizado na indústria de aço, para
remoções de incrustações, na produção de oxido de acetileno e de etileno na
produção de amônia e de metanol via oxidação de hidrocarbonetos. Além de
participar na ativação de processos de combustão, tanto na área metalúrgica,
quanto na área espacial.
A produção deste se dá quase que exclusivamente da liquefação e
retificação do ar, já que a produção por eletrolise da água tem pequeno
significado. O ar, depois de filtrado, é comprimido e resfriado. Depois de separar
a água liquida, o ar entra em um trocador de calor reversível, e é resfriado até a
temperatura de orvalho. Conforme a temperatura vai diminuindo, a umidade
condensa e congela, assim como o dióxido de carbono. Então usa-se a adsorção
em fase gasosa para a retirada de resquícios de dióxido de carbono e qualquer
traço de hidrocarbonetos. O ar purificado entra em um retificador a dupla coluna,
que nada mais é do que duas colunas de destilação acopladas com um trocador
de calor que funciona como um condensador para a coluna inferior e refervedor
para a coluna superior. Como o nitrogênio é mais volátil que o oxigênio, no
refervedor haverá uma massa de oxigênio líquido fervente, enquanto no
condensador estará o nitrogênio quase puro. Como a temperatura de ebulição
do oxigênio é mais elevada que a do nitrogênio, a pressão na coluna inferior
deve ser suficientemente alta para elevar a temperatura de condensação do
nitrogênio. Uma parte do nitrogênio condensado volta para a coluna inferior com
refluxo, e outra parte volta para a coluna superior pelo superaquecedor. Uma
corrente rica em oxigênio sai da coluna inferior e vai para a coluna superior após
ser sub resfriada pelo superaquecedor de nitrogênio, sendo a fonte de
alimentação da coluna superior. O oxigênio e o nitrogênio são removidos na
forma de vapor saturado de alta pureza e o restante de gás na coluna é retirado
como nitrogênio de refugo de baixa pureza.
Neste processo, além do nitrogênio e oxigênio presentes no ar
atmosférico, ainda é possível se obter argônio, xenônio, neônio e criptônio, gases
também presentes no ar atmosférico. A separação desses gases é feita na
coluna dupla. O argônio é obtido através da combinação entre a coluna dupla e
colunas laterais. Como o ponto de ebulição do argônio e do oxigênio são
próximos, o nível de concentração de argônio se dá na coluna superior. O vapor
rico em argônio é retirado pela coluna superior. A aplicação do argônio está nos
processos metalúrgicos, em soldas e na refinação de metais exóticos. O neônio
ferve a uma temperatura mais baixa que o nitrogênio, por conta disso, este fica
acumulado no condensador principal e pode ser recuperado com a adição de
uma coluna lateral, e é utilizado em pesquisas de alta energia. Já o criptônio e
xenônio, por terem pontos de ebulição elevados, se acumulam no poço de
oxigênio líquido na coluna superior. O criptônio tem uso no enchimento de bulbo
de lâmpadas e o xenônio é usado em sistemas revolucionários de raios X.
Hélio
O hélio começou a ser produzido e utilizado industrialmente em 1900. A
partir de então vem sendo muito utilizado por mergulhadores, em uma mistura
com oxigênio, para a criação de uma atmosfera artificial. Sua produção se dá
pela separação do hélio do gás natural. Primeiramente, o gás natural é passado
por um condensador, onde é retirado vapor de água e hidrocarbonetos
condensáveis, passando por um depurador que retira a poeira do gasoduto.
Depois, passa pela torre de absorção, onde o dióxido de carbono é retirado, e
em seguida entra em grandes câmaras, onde o gás é resfriado. Este, é
expandido e sua pressão é diminuída com a ajuda de uma corrente de nitrogênio,
assim fazendo o gás natural se liquefazer e ser separado. O gás retificado, ou
hélio bruto (75% hélio e 25% nitrogênio) é purificado tirando traços de hidrogênio
neste, passando por um catalisador de platina. Por fim, o gás é seco e
comprimido e passa em trocador de calor de nitrogênio líquido para liquefazer o
nitrogênio presente e passa por um leito adsorvente de carvão vegetal. O produto
é retirado desta etapa e tem pureza de 99,95%.
Acetileno
Os usos desse gás variam de obtenção de altas temperaturas em soldas,
como para a formação de novos componentes, como exemplo, o ácido acético.
Sua fabricação pode ser feita através da reação de carbeto de cálcio com água,
ou através da pirolise do gás natural ou hidrocarbonetos líquidos. No primeiro, o
carbureto é adicionado à água até exaurir-se, assim, gerando o gás. Já no
segundo processo, é feito pela decomposição de metano por um arco elétrico.
Contudo, o processo de combustão de gás natural é um dos processos
mais utilizados, onde o oxigênio e o gás natural são aquecidos separadamente
e são conduzidos até um queimador e misturados. Quando acontece a
combustão, o oxigênio é completamente convertido e o acetileno e outros gases
presentes são resfriados. A fuligem é removida e o acetileno é removido numa
coluna por um solvente seletivo.
Dióxido de enxofre
O dióxido de enxofre pode ser produzido pela queima de enxofre. Com
muito cuidado com o ar que entra na câmara de combustão, o dióxido de enxofre
pode ser produzido com até 18% de concentração em volume. Quando esse gás
passa pelo trocador de calor, ele aquece a água nas caldeiras. Já resfriado, o
gás é bombeado para uma câmara a prova de ácidos, onde se usa ácido
sulfúrico 98% para a secagem. Após a secagem, o gás é liquefeito por
compressão e resfriamento e armazenado em bombonas. Seu uso se dá em
várias áreas, como para refrigeração, agente alvejante, para remoção de
excesso de cloro e pode ser usado para o controle do processo de fermentação
em vinhos.
Monóxido de carbono
Este, pode ser obtido através de processos criogênicos. É uma importante
matéria-prima para a fabricação de metanol e de outros hidrocarbonetos, além
se ser um veneno poderoso e utilizado para fabricar diisocianato e o acrilato de
etila.
Óxido nitroso
Pode ser gerado através do aquecimento de nitrato de amônio muito puro,
e sua purificação consiste em um tratamento com cáustico e dicromato. O
primeiro serve para a remoção de ácido nítrico e o segundo para a remoção do
oxido nítrico. É armazenado e transportado em bombonas de aço. Geralmente é
utilizado como anestésico.

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