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UNIVERSIDADE FEDERAL DA GRANDE DOURADOS

FACULDADE DE ENGENHARIA
ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

RELATÓRIO DA PRODUÇÃO DE BIODIESEL

Ganem Amiden dos Santos


Guilherme Lima
Gustavo Chaves
Herminio Bianchi
João Pedro Kikuta Miranda
Vitor Samuel de Paulo Bento
UNIVERSIDADE FEDERAL DA GRANDE DOURADOS
FACULDADE DE ENGENHARIA
ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

DOURADOS - MS
2023
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO...................................................................................................................................3
2. OBJETIVO.......................................................................................................................................... 5
3. MATERIAIS E MÉTODOS...............................................................................................................5
3.1. MATERIAIS UTILIZADOS.......................................................................................................5
3.2. MÉTODOS..................................................................................................................................6
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES.......................................................................................................6
5. CONCLUSÃO..................................................................................................................................... 7
6. REFERÊNCIAS..................................................................................................................................7
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1. INTRODUÇÃO

Diante do enorme aumento da demanda por fontes de energia no mundo, causado


principalmente pelo desenvolvimento socioeconômico, vem de encontro com as preocupações
relacionadas às questões ambientais levantadas após o imenso uso de fontes não renováveis
como o petróleo no século passado. Com isso, a sociedade vem buscando alternativas para
driblar o esgotamento das reservas e a enorme quantidade de de gases do efeito estufa
emitidos. Umas das alternativas viáveis atualmente é a utilização de biodiesel produzido a
partir de óleos vegetais para a substituição do diesel proveniente do petróleo.

No Brasil, por meio da Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio) instituída


pela LEI Nº 13.576, de 26 de Dezembro de 2017, obriga a adição de uma parcela de biodiesel
no diesel final vendido aos consumidores, com o objetivo de “promover a adequada expansão
da produção e do uso de biocombustíveis na matriz energética nacional” (Lei nº 13.576/2018).
Por meio dessa política, no ano de 2023, a porcentagem de adição de biodiesel é de 12%, mas
devendo ter uma adição progressiva de 1% ao ano até chegar em 15% em 2026.

Podem ser utilizados como matéria-prima na produção, oleaginosas como:

● Algodão;
● Girassol;
● Babaçu;
● Amendoim;
● Canola;
● Nabo Forrageiro;
● Palma;
● Mamona;
● Soja;

Algumas oleaginosas como a mamona tem se tornado uma ótima alternativa


principalmente com benefícios indiretos proporcionados para a agricultura familiar. Porém, as
propriedades obtidas do produto final não são satisfatórias especialmente em relação a sua
viscosidade, podendo ser restrita às condições técnicas de uso, diferente do óleo obtido pela
soja a qual corresponde 90% da produção de biodiesel.

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Entretanto, o uso direto do óleo vegetal é considerado ruim por apresentar diversos
fatores que implicam na combustão incompleta. Alguns desses fatores, são: alta viscosidade,
baixa volatilidade. Esses fatores podem causar a formação de resíduos nos bicos injetores dos
motores (BELTRÃO; OLIVEIRA, 2008).

Para a então obtenção do biodiesel, pode optar por duas rotas: craqueamento ou
transesterificação (etílica ou metílica). No processo de craqueamento ocorre a quebra de
triglicerídeos presente nos óleos, formando hidrocarbonetos semelhantes ao diesel produzido
do petróleo. Além da formação de hidrocarbonetos saturados, ocorre a formação de
hidrocarbonetos insaturados que podem deixar o biodiesel ácido e prejudicar os motores.

Porém, um dos métodos mais utilizados na obtenção do biodiesel é a


transesterificação, onde ocorre a partir da ligação de um mol de triglicerídeo e três mols de
álcool. Para obter os triglicerídeos da reação é utilizado óleo vegetal ou animal que em reação
com álcool junto com catalisador para diminuir a energia de ativação a reação, resulta em
biodiesel e glicerina conforme a figura 1. Os triglicerídeos transformam-se em mono ésteres
de ácidos graxos.

Figura 1 - Estequiometria da reação entre triglicerídeo com álcool (Fonte: Autores)

Entre as opções de álcool a serem utilizados estão os de cadeia curta onde os que se
destacam são o metanol e o etanol. A utilização do metanol destaca-se na sua maior
reatividade, e menor temperatura e tempo de reação, enquanto o etanol apresenta uma menor

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toxicidade, além de ser uma fonte renovável (Lima, 2020). No Brasil utiliza-se o etanol
devido a sua facilidade em obter a matéria prima para essa produção.

Após toda a reação é necessário fazer decantação, onde por meio da diferença de
densidade conseguimos ver as duas fases da reação, na parte superior é localizado o biodiesel,
e já na parte inferior se encontra o glicerol. O biodiesel retirado da decantação passa por mais
um processo, pelo qual é responsável de retirar o metanol e o hidróxido de potássio que ainda
se faz presente.

2. OBJETIVO

O objetivo deste experimento foi a realização do método de transesterificação para a


obtenção de biodiesel a partir do óleo de soja, além de poder calcular a produtividade do
processo.

3. MATERIAIS E MÉTODOS

3.1. MATERIAIS UTILIZADOS

Equipamentos:
● Béquer de 2.000 ml
● Bequer Plastico 250ml
● Béquer de 100 ml
● Balão de fundo chato 500 ml
● Proveta 250 ml
● Funil de separação
● Agitador magnético com aquecimento
● Pinça
● Termômetro
● Placa de petri
● Pilão e socador
● Balança de precisão

Reagentes:

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● Hidróxido de Potássio
● Óleo de soja
● Metanol

3.2. MÉTODOS

Para a produção do biodiesel, é necessário preparar o catalisador que é o metóxido de


potássio. Para isso foi feita a separação de 3 gramas do hidróxido de potássio (KOH), em
seguida foi triturado para ser mais facilmente diluído com o metanol. Após triturar, foi
separado 70 mililitros de metanol em uma proveta. E os produtos separados foram misturados
até se obter uma mistura homogênea.

Para realizar a transesterificação foi adicionado 200 mililitros de óleo de soja em um


balão de fundo chato de 500 ml, e a mistura foi aquecida em banho maria a uma temperatura
entre 45 e 50 graus celsius, com constante agitação durante o aquecimento, após o óleo atingir
a temperatura anteriormente citada, foi adicionado no balão de fundo chato, o catalisador
anteriormente preparado.

Com o catalisador adicionado ao óleo, a temperatura foi mantida em 40º celsius, com
agitação constante por um período de tempo de 1 hora.

Em seguida toda a mistura foi transferida para um balão de separação, conectado a uma
pinça para que o líquido possa ser separado em suas fases, sendo elas o glicerol, e biodiesel,
onde a mistura foi deixada para decantar por um período de 1 semana, para então realizarmos
a retirada do glicerol, o líquido mais denso, que se concentrava no fundo do balão, e foi
obtido um aproximadamente de 47,78 gramas de glicerol.

Após a separação das fases, foi realizada uma lavagem no biodiesel, onde foi
adicionado no balão de separação uma solução composta de 99,5 ml (99,5%) de água
destilada, e 0,5 ml (0,5%) ácido clorhídrico, e, em seguida agitou-se o balão por 5 minutos
para homogeneizar a mistura o máximo possível, e posteriormente decantamos a mistura por
um período de tempo de 5 minutos, para então removermos a fase aquosa.

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Após a lavagem com a mistura de ácido clorídrico e água, foi realizada uma segunda
lavagem, porém apenas com água destilada em um volume de 100 ml, onde a mistura foi
agitada por 5 minutos novamente, e em seguida decantada por 5 minutos, e removermos a
fase aquosa novamente, obtendo assim um volume de 130,75 g de biodiesel.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Após a execução das etapas a solução foi analisada cromatograficamente. Com o fim
da decantação no funil de separação e lavagens considerou-se os resultados finais
apresentados na tabela.

Tabela 1 - Quantidades obtidas de cada substância ao fim do experimento (Fonte: Autores)

Substância Massa Densidade Volume

Óleo (bruto) 182,42 g 0,9121 g/ml 200 ml

Glicerol 47,78 g 0,98269 g/ml 48,64 ml

Biodiesel 130, 75 g 0,8717 g/ml 149,9942 ml

O óleo foi o primeiro a ter sua densidade averiguada antes da transesterificação, mas
todos a partir do mesmo método, separando uma fração da substância em um balão
volumétrico de 25ml, verificou-se as massas na balança de precisão e em seguida calculamos
as densidades através da relação de massa / volume. Então, a densidade do óleo de soja
utilizado na produção do biodiesel era de 0,9121 gramas por ml.

No caso do glicerol, o qual foi removido do funil de separação ao fim do período de


uma semana de decantação, encontrou-se uma quantidade total de 47,78g em massa, 48,64 ml
de volume e densidade de 0,98269 gramas por ml. É estimado que para cada tonelada de

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biodiesel produzido são geradas 0,1 toneladas de glicerol, tornando-o o subproduto de mais
expressão advindo da reação de transesterificação para produção do combustível renovável.
Muito empregado na indústria de higiene pessoal, mas no caso do experimento acabou
separado como resíduo enquanto não foi definida uma utilidade.

O produto final resultante de todo o processo de transformação foi o biodiesel,


contendo cerca de 149,99 ml e 130,75 g. Relacionando a massa de óleo vegetal utilizada na
prática com a massa do combustível produzido, encontrou-se um rendimento de 71,68% do
processo.

Ao relacionarmos a densidade do biodiesel obtido através do experimento, com a


literatura apresentada por Ivon Pinheiro, em seu artigo “Biodiesel: parâmetros de qualidade e
metodos analiticos”, temos uma densidade aceitavel de 0,8717 g/ml em relação ao que se tem
presente no artigo que é um valor de densidade entre 0,86 g/ml e 0,9 g/ml,é também citado
que a densidade, não é um fator relevante para a determinação de sua qualidade quanto outras
propriedades que possuem um maior peso nesta avaliação.

A Petrobras, principal produtora de biodiesel no Brasil, produz um combustível do


coprocessamento de diesel mineral com óleo vegetal, com uma proporção de até 10% de
conteúdo renovável. Além disso, a presença de impurezas no biodiesel, como diglicerídeos e
triglicerídeos, pode aumentar a probabilidade de obstrução de filtros e formação de resíduos
em bombas e bicos injetores de combustível. Por exemplo, se produz 100 litros de biodiesel a
partir de 120 litros de óleo de soja, a eficiência da produção seria uma eficiência de 83,33%.

5. CONCLUSÃO

O experimento teve como finalidade analisar as reações no processo do biodiesel a


partir do óleo de soja. Sob avaliação observou-se que o óleo de soja em constante agitação
junto com o hidróxido de potássio (KOH) por 1h, com o catalisador adicionado ao óleo a
temperatura entre 45° a 50°celsius, com isso a solução foi deixada 1 semana para decantar.
Após o processo de decantação do biodiesel resultou-se em uma eficiência de 71,68% da
solução. A partir dos reagentes os parâmetros, densidade e turbidez, são condizentes com os
valores reportados pela literatura. Portanto conclui-se que quanto maior a concentração de

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reagentes, maior será a conservação de seu produto, em vista disso, ocorre o maior
rendimento biodiesel .

6. REFERÊNCIAS

BELTRÃO, N.; OLIVEIRA, M. Oleaginosas e seus Óleos: Vantagens e Desvantagens para


Produção de Biodiesel. EMBRAPA. Anais...Campina Grande, PB: dez. 2008.

BRASIL. LEI No 13.576, DE 26 DE DEZEMBRO DE 2017.Política Nacional de Biocombustíveis


(RenovaBio). 26 dez. 2017. Disponível em:
<https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13576.htm>

BARROS, T. Biodiesel - Tecnologia. 8 dez. 2021. Disponível em:


<https://www.embrapa.br/agencia-de-informacao-tecnologica/tematicas/agroenergia/biodiesel/tecnolo
gia>

LIMA, B. Síntese de biodiesel a partir da reação de transesterificação de óleo de soja etílico


catalisado por hidróxidos duplos laminares. maio 2020.

LÔBO, I. P.; FERREIRA, S. L. C.; CRUZ, R. S. DA. Biodiesel: parâmetros de qualidade e


métodos analíticos. Química Nova, jul. 2009.

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