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BIOCOMBUSTÍVEIS 2019.

PRODUÇÃO DE
BIODIESEL
ANY SOUZA, DAVI ALVES, HELEN SOUZA, JULIANA SOUZA,
CLARA LEITE, CLARA ROCHA, MARIA ALMEIDA E RAIANE
MESSIAS
BIODIESEL

HISTÓRIA
O biodiesel é um combustível renovável obtido a
partir de um processo químico denominado
transesterificação.

No Brasil as pesquisas sobre o biodiesel iniciaram na


década de 1920, com o Instituto Nacional de
Tecnologia.

No mundo hoje a produção está concentrada no


Brasil e Estados Unidos, mas a fabricação de
biodiesel está distribuída por vários países no
mundo.
BIODIESEL

CHINA
3.8%
INDONÉSIA
6.4%

PRODUTORES
MUNDIAIS ESTADOS UNIDOS
52.6%

BRASIL
33.3%
BIODIESEL

MATÉRIAS
PRIMAS
Em geral, as principais
matérias-primas para Sementes
produção de biodiesel
vêm da gordura
animal, do óleo vegetal
e de óleos e gorduras
Oleaginosas
residuais.

Frutos
BIODIESEL

ORIGEM
DOS ÓLEOS
ORIGEM DOS
ÓLEOS
BIODIESEL

MATÉRIAS PRIMAS
Algumas matérias-primas apresentam propriedades não ideais que
são transferidas para o biocombustível;
A baixa estabilidade à oxidação torna o armazenamento do biodiesel
mais complexo e compromete o seu uso direto em motores.
Viscosidades muito altas são tecnicamente indesejáveis;
BIODIESEL
O teor de óleo vegetal e a
complexidade exigida no processo de
extração;
A produtividade por unidade de área;
VIABILIDADE O equilíbrio agronômico;
DA A atenção a diferentes sistemas

MATÉRIA-PRIMA produtivos;
O ciclo de vida da planta
(sazonalidade);
A sua adaptação territorial;
O impacto sócio-ambiental de seu
desenvolvimento.
BIODIESEL

MATÉRIAS Outras matérias

PRIMAS
primas
Outros materiais 4.1%
graxos
9.7%

Gordura
Soja: Estados Unidos, Brasil, bovina
Índia, China e Argentina; 14.5%

Canola: Europa
Coco e Dendê: Malásia,
Indonésia e Colômbia
Óleo de
soja
69.6%
BIODIESEL
TEOR DE ÓLEO PRODUTIVIDADE PRODUÇÃO DO ÓLEO
MATÉRIA-PRIMA
(% média) (t\he.ano) (kg\he.ano)

PRODUTIVIDADE Mamoma 50 1.500 750


TEOR DE ÓLEO

Girassol 42 1.600 672

Amendoim 39 1.800 702

Canola 38 1.800 684


X

Palma (dendê) 20 10.000 2.000

Soja 18 2.200 396

Algodão 15 1.800 270

Pinhão manso 40 6.000 2.400

Babaçu 6 15.000 900


BIODIESEL

PORQUE O BRASIL USA


TANTO A SOJA?
Quando o Programa Nacional do Uso e Produção de Biodiesel
(PNPB) foi lançado pelo governo federal, o objetivo era investir
na mamona, mas o cultivo em grande escala da soja e a sua
capacidade de giro de mercado, fizeram dela uma matéria-
prima mais atraente.
BIODIESEL

PORQUE O BRASIL USA


TANTO A SOJA?
O cultivo da soja possui uma cadeia produtiva bem estruturada
e, atualmente, a sua produção conta com uma tecnologia de
ponta, que são bem definidas em cada etapa do processo. O seu
modelo de fabricação foi totalmente padronizado e pode ser
aplicado com eficiência em qualquer parte do país, além disso, o
retorno do plantio é rápido, entre 4 e 5 meses.
BIODIESEL

PORQUE O BRASIL USA


TANTO A SOJA?
Uma característica positiva dos grãos é a possibilidade de
serem armazenados por longo período de tempo, sem perdas
significativas da qualidade. Segundo dado da Pesquisa de
Estoques do IBGE realizada no 2º semestre de 2020, mais de 4
milhões de toneladas de grãos de soja são armazenadas no
país
BIODIESEL

FLUXOGRAMA
BORCELLE

PROCESSOS DE
PRODUÇÃO
01 TRANSESTERIFICAÇÃO

02 TRANSESTERIFICAÇÃO IN SITU

03 PROCESSOS HÍBRIDOS
BORCELLE

EXTRAÇÃO DO ÓLEO

01 Extração mecânica

02 Extração por solvente


BORCELLE

PRÉ-TRATAMENTO E REFINO

Neutralização;
Ácidos graxos, metais, Filtragem;
água, fosfotídeos; Armazenamento;
Formação da borra; Transporte;
Secagem;
BIODIESEL

TRANSESTERIFICAÇÃO
EM MEIO ALCALINO Tipos de reatores
Catalisador Reator Batelada
Óleo/gordura Álcool

Biodisel
Glicerol
Outros

60ºC
Reator Reator Reator

Carregamento Reação Descarregamento


BIODIESEL

TRANSESTERIFICAÇÃO
EM MEIO ALCALINO Catalisador
Óleo/gordura Álcool

Tipos de reatores
Reator Contínuo Biodisel
Glicerol
Outros
60ºC Reator

Reator
BIODIESEL

TRANSESTERIFICAÇÃO
EM MEIO ALCALINO Catalisador
Óleo/gordura Álcool

Estágios de produção
Estágio 1
Biodiesel
Glicerol
60ºC Outros

Reator
BIODIESEL

TRANSESTERIFICAÇÃO
EM MEIO ALCALINO 80% Catalisador
20% Catalisador
20% Álcool
Óleo/gordura 80% Álcool

Óleo/gordura Biodiesel
Biodiesel
Glicerol
Estágios de produção Glicerol
Outros Outros
60ºC 60ºC

Estágio 2 Reator
Reator

Separador Óleo/gordura
Glicerol
Outros

Glicerol
Outros
BIODIESEL

TRANSESTERIFICAÇÃO EM
MEIO ALCALINO
Catalisador

Óleo/gordura Álcool

Biodiesel
Glicerol
Outros

60ºC

Reator

Sobra de álcool, catalizador, água e sabão.


(Processo de produção industrial do biodiesel, 2021)
BIODIESEL

TRANSESTERIFICAÇÃO EM
Catalisador
MEIO ALCALINO
Óleo/gordura Álcool

Biodiesel
densidade média do biodiesel = 0,87
Glicerol
Outros g/ml;
60ºC densidade da glicerina= 1,25 g/ml;

Reator A presença do sabão emulsifica a


substância, impossibilitando a

Sobra de álcool,
Decantadores separação do biodiesel e a glicerina,
ou
catalisador, água e
sabão.
centrífugas
Biodiesel, resíduos
o que reduz o rendimento do
de álcool,
catalisador e biodiesel;
sabões.

Glicerol, álcool,
catalisador, água e
sabões.
BIODIESEL
Álcool
Catalisador
TRANSESTERIFICAÇÃO Óleo/gordura Álcool

EM MEIO ALCALINO

Desidratação
Biodiesel
Glicerol
Outros
60º
C
Reator

Decantadores
Sobra de álcool, catalisador, água e ou
sabão. Biodiesel,
centrífugas resíduos de
álcool,

Destilação
catalisador e
Álcool sabões.

Glicerol, álcool,
catalisador, água e
sabões.
BIODIESEL Álcool
Catalisador
Óleo/gordura Álcool
TRANSESTERIFICAÇÃO
Desidratação

Desidratação
EM MEIO ALCALINO Biodiesel

Álcool
Glicerol
Outros
60º
C

Destilação
Reator
Decantadores
Sobra de álcool, catalisador, ou
água e sabão. Biodiesel,
centrífugas resíduos de
álcool,

Destilação
catalisador e
Álcool sabões.

Glicerol, álcool,
catalisador, água e
sabões.

Purificação do Glicerol
BIODIESEL
Álcool
TRANSESTERIFICAÇÃO Catalisador
Óleo/gordura Álcool
EM MEIO ALCALINO Desidratação

Desidratação
Biodiesel

Álcool
Glicerol
Outros
Ácido
60º
C

Destilação

Neutralização
Reator
Decantadores
Sobra de álcool, catalisador, ou
água e sabão. Biodiesel,
centrífugas resíduos de
álcool,

Destilação
catalisador e
Álcool sabões.

Glicerol, álcool,
catalisador, água e
sabões.

Purificação do Glicerol
BIODIESEL

TRANSESTERIFICAÇÃO
EM MEIO ALCALINO

(Processo de produção industrial do biodiesel, 2021)


BIODIESEL
TRANSESTERIFICAÇÃO Lavagem
EM MEIO ALCALINO Álcool
Catalisador
Óleo/gordura Álcool

Desidratação
Desidratação Biodiesel

Álcool
Glicerol
Outros
Ácido H2O H2O H2O
60º
C

Destilação

Neutralização
Reator

Secador
Decantadores
Sobra de álcool, catalisador, ou
água e sabão. Biodiesel,
centrífugas resíduos de
álcool,

Destilação
catalisador e
Álcool sabões.

Glicerol, álcool,
catalisador, água e H2O
H2O H2O
sabões. +
+ +
resíduos
resíduos resíduos ETE

Purificação do Glicerol
Grãos Catalisador
BIODIESEL triturados e Álcool
secos

TRANSESTERIFICAÇÃO
Extração e transesterificação
acontecem simultaneamente

60º
C

IN SITU Reator

Biodiesel, glicerol e
outros.

Biodiesel,
Separadores resíduos de
Pasta: álcool,
Produção de
catalisador e
fertilizantes, etanol casca+poupa das
sementes sabões.
e rações

Glicerol, álcool,
catalisador, água e
sabões.
BIODIESEL

TRANSESTERIFICAÇÃO
IN SITU
BIODIESEL

PROCESSOS HÍBRIDOS

01 O que são processos híbridos?

02 Por que eles são utilizados?

03 O que acidez elevada pode causar no processo?


BIODIESEL

PROCESSOS HÍBRIDOS

01 Esterificação seguida da transesterificação;

02 Esterificação simultânea à transesterificação;

03 Hidroesterificação.
BIODIESEL

ESTERIFICAÇÃO SEGUIDA DA
TRANSESTERIFICAÇÃO
Catalisador ácido
Óleos residuais, de álcool
macaúba e pinhão
manso.

Esterificação Reator
BIODIESEL

ESTERIFICAÇÃO SEGUIDA DA
TRANSESTERIFICAÇÃO
O
||
O
II H- OH HO-C-R
O
H2 C-O-C-R catalisador sólido ||
HO-C-R
+
O
II H- OH O
HC-O-C-R’ ||
O
HO-C-R
II H- OH Ácido Graxo Livre
H2C-O-C-R’’
+
Água C3 H8 O 3
óleo ou gordura
triglicerídeos ou triglicerol
Glicerol
BIODIESEL

ESTERIFICAÇÃO SEGUIDA DA
TRANSESTERIFICAÇÃO
Troca
O catalisador O
II ácido
II
C H-C-OH
17
31
+ CH3CH- OH
2
C17H-31 C-O-CH CH
2 3

Etanol Biodiesel
Função: álcool Função química: éster
Ácidos graxos livres
Funçã: ácido carboxílico
+
H2Reator
O
BIODIESEL

ESTERIFICAÇÃO SEGUIDA DA
TRANSESTERIFICAÇÃO
Catalisador ácido
álcool Triglicerídeos
Biodiesel
ida da transesterificação;
água

Pré-purificação
Reator
BIODIESEL

ESTERIFICAÇÃO SEGUIDA DA
TRANSESTERIFICAÇÃO
Catalisador básico
álcool Transesterificação
ida da transesterificação;
dos triglicerídeos

Reator
BIODIESEL

ESTERIFICAÇÃO SIMULTÂNEA À
TRANSESTERIFICAÇÃO
Catálise heterogênea
álcool
uida da transesterificação;
Esterificação
dos ácidos graxos livres e
transesterificação
dos triglicerídeos.
Reator
BIODIESEL

ESTERIFICAÇÃO SIMULTÂNEA À
TRANSESTERIFICAÇÃO
O CH CH- OH CH3 CH-O-C-R
II 3 2 catalisador 2

H2 C-O-C-R sólido
CH3 CH-O-C-R’
O CH CH- OH
+
2
II 3 2
HC-O-C-R’’ CH CH-O-C-R’’
O
II CH CH- OH Biodiesel

+
3
H2C-O-C-R’’ 2

Etanol C 3H 8O 3
óleo ou gordura Glicerol
triglicerídeos ou triglicerol
BIODIESEL

ESTERIFICAÇÃO SIMULTÂNEA À
TRANSESTERIFICAÇÃO
Troca
O catalisador
O
II sólido

C H-C-OH
17 31
+ CH3CH- OH
2
II
C17H-31 C-O-CH CH
2 3

Etanol Biodiesel
Função: álcool Função química: éster

+
Ácidos graxos livres
Funçã: ácido carboxílico
H2O
BIODIESEL

HIDROESTERIFICAÇÃO
ÁGUA
Óleo/ gordura
ida da transesterificação;

Hidrólise dos triglicerídeos


Reator
BIODIESEL

HIDROESTERIFICAÇÃO

O
||
O
II H- OH HO-C-R
O
H2 C-O-C-R catalisador sólido ||
HO-C-R
+
O
II H- OH O
HC-O-C-R’’ ||
O
HO-C-R
II H- OH Ácido Graxo Livre
H2C-O-C-R’’
+
Água C3 H8 O 3
óleo ou gordura
triglicerídeos ou triglicerol
Glicerol
BIODIESEL

HIDROESTERIFICAÇÃO
ÁGUA
Acidez superior a 99%
Esterificação seguida da transesterificação;
ácidos graxos
erificação;
livres
ácidos graxos livres
e glicerol Separador

Glicerol
BIODIESEL

HIDROESTERIFICAÇÃO
ÁGUA
Acidez superior a 99%
Esterificação seguida da transesterificação;
Biodiesel + água
terificação; biodiesel
Esterificação

dos ácidos graxos Separador


livres

água
BIODIESEL

ARMAZENAMENTO DO BIODIESEL

A ESTABILIDADE E PROBLEMAS NO ARMAZENAMENTO DO BIODIESEL

Troca dos itens de


armazenamento e
bombeamento após
15 dias
Diesel Diesel
Troca dos itens de +
armazenamento e bombeamento biodiesel
após 30 dias
BIODIESEL

A ESTABILIDADE E Corrosão e desgaste;


PROBLEMAS Formação de borras;
NO ARMAZENAMENTO
DO BIODIESEL Não conformidade.
BIODIESEL

A ESTABILIDADE E PROBLEMAS
NO ARMAZENAMENTO
DO BIODIESEL
Porque o biodiesel se degrada mais fácil que
o diesel? A principal diferença
entre o biodiesel e o
diesel e a presença de
átomos de oxigênio no
Biocombustível, no
diesel só átomos de
carbono e hidrogênio
BIODIESEL

FORMAÇÃO DO DEPÓSITO DE
ÁGUA

A presença do oxigênio deixa o biodiesel mais polar


e por isso, tem uma capacidade maior de absorver a
água que o diesel.
BIODIESEL

Causa hidrólise do biodiesel que


forma ácidos graxos livres;
Perda do combustível;
FORMAÇÃO DO Ficar fora dos parâmetros da ANP;
DEPÓSITO DE ÁGUA Aumento da acidez : corrosão de

Problemas matérias metálicos e formação de

Esses problemas podem ser sedimentos e ferrugem;


minimizados com a drenagem Entupimento e redução da
frequente.
eficiência de filtragem.
BIODIESEL

FORMAÇÃO DO PRECIPITADO
OU BORRA
Biodiesel—> mais solúvel
Diesel —> menos solúvel
Redução da temperatura -> redução da solubilidade
BIODIESEL

SUBPRODUTOS
A glicerina em seu estado bruto (loira) é gerada a partir da reação de
transesterificação do processo de produção do biodiesel. Em seguida, ela é
purificada, ou seja, é feita a remoção da água, metanol, cloretos e impurezas.

A purificação acontece por meio de operações de secagem, destilação,


desodorização, branqueamento e filtração. O resultado é um produto com
grau de pureza próximo a 100%, o que faz da glicerina produzida pelo Grupo
Potencial a mais pura do mercado, por atender aos rigorosos padrões da
farmacopeia USP e Europeia.
BIODIESEL

SUBPRODUTOS
A triacetina tem diversos usos, entre eles como produto para aumentar a
flexibilidade de plásticos (inclui-se aqui sua utilização nos filtros de cigarros),
cápsulas de remédios, em combustíveis sólidos de foguete, em produtos de
higiene pessoal, umectante e como aromatizante em alimentos 1,3.

Alimentos: na indústria alimentícia e de bebidas, a glicerina é aplicada em


razão das suas propriedades anticongelante e umectante, que servem para
conservar alimentos e bebidas.
BIODIESEL

REFERÊNCIAS
VENDRAMIN, Elton Joel. Modelagem, simulação e análise do processo de produção do biodiesel brasileiro. 2010. 117 f.
Dissertação (Mestrado em Engenharia Elétrica e Informática Industrial) – Universidade Tecnológica Federal do Paraná,
Curitiba, 2010.

MENEZES, R. S. et al.. Avaliação da potencialidade de microalgas dulcícolas como fonte de matéria-prima graxa para a
produção de biodiesel. Química Nova, v. 36, n. 1, p. 10–15, 2013.

COSTA NETO, P. R. et al.. Produção de biocombustível alternativo ao óleo diesel através da transesterificação de óleo de soja
usado em frituras. Química Nova, v. 23, n. 4, p. 531–537, jul. 2000.

FREITAS, S. G. D. de; FLORINDO, D. N. F.; RODRIGUEIRO, M. M. da S.; MOLLO NETO, M. .; OLIVEIRA, K. S. M.; SANTOS, P. S. B.
dos. Biodiesel production from soybean, corn, sunflower and canola oil by transesterification: a systematic review. Research,
Society and Development, [S. l.], v. 11, n. 5, p. e33411527167, 2022. DOI: 10.33448/rsd-v11i5.27167. Disponível em:
https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/27167. Acesso em: 25 aug. 2023.

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