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CAD. PROD. AGRO.

E FLORESTAIS (EFLO7086) Aluno: Eduardo Trajano de Barros


PRPPG Eng. Florestal UFPR Prof. Vitor Afonso Hoeflich

RESUMO REFERENTE AULA 19 ABR 2023

Aluno: Eduardo Trajano de Barros

Aprendendo cadeias produtivas através da análise de um artigo


publicado

INTRODUÇÃO

Este resumo técnico discorre sobre o potencial da cadeia produtiva de oleaginosas


nativas, e utiliza como referência a cadeia produtiva do óleo de soja no Brasil e o Azeite de
Oliva na Espanha.
Há uma breve exposição sobre as políticas públicas já desenvolvidas, porém a
implementação de tais políticas não é discutida.
O desenvolvimento tecnológico e o amparo da Pesquisa e Desenvolvimento
(P&D) também são brevemente abordados no resumo.
Por fim, são apresentadas as propostas do autor do artigo texto base para que o
potencial das oleaginosas nativas se consolidem como alavancadora de produtos originários
da biodiversidade brasileira.

OBJETIVO GERAL

O objetivo deste resumo é apresentar um resumo texto que demonstre a Análise


diagnóstica das cadeias produtivas e a Modelagem e segmentação em cadeias produtivas.

REFERENCIAL TEORICO

Para atender o objetivo proposto foi adotado o artigo base com título “Potencial
de oleaginosas nativas no desenvolvimento de cadeias produtivas da biodiversidade
brasileira” publicado na revista Desenvolvimento e Meio Ambiente, de autoria de Oscar Zalla
SAMPAIO NETO1, Eduardo Augusto Caldas BATISTA2, Antônio José de Almeida
MEIRELLES2
1 Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT), Cuiabá, MT, Brasil.
2 Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Campinas, SP, Brasil.
CAD. PROD. AGRO. E FLORESTAIS (EFLO7086) Aluno: Eduardo Trajano de Barros
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Para compreender auxiliar na compreensão da proposta de indicação e


exemplificação de novas oportunidades de agregação de valor aos produtos da
sociobiodiversidade o artigo primeiro analisa e compara dois modelos organizacionais e
mercadológicos de óleos vegetais já consolidados, seguindo pela indicação e exemplificação
de novas oportunidades de agregação de valor aos produtos da sociobiodiversidade.

CARACTERÍSTICA GERAL DA CADEIA PRODUTIVA


A proposta de apresentar os dois modelos, é para identificar características que
possam subsidiar a construção de um novo modelo para os óleos da biodiversidade brasileira,
considerando suas especificidades tecnológicas, sociais e ambientais.

AZEITE DE OLIVA NA COMUNIDADE EUROPEIA

De acordo com ZAMPOUNIS (2006) citado por NETO, BATISTA e MEIRELES


(2020), a posição mercadológica do azeite representar menos de 2% do volume produzido e
15% dos recursos financeiros envolvidos, deve-se principalmente às ações do Internacional
Olive Council (IOC), financiada pela Comunidade Européia (CE) nos anos 1990. O azeite de
oliva não é uma commodity com preços fixados internacionalmente, como o óleo de soja,
óleo de palma ou de girassol, porém o autor completa:

“Sendo o maior produtor e consumidor mundial, a UE estabeleceu um conjunto de


medidas de política de coesão, que são: subsídio fixo ao produtor,
independentemente de sua produção anual; incentivo ao consumo do azeite de oliva,
frente aos outros óleos vegetais, e proteção aos produtores europeus da importação a
preços baixos de países não pertencentes à EU.”

No Brasil, o resultado dos trabalhos desempenhados pelo IOC refletem na


Agência Nacional da Vigilância Sanitária (ANVISA), com a definição do azeite e suas
variantes seguindo as diretrizes internacionais, que por sua vez segue os requisitos do Codex
Alimentarius (FAO/OMS) que define os requisitos específicos de qualidade diferenciando os
azeites de oliva extravirgem, virgem, azeite de oliva refinado e óleo de bagaço de oliva cru e
refinado; e no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) que define os
padrões oficiais de classificação nacional.
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ÓLEO DE SOJA NO BRASIL

Os autores citam USDA (2016) para informar a posição comercial do Brasil no


mercado do óleo de soja: quarto maior produtor mundial; segundo em exportações e o terceiro
em consumo. O óleo de soja é uma commodity com preços fixados internacionalmente,
situação oposta ao azeite de oliva. Outra importante diferença se dá na sua forma de produção,
pois enquanto o azeite de oliva prioriza a produção em sua forma bruta, obtido por método
físico e não refinado, o óleo de soja é majoritariamente obtido pela extração com solvente
(hexano) e comercializado na sua forma refinada.
CONSTITUIÇÃO DA CADEIA PRODUTIVA

Óleo de soja
Tabela 1: Cadeia produtiva óleo de soja no Brasil em 2018
Óleo de soja
Processamento Refino
Nº de empresas 63 32
Plantas de Processamento 121 58
Capacidade Instalada 192.644 ton/dia 22.594 ton/dia
Total produzido óleo de soja 2018 8,9 milhões de toneladas
Fonte: ABIOVE (2018) citado por NETO, BATISTA e MEIRELES (2020)

Tabela 2: Propriedades produtos de soja 2009 e 2017


2009 2017
Tamanho da propriedade Acima de 500 ha
Total de propriedades (%) 5,1%
Participação da colheita (%) 58,7% 58
Total de estabelecimentos 215.977 236.245
Fonte: IBGE (2009 e 2017) citado por NETO, BATISTA e MEIRELES (2020)

Azeite de Oliva
Tabela 3: Propriedades produtos de soja 2009 e 2017
Produção Safra 2016/2017¹
Nº de moinhos – extração azeite 1.816¹
Total produzido de azeite 1,3 milhões de ton¹
Propriedades²
Tamanho da propriedade (área útil) Abaixo de 5 ha² Acima de 50 ha²
Total de propriedades (%) 51%² 6%²
Participação – área cultivada (%) 17%² 36%²
Cooperativas de diferentes graus
Participação de mercado dos proprietários de moendas como produtores rurais³
Moenda (%) 55%
Produção agrícola (%) 70%
Fonte: 1: AICA (2017); 2: NAVARRO (2000b); 3 NAVARRO (2000a) citados por NETO, BATISTA e
MEIRELES (2020).
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O Mercado dos óleos da biodiversidade brasileira

Indústria cosmética
A maior demanda vem da indústria de cosmético. A Associação Brasileira de
Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos – ABIHPEC, analisa periodicamente o
panorama do setor e destaca crescimento médio de 4,5% nos últimos 10 anos, já deflacionado.
O PIB da indústria para o mesmo período foi de 1,6 e -0,6%.
O setor que conta com mais de 2.650 empresas registradas na ANVISA, onde 20
delas representam 75% do faturamento total, que foi de USD $ 29,3 bilhões, ocupando a
quarta posição no mundo. No que tange a balança comercial, apresenta déficit com ápice em
2013 em USD $ 412 milhões.
O Ministério do Meio Ambiente (MMA) realizou estudo em 2006 que localizou
dez empresas que compravam e fabricavam produtos à base de óleos vegetais, resinas ou
manteigas das seguintes espécies amazônicas: açaí, andiroba, babaçu, breu branco, buriti,
castanha-do-brasil, copaíba, cupuaçu, murumuru, patauá, priprioca e ucuúba. A maior parte da
variedade de óleos produzida é voltada para a indústria de cosméticos, perfumaria e higiene
pes pessoal. Isso se deve, em parte, ao fato de grande parte das empresas localizadas pelo
estudo pertencerem a esse setor. Já no ano de 2016, em seu banco de dados MMA,
considerando apenas as indústrias químicas, alimentícias, de cosméticos e higiene pessoal que
utilizam a castanha-do-brasil e o babaçu como matéria-prima, tinham cadastradas 152
empresas. Apesar de não ser adequada uma comparação direta entre os dados no intervalo de
dez anos, pois tratam-se de amostragens diferentes, pode-se induzir o forte potencial de
crescimento existente no setor.

Compras públicas
Os principais mecanismos de aquisição são o Programa de Aquisição de Alimentos
(PAA) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), acompanhados pela Política de
Garantia de Preço Mínimo dos Produtos da Sociobiodiversidade (PGPM-Bio). BRASIL (2009) citado
por NETO, BATISTA e MEIRELES (2020), afirma que o PNAE prevê o uso de no mínimo 30% de seus
recursos para a aquisição de produtos da agricultura familiar com dispensa de processos licitatórios.
De acordo com BRASIL (1966) e BRASIL (2008) citados por NETO, BATISTA e MEIRELES (2020), a
PGPM-Bio permitiu a modalidade de Subvenção Direta, com garantia de um preço mínimo para mais
de 15 produtos extrativistas que ajudam na conservação do meio ambiente, destacando: açaí, andiroba,
babaçu, baru, borracha extrativa, cacau extrativo, castanha-do-brasil, carnaúba, juçara, macaúba,
mangaba, pequi, piaçava, pinhão e umbu.
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Políticas públicas de apoio à organização da cadeia de produtos da sociobiodiversidade


 Política Nacional da Biodiversidade;
 Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF);
 PRONAF Agroecologia;
 PRONAF Eco;
 PRONAF Floresta;
 Plano Nacional de Promoção das Cadeias de Produtos da Sociobiodiversidade
(PNPSB);
 Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (PLANAPO);
 Código Florestal Brasileiro;

 Política Nacional para o Desenvolvimento Sustentável das Comunidades


Tradicionais;
 Lei de Acesso a Recursos Genéticos e Conhecimento Tradicional Associado e
a Repartição dos Benefícios;
 Programa Brasileiro de Ecologia Molecular para o Uso Sustentável da
Biodiversidade (PROBEM);
 Lei de Inovação. BRASIL (2004) citado por NETO, BATISTA e MEIRELES
(2020);
 Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos. BRASIL 2006 citado
por NETO, BATISTA e MEIRELES (2020);
 Lei 13.123. BRASIL (2015) citado por NETO, BATISTA e MEIRELES
(2020);

Tabela 4: PRONAF e alguns indicadores


Últimos 20 anos Safra 2015/2016
Recursos R$ 156 bilhões R$ 29,8 bilhões
Municípios atendidos 5.379
Famílias atendidas 2,6 milhões
Fonte: NETO, BATISTA e MEIRELES (2020)
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Características mercadológicas das principais matérias-primas dos óleos


dabiodiversidade brasileira
Castanha-do-brasil (Bertholletia excelsa)
Figura 1. Produção brasileira de castanha-do-brasil e mercado exterior.

Fonte: IBGE (2017); MDIC (2018) citados por NETO, BATISTA e MEIRELES (2020)

Babaçu (Orbignya phalerata ou Attalea speciosa)


Figura 2. Produção brasileira de babaçu e mercado exterior.

Fonte: IBGE (2017); MDIC (2018) citados por NETO, BATISTA e MEIRELES (2020)

Outras oleaginosas
Tabela 5. Produção extrativista de outras oleaginosas da biodiversidade (toneladas).
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Copaíba (óleo) 538 580 214 127 153 164 153
Cumaru (amêndoa) 97 95 103 93 91 103 97
Licuri (coquilho) 4654 4307 4213 3925 3760 3744 4072
Oiticica (semente) 250 37 64 401 15 16 12
Pequi (amêndoa) 5992 5786 7047 939 1544 1381 228
Tucum (amêndoa) 636 517 516 482 513 484 489
Outros 184 514 443 395 333 632 674
Fonte: IBGE (2017) citado por NETO, BATISTA e MEIRELES (2020)
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Extração de óleos vegetais: características e inovações tecnológicas

Segundo WAKELYN et al. (2006) citado por NETO, BATISTA e MEIRELES


(2020) a extração de óleos vegetais a partir de polpa de frutas, sementes ou farelos tem o
domínio dos processos mecânicos de prensagem e físico por uso de solventes, ou a
combinação destes, com o objetivo de obter um óleo ou gordura que mantenha ao máximo as
suas qualidades originais, seja nutricional ou tecnológico, tenha alta produtividade com
resultados econômicos e a produção de um resíduo sólido (torta), de boa qualidade nutricional
e tecnológica.
De acordo com Wakelyn et al. (2006); Dijkstra & Segers (2007); Kumar et al.
(2017) citados por NETO, BATISTA e MEIRELES (2020) muito se discute sobre qual o
melhor método a ser empregado para a extração de óleos vegetais. Porém tal definição
depende das características e objetivos específicos do empreendimento que realizará o
processo.

No setor farmacêutico, destaca-se o desenvolvimento de fitoterápicos, onde o


primeiro medicamento desenvolvido com tecnologia 100% nacional, isto é, que vai
desde as pesquisas básicas para identificação do princípio ativo até sua autorização
para comercialização, foi um anti-inflamatório fitoterápico criado a partir da erva
baleeira (Cordia verbenacea). NETO, BATISTA e MEIRELES (2020)

Olhando além: desafios, oportunidades e exemplos

Pontos críticos, de acordo com NETO, BATISTA e MEIRELES (2020):


 modelo extrativista caracterizado por um grande esforço e custo de mão de
obra;
 dependendo da matéria-prima e da região de coleta, um baixo volume e um
mercado escasso;
 falta de dados estatísticos que quantificam a real produção e geração de renda
oriunda do mercado de PFNM;
 comercialização dos produtos de forma independente geralmente expõe o
extrativista à redução de número de compradores, reduzindo possibilidades de
alcançar bons preços de venda;
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 subutilização de uma interessante estrutura de pesquisa do Centro de


Biotecnologia da Amazônia (CBA). SACCARO JR (2011) citado por NETO,
BATISTA e MEIRELES (2020).
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Tabela 5: Alcance mundial das inovações de produtos farmacêuticos 2006 e 2008


Indústrias instaladas no Brasil 485
Taxa de inovações em produtos (%) 75%
Taxa de inovações em processos (%) 69%
Investimento médio em P&D 1,4% do faturamento líquido
Investimento das 6 maiores do setor De 2 a 7,5% do faturamento bruto
Alcance mundial das inovações 6%
Fonte: GONÇALVES e PINHO (2012) citados por NETO, BATISTA e MEIRELES (2020)

Pontos favoráveis de acordo com NETO, BATISTA e MEIRELES (2020):


 criação do Sistema de informação sobre a biodiversidade brasileira – SiBBr;
 arranjo institucional capitaneado pelo Escritório de Inovação Tecnológica da
Universidade Federal de Mato Grosso (EIT-UFMT), a sua incubadora
(Incubadora Priante) e a Cooperativa dos Pescadores e Artesãos do Pai André
e Bonsucesso (COORIMBATÁ) desenvolve a tecnologia social Sistema
Integrado de Inovação Tecnológica e Social (SITECS).
 desenvolvimento e diferenciação, baseado na biodiversidade brasileira, está a
indústria farmacêutica, especificamente na área de fitoterápicos;
 indústria de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos, a indústria farmacêutica
é fortemente dependente da pesquisa, desenvolvimento e inovação;

Proposições para o desenvolvimento da cadeia produtiva da biodiversidade brasileira a


partir de seus óleos vegetais

NETO, BATISTA e MEIRELES (2020), propõe:


1. A utilização da biodiversidade brasileira, considerando os aspectos ambientais,
sociais e econômicos, poderá desempenhar um papel inovador na construção
de uma nova bioeconomia mundial;
2. A partir da biodiversidade brasileira, podem-se criar arranjos produtivos
sociais que integrem cooperativas e associações de comunidades locais,
universidades e institutos de pesquisas, indústrias e instituições
governamentais;
3. Apesar do grande avanço na consolidação de políticas públicas sobre o tema da
biodiversidade, ocorrido nas últimas duas décadas, ainda se fazem necessários
importantes ajustes para a transversalidade do tema;
4. Caracterizados pela sazonalidade e dispersão territorial, os PFNM devem
constituir, estrategicamente, um único arranjo produtivo a partir de suas
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unidades extrativistas, com ramificações posteriores para os diferentes setores


industriais ou de serviços;
5. os óleos vegetais tornam-se fortes indutores das unidades extrativistas,
possibilitando que a agregação de valor de outros PFNM parta de uma
estrutura produtiva já consolidada e que possa, dessa forma, aumentar a
sustentabilidade econômica do empreendimento pela diversificação de
produtos;
6. Observando o processo de expansão mundial do azeite de oliva, identificam-se
as três principais frentes de ação: políticas públicas de apoio à cadeia
produtiva; pesquisa de desenvolvimento tecnológico; marketing;
7. Para os óleos vegetais da biodiversidade, o desenvolvimento de ciência e
tecnologia adequado às características dos empreendimentos se torna
fundamental;
8. A utilização do SiBBr deve ser coordenada e incentivada para o
compartilhamento de conhecimento e tecnologias que atendam a essa cadeia
produtiva;
9. o desenvolvimento e a reaplicação de tecnologias sociais, tais como do
pesquisador cooperado, poderão contribuir na construção de relações de
confiança;
10. No campo mercadológico e de marketing, os óleos vegetais da
biodiversidade já carregam um diferencial trazido pelas questões ambientais e
de sustentabilidade;
11. A criação de um selo específico para os produtos da
sociobiodiversidade brasileira, que se inspire, por exemplo, no modelo
proposto pelo selo ambiental alemão Blauer Engel, BLUE ENGEL (2017),
poderá ser um importante instrumento de valorização e divulgação;
12. A divulgação dos benefícios à saúde e as qualidades e possibilidades da
culinária e gastronomia a partir desses óleos poderão ser estratégias
importantes de divulgação.
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DISCUSSÃO

O artigo realiza breve modelagem da cadeia produtiva do óleo de soja e do azeite


de oliva, porém não apresenta nenhum fluxograma demonstrando as interações entre os elos e
segmentos para futura análise e discussão.
Sobre a análise de fluxos de materiais de capital, ela também acontece de forma
superficial, quando o autor expõe os números coletados das cadeias produtivas analisadas,
porém, o foco da análise na cadeia do óleo de soja foi na capacidade produtiva, assim como
no Azeite de Oliva, somente ao abordar a cadeia produtiva de produtos farmacêuticos,
cosméticos e de higiene pessoal, os autores apresentou os números de faturamento. Ao
abordar os programas públicos, onde os recursos do PRONAF foram apresentados, também
não foi divulgado quanto daquele recurso disponibilizado efetivamente foi utilizado. Foram
apresentados os indicadores de produção total, preço médio das exportações, referente a
castanha-do-brasil e ao babaçu. Sobre as outras oleaginosas, apenas a produção foi
apresentada.
No quesito qualidade de insumos e produtos, os autores discorrem brevemente
sobre algumas características e citam os principais órgãos reguladores como ANVISA e
MAPA, porém deixou de fora o INMETRO que tem ampla atuação na normatização das
embalagens e rotulagens dos produtos a serem exportados, inclusive ponto-crítico das
exportações brasileiras segundo dados divulgados pelo próprio INMETRO.
Sobre a análise de processos internos, os autores também destacaram apenas os
pontos chave de forma suscinta, principalmente ao falar sobre as dificuldades de colheita
extrativista, da ausência de know-how tecnológico dos processos de transformação, e da
carência de informações e conhecimento de mercado para alcançar melhores preços de venda
no processo de comercialização do produto final.
Os autores conseguem apontar alguns pontos críticos, porém não criaram uma
escala de priorização de tratamento, porém, não quantificaram estes pontos.
Sobre as forças impulsoras, os autores conseguem também apontar, porém não
foram descritas as redes de variáveis que o determinam.
Por fim, os autores realizaram a análise do potencial da cadeia produtiva de
oleaginosas nativas, seguindo as etapas de diagnóstico, revisão de literatura, discussão e
propostas.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS

O resumo é um bom exercício para testar o referencial teórico disponível sobre


análise diagnóstica e modelagem, e demonstra que muitas informações relevantes estão no
documento, porém carecem de organização. Os autores iniciaram uma boa investigação ao
sugerirem a cadeia produtiva das oleaginosas nativas com as cadeias produtivas do óleo de
soja e do azeite de oliva. O artigo é provocativo ao expor um extenso arcabouço legal,
carecendo de evidências que constatem suas efetividades.
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TEMA DA ATUALIDADE: CODEX ALIMENTARIUS, ESPECIARIAS E ERVAS


CULINÁRIAS

Lista de produtos do Codex Alimentarius - Comitê de Especiarias e Ervas Aromáticas.

Reunião ocorrida entre os dias 20 - 29 Abril 2021, com a participação de


representante do Brasil. O MAPA coordena o GT do Comitê do Codex Alimentarius do Brasil
sobre Especiarias e Ervas Aromáticas. Nessa reunião foram discutidas e aprovadas as
propostas de padrão do Codex Alimentarius para os seguintes produtos: Orégano, Cravo da
Índia, Gengibre desidratado e em pó e o Manjericão/Alfavaca. Propostas aprovadas de novos
trabalhos: Cúrcuma, Cardamomo, Pimenta-da-Jamaica, Anis, Zimbro e Baunilha. Propostas
de normas que continuarão as discussões para finalização: Noz moscada, Açafrão verdadeiro,
Pimenta vermelha e páprica desidratadas e em pó. MAPA (2021¹).

Posição brasileira 5ª Sessão CCSCH _ 2021

Temas discutidos e aprovados pelo Comitê do Codex Alimentarius do Brasil, para


manifestação pela Delegação do Brasil na 5ª Sessão do Comitê do Codex Alimentarius de
Especiarias e Ervas Aromáticas. MAPA (2021²).

CODEX publica Relatório Oficial da 5ª Sessão do Comitê do Codex Alimentarius de


Especiarias e Ervas Aromáticas.

Neste relatório estão descritos os aspectos importantes das discussões realizadas,


bem como as últimas versões aprovadas pelo Comitê para as normas dos produtos que foram
discutidas durante as reuniões (Orégano, Noz moscada, Cravo da Índia, Gengibre desidratado
e em pó, Açafrão verdadeiro, Alfavaca e a Pimenta vermelha ou páprica desidratada e em pó).
MAPA (2021³)
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REFERENCIAS

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).


____ 1: Disponível em:
https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/inspecao/produtos-vegetal/organismos-
internacionais/normas-em-discussao-2021/lista-de-produtos. Acesso em 12 abr 2023.
____ 2: Disponível em:
https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/inspecao/produtos-vegetal/organismos-
internacionais/normas-em-discussao-2021/lista-de-produtos/posicao-brasileira-5a-sessao-
ccsch-_-2021/view. Acesso em 12 abr 2023.
____ 3: Disponível em:
https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/inspecao/produtos-vegetal/organismos-
internacionais/normas-em-discussao-2021/lista-de-produtos/relatorio-oficial-da-5a-sessao-do-
comite-do-codex-alimentarius-de-especiarias-e-ervas-aromaticas/view. Acesso em 12 abr
2023.
NETO, O. Z. S. BATISTA, E. A. C. MEIRELLES, A. J. A. Potencial de oleaginosas nativas
no desenvolvimento de cadeias produtivas da biodiversidade brasileira. Revista
Desenvolvimento e Meio Ambiente. Vol. 54, p. 537-559, jul./dez. 2020. DOI:
10.5380/dma.v54i0.71934. Acesso em 15 abr 2023.

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