Você está na página 1de 25

Revista GeSec

São Paulo, SP, Brasil

v. 14, n.6, p. 9395-9419,


2023
ISSN: 2178-9010

DOI: http://doi.org/10.7769/gesec.v14i6.2307

O potencial do mercado internacional de mel a partir da legislação e


normas para exportação

The potential of the international honey market from the legislation and
standards for exportation

Erik Luís de Oliveira Silva1


Roberto Pereira Brandalize2
Fernanda Cabral Borges3
Juliana da Silveira Espindola4
Alex Leonardi5

Resumo
A apicultura tem uma relevância considerável na conjuntura socioeconômica mundial e
pertence a um grupo de atividades que atendem às premissas do tripé da sustentabilidade,
sendo o mel o principal produto desta atividade. A produção brasileira de mel cresceu com as
exportações, entrando em um novo patamar no ano de 2000, com a entrada no mercado
mundial. Com a alta demanda internacional e preços de venda estimulantes, a maior parte do
mel natural brasileiro foi exportado, além disso, o grande potencial produtivo e a diversidade

1
Graduado em Engenharia Agroindustrial Indústrias Alimentícias, Universidade Federal do Rio Grande (FURG),
Av. Itália, s/n, Km 8, Carreiros, Rio Grande - RS, CEP: 96203-000. E-mail: erik.oli8899@gmail.com
Orcid: https://orcid.org/0000-0002-9225-9823
2
Mestrando em Sistemas e Processos Agroindustriais, Programa de Pós-Graduação em Sistemas e Processos
Agroindustriais na Universidade Federal do Rio Grande (PPGSPA - FURG), Km 8 Avenida Itália Carreiros, Rio
Grande - RS, CEP: 96203-900. E-mail: robertopbrandalize@gmail.com
Orcid: https://orcid.org/0009-0000-0365-8287
3
Doutora em Engenharia Química pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Programa de Pós-
graduação em Sistemas e Processos Agroindustriais da Universidade Federal do Rio Grande (PPGSPA - FURG),
Km 8 Avenida Itália Carreiros, Rio Grande - RS, CEP: 96203-900. E-mail: fernanda-borges@furg.br
Orcid: https://orcid.org/0000-0002-0218-8786
4
Doutora em Engenharia Química pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Programa de Pós-
graduação em Sistemas e Processos Agroindustriais da Universidade Federal do Rio Grande (PPGSPA - FURG),
Km 8 Avenida Itália Carreiros, Rio Grande - RS, CEP: 96203-900. E-mail: jespindola@furg.br
Orcid: https://orcid.org/0000-0002-4488-1490
5
Doutor em Agronegócios pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Programa de Pós-
graduação em Sistemas e Processos Agroindustriais da Universidade Federal do Rio Grande (PPGSPA - FURG),
Km 8 Avenida Itália Carreiros, Rio Grande - RS, CEP: 96203-900. E-mail: alleo123@gmail.com
Orcid: https://orcid.org/0000-0002-3296-4811
O potencial do mercado internacional de mel a partir da legislação e normas para exportação 9396

climática apontam uma curva ascendente para o país quanto às exportações deste produto.
Entretanto, mesmo com as vantagens mencionadas, a apicultura brasileira com ênfase na
produção de mel tem potencialidades ainda pouco exploradas, além de diversos desafios para
manter-se no mercado internacional. Assim, através de uma pesquisa bibliográfica e
documental este trabalho explora o cenário brasileiro da produção e comercialização
internacional de mel, a partir dos fatores que influenciam sua curva de crescimento (como
parâmetros da legislação, acordos entre países, fatores ambientais etc.), bem como a projeção
do potencial que a apicultura brasileira possui em relação às perspectivas de produção e
mercado internacional.
Palavras-chave: Apicultura. Produção de Mel. Exportação Brasileira. Comércio
Internacional. Agronegócio.

Abstract
Beekeeping has considerable relevance in the global socioeconomic situation and belongs to
a group of activities that meet the premises of the sustainability tripod. The Brazilian honey
production increased with exports, entering a new level in the year 2000, with its entry into
the world market. With the high international demand and stimulating sales prices, most of
the Brazilian natural honey was exported, in addition, the great productive potential and the
climatic diversity point to an upward curve for the country regarding the exports of this
product. However, even with the mentioned advantages, Brazilian beekeeping with an
emphasis on honey production has still little explored potential, in addition to several
challenges to remain in the international market. Thus, through bibliographic and
documentary research, this work explores the Brazilian scenario of international honey
production and commercialization, based on the factors that influence its growth curve (such
as parameters of legislation, agreements between countries and environmental factors, etc.),
as well as the projection of the potential that Brazilian beekeeping has in relation to the
prospects for production and the international market.
Keywords: Beekeeping. Honey Production. Brazilian Exportation. International Trade.
Agribusiness.

Introdução

A produção e comercialização de mel tem uma grande importância no contexto


socioeconômico mundial, pertencente à categoria de atividades que contemplam os princípios

Revista Gestão e Secretariado (GeSec), São Paulo, SP, v. 14, n. 6, 2023, p. 9395-9419.
O potencial do mercado internacional de mel a partir da legislação e normas para exportação 9397

do desenvolvimento sustentável: o econômico, o social e o ecológico. O econômico é o


gerador de renda para os produtores; o social intensifica a ocupação de mão de obra familiar
no campo, com a diminuição do êxodo rural; e por fim o requisito ecológico remete à
polinização de espécies nativas e cultivadas e à preservação da vegetação, já que não é preciso
desmatar para criar abelhas, pois as plantas são as fontes alimentares básicas das colmeias
(ALCOFORADO FILHO, 1998; SOMMER, 2002).
Estudos como os de Borges e Leonardi (2010), Behenck (2019) e Pasin, Tereso e
Barreto (2012) mostraram o aumento na produção e comercialização do mel brasileiro ao
longo dos anos, onde apesar de algumas baixas por motivos específicos em determinadas
épocas, o crescimento deste setor agroindustrial levou o Brasil a ser um dos maiores
vendedores desta commodity. Assim, de país importador de mel, o Brasil passou a destacar-se
entre os principais exportadores desse produto, dando um novo destaque para essa cadeia
produtiva. A crescente participação do mel natural brasileiro no mercado internacional foi
decorrente da qualidade do produto, da competitividade internacional e principalmente em
função dos embargos impostos aos principais exportadores em 2001 (SEBRAE, 2006).
Segundo Nichele (2018) o Brasil possui reservas florais disponíveis para a produção de mel
que podem atingir uma produção de 150 mil toneladas anuais de mel de primeira qualidade,
aceito pelos mercados internacionais mais exigentes e tem potencial de conquistar a posição
de primeiro produtor de mel do mundo.
Entretanto, mesmo com características que propiciam a atividade, a apicultura
brasileira com ênfase na produção de mel tem potencialidades ainda pouco exploradas, além
de diversos desafios para manter-se no mercado internacional. Pois, mesmo que a curva de
exportações brasileiras de mel numa visão geral seja ascendente, ocorreram algumas
oscilações ao longo dos anos nas vendas para o exterior, que podem ser decorrentes de baixas
na produção, de acordos ou embargos entre nações, do não cumprimento de parâmetros da
legislação, da qualidade do mel exigido pelos importadores quanto à utilização de antibióticos
nos enxames, da presença de agrotóxicos no produto, entre outros motivos.
A partir disto, o presente trabalho pretende pesquisar e analisar os fatores que
influenciam o crescimento da comercialização e como se dá a colocação deste produto
agroindustrial brasileiro no mercado internacional, tendo como objetivo identificar as
mudanças nas normas brasileiras para certificação e exportação do mel, as principais causas
de oscilação nas curvas de produção e exportação do mel, as exigências de importação dos
principais compradores de mel e as mudanças de acordos do Brasil com os principais
importadores. E, por fim, apontar os caminhos para expansão através de mudanças na
produção, legislação e normas para exportação.

Revista Gestão e Secretariado (GeSec), São Paulo, SP, v. 14, n. 6, 2023, p. 9395-9419.
O potencial do mercado internacional de mel a partir da legislação e normas para exportação 9398

Metodologia

Os métodos de pesquisa utilizados foram o exploratório, o descritivo e o explicativo.


As informações sobre produção de mel foram buscadas no site oficial do Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (SIDRA – IBGE, 2023), onde foi possível detalhar a produção
brasileira com dados desde 1974 até 2021. Já em relação às exportações e importações, os
principais dados pesquisados foram em relação às duas últimas décadas, por meio da
plataforma do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC, 2023) e da Food
and Agriculture Organization (FAO, 2023). Já o modo descritivo trata-se de uma pesquisa
bibliográfica e documental para coletar, analisar e interpretar o histórico da produção e
exportação de mel e os efeitos causados por mudanças climáticas, atualizações em normativas
nacionais e internacionais, acordos e embargos entre países e blocos econômicos etc. Para
complementar a ideia do trabalho, o modo de pesquisa explicativa será utilizado para
apresentar quais os fatores que geram determinados cenários no contexto da exportação do
mel brasileiro. Dentro do contexto proposto, este último modo será utilizado para identificar
as consequências das variações na curva de exportação do mel brasileiro e apontar os
caminhos para expansão do produto nacional.

Análise e Discussão dos Resultados

Esta seção busca contextualizar os dados da produção, exportação e preço do mel


brasileiro, destacar as legislações e normas que conduzem a cadeia do mel no Brasil e
apresentar a situação brasileira no mercado internacional de mel natural.

3.1 Produção, Exportação e Preço do Mel Natural Brasileiro

A Figura 1 apresenta a evolução da produção de mel natural brasileiro, de acordo com


dados do IBGE (2020), desde a década de 70.

Revista Gestão e Secretariado (GeSec), São Paulo, SP, v. 14, n. 6, 2023, p. 9395-9419.
O potencial do mercado internacional de mel a partir da legislação e normas para exportação 9399

Figura 1 - Dados da produção de mel no Brasil ao longo das últimas décadas.


Fonte: Autor com base dos dados da SIDRA - IBGE, 2023.

A partir do ingresso do Brasil no mercado do mel no início do século, a produção de


mel, de forma geral, tem crescido. Apesar da oscilação em certos períodos, devido ao clima e
ao pasto apícola, principalmente, numa análise macro pode-se perceber o aumento na
quantidade de mel produzido no Brasil até 2019. As principais quedas na produção ocorreram
em 2007 e em 2012, como fica evidente na Figura 1.
A primeira baixa ocorreu devido a um embargo comercial por parte da União Europeia
em relação ao produto brasileiro e pela valorização do real frente ao dólar, combinado a
questões climáticas, que afetaram diretamente a produção das colmeias, ocasionando uma
redução de mais de 1400 toneladas de mel.
A segunda situação de oscilação na curva ascendente deste setor está relacionada a
problemas climáticos ocorridos no Nordeste brasileiro, que era a principal região produtora
no ano anterior. Após a grande queda da produção em 2012 o país veio recuperando-se nos
últimos anos, mas somente em 2017 alcançou novamente o patamar de 2011, com produção
acima de 41 mil toneladas.
O consumo per capita de mel no Brasil situa-se entre os menores do mundo, em 2017
o consumo de mel no Brasil foi de 0,06 kg/pessoa/ano enquanto em países como a Alemanha
é superior a 1 kg/pessoa/ano e nos Estados Unidos gira em torno de 0,6 kg/pessoa/ano
(VIDAL, 2020). O mercado internacional desde o início do século 21 apresenta-se como a
grande alternativa para o produtor brasileiro comercializar sua produção.
As Figuras 2 e 3 apresentam a expansão das exportações brasileiras de mel natural,
com base na massa do produto e no valor arrecadado pelo país, respectivamente.

Revista Gestão e Secretariado (GeSec), São Paulo, SP, v. 14, n. 6, 2023, p. 9395-9419.
O potencial do mercado internacional de mel a partir da legislação e normas para exportação 9400

Figura 2 - Exportação de mel natural no Brasil entre 2000 e 2022 (em milhares de toneladas).
Fonte: Autor com base nos dados do MDIC, 2023.

Figura 3 - Exportação de mel natural no Brasil entre 2000 e 2022 (em milhões de dólares).
Fonte: Autor com base nos dados do MDIC, 2023 .

Até o fim dos anos noventa o Brasil fazia parte de um grupo de países importadores de
mel natural. A partir dos anos 2000 os compradores aderiram ao produto brasileiro como uma
alternativa para restaurar o fornecimento do produto, sentindo os impactos da baixa oferta
internacional, trazendo a apicultura brasileira para outro patamar de mobilização e
crescimento.
A evolução do Brasil frente ao cenário do comércio de exportações de mel natural é
notável desde 2002, primeiro ano em que aparece entre os 10 maiores exportadores. O Brasil
desde então aumentou o volume de suas vendas em aproximadamente 273% até 2021, ano em
que exportou cerca de 47.20 t, aumentando em cerca de U$ 140 milhões o seu faturamento
neste período (FAO, 2023).
O preço médio do quilograma de mel também é uma variável importante deste cenário,
afetando diretamente a arrecadação do país através de suas oscilações, que se devem
principalmente à concorrência e à oferta e demanda do produto no mercado. A variação no

Revista Gestão e Secretariado (GeSec), São Paulo, SP, v. 14, n. 6, 2023, p. 9395-9419.
O potencial do mercado internacional de mel a partir da legislação e normas para exportação 9401

preço do mel pode ter influência de alguns fatores, como as condições de produção, demanda
nos países importadores e exportadores, qualidade e tipo do mel a ser exportado,
disponibilidade de substitutos e existência de barreiras comerciais a exportação
(ZANDONADI; SILVA, 2006).
A Figura 4 apresenta os preços médios anuais pelo qual o mel brasileiro foi vendido
no exterior, nas últimas duas décadas.

Figura 4 - Preço médio do mel natural brasileiro exportado entre 2000 e 2022 (em US$/kg).
Fonte: Autor com base nos dados do MDIC, 2023.

Durante o período de embargo ao mel, cerca de dois anos, o Brasil precisou se adequar
às imposições da comunidade europeia em relação a certificados de qualidade e controle
fitossanitários e ainda sofrer com os preços pagos pelo mercado americano, abaixo do normal,
em decorrência do embargo e a falta de opção de mercado comprador (FELICIO, 2014).
Souza (2006) afirma que duas situações pontuais foram de extrema relevância para o
ingresso do Brasil no comércio internacional. Os embargos impostos em 2001 aos dois
maiores produtores mundiais da época, China e Argentina, são a primeira causa. No mel
chinês, foi detectada a presença do cloranfenicol, antibiótico cancerígeno, empregado no
combate às doenças das abelhas, ocasionando o veto de sua exportação para Europa, enquanto
a Argentina sofreu redução de sua participação no mercado internacional em função de
medidas antidumping adotadas pelos Estados Unidos. O segundo fator relevante para entrada
do mel brasileiro no mercado mundial teve relação com a baixa disponibilidade do produto no
mercado global, causando uma alta em seu preço, enquanto internamente houve uma
desvalorização do real em relação ao dólar americano, apresentando um cenário propício para
as exportações.
O período entre 2001 e 2004, enquanto China e Argentina sofreram tais embargos
comerciais, abriu uma lacuna de oferta estimada em 50 mil toneladas de mel/ano, sendo um

Revista Gestão e Secretariado (GeSec), São Paulo, SP, v. 14, n. 6, 2023, p. 9395-9419.
O potencial do mercado internacional de mel a partir da legislação e normas para exportação 9402

excelente momento para novos países no entrarem no mercado exportador (HATADA, 2009).
Foi nesta conjuntura que o Brasil se encaminhou para ocupar um papel de destaque
internacional neste setor, não devido a um planejamento econômico ou uma estratégia
elaborada de expansão do comércio de mel, mas sim em função de uma grande oportunidade
de mercado e de seu reconhecido potencial apícola.
O Brasil beneficiou-se tanto pelo preço mais alto do mel, quanto pela menor exigência
de qualidade por conta da alta demanda, e de 2000 a 2002 a exportação nacional saltou de 260
toneladas para 12,5 mil toneladas. Esse aumento acentuado só persistiu até 2005, pois neste
ano a China retornou ao mercado, tornando o mercado então mais competitivo e de maior
exigência em relação à qualidade do mel, resultando em queda na exportação brasileira, onde
o volume de mel (em quilogramas) exportado foi aproximadamente 31% menor que o ano de
2004. (BORGES; LEONARDI, 2010). Em valor as exportações brasileiras de mel caíram
55,3% em relação a 2004, pois os preços recuaram 34,9%, chegando a US$ 1.311 a tonelada,
contra US$ 2.362 em 2003 e US$ 2.015 em 2004 (PEREZ; RESENDE; FREITAS, 2006).
Em 2006 o principal mercado consumidor de mel brasileiro era o continente europeu,
que até então absorvia de 70% a 80% das exportações brasileiras de mel, impôs, um embargo
ao mel brasileiro, devido à falta de controle de resíduos e contaminantes (identificação da
presença de agrotóxicos e medicamentos veterinários no mel), mudando o destino da produção
nacional.
Fatores diversos corroboraram para o embargo europeu: a falta de fiscalização e
controle por parte do governo brasileiro, falta de regulamentação específica sobre padrões de
qualidade, falta de preocupação com o meio ambiente por parte dos produtores que com o
intuito de aumentar sua produção e reduzir seus custos não se adequam às exigências do
mercado internacional (BUAINAIN , 2007).
Entretanto, de acordo com empresários brasileiros, o embargo surgiu do interesse dos
importadores alemães de baixar o preço do produto brasileiro. Ao iniciar suas exportações de
mel para o mercado europeu, no período de embargo ao mel chinês, o país conquistou a
preferência dos consumidores com um produto de qualidade bem superior ao da China, porém
com preço mais elevado. Como a Alemanha atua como distribuidora de mel para vários países,
os importadores têm usado vários artifícios para igualar o preço brasileiro com o chinês
mantendo sua margem de lucro (SEBRAE, 2009).
O embargo que inicialmente gerou problemas graves em relação à participação do
Brasil no mercado mundial de mel forçou o país a redirecionar suas exportações para os EUA,
fazendo com que suas exportações não diminuíssem em relação ao ano de 2005 e ainda

Revista Gestão e Secretariado (GeSec), São Paulo, SP, v. 14, n. 6, 2023, p. 9395-9419.
O potencial do mercado internacional de mel a partir da legislação e normas para exportação 9403

ampliando seu mercado consumidor, já que os EUA não solicitaram um plano de controle de
resíduos como a União Europeia (BORGES; LEONARDI, 2010).
Para reverter esta situação, além do cumprimento de prazos e implantação efetiva do
Plano Nacional de Controle de Resíduos e Contaminantes (PNCRC), o Ministério de
Agricultura teve de implantar sistemas de Boas Práticas e Análise de Perigos e Pontos Críticos
de Controle (APPCC) nos entrepostos e casas de mel no país para atender as novas exigências
para a exportação de mel para a Europa (PEREZ; RESENDE; FREITAS, 2006).
Com o fim do embargo em 17 de março de 2008, a balança comercial de mel fechou
com um saldo superavitário de US$ 281.006.939. No entanto, o país perdeu posições no
ranking mundial dos exportadores, caindo de 9º colocado em 2006, com uma receita de U$S
23,359 milhões, para 13º em 2007, acumulando ganhos de U$S 21,194 milhões. Durante este
período, o mercado norte americano foi o principal destino das nossas exportações,
respondendo aproximadamente a 70% das exportações de mel natural.
Após a grande queda da produção em 2012, já citada, o país veio recuperando-se nos
últimos anos, mas somente em 2017 alcançou novamente o patamar de 2011, com produção
acima de 41,5 mil toneladas, e exportando mais de 27 mil toneladas desta produção, vindo a
ocupar o sexto lugar na lista dos maiores importadores deste produto, de acordo com dados da
FAO (2023).
Segundo informações atualizadas do MDIC, 2019 e 2020 tiveram uma elevação no
volume exportado de mel, com cerca de 30 mil toneladas e 45 mil toneladas, respectivamente.
Apesar disso, o faturamento de mais de 98 milhões de dólares ainda ficou bem abaixo da
arrecadação de 2017, devido à queda no preço do quilograma.
Continuando a tendência de alta no número das exportações de mel, em 2021 o Brasil
atingiu o seu patamar mais elevado em quantidade e faturamento de mel exportado,
exportando cerca de 47,20 t e faturando U$S 163,34 milhões. Essa ascensão nas exportações
é resultado de alguns fatores, como a valorização do dólar frente ao real e a pandemia de
Covid-19, que aumentou a busca por produtos saudáveis e bem-visto como remédio natural,
como o mel (USITC, 2022).

3.2 Legislação e Normas na Cadeia do Mel

Ao longo destes anos de evolução na produção e expansão do comércio internacional


do mel natural brasileiro, o setor apícola vem se desenvolvendo, por meio principalmente da
organização e aprimoramento técnico, bem como através do apoio de várias entidades públicas

Revista Gestão e Secretariado (GeSec), São Paulo, SP, v. 14, n. 6, 2023, p. 9395-9419.
O potencial do mercado internacional de mel a partir da legislação e normas para exportação 9404

e privadas, para fortalecimento da cadeia produtiva e promoção da comercialização nacional


e internacional de todos os derivados das abelhas.
Embora em constante aprimoramento, a cadeia produtiva do mel ainda é simples e
pouco estruturada em relação a protocolos, métodos de gerência e transações comerciais em
nível de mercado. Uma das formas de garantir segurança e boa qualidade ao produto destinado
ao mercado externo, atenuando as falhas desta rede produtiva, é a criação de arranjos baseados
em cooperativas e associações de apicultores que cresceu nos últimos anos, o que auxilia os
pequenos produtores quanto ao cumprimento das normas e regulamentos vigentes no setor,
bem como no controle e combate a morte dos enxames devido aos agrotóxicos do setor
agrícola.

3.2.1 Legislação brasileira

Algumas instituições e organizações importantes são muito relevantes neste ramo.


Assad et al (2018) afirma que o ambiente institucional inclui, entre outros, órgãos do governo
federal, como o MAPA e o IBAMA, dos governos estatuais, como a Secretaria da Agricultura
e Abastecimento e o Conselho Estadual de Segurança Alimentar (CONSEA), universidades
públicas e privadas, além de instituições financeiras, como o BNDES, Banco do Brasil, etc.
Além disso, o ambiente organizacional é composto por organizações como associações de
apicultores e meliponicultores, tal qual a APACAME, a Associação Gaúcha de Apicultores -
AGA, a ABELHA, a ABEMEL e entidades como SEBRAE, SENAI, SENAR, OCESP,
FAESP, FETAESP, entre outras.
Todos estes constituintes da malha produtiva de mel natural no Brasil têm sua
importância, e entre eles existem os instituidores e fiscalizadores das normas e leis para esta
esfera. O principal órgão responsável por comandar a regulamentação da produção de
produtos apícolas aqui no país é o MAPA - Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento. Qualquer produto apícola vendido entre os estados brasileiros ou exportado
deve passar pelo controle higiênico-sanitário do MAPA/SIF.
Atualmente as principais regulamentações referentes a estas exigências são:
▪ Portaria nº 6 de 25 de julho de 1985: normatiza os aspectos higiênico-
sanitários e tecnológicos para mel, cera de abelhas e derivados;
▪ Instrução Normativa nº 11 de 20 de outubro de 2000: aprova o regulamento
técnico de qualidade e identidade do mel;
▪ Instrução Normativa IBAMA nº 2, de 9 de fevereiro de 2017: estabelece
diretrizes, requisitos e procedimentos para a avaliação dos riscos de ingredientes ativos

Revista Gestão e Secretariado (GeSec), São Paulo, SP, v. 14, n. 6, 2023, p. 9395-9419.
O potencial do mercado internacional de mel a partir da legislação e normas para exportação 9405

de agrotóxicos para insetos polinizadores, utilizando-se as abelhas como organismos


indicadores.
▪ Instrução Normativa nº 5 de 14 de fevereiro de 2017: estabelece as regras
de inspeção e fiscalização sanitária referentes às instalações, dependências e
equipamentos para as agroindústrias de pequeno porte de leite, mel e ovos;
▪ Decreto 9.013 de 29 de março de 2017: dispõe sobre o regulamento de
inspeção industrial e sanitária de produtos de origem animal (RIISPOA).
Entretanto, mesmo com a abrangência da legislação na maioria dos aspectos da
produção do mel, ainda existem problemas que estão sendo exploradas para conformação nos
requisitos legais. Hatada (2009) também descreve alguns gargalos na fiscalização sanitária do
setor apícola brasileiro, como a falta de padronização do mel e produtos apícolas, o combate
à falsificação e fraude de mel por parte da ação dos órgãos fiscalizadores desde a esfera federal
até municipal, a dificuldade de obtenção de registro de produtos junto ao serviço de inspeção
higiênico sanitário devido à demora e a dificuldade de acessar informações, a falta de
informação por parte dos apicultores em relação à legislação apícola, a baixa capitalização, o
baixo nível de profissionalização, a falta de infraestrutura física da maioria dos apicultores e
a consequente inviabilidade da aplicação da legislação em vigor.

3.2.2 Normas técnicas

A normalização do setor apícola brasileiro foi impulsionada pelo embargo do mel


nacional em 2006 por parte da União Europeia, que apesar de ter imediatamente repercutido
de forma negativa para a exportação brasileira, fomentou um conjunto de melhorias em toda
a cadeia, especialmente em relação à organização da categoria e sua conexão com as
instituições governamentais, bem como ao emprego de ferramentas de coordenação e
verificação da qualidade.
Neste contexto foi formado a Comissão de Estudo Especial da Cadeia Apícola da
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT/CEE-87), que teve como missão congregar
as expertises e os seus diferentes elos, como produtores, entrepostos, órgãos governamentais,
instituições de fomento, pesquisa, assistência técnica e extensão, para que sejam elaboradas,
de forma participativa, normas que contemplem todas as fases e elos da cadeia produtiva do
mel e que representem e possam atender às demandas e à realidade da diversidade brasileira.
(ABNT; SEBRAE, 2012).
O Quadro 1 apresenta, baseado nas normas da ABNT/CEE-87, um resumo das normas
para a apicultura que já foram publicadas pela associação.

Revista Gestão e Secretariado (GeSec), São Paulo, SP, v. 14, n. 6, 2023, p. 9395-9419.
O potencial do mercado internacional de mel a partir da legislação e normas para exportação 9406

ABNT NBR 15585:2008


Esta Norma especifica os requisitos para instalação e manejo do
Apicultura - Mel
apiário, coleta e transporte dos favos e extração do mel.
Sistema de produção no campo
ABNT NBR 15654:2009 Esta Norma apresenta princípios e requisitos básicos para
Apicultura - Mel implementar um sistema de rastreabilidade para produção de mel
Sistema de rastreabilidade em todas as etapas da cadeia produtiva.
ABNT NBR 15713:2009 Apicultura -
Esta Norma especifica os requisitos para fabricação de colmeia do
Equipamentos
tipo Langstroth.
Colmeia tipo Langstroth
ABNT NBR 15714-1:2009 Apicultura - Esta parte da ABNT NBR 15714 especifica o preparo de amostra
Mel (Parte 1) para as determinações físico-químicas em mel.
ABNT NBR 15714-2:2009 Apicultura - Esta parte da ABNT NBR 15714 especifica o método
Mel (Parte 2) refratométrico para determinação da umidade no mel.
ABNT NBR 15714-3:2009 Apicultura - Esta parte da ABNT NBR 15714 especifica um método para
Mel (Parte 3) determinação do teor de cinzas em mel.
ABNT NBR 15714-4:2016 Apicultura - Esta Parte da ABNT NBR 15714 especifica um método para
Mel (Parte 4) determinação da condutividade elétrica do mel.
ABNT NBR 15714-5:2009 Apicultura - Esta parte da ABNT NBR 15714 especifica um método
Mel (Parte 5) gravimétrico para análise de sólidos insolúveis no mel.
ABNT NBR 15714-6:2016 Apicultura - Esta parte da ABNT NBR 15714 especifica um método para
Mel (Parte 6) determinação do pH e acidez livre, lactônica e total.
ABNT NBR 15714-7:2016 Esta Norma especifica um método para determinação da atividade
Apicultura - Mel (Parte 7) diastásica em mel.
Esta Parte da ABNT NBR 15714 especifica a determinação do teor
ABNT NBR 15714-8:2016
de hidroximetilfurfural (HMF) pelo método de cromatografia
Apicultura - Mel (Parte 8)
líquida de alta eficiência.
Esta parte da ABNT NBR 15714 especifica o método
ABNT NBR 15714-9:2016
espectrofotométrico para determinação do teor de
Apicultura - Mel(Parte 9)
hidroximetilfurfural (HMF) em mel.
ABNT NBR 15714-10:2016 Apicultura - Esta Norma especifica um método para determinação do teor de
Mel (Parte 10) açúcares redutores e sacarose aparente em mel.
ABNT NBR 16572:2016 Esta Norma especifica os requisitos para industrialização de
Apicultura - Centrífuga apícola centrífuga apícola.
ABNT NBR 16573:2016 Esta Norma especifica os requisitos de confecção, segurança e
Apicultura - Vestimentas apícolas conforto para as vestimentas apícolas.
Quadro 1 - Normatização da cadeia do mel a partir da ABNT/CEE-87.
Fonte: Autor, 2021.

Pela necessidade de sua formatação, a norma estabelece parâmetros e requisitos


técnicos para promover segurança alimentar, manutenção da qualidade dos produtos,
preservação ambiental e biodiversidade, não se limitando a recomendações técnicas para
melhoria da produtividade. Em outras palavras, a norma determina o que "deve ou não" ser
feito e não "como" (ABNT; SEBRAE, 2012).

Revista Gestão e Secretariado (GeSec), São Paulo, SP, v. 14, n. 6, 2023, p. 9395-9419.
O potencial do mercado internacional de mel a partir da legislação e normas para exportação 9407

3.3 Brasil no Mercado Internacional de Mel Natural

3.3.1 Principais exportadores e importadores

A principal particularidade a nível global da comercialização de mel é sua


concentração, tendo na última década Alemanha e Estados Unidos como os países
responsáveis por grande parte de toda importação mundial, enquanto China e Argentina foram
os grandes exportadores do produto (apesar de nos últimos anos a Índia, o Vietnã e a Ucrânia
ocuparem uma posição de destaque nas exportações), conforme apresentado nas Figuras 5 e
6, respectivamente.
Entre os dez maiores produtores de mel no mundo, seis deles figuram entre os maiores
exportadores: China, Argentina, Ucrânia, Índia, México e Brasil. Além disso, Alemanha,
Bélgica e Espanha fazem parte da gama de países que tanto vendem quanto compram grandes
volumes de mel, o que de acordo com Nunes e Heindrickson (2019) é função do comércio
intra-empresas (entre a subsidiária e sede), da sazonalidade na produção de mel e da
reexportação (exportação da importação, principalmente na Alemanha e na Bélgica), dentre
outros.
O baixo custo de produção faz a China possuir um dos méis mais baratos no mercado
mundial, tornando-se o mais competitivo no mercado mundial. Segundo dados da FAO a
China vende seu mel com preços inferiores ao preço médio mundial, mas importa pagando
alto o quilograma deste produto. Neste contexto é possível destacar também a Nova Zelândia,
que em 2021, por exemplo, foi responsável por apenas 1,12% da exportação mundial em
volume, mas devido ao alto valor agregado de seu mel foi o primeiro país em faturamento
naquele ano.

Figura 5 - Maiores importadores mundiais de mel natural (em milhares de toneladas).


Fonte: Autor com base nos dados da FAO, 2023.

Revista Gestão e Secretariado (GeSec), São Paulo, SP, v. 14, n. 6, 2023, p. 9395-9419.
O potencial do mercado internacional de mel a partir da legislação e normas para exportação 9408

Figura 6 - Maiores exportadores mundiais de mel natural (em milhares de toneladas).


Fonte: Autor com base nos dados da FAO, 2023.

As exportações chinesas foram de 71.831 mil toneladas em 2009 para 145.886 mil em
2021, mantendo a sua liderança e até aumentado o seu volume de exportação no período da
pandemia de Covid-19, contrariando algumas suposições que acreditavam que a China teria
queda em sua produção de mel em decorrência de que muitos apicultores chineses ficaram em
quarentena e acabaram deixando de alimentar as abelhas por semanas (VIDAL, 2020).
A Argentina foi durante a última década o segundo maior exportador mundial,
chegando a comercializar 81.183 mil toneladas em 2016. No entanto, a Argentina tem
enfrentado problemas climáticos como inundações, seca, frio extremo e incêndios ocorridos
em 2017 em diferentes regiões produtoras de mel do país. Além disso, nas últimas safras,
houve decréscimo na rentabilidade em função do aumento dos custos de produção com
insumos e mão de obra (PORTAL APÍCOLA, 2018). Assim, na última atualização da FAO,
a Índia, o Vietnã e a Ucrânia ultrapassaram o país argentino em 2021. O Brasil por sua vez
ocupou a sexta posição neste ranking em 2021, com cerca de 47,19 mil toneladas vendidas.
Referente às importações, os Estados Unidos lideram com destaque o ranking dos
países compradores durante toda esta última década, chegando a importar mais de 220 mil
toneladas de mel em 2021. O top cinco de importadores no ano de 2021 ainda foi completado
por Alemanha, Japão, Reino Unido e Polônia, com valores de 78,5 mil toneladas, 47,1 mil
toneladas, 46,8 mil toneladas e 37,6 mil toneladas, respectivamente.
Um fator importante para análise deste setor é o faturamento, pois apesar do bom
posicionamento do país nas exportações de mel, entre 2009 e 2021 o Brasil posicionou-se
melhor no ranking de exportação por quantidade do que no ranking de exportação em valor,
com exceção de 2017, quando ficou em sexto lugar em ambos, e de 2021, quando ocupou o
ranking de sexto lugar em quantidade e em quarto lugar em faturamento. Isto indica que alguns

Revista Gestão e Secretariado (GeSec), São Paulo, SP, v. 14, n. 6, 2023, p. 9395-9419.
O potencial do mercado internacional de mel a partir da legislação e normas para exportação 9409

países comercializam menores quantidades de mel e ganham mais do que o Brasil, ou seja,
tem um produto mais valorizado frente ao comércio internacional devido às características da
produção local.
No tocante ao faturamento, em 2018 e 2019 o setor teve redução de 21,3% e 28,3%, o
que segundo Vidal (2020) ocorreu devido a diversos fatores. Entre eles, estavam a forte
valorização do produto brasileiro entre 2011 e 2017, que causou insegurança aos
importadores, e a uma reação contrária do mercado com o crescimento da concorrência.
Entretanto, em 2020 e 2021 o faturamento por meio das exportações de mel natural teve um
aumento de 44,1% e 65,7% movido pelo aumento da demanda de mel no período pandêmico
e pela valorização do dólar. Além disso, os países asiáticos (China, Índia, Vietnã e Tailândia)
têm respondido à grande demanda mundial com exportação em massa de mel a baixo preço.
Até então, as exportações de mel natural por parte do Brasil estão muito concentradas
no mercado norte-americano. Neste contexto, os EUA tem imensa importância para a cadeia
do mel brasileiro, pois importou em 2018, por exemplo, cerca de 91% do mel orgânico
produzido pelo Brasil (USDA, 2020), e em 2017 absorveu aproximadamente 86% das
exportações brasileiras em geral. E mesmo levando em conta as exportações para a União
Europeia como um destino único, como comumente é feito, apenas US$ 19,2 milhões foram
comercializados com este bloco econômico em 2020, ainda muito distante dos 71,3 milhões
importados pelos EUA.
Os EUA são o principal destino das exportações brasileiras, e para destacar esta
diferença de magnitude, a Figura 7 apresenta o eixo à direita correspondente apenas aos EUA
(linha tracejada) e o eixo da esquerda ao restante dos países que participam nesta
comercialização internacional, porém numa escala menor, em termos de milhares de US$.
Conforme aponta a linha de tendência de “outros” (uma gama de países que compram
pouquíssimas quantidades do produto, em escala internacional), estes chegaram a ter 6,54%
de participação nas exportações brasileiras em 2010, quando houve uma queda nas compras
pelos americanos. Em 20022, esses países corresponderam a apenas 1,54% do destino para o
mel natural brasileiro, e estão entre eles países da União Europeia (Espanha, França, Itália,
Áustria, etc.), além de Arábia Saudita, Panamá, Japão, Omã, Israel, etc.

Revista Gestão e Secretariado (GeSec), São Paulo, SP, v. 14, n. 6, 2023, p. 9395-9419.
O potencial do mercado internacional de mel a partir da legislação e normas para exportação 9410

Figura 7. Percentual de exportações do mel natural brasileiro entre 2009 e 2022 (US$).
Fonte: Autor com base nos dados da FAO, 2021.

Figura 8. Exportações brasileiras de mel natural entre 2009 e 2020 (mil toneladas).
Fonte: Autor com base nos dados da FAO, 2021.

Nos últimos dez anos, a exportação cresceu acentuadamente em 2014, 2017 e 2020,
esse bom resultado ocorreu através do crescimento do volume exportado, mas principalmente
pela valorização do produto brasileiro no mercado americano, que passou a importar do Brasil
maior quantidade de mel orgânico, que possui maior valor de mercado. Em 2012 e 2013, por
exemplo, as exportações brasileiras de mel orgânico para os Estados Unidos foram inferiores
a 2.500 toneladas, enquanto em 2014 o volume de mel orgânico importado pelos Estados
Unidos passou de 11 mil toneladas, e 2017 chegou a 22 mil toneladas (USDA, 2020).
Dinamarca, Países Baixos e Austrália vêm crescendo como importadores nos últimos
anos e mostram-se como bons compradores do produto nacional, mas ainda tem uma
representatividade muito pequena para o mercado brasileiro, tanto que em alguns anos seu
percentual de participação no comércio brasileiro é nulo.
Assim, pode-se ver que dentre os principais importadores, EUA, Alemanha, Reino
Unido e Bélgica compram o mel brasileiro em quantidades relevantes, enquanto Japão,

Revista Gestão e Secretariado (GeSec), São Paulo, SP, v. 14, n. 6, 2023, p. 9395-9419.
O potencial do mercado internacional de mel a partir da legislação e normas para exportação 9411

Polônia, Espanha, França, Itália e Arábia Saudita não fazem parte do principal grupo de
importadores do produto nacional.

3.3.2 Requisitos dos principais importadores

A globalização diminuiu as fronteiras entre os mercados e facilitou a realização de


transações comerciais entre países. Entretanto, os países importadores passaram a exigir dos
exportadores maiores garantias sobre os produtos negociados, principalmente no setor de
alimentos, pela necessidade de garantir segurança à saúde da população.
Esta conduta tornou o mercado mais técnico, onde a capacidade de adaptação às
exigências se tornou um fator essencial para ser competitivo, e com a apicultura nacional não
é diferente, pois seu crescimento e expansão internacional são dependentes da adequação às
conformidades determinadas. Como já detalhado, o mel é submetido desde sua origem até
consumo final à determinação de normas técnicas e regulamentos sanitários, tanto para
comércio interno ou externo, sendo fundamental atender todos os requisitos de qualidade
indicados.
A exportação de mel, juntamente com qualquer outro produto de origem animal, está
condicionada ao monitoramento através do Decreto 9.013 de 29 de março de 2017 (RISPOA).
Seja qual for a negociação comercial e contrato com os importadores, o registro do
estabelecimento no Serviço de Inspeção Federal – SIF, adequação aos requisitos sanitários
nacionais e do país importador, habilitação do estabelecimento para exportação e a
certificação do produto são as etapas padrões a serem seguidas (BRASIL, 2017). A partir
disso, o produtor que deseja exportar deve atender as exigências específicas de todos os países
destino de seu produto, ou seja, suas barreiras técnicas e sanitárias.
Como principal comprador do mel natural brasileiro, os Estados Unidos tem um
conjunto de requisitos indicados pela autoridade fitossanitária do país, a Food and Drug
Administration, além de diversas exigências estaduais e municipais, sendo as estaduais
geralmente mais rígidas que a federal.
De acordo com Aguiar (2018), para exportação de mel brasileiro para os EUA é
necessário o cumprimento dos Requisitos Sanitários e Fitossanitários para Produtos
Brasileiros Exportados para os EUA, criado em 2017, atestados por um inspetor veterinário.
O Canadá, por sua vez, impõe barreiras para proteger a saúde de seus consumidores,
principalmente através da rotulagem do produto. Mas, em termos de exigências externas, o
maior interesse nacional foi se adequar aos requisitos da União Europeia, após o fim do

Revista Gestão e Secretariado (GeSec), São Paulo, SP, v. 14, n. 6, 2023, p. 9395-9419.
O potencial do mercado internacional de mel a partir da legislação e normas para exportação 9412

embargo do mel nacional em 2008, pois o volume de exportações para este bloco como um
todo é relevante para o setor apícola brasileiro (NERY; BRITO; PEREIRA, 2019).
Em 14 de março de 2008 foi aprovado por parte da UE, através da decisão 222/2008,
o programa brasileiro de controle e monitoramento de substâncias no mel equivalente ao
europeu (PNCRC). A regulamentação europeia acerca da composição e beneficiamento do
mel natural é indicada pela Diretiva 2014/63/UE do parlamento europeu e do conselho
(ROENNE, 2018).
Ainda de acordo com Roenne (2018), na União Europeia, além das exigências
específicas para o mel, o produto deve atender às normas gerais para alimentos, descritas pelos
Regulamentos CE n° 852/2004 do Parlamento Europeu e do Conselho, relativo à higiene dos
gêneros alimentícios, Regulamento CE n° 853/2004 do Parlamento Europeu e do Conselho,
que apresenta regras específicas de higiene aplicáveis aos gêneros alimentícios de origem
animal, e pelo Regulamento CE nº 854/2004 do Parlamento Europeu e do Conselho, que
aponta regulamentos sobre a organização dos controles oficiais de produtos de origem animal
destinados ao consumo humano.
Além disso, os parâmetros referentes à qualidade e segurança do mel são balizados
internacionalmente pelo Codex Alimentarius, desenvolvido em 1963 pela FAO e OMS, que
além de estabelecer regras em relação à segurança alimentar, também auxilia na padronização
das normas entre os países, contribuindo para o comércio internacional (CAC, 2001).
Quanto aos principais importadores mundiais, mas que não tem um comércio
significativo com o Brasil, ainda se tem Japão, França, Polônia, Espanha e Itália. Os países da
União Europeia comercializam grandes quantidades de mel dentro de seu bloco econômico,
entre si, além de importarem o barato mel chinês. Estes países muitas vezes recebem o mel
brasileiro, mas após o produto ser reexportado por Alemanha e Bélgica, por exemplo.

3.3.3 Expansão do comércio de mel natural brasileiro

O potencial apícola brasileiro, como já enfatizado, é muito grande, tanto em relação à


capacidade de produção quantitativa quanto qualitativa. Com vastas áreas verdes e grande
diversidade de espécies botânicas, o Brasil tem recursos naturais privilegiados para alcançar
os líderes de produção e de arrecadação mundial, possuindo um diferencial competitivo
importantíssimo em relação à qualidade do mel.
As análises dos dados acerca do comércio brasileiro de mel apontaram que as
exportações têm crescido anualmente desde 2016. Este crescimento deve-se principalmente
ao aumento do preço médio de exportação do mel natural em cerca de 105% entre 2007 e

Revista Gestão e Secretariado (GeSec), São Paulo, SP, v. 14, n. 6, 2023, p. 9395-9419.
O potencial do mercado internacional de mel a partir da legislação e normas para exportação 9413

2022, chegando a US$ 3,74/kg em 2022. Segundo o Monitor Mercantil (2021), a gerente
administrativa da Abemel, Suelen Tomazella, explicou que parte desta variação foi em função
da pandemia do Covid-19, que gerou mudanças de comportamento de consumo e novos
hábitos alimentares no mundo, pois o mel como um produto saudável e bem-visto como
remédio natural foi muito consumido internacionalmente.
Com a fama de alimento saudável, natural e que pode reforçar o sistema imunológico,
a expectativa é de que o mel se torne cada vez mais componente habitual da mesa dos
consumidores europeus e norte-americanos, destinos já garantidos do produto brasileiro, e
com isso, a tendência de consolidação e abertura de novos mercados é muito otimista para este
setor. Assim, dentre os variados tipos de mel, o orgânico é um dos mais procurados devido à
alta qualidade e valor agregado que possui.
Aliado à saúde, a cultura também deve ser um importante foco do comércio nacional,
pois segundo Suelen Tomazella o consumo de mel é parte da cultura árabe, o que indica uma
excelente oportunidade de comércio para este produto brasileiro (MONITOR MERCANTIL,
2021). A partir disso, há dois principais caminhos para expansão do comércio do mel natural
brasileiro: o investimento em mel com certificação Halal, para o grande mercado muçulmano
com mais de 1,8 bilhões de pessoas, e principalmente o investimento em mel orgânico.
O certificado Halal é uma certificação para os alimentos que se adequam às
especificações das Leis Islâmicas, assim, para que a expansão do mercado seja possível, as
indústrias e produtores brasileiros precisam se adaptar às exigências da jurisprudência
islâmica.
Porém, apesar dos benefícios trazidos por este selo, abrindo fronteiras comerciais com
uma gama de países, o custo ainda é a maior dificuldade para os exportadores (MONITOR
MERCANTIL, 2021; SIILHALAL, 2018).
Aliado a estratégias para adentrar no mercado oriental e muçulmano de forma geral, o
Brasil deve ter como principal o incentivo a produção do mel orgânico. Este é um nicho de
mercado que o país deve focar suas atenções e investir avidamente nos próximos anos, pois a
relevância deste tipo de produto se tornou evidente nos últimos anos, sendo que em 2018, por
exemplo, aproximadamente 91% de todo o mel orgânico importado pelos Estados Unidos foi
procedente do Brasil (USDA, 2020).
Também há adversidades em relação à implementação deste tipo de produção, como a
dificuldade em encontrar apiários que atendam às condições determinadas, o gerenciamento
restrito de doenças sem o uso de antibióticos, a limitação no manejo da alimentação, o custo
inicial e o tempo de transição para transformar uma produção de mel convencional em uma

Revista Gestão e Secretariado (GeSec), São Paulo, SP, v. 14, n. 6, 2023, p. 9395-9419.
O potencial do mercado internacional de mel a partir da legislação e normas para exportação 9414

de mel orgânico, os custos extras com certificação, auditoria, amostragem, entre outros, bem
como o aumento da manutenção de registros periodicamente (SEBRAE, 2017).

Considerações Finais

O Brasil possui recursos naturais únicos para produção de mel devido a sua vasta
vegetação, grande área territorial, clima tropical, possibilidade de colheita do produto o ano
todo em alguma região do país, além da resistência às pragas e doenças por parte das abelhas
africanizadas presentes no país, possuindo assim um enorme potencial para conquistar as
primeiras posições em relação à quantidade e qualidade de mel produzido no mundo.
A produção de mel ainda está bem abaixo da capacidade melífera do país, mas nas
duas últimas décadas o crescimento desta produção foi destaque no setor agroindustrial,
aumentando mais de 100% neste período. Consequentemente, as exportações dessa
commodity também aumentou, pois mesmo sendo um produto com disponibilidade de geração
abundante no país, culturalmente o consumo nacional de mel é muito baixo, reforçando a
percepção de que o mercado internacional era a melhor opção para o desenvolvimento deste
setor.
A descrição da produção desde a década de 70 permitiu o dimensionamento dos dados
no contexto histórico, verificando-se realmente um grande crescimento neste setor, apesar de
algumas oscilações na curva ascendente. Já a análise das exportações foi direcionada ao século
XXI, pois foi a partir dos anos 2000 que o mel brasileiro realmente chegou ao exterior com
relevância. Quase que espelhada na curva de produção, as exportações brasileiras também
oscilaram ao longo dos anos, tendo seu auge em valores arrecadados em 2017 com mais de
US$ 121 milhões e em volume exportado em 2020, com mais de 45 mil toneladas
comercializadas. Ao longo dos anos, alguns fatores influenciaram o desenvolvimento do mel
brasileiro, causando estas oscilações em sua expansão comercial, e dentre estes fatores pode-
se dar destaque à entrada do Brasil no cenário internacional, devido a uma oportunidade de
mercado, ao embargo comercial ao produto brasileiro por parte da União Europeia e à seca de
2012 na região Nordeste.
Para um entendimento geral deste mercado, a descrição das legislações acerca do tema
também se mostrou muito importante, pois as mudanças e atualizações ao longo dos anos
impõem aos apicultores a adequação do processamento e do produto a todos os regulamentos.
Além disso, após o fim do embargo europeu, em 2008, houve a criação de uma série de normas
técnicas para a apicultura, visando atender aos padrões de qualidade exigidos na maioria dos

Revista Gestão e Secretariado (GeSec), São Paulo, SP, v. 14, n. 6, 2023, p. 9395-9419.
O potencial do mercado internacional de mel a partir da legislação e normas para exportação 9415

países importadores, e que se não cumpridos, acabam se tornando uma barreira comercial para
comercialização do mel.
Os principais compradores de mel natural do Brasil mostraram-se exigentes quanto aos
padrões de qualidade impostos, mas de forma positiva para os produtores nacionais, estas
determinações mostraram-se uniformes em sua maioria. Assim, apesar de algumas regras
específicas para exportação em certos países, grande parte dos importadores seguem
parâmetros técnicos semelhantes de análise, indicando uma diretriz para o cumprimento destes
pelos fornecedores brasileiros.
Dentre os maiores compradores do mel brasileiro, as principais exigências ou barreiras
técnicas e sanitárias estão relacionadas aos padrões físico-químicos, rotulagem e presença de
contaminantes como antibióticos e agrotóxicos. Em relação aos parâmetros físico-químicos,
as principais legislações que atuam sobre o produto brasileiro são a Instrução Normativa nº.
11 (BRASIL, 2000), o Regulamento Técnico Res. nº 89 (MERCOSUL, 1999), a Diretiva
110/CE (UNIÃO EUROPEIA, 2001) e o Revised Codex standard for honey (CAC, 2001).
Além do investimento em pesquisas sobre o tema, em organização da cadeia de
produção e capacitação técnica dos produtores, o caminho do mel brasileiro para crescimento
e colocação em novos mercados passa por sua diferenciação, ou seja, desenvolvimento de
valor agregado. Isto está diretamente relacionado ao foco na produção de mel com certificação
Halal e certificação orgânica, pois o mercado muçulmano consome boas quantidades deste
produto e aceita novos fornecedores com garantia do selo Halal, enquanto a busca cada vez
mais ávida por alimentos saudáveis e não adulterados, aponta que a produção de mel orgânico
pode ser o principal meio de arrecadação para as exportações brasileiras.
Entre os maiores interessados no mel orgânico estão Estados Unidos, Alemanha, Reino
Unido e Bélgica, para quem o Brasil já vende em grandes quantidades, além de Japão e França,
que figuram como potenciais compradores deste produto. Além disso, Polônia, Espanha, Itália
e Arábia Saudita são grandes importadores de mel, porém não compram quantidades
relevantes diretamente do Brasil, o que indica que o Brasil pode competir nestes mercados
devido à alta demanda existente.

Referências

AGUIAR, A. C. de S. Panorama e perspectivas da cadeia produtiva do mel no brasil.


2018. 54 p. Trabalho de conclusão de curso (Bacharelado em Engenharia de
Alimentos) - Universidade Federal de Uberlândia, Pato de Minas, 2018.

Revista Gestão e Secretariado (GeSec), São Paulo, SP, v. 14, n. 6, 2023, p. 9395-9419.
O potencial do mercado internacional de mel a partir da legislação e normas para exportação 9416

ALCOFORADO FILHO, F.G. Sustentabilidade do Semiárido através da Apicultura. In:


CONGRESSO BRASILEIRO DE APICULTURA, 1998, Salvador. Anais[...]
Salvador, 1998, p. 61.

ALVES, E. M. Identificação da flora e caracterização do mel orgânico de abelhas


africanizadas das ilhas floresta e laranjeira, do alto do Rio Paraná. 2008. 77 p.
Tese (Doutorado em Zootecnia) – Centro de Ciências Agrárias, Universidade Estadual
de Maringá, Maringá, 2008.

ASSAD, A. L. D. et al. Plano de fortalecimento da cadeia produtiva da apicultura e da


meliponicultura do estado de São Paulo. São Paulo: Agricultura – Gov. 2018. 60p.
Disponível em:
https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/199996/1/13377-plano-de-
fortalecimento-da-cadeia-da-apicultura-e-meliponicultura-10-dez-2018.pdf. Acesso
em: 19 fev. 2021.

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas; SEBRAE - Serviço Brasileiro de Apoio


às Micro e Pequenas Empresas. Guia de uso e aplicação de normas da cadeia
apícola. Rio de Janeiro, 2012.

BEHENCK, F. M. Construção de Cenários para a Exportação de Mel Apícola do Brasil:


Uma Abordagem Qualitativa. 2019. 43 p. Trabalho de conclusão de curso
(Bacharelado em Zootecnia) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto
Alegre, 2019.

BORGES, J. A. R.; LEONARDI A. Mel natural: Brasil no mercado mundial. Agroanalysis,


a revista de agronegócio da FGV, São Paulo, v. 30, n. 05, p. 13-15, maio 2010.

BRASIL. Instrução normativa nº 11, de 20 de outubro de 2000. Regulamento Técnico de


Identidade e Qualidade do Mel. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 2000.

BRASIL. Decreto nº 9013, de 29 de março de 2017. Dispõe sobre o regulamento da inspeção


industrial e sanitária de produtos de origem animal. Diário Oficial da União, Brasília,
DF, 2017.

BUAINAIN, A. M.; BATALHA, M. O. (Coord.). Cadeia produtiva de flores e mel. Brasília:


IICA: Mapa/SPA, 2007. 140 p. (Série Agronegócios, v. 9).

CAC - Codex Alimentarius Commission. Revised Codex standard for honey. Codex stan
12-1981. 2. ed. Rome, 2001, 7 p.

CAMARGO, R. C. R. Normalização na cadeia produtiva apícola nacional. In:


ASSOCIAÇÃO PAULISTA DE APICULTORES CRIADORES DE ABELHAS
MELÍFICAS EUROPEIAS. Revista Mensagem Doce, São Paulo, n. 96, maio 2008.

EVANGELISTA-RODRIGUES; A. SILVA, E. M. S.; BESERRA, E. M. F. Análise físico-


química dos méis das abelhas Apis mellifera e Melipona scutellaris produzidos em
regiões distintas no Estado da Paraíba. Ciência Rural, Santa Maria, v. 35, n. 5, p.
1166-1171, Out. 2005.

FAO - Food and Agriculture Organization. Data - Production. Disponível em:


faostat.fao.org. 2022. Acesso em: 26 abr. 2023.

Revista Gestão e Secretariado (GeSec), São Paulo, SP, v. 14, n. 6, 2023, p. 9395-9419.
O potencial do mercado internacional de mel a partir da legislação e normas para exportação 9417

FELICIO, G. B. A influência das barreiras comerciais as exportações de mel de uma


empresa da região sul catarinense. 2014. 46 p. Monografia (Bacharelado em
Administração), Universidade do Extremo Sul Catarinense, Criciúma, 2014.

HATADA, T. L. Análise da competitividade do setor de mel: uma aplicação de caso da


nutrisempre – Itajaí/SC. 2009. 72 p. Monografia (Bacharelado em Economia) –
Centro Socioeconômico, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2009.

ILG, R. Avaliação de métodos de controle de qualidade e adulteração de mel, utilizando


adulterações simuladas. 1988. 100 p. Dissertação (Mestrado em Agronomia),
Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, 1988.

MDIC – Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços. Exportação e Importação


Geral. Comexstat. 2022. Disponível em: http://comexstat.mdic.gov.br/pt/geral.
Acesso em: 26 abr. 2023.

MERCOSUL – Mercado Comum do Sul. Resolução nº. 89 de 18 de novembro de 1999.


Aprova o Regulamento Técnico MERCOSUL de Identidade e Qualidade do Mel.
GMC, Montevidéu, 1999. Disponível em:
http://www.inmetro.gov.br/barreirastecnicas/pdf/GMC
_RES_1999-089.pdf. Acesso em: 05 mar. 2019.

MONITOR MERCANTIL. Pandemia eleva venda de mel do Brasil. Agência de Notícias


Brasil-Árabe. São Paulo, 22 mar. 2021. Disponível em:
https://monitormercantil.com.br/pandemia-eleva-venda-de-mel-do-brasil/. Acesso
em: 12 abr. 2021.

NICHELE, F. Cadeia produtiva: da produção ao mercado consumidor, mel é um


excelente negócio. [S.I.], 2018. Disponível em: https://sebraers.com.br/apicultura/da-
producao-ao-mercado-consumidor-mel-e-um-excelente-negocio/. Acesso em: 29 jul.
2020.

NERY, T. B. S.; BRITO, M. V. P.; PEREIRA, M. I. S. Análise da competitividade das


exportações brasileiras de mel natural, segundo o modelo constant market share e o
índice de vantagem comparativa revelada. Revista de Política Agrícola, Brasília, v.
28, n. 3, p. 19-32, jul./ago./set. 2019.

NUNES, S. P.; HEINDRICKSON, M. A cadeia produtiva do mel no Brasil: análise a partir


do sudoeste Paranaense. Brazilian Journal of Development, Curitiba, v. 5, n. 9, p.
16950-16967, set. 2019.

PARLAMENTO EUROPEU. Factos e números sobre o mercado do mel na Europa –


Infografia. [S.I.], 2019. Disponível em: https://www.europarl.europa.eu/news/pt
/headlines/economy/20180222STO98435/factos-e-numeros-sobre-o-mercado-do-
mel-na-europa-infografia. Acesso em: 11 nov. 2020.

PASIN, L. E. V.; TERESO, M. J. A.; BARRETO, L. M. R. C. Análise da produção e


comercialização de mel natural no Brasil no período de 1999 a 2010.
Agroalimentaria, [S.I.], vol. 18, n. 34, p. 29-42, jan./jun. 2012.

Revista Gestão e Secretariado (GeSec), São Paulo, SP, v. 14, n. 6, 2023, p. 9395-9419.
O potencial do mercado internacional de mel a partir da legislação e normas para exportação 9418

PEREZ, L. H.; RESENDE, J. V. de.; FREITAS, B. B. de. Mel: câmbio e embargo europeu
podem prejudicar exportações em 2006. Análises e Indicadores do Agronegócio. São
Paulo, v. 01, n. 04, abril de 2006. Disponível em:
http://www.iea.sp.gov.br/out/verTexto.php?codTexto=5209. Acesso em: 10 fev. 2020.

PORTAL APÍCOLA. El aumento de los insumos dejó la rentabilidad al limite. [S.I.], 2018.
Disponível em: https://api-portal.com.ar/el-aumento-de-los-insumos-dejo-la-
rentabilidad-al-limite/. Acesso em: 29 jul. 2020.

OSACHLO, L. Aplicação do sistema de análise de perigos e pontos críticos de controle


no processamento industrial de mel de abelhas (Apis mellifera). 2004. 67 f.
Monografia (Especialização em Qualidade em Alimentos) – Centro de Excelência em
Turismo, Universidade de Brasília, Brasília, 2004.

REVISTA RURAL. Mel, o lado doce de ser orgânico. São Paulo, v. 128, out. 2008. Disponível
em: https://www.revistarural.com.br/Edicoes/2008/Artigos/rev128_mel.htm. Acesso
em 12 abr. 2021.

ROENNE, V. Von. O Mercado do Mel Natural na Alemanha. Embaixada do Brasil na


Alemanha. Setor de Promoção Comercial - PESQUISA DE MERCADO. Berlim,
2018.

SEBRAE - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. Desafios da apicultura


brasileira. Revista SEBRAE Agronegócios, Brasília, n. 3, p. 1-64, maio 2006.

SEBRAE - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. Manual de


segurança e qualidade para apicultura. Brasília: PAS mel, 2009. 86 p.

SEBRAE - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. Apicultura – Boletim


de tendências. [S.I.], 2017. Disponível em: https://atendimento.sebrae-sc.com.br/
inteligencia/boletim-de-tendencia/o-mercado-de-mel-organico-e-suas-oportunidades.
Acesso em 12 abr. 2017.

SIDRA – Sistema IBGE de Recuperação Automática. Produção de origem animal, por tipo
de produto. Pesquisa da pecuária municipal: IBGE, 2023.

SIILHALAL. Certificação. Islamic Inspection Service. C2018. Disponível em:


https://siilhalal.com.br/br/certificacao. Acesso em: 12 abr. 2021.

SOMMER, P. G. Panorama da apicultura mundial. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE


APICULTURA, nº 14, 2002, Campo Grande. Anais [...]. Campo Grande: CBA:
UFMS: FAAMS, 2002. p. 209-213.

SOUZA, D. C. Adequando a Apicultura Brasileira para o Mercado Internacional. In:


XVI CONGRESSO BRASILEIRO DE APICULTURA, 2006, Aracaju. Anais [...].
Aracaju, 2006.

UNIÃO EUROPEIA. Comissão do Conselho Europeu. Diretiva CE nº 110, de 20 de


dezembro de 2001. Define as normas comuns para o mel adaptando-as a legislação
geral aplicada a produtos alimentícios. Bruxelas: EU, 2001. Disponível em:
http://eurlex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.do?uri=OJ:L:2002:010:0047:0052:E
N:PDF. Acesso em: 08 abr. 2021.

Revista Gestão e Secretariado (GeSec), São Paulo, SP, v. 14, n. 6, 2023, p. 9395-9419.
O potencial do mercado internacional de mel a partir da legislação e normas para exportação 9419

USDA - United States Department of Agriculture. Honey. C2020. Disponível em:


https://www.nass.usda.gov/Publications/Todays_Reports/reports/hony0519.pdf.
Acesso em: 10 nov. 2020.

USITC – UNITED STATES INTERNATIONAL TRADE COMMISSION. Raw Honey


from Argentina, Brazil, India, and Vietnam. Investigation Nos. 731-TA-1560-1562
and 1564 (Final). Washington, DC, maio. 2022. Disponível em:
https://www.usitc.gov/publications/701_731/pub5327.pdf. Acesso em: 26 abr. 2023.

VIDAL, M. de F. Evolução da produção de mel na área de atuação do BNB. Caderno setorial


ETENE. Banco do Nordeste. [S.I.], v. 5, n. 112, abr. 2020. 10 p.

ZANDONADI, D. A.; SILVA, O. M. Competitividade das exportações brasileiras de mel.


Revista Econômica do Nordeste, Fortaleza, v. 37, n. 1, p. 37-53, jan./mar. 2006.

Submetido em: 02.05.2023


Aceito em: 06.06.2023

Revista Gestão e Secretariado (GeSec), São Paulo, SP, v. 14, n. 6, 2023, p. 9395-9419.

Você também pode gostar