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UNIVERSIDADE PAULISTA

Agenor Micaeli dos Santos – RA 2225214


Camila Lorraine Araújo Silva – RA 2227930

PROJETO INTEGRADO MULTIDISCIPLINAR – VIII


PIM VIII

São Paulo
2023
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Agenor Micaeli dos Santos – RA 2225214


Camila Lorraine Araújo Silva – RA 2227930

PROJETO INTEGRADO MULTIDISCIPLINAR – VIII


PIM VIII

Projeto Integrado Multidisciplinar VIII


apresentado ao curso de Tecnologia em
Gestão Ambiental da Universidade
Paulista, como requisito para aprovação
bimestral nas disciplinas de Avaliação de
Impactos Ambientais e Gerenciamento de
Riscos; Planejamento Estratégico;
Economia Ambiental e Financiamento de
Projetos; Recuperação de Áreas
Degradadas.

Orientador: Prof.ª Elizandra Pompilio

São Paulo
2023
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RESUMO
O Projeto Integrado Multidisciplinar VIII (PIM VIII), tem como objetivo, de modo prático,
desenvolver os conhecimentos teóricos adquiridos durante o bimestre do curso
Superior de Técnico em Gestão Ambiental, através de uma análise de caso,
aplicando-se as conclusões e percepções adquiridas por meio das metodologias das
disciplinas de Avaliação de Impactos Ambientais e Gerenciamento de Riscos;
Planejamento Estratégico; Economia Ambiental e Financiamento de Projetos;
Recuperação de Áreas Degradadas. O trabalho está basicamente dividido em quatro
temas, onde foram abordados diversos assuntos ligados a um análise crítica do
EIA/RIMA que foi apresentado pela empresa para licenciamento ambiental da
ampliação do parque industrial da Unidade Industrial de Cruz Alta, como conceito e
causas de impactos ambientais, grau de poluição da empresa, riscos ambientais,
planejamento estratégico, formulação de estratégias com análise SWOT, relação
entre economia e meio ambiente, análise de áreas degradadas e potenciais impactos
e suas medidas mitigadoras.

Palavras-chave: Avaliação de Impactos Ambientais e Gerenciamento de Riscos;


Planejamento Estratégico; Economia Ambiental e Financiamento de Projetos;
Recuperação de Áreas Degradadas
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ABSTRACT
The aim of the Integrated Multidisciplinary Project VIII (PIM VIII) is, in a practical way,
to develop the theoretical knowledge acquired during the bimester of the Higher
Technical Course in Environmental Management, through a case analysis, applying
the conclusions and perceptions acquired through the methodologies of the disciplines
of Environmental Impact Assessment and Risk Management; Strategic Planning;
Environmental Economics and Project Financing; Recovery of Degraded Areas. The
work is basically divided into four themes, where various subjects were covered in
relation to a critical analysis of the EIA/RIMA that was presented by the company for
environmental licensing of the expansion of the industrial park of the Cruz Alta
Industrial Unit, such as the concept and causes of environmental impacts, the
company's degree of pollution, environmental risks, strategic planning, strategy
formulation with SWOT analysis, the relationship between the economy and the
environment, analysis of degraded areas and potential impacts and their mitigating
measures.

Keywords: Environmental Impact Assessment and Risk Management; Strategic


Planning; Environmental Economics and Project Financing; Recovery of Degraded
Areas
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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1: Concentração máxima de PI e NOx – Situação Atual ............................... 10

Figura 2: Concentração máxima de PI e NOx – Situação Futura ............................. 10

Figura 3: Análise de SWOT ...................................................................................... 14


6

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................... 7
2 AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS E GERENCIAMENTO DE
RISCOS ...................................................................................................... 8
2.2.1 Grau de poluição que a empresa apresenta............................................... 9
2.2.2 Riscos ambientais, impactos ambientais associados as atividades,
legislação pertinente, medidas mitigadoras dos impactos e programa de
gerenciamento de risco juntamente com suas etapas .............................. 10
3 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO ......................................................... 14
4 ECONOMIA AMBIENTAL E FINANCIAMENTO DE PROJETOS ........... 16
4.1 Relação entre economia e meio ambiente e suas implicações na
gestão ambiental .................................................................................... 16
4.2 Importância da economia sustentável e do desenvolvimento
sustentável e os objetivos da sua política ambiental.......................... 16
4.3 Recursos naturais valorados e os danos causados ao ambiente
segundo o EIA/RIMA da empresa Guarani. .......................................... 17
5 RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS ....................................... 19
5.1 Contextualização de áreas degradadas................................................ 19
5.2 Caracterização ambiental da região...................................................... 19
5.3 Potenciais impactos e medidas mitigadoras ....................................... 20
5.3.1 Pressão sobre as áreas de preservação e ações mitigatórias ................. 20
5.3.2 Poluição das águas e do solo por aplicação de defensivos e fertilizantes
e ações mitigatórias .................................................................................. 21
5.3.3 Aplicação de vinhaça e águas residuárias e medidas mitigatórias ........... 21
6 CONCLUSÃO........................................................................................... 22
REFERÊNCIAS..................................................................................................... 23
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1 INTRODUÇÃO

O presente trabalho apresentado na disciplina Projeto Integrado Multidisciplinar


VIII (PIM VIII), tem como principal objetivo desenvolver os conhecimentos teóricos
alcançados no decorrer do bimestre do curso Superior Técnico de Gestão Ambiental,
por meio da avaliação de um EIA/RIMA de uma empresa de grande porte, aplicando
os conhecimentos teóricos adquiridos nas disciplinas de Avaliação de Impactos
Ambientais e Gerenciamento de Riscos; Planejamento Estratégico; Economia
Ambiental e Financiamento de Projetos; Recuperação de Áreas Degradadas.

Nesse contexto, a empresa que passaremos a discorrer é a Açúcar Guarani


S/A, que apresentou seu EIA/RIMA para licenciamento da ampliação de suas
atividades nas áreas agroindustriais de fabricação de açúcar cristal, de energia
elétrica e na expansão das atividades agrícolas para ampliação do plantio de cana-
de-açúcar, na Unidade Industrial Cruz Alta que está localizada no município de
Olímpia – SP.

A Unidade Industrial Cruz alta é licenciada para moer 4 milhões toneladas de


cana-de-açúcar por safra, tem como produção: 98.000 m³/safra de álcool etílico; 8,35
milhões de sacas/safra (sacas de 50 kg) de açúcar e potência instalada de energia
elétrica de 61 MW/safra para consumo próprio e para a venda.

A ampliação almejada deverá ser implantada num prazo de 2 anos, ou seja, na


safra 2010/2011, com o processamento de 5,2 milhões de toneladas de cana-de-
açúcar/safra, mantendo a produção de álcool etílico em 98.000 m³/safra, aumentando
para 10,85 milhões de sacas de 50 kg de açúcar cristal e aumentando a potência
instalada de energia elétrica para 65 MW/safra para consumo próprio e para a venda.

De acordo com as disciplinas do bimestre, este trabalho está dividido


basicamente em quatro temas: Avaliação de Impactos Ambientais e Gerenciamento
de Riscos; Planejamento Estratégico; Economia Ambiental e Financiamento de
Projetos; Recuperação de Áreas Degradadas, onde foram abordados diversos temas
referentes as disciplinas.
8

2 AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS E GERENCIAMENTO DE RISCOS

2.1 Conceitos, causas e consequências do impacto ambiental

No decorrer de 1970, se consolida o termo de impacto ambiental, este que


popularmente é relacionado aos danos na natureza e que pode ocorrer de causa
natural ou não pela ação do homem de forma positiva ou negativa.

Ocorrendo através do desfalque de alguns elementos no ambiente ou através


de implantação de indústrias bem como de outros meios que traz sobrecarga ou
transformações ao ambiente, ou seja, os processos naturais são modificados e podem
intervir de forma direta ou indireta na qualidade ambiental, na saúde e bem-estar, bem
como no meio socioeconômico entre outros.

Há várias definições do termo, quase todas em consonância embora cada autor


tenha sua forma de expressão. Vejamos a definição segundo Wathern:

A mudança em um parâmetro ambiental, num determinado período e


numa determinada área, que resulta de uma dada atividade,
comparada com a situação que ocorreria se essa atividade não tivesse
sido iniciada. (WATHERN, 1988a apud SÁNCHEZ, 2020).

Sánchez (2020), diz que o impacto ambiental é qualquer alteração positiva ou


negativa da qualidade ambiental que resulta da modificação de processos naturais ou
sociais provocada por ação humana.

A Associação Brasileira de Normas técnicas (ABNT), define Impacto Ambiental


na NBR ISO 14001:2015 como: “modificação no meio ambiente (3.2.1), tanto adversa
como benéfica, total ou parcialmente resultante dos aspectos ambientais (3.2.2) de
uma organização (3.1.4)”. (ABNT, 2015).

No Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), em sua resolução n°001,


de 23 de janeiro de 1986 em seu Artigo 1° define:

Artigo 1º - Para efeito desta Resolução, considera-se impacto


ambiental qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e
biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria
ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou
indiretamente, afetam:
I- a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
II- as atividades sociais e econômicas;
III- a biota;
IV- as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente;
V- a qualidade dos recursos ambientais. (BRASIL, 1986).
9

Contudo essa definição do CONAMA não é muito utilizada pois o impacto


ambiental tem um sentido mais amplo.

A interferência do homem na natureza sempre causou inúmeras modificações


e conforme se altera o meio, surge os impactos que, conforme citados acima podem
ser positivos ou não e dentre as causas desses impactos, podemos observar no
decorrer do tempo o desenvolvimento econômico, este que modifica o meio através
da expansão urbana, indústrias, agropecuária, mineração, excesso de resíduos,
contaminantes, redução do habitat, introdução de espécies exótica, retirada de
elementos do ambiente, entre outras causas, sendo muito extensivos pois são
inúmeros fatores que causam alteração física no meio ambiente.

Entre as consequências negativas desses impactos estão a poluição e


contaminação tanto do ar como dos recursos hídricos, alterações climáticas, extinções
de espécies da biota, degradações no solo com o empobrecimento e erosões, danos
à saúde e ao bem-estar da população, entre outros.

2.2 Impactos ambientais associados as atividades da empresa Açúcar Guarani


S/A - Unidade Industrial Cruz Alta SP apontados no EIA/RIMA

2.2.1 Grau de poluição que a empresa apresenta

A empresa apresentou poluição sonora através dos maquinários, veículos,


betoneiras, e demais equipamentos que provocam ruídos sonoros para a instalação
do projeto e outros meios, contudo dentro dos decibéis permitidos pela legislação e
alguns, ocorrendo a curto prazo. A queima Incompleta dos bagaços gera material
particulado composto, que é outro poluente que causa possíveis impactos na região.

A questão poluidora dos recursos hídricos é a mais difícil de ser prevista, mas
obteve estabelecido em três níveis que são: reduzido, moderado e elevado, mas
dentro do que pede a legislação e estão relacionados com a preparação do terreno,
irrigação, vinhaça de cana de açúcar, fertilizantes e defensivos agrícolas, todavia,
falando da questão hídrica, a única bacia que sofre impacto direto é a bacia do córrego
Baguaçu e obteve através das análises o resultado entre ótima a boa.

Em relação a dispersão de gases poluentes, vejamos abaixo a

Figura 1 e a
10

Figura 2.

Figura 1: Concentração máxima de PI e NOx – Situação Atual

Fonte: Estudo de Impacto Ambiental (NAKAHODO et al., 2009)

Figura 2: Concentração máxima de PI e NOx – Situação Futura

Fonte: Estudo de Impacto Ambiental (NAKAHODO et al., 2009)

2.2.2 Riscos ambientais, impactos ambientais associados as atividades, legislação


pertinente, medidas mitigadoras dos impactos e programa de gerenciamento
de risco juntamente com suas etapas

Entre os riscos e os impactos ambientais da usina podemos destacar a


fertirrigação com vinhaça, processos de geração de energia, as queimadas utilizadas
na limpeza da cana, os tratamentos tanto do açúcar como do álcool, redução de
habitat das espécies, poluição das águas, atropelamentos das espécies, uso de
defensivos, emissão de efluentes líquidos, contaminação do solo e gazes poluentes.
11

Dentre os impactos ambientais positivos tem se o desenvolvimento local e


nacional, aumento na produção de álcool e açúcar e consequentemente diminuição
nos preços, a arrecadação de impostos, a geração de empregos e lucros.

Os impactos negativos consta a imigração de pessoas, aumento do tráfego de


caminhões, degradação do solo, aumento da violência com o alto grau de migração,
problemas de saúde inclusive respiratórios, queimadas, poluição, desmatamento,
degradação do solo, aumento de gastos no município, desequilíbrio na cadeia
alimentar, monocultura, emissões de gases poluentes e degradação do meio
ambiente.

As medidas mitigadoras dos impactos negativos, entre as ações destacadas no


EIA/RIMA, estão: os investimentos sociais, o uso correto da rotação de cultura,
reflorestamento, requalificação na mão de obra, manutenção das estradas, não
exceder o peso dos veículos, condições de segurança dos veículos, submissão a
legislação, evitar queimadas, criação de áreas de preservação permanentes,
educação, contratação de profissionais capacitados para correção de impactos
negativos bem como investimentos em projetos escolares referentes a preservação
do meio ambiente, reutilização de agua, maior fiscalização no local de plantio,
oportunidades para trabalhadores da região, evitar morte de animais silvestres,
implantação de um programa de prospecção arqueológica intensiva nos termos da
portaria IPHAN 230/2002.(IPHAN, 2002).

Em relação aos fertilizantes e defensivos, as medidas mitigatórias são: a


seleção de produtos fitossanitários, manuseio e disposição das embalagens, controle
biológico da broca da cana, da cigarrinha, mapeamento de pragas e ervas daninhas,
controle cultural de pragas de solo, planejamento da fertilização.

Em relação aos resíduos industriais e águas:

As áreas utilizadas para a aplicação de vinhaça no solo atendem às


seguintes condições: ¾ Não estão contidas no domínio das Áreas de
Preservação Permanente – APP ou de Reserva Legal; ¾ Não estão
contidas no domínio de área de proteção de poços; ¾ Não estão
contidas na área de domínio das ferrovias e rodovias federais ou
estaduais; ¾ Estão afastadas, no mínimo, mil metros dos núcleos
populacionais compreendidos na área do perímetro urbano; ¾ Estão
afastadas, no mínimo, seis metros das Áreas de Proteção Permanente
– APP, e com proteção por terraços de segurança; ¾ A profundidade
do nível d’água do aquífero livre no momento de aplicação de vinhaça
deve ser de no mínimo 1,50 m; ¾ para casos de declividade superior
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a 15%, são adotadas medidas de segurança adequadas à prevenção


de erosão.
A taxa de aplicação de resíduos líquidos é sempre inferior à
capacidade de infiltração do solo, para se evitar escoamento
superficial; Todas as áreas utilizadas encontram-se com sistemas de
terraceamento em nível, com alturas nunca inferiores a 90 cm; Na
transposição de corpos d’água por adutoras, estas são envelopadas
por tubulação de proteção de maior diâmetro, evitando-se que
eventual rompimento da adutora interna provoque o lançamento de
resíduos; Os bombeamentos são dotados de sistemas de proteção
contra transientes hidráulicos, constituídos por reservatórios
hidropneumáticos.(NAKAHODO et al., 2009).

Portanto as medidas mitigatórias são de caráter preventivo, corretivas,


compensatórias e de monitoramento tanto do meio físico, como do biológico e das
ações antrópicas, estão sendo observadas desde a fase preliminar, passando pelo
plantio, tratos, colheita, transportes até o processo industrial.

Dentre a legislação pertinente, cumpre às normas estipuladas e há


conformidade com a legislação. A seguir as legislações vigentes:

 Resolução CONAMA n°. 001/86 de 23/01/1986, que institui a


obrigatoriedade de apresentação do ElA/RIMA para licenciamento
de atividades modificadoras do meio ambiente;
 Resolução CONAMA n°. 237 de 19/12/1997, sobre manifestação
do Órgão Ambiental Municipal, (artigo 50) e Certidão da Prefeitura
Municipal relativa ao uso do solo (artigo 100);
 Resolução conjunta SMA- SERHS-1 de 23/02/2005, que regula o
procedimento para o licenciamento ambiental integrado às
outorgas de Recursos Hídricos.
 Portaria IPHAN (Instituto de Patrimônio Histórico – Cultural) n° 230
de 17/12/2002 e Resolução SMA 34/2003, que estabelece a
necessidade de caracterização do patrimônio arqueológico e
monumentos de valor histórico-cultural da região.
 Norma Técnica P 4.231 – Vinhaça - Critérios e Procedimentos para
Aplicação no solo agrícola, jan/2005.
 Lei Federal n°. 9.985 de 18/06/2000, que estabelece critérios para
criação, implantação e gestão de unidades de conservação (artigo
36) que deverão orientar a questão da compensação ambiental.
 Resolução Conjunta SMA-SAA - 4, de 18-9-2008, que dispõe sobre
o Zoneamento Agroambiental para o setor sucroalcooleiro no
Estado de São Paulo.
 Resolução SMA - 88, de 19-12-2008, que define as diretrizes
técnicas para o licenciamento de empreendimentos do setor
sucroalcooleiro no Estado de São Paulo.
 Procurou-se também cumprir as orientações do respectivo Termo
de Referência da SMA/CETESB - Parecer Técnico 93325/09/TA,
do processo SMA 12/2009 emitido em 03/12/2009 aplicação no
Solo Agrícola, jan./2005. (NAKAHODO et al., 2009).
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Como observado, através das ações mitigadoras nota se as ações para as


resoluções dos problemas, estando dentro das normas estabelecidas desde a
ampliação da empresa bem como de sua operação, apresentando grau de poluição
moderado quando comparado aos impactos desse seguimento industrial.
14

3 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

Planejar estratégias fazem com que as empresas se mantenham no mercado


de trabalho economicamente viáveis, exigindo assim, mais e mais, a melhoria
contínua no ambiente de trabalho e no desenvolvimento de seus processos, onde um
bom planejamento estratégico deve analisar tanto o ambiente interno como o
ambiente externo da empresa.

Desta forma, Planejamento Estratégico é ter consciência que almejamos que a


empresa se torne uma empresa que sabe antecipadamente qual tipo e qual
necessidade ela poderá ajudar a prover para uma pessoa e qual desejo esse produto
poderá estimular nessa pessoa. (MORAES, 2020).

Segundo Moraes (2020), fazendo uma análise de mercado com relação a sua
capacidade empresarial, se pode identificar as ameaças e as oportunidades que o
ambiente apresenta e, a melhor forma de examinarmos as oportunidades e ameaças,
é por meio da análise de SWOT, criada por Andrews (Figura 3).

Figura 3: Análise de SWOT

Fonte: Planejamento Estratégico (MORAES, 2020), adaptado pelo autor

A formulação de estratégias era considerado por Andrews como uma ação


criativa, desta forma ele desenvolveu um modelo de avaliação de situações, tanto
interna como externas, para identificação das oportunidades e ameaças e das forças
e fraquezas, conhecida como análise de SWOT (MORAES, 2020).

Neste contexto, a empresa Açúcar Guarani S/A se destaca pelo profundo


conhecimento do mercado de trabalho, da tecnologia empregada na sua produção e
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da visão estratégica de longo prazo, permitindo alcançar rapidamente posições


importantes de liderança no setor.

A empresa é a quarta maior produtora de álcool, de produtos à base de amido


e de açúcar do mundo, contando com 32 unidades modernas de grande capacidade
de produção, com a presença industrial em três continentes, o Grupo vem
desenvolvendo firmemente suas atividades nas localidades onde atua.

Com a expansão da empresa, uma das consequências de maior destaque é o


aumento dos resíduos resultantes do processo industrial, que são basicamente:
vinhaça, águas residuárias, bagaço, torta de filtro e material particulado das chaminés
das caldeiras.

Estes resíduos, a empresa deve estocar adequadamente e posteriormente


utilizá-los na própria lavoura de cana, seguindo as instruções técnicas que permitam
a utilização de cada tipo de resíduo.

A ampliação da Açúcar Guarani S/A – Unidade Industrial Cruz Alta, foi motivada
pelo cenário de oportunidades propiciado pela chegada do biocombustível e a grande
demanda por álcool, açúcar e energia elétrica, tanto para consumo interno como para
venda do seu excedente.

Paralelamente as oportunidades, o Grupo terá que injetar uma grande quantia


de recursos financeiros para aquisição de novos equipamentos e na criação de novos
postos de trabalho, ademais, a região onde se pretende implantar as ampliações, hoje
são exploradas por outras culturas anuais e por pastagens.

Conhecer e praticar as principais ferramentas do Planejamento Estratégico,


podem garantir para empresa maior competividade no mercado de trabalho e garantir
sua sobrevivência social e econômica. Isso faz com que o Grupo avalie o melhor
ambiente de trabalho, tanto interno como externo, levando em consideração seus
objetivos e a forma que os levam a conseguir atingi-los.
16

4 ECONOMIA AMBIENTAL E FINANCIAMENTO DE PROJETOS

4.1 Relação entre economia e meio ambiente e suas implicações na gestão


ambiental

Com o crescimento populacional e a necessidade de desenvolvimento, surge


também o anseio econômico desregrado sobre o meio ambiente visando o lucro,
ganhando mais vigor no século XX.

Equiparável a estes acontecimentos, surge se também o conhecimento


relacionado a importância ambiental, ao coletivo e consequentemente das suas ações
tanto ambiental bem como políticas e socioeconômicas.

E com o decorrer dos anos e atentando ao panorama mundial, visto que há


necessidade tanto da economia quanto dos recursos naturais, tem se buscado gerir
economia e meio ambiente de maneira equilibrada que traga benefícios econômicos
dentro do aceitável para manter e/ou buscar o equilíbrio ambiental, porém ainda há
necessidade de integração entre economia e a problemática ambiental para que de
fato o desenvolvimento se torne sustentável e não seja apenas algo muito almejado e
de constantes lutas sem obtenção de resultados contínuos.

Segundo Oliveira (2015), para que haja uma implantação dos sistemas de
gestão ambiental é necessário considerar alguns aspectos e demandas, vejamos a
seguir:

• O custo de implantação e de manutenção do sistema;


• Que ISO 14.000 precisa ser propagada;
• Que deve ser uma diretriz prioritária;
• Que precisa ser mais estudada para ser aplicada nas especificidades;
• Que o poder público precisa conhecer melhor os sistemas de Gestão Ambiental

4.2 Importância da economia sustentável e do desenvolvimento sustentável e


os objetivos da sua política ambiental.

A importância da economia sustentável vai além de preservar e procurar


medidas mitigatórias relacionadas ao desenvolvimento, tudo isso faz parte, porém ela
busca conscientizar de forma que se repense os processos econômicos visando
17

assim que os recursos naturais sejam explorados de forma adequada sem danos a
natureza e ao meio e que haja equilíbrio.

Dessa forma, se economicamente há um pensamento mais abrangente e


criterioso relacionado a sustentabilidade, melhora também o estilo de vida da
população bem como os impactos negativos que surgem no decorrer dos processos
industriais são minimizados gerando assim menos custos as empresas envolvidas
obtêm maiores lucros financeiros, uma vez que diminui tanto a degradação quanto a
desigualdade.

Por conseguinte, a economia sustentável gera assim o desenvolvimento


sustentável, que com a preservação se tem o equilíbrio e faz que haja crescimento
socioeconômico em todos os setores. Dessa forma, atende as necessidades do
mundo atual pensando no futuro pois se apoia tanto nos princípios ambientais quanto
social e econômico.

As nações unidas propuseram 17 objetivos para o desenvolvimento sustentável


a serem cumpridos pelos países com meta até 2030, que são:

A erradicação da pobreza, fome zero, saúde e bem-estar, educação


de qualidade, igualdade de gênero, água potável e saneamento,
energia limpa e acessível, trabalho descente e crescimento
econômico, indústria, inovação e infraestrutura, redução das
desigualdades, cidades e comunidades sustentáveis, consumo e
produção sustentáveis, ação climática, vida na água, vida terrestre,
paz, justiça e instituições eficazes e parcerias e meios de
implementação. (ONU, 2015).

Portanto, é um apelo universal que nos garantem não apenas proteção


do meio ambiente e uma vida digna, mas também inclusão e o tão almejado
desenvolvimento que buscamos.

4.3 Recursos naturais valorados e os danos causados ao ambiente segundo o


EIA/RIMA da empresa Guarani.

Na valoração ambiental temos um valor econômico dado aos recursos


naturais que leva em consideração o quanto esses recursos são utilizados, sua
disponibilidade e sua influência perante a população.

Para valorar um recurso natural, faz se necessário observar os


benefícios desses serviços como água, clima, matéria prima entre outros. Também é
necessário observar a logística com suas funções ambientais. É um processo um
18

pouco complexo e que necessita de métodos para que seja distinguido seu impacto
positivo de maneira coletiva e o uso direto do recurso, funções ambientais, e outros
meios que envolve esse conceito e que deve ser pensado no todo.

Através do estudo de impacto ambiental da Guarani, vemos essa


valorização tanto dos recursos como dos impactos em compensação ambiental onde,
o valor dessa compensação é calculado através do grau de impacto juntamente com
o valor de referência. Foi valorado os danos ambientais pela magnitude do impacto
ambiental relacionado ao comprometimento dos recursos ambientais, pela área de
trânsito ou reprodução das espécies consideradas endêmicas ou ameaçadas de
extinção, pelos impactos que ultrapassem a área de uma bacia de primeira ordem e
impactos que afetem áreas de importância biológica alta.

Ficou sugerido que o valor da compensação ambiental seja


destinada a estação experimental de são José do Rio Preto, pelo fato da mesma estar
inserida dentro dos limites da ADA e por apresentar algumas carências. (NAKAHODO
et al., 2009).
19

5 RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS

5.1 Contextualização de áreas degradadas

Para Engel e Parrotta (2003), a reparação dos estragos provocados pelo ser
humano aos ecossistemas não é recente e isso é muito preocupante. No Brasil, desde
o século XIX, plantações florestais tem sido estabelecidas com diversos objetivos.
Contudo, a partir da década de 1980, com o implemento da ecologia da restauração
como ciências, o termo restauração ecológica passou a ser mais abertamente
definido.

Segundo ICMBio (2013), existe diversas definições para área degradada,


sendo que na elaboração do roteiro do Plano de Recuperação de Área Degradada
(PRAD) da Serra da Bocaina, foi definida como área degradada a área que

[...] por intervenção humana, apresenta alterações de suas


propriedades físicas, químicas ou biológicas, alterações estas que
tendem a comprometer, temporária ou definitivamente, a composição,
estrutura e funcionamento do ecossistema natural do qual faz parte.”

Para Carvalho Jr e Cury (2011), área degradada é definida como: “ÁREA


DEGRADADA: área que sofreu impacto de forma a impedir ou diminuir drasticamente
sua capacidade de retornar ao seu estado original, por meio de seus meios naturais.”

O PRAD é um documento que serve para orientar o acompanhamento e a


execução, em uma determinada área, da recuperação ambiental e deve contemplar
os seguintes quesitos:

a) Caracterização da área degradada e entorno, bem como do(s)


agente(s) causador(es) da degradação;
b) Escolha de proposta de recuperação para a área degradada;
c) Definição dos parâmetros a serem recuperados com base numa
área adotada como referência ou controle;
d) Adoção de um modelo de recuperação;
e) Detalhamento das técnicas e ações a serem adotadas para a
recuperação;
f) Inclusão de proposta de monitoramento e avaliação da efetividade
da recuperação; e
g) Previsão dos insumos, custos e cronograma referente à execução
e consolidação da recuperação.(ICMBio, 2013)

5.2 Caracterização ambiental da região

O EIA/RIMA apresentado pela Açúcar Guarani S/A, aponta que a empresa


desenvolveu os trabalhos com o objetivo de conhecer o meio físico no local de
20

interesse do projeto, obtendo informações junto aos órgãos públicos e privados da


região, fazendo levantamentos in loco e ensaios de laboratórios.

Para conhecer a região foram realizados estudos físicos, com o objetivo de


determinar a fragilidade do meio terrestre, aquático e atmosférico do empreendimento
que está sendo licenciado.

Conhecendo as condicionantes básicas diretamente associadas, tais como:


geológicas, climáticas, formas de relevo, unidades aquíferas e o estado das águas
tanto superficiais como subterrâneas, possibilita avaliar de forma mais efetiva os
principais impactos ambientais (positivos ou negativos), associando os impactos ao
meio socioeconômico e biótico, podendo-se assim propor medidas compensatórias e
mitigadoras no que diz respeito aos impactos negativos e incentivos aos impactos
positivos (NAKAHODO et al., 2009).

Nesse contexto, os trabalhos de campo, basicamente, se consistiram no estudo


do conhecimento das unidades pedológicas, geológicas e geomorfológicas, as quais
procurou-se relacioná-las, sendo estudados: o meio físico, o meio biótico e o meio
antrópico.

5.3 Potenciais impactos e medidas mitigadoras

Dentre as diversas setores ambientais que sofreram pressões com a ampliação


da empresa, neste trabalho destacamos as áreas de preservação, a poluição das
águas e do solo por aplicação de defensivos e fertilizantes e a aplicação de vinhaça e
águas residuárias.

5.3.1 Pressão sobre as áreas de preservação e ações mitigatórias

O relatório apontou que num primeiro momento que não se espera supressão
de vegetação nativa em função das operações de atividades agrícolas, porém se as
atividades não forem feitas com critérios adequados ela pode atingir remanescentes
de cobertura vegetal sendo muito prejudicial para região.

Como medida mitigadora sugere-se um investimento na manutenção e


conservação da vegetação existente para preservação dos fragmentos florestais com
monitoramento periódico das áreas em APPs e de áreas em recuperação ambiental
implantadas pela empresa, priorizando as áreas de nascentes.
21

5.3.2 Poluição das águas e do solo por aplicação de defensivos e fertilizantes e ações
mitigatórias

A manutenção e condução dos trabalhos na lavoura de cana-de-açúcar requer


grande quantidade de insumos agrícolas incluindo defensivos e fertilizantes o que
pode trazer significativos impactos negativos ao meio ambiente.

Quanto as medidas mitigadoras recomenda-se a seleção e utilização de plantas


mais resistentes, a adoção de controle biológico contra as pragas, e devido a utilização
de herbicidas deve-se adotar medidas adequadas para o manuseio, estocagem e
manutenção adequada das embalagens.

5.3.3 Aplicação de vinhaça e águas residuárias e medidas mitigatórias

A vinhaça apresenta teores interessantes de potássio e matéria orgânica,


sendo que a sua utilização na plantação visa melhorar a qualidade do solo,
aumentando a produtividade as culturas e constituindo uma importante medida para
diminuir os riscos de poluição dos cursos d’águas, mas deve ser aplicada com
cuidado.

Como medida mitigadora a vinhaça deve ser aplicada a, no mínimo, 200 metras
de distância dos corpos hídricos e a montante das áreas de fertirrigação deverão ser
construídos taludes de proteção para conter quaisquer excessos de resíduos,
evitando seu lançamento em coleções hídricas.

Outro incômodo da vinhaça é a emissão de substâncias odoríferas e a


proliferação de insetos, sendo assim deve-se adotar depósitos com baixa capacidade
de armazenamento de resíduos, desta forma o sistema de distribuição permanecerá
funcionando continuamente evitando o estoque dos mesmos.
22

6 CONCLUSÃO

Este trabalho teve como objetivo apresentar de forma sucinta uma análise
crítica do EIA/RIMA, aplicando os conceitos adquiridos nas disciplinas de Avaliação
de Impactos Ambientais e Gerenciamento de Riscos; Planejamento Estratégico;
Economia Ambiental e Financiamento de Projetos; Recuperação de Áreas
Degradadas, apresentado pela empresa Açúcar Guarani S/A para licenciamento
ambiental da sua Unidade Industrial de Cruz Alta localizada na cidade de Olímpia/SP.

Quanto a avaliação de impactos ambientais, a empresa apresentou impactos


negativos quanto a poluição sonora, recursos hídricos e poluição do solo, onde foram
apresentados ações mitigadoras para minimizar os efeitos produzidos. A de se
destacar que com a ampliação da empresa também foram notados impactos positivos
na região com o desenvolvimento local e a geração de novos empregos.

No planejamento estratégico a empresa apresenta conhecimento das


ferramentas existentes para planejar o qual podemos observar na aplicação da análise
de SWOT, onde a empresa sabe identificar suas forças e fraquezas, internas e
externas, identificando com clareza as oportunidades e ameaças com a expansão da
empresa.

Em relação a economia ambiental e financiamentos de projetos, a empresa


sempre trabalha no sentido de se ter uma economia sustentável procurando adotar
medidas mitigadoras relacionadas ao desenvolvimento ambiental.

Quanto a recuperação de áreas degradadas, o grupo apresentou em seu


EIA/RIMA um estudo completo, conforme a legislação ambiental exige, fazendo a
caracterização do local de implantação do empreendimento, uma análise dos
potenciais impactos ambientais e as respectivas ações mitigadoras, minimizando
assim, possíveis impactos negativos ao meio ambiente.
23

REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR ISO 14001:


Sistemas de gestão ambiental: requisitos com orientações para uso. 3a ed. Rio
de Janeiro: ABNT, 2015.

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de janeiro de 1986. Brasília, 1986. Brasília, 1986. Disponível em:
<http://www.siam.mg.gov.br/sla/download.pdf?idNorma=8902>. Acesso em: 10 out.
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florestas de transição. Belém (PA): IPAM - Instituto de Pesquisa Ambiental da
Amazônia, 2011. v. 5

ENGEL, V. L.; PARROTTA, J. A. Definindo a restauração ecológica: tendências e


perspectivas mundiais. Pp. 1-26 In: Kageyama, P.Y., de Oliveira, R.E., de Moraes,
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Área Degradada (PRAD) Terrestre. Disponível em:
<https://www.icmbio.gov.br/parnaserradabocaina/images/stories/o_que_fazemos/ges
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IPHAN - INSTITUTO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO NACIONAL.


Legislação - IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
Disponível em:
<http://portal.iphan.gov.br/uploads/legislacao/Portaria_n_230_de_17_de_dezembro_
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Sustentável. Disponível em: <https://www.undp.org/pt/brazil/objetivos-de-
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