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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE GAZA

DIVISÃO DE AGRICULTURA

MESTRADO EM AGROECOLOGIA

DISCIPLINA: AGROECOSSISTEMAS

FLUXO DE ENERGIA E INTENSIFICAÇACAO DA AGRICULTURA

Autores do trabalho:

 Abílio Albertino Alberto Alface


 Crimildo Antonio Bata Gomes
 Faruque Feliciano Firmino
 Idrisse Jorge Cosssa

Docente: PhD. Custodio Tacarindua

Lionde, Maio de 2023


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Instituto Superior Politécnico de Gaza

Divisão de Agricultura

Mestrado em Agroecologia

FLUXO DE ENERGIA E INTENSIFICAÇACAO DA AGRICULTURA

Trabalho do II Grupo, 7ª Edição de Mestrado em Agroecologia entregue na cadeira de


Agroecossistemas para fim Avaliativo

Lionde, Maio de 2023


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Índice
1. INTRODUÇÃO......................................................................................................................3

1.1.Objectivos.............................................................................................................................4

1.1.1. Objectivo geral..............................................................................................................4

1.1.2.Objectivos específicos................................................................................................4

1.2.Metodologia do trabalho.......................................................................................................4

2. DESENVOLVIMENTO.........................................................................................................5

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................................10

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................................11

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1. INTRODUÇÃO
A humanidade é apenas uma das notáveis proliferações naturais que dependem da entrada de
um fluxo contínuo da energia. A agricultura tornou-se muito mais intensiva no tocante à
energia, consumindo muito mais que produz. Para este arcabouço de sustentabilidade tem é
capital a importância sobre energia é em relação a transformação de energia luminosa que é
fornecida pelo sol em diferentes formas de energia dentro de um agroecossitema. A principal
dela é a transformação em energia química, transformando radiação luminosa em compostos
orgânicos (Gliessman, 2000). O equilíbrio energético estabelece os fluxos de energia, reflecte
entradas e saídas, e também ganhos líquidos vindos da demanda energética do sistema. Para
que isso ocorra é importante quantificá-los com estimativas de uso de insumos utilizados para
que ocorram as transformações de energia.

Existem outras formas de energia que são aproveitadas em um agroecossistema, como, por
exemplo, derivados de petróleo, eólica, térmica, biomassa, entre outras. O objectivo maior é o
produtor conseguir utilizar a melhor maneira possível todas as fontes de energia de sua
propriedade para melhorar a sua produtividade sem afectar o meio ambiente, o
agroecossistema ganha energia principalmente através da assimilação fotossintética de luz
pelos autótrofos, mas também pela aporte de energia externa (matéria orgânica, adubação,
etc.) oriunda de insumos para a produção vegetal e animal.

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1.1.Objectivos
A seguir são apresentados os objectivos que permearão o desenvolvimento deste trabalho:

1.1.1. Objectivo geral


 Analisar abordagem sobre fluxo de energia e intensificação da agricultura.

1.1.2.Objectivos específicos
 Descrever o impacto das mudanças climáticas, no que concerne desafios do
crescimento populacional e segurança alimentar que o mundo enfrenta;
 Conhecer que os agroecossistemas convencionais interferem nas cadeias alimentares;
 Entender o modelo de fluxo energético;
 Realizar e contribuir diversas ideias sobre impactos da acção humana que afecta o
fluxo de energia.

1.2.Metodologia do trabalho
Qualquer trabalho de carácter científico para ter o êxito nas suas abordagens é necessário
apoiar-se em algumas propostas teóricas e metodológicas. Não obstante, de acordo com os
objectivos preconizados, este trabalho procura estabelecer sempre a comparação entre fluxo
de energia e intensificação da agricultura.
A metodologia aplicada neste trabalho foi uma revisão narrativa, ou seja, o material utilizado
no levantamento bibliográfico é organizado a partir de fontes científicas e de divulgação de
ideias.

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2. DESENVOLVIMENTO
1. A energia não pode ser reciclada e reutilizada mas a matéria pode.

A Energia é passada á cada nível tróficos, e por sua vez, a cada nível é parcialmente perdida,
este processo de perda de energia se da sucessivamente, desde seu início de produção na
fotossíntese, que é o processo de entrada, realizado pelos vegetais, até seu final a cargo dos
organismos de compositores. Esta perda ocorre devido a cada organismo necessitar de uma
grande parcela desta energia adquirida, para manutenção das suas actividades vitais.

No entanto, entende-se que a energia dentro de um ecossistema pode até mesmo ser
armazenada, mas nunca reutilizada ou reciclada, já que se dispersa à longa pirâmide
energética, tornando indispensável sua reposição através da energia solar.

Nesta linha de raciocínio podemos referir que com relação à matéria, e em contraponto a
energia, pode-se pensar em um ciclo, onde a mesma é utilizada, reciclada e reutilizada no
ecossistema, assim como a água em seu ciclo de evaporação e precipitação, ou o CO 2 que é
utilizado por plantas na produção alimentar, e incorporado ao animal que as come e disperso
na atmosfera através da respiração. O ciclo de reciclagem acontece com diversos tipos de
matérias, inclusive com organismos mortos, no qual organismos de compositores se
alimentam devolvendo ao Solo seus nutrientes, (Agostinho, 2005).

A matéria não apenas pode ser reciclada e reutilizada como deve realmente ser, ao se pensar
em matérias inorgânicas como material de descarte humano (papel, plástico, metal, vidro),
que se torna um problema mundial, que só será resolvido ao se adoptar uma cultura de
consciência sustentável e recicladora. Ao reutilizar este tipo de material, o retiramos do meio
ambiente e destina-se um uso útil a esta matéria que por sua vez deixará de poluir e degradar
nosso meio ambiente.

2. Como é que as interacções humanas afectam o fluxo de energia

As necessidades humanas interferem directamente no meio ambiente e em suas interrelações,


mas as agressões ao meio ambiente se tornaram significantes após a Revolução Industrial
(Goldemberg, 2003). Actividades humanas alteram os padrões de reciclagem (fluxos,
depósitos) dos nutrientes, podendo trazer consequências locais, regionais ou globais, também
existe outro processo chamado eutrofização que resulta do aumento exagerado da
concentração de nutrientes no meio aquático, no qual ocorrem profundas modificações

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quantitativas e qualitativas no ecossistema aquático. O aumento da concentração de nutrientes
implica não só o aumento da densidade de algas, mas também alterações qualitativas, como o
surgimento de novas espécies e o desaparecimento de outras (Esteves, 1988).

O aumento de produção de matéria orgânica vegetal e animal em decorrência da eutrofização


artificial tem como consequência directa o aumento da quantidade de detritos orgânicos
(restos de matéria orgânica morta).

Teoricamente, todas as formas de produção de energia geram impactos ambientais em


pequena ou grande proporção, qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e
biológicas do meio ambiente, pode causar qualquer forma de matéria ou energia resultante das
actividades humanas que, directa ou indirectamente afectam:

 A saúde, a segurança e o bem-estar da população;


 As actividades sociais e económicas;
 A abiota;
 As condições estéticas e sanitárias do meio ambiente;
 A qualidade dos recursos ambientais.

Mudança local nos fluxos e estoques de nutrientes no meio aquático e, portanto, em seu
padrão de reciclagem, (vide figura que ilustra algumas acções da interferência humana na
reciclagem de nutrientes).

Fonte: Cepa

Em conformidade com Pittari (2009, p.61), advoga que a situação actual necessita de estudos
nas actividades humana que geram impactos negativos ao meio ambiente, introduzindo novos
conceitos, tecnologias, técnicas construtivas, equipamentos, materiais e produtos.

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As acções humanas ameaçam a biodiversidade (diversidade de ecossistemas, a diversidade
espécies e diversidade genética) incluindo:

 A destruição, fragmentação e poluição dos habitats;


 A exploração de espécies, acima da capacidade de suporte de suas populações;
 A introdução de espécies exóticas e a eliminação de espécies nativas, durante o
controle de espécies invasoras.

As alterações abióticas ocasionadas e ou intensificadas pela acção humana influenciam o


tempo de ocorrência ou a velocidade dos processos ecológicos envolvidos na regeneração
natural.

3. Poderá a extensificação da agricultura ser a resposta para os desafios actuais do


crescimento populacional, segurança alimentar e mudanças climáticas que o mundo
enfrenta?

De acordo com a literatura, a prática agrícola e a segurança alimentar da população são


afectadas por muitos problemas ligados a mudanças climáticas com repercussões directas
advindas da seca, cheias e ciclones, o clima é um factor limitante que influencia a escolha do
sistema de produção, afectando os meios de subsistência dos agricultores, (Ribeiro et al.,
2021).

O impacto das mudanças climáticas na alteração dos sistemas de produção (no que se refere à
escolha e consequentemente a sua distribuição espacial) e as suas implicações nos meios de
subsistência e segurança alimentar das famílias, estarão sob grande pressão para mudança no
futuro, sendo relevante para a elaboração de políticas de adaptação adequadas as necessidades
locais que visam a promoção da segurança alimentar em contexto de mudanças climáticas.

Na linha de raciocínio de Filho, et all., (2016), elucidam que na experiência de vida dos
milhões de agricultores familiares, reside uma fonte valiosa de saberes e práticas de
convivência com a adaptações às mudanças climáticas, desenvolvidas através de gerações
que, periodicamente, enfrentam eventos climáticos extremos. Esse conhecimento tem o
potencial de embaçar o atendimento das necessidades da população local em produção de
alimentos (Filho et al, 2016).

Como ressalta Alves e Lima, et all., (2008), apontaram algumas linhas ou acções destinadas à
adaptação do sector agrário à mudança do clima:
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 Formulação de mecanismos de apoio aos produtores de modo a auxiliá-los à adaptar-
se à mudança do clima;
 Manutenção de uma ampla base genética para culturas e desenvolvimento de
variedades de culturas e raças de animais mais tolerantes à seca;
 Melhoramento da resiliência de ecossistemas agrícolas pela promoção de práticas
agroflorestais que utilizem e mantenham a diversidade biológica;
 Melhorar a eficiência de uso da água e recarga de água subterrânea pela agricultura
conservacionista;
 Apoiar sistemas de pastagem e outros sistemas de produção animal, com actividades
voltadas à produção de suplementos alimentares, serviços veterinários, e de
suprimento de água, entre outras medidas.

Para Abbas (2022b), realça que a segurança alimentar está muito relacionada com a
capacidade de obtenção de rendimento das famílias camponesas, evidenciada pelo grau de
integração no mercado e, em certa medida, pelo uso de insumos.

4. Como é que a agroecologia pode contribuir para a intensificação sustentável da


agricultura?

A agroecologia apoia e contribui para que a intensificação sustentável da agricultura que


possa efectuar a transição dos padrões da modernização em direcção ao desenvolvimento
rural ancorado em práticas sustentáveis. A perspectiva da agroecologia, enquanto enfoque
científico inovador capaz de apreender a complexidade inerente às relações meio ambiente e
sociedade é de apontar caminhos para a transição de estilos de agricultura e de
desenvolvimento rural inviáveis, (Caporal, 2009).

A agroecologia procura propor e validar, através da literatura, a partir do enfoque sistémico,


princípios e conceitos que possam orientar a transição agroecológica em diferentes realidades,
em consonância com as especificidades biofísicas e socioeconómicas locais, partindo de um
enfoque holístico e de uma abordagem sistémica, pretendendo contribuir para que as
sociedades possam redireccionar o curso alterado da co-evolução social e ecológica, nas suas
múltiplas inter-relações e mútua influência (Caporal; Costabeber; Paulus, 2006).

Agroecologia como um enfoque científico, mascarando sua potencialidade para apoiar


processos de desenvolvimento rural sustentável, estilos de agricultura que teoricamente,
apresenta maiores graus de sustentabilidade no médio e longo prazos. Portanto, Agroecologia,
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trata se de uma orientação cujas contribuições que estão aspectos meramente tecnológicos ou
agronómicos da produção, incorporando dimensões mais amplas e complexas, que incluem
tanto variáveis económicas, sociais e ambientais, como variáveis culturais, políticas e éticas
da sustentabilidade.

De uma forma lacónica podemos enfatizar que Agroecologia se consolida como enfoque
científico na medida em que este campo de conhecimento se nutre de outras ciências, assim
como saberes, conhecimentos e experiências dos próprios agricultores, o que permite o
estabelecimento de marcos conceituais, metodológicos e estratégicos com maior capacidade
para orientar não apenas o desenho e manejo de agroecossistemas sustentáveis, mas também
processos de desenvolvimento rural sustentável, (Gliessman 2000).

A actividade da agroecológica busca a construção de novas práticas socioprodutivas que


valorizam estratégias de desenvolvimento das agriculturas em harmonia com os ecossistemas
naturais, promovendo assim um novo uso dos recursos oferecidos pelas funcionalidades
naturais dos ecossistemas.

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3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir dos conceitos abordados e das reflexões expostas neste trabalho, é possível concluir
que Agroecologia enquanto enfoque holístico apresenta a potencialidade para fazer florescer
novos estilos de agricultura e processos de desenvolvimento rural sustentáveis que garantam a
máxima preservação ambiental, respeitando princípios éticos de solidariedade sincrónica e
diacrónica, visando desenvolvimento sustentável e buscando recuperar a necessidade de
preservar e conservar a biodiversidade ecológica e cultural, abordando aspectos relacionados
aos fluxos de energia e materiais nos sistemas económicos.

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4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. Abbas, M. (2022). Caminhos para a segurança alimentar em Moçambique: uma
abordagem de sistemas de produção. Observador Rural 120. Observatório do Mei
Rural (OMR). Maputo.
2. Agostinho, F. D. R.; (2005). Uso de análise energética e sistema de informação
geográficas no estudo de pequenas propriedades agrícolas. 252 F. Dissertação
(Mestrado em Engenharia de Alimentos) – Faculdade de Engenharia de Alimentos,
Unicamp, Campinas.
3. Alves, B. J., & Lima, M. A. (2008). Vulnerabilidades, impactos e adaptação à
mudança do clima no sector agro-pecuário e solos agrícolas. São Paulo, Brasil;
4. Caporal, F. R; Costabeber, J. A.; Paulus, G. (2006). Agroecologia: matriz disciplinar
ou novo paradigma para o desenvolvimento rural sustentável. Brasília;
5. Esteves. F. A. (1988). Fundamentos de Limnologia. Rio de Janeiro: Interciência:
FINEP,p p. 575;
6. Filho, H. M., Moraes, C., Bennait, P., Rodrigues. R, A., Guilles. M., Rocha. P., Lima.
A., & Vasconcelos. I. (2016). Mudança do clima e os impactos na agricultura familiar
no Norte e Nordeste do Brasil. Brasília;
7. Gliessman, S. R. (2000). Agroecologia: processos ecológicos em agricultura
sustentável. Porto Alegre: Editora da Universidade – UFRGS;
8. Goldemberg, L. (2003). Sistematização da Análise de Impactos Ambientais em UHE.
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, Dezembro;
9. Pittari, C. (2009). Os Dois Impactos Ambientais Negativos da Energia Solar que
Nunca te Contaram. Universidade Federal do Rio de Janeiro;
10. Ribeiro, P. F. et al. (2021) «Explaining farming systems spatial patterns: A farm-level
choice model based on socioeconomic and biophysical drivers», Agricultural Systems,
pp. 103-140.

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