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Agroecologia e Recursos

Naturais

Conceitos de Ecologia e Agroecologia


Agroecologia e Recursos Naturais
2° perı́odo de Medicina Veterinária

Alunos Medicina Veterinária


Professor Renato A. M. Franco;

Três Lagoas, 14 de agosto de 2023


Conteúdo
1 Objetivo 1

2 Conceito de Ecologia e Agroecologia 1


2.1 Glossário ecológico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2

3 Hierarquia biológica no estudo da Ecologia 3


3.1 Questões sobre ecologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3

4 Questões sobre agroecologia 4


4.1 Análise das questões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
4.2 As leis fı́sicas governam o fluxo de energia e a ciclagem quı́mica
nos ecossistemas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
4.3 Conservação de energia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
4.4 Conservação da massa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
4.5 Energia, matéria e nı́veis tróficos . . . . . . . . . . . . . . . . 8

5 Limitações de nutrientes e adaptações que as reduzem 9

6 Referências 11
1 Objetivo
1. Identificar e definir os conceitos de ecologia e agroecologia.

2 Conceito de Ecologia e Agroecologia


Antes de falar sobre agroecologia é importante conhecer os termos utili-
zados em de ecologia. Na Figura 1, existe um mapa conceitual com termos
utilizados em ecologia.

Figura 1: Conceitos de ecologia

O termo Agroecologia consta hoje nos dicionários da lı́ngua portuguesa,


definido pelo viés etimológico, ou seja, a ecologia dos sistemas agrı́colas (agro
+ ecologia). Pela definição etimológica, a Agroecologia se refere especifica-
mente ao meio natural inerente a toda e qualquer forma de produção agrı́cola,
seja ela convencional ou “alternativa”.
A agroecologia como o paradigma emergente, substituto da agricultura
industrial ou convencional, exatamente por incorporar elementos de sı́ntese,
unificadores, integradores. Esse novo paradigma se diferencia por ter uma
abordagem holı́stica, não apenas no que concerne às questões ambientais,
mas sobretudo às questões humanas.

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2.1 Glossário ecológico
ESPÉCIE - é o conjunto de indivı́duos semelhantes (estruturalmente,
funcionalmente e bioquimicamente) que se reproduzem naturalmente, ori-
ginando descendentes férteis. Ex.: Homo sapiens.
POPULAÇÃO - é o conjunto de indivı́duos de mesma espécie que vivem
numa mesma área e num determinado perı́odo. Ex.: população de ratos
em um bueiro, em um determinado dia; população de bactérias causando
amigdalite por 10 dias, 10 mil pessoas vivendo numa cidade em 1996, etc.
COMUNIDADE OU BIOCENOSE - é o conjunto de populações de diver-
sas espécies que habita uma mesma região num determinado perı́odo. Ex.:
seres de uma floresta, de um rio, de um lago de um brejo, dos campos, dos
oceanos, etc.
ECOSSISTEMA OU SISTEMA ECOLÓGICO - é o conjunto formado
pelo meio ambiente fı́sico ou seja, o BIÓTOPO (formado por fatores abióticos
- sem vida - como: solo, água, ar) mais a comunidade (formada por compo-
nentes bióticos - seres vivos) que com o meio se relaciona.
HABITAT - é o lugar especı́fico onde uma espécie pode ser encontrada,
isto é, o seu ”ENDEREÇO”dentro do ecossistema. Exemplo: Uma planta
pode ser o habitat de um inseto, o leão pode ser encontrado nas savanas
africanas, etc.
NICHO ECOLÓGICO - é o papel que o organismo desempenha no ecos-
sistema, isto é, a ”PROFISSÃO”do organismo no ecossistema. 0 nicho in-
forma às custas de que se alimenta, a quem serve de alimento, como se repro-
duz, etc. Exemplo: a fêmea do Anopheles (transmite malária) é um inseto
hematófago (se alimenta de sangue), o leão atua como predador devorando
grandes herbı́voros, como zebras e antı́lopes.
ECÓTONO - é a região de transição entre duas comunidades ou entre
dois ecossistemas. Na área de transição (ecótono) vamos encontrar grande
número de espécies e, por conseguinte, grande número de nichos ecológicos.
BIOTÓPO - Área fı́sica na qual os biótipos adaptados a ela e as condições
ambientais se apresentam praticamente uniformes.
BIOSFERA - Toda vida, seja ela animal ou vegetal, ocorre numa faixa
denominada biosfera, que inclui a superfı́cie da Terra, os rios, os lagos, mares
e oceanos e parte da atmosfera. E a vida é só possı́vel nessa faixa porque
aı́ se encontram os gases necessários para as espécies terrestre e aquáticas:
oxigênio e nitrogênio.

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3 Hierarquia biológica no estudo da Ecologia
Para entender a ecologia, utiliza-se uma hierarquia biológica, que com-
preende desde o indivı́duo até o planeta Terra.
A biosfera é o ecossistema global – a soma de todos os ecossistemas e
paisagens do planeta. A ecologia global examina como a troca regional de
energia e de materiais influencia o funcionamento e a distribuição de orga-
nismos na biosfera.
Uma paisagem é um mosaico de ecossistemas conectados. A pesquisa em
ecologia da paisagem enfoca os fatores que controlam as trocas de energia,
de materiais e de organismos entre múltiplos ecossistemas.
Um ecossistema é o conjunto de organismos de uma área e os fatores
fı́sicos com os quais eles interagem. A ecologia de ecossistemas enfatiza o
fluxo de energia e a ciclagem quı́mica entre os organismos e o ambiente.
Uma comunidade é um grupo de populações de espécies diferentes de
uma área. A ecologia de comunidades examina de que modo as interações das
espécies, como a predação e a competição, afetam a estrutura e a organização
das comunidades.
Uma população é um grupo de indivı́duos da mesma espécie vivendo em
uma área. A ecologia de populações analisa os fatores que afetam o tamanho
populacional e como e por que ele muda ao longo do tempo.
A ecologia do organismo, que inclui as subdisciplinas de ecologia fisiológica,
evolutiva e comportamental, está preocupada com a maneira como a estru-
tura, a fisiologia e o comportamento de um organismo enfrentam os desafios
impostos pelo seu ambiente.

3.1 Questões sobre ecologia


1. Qual das seguintes áreas de estudo enfoca as trocas de energia, de
organismos e de materiais entre ecossistemas?
a. Ecologia do organismo.
b. Ecologia da paisagem.
c. Ecologia de ecossistemas.
d. Ecologia de comunidades.

2. A capacidade de suporte de uma população:


a. pode mudar à medida que as condições ambientais se alteram.
b. pode ser calculada com exatidão usando o modelo de crescimento logı́stico.
c. aumenta à medida que a taxa de crescimento per capita diminui.
d. jamais pode ser ultrapassada.

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3. A análise das pegadas ecológicas revela que:
a. a capacidade de suporte da Terra aumentaria se o consumo de carne per
capita crescesse.
b. a demanda atual por recursos nos paı́ses industrializados é muito menor
do que a pegada ecológica desses paı́ses.
c. por avanços tecnológicos, não é possı́vel aumentar a capacidade de suporte
da Terra para seres humanos.
d. a pegada ecológica dos Estados Unidos é grande porque o uso de recursos
per capita é alto.

4 Questões sobre agroecologia


4.1 Análise das questões
Questão 1. São caracterı́sticas do modelo de agricultura sustentável:
I. Respeito à natureza.
II. Eficiência produtiva.
III. Eficiência distributiva.
IV. Sustentabilidade em longo prazo.
A sequência correta é:
A) Apenas as assertivas II e III estão corretas.
B) Apenas a assertiva III está INCORRETA.
C) As assertivas I, II, III e IV estão corretas.
D) Apenas as assertivas I, II e IV estão corretas.
E) Apenas II e IV estão corretas.

Questão 2. Sobre os agroecossitemas modernos ou tecnificados, pode-se


afirmar:
I. Caracterizam-se por um alto grau de artificialização das condições ambi-
entais.
II. São altamente dependentes de insumos produzidos industrialmente.
III. Utilizam insumos baseados em recursos não renováveis.
IV. Há muita preocupação com a conservação e a reciclagem de nutrientes
dentro do agroecossistemas.
A sequência correta é:
A) As assertivas I, II, III e IV estão corretas.
B) Apenas as assertivas I, II e III estão corretas.
C) Apenas as assertivas II e IV estão corretas.
D) Apenas a assertiva II está correta.

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E) Apenas a assertiva I está correta.

Questão 3. Sobre as técnicas agroecológicas, pode-se afirmar:


I. A adubação verde é o cultivo de plantas que estruturam o solo e o enri-
quecem com nitrogênio, fósforo, potássio, enxofre, cálcio e micronutrientes.
As plantas de adubação verde devem ser rústicas e bem adaptadas a cada
região para que descompactem o solo com suas raı́zes vigorosas e produzam
grande volume de massa verde para melhorar a matéria orgânica, a melhor
fonte de nutrientes para a planta.
II. A adubação orgânica é feita através da utilização de vários tipos de
resı́duos, tais como: esterco curtido, vermicomposto de minhocas, compostos
fermentados, biofertilizantes enriquecidos com micronutrientes e cobertura
morta. Todos esses materiais são ricos em organismos úteis, macro e micro
nutrientes, antibióticos naturais e substâncias de crescimento.
III. A adubação mineral é feita com adubos minerais naturais de sensibili-
dade lenta, tais como: pó de rochas, restos de mineração, entre outros. Estes
adubos fornecem nutrientes como cálcio, fósforo, magnésio, potássio e outros,
em doses moderadas, conforme as necessidades da planta.
IV. Defensivos naturais são produtos que estimulam o metabolismo das plan-
tas quando pulverizados sobre elas. Estes compostos, geralmente preparados
pelo agricultor, são tóxicos e são de alto custo.
A sequência correta é:
A) Apenas a assertiva I está INCORRETA.
B) As assertivas I, II, III e IV estão corretas.
C) Apenas as assertivas II, III e IV estão corretas.
D) Apenas as assertivas I, II e III estão corretas.
E) Apenas a assertiva I está CORRETA.

Questão 4. São técnicas agroecológicas:


I. Usar adubação verde.
II. Usar agrotóxicos.
III. Usar adubos quı́micos solúveis.
IV. Usar defensivos naturais.
A sequência correta é:
A) As assertivas I, II, III e IV estão corretas.
B) Apenas as assertivas I e IV estão corretas.
C) Apenas as assertivas I e III estão corretas.
D) Apenas as assertivas I, III e IV estão corretas.
E) Apenas I está correta.

Questão 5. Sobre a agroecologia é correto afirmar:

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I. A Agroecologia é uma nova abordagem da agricultura que integra diversos
aspectos agronômicos, ecológicos e socioeconômicos, na avaliação dos efeitos
das técnicas agrı́colas sobre a produção de alimentos e na sociedade como
um todo.
II. Agroecologia representa um conjunto de técnicas e conceitos que visa a
produção de alimentos mais saudáveis e naturais.
III. Tem como princı́pio básico o uso racional dos recursos naturais. IV.
Os primeiros movimentos de agricultura nativa surgiram respectivamente
nos Estados Unidos (Agricultura Orgânica) e na Austrália (Agricultura Bio-
dinâmica).
A sequência correta é:
A) Apenas as assertivas I, II e IV estão corretas.
B) Apenas a assertiva III está INCORRETA.
C) As assertivas I, II, III e IV estão corretas.
D) Apenas as assertivas I, II e III estão corretas.
E) A assertiva I está CORRETA.

4.2 As leis fı́sicas governam o fluxo de energia e a ci-


clagem quı́mica nos ecossistemas
As células transformam energia e matéria, sujeitas às leis da termo-
dinâmica. Os citologistas estudam essas transformações dentro de organelas
e células e medem as quantidades de energia e matéria que ultrapassam os
limites celulares.
Os ecólogos de ecossistemas fazem a mesma coisa, com a diferença de que
no seu caso a “célula” é um ecossistema completo. Ao estudar a dinâmica de
populações e agrupar as espécies de uma comunidade em nı́veis tróficos de
relações alimentares , os ecólogos podem acompanhar as transformações de
energia em um ecossistema e mapear os movimentos dos elementos quı́micos.

4.3 Conservação de energia


Os ecólogos de ecossistemas estudam as interações de organismos com o
ambiente fı́sico; por isso, muitas abordagens ecossistêmicas se baseiam em
leis da fı́sica e da quı́mica. A primeira lei da termodinâmica estabelece que
a energia não pode ser criada ou destruı́da, mas apenas transferida ou trans-
formada.
As plantas e outros organismos fotossintetizantes convertem energia solar
em energia quı́mica, mas a quantidade total de energia não se altera. A

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quantidade de energia armazenada em moléculas orgânicas deve igualar-se à
energia solar total interceptada pela planta menos as quantidades refletidas
e dissipadas como calor. Os ecólogos de ecossistemas com frequência medem
transferências dentro e através dos ecossistemas, em parte para compreender
quantos organismos um hábitat pode sustentar e a quantidade de alimento
que os humanos podem colher de um local.
Uma implicação da segunda lei da termodinâmica, segundo a qual cada
troca de energia aumenta a entropia do universo, é que as conversões energéticas
são ineficientes. Parte da energia é sempre perdida como calor . Podemos
medir a eficiência das conversões de energia ecológicas exatamente como me-
dimos a eficiência de lâmpadas e motores de carros. Uma vez que a energia
fluindo pelos ecossistemas é por fim dissipada no espaço como calor, a maioria
dos ecossistemas desapareceria se o sol não fornecesse continuamente energia
para a Terra.

4.4 Conservação da massa


Assim como a energia, a matéria não pode ser criada nem destruı́da. Essa
lei da conservação da massa é tão importante para os ecossistemas quanto as
leis da termodinâmica. Já que a massa é conservada, podemos determinar
quanto de um elemento quı́mico apresenta ciclagem dentro de um ecossistema
ou é ganho ou perdido por esse ecossistema ao longo do tempo.
Diferentemente da energia, os elementos quı́micos apresentam recicla-
gem contı́nua dentro dos ecossistemas. Um átomo de carbono do CO2 é
liberado do solo por um decompositor, absorvido por uma planta mediante
fotossı́ntese, consumido por um animal herbı́voro e devolvido ao solo nos
resı́duos do animal. A medição e a análise dos ciclos quı́micos são importan-
tes na ecologia de ecossistemas. Embora os elementos quı́micos, na maioria,
não sejam ganhos ou perdidos em escala global, eles podem ser ganhos por,
ou perdidos de, um ecossistema em particular.
Em uma floresta, a maioria dos nutrientes minerais – os elementos essen-
ciais que as plantas obtêm do solo – entra como poeira ou como solutos dis-
solvidos na água da chuva ou lixiviados da rocha no substrato. O nitrogênio
é fornecido também pelo processo biológico de fixação desse elemento. Em
termos de perdas, alguns elementos retornam à atmosfera como gases e ou-
tros são retirados do ecossistema pelo movimento da água ou pelo vento.
Assim como os organismos, os ecossistemas são sistemas abertos, absorvendo
energia e massa e liberando calor e produtos residuais.
Em geral, na natureza, os ganhos e perdas são pequenos, em comparação
às quantidades recicladas dentro dos ecossistemas. Além disso, o equilı́brio
entre entradas e saı́das determina se um ecossistema é fonte ou dreno de

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determinado elemento. Se as saı́das de um elemento mineral excedem suas
entradas, isso acaba limitando a produção naquele ecossistema. Muitas vezes,
as atividades humanas alteram consideravelmente o equilı́brio de entradas e
saı́das.

4.5 Energia, matéria e nı́veis tróficos


Os ecólogos agrupam as espécies em nı́veis tróficos com base na sua prin-
cipal fonte de nutrição e energia . O nı́vel trófico que, em última análise,
sustenta todos os outros consiste em autótrofos, também chamados de pro-
dutores primários do ecossistema.
Os autótrofos, na maioria, são organismos fotossintetizantes que utilizam
a energia luminosa para sintetizar açúcares e outros compostos orgânicos, que
eles empregam como combustı́vel para matéria-prima para o crescimento.
Os autótrofos mais comuns são as plantas, as algas e os procariotos fotos-
sintetizantes, embora os procariotos quimiossintetizantes sejam os produtores
primários em ecossistemas como os respiradouros hidrotermais nas profun-
dezas oceânicas ou lugares profundos abaixo do solo ou do gelo.
Os organismos de nı́veis tróficos acima dos produtores primários são he-
terótrofos, que, para sua fonte de energia, dependem direta ou indireta-
mente dos produtos dos produtores primários. Os herbı́voros, que consomem
plantas e outros produtores primários, são os consumidores primários. Os
carnı́voros que se alimentam de herbı́voros são consumidores secundários e
os carnı́voros que comem outros carnı́voros são consumidores terciários.
Outro grupo de heterótrofos é formado pelos detritı́voros ou decomposi-
tores, termos usados como sinônimos neste texto para referir-se aos consumi-
dores que obtêm sua energia a partir de detritos. Detrito é material orgânico
não vivo, como os restos de organismos mortos, fezes, folhas e madeira caı́das.
Muitos detritı́voros são, por sua vez, comidos por consumidores secundários
e terciários.
Dois grupos importantes de detritı́voros são os procariotos e os fungos (Fi-
gura 2). Esses organismos secretam enzimas que digerem a matéria orgânica;
após, eles absorvem os produtos degradados, ligando os consumidores e os
produtores primários de um ecossistema. Em uma floresta, por exemplo,
as aves comem minhocas que se alimentaram da serapilheira e procariotos e
fungos associados.
Os detritı́voros também desempenham um papel crucial na ciclagem de
elementos quı́micos para os produtores primários. Eles convertem matéria
orgânica de todos os nı́veis tróficos em compostos inorgânicos utilizáveis pelos
produtores primários, fechando o cı́rculo de ciclagem quı́mica de um ecossis-
tema. Os produtores reciclam esses elementos em compostos orgânicos. Se a

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decomposição parasse, a vida cessaria à medida que os detritos fossem acu-
mulados e a reserva de ingredientes necessários à sı́ntese de matéria orgânica
fosse esgotada. A Figura 3 resume as relações tróficas em um ecossistema.

Figura 2: Detritivos.

5 Limitações de nutrientes e adaptações que


as reduzem
Os nutrientes do solo também limitam a produção primária em ecossis-
temas terrestres. Como em sistemas aquáticos, o nitrogênio e o fósforo são
os nutrientes que mais comumente limitam a produção terrestre. Global-
mente, o nitrogênio é o que mais limita o crescimento vegetal. As limitações
de fósforo são comuns em solos mais antigos, onde as moléculas de fosfato
foram lixiviadas pela água, como em muitos ecossistemas tropicais. A dis-
ponibilidade de fósforo é também muitas vezes baixa em solos de desertos e
outros ecossistemas com pH alcalino, onde parte do fósforo precipita e torna-
se indisponı́vel para as plantas. A adição de um nutriente não limitante,
mesmo um que seja escasso, não estimulará a produção. Inversamente, adici-
onando mais do fator limitante, haverá aumento da produção, até que outro
nutriente se torne limitante.
Várias adaptações evoluı́ram nas plantas, o que pode aumentar a sua
absorção de nutrientes limitantes. Uma adaptação importante é a simbiose

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Figura 3: Visão geral da dinâmica de energia e de nutrientes em um ecossis-
tema.

entre raı́zes vegetais e bactérias fixadoras de nitrogênio . Outra adaptação


é a associação micorrı́zica entre raı́zes e fungos que fornecem às plantas o
fósforo e outros elementos limitantes
As raı́zes também possuem pelos e outras caracterı́sticas anatômicas que
aumentam o volume de solo com o qual elas fazem contato (ver Figura 35.3).
Muitas plantas liberam no solo enzimas e outras substâncias que aumen-
tam a disponibilidade de nutrientes limitantes; essas substâncias incluem as
fosfatases, que clivam um grupo fosfato a partir de moléculas maiores, que-
lando agentes que tornam micronutrientes como o ferro mais solúveis no solo.
Os estudos que relacionam os nutrientes à produção primária terrestre têm
aplicações práticas na agricultura. Os ruralistas maximizam suas produções
agrı́colas mediante emprego de fertilizantes com o equilı́brio correto de nu-
trientes para o tipo de solo e de cultura. Esse conhecimento sobre nutrientes
limitantes ajuda a alimentar bilhões de pessoas.

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6 Referências
[1] REECE, Jane B. ...[et al.] Biologia de Campbell; [tradução : Anne
D. Villela ... et al.] ; revisão técnica : Denise Cantarelli Machado, Gaby
Renard, Paulo Luiz de Oliveira. – 10. ed. – Porto Alegre : Artmed, 2015.

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