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Apostila da disciplina Conservação de Recursos Naturais

Capítulo 1

PLANO DE ENSINO
Disciplina Conservação de Recursos Materiais
PROFESSOR Wilson da Silva

CARGA HORÁRIA TURMA SEMESTRE

TOTAL SEMANAL
Engenharia Biomédica - 8º Período
1o Semestre - 2016
40 2 Matutino Turma AB

EMENTA

A biosfera e seu equilíbrio; efeitos da tecnologia sobre os sistemas ecológicos; preservação dos recursos
naturais.

OBJETIVO

GERAL

- Fornecer ao aluno aprendizagem sempre sobre a questão ambiental, despertando no estudante de


engenharia biomédica o futuro profissional, a consciência preservadora dos recursos naturais, na busca
de uma sociedade ecologicamente sustentável.

ESPECÍFICO

- Fomentar ao aluno aprendizagem sempre mais a respeito dos fatores ambientais na distribuição dos
seres vivos na superfície terrestre, aos quais ocupam uma posição peculiar ligada aos fatores
ecobióticos.
- Proporcionar conhecimento ao aluno às diferenças dos ecossistemas, bem como fluxo de energia,
ciclos biogeoquímicos e produção de biomassa.
- Analisar as interações básicas entre os seres vivos e seu ambiente, identificando as alterações
ecológicas causadas pela ação humana nos ecossistemas.
- Conscientizar o estudante das necessidades de utilização racional dos recursos naturais, de reciclagem
dos materiais e da utilização de fontes alternativas de energia.
- Analisar a legislação atual com relação aos recursos naturais.

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

1. Biosfera e seu equilíbrio.


1.1 Conceitos e níveis de organização.
I.2. Estrutura e funcionamento dos ecossistemas (cadeias alimentares, fluxo de energia ciclos
biogeoquímicos sucessão ecológica).
I.3. Caracterização dos principais ecossistemas terrestres e aquáticos.
I.4 Caracterização e disponibilidade dos recursos naturais.

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2. Efeitos da tecnologia sobre os sistemas ecológicos.
2.1 Processos de ocupação urbana e industrial sobre os sistemas naturais.
2.2 Causas e efeitos do crescimento populacional humano.
2.3 Poluição: tipos, causas e feitos.
2.4 Exploração e esgotamento de recursos naturais: aspectos políticos e socioeconômicos.
3. Preservação dos Recursos Naturais:
3.1 Medidas de recuperação e proteção dos sistemas ambientais.
3.2 Modelos alternativos de desenvolvimento.
3.3 Legislação Ambiental.
4. Leitura de artigo científico relacionado com a disciplina Conservação de Recursos Naturais, onde aos
acadêmicos possam participar na discussão e conclusão do mesmo.
METODOLOGIA

Aula expositiva e teórica; vídeos documentários; leitura e interpretação de textos; trabalhos individuais
e em grupos; seminários e desenvolvimento de um artigo científico.
ESTRUTURA DE APOIO

Quadro, data show, vídeos, livros, publicações científicas, Internet.


AVALIAÇÃO

75 pontos: Duas provas escritas: Primeira (30 pontos) e segunda (45 pontos).

25 pontos: Fichamentos; artigo científico e normas de apresentação do trabalho científico.

OUTRAS ATIVIDADES

Assiduidade e pontualidade; iniciativa, interesse, conhecimento e domínio dos conteúdos estudados;


discussão e crítica das leituras realizadas; participação nas atividades de aula.
BIBLIOGRAFIA

BÁSICA

ABREU, S. F. Recursos Minerais do Brasil. São Paulo: Edgard Blücher / Rio de Janeiro: INT, 1973.

CABRAL, B. Direito administrativo tema: água. Brasília: Senado Federal, 1997.

SETTI, A. A. Introdução ao gerenciamento de recursos hídricos. Brasília: Agência Nacional de Energia


Elétrica, 2001.
COMPLEMENTAR

PEREIRA, O. D. Política mineral do Brasil: dois ensaios críticos. Brasília: MCT / CNPq, 1987.

MACHADO, Paulo A. L. Direito Ambiental Brasileiro. 3.ed. Rio de Janeiro: RT, 1991.

Estudo da biosfera
1 Introdução

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A biosfera é o conjunto de regiões do planeta que possibilitam a existência permanente
de seres vivos. Portanto, seu estudo é essencial para o conhecimento dos fatores que possibilitam o
desenvolvimento das diversas espécies de seres vivos, suas necessidades e seu relacionamento
com o meio ambiente. A biosfera, para efeito de estudo, é dividida em atmosfera, que é a camada
gasosa que circunda o planeta, litosfera, que é a parte sólida acima do nível das águas, e hidrosfera,
representada pelos corpos hídricos, como rios, lagos e oceanos.
1.1 O estudo da ecologia
A palavra ecologia, criada pelo biólogo alemão Ernest Haeckel em 1866, deriva de dois
vocábulos gregos, oikos (casa) e logos (estudo). Portanto, ecologia significa o estudo da casa ou, em
outras palavras, o estudo do lugar onde se vive.
Ecologia é uma ciência que estuda as relações que ocorrem entre os seres vivos e, entre
estes e o meio ambiente.
A ecologia é dividida em auto-ecologia e sinecologia. A auto-ecologia trata das
relações que ocorrem entre uma determinada espécie e seu meio físico de atuação, como os fatores
ambientais que possibilitam seu desenvolvimento, além da ação do meio sobre suas características
individuais de comportamento, morfologia e fisiologia. A sinecologia estuda a integração entre as
diferentes espécies que ocupam um mesmo ambiente, como estas se correlacionam e de que
maneira interagem com o meio ambiente.
1.2 Alguns conceitos básicos
Meio Ambiente - são características físicas de determinada região. Meio ambiente:
expressão usada para designar interação entre o conjunto de condições naturais, os organismos
vivos e os seres humanos e suas mútuas influências.
Indivíduos - é a unidade biológica. O indivíduo é uno caracterizado pela uniformidade
genética.
Espécie - é o conjunto de indivíduos semelhantes (estruturalmente, funcionalmente e
bioquimicamente) que se reproduzem naturalmente, originando descendentes férteis. Ex.: Homo
sapiens.
População - é o conjunto de indivíduos de mesma espécie que vive numa mesma área
em um determinado período. Ex.: população de ratos em um bueiro, em um determinado dia;
população de bactérias causando amigdalite por 10 dias, etc.
Comunidade ou Biocenose - é o conjunto de populações de diversas espécies que
habitam uma mesma região num determinado período. Ex.: seres de uma floresta, de um rio, de um
lago de um brejo, dos campos, dos oceanos, etc.
Ecossistema ou sistema ecológico - é o conjunto formado pelo meio ambiente físico, ou
seja, o biótopo (formado por fatores abióticos como: ar, luz, calor, ventos, água e solo) mais a

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comunidade (formada por componentes bióticos - seres vivos) que com o meio se relaciona. Dentro
de um as mesmas áreas podem existir vários ecossistemas com seu ambiente, seus ciclos de
energia e da alimentação; portanto não é coreto afirmar, por exemplo, em ecossistema amazônico ou
ecossistema litorâneo.
Biótopo - área física na qual determinada comunidade vive. Por exemplo, o habitat das
piranhas é a água doce, como, por exemplo, a do rio Amazonas ou dos rios do complexo do Pantanal
o biótopo rio Amazonas é o local onde vivem todas as populações de organismos vivos desse rio,
dentre elas, a de piranhas.
Os ecossistemas são unidades constituídas pelo meio físicas e os diversos seres que
nele habitam. Portanto podemos representar o ecossistema pelo conjunto: Ecossistema = biótopo +
biocenose.
A biocenose representa os componentes bióticos, ou seja, os seres vivos. Em um
ecossistema seus componentes bióticos e abióticos se inter-relacionam de maneira equilibrada e
dinâmica que se traduz em um fluxo de energia e um ciclo de matéria. O ecossistema é o objeto do
estudo ecológico, o qual estabelece suas dimensões de acordo com sua conveniência. São
exemplos de ecossistema: os mares, os lagos, as florestas ou unidades menores, como o
ecossistema que se desenvolve no interior das folhas da bromélia. Esta espécie vegetal (com
características morfológicas semelhantes ao abacaxi) retém, no receptáculo formado por suas folhas,
umidade suficiente que possibilita o desenvolvimento de algas e de toda uma microfauna.
Ecótono entre dois ecossistemas constituídos por comunidades diferentes há uma zona
de transição onde são encontrados exemplares das comunidades limítrofes, além das espécies da
própria região. Esta zona de transição é conhecida como ecótono.
Bioma é um amplo conjunto de ecossistemas terrestres caracterizados por tipos
fisionômicos semelhantes de vegetação. As diferentes espécies da flora e da fauna se desenvolvem
nas regiões climáticas onde melhor se adaptam. Ao conjunto de seres vivos e ao clima de uma
determinada região denominamos bioma. Exemplo: Cerrado, Mata Atlântica, Caatinga, as pradarias,
as florestas tropicais e os desertos são exemplos de bioma.
Biosfera - é o conjunto de todos os biomas da Terra. A biosfera é toda vida, seja ela
animal ou vegetal, ocorre numa faixa denominada biosfera, que inclui a superfície da Terra, os rios,
os mares, lagos e oceanos e parte da atmosfera. A biosfera refere-se à região do planeta ocupada
pelos seres vivos. É possível encontrar vida em todas as regiões do planeta, por mais quente ou frio
que elas sejam. E a vida é só possível nessa faixa porque aí se encontram os gases necessários
para as espécies terrestres e aquáticas: oxigênio e nitrogênio.
Nicho ecológico – é o conjunto de diversas variáveis ambientais relacionadas a uma
determinada espécie, tais como o habitat onde se encontra, seu papel no ecossistema (herbívoros,

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carnívoros, decompositores, etc.), seu poder de adaptação a fatores limitantes (umidade, pH, tipo de
solo, etc.) e necessidades de reprodução (locais de tocas).
Habitat - é o ambiente particular que uma espécie é comumente encontrada.
Seleção natural - a concorrência (luta) entre os indivíduos pela sobrevivência faz com que
sobrevivem, os que apresentam maior capacidade de adaptação ao meio ambiente.

1.3 Elementos essenciais presentes na biosfera


A biosfera caracteriza-se por apresentar elementos essenciais ao desenvolvimento dos
seres vivos, como a luz, que fornece energia para a síntese de matéria orgânica pelas planas
clorofiladas, calor e água, que desempenham um importante papel nas regiões químicas do
metabolismo celular. A água atua também como agente de veiculação dos nutrientes para os seres
vivos. Além disso, existem fatores que atuam como agentes de proteção, permitindo a sobrevivência
dos seres, como grandes massas de água e o gás carbônico atmosférico (CO 2), que contribuem para
o equilíbrio térmico do planeta, e a presença de uma camada de ozônio, que minimiza os efeitos
nocivos das radiações ultravioletas.
Condicionantes primários da biocenose - os condicionantes para a existência e
desenvolvimento de populações são a energia, a diversidade, a matéria e o espaço. A vida depende
do sol, que fornece “energia” na forma de luz e calor. A “diversidade” fornece condições aos seres
vivos de opções contra possíveis restrições ambientais. A “matéria” tem sua produção restrita em
função dos outros condicionantes. O espaço vital pode determinar o desenvolvimento e uma
população por limite físico.
As necessidades dos seres vivos só se desenvolvem em ambientes que possibilitam a
realização de suas funções básicas de nutrição, reprodução e proteção contra os predadores e
agressões naturais do meio ambiente, de acordo com as necessidades específicas de cada espécie.

1.4 Nutrição dos seres vivos


É o processo pelo qual o ser vivo obtém energia, na forma de composto orgânico, para a
formação e desenvolvimento do organismo, bem como para a realização de suas atividades
biológicas. Os seres que sintetizam matéria orgânica a partir de substâncias inorgânicas são
chamados de autótrofos (auto = próprio; trophos = nutrir). Quando a energia necessária à síntese
dos compostos orgânicos é obtida da luz, estes seres são denominados fotossintetizantes, e sua
capacidade é atribuída à presença de um pigmento verde, a clorofila, que capta a energia solar.
Fotossíntese: CO2 + H2O → C6H12O6 + O2
Os seres fotossintetizantes são representados pelos vegetais. Algumas bactérias
sintetizam compostos orgânicos obtendo a energia necessária para o processo de síntese através de

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reações químicas que provocam no meio ambiente. Estas bactérias são denominadas
quimiossintetizantes e sua produção de matéria orgânica é muito pequena. São chamados
heterótrofos (são os seres vivos que não são capazes de produzir o seu próprio alimento) os seres
que se alimentam de compostos orgânicos existentes no meio ambiente, como outros organismos ou
seus produtos. Estes seres são representados pelos animais, fungos e a grande maioria das
bactérias. Assim sendo, as plantas são indispensáveis aos seres vivos que não são capazes de
sintetizar substâncias orgânicas, fornecendo direta ou indiretamente todos os nutrientes de que
necessitam. Estabelece-se então entre estes seres um inter-relacionamento alimentar, onde um ser
se alimenta do outro, formando uma cadeia alimentar.
Existem algumas espécies de seres heterótrofos que se alimentam de matéria orgânica
morta e de dejetos biológicos, promovendo a reciclagem da matéria no ambiente físico, fornecendo
elementos minerais que vão servir aos produtores. Estes seres, representados principalmente pelas
bactérias e fungos, são denominados decompositores, micros consumidores ou saprófitos. O nível
trófico corresponde à posição que o ser vivo ocupa dentro de uma cadeia alimentar no processo de
obtenção de energia. De acordo com seu nível trófico, os seres vivos são classificados em
produtores (vegetais clorofilados), consumidores (animais) e decompositores (fungos e bactérias).
Nos ecossistemas, existe um fluxo de energia e de nutrientes como elos interligados de
uma cadeia, uma cadeia alimentar. Nela, os “elos” são chamados de níveis tróficos e incluem os
produtores, os consumidores (primários, secundários, terciários etc.) e os decompositores.
Níveis tróficos de uma cadeia alimentar:
Nível trófico1 (NT1): Autótrofos – São Produtores Primários, plantas verdes que realizam
a fotossíntese, ou seja, aqueles que produzem o próprio alimento através da fotossíntese. Formado
por todos os componentes fotossintetizantes, tais como gramíneas, ervas rasteiras, liquens, arbustos,
trepadeiras e árvores.
Nível trófico2 (NT2): Heterótrofos – São os Consumidores Primários, Herbívoros (são
todos os herbívoros, que no caso dos ecossistemas terrestres tratam-se de insetos, roedores, aves e
ruminantes).
Nível trófico3 (NT3): São os Consumidores Secundários – São os Carnívoros que comem
os herbívoros ou outros carnívoros.
Nível trófico4 (NT4): São os Decompositores – Fungos e bactérias que consomem mátria
orgânica morta.
Nível trófico5 (NT5): São Parasitas – Vivem as expensas ( à custa) da matéria orgânica
viva.
Os seres vivos obtêm energia para a realização de suas atividades biológicas através do
processo de queima, oxidação bioquímica, dos compostos orgânicos no interior das células,

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denominado respiração. Quando a oxidação bioquímica se processa na presença de oxigênio,
denomina-se de respiração aeróbia ou aeróbica. Quando na ausência de oxigênio, denomina-se
respiração anaeróbia ou anaeróbica. A respiração aeróbia possibilita a liberação de uma maior
quantidade de energia da molécula orgânica do que a respiração anaeróbia, fato este eu condiciona
somente o desenvolvimento de seres superiores aeróbios.
Parte da matéria orgânica produzida será oxidada a fim de liberar a energia de que as
células precisam para realizar suas atividades vitais. A reação básica deste processo é a respiração
aeróbia.
Respiração aeróbia:
C6H12O6 + O2 → CO2 + H2O + energia

Temperatura: A ação da temperatura no vegetal exerce, portanto, grande influência na


produção final; pois pode afetar todas as fases e os processos fisiológicos, como a germinação, o
crescimento, a floração, a frutificação, os processos de FS e respiração, a transpiração, as atividades
enzimáticas, a permeabilidade das membranas celulares, absorção de água e de nutrientes e a
própria velocidade das reações químicas, podendo induzir precocidade ou retardar a produção final.
Água: Sem dúvida é um dos mais importantes dos fatores para o vegetal, sendo
considerado como essencial à vida, ao crescimento e ao desenvolvimento da planta. É a água o
principal constituinte do vegetal (50% nas plantas lenhosas e cerca de 80 a 95% nas herbáceas);
atua no transporte deslocando solutos (água e nutrientes) e gases, como reagentes no metabolismo
básico (fotossíntese, hidrólise dos carboidratos), na turgescência (a presença da água na célula faz
aumentar a pressão) celular, responsável pela forma e estrutura dos órgãos (folhas, flores e frutos),
na penetração do sistema radicular no solo, e é essencial também para o crescimento, através da
expansão celular.
Radiação solar:
Alta luminosidade e alto teor de CO 2 favorecem a formação de carboidratos e de
sacarose.
Alta luminosidade, baixo teor de CO 2 e alto teor de oxigênio favorecem a formação de
glicose.
Baixa luminosidade induz à formação de ácido aspártico e de ácido glutâmico.
Conclusão: É muito importante conhecer os fatores ambientais para através do controle
dos mesmos, tentar aumentar a produção vegetal.
Com relação aos fatores edáficos, breve comentário, sobre a atuação na produção do
vegetal.
Solo: Camada superficial da crosta terrestre que é resultante conjunta do material de

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origem, do clima, dos organismos vivos, do relevo e do tempo em si para formar uma determinada
estrutura para que a planta tenha um substrato adequado ao seu crescimento e desenvolvimento.
O importante para o vegetal é haver uma adequada relação entre as propriedades físicas
(textura, estrutura, profundidade, permeabilidade) e as propriedades químicas (fertilidade, acidez,
salinidade e ao teor de matéria orgânica).
Os principais constituintes do organismo vegetal são: o carbono que não provem do solo
e sim do ar CO2 (44% de Carbono) através da fotossíntese. O oxigênio com 46% de a constituição
vegetal prover do ar (CO2 pela FS) e da H2O do solo. O hidrogênio prove da água do solo por meio da
absorção, com contribuição de6%. Assim, com esses três elementos a formação totaliza 96% da
biomassa do vegetal. O restante “4%” dos nutrientes é formado pela absorção destes juntamente
com a água do solo; esses elementos químicos são: Ca, Mg, N, K, S, P – chamados de
macronutrientes e os micronutrientes são Mo, Fe, Zn, Cu, Cl, B, Mn. Os 16 elementos essenciais
são: C, O, H, N, P, K, Ca, Mg, S, Mo, Fe, Zn, Cu, Cl, B, Mn.
Os elementos essenciais são aqueles que na ausência ou na deficiência de um deles a
planta não completa seu ciclo vital.
O sol proporciona grande fonte de energia para o crescimento e a produtividade dos
vegetais.
Autotróficos (produtores) depende diretamente da energia solar.
Heterotróficos (consumidores) dependem indiretamente da emergia do solo.
As fontes de energia terrestre mais usada são realizadas pela fotossíntese, destacando-
se: alimentos, álcool, madeira (biomassa), petróleo, carvão e gás natural.
Em síntese, a energia total disponível para os processos físicos e químicos das plantas é
proveniente da energia do sol. Temos, assim: 1) Produção Primária ou Biológica – Biomassa. 2)
Produção Econômica ou Agrícola.
1) Conceitos básicos em Ecologia: A determinação é convenientemente subdividida
por níveis hierárquicos desde: Moléculas → Células → Tecidos → Órgãos → Organismos
(Indivíduos) → Populações → Comunidades.
A comunidade (componentes bióticos) considera junto com seu ambiente (componente
abiótico) é um ecossistema e, todos os ecossistemas da Terra constituem a Biosfera.
Sistema ecológico → 1) Complexo biológico que é parte biológica. → 2) Complexo
ambiente que é parte física.
Luz - Fotossíntese
As plantas são transformadoras primárias de energia solar através da fotossíntese (FS),
sendo sua eficiência fator determinante da produção vegetal. A eficiência da FS pode ser
determinada em termos de conversão da energia solar em fitomassa (biomsassa), produtos úteis. A

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eficiência fotossintética de conversão da radiação fotossinteticamente ativa (RFA) varia de 400 a 700
nm. Em condições ótimas de sol registram-se eficiência de 3-4% para as plantas do tipo C 3 e de 5-
6% para plantas tipo C4 (maioria das gramíneas). A irradiação solar é a força motora do processo
fotossintético, e, portanto, no crescimento das plantas. A quantidade de radiação recebida determina
o limite máximo da produção de biomassa e determina a distribuição ecológica das plantas por
influenciar o seu balanço energético e temperatura.
A radiação solar é a principal forma de energia que a Terra recebe e, essa radiação
chega até nós por meio de ondas eletromagnéticas cujos comprimentos variam de 290 nm até
aproximadamente 3000 nm.
A radiação solar que alcança a superfície do nosso planeta pode ser basicamente
separada em dois componentes, um quando a radiação é direta, outro quando ela é refletida ou
espalhada por nuvens e pela atmosfera (exemplo: luz difusa). A radiação independente de ser direta
ou difusa pode ser separada em duas bandas:
1) Radiação de baixo comprimento de onda < 3000 nm .
2) Radiação térmica > 3000 nm.
A Radiação de baixo comprimento de onda tem efeitos sobre crescimento das plantas.
Radiação e Vegetação
As plantas crescem e usam água porque interceptam a radiação quer seja diretamente do
sol, ou indiretamente de firmamento ou da própria atmosfera. Essa radiação chega às plantas como
radiação direta ou radiação difusa (Figura 1).

Figura 1 - Representa comunidades de plantas dentro do dossel.

A radiação incidente sobre as plantas é absorvida, transmitida ou refletida. Se por outro


lado a radiação absorvida se mantém relativamente constante, a reflexão aumenta e transmissão
diminui com a obliquidade dos feixes solares em relação à superfície foliar. Fotossíntese e
transpiração utilizam parte da energia absorvida. O restante é perdido por radiação, condução e
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convecção.
A distribuição da radiação solar dentro da comunidade vegetal baseia-se,
principalmente, na interceptação da radiação pelas plantas. Além disso, outros fatores como
reflexão, transmissibilidade e réstias da radiação solar são importantes na distribuição da
radiação dentro da comunidade de plantas. A transmissibilidade de luz varia com a idade da
folha, teor de clorofila, etc. Assim as folhas novas possuem transmissibilidade maior do que as
folhas maduras, e as folhas senescentes transmitem mais do que as folhas maduras. Portanto,
a transmissibilidade varia com o teor de clorofila, a espessura da folha e cobertura (cutícula,
cera), etc.
A Radiação de baixo comprimento de onda divide-se:
1) Luz Ultravioleta (< 280 - 400 nm): com o comprimento de onda < 280 nm causa morte
mais rápida, principalmente nos tecidos mais tenros. Quando este comprimento de onda se encontra
entre 280 a 315 nm, é prejudicial. Na faixa que varia de 315 a 400 nm ocorre efeito morfogênico
(produção ou evolução dos caracteres morfológicos).
2) Luz Infravermelha: Esta faixa se encontra acima de 720 nm.
3) A radiação que ocorre na faixa da luz visível varia de 400 a 720 nm. Chamada
Radiação Fotossinteticamente Ativa (RFA), Figura 2.
Os raios ultravioletas com comprimento de ondas < 400 nm constituem 1% da radiação
total do sol.
Os raios visíveis (400 a 700 nm) chegam, aproximadamente, a 39% da radiação total do
sol que chega a Terra. Lembra-se das cores do arco-íres.
→ Os raios infravermelhos > 720 nm proporcionam 60% da radiação total do espectro solar.
Responsável pelo aquecimento.

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Figura 2. Absorção da luz em função do comprimento de onda (nm).

Pode-se notar que diferentes comprimentos de onda não são igualmente eficientes na
fotossíntese, ocorrendo dois picos máximos de ação, um ao redor de 655 nm (pico máximo de luz
vermelha) e outro ao redor de 420 nm (pico máximo de luz azul). O comprimento da luz azul varia de
400 a 450 nm e o comprimento da luz vermelha varia de 600 a 700 nm.
No intervalo entre 450 e 600 nm a absorção é de nível muito baixo, sendo elevada à
reflexão. O intervalo deste comprimento de onda está situado no final do azul, no verde, no amarelo e
no início do laranja.
Esta faixa do espectro de emissão solar (450 a 600 nm) possui elevada energia, é
rejeitada pela planta por questões de ordem fisiológica. A absorção dessa faixa acarretaria em
aumento demasiado da energia interna do sistema foliar, ocasionando desequilíbrio enzimático e
aceleração de reações bioquímicas e de troca de CO 2 e de água com o meio, o que seria prejudicial
ao processo biológico.
A fotossíntese é um processo fotoquímico.
A quantidade de radiação recebida pela Terra varia muito dependendo do ponto do
planeta, da estação do ano ou das condições atmosféricas gerais. As nuvens, o vapor d’água, a
poluição atmosférica podem refletir e enviar de volta ao espaço ou absorver parte considerável da
radiação que teoricamente atingira a terra.
As plantas clorofiladas as que vivem nos continentes como árvores, arbustos, gramíneas
e outras, e também as que vivem nas águas dos rios e dos oceanos, principalmente, as algas. Em
presença de a luz solar, captam o gás carbônico (CO2) do ar e, com a participação também da água,
elaboram alimentos orgânicos (fotoassimilados) do grupo dos açúcares; principalmente estes que
servirão depois para os próprios vegetais e em seguida para todos os demais animais da Terra CO2 +
H2O → C6H12O6 (glicose) + O2 ou sacarose formando a Biomassa. Esta acumula a cada instante
após a realização da FS(Fotossíntese).
Como resíduos da FS, as plantas verdes ainda eliminam o oxigênio, que servem para a
respiração das plantas e dos animais. Por isto se vê a importância da FS e da luz para a vida no
planeta.
As plantas são seres autotróficos. Ocupam a base de qualquer cadeia alimentar. Os
vegetais não clorofilados (bactérias e fungos) que não sintetizam o alimento orgânico são chamados
seres heterotróficos. Nem todas as plantas aceleram a FS quando aumenta a luz, o que permite
fazer a classificação: 1) vegetais heliófitos que crescem proporcionalmente ao aumento da luz
(espécie vegetal que só pode crescer e reproduzir-se sob insolação direta; exemplo maioria das
árvores, gramíneas, etc.); 2) vegetais ciófitos ou ombrófitos (umbrófitos) vegetais que ocorrem em

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ambientes sombreados onde a umidade é alta e, constante ao longo do ano, que crescem
proporcionalmente ao aumento da luz até mais ou menos 10 a 15 por cento da luz total, e depois
disso, pouco aproveitam. Há casos em que se chega a observar uma parada no aumento
proporcional da FS. Tem caso que ocorre a morte da planta por inanição.
Termoperiodicidade estacional tem grande influência na floração, e consequentemente
na produtividade econômica. Neste caso, ela interfere no balanço hormonal do vegetal. No outono, e
por ocasião da aproximação do inverno, a temperatura e o comprimento do dia diminuem. Inicia-se a
indução de dormência da planta, principalmente das gemas, e ocorre um aumento gradual ao
nível de inibidores do grupo químico dos fenóis ou da categoria de reguladores natural, o ABA (ácido
abscísico), e concomitantemente, ocorre um declínio dos promotores (giberelinas), principalmente
nas folhas e nas gemas terminais do caule. Com abaixamento mais acentuado da temperatura por
ocasião do inverno, ocorre a chamada quebra da dormência, sendo que o período de tempo e a
temperatura necessária para tal variam de plantas para plantas. Esse abaixamento de temperatura
resulta em uma diminuição dos inibidores, e por ocasião da primavera, com o gradual aumento da
temperatura, inicia-se o aumento dos promotores de crescimento e as gemas reiniciam o
desenvolvimento. Este processo, o choque de frio (vernalização), pode ser feito para induzir a
floração em plantas que necessitam deste procedimento, como no caso da indução do florescimento
para posterior produção de sementes.
Em cada ano, as plantas da Terra combinam cerca de 150 bilhões de toneladas de
carbono com 25 bilhões de toneladas de hidrogênio, liberando 400 bilhões de toneladas de oxigênio.
Mais de 80% desse processo são realizados pelas algas microscópicas sob a superfície das águas
oceânicas. Menos de um quinto do processo é que é realizado pelas plantas dos continentes.
Para cada espécie vegetal existem um mínimo e um máximo de luminosidade dentro de
cujo intervalo se situa um ponto ótimo de iluminação. A luz solar é também indispensável aos
processos óticos dos órgãos visuais dos animais, em geral. Exerce, outrossim, papel importante na
pigmentação cutânea. Animais que vivem expostos à radiação solar mais intensa (como nos desertos
e nas montanhas) são normalmente mais pigmentados ao passo que os que vivem em lugares
sombrios (nas cavernas) são despigmentados, são animais albinos.
Os seres vivos que suportam uma grande variação luminosa são chamados eurífotos.
Os que só conseguem viver dentro de estreita faixa de luminosidade são os estenófotos. Há, ainda,
o caso dos que se sentem atraídos para a luz, como acontece a mariposa e o cupim. Denominam-se
animais lucífilos, ao contrário, de outros como toupeira, besouros (que vivem no tronco da madeira),
tatu que fogem da luz, os chamados de lucífobos. A luz pode também regular a atividade
locomotora de um animal, fato este que se chama fotocinese. É, por exemplo, o que acontece com
as larvas de caranguejo Pinmotheres maculatum que se movem com maior velocidade e recebem

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mais luz.
O amadurecimento das glândulas sexuais em pássaros ocorre quando o dia tiver
determinada duração. O canto matinal de aves está associado à determinada intensidade de luz e as
migrações bem como revoadas de determinados insetos depende da duração e da intensidade da
luz. Os hábitos dos animais variam; enquanto uns têm hábitos diurnos, como moscas, borboletas, e a
grande maioria dos pássaros, outros apresentam hábitos noturnos, como corujas, morcegos, ratos e
baratas. Quando o dia é muito curto, alguns animais entram em letargia, preparando para o sono
hibernal. Este fenômeno ocorre especialmente nas altas latitudes.
No mar, a intensidade biológica é mais acentuada na plataforma continental onde há
penetração da luz, e diminuição gradativamente com o aumento da profundidade.
Certos órgãos das plantas, embora fixos, apresentam um movimento orientado pela ação
da luz do sol. A isso se dá o nome de heliotropismo. As raízes se afastam da luz solar – são
dotadas de heliotropismo negativo; já os caules têm-no positivo. As plantas que rastejam sobre o
solo são de caule com plagiotropismo. Quiescência é quando as sementes ficam em repouso no
solo, não germinando; elas vão germinar quando uns dos fatores responsáveis como temperatura,
luz, água e oxigênio não forem limitantes, mesmo as sementes não estejam dormentes. A ausência
de qualquer um desses fatores as sementes não germinam. A quiescência é diferente da dormência
das sementes. A dormência está relacionada com coisas inerentes as sementes, ou seja, embrião
ainda não bem formado, tegumento duro, etc.
A germinação também é influenciada, germinando certas plantas na sombra, outras na
luz. As embaúbas (gênero Cecropia) germinam na luz e, formando uma verdadeira colônia, vão fazer
sombra e impedir a germinação de novas embaúbas.
Há certos seres vivos, tanto animais como plantas que produzem luz. É o que se chama
bioluminescência. Incluem certas bactérias, fungos, protozoários, esponjas, corais, crustáceos,
lesmas, lulas, insetos (como pirilampos e vagalumes) e ainda algumas espécies de peixes.
Nas células destes seres há uma substância química especial chamada luciferina, que
produz com a ação enzimática de um fermento chamado luciferinase.
A luz varia com a latitude: nas regiões equatoriais ela é praticamente constante o ano
todo e diminui em direção aos pólos. A maior insolação não ocorre no equador por causa da contínua
cobertura de nuvens, e sim, nas altas pressões subtropicais que são centros de dispersão, áreas
sem nuvens, especialmente quando associados aos desertos.
Temperatura
A temperatura determina a distribuição dos vegetais e, em consequência, a distribuição
dos animais, juntamente ao lado da luz e da água. Cada espécie de ser vivo tem um mínimo e um
máximo dentro de cujo intervalo está localizado um ponto de temperatura. Assim, as temperaturas

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mais favoráveis à vida giram em torno dos 10 e 30 oC. As plantas não suportam ambientes acima de
40 oC, mas, como exceção, vai encontrar as chamadas algas termais, num meio de mais de 75 oC.
Algumas algas marinhas das regiões temperadas vivem normalmente a menos de 2 oC. Todo ser
vivo tem como parâmetro uma temperatura mínima e uma temperatura máxima, as quais, quando
ultrapassadas, resultam em morte. Entre estes limites, temos a temperatura ótima, que varia no
decorrer do período vegetativo.
A temperatura mínima para a maioria das plantas tropicais está ao redor de 10ºC
enquanto nas regiões temperadas este valor pode baixar para 5 ºC. Em temperaturas mais baixas os
vegetais congelam, porém necessariamente não morrem, pois se elevando a temperatura, reiniciam
novamente no ciclo vegetativo. Também para os animais a temperatura mínima é importante e se
reflete na sua distribuição espacial. Muitos vegetais e animais estão excluídos de regiões que
apresentam temperaturas extremas, pois estas realizam papel seletivo. Assim, o número de espécies
diminui gradativamente do equador em direção aos pólos. Animais de eras geológicas passadas,
existentes ainda hoje, são especialmente sensíveis ao frio. Para os recifes de corais, a temperatura
mínima é de 20 oC, enquanto que para os crocodilos, 4 oC e para as saúvas, 5 oC.
A Temperatura máxima para a vegetação, de modo geral, pode ser fixada ao redor de
40 oC, apesar de haver espécies de regiões desérticas e semidesérticas que suportam temperaturas
mais elevadas. Para os animais as temperaturas máximas estão ao redor de 50 oC, porém, como
podem locomover-se, procuram abrigar nas horas ou períodos de altas temperaturas. Na fauna
existem diferentes tipos de defesa contra o calor:
1) Enterrando-se no solo; 2) Cores claras do pêlo ou penas que refletem os raios solares;
3) Pêlo grosso que funciona como isolante; 4) Elevação da transpiração com redução da
temperatura.
A larva da mosca Ceratitis capitata morre depois de sete semanas se a temperatura for
de 7oC.
O físico van´t Hoff tem uma Lei segundo a qual as reações químicas teriam sua
velocidade aumentada duas e até três vezes a cada aumento de 10 oC na temperatura do meio. Ora,
acelerando as reações enzimáticas que se passam dentro das células, à temperatura aumenta,
igualmente, o desenvolvimento dos seres vivos. Sementes de bracatinga (uma espécie de árvore que
fornece madeira no Sul do Brasil) germinam muito mais depressa se forem tostadas ao fogo. Os ovos
do arenque que só dão alevinos no final de 40 a 50 dias, sob temperatura de 5 oC, rompem-se em
filhotes ao cabo de 6 a 8 dias com a temperatura em torno de 16 oC.
Classificação dos animais quanto à temperatura
Os animais podem ser de dois tipos gerais, segundo a temperatura:
1o) Animais Homeotermos – temperatura corporal constante. Têm ampla distribuição

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geográfica no mundo.
São animais que conseguem mantê-la constante, apesar das variações da temperatura
do ambiente, daí serem chamados de sangue quente, como os Mamíferos e as Aves. São seres
chamados euritermos.
2o) Animais Pecilotermos – temperatura corporal variável.
São animais que não conseguem mantê-la constante. Ela desce ou sobe acompanhando
as flutuações do meio. Isto ocorre com os invertebrados, com os peixes, com répteis e os anfíbios.
Animais Pecilotermos não resistem às variações de temperatura em grandes amplitudes (seres
estenotérmicos), só vivem dentro de uma estreita faixa de distribuição, à face da Terra. Em sua
maioria, os seres marinhos, vivendo em um ambiente onde estas variações térmicas não são
pronunciadas como no meio terrestre, são muito sensíveis a qualquer alteração na temperatura.
Semelhantes mudanças chegam mesmo a funcionar como verdadeiras barreiras. O contato, por
exemplo, que se estabelece entre a corrente quente e a corrente fria, ocasiona nas águas a morte
brusca de muitos animais. Aliás, no meio aquático, as mutações térmicas mais acentuadas ocorrem
justamente nas regiões superficiais, em decorrência da insolação diurna e resfriamento noturno, daí a
média de 32oC para os mares quentes e 2 oC para mos frios. Nas camadas mais profundas,
temperatura média gira em torno dos 4oC.
Os homeotermos conseguem manter constante a temperatura corporal porque são
dotados de mecanismos. Entre estes recursos de termogênese (produção de calor) veremos os mais
importantes:
Presença de penas e de pelos. O tigre da Mandchúria distingue do tigre de Sonda por
apresentar um pelágio muito mais comprido. O antílope do Tibete apresenta densa pelagem. Ao
contrário, animais de ambientes quentes têm a maior parte do corpo inteiramente nua como acontece
com os abutres, com o marabu, a ema e uma espécie de cão encontrado no México.
Presença de panículo adiposo. Panículo é a camada de gordura que se deposita sob a
pele de muitos animais servindo de isolante térmico. As baleias servem de exemplo: pesando umas
150 toneladas, a baleia azul (Balaenoptera musculus) apresenta mais de 50 toneladas só deste
panículo adiposo.
Migração das aves. As cegonhas viajam da Europa até o Sul da África, na migração de
outono, num percurso de mais de 10 mil km, com curtos intervalos de repouso em picos escarpados.
As andorinhas, quando chega o inverno, também abandonam a Europa, atravessando o Mar
Mediterrâneo e passam uns seis meses em terras africanas. Na América há casos de outras
andorinhas que nidificam na Argentina e no Paraguai e que vão passar o inverno na Costa do Caribe.
Mesmo as aves pequenas podem percorrer distâncias enormes, com deslocamentos rápidos,
diariamente, superior a 200 km, como é o caso de outra espécie de andorinhas, agora norte-

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americana, lá do Ártico que se desloca até as regiões do Pólo Sul.
Sono hibernal e sono estival. O urso, a marmota, o ouriço-cacheiro, o leirão, o morcego
e outros animais, para melhor resistir ao ambiente muito frio, entram numa espécie de morte
aparente, estando, no entanto, vivos (vida latente) com sensível redução de suas atividades vitais. É
o sono hibernal. Já há outros de ambientes quentes que recorrem a tais expedientes para resistir ao
calor. Isso se dá, por exemplo, com uma espécie de lagarto mexicano. É o sono estival.
O calor influência na FS, diminuindo-a consideravelmente em plantas aquáticas. Afeta
ainda o apetite de certos animais. Há um peixe (Coregonus clupeaformis) que não come mais em
temperatura acima de 25oC no logo, de modo que numerosa população fica reduzida em tamanho.
Classificação das floras quanto à temperatura
Há três tipos de flora: 1) Flora dos trópicos (correspondente à zona equatorial); 2) Flora
das zonas temperadas; 3) Flora das regiões árticas.
Ainda levando em conta o fator temperatura, estas floras podem apresentar esta
discriminação: 1) florestas; 2) savanas; 3) estepes; 4) tundra; 5) desertos.
Num esquema muito bem resumido de Fitogeografia, podemos fazer as seguintes
distinções fundamentais: as florestas apresentam vegetação do tipo predominantemente arbóreo. As
estepes e as áreas recobertas pela tundra são do quadro de vegetação do tipo herbáceo. As savanas
são do tipo intermediário, vegetação do tipo arbóreo-herbáceo. E por fim os desertos não têm
vegetação, a menos em seus rasos oásis.
Correlacionando temperatura com os seres vivos, podemos afirmar quanto à vegetação:
1 - Em regiões de altas temperaturas e umidade, regiões equatoriais, há numerosas
espécies, porém poucos indivíduos, dando-se o inverso nas altas latitudes.
2 – A reprodução (representação) implica na redução do tamanho das espécies.
3 - A absorção de nutrientes, o metabolismo e a consequente produção de fitomassa são
mais rápidos nas regiões quentes e úmidas e decresce com o aumento da latitude.
Quanto à Fauna
1 – Lei do tamanho ou lei de Bergmann – Animais endotermos da mesma espécie são
maiores em regiões frias do que em regiões quentes. Ex: o porco selvagem da Sibéria tem o dobro
do tamanho que o da Espanha, a raposa na Inglaterra, o dobro da raposa na Austrália (onde foi
introduzida).
2 – Lei das proporções ou Lei de Allen – Extremidades e apêndices (rabo, orelhas,
pernas, asas e bicos) de endotermos nas regiões quentes são maiores do que as da mesma espécie
em regiões frias. Ex: raposas, gatos selvagens.
3 – Lei de coloração ou Leide Gloger: espécies endotermos de regiões quentes e úmidas
apresentam coloração mais escura do que as de regiões frias e secas. Ex: lobos, raposas e lebres.

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4 – Lei de proporção cardíaca ou Lei de Hesse: A necessidade de produzir maiores
quantidades de calor/energia (face às temperaturas ambientais mais frias) faz com que animais das
regiões frias apresentam volume e peso maior de coração do que os da mesma espécie das regiões
quentes.
3 – Água no solo
Não concebe a vida sem a água. Pelo menos nos moldes como a vida é encontrada aqui
na Terra. Ela entra na composição da célula de todos os seres vivos; toma parte em todos os
processos biológicos, celulares; dissolve um sem-número de substâncias (chamadas por isso
hidrófilas) que estão constituindo o protoplasma vivo; constitui substâncias importantes na
estabilização das partículas coloidais e as proteínas celulares estão, outrossim, neste estado
coloidal. Por fim, a água atua como reagente químico em muitos processos metabólicos.
Sua quantidade varia de espécies para espécies. As medulas, por exemplo, que o povo
conhece pelo nome de água-viva, são formadas de quase 99% só de água. Já as sementes
apresentam um teor entre 3 a 5%. Mesmo dentro de uma espécie, esta quantidade hídrica vai
depender da idade do indivíduo considerado. A criança, ao nascer tem uns 90%. O adulto apenas
65%. Além disto, deve-se levar em conta de que há variação também de órgão para órgão.
Há certos vegetais que só vivem em lugares onde haja muita água. São os vegetais
hidrófilos ou hidrófitos. Desenvolvem-se em sítios alagados, em terrenos úmidos como os pantanais
do Amazonas, de Mato Grosso, etc. Mas há outros que, ao contrário, conseguem viver em lugares
áridos como a caatinga do Nordeste; são os vegetais xerófilos.
Umidade relativa do ar
A umidade é tão necessária para os seres vivos quanto à temperatura, pois influi de
forma decisiva na existência e distribuição dos seres vivos. O balanço entre precipitação (P) e
evaporação (E) nos indica se uma região é úmida (P > E) ou seca (P < E).
O grau higroscópico do ar de uma região é fator de fundamental importância nas
paisagens florísticas e nos aspectos faunísticos desta região. Ele depende de várias circunstâncias
climáticas e geográficas com, por exemplo, a proximidade de vastas coleções de água (presença de
mares, de lagos, de rios), a quantidade de chuvas, a frequência destas chuvas, etc.
Alta umidade do ar corresponde a uma vegetação hidrófita como a que se desenvolve em
ambientes úmidos, nesses casos se situando também os vegetais umbrófilos que vivem as sombras
das árvores maiores em plena floresta tropical, como é o caso dos musgos, dos epífitos, das
samambaias, das avencas, que não resistem à exposição direta do sol.
Acompanhando a Costa Leste do Brasil encontramos a camada Mata Atlântica. Ela deve
a sua exuberância à umidade do ar, decorrente dos ventos provenientes do mar, expandindo-se e
resfriando-se ao subirem o planalto na forma típica de neblina. Encontramos aí árvores como

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canelas, as figueiras, os jequitibás, os cedros, muitas leguminosas, as quaresmeiras, embaúbas ou
Cecropia, inúmeras palmeiras, além de epífitas das Orquidáceas.
Ainda no Brasil tendo por causa predominante à umidade do ar, dentro de um cerrado ou
mesmo de uma campina, podemos encontrar formações vegetais que entram em contrastes com o
meio em derredor porque são formações de árvores mais viçosas. São as matas galerias ou matas
ciliares.
Baixo grau de higroscópico do ar corresponde, ao contrário, a uma vegetação tipicamente
xerofítica, como acontece nas caatingas nordestinas, assoladas por um clima semi-árido, com
pequena quantidade de pluviométrica anual, ambiente propício para a família das Cactáceas.
Os vegetais precisam de água que sob forma de solução nutritiva no solo (solução do
solo), é absorvida pelas raízes e, sob forma de seiva, alcança as folhas onde realiza ‘ fotossíntese. A
necessidade de água varia entre as espécies. Para produzir 1 kg de milho são necessários 300 litros
de água e, para produzir 1 kg de arroz, 2000 L. Para produzir 1 g de matéria seca do eucalipto é
preciso de 300 g de água, enquanto que para produzir 1 g matéria seca de feijão é preciso de 800 g
de água, para 1 g de matéria seca de braquária são necessárias à utilização de 285 g de água.
Vegetais e animais podem ser classificados conforme a exigência de água em: -
Hidrófitos - são os vegetais que vivem na água (da qual retiram as substâncias nutritivas), podendo
fixar-se no fundo do leito ou serem flutuantes. Os animais aquáticos são chamados Hidrófilos.
Plantas e animais terrestres são:
Higrófitos: plantas que preferem locais muito úmidos. Apresentam folhas largas e finas,
desprovidos de mecanismos para redução da transpiração. Uma seca, mesmo curta, já é
problemática para os vegetais.
Higrófitos: são animais que necessitam ambientes úmidos. Apresentam o corpo
desprotegido contra perda de água como vermes, anelídeos (minhocas, etc.), e lesmas.
Xerófitos: são vegetais que suportam longo período de seca, pois necessitam de pouca
água. O aspecto xerofítico manifesta-se na própria estrutura e aparência das plantas, pois
apresentam recursos para reduzir a transpiração como: redução da superfície foliar (folhas pequenas
ou espinhos), cobertura de cera ou pêlos, ou películas courácea com menos números de estômatos,
recursos fisiológicos para acumulação de água nas folhas, tronco ou raízes. Na época em que há
abundâncias de água, a transpiração das plantas podem se elevar, já na época da seca, a força de
sucção ou força osmótica é muito elevada, extraindo da planta, água de um solo praticamente seco.
Cactáceas, musgos e liquens são representantes típicos.
Os animais xerófilos são os que precisam apenas de pequenas quantidades de água,
pois têm meios de defesa contra a seca como proteção por uma pele espessa ou cutícula resistente.
A água que os animais necessitam também pode ser obtida de forma indireta, através da vegetação

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ou pela reciclagem da urina (reabsorção). São exemplos típicos desta categoria: girafas, antílopes,
gazelas e camelos que podem viver longos períodos sem água.
Os animais necessitam da água para sobreviverem: água para beber e certo teor de
umidade no ar. A água constitui, ainda, para muitos animais, o meio onde possam toda a vida; os
protozoários e os peixes. Alguns animais podem, temporariamente, deixar o meio aquático com a
enguia, o caranguejo da Índia.
O alto teor de umidade reflete-se nos animais e vegetais por uma pigmentação mais forte
enquanto nas regiões secas a coloração é mais clara.
Os mesófitos ou mesófilos ocupam uma posição intermediária entre as duas classes
anteriores.
Pressão atmosférica
À medida que se sobe, a pressão atmosférica diminui de valor; assim, nas grandes
altitudes, a pressão é bem menor do que ao nível do mar. É aí também menor o teor de oxigênio
atmosférico – o que faz com que o número de glóbulos vermelhos no sangue dos animais mamíferos
aumente por milímetro cúbico.
Ao contrário, a cada 10 metros de profundidade nos mares e oceanos corresponde um
aumento de uma atmosfera de pressão, de sorte que nos abismos do fundo do mar a pressão é bem
acentuada. A uma profundidade de 10.5000 m como acontece na Fossa das Filipinas (a maior fossa
que se conhece) a pressão é da ordem de 1.050 atmosferas, o que quer dizer uma tonelada por
centímetro quadrado, condições estas a que estão adaptados os seres abissais.
Existem animais que vivem durante o dia a 400 m de profundidade e de noite vêm até à
tona da água, suportando, pois, amplas variações de pressão. São seres euríbacos ou euribáricos.
Salinidade
Há animais estritamente marinho. Nunca suportariam a água doce. Por exemplo: os
Cnidários, os Equinodermos, os Braquiópodes, os Ciclóstomos. Outros são estritamente de água
doce (dulcícolas). E nesse segundo caso se situam todos os anfíbios. São os estenoalinos, não
suportam variações de salinidade do meio ambiente.
O cálcio (elemento essencial) e silício são muito importantes no solo, tendo já sido feito
uma classificação de flora neles baseada. Haveria uma flora calcícola (Ca) e outra flora silicícola (Si).
Há certas plantas que estão nas pedras calcárias porque estas se esquentam mais do os granitos.
Assim, é uma relação física e não de ordem química da planta com o cálcio (por exemplo: flora
dolomítica). Outras vezes, ao invés da temperatura, é o pH. Os terrenos calcários são alcalinos,
possuindo uma flora característica.
Existem vegetais que só conseguem viver em meio onde devam absorver sais em altas
concentrações. Várias espécies de gênero Salicornia constituem colônias exatamente nos lugares

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mais salgados a beira-mar, assim como nas salinas abandonadas. Ainda neste grupo estão os
vegetais dos manguezais, das praias e das restingas. Denominam-se estas formações de halófitas
ou vegetais halófilos com a presença marcante da família das com a presença marcante da família
das Rizoforáceas.
Por outro lado, há animais que podem suportar variações de salinidade de tal maneira
que chegam mesmo a mudar de ambiente. Do mar passam para os rios e dos rios passam outros
para o mar. O caso mais notável é do salmão do Atlântico (Salmo salar), espécies chamadas
anadroma por viver nas águas salgadas e se reproduz nas águas doces. A enguia fornece exemplo
em contrário. É uma espécie catadroma. Vive na água doce e se reproduz no Mar de Sargaços. São
os eurialinos.
ORGANISMOS DO SOLO - FATORES BIÓTICOS
Os organismos do solo são importantes considerando que, além de constituírem fonte de
matéria orgânica para o solo, atuam na decomposição do material depositado sobre o solo liberando
compostos inorgânicos simples, em condições de serem utilizados pelas espécies vegetais. Como
regra geral, os organismos menores são encontrados em maior número e são específicos em sua
função. Dentre os organismos do solo, destacam-se:
1- Raízes – Quando vivas as raízes exercem uma série de influências sobre o meio. Ao
excretarem substâncias facilmente decompostas, favorecem o desenvolvimento de microorganismos
nas suas proximidades, aumentando a disponibilidade de nutrientes. Também favorecem a estrutura
do solo pela pressão exercida ao crescer, pela excreção de substâncias viscosas que funcionam
como aglutinadoras de partículas e pela incorporação de matéria orgânica após sua morte. O
intemperismo do solo é também favorecido pela pressão exercida pelas raízes sobre a rocha. Facilita
a infiltração de água e sua percolação pela formação de canais, o que favorece o arejamento. Ainda,
exercem grande influência sobre o equilíbrio da solução do solo devido à retirada de nutrientes e
interferências na sua disponibilidade devido à excreção de ácidos orgânicos que são solventes.
Ainda, as raízes podem servir como fonte de matéria orgânica já incorporada em grandes
profundidades.
2 - Bactérias – As bactérias são microorganismos encontrados no solo em grandes
quantidades e desenvolvem papel importante no desenvolvimento das plantas. Em ótimas condições
de temperatura, umidade, arejamento e alimentação, podem ser encontradas de três a quatro bilhões
de bactérias, por grama de solo, mais na superfície do solo. As bactérias, de um modo geral, são
sensíveis à acidez desenvolvendo-se melhor em pH entre 6 e 8 e, a temperatura ótima varia entre 20
e 35°C, aproximadamente.
De acordo com a forma de nutrição, as bactérias podem ser autotróficas e heterotróficas.
As bactérias autotróficas existem em pequeno número, mas são importantes por incluir as

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nitrificantes e oxidantes de enxofre. As heterotróficas dependem da matéria orgânica para obtenção
da energia e carbono.
A condição de arejamento é muito importante no desenvolvimento do tipo de bactéria e,
consequentemente, na fertilidade do solo. Existem as bactérias aeróbicas, anaeróbicas e facultativas.
No processo de decomposição de carboidratos e proteínas, há atuação tanto de bactérias aeróbicas
como anaeróbicas. Entretanto, existem as bactérias nitrificantes como Nitrosomonas e Nitrobacter
que atuam na oxidação de amônia para nitrito e, de nitritos para nitratos, respectivamente, que só se
desenvolvem em condições de bom arejamento. As oxidantes de enxofre, como a Thiobacillus, têm
a mesma exigência. Em condições de anaerobiose, as denitrificantes, como Bacillus e
Pseudomonas, atuam na redução do nitrogênio e Sporovibrio desulfurieans, na redução do
enxofre, prejudicando a fertilidade do solo.
3 - Fungos – Os fungos são organismos que dependem de material orgânico para a
obtenção de alimento e energia e podem ser saprófitas ou parasitas. O arejamento é necessário para
seu desenvolvimento e, o pH é variável. Ocorrem nos solos ácidos, neutros ou alcalinos sendo,
então, menos exigentes do que as bactérias e actinomicetos. A falta de competição em solos ácidos
favorece o seu aparecimento. Tem capacidade de sobreviver à secas periódicas.
Os fungos são menos específicos do que as bactérias, mas têm grande importância por
atuarem facilmente na decomposição de vários compostos orgânicos. O consumo de energia para
seu metabolismo é relativamente baixo e são capazes de acumular compostos de nitrogênio em seus
micélios que, com sua decomposição, ficam liberados para o solo. Os fungos podem modificar a
acidez do solo pela influência dos produtos de seu metabolismo. Às vezes, são importantes na
liberação de fosfatos e outros nutrientes.
Os fungos parasitas devem ser considerados por atacarem as espécies vegetais desde a
fase de muda até indivíduos adultos. Como exemplo tem os fungos que causam tombamento de
muda no viveiro e os que são responsáveis pelo cancro. Segundo FERREIRA (1989), o tombamento
de mudas pode ser causado pelos seguintes fungos do solo, em ordem de importância:
Cylindrocladium sp., Bostrytis sp., Rhizoctonia sp., Fusarium sp. e Phytium sp. O cancro do
eucalipto causado por Cryphtonectria cubensis foi à enfermidade mais importante da
eucaliptocultura brasileira na década de 70.
Os fungos micorríticos vivem em associação simbiótica com as árvores e serão
analisados detalhadamente em fatores bióticos. Algumas evidências na importância desses tipos de
fungos em eucalipto também têm sido relatadas.
4 - Actinomicetos – São organismos que se desenvolvem bem em solos úmidos e bem
aerados e são resistentes a períodos de seca. Não têm a habilidade de se desenvolverem em solos
ácidos. Actinomicetos atuam na decomposição da matéria orgânica, inclusive transformando

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compostos resistentes como a lignina, liberando nutrientes para o solo. Ainda têm a vantagem de
produzir antibióticos tóxicos para alguns patógenos. Alguns são capazes de reduzir nitrato para nitrito
prejudicando a fertilidade do solo.
5 - Algas – São organismos clorofilados e, então, importantes na produção de matéria
orgânica para o solo devido à capacidade de fotossintetizar. Possivelmente, em razão da produção
de oxigênio através da fotossíntese, trazem benefícios para os solos pobremente drenados. Atuam
na solubilização de minerais, em especial, carbonatos. São capazes de formar associação simbiótica
com os fungos, auxiliando na formação de solos a partir de meio seco. As algas azuis esverdeadas
são capazes de utilizar o nitrogênio atmosférico.
6 – Anelídeos - Dentro os macroanimais do solo, os anelídeos são os mais importantes.
Preferem solos úmidos devido à respiração pela pele sendo, então, mais comuns em solos argilosos.
Não são tolerantes à acidez.
São organismos que utilizam os resíduos orgânicos existentes na superfície como
alimentos. Estes resíduos, juntos com constituintes minerais, passam pelo aparelho digestivo onde é
triturado, sofrendo ação enzimática. Este mineral é excretado em horizontes mais profundos. Estes
organismos atuam, então, na redução do material depositado na superfície e sua consequente
incorporação no solo. Em solos que possuem condições ideais para seu desenvolvimento podem
atingir 2,5 milhões de indivíduos por hectare, podendo retrabalhar grande quantidade de material
orgânico.
Atuam no transporte de solo para a superfície e favorecem arejamento, drenagem e
penetração de raízes devido à formação de orifícios.
Melhoram a estrutura do solo ao fazer mistura do material orgânico com o solo mineral
devido à liberação de produtos viscosos das galerias, aumentando, com isso, a porosidade do solo.
Segundo LONGO (1992), os excrementos das minhocas aumentam de três a onze vezes a
quantidade de fósforo assimilável, potássio e magnésio trocáveis do solo. Ainda os Anelídeos elevam
de cinco a dez vezes o teor de nitratos e 30% para o teor de cálcio, diminuindo a acidez do solo. Pela
sua composição e propriedades físicas e químicas, os dejetos das minhocas aumentam em até 60%
o desenvolvimento de bactérias e outros microorganismos do solo, inclusive de bactérias que fixam o
nitrogênio da atmosfera. As minhocas perfuram galerias no solo em todas as direções. Nesse
trabalho elas segregam pela pele um muco que ajuda a dar firmeza às paredes.
7 – Artrópodes – Dentre os artrópodes, os mais importantes no solo são os ácaros,
miriápodes e insetos. Os ácaros são importantes na decomposição da matéria orgânica em solos
podzólicos, sendo responsável por manter pequena espessura da camada orgânica atuando na
redução do tamanho dos resíduos. Os miriápodes podem ser predadores ou saprófitas e atuam mais
em povoamentos de florestas decíduas. Os insetos atuam na redução do tamanho dos resíduos

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orgânicos e na formação de túneis que facilitam a drenagem e, consequentemente, o arejamento.
Também possuem grande poder destrutivo atacando a árvore desde a fase jovem até a adulta e
danificando desde as raízes até as folhas.
Matéria Orgânica
A – Fonte – As plantas representam a principal fonte de matéria orgânica. Sob condições
naturais, os resíduos são formados em grande quantidade sob a forma de folhas, galhos, casca e
tronco ou, raízes que se decompõem a várias profundidades estando, portanto, já incorporadas. Nos
solos cultivados, parte das raízes e da copa permanece no local, constituindo-se fator ecológico de
grande importância. Os pequenos e grandes animais são fontes secundárias de matéria orgânica
contribuindo com excrementos e seus cadáveres.
B – Decomposição – Os resíduos orgânicos, assim que são depositados sobre o solo,
se encontram sujeitos à atuação de uma série de fatores como água, ar e enzima que atuam em
processos como oxidação e hidrólise. Os animais e microorganismos atuam na redução de tamanho,
mudança na composição química e mistura com solos orgânicos. Por exemplo, os anelídeos e
artrópodes atuam quebrando os restos orgânicos e incorporando-os ao solo e os microorganismos
promovem as mudanças químicas.
O material inicialmente depositado sobre o solo forma a camada A, cujos componentes
são identificáveis por sua forma. Assim que ela é atacada com maior intensidade e é decomposta,
forma a camada A, que já não tem condições de identificação. Após este processo, os produtos
resultantes finamente divididos passam a ser incorporados ao solo mineral formando a camada A l
que é escura. A mistura de substâncias finamente divididas com características amorfas e coloidais,
incorporadas ao solo é denominada húmus. Posteriormente, este húmus é convertido em CO 2, água
e elementos como hidrogênio, fósforo, cálcio e outros elementos através do processo de
mineralização.
A taxa com que ocorre o processo de decomposição varia em função da composição do
material, tipo de microorganismos e outras condições do ambiente, tanto edáficos quanto climáticas.
Assim, resíduo com maior teor de lignina ou resinas, decompõem mais lentamente. A predominância
de fungos é também responsável pela decomposição lenta.
Condições de solo influenciam indiretamente por influenciarem no desenvolvimento de
microorganismos. Em solos ácidos predominam os fungos e, em solos com deficiência de arejamento
desenvolvem os organismos anaeróbicos que são mais reduzidos em número e forma de atuação.
Das condições climáticas, destacam-se a umidade e a temperatura que afetam bastante o tipo de
microorganismos capaz de se desenvolver.
C – Efeitos da matéria orgânica
- Fertilidade – Toda planta retira minerais do solo e sintetiza-os em compostos orgânicos

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complexos que, com a morte da planta, retornam ao solo através da humificação e mineralização, em
forma molecular ou iônica, disponível para outras plantas. Há um ciclo contínuo de nutrientes.
Embora haja perdas para a atmosfera e por lixiviação, a intemperização continuada e a fixação de
nitrogênio pelas plantas e outros processos são responsáveis pela reposição de novo material para o
ciclo. No caso de florestas sob cultivo intenso e repetido há diminuição da produtividade porque o
ciclo é interrompido pela remoção de minerais pelas culturas.
Essa influência da matéria orgânica sobre a fertilidade do solo estará, então, na
dependência de vários fatores como: rapidez de decomposição, estágio de decomposição, tipo de
microrganismo e composição do material.
A quantidade de matéria orgânica produzida não tem condições de ser usada para avaliar
as condições de fertilidade do solo. Podemos ter condições diferentes em que a fertilidade pode
permanecer deficiente como:
(a) O processo de humificação é rápido, mas a mineralização é muito lenta, ficando o húmus
acumulado no solo;
(a) O processo de humificação e de mineralização é extremamente rápido devido às condições de
umidade e temperatura, como nos trópicos, e o mineral é lixiviado antes de ser utilizado.
Também o tipo de decomposição deve ser considerado, pois, se predominar a atuação de
microorganismos anaeróbicos, há redução dos elementos minerais para uma forma não
utilizável pela planta.
A composição de material varia em função da espécie e das condições de solo. Com solo
pobre, mas com presença de bactérias fixadoras de N haverá um maior retorno de nitrogênio em
relação ao que foi retirado do solo, enriquecendo-o.
A capacidade de troca da matéria orgânica exerce grande influência sobre a fertilidade do
solo, sendo variável em função do estágio de decomposição. O húmus coloidal atinge até 200
meq/100g de solo. No horizonte A, onde tem grande quantidade de húmus incorporado ao material
inorgânico, atinge em média 30 meq/100g de solo e, no horizonte AO, onde se tem o material
orgânico já bastante decomposto, mas não incorporado ao solo, varia de 40 a 100 meq/100g de solo.
- Fonte de alimento para os organismos do solo – Um aumento rápido da
multiplicação dos organismos do solo pode ser observado quando se introduz em uma área,
materiais em condições favoráveis de decomposição. Estes materiais, sob a forma de celulose,
lignina, amido, açúcar, gordura e proteínas são altamente energéticos e constituem fonte imediata de
substâncias nutritivas para os organismos do solo.
- Fonte de reguladores de crescimento (toxinas e auxinas) – O húmus contém
compostos orgânicos conhecidos como fito-hormônios ou auxinas que são produzidos pelos
microorganismos através de seu metabolismo, ou liberado pelas plantas, que estimulam o

24
desenvolvimento de outras plantas. Há, também, plantas que produzem substâncias tóxicas que
afetam o desenvolvimento de outras. Este efeito pode não durar muito tempo devido à ação
inativamente dos colóides. Há compostos tóxicos que são produzidos como resultados de condições
desfavoráveis do solo e práticas de manejo podem reduzir o seu efeito.
- Capacidade de retenção de água – A matéria orgânica, por ser coloidal, tem alta
capacidade de reter água, atingindo o equivalente de nove vezes o seu peso em retenção, o que é
superior em relação aos colóides do solo. Esta capacidade, no entanto, não quer dizer que a
disponibilidade de água é muito elevada, uma vez que é retida com enorme tensão, mas evita ou
reduz a possibilidade dos solos arenosos virem a se tornar extremamente secos. A retenção pela
matéria orgânica acima do solo pode até mesmo impedir o umedecimento do solo mineral. A
capacidade de retenção é maior à superfície do solo uma vez que a matéria orgânica também é
superficial.
- Estrutura do solo – O húmus por ser coloidal, tem grande importância na formação de
agregados do solo e na sua estabilização. Parece inclusive haver ligação química entre moléculas
silicatadas e a matéria orgânica em decomposição. De modo geral, a infiltração está diretamente
correlacionada com o teor do húmus no solo, devido à melhor agregação das partículas. Stevison,
1982 citado por MENDONÇA (1988) observa que em solos de clima tropical e subtropical ricos em
óxidos de ferro e alumínio como os Iatossolos em geral, os óxidos-hidróxidos e a matéria orgânica
são predominantes na formação de agregados.
- Efeitos mecânicos – Por funcionar como barreira, a matéria orgânica pode controlar as
condições de umidade do solo através da redução da água de escoamento e da água evaporada.
Ainda, protege a superfície do solo contra a compactação.

Ciclos Biogeoquímicos e Fluxo de Matéria


Os nutrientes minerais pertencem à biosfera, e sua quantidade é limitada. São
constantemente reciclados e nesse participam os seres vivos. Os mais importantes ciclos da matéria
são o da água, o do carbono, o do oxigênio e o do nitrogênio.
É certo que sem água não haveria vida na Terra. A água, graças as suas propriedades
físico-químicas, constitui-se num solvente universal, possibilitando milhões de reações químicas
fundamentais para a vida. A água existe na Terra nos estados sólido, líquido e na forma de vapor;
compondo os seres vivos, os rios, lagos, mares e lençóis subterrâneos.
O ciclo da água ocorre: pela ação do calor e dos ventos que evapora e passa a vapor
formando as nuvens. Com o rebaixamento da temperatura precipita na forma líquida ou de neve.
Encontrando um solo bem formado, de boa estrutura, textura no solo formando os aquíferos ou
lençóis subterrâneos. Encontrando um solo desnudo e compactado, escorre superficialmente

25
provocando erosão, comprometendo a fertilidade e abrindo grandes sucos chamados voçorocas.
Os movimentos de água, carbono, nitrogênio e minerais através dos ecossistemas são
chamados ciclos biogeoquímicos. Neles, materiais inorgânicos do ar, da água ou do solo são
tomados pelos produtores primários, passados para consumidores, e finalmente transferidos para
decompositores, representados principalmente por bactérias e fungos. Os decompositores quebram
material orgânico morto e o devolvem ao solo ou à água numa forma novamente utilizável pelos
produtores primários. A presença, retenção e reciclagem dos minerais são influenciadas por algumas
características do solo. Essas características incluem a rocha que originou o solo, a presença de
húmus na superfície do solo, a composição deste e seu pH. Íons com cargas positivas são retidos no
solo por partículas de argila negativamente carregadas. Os solos e a vida vegetal exercem
influências mútuas. As plantas aumentam a disponibilidade de minerais no solo e afetam sua textura;
essas modificações, por sua vez, melhoram a capacidade do solo para sustentar vida vegetal, o que
leva a novo aumento no conteúdo de húmus.
Ciclo do Carbono
Toda a matéria orgânica é composta de carbono bem como o carvão, o grafite, o
diamante, o petróleo e o gás carbônico atmosférico.
O carbono é um elemento importante porque participa da formação de todas as
substâncias orgânicas dos seres vivos: protídeo (designação dos peptídeos e dos proteídeos),
lipídios, glucídios e ácidos nucléicos.
Obtenção do carbono: o carbono é retirado do ar pelo processo da fotossíntese, que
produz alimentos para todos os seres vivos.
Retorno ao meio ambiente: 1) - Através da respiração, os seres vivos liberam CO 2 no ar.
2) - Através da decomposição, também há liberação de CO2. Também a queima de combustíveis
libera CO2 no ar.
O ciclo do carbono é uma sucesso de transformações que sofre o carbono ao longo do
tempo. É um ciclo bioquímico de grande importância para a manutenção do clima em condições de
vida na Terra e em todas as atividades básicas para a sustentação da vida. O ciclo do carbono na
realidade são dois ciclos que acontecem em diferentes velocidades:
- Ciclo Biológico: Compreende as trocas de carbono (CO2) entre os seres vivos e
atmosfera, ou seja, a fotossíntese, processo no qual o carbono é retido pelas plantas e a respiração
que o desenvolve para a atmosfera. Este ciclo é relativamente rápido; estima-se que a renovação do
carbono atmosférico ocorre a cada 20 anos.
- Ciclo Biogeoquímico propriamente dito: Regula a transferência do carbono entre a
atmosfera, a litosfera e a hidrosfera (oceanos e rios). O CO 2 atmosférico se dissolve com facilidade
na água, formando ácido bicarbonatos que ataca os silicatos constituintes das rochas produzindo

26
íons bicarbonatos. Estes íons dissolvidos na água alcançam o mar onde são assimilados pelos
animais formando sedimentos após a sua morte. O retorno do carbono a atmosfera ocorre por
erupções vulcânicas após a fusão das rochas, processo de longa duração que depende dos
mecanismos geológicos. Além disso, a matéria orgânica sedimentada pode ser sepultada produzindo
através dos séculos o carvão, petróleo e gás natural devido à decomposição deste material em
ausência de oxigênio.
O armazenamento de carbono em depósitos fósseis supõe, na prática, uma diminuição
dos níveis atmosféricos de dióxidos de carbono. A combustão indiscriminada destes combustíveis
fósseis para sustentar as atividades industriais e de transporte produz uma elevação o significativa
de dióxido de carbono na atmosfera ocasionando alterações climáticas. As consequências da queima
dos combustíveis fósseis como mudanças climáticas, efeito estufa, desertificação, etc. foi objeto de
um convênio aprovado em Nova York em 9 de maio de 1992, e subscrito no Rio de Janeiro, por
diversos países, na data de 11 de junho de 1992 (ECO 92).
A circulação de um nutriente no sistema solo-planta inicia-se com o processo de
absorção e conclui-se com o retorno do mesmo ao solo depois de decomposição de resíduos
orgânicos e da lavagem do nutriente em partes da planta.
O tempo necessário para esse ciclo depende da exigência nutricional da planta, da
capacidade de transformação dos nutrientes diretamente relacionados a fatores climáticos, do solo e
dos organismos decompositores.
Absorção e acúmulo de nutrientes absorvidos pela planta dependem da capacidade do
solo em fornecer nutriente e do transporte desse a superfície das raízes. A quantidade de nutrientes
absorvida pela raiz depende da exigência da espécie, da taxa de crescimento e das condições
climáticas.
Sob condições normais, a absorção será em solos mais férteis. Segundo dados obtidos
por Bellote et al. e Reis et al. (1985 = 1987), normalmente, a taxa de absorção é maior nas idades
mais jovens do bosque, com o máximo coincidindo com a maior taxa de produtividade.
A distribuição de biomassa e de nutrientes componentes da planta é de grande
importância na determinação da idade de corte (no caso de plantas que se utiliza a madeira), e do
componente da árvore a ser explorado.
No Brasil, de modo geral, na exploração da floresta é retirado da área somente o tronco
da árvore, deixando-se os galhos e as folhas no local, exemplo floresta de eucaliptos. Fato que
contribui para o enriquecimento do solo, isso se o processo de decomposição ocorrer naturalmente
sem colocar fogo na área. O material não aproveitado decompõe-se com a ajuda de bactérias
transformadoras de matéria orgânica em humos, dando sequência ao ciclo.
Interferência do homem no ciclo do carbono

27
Com o advento da civilização industrial fundada em elevado índex de consumo dos
combustíveis orgânicos, além dos incêndios e queimadas, o homem incrementou o lançamento de
CO2 na atmosfera. Estima-se que a emissão global atinja a casa dos seis bilhões de toneladas de
CO2/ano. Conhecendo-se a capacidade de retenção de calor do CO 2, parte da comunidade científica
preocupa-se com a magnitude de “Efeito Estufa” ou aumento da temperatura global, que além de
alterar o equilíbrio climático, pode acarretar o degelo das calotas polares com elevação substancial
do nível do mar, decorrendo na destruição de muitas cidades e na redução das terras emersas.
Ciclo do Oxigênio
O oxigênio além de básico para toda a reação de oxidação. Como por exemplo, a
respiração, ainda faz parte de uma gama de sustâncias orgânicas como enzimas, respiração,
hormônios, açúcares, lipídios e proteínas diversas.
O oxigênio é produzido a partir da fotossíntese realizada pelas algas clorofiladas e pelos
vegetais superiores, e degradado pela respiração. Na alta atmosfera pela ação de radiações
ionizantes, as moléculas de oxigênio reagem entre si formando o ozônio. A camada de ozônio que
reveste a Terra funciona como filtro de radiações ultravioletas, as quais por serem de alta energia,
induzem mutações, destroem as plantas e provocam câncer de pele.
Interferência do homem no ciclo do oxigênio
Pelo desmatamento, queimadas e poluição dos cursos d’água, o homem diminui a
produção de oxigênio, reduzindo a fotossíntese;
O uso de gases de cloro e flúor em geladeiras e aparelhos de ar condicionado e aviões a
jato têm provocado avarias na camada de ozônio.
Ciclo do nitrogênio
As plantas requerem certo número de elementos, além daqueles que obtém diretamente
da atmosfera (carbono e oxigênio sob a forma de dióxido de carbono – CO 2) e da água do solo
(hidrogênio e oxigênio). Todos estes elementos, com exceção de um, provém das desintegrações
das rochas e são captados pelas plantas a partir do solo. A exceção é o nitrogênio, que representa
78% dos gases da atmosfera terrestre. Embora as rochas da superfície terrestre constituam também
a fonte primária de N, este penetra no solo, indiretamente por meio da atmosfera, e, através do solo,
penetra nas plantas que crescem sobre ele. Entretanto, a maioria dos seres vivos é capaz de utilizar
o N atmosférico para sintetizar proteínas e outras substâncias orgânicas. Ao contrário do carbono e
do oxigênio, o N é muito pouco reativo do ponto de vista químico, e apenas certo bactérias e algas
azuis possuem a capacidade altamente especializada de assimilar o N da atmosfera e convertê-lo
numa forma que pode ser usada pelas células. A deficiência de N utilizável constitui muitas vezes, o
principal fator limitante do crescimento vegetal.
A ciclagem do N a parti do solo, através dos corpos das plantas e dos animais e de volta

28
ao solo é chamada ciclo do N, implica várias fases. O N chega ao solo na forma de material orgânico
de origem animal ou vegetal. Esse material é decomposto pelos organismos do solo. A amonificação,
que consiste na quebra de moléculas nitrogenadas a amônia (NH 3) ou a amônio (NH4+), é realizada
por certas bactérias e fungos do solo. A nitrificação é a oxidação da amônia ou do amônio a nitritos
(NO-2) e nitratos (NO-3); essas fases são realizadas por dois tipos diferentes de bactérias. O N é
absorvido pelas plantas quase exclusivamente na forma de nitrato (NO -3). Dentro da planta os nitratos
são reduzidos amônia por meio de um grupo carbonato. As substâncias orgânicas nitrogenadas são,
finalmente, devolvidas ao solo, por morte e decomposição, o que completa o ciclo do nitrogênio.
O solo perde N pelas colheitas, pela erosão, pelo fogo, por lavagem e por desnitrificação.
A quantidade de N do solo é aumentada pela sua fixação, que consiste na incorporação de N
provindo do ar em compostos orgânicos. A fixação biológica do N é realizada inteiramente por
microorganismos, inclusive algas azuis, ou por uma associação simbiótica de bactérias (Rhizobium)
com plantas leguminosas.
O N é um dos nutrientes inorgânicos necessários ao organismo deixa de ocorrer, cessa o
crescimento e a reprodução. Além disso, qualquer dessas substâncias, se presente em quantidades
excessivas, pode ser inibidora ou tóxica. Cada organismo tem um âmbito de tolerância em que pode
crescer. Esse âmbito difere para elementos nutricionais diferentes e também para outros fatores
ambientais. O elemento que determina se um certo organismo pode crescer em certa áreas é
chamado fator limitante.
Interferência do homem no ciclo do oxigênio
O homem dominou a técnica de fixação de n, produzindo os adubos nitrogenados, os
quais têm sido largamente empregados nas culturas. A má utilização dos adubos nitrogenados pode
acarretar salinização das águas e do solo e provocar o fenômeno da maré vermelha como sucedeu
no Balneário de Hemenegildo, município de Santa Vitória do Palmar, RG, em 30 de março de 1978.
É importante saber, que em um ecossistema tudo está inter-relacionado de forma que
mexendo em qualquer elemento se afeta o todo. Muitas espécies animais são essenciais para fazer a
polinização, disseminação e quebra de dormência de sementes de muitas espécies vegetais. Por
outro lado, as plantas são vitais para os animais.
Sofrendo algumas alterações, o ecossistema reage procurando se reordenar usando uma
nova posição de equilíbrio. Porém, alterações negativas de grande impacto podem determinar o
colapso do ecossistema.
O Fluxo de Matéria e Energia (cadeia alimentar) deve ser respeitado sob pena de
desequilibrar o ecossistema. Assim a introdução de animais exóticos ou doentes (por exemplo,
soltura mal feita), pode provocar danos irreparáveis.
Como preconiza Lavoisier, “Na natureza Nada se Cria, Nada se Perde, Tudo se

29
Transforma”, é a Reciclagem Permanente de matéria, através dos ciclos biogeoquímicos.

Capítulo 2
2. Efeitos da tecnologia sobre os sistemas ecológicos
2.1. Desenvolvimento urbano e seus desafios
Muitos problemas ambientais são causados pela falta de planejamento urbanos o que
acaba gerando impactos socioambientais, pois afeta boa parte de uma população.
No contexto urbano brasileiro, os problemas ambientais têm-se avolumado a passos
agigantados e sua lenta resolução tem-se tornado de conhecimento público pela virulência de seus impactos
como:
- Aumento desmesurado da geração de resíduos sólidos e consequente dificuldade em administrar
áreas para seu despejo;
- Impermeabilização do solo / enchentes cada vez mais frequentes;
- Prejuízos da poluição na saúde;
- Intoxicação por inseticidas;
- Aumento da poluição, em geral.
- Migração generalizada das populações humanas para as cidades;
Há uma necessidade de se implantar políticas públicas orientadas para tornar as cidades social e
ambientalmente sustentáveis representando possibilidades de garantir mudanças.
2.2. As cidades e sua influência
As cidades também têm sua influência - grande - sobre o consumo excessivo de recursos
naturais.
As cidades ocupam cerca de 2% da superfície da terrestre, mas contribuem para o consumo de
76% de madeira industrializada e 60% da água doce .
Exemplo: Só a cidade de Londres requer uma área 58 vezes maior do que a ocupa para
obter alimentos e madeira para sustento de seus habitantes. Se o padrão dos londrinos fosse
estendido ao resto das populações urbanas do mundo, seriam necessários três planetas Terra para
sustentar a todos.
Em 1900, 1/10 da população mundial vivia em cidades. Em 2006, dizem as projeções,
pelo menos a metade viverá em zonas urbanas.
Par conseguir cidades melhores é preciso mudança em sete áreas: Educação; Água;
Lixo; Comida; Mudança no planejamento urbano; Transporte; Uso do solo.

2.3. Brasil: Problemas Urbanos


2.3.1. Poluição
- Do ar: contaminação da atmosfera pelos poluentes químicos, o gás carbônico, que provoca o efeito
30
estufa, e o CCF (Cloro, Carbono e Flúor), que destrói a camada de ozônio. Além dos metais
pesados. As chuvas ácidas são outros fenômenos atmosféricos causados em escala local e regional,
pela emissão de poluentes das indústrias, dos transportes e outras fontes de combustão. Os
principais responsáveis por esse fenômeno é o trióxido de enxofre, que é a combinação do dióxido
de enxofre, emitido a partir da queima de combustíveis fósseis, e do oxigênio já presente na
atmosfera.
- Visual ou estética: massificação através da propaganda.
- Termal: super aquecimento da atmosfera mediante fumaça quente que sai das fábrica e dos carros;
aquecimento dos asfaltos e do concreto pelo sol, além do efeito estufa. Formam-se assim, "lha de
Calor".
- Sonora: os intensos e frequentes ruídos, provocam problemas de saúde alongo prazo como:
surdez, neurose, lesões entre outros...
- Poluição do solo: problemas do lixo. O acúmulo de lixo no solo trás uma série de problemas não
somente para alguns ecossistemas, mas também para a sociedade, como: proliferação de insetos e
ratos, que podem transmitir várias doenças; decomposição bacteriana da matéria orgânica, que além
de gerar mal cheiro, produz um caldo escuro e ácido denominado chorume, que por sua vez infiltra-
se no subsolo contaminando o lençol freático; contaminação do sol e das pessoas que manipulam o
lixo com produtos tóxicos; acúmulos de matérias não biodegradáveis.
2. Saneamento
Carência de abastecimento de água e rede de esgoto.
3. Trânsito
Problemas de engarrafamento, acarretando prejuízos para a indústria e comércio, mais
consumo de combustível e mais poluição.
4. Habitação
No que diz respeito a favelização (é o processo de surgimento e crescimento do número
de favelas em uma dada cidade ou local) e a especulação imobiliária.
5. Desemprego e subemprego
O alto índice de desemprego nos grandes centros urbanos, principalmente devido o
êxodo rural, e o crescimento do mercado informal.
6. Marginalização
Menor abandonado, prostituição, assaltos, crimes, mendigos...

2.3. 2. Poluição atmosférica


Sempre foi difícil conciliar o progresso com a conservação do meio ambiente. Pode-se
dizer que a poluição sempre acompanhou a evolução do homem. A atmosfera começou a ser poluída

31
quando ele descobriu o modo de produzir fogo. É evidente que durante muito tempo a ação poluidora
do homem não representou nenhum peso significativo. Porém, já era um processo em andamento. A
poluição não surgiu de repente e não se apresenta por igual em todas as regiões do planeta.
Londres, por exemplo, já era uma cidade extremamente poluída muito antes que o problema fosse
preocupação no Brasil.
Dentre as piores questões ambientais urbanas, no Brasil, destaca-se a poluição
atmosférica. Os problemas ambientais gerados pela poluição do ar nas grandes cidades brasileiras
têm duas fontes: as fontes industriais e as fontes veiculares.
Mas a principal fonte de poluição atmosférica ainda é o monóxido de carbono (CO)
produzido pela frota de veículos, cujo crescimento resultou do desenvolvimento da indústria
automobilística, do baixo preço do petróleo e da expansão da malha rodoviária e da malha urbana.
Tais fatores levaram a opções equivocadas com relação ao transporte individual em detrimento do
transporte coletivo e da prioridade aos sistemas rodoviários (ônibus), em detrimento dos transportes
ferroviários e hidroviários nas grandes cidades.
O caso mais contundente é o de São Paulo. A área mais urbanizada da Região
Metropolitana de São Paulo, representada principalmente pelo município de São Paulo, apresenta-se
saturada pelos 4,5 milhões de veículos que circulam diariamente.
Este fato provoca uma diminuição da velocidade média de percurso, o que acarreta um
aumento das emissões para a mesma quilometragem percorrida. Em consequência, as
concentrações de monóxido de carbono excedem rotineiramente o padrão de qualidade do ar, sendo
que, em 1994, foram decretados 43 estados de atenção por monóxido de carbono e por poeira
(partículas inaláveis). O monóxido de carbono emitido por veículos leves é responsável por 68,4% do
total desta fonte. Os veículos pesados contribuem com 28,6%, os processos industriais com 2,2% e a
queima de lixo com 2,6%. Esses dados demonstram a necessidade urgente e inadiável de controle
das emissões por veículos.
O automóvel, apesar de alimentar grande segmento da economia, tem-se mostrado um
elemento perturbador da vida urbana, seja pelo desperdício de recursos não renováveis, seja por
constituir um agente ativo da poluição atmosférica e acústica, e deve ser substituído como forma
principal de transporte urbano. A continuidade do modelo de desenvolvimento urbano que privilegia o
transporte individual, através da difusão do automóvel, além de agredir o meio ambiente, reduz a
acessibilidade dos cidadãos aos centros de emprego e moradia, principalmente das camadas mais
pobres.
Em algumas cidades, os problemas da qualidade do ar estão diretamente relacionados
com a proximidade de áreas industriais e outros tipos de fontes de contaminação do ar (mineradoras,
pedreiras, usinas de compostagem e de incineração de lixo, etc.).

32
Os problemas ambientais gerados pela atividade industrial decorrem principalmente da
falta de controle dos seus efeitos poluentes.
Poucas são as instituições existentes para detectar a presença de poluição no ar e na
água das maiores cidades brasileira.
Apesar de representar 41% da atividade industrial nacional, a Região Sudeste concentra
55% do total de estabelecimentos industriais com alto potencial poluidor do ar, dos quais 57% em
São Paulo, 26% em Minas Gerais 14% no Rio de Janeiro.
Isto mostra a incidência do problema de forma bastante localizada em termos geográfico-
territoriais. Na região Nordeste localiza-se 19% e, na região Sul, 17%.
A poluição do ar mata. Em geral, mata lenta e discretamente e as mortes resultantes não
chamam dramaticamente a atenção do público. No entanto, a mortalidade atinge índice acima dos
normais quando e onde existe o “smog” (descrevendo-o como um tipo de poluição atmosférica
derivado de emissões de veículos de combustão interna e fumos industriais que reagem na
atmosfera com a luz solar para formar poluentes secundários que por sua vez se combinam com as
emissões primárias para formar smog fotoquímico. O smog pode também resultar da combustão de
grandes quantidades de carvão que produz uma mistura de fumo, dióxido de enxofre e outros
compostos).
Como já foi dito, os agentes causadores da poluição do ar são diversificados: - Refinarias
de petróleo, - fábricas de papel e de produtos químicos, - fundições, - veículos motorizados, -
atividades domésticas, - queimadas de florestas e de lixo, além de fontes naturais de monóxido de
carbono, procedentes da oxidação atmosférica do metano, devido à decomposição (putrefação) da
matéria orgânica. As fontes naturais deste composto estão distribuídas por todo o mundo, enquanto
que as intervenções humanas se concentram em zonas muito menores.
O monóxido de carbono é o contaminante do ar mais abundante da camada inferior da
atmosfera. Outros poluentes são óxidos de nitrogênio, óxidos de enxofre, dióxidos de enxofre,
hidrocarbonetos (identificaram-se 56 hidrocarbonetos diferentes em áreas urbanas), o ozônio (o
mesmo que exerce um efeito benéfico na alta atmosfera, protegendo-nos dos raios ultravioletas),
chumbo, aldeídos e material particulado.
Estas substâncias atingem seres humanos manifestando-se através de sintomas
distintos: dores de cabeça, desconforto, cansaço, palpitações no coração, vertigens, diminuição dos
reflexos (monóxido de carbono, que em concentrações elevadas, pode conduzir à morte), irritação
dos olhos, nariz, garganta e pulmões (óxidos de nitrogênio); infiltração de partículas nos pulmões
formando ácidos sulfúricos (óxido de enxofre); asma aguda e crônica, bronquite e efisema (dióxido de
enxofre); Câncer (hidrocarbonetos); destruição de enzimas e proteínas (ozônio); degeneração do
sistema nervoso central e doenças nos ossos, principalmente em crianças (chumbo). O material

33
particulado causa irritação e entupimento dos alvéolos pulmonares. O Brasil é um dos países com
maior quantidade de aldeídos na atmosfera, originados pelos carros a álcool. Acredita-se que o
aldeído fórmico provoque tumores em cobaias, mas sobre os efeitos no homem ainda não há
informações.
2.3. 3. Os poluentes
Podemos chamar de poluente atmosférico toda substância nociva presente no ar em
concentração suficiente para ameaçar a saúde dos seres humanos, contaminarem animais e
vegetação ou, ainda, causar danos a materiais.
As atividades desenvolvidas pelo homem em áreas urbanas resultam no lançamento de
gases e material particulado na atmosfera, que sofrem alterações sobre suas características físico-
químicas em até 3 km de altitude. Dependendo das condições climáticas e, ou, topográficas, tempo
de residência, tipo e quantidade de poluentes lançados na atmosfera, estes resíduos dispersos
podem trazer prejuízos à saúde humana, aos animais e aos materiais em geral, sendo necessária a
determinação da concentração do poluente para medir o grau de exposição desses receptores.
2.3.4 Classificação dos poluentes
Os poluentes do ar podem se apresentar sob a forma de gases ou de material
particulado, esse na forma sólida (como as poeiras, fumos metálicos, etc.) ou líquida (névoas).
Quanto à natureza química, essas substâncias podem ser orgânicas ou inorgânicas.
Os contaminantes atmosféricos estão classificados como primários e secundários
(Quadro 1). Os contaminantes primários são aqueles emitidos à atmosfera como resultado de um
processo natural ou antropogênio (aquele causado pela ação do homem). Esses contaminantes
estão presentes na atmosfera na mesma forma em que foram emitidos, por exemplo, CO e SO2.
Os contaminantes secundários se formam na atmosfera como produto de alguma reação,
por exemplo, O2 e sulfatos. A reação pode ser fotoquímica ou não.
No estado físico, os contaminantes atmosféricos podem ser classificados como gases e
partículas, as quais incluem sólidas e líquidas.
Os gases presentes na atmosfera como contaminantes se comportam como o mesmo ar,
isto é, uma vez difundido não tendem a depositar-se.
Em relação às partículas, as grandes se depositam mais rapidamente e produzem seus
efeitos perto da fonte; as de tamanho médio se alojam mais e eventualmente se depositam a certa
distância da fonte e as pequenas se comportam quase igual a um gás, isto é, se mantêm suspensas
e são transportadas pelos ventos a distâncias maiores.
Na composição química, os contaminantes podem ser classificados em orgânicos e
inorgânicos.
Os orgânicos podem ser definidos como aqueles que contêm, principalmente, Carbono e

34
Hidrogênio podendo, porém, conter outros elementos.
Já os inorgânicos incluem os compostos simples de Carbono, como CO e CO2, Partículas
Metálicas, Óxidos de Enxofre, Óxidos de Nitrogênio, etc.
Quadro 1. Resumo da classificação dos poluentes

De acordo com a composição


De acordo com a origem De acordo com o estado
química
Poluentes Primários Gases e Vapores Poluentes orgânicos
Poluentes Secundários Partículas Sólidas e Líquidas Poluentes inorgânicos
2.3.5 Os principais efeitos da poluição do ar sobre o meio ambiente
- Causa prejuízo à saúde, segurança e bem-estar da população;
- Cria condições adversas às atividades sociais e econômicas;
- Afeta desfavoravelmente a biota;
- Lançam, na atmosfera, de matéria ou energia que alteram as condições climáticas.
Tendo em vista a dificuldade de determinação e classificação das diversas substâncias
presentes na atmosfera, foi consagrado um grupo de poluentes como parâmetros indicadores da
qualidade do ar, devido a sua maior ocorrência e a efeitos adversos ao meio ambiente e à saúde
humana. São eles: Dióxido de Enxofre (SO 2), Partículas Totais em Suspensão (PTS), Monóxido de
Carbono (CO), Hidrocarbonetos Totais (HC) e Óxidos de Nitrogênio (NO e NO2).
2.3.5.1 Poluentes regulamentados
Os poluentes já regulamentados na Lei Brasileira, de acordo com a resolução do
CONAMA 03/90, são: Monóxido de Carbono (CO), Dióxido de Nitrogênio (NO 2), Ozônio (O3), e
Dióxido de Enxofre (SO2), Material Particulado (MP), tendo esses três indicadores: Poeira Total em
Suspensão (PTS), Partículas Inaláveis (PI) e Fumaça.
Monóxido de Carbono (CO)
O monóxido de carbono é um gás incolor, inodoro, formado, quando o carbono em
combustão não é queimado completamente. Nas cidades, as exaustões dos automóveis
correspondem à cerca de 100% do total de emissões de CO. Essas emissões podem resultar em
altas concentrações de CO, particularmente em áreas de tráfego intenso e congestionado. Outras
fontes de emissões de CO incluem o processo industrial e combustão de óleo em fontes como
caldeiras e incineradores.
O CO entra na circulação sanguínea e reduz o envio de oxigênio para os órgãos do corpo
e tecidos. A ameaça à saúde com a exposição ao CO é mais séria para quem já padece de doenças
cardiovasculares, particularmente as crianças e os idosos. Altos níveis de monóxido de carbono (CO)
em áreas de intenso tráfego de veículos Têm sido associados a causa adicional para o aumento para
o aumento do número de acidentes de trânsito.

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Indivíduos saudáveis também podem ser afetados, mas somente quando expostos a
altos níveis de concentração do gás. A exposição a elevados níveis de CO está associado com a
redução visual (visibilidade), redução da capacidade de trabalho, redução da destreza manual,
redução da capacidade de aprender e dificuldade em realizar tarefas complexas.
Dióxidos de Nitrogênio (NOx)
O dióxido de nitrogênio pertence à família dos gases altamente reativos, chamados
óxidos de nitrogênio (NOx). Esses gases são formados quando o combustível é queimado em altas
temperaturas e são emitidos, principalmente, da exaustão do motor de veículos e fontes
estacionárias. É um gás sufocante, de cor marrom escuro. O NOx é um forte agente oxidante que
reage com o ar, para formar ácido nítrico, que é corrosivo, como também nitratos orgânicos tóxicos.
Também participa da maior parte das reações atmosféricas, que produzem grandes concentrações
de ozônio (ou smog).
O NO2 pode irritar os pulmões e causar diminuição na resistência a infecções
respiratórias, como a gripe. Os efeitos da exposição por um pequeno período ainda são pouco
danosos, mas a continuada ou frequente exposição a concentrações que são tipicamente mais altas
que as normalmente encontradas no ar ambiente, pode causar aumento da incidência de doenças
respiratórias agudas em crianças. O NO 2 contribui para formação do ozônio e pode provocar efeitos
adversos aos ecossistemas terrestres e aquáticos. O NO 2 no ar pode contribuir significamente, para
um maior número de efeitos ambientais como chuva ácida e eutrofização em alguns lagos. A
eutrofização ocorre quando em corpo de água há um aumento de nutrientes que leva a uma redução
da concentração de oxigênio na água, produzindo um ambiente que é destrutivo para peixes e outras
vidas animais.
Ozônio (O3)
O ozônio é o mais complexo e penetrante dos principais poluentes do ar e também o
mais difícil de se controlar. É formado pela ação da luz solar de NOx e por compostos orgânicos
voláteis (COV) no ar. Há milhares de tipos de fontes desses gases. Dentre as fontes mais comuns,
estão os vapores de gasolina, solventes químicos e queima de combustíveis. Emissões de NOx e
COV de veículos motores e fontes estacionárias podem ser levadas por centenas de quilômetros de
sua origem resultam em altas concentrações de ozônio sobre muitas regiões.
Evidências científicas indicam que o nível de ozônio prejudica as pessoas com problemas
respiratórios, como os asmáticos e também a saúde de adultos e crianças. A exposição a ozônio por
6 a 7 horas, mesmo em concentrações baixas, reduz significamente à função pulmonar e induz à
inflamação respiratória em pessoas saudáveis, durante períodos de exercício moderado. Pode ser
acompanhada de sintomas como: dor no peito, tosse, náuseas e congestão pulmonar. Resultados de
estudos com animais indicam que repetidas exposições a altos níveis de ozônio, por muitos meses,

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podem causar danos na estrutura pulmonar.
Material Particulado (MP)
Material particulado é o termo para partículas sólidas ou líquidas encontradas no ar.
Algumas partículas são largas ou negras, o suficiente para serem vistas como fuligem ou fumaça.
Outras são tão pequenas que só podem ser detectadas através do uso de um microscópio eletrônico.
Pelo fato das partículas serem originárias de fontes estacionárias ou móveis (caminhões a diesel,
queima de lenha, usinas termelétricas, etc.), suas composições químicas e físicas variam
enormemente. O MP pode ser diretamente emitido ou formado na atmosfera, quando gases
poluentes como o SO2 e o NO2 reagem para formar partículas finas. O MP afeta a respiração e o
sistema respiratório, causa danos ao tecido do coração, câncer e morte prematura. Os idosos,
crianças e as pessoas com doenças crônicas do pulmão, gripe, asma são sensíveis a efeitos de MP.
Partículas finas, como as da fumaça de cigarro, quando respiradas, atingem as partes mais
profundas do pulmão. Podem diminuir a visibilidade e partículas com tamanhos menores 2,5 m em
diâmetro podem causar sérios efeitos adversos à saúde.
Até 1989, a Legislação Brasileira se preocupava apenas com as Poeiras Totais em
Suspensão (PTS), ou seja, com todos os tipos e tamanhos de partículas que se mantêm suspensas
no ar, a grosso modo, partículas menores de 100 mm. No entanto, pesquisas mostraram que as
partículas mais finas, simplificadamente, as menores de 10 mm, são as que penetram mais
profundamente no aparelho respiratório e, por isso, apresentam efetivamente mais riscos à saúde.
Dessa forma, a Legislação Brasileira, a partir de 1990, passa também a se preocupar com essas
partículas, as “Partículas Inaláveis (PI)”. Também nessa nova Legislação é mostrada a importância
dada às fuligens, criando-se a necessidade de verificação dos índices de “Fumaça”.
Dióxido de Enxofre (SO2)
O dióxido de enxofre pertence à família dos gases chamados óxidos de enxofre (SOx).
Esses gases são formados, quando o combustível, contendo enxofre (principalmente carvão e óleo),
é queimado durante a fundição de matais e outros processos industriais. O maior efeito na saúde,
associado com a exposição a altas concentrações de SO 2, inclui o efeito na respiração, doenças
respiratórias, alterações nas defesas pulmonares (causando bronquite enfisema) e o agravamento de
doenças cardiovasculares existentes. Algumas plantas chegam a ser mais sensíveis, tendo suas
folhas amarelecidas ou mesmo morrendo, quando expostas a concentrações menores às que afetam
à saúde humana. O SO2 é precursor dos sulfatos, os quais são associados de lagos e córregos,
corrosão acelerada de edificações e monumentos, carrocerias de automóveis, redução da visibilidade
e efeitos adversos à saúde.
Poluentes Tóxicos
São aqueles que podem causar ou contribuir para um aumento na mortalidade ou um

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aumento em doenças sérias irreversíveis ou incapacitação.
Os poluentes reconhecidamente tóxicos são: Asbestos (material é constituído por feixes
de fibras. Estes feixes, por seu lado, são constituídos por fibras extremamente finas e longas
facilmente separáveis umas das outras com tendência a produzir um pó de partículas muito
pequenas que flutuam no ar e aderem às roupas. As fibras podem ser facilmente inaladas ou
engolidas podendo causar graves problemas de saúde.), Mercúrio, Chumbo, Cádmio, Manganês,
Zinco, cromo, Pesticidas (cerca de 90 compostos), Berílio, Fluoretos, Arsênio, Cobre, Níquel, Bário e
Selênio.
As áreas atingidas são: pele e olhos (irritação aguda); aparelho respiratório; aparelho
cardiovascular; aparelho Gastro intestinal e sistema nervoso central periférico.
Chumbo
A toxidade do chumbo é conhecida há muito tempo. Antigamente, as principais fontes de
envenenamento por chumbo eram as tintas à base de chumbo, muitas vezes ingeridas por crianças,
e os reservatórios e encanamentos de água potável, feitos de chumbo.
Desde o tempo de Roma usavam-se encanamentos de chumbo. Foi sugerido seriamente
(embora nem sempre aceito), que o declínio do Império Romano foi devido à infertilidade das
matronas romanas, expostas ao envenenamento pelo chumbo dos encanamentos. O grau de
dissolução do Pb é função da dureza da água; vários ppm podem ser encontrados em água mole e
ligeiramente ácida, principalmente se ela contiver agentes quelantes naturais (ácidos húmicos)
derivados da turfa. Estudos recentes, feitos na região de Glasgow, sugeriram que crianças nascidas
de mães que vivem em áreas servidas por água mole são mais propensas a sofrer de retardamento
mental. Embora o chumbo seja muito pouco absorvido nos intestinos, ele é um veneno cumulativo,
concentrando-se nos ossos (passando ao plasma) durante muitos anos.
As chumbo-tetralquilas são compostos voláteis extremamente venenosos, que afetam o
sistema nervoso central, mas é o chumbo inorgânico dos produtos de combustão que causam
preocupação. Partículas finas de chumbo metálico ou de haletos de chumbo são emitidas e chegam
até os pulmões. O chumbo parece ser absorvido na corrente sanguínea, muito mais eficientemente a
partir dos pulmões do que a partir dos intestinos.
A maioria das partículas contendo chumbo cai no solo a distâncias relativamente
pequenas das rodovias. As distâncias superiores a 150 m da estrada, o número de partículas
transportadas pelo ar e a contaminação da vegetação por chumbo diminuem muito. Portanto, a
poluição devida a partículas transportadas pelo ar é essencialmente um problema urbano (ou d beira
de rodovia). Tem sido muito difícil determinar a seriedade do problema, devido à imprecisão dos
sintomas clínicos a serem esperados em pessoas com envenenamento subagudo por chumbo.
Os sintomas do envenenamento agudo são bem conhecidos. Os mais conhecidos são

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cólica intestinal dolorosa (espasmo), perda das funções nos nervos periféricos, o que acarreta
tremores e paralisia, insuficiência das funções dos rins e convulsões, as quais podem ser fatais. Se o
envenenamento for crônico, leva à anemia.
Além que foi citado, há outros elementos químicos como fonte poluidora presentes em
químicos utilizados em pilhas e baterias (Quadro 2).
Quadro 2. Potencia poluidora em elementos químicos utilizados em pilhas e baterias
Elemento Efeitos sobre o homem
- * dores abdominais (cólica, espasmo e rigidez);
- *disfunção renal;
Pb (Chumbo) - *anemia, problemas pulmonares;
- *neurite periférica (paralisia);
- *encefalopatia (sonolência, manias, delírio, convulsões e coma).

- *gengivite, salivação, diarréia (com sangramento);


- *dores abdominais (especialmente epigástrio, vômitos, gosto
metálico);
- * congestão, inapetência, indigestão;
Hg (Mercúrio) -* dermatite e elevação da pressão arterial - *estomatites (inflamação
da mucosa da boca), ulceração da faringe e do esôfago, lesões renais
e no tubo digestivo;
-* insônia, dores de cabeça, colapso, delírio, convulsões;
- *lesões cerebrais e neurológicas provocando desordens psicológicas
afetando o cérebro.
- *manifestações digestivas (náusea, vômito, diarreia);
- *disfunção renal;
- *problemas pulmonares;
- *envenenamento (quando ingerido);
Cd (Cádmio) - *pneumonite (quando inalado).
- *câncer (o cádmio é carcinogênico).
- *câncer (o níquel é carcinogênico);
Ni (Níquel) - *dermatite;
-* intoxicação em geral.
- *distúrbios digestivos e impregnação da boca pelo metal;
- *argiria (intoxicação crônica) provocando coloração azulada da pele;
Ag (Prata) - *morte.

- *inalação ocorrerá lesão mesmo com pronto atendimento;


Li (Lítio) - *ingestão mínima lesão residual, se nenhum tratamento for aplicado.

- *disfunção do sistema neurológico;


Mn (Manganês) - *afeta o cérebro;
-* gagueira e insônia.
- *problemas pulmonares;
- *pode causar lesão residual, a menos que seja dado atendimento
Zn (Zinco) imediato;
-* contato com os olhos lesão grave mesmo com pronto atendimento.

*Mesmo em pequenas quantidades.


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2.4 Problemas Causados pela Poluição Atmosférica
Os principais problemas provocados pela poluição do ar foram e ainda são temas de
muita discussão em vários países. Entre estes problemas, encontramos:
Efeito Estufa: Fenômeno provocado pela retenção do calor dos raios solares na
superfície da Terra por camada de ar com gases poluentes. O gás carbônico, inofensivo em porções
normais, é a substância que as plantas utilizam na fotossíntese para a produção de glicose. Na
atmosfera, o gás carbônico funciona como uma parede de vidro em torno da Terra: deixa passar a
luz do sol, mas retém o calor. Por isso é importante o gás carbônico para evitar o efeito estufa.
Chuva Ácida: As chuvas normais dissolvem o dióxido de carbono existente na
atmosfera, estabelecendo um equilíbrio químico entre o gás carbônico (CO 2), a água (H2O) e o ácido
carbônico (H2CO3). Como o próprio nome indica, o último composto faz com que a água das chuvas
seja normalmente ácida, o que é indicado pelo seu índice pH igual a 5,6.
Entretanto, a presença de componentes estranhos na atmosfera (principalmente óxidos
de nitrogênio e enxofre) pode ocasionar a dissolução desses compostos nas águas pluviais, que
passarão a conter quantidades por vezes acentuadas de ácido sulfúrico (H 2SO4). Essa presença leva
o pH das águas pluviais a valores muito baixos , caracterizando-se mais um aspecto nocivo da
poluição atmosférica : as chuvas ácidas. Com o advento da era industrial e o crescimento dos meios
de transporte baseados em veículos com motores de explosão, as mudanças nas condições da
química atmosférica resultaram nas chuvas ácidas.
Buraco na Camada de Ozônio: Espaço aberto na camada de ozônio, provocado pela
ração com o CFC, fazendo com que os raios ultravioletas do sol atinjam diretamente os seres vivos.
(Será visto com mais detalhes no decorrer desta pesquisa).
Inversão Térmica: Condição atmosférica em que uma camada de ar quente aprisiona o
ar frio, impedindo a dispersão dos poluentes.
2.5 Controle da Poluição
A concentração de uma determinada substância na atmosfera varia no tempo e no
espaço em função de reações químicas e/ou fotoquímicas, dos fenômenos de transporte, de fatores
meteorológicos (ventos, turbulências e inversões térmicas) e da topografia da região.
A interação entre as fontes de poluição do ar e a atmosfera define o nível de qualidade do
ar que por sua vez, desencadeia os efeitos adversos dos poluentes sobre os receptores. É difícil
estabelecer padrões de qualidade do ar suportáveis pelos seres vivos, pois as formas de absorção
de substâncias indesejáveis podem ocorrer, de uma maneira direta, pela própria exposição a uma
concentração conhecida em um determinado tempo, e de uma indireta, pela ingestão de alimentos
ou água contaminada por essa substância na área de influência da fonte geradora.

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Para isso, as condições meteorológicas têm um papel determinante na descrição físico-
química do transporte de poluentes entre a fonte e o receptor. Portanto, as análises dos dados
meteorológicos, a definição dos períodos críticos e o monitoramento dos poluentes são ferramentas
principais para os estudos de planejamento de novas atividades industriais e o estabelecimento de
planos de controle de poluição do ar.
Deve-se ressaltar que, mesmo mantendo a emissão de poluentes constante, a qualidade
do ar pode piorar ou melhorar, dependendo das condições meteorológicas estarem desfavoráveis ou
favoráveis à dispersão de poluentes.
Saber quanto de monóxido de carbono são emitidos diariamente, é muito importante. Mas
tão importante quanto isso, é necessário saber se a atmosfera suporta esse acréscimo em
determinados horários, com uma boa precisão.

2.5 Poluição hídrica


De cada 100 gotas de água no planeta, 97 estão nos oceanos e as outras três se
encontram em forma de nuvens, neve, gelo ou estão na superfície da terra ou subsolo. É pouca água
doce pra um planeta cuja população cresce desordenadamente. Num futuro próximo, países estarão
brigando pelo controle de rios e mananciais hídricos. A água será então a fonte de guerras, tal como
ocorreu com o petróleo.
Quando estiver apreciando o chacoalhar das ondas do mar, os desenhos graciosos de
uma cachoeira, o ronco dos trovões, o dormir tranquilo de um lago, a alegria misteriosa de um arco-
íris, o balanço dos barcos, a chuva que se anuncia no telhado, o correr manso de um rio, a beleza
irradiante da neve, a cerveja “estupidamente” gelada, o tilintar do gelo no copo, a fumaça que sai do
delicioso cafezinho, a lágrima que desce suavemente no rosto, o suor que escorre no corpo, o
orvalho descansando nas folhas das árvores, pense nisso: sem água nada existe. Seja no mar, nos
rios, nos lagos, no ar, na terra ou na chuva, em tudo isso está a água na mais completa manifestação
de vida.
A água é o recurso natural mais importante para os homens, animais e plantas. É a fonte
de tudo. Dá vida a outras vidas: protege o feto, sacia a sede do ser humano e dos animais, dissolve e
distribui o alimento nos vegetais. Dela depende as diversas atividades humanas, desde a produção
de alimentos ao esporte, da geração de energia à navegação, da indústria ao lazer. E toda a
evolução das espécies está intimamente ligada a ela.
No Brasil, os rios Amazonas, São Francisco, Paraná, Araguaia e outros também
cumpriram e cumprem o papel de garantir a sobrevivência de milhões de pessoas, desde o tempo da
colonização portuguesa até os dias de hoje. Registre-se que o Rio Amazonas é o primeiro do mundo
em volume de água e o segundo maior rio do mundo em extensão, medindo 6.437 km desde a sua

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nascente no alto dos Andes, na América do Sul, até sua foz no norte do Brasil. Medições recentes
dão conta que o Rio Amazonas seria também o maior rio do mundo, em extensão.
O volume total de água na terra tem algumas diferenças de medição entre os cientistas.
Os números mais conhecidos dão conta de um volume que varia de 1,4 bilhão até 1,447 bilhão de
quilômetros cúbicos. Ficamos com esse último número, o que vai resultar na seguinte conta: 1,4
bilhão de quilômetros cúbicos de água salgada nos mares e oceanos e 47 milhões de quilômetros
cúbicos de água doce, que está distribuída da seguinte forma: 36,3 milhões nas geleiras e calotas
polares (77,2%), 10,5 milhões no subsolo (22,4%), 169 mil nos lagos, pântanos e rios (0,36%) e 19
mil quilômetros cúbicos na atmosfera (0,04%). Ou seja: de toda a água do planeta cerca de 97% são
de água salgada. Dos 3% de água doce, 2,3% estão armazenados nas geleiras e calotas polares e
somente 0,7% é passível de exploração pelo homem, o que dá cerca de 10,7 milhões de quilômetros
cúbicos de água doce. É essa a cota da humanidade (Figuras 1 e 2).

2.6 Distribuição da água doce no planeta

2.7 Formas de poluição aquática


- Esgotos pluviais e escoamento urbano - Escoamento de superfícies impermeáveis incluindo ruas,
edifícios e outras áreas pavimentadas para esgotos ou tubos antes de descarregarem para águas
superficiais.
- Industrial - Fábricas de polpa e de papel, fábricas de químicos, fábricas de têxteis, fábricas de
produtos alimentares.

42
- Agrícola - Excesso de fertilizantes que vão infiltrar-se no solo e poluir os lençóis de água
subterrâneos e por sua vez os rios ou ribeiros onde estes vão dar.
- Extração de recursos minerais... - Modificações hidrológicas, canalizações, construção de
barragens.
2.8 Poluição Química
É um tipo de poluição de águas que atinge rios e oceanos. Dois tipos de poluentes
caracterizam a poluição química:
a) Biodegradáveis - São produtos químicos que ao final de um tempo, são decompostos pela ação
de bactérias. São exemplos de poluentes biodegradáveis o detergente, inseticidas, fertilizantes,
petróleo, etc.
b) Persistentes - São produtos químicos que se mantém por longo tempo no meio ambiente e nos
organismos vivos. Estes poluentes podem causar graves problemas como a contaminação de
alimentos, peixes e crustáceos. São exemplos de poluentes persistentes o DDT, o mercúrio, etc.
Geralmente o mercúrio é utilizado na mineração para separar o ouro nos rios. Se um
peixe contaminado por mercúrio for ingerido por pessoas, este peixe contaminado pode levar estas
pessoas até a morte se não tomarem providências imediatas.
Os rios geralmente conseguem "diluir" certa quantidade de poluentes químicos, mas se
estas quantidades forem ultrapassadas desenvolve-se no rio algas verde-azuladas, que o fazem
cheirar mal. Estas bactérias se reproduzem rapidamente e vão aumentando roubando todo o
oxigênio da água. Sem oxigênio os peixes vão morrendo aos poucos, e toda vida no rio vai deixando
de existir, morrendo inclusive as bactérias.
2.8.1Poluição por fosfatos e nitratos
Os adubos e fertilizantes usados na agricultura contêm grandes concentrações de
nitrogênio e fósforo. Esses poluentes orgânicos constituem nutrientes para as plantas aquáticas,
especialmente as algas, que transformam a água em algo semelhante a um caldo verde, fenômeno
também conhecido por floração das águas.
Em alguns casos, toda a superfície é recoberta por um "tapete", formado pelo
entrelaçamento de algas filamentosas. Com isso, ocorre a desoxigenação da água. Pode parecer
incoerente. Afinal, as algas são seres que produzem o oxigênio durante a fotossíntese. Assim, a
quantidade de oxigênio deveria aumentar e não diminuir. De fato, as algas liberam oxigênio, mas o
tapete superficial que elas formam faz com que boa parte desse gás seja liberado para a atmosfera,
sem se dissolver na água. Além do que, a camada superficial de algas dificulta a penetração de luz.
Isso impossibilita a fotossíntese nas zonas inferiores, reduzindo a produção de oxigênio e a morte de
vegetais. A decomposição dos vegetais mortos aumenta o consumo de oxigênio, agravando ainda
mais a desoxigenação das águas.

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2.9 Eutrofização
É o aumento de nutrientes no meio aquático, acelerando a produtividade primária, ou
seja, intensificando o crescimento de algas. Esse fenômeno pode ser provocado por: lançamento de
esgotos, resíduos industriais, fertilizantes agrícolas e a erosão. É fácil de concluir que, em certas
proporções, a eutrofização pode ser benéfica ao ecossistema.
Contudo, em excesso acarretará um desequilíbrio ecológico, pois provocará o
desenvolvimento incontrolado de uma espécie em detrimento de outras. É o fenômeno conhecido
como "floração da água" e torna reservatórios de águas potáveis em lagoas e lagos imprestável para
o uso.
Os florescimentos de algas são uma consequência da eutrofização o
superenriquecimento das águas pelo excesso de nutrientes das plantas. Além do seu aspecto
inestético (que não é estético, sem beleza), estas verdadeiras explosões de algas constituem uma
ameaça de toxicidade para os fornecimentos de água bem como para as pessoas que consumirem a
água afetada, uma vez que as algas produzem venenos poderosos. Quando estas morrem, as
toxinas são libertadas na água, tornando-se muito difícil removê-las através dos processos normais
de tratamento de águas.
2.10 Poluição por resíduos não-biodegradáveis
Todos os compostos orgânicos são biodegradáveis, ou seja, podem ser decompostos
pelas bactérias. Existem, entretanto, alguns compostos orgânicos sintetizados pela indústria que não
são biodegradáveis. Tais compostos também podem ser chamados de recalcitrantes ou
biologicamente resistentes. Não sendo degradados, tais compostos vão se acumulando na água,
atingindo concentrações tão altas que geram sérios riscos aos seres vivos. Dessas substâncias não-
degradáveis merecem destaque o DDT, o mercúrio, etc.
Os fosfatos são encontrados na maior parte dos detergentes e, como já vimos, provocam
a eutrofização. A poluição por óleo é feita, principalmente, pelos navios petroleiros, por ocasião da
lavagem de seus tanques. O óleo forma na superfície da água, uma película impermeabilizante que
impede a troca de oxigênio e gás carbônico entre a água e a atmosfera. Isso provoca a asfixia dos
animais e impede a realização da fotossíntese por parte dos vegetais do plâncton.
Outra forma de poluição através de resíduos não-degradáveis é o caso dos metais
pesados chumbo, alumínio, zinco e mercúrio, entre outros que se depositam nos seres vivos,
intoxicando-os.
Milhares de peixes morrem nos rios devido à aplicação de substâncias como, por
exemplo, o sulfato de cobre. Usada como fungicida tal substância, aplicada às lavouras, atinge os
rios intoxicando os peixes.
Os outros metais, como o mercúrio, sofrem efeito acumulativo ao longo das cadeias

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alimentares. Esse metal, altamente tóxico, é usado na garimpagem de ouro. O cascalho, retirado do
rio, é misturado ao mercúrio. O ouro em pó, existente no cascalho, se aglutina ao mercúrio.
A seguir, a mistura mercúrio-ouro é aquecida, para a separação dos dois metais. Durante
o processo maior parte do mercúrio evapora; o resto acaba sendo atirado nos rios, sendo absorvido
pela cadeia alimentar.
2.11 Poluição por organismos patogênicos
A água pode ser infectada por organismos patogênicos, existentes nos esgotos. Assim,
ela pode conter:
- Bactérias - Provocam infecções intestinais epidérmicas e endêmicas (febre tifóide, cólera,
salmonelose, leptospirose etc.).
- Vírus - provocam hepatites, infecções nos olhos etc.
- Protozoários - Responsáveis pelas amebíases e giardíases, etc.
- Vermes - Esquistossomose e outras infestações.
Muitas pessoas preferem, por exemplo, beber a água cristalina de nascentes ou de poços
artesianos em lugar de água de torneira que foi convenientemente tratada e distribuída. Entretanto,
a água dos poços e nascentes é contaminada pela proximidade com fossas e lançamento de
esgotos. A contaminação se dá por infiltração através do solo, de tal maneira que as partículas em
suspensão (causadoras da turbidez) ficam retidas neste, enquanto que as bactérias e vírus, por
serem muito menores, atravessam o solo atingindo a água do poço ou da nascente, que embora
"cristalina" passará a transmitir doenças.
Algumas águas para consumo contêm também substâncias orgânicas, cuja presença se
explica ou porque já existem livres na origem, como é o caso de águas resultantes das atividades do
Homem. Entre as substâncias sintéticas incluem-se os pesticidas, solventes e alguns resíduos de
produtos farmacêuticos.
A aplicação de pesticidas constitui outro risco de contaminação da água, quer pelo seu
escoamento para os vários veios ou filtração através do solo até a água subterrânea. Herbicidas
persistentes como a simazina e a atrazina, aplicados em unidades agrícolas, linhas férreas e terrenos
dos municípios locais, têm contaminado inúmeros meios aquíferos.
A descarga de um material num rio não significa que este tenha desaparecido de vez,
particularmente quando ao longo do rio se estendem várias cidades, cada uma das quais descarrega
efluentes de esgotos e extrai água para beber.
Um efluente descarregado num rio relativamente calmo pode levar tempo a diluir-se: após
uma descarga, e à medida que o afluente se propaga lentamente, e muitas vezes possível observar-
se, ao sabor da corrente, uma pluma semelhante à pluma de poluição do ar. Num rio turbulento, a
mistura dá-se, obviamente, com maior rapidez e a diluição faz-se o mais breve trecho.

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2.11 Origem dos despejos nos rios
Grande parte do material descarregado nos rios é biológico na sua origem, podendo
servir de alimento a microrganismos. Quando há bastante oxigênio presente na água, a
decomposição é feita por organismos aeróbios, mas nos pontos onde o oxigênio já se exauriu, tem
lugar uma decomposição anaeróbica. Seja qual for o processo envolvido, a matéria orgânica é
desintegrada em compostos mais simples.
2.12 O Adubo retirado da poluição de rios
Este adubo é um produto originário do tratamento de esgotos urbanos. O processo
adotado retira os nutrientes dos esgotos, concentrando-os no material sólido, o qual, após tratamento
se transforma em um excelente corretivo de solos.
É uma importante fonte de matéria orgânica e pode ser utilizado para reduzir as
quantidades de fertilizantes químicos, melhorarem as características físicas do solo, acrescentar
micronutrientes essenciais ao desenvolvimento das plantas, melhorando a produtividade do
agricultor, e o melhor é que evita intoxicação de rios próximos.
Atualmente, o adubo, embora tratado, não é completamente higienizado, portanto, não é
recomendado seu uso na produção de hortaliças. A utilização deve ficar limitada ao plantio de
árvores frutíferas, forrageiras, milho, café, plantas ornamentais e outros produtos agrícolas que não
sejam ingeridos crus. No final de 1998, o produto foi higienizado, e teve a aplicação irrestrita.
2.13 Poluição do litoral
Outrora, pensava-se que as substâncias residuais despejadas no mar se diluiriam e
desapareceriam para sempre. Porém, essas substâncias permanecem, em movimento, no mar. As
correntes deslocam os rejeitos de um lado para o outro, concentrado-os aqui e diluindo-os ali. As
correntes ascendentes, nas áreas onde a água fria das profundezas sobe à superfície, podem trazer
à luz resíduos perigosos, enterrados em locais que se pensava serem seguros.
O litoral brasileiro nos últimos anos, vem sendo constantemente agredido pelo homem.
Um dos maiores problemas é a poluição pelo derramamento de petróleo a partir de navios petroleiros
ou, mesmo, devido a acidente com estes navios ou com oleodutos litorâneos.
Os litorais de São Paulo e Rio de Janeiro são os mais agredidos por esse tipo de
poluição, dada a grande concentração demográfica e industrial nestes estados, exigindo-se grandes
desembarques de petróleo nesta área, principalmente no terminal marítimo da Petrobrás em São
Sebastião (SP).
O vazamento de petróleo no mar implica no aparecimento da chamada "maré negra", que
mata os peixes de toda a região poluída e escurece toda a areia da praia afetada. Além do petróleo,
algumas indústrias químicas localizadas no litoral costumam despejar seus detritos no mar, poluindo
as praias e causando grande mortalidade da fauna marinha.

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Outro sério problema enfrentado pelo litoral brasileiro é o despejo de dejetos, fazendo
com que muitas praias se tornem um grande esgoto a céu aberto.
2.14 Poluição no Litoral Brasileiro:
Os pontos críticos da costa do país
* No Amapá há problemas de poluição no distrito industrial onde está a Alunorte, produtora de
Alumínio, e também na zona portuária com o embarque de minérios de manganês.
* No Maranhão, as atividades de mineração da Alunorte também geram problemas. A Alcoa vem
atacando os sistemas estuarinos e os manguezais da região sul de São Luís.
* Em Pernambuco, o catastrófico ciclo das enchentes provoca forte desequilíbrios ecológico. Apenas
22% das áreas de Recife dispõem de esgotos. Os estuários transformaram-se numa fonte de
doenças transmissíveis. Existe uma plataforma marítima de prospecção de petróleo.
* Em Sergipe a exploração de petróleo e os constantes vazamentos no Terminal de Carmópulis
elevam as incidências de vazamentos no litoral. Dejetos químicos em grande quantidade são
lançados pelas industrias Nitrogenadose e Petromisa.
* Na Bahia, o polo petroquímico de Camaçari, o centro industrial de Aratu e centenas de outras
industrias colocam o litoral baiano entre os cinco mais poluídos da costa brasileira.
* Vitoria do Espírito Santo é outro ponto negro do litoral brasileiro, com mais de 760 indústrias, entre
elas a Aracruz Celulose, Companhia Siderúrgica de Tubarão e as usinas de pallets da companhia
Vale do Rio Doce.
* O Rio de Janeiro, sofre com a ação de mais de 10 mil indústrias, que através de vários canais
drenam seus dejetos para a Baía de Guanabara e Lagoa Rodrigo de Freitas. Na Ilha bela, a
Petrobrás realiza uma recuperação do fundo do mar, duramente atingida por uma série de
vazamentos de petróleo. Em Campos existem plataformas marítimas de prospecção de petróleo.
* A baixada Santista tem mais de mil indústrias poluidoras, como a Rodhia, Union Carbide e Casipa.
A região ainda sofre frequentes acidentes com derramamento de petróleo.
* O litoral do Paraná e de Santa Catarina são mais castigados pelos dejetos fecais, comuns a toda
costa brasileira e responsável por 70% da poluição do mar. Em Santa Catarina existe uma plataforma
marítima de prospecção de petróleo.
Ponto crítico de destaque, a Lagoa dos Patos deságua no atlântico na altura da cidade de
Rio Grande. O pólo petroquímico do sul já encontrou as praias da região declaradas impróprias para
o banho.
3 Os solos
Existe um grande volume de água doce contido em lagos e reservatórios por todo o
planeta, mas isso diminui a cada ano, sem que ocorram investimentos e ações que minimizem este
processo. Em apenas 50 anos, a civilização pós a segunda Guerra Mundial conseguiu provocar

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redução na disponibilidade de água doce em cerca de 62,7% das reservas mundiais. Na América do
Sul, esta redução chega a 73% e no continente africano a 75%. Os efeitos disso já podem ser
observados nas secas, na erosão dos solos e desertificação dos ecossistemas.
Desenvolvimento, para um país ou para uma sociedade, é a aquisição de meios
adequados de alimentação, moradia, vestuário, saúde, educação e manutenção de sua cultura. O
solo é um dos recursos essenciais, por si só e pela influência que exerce sobre os ambientes e
sociedades: é a fonte de alimentos, de matérias-primas e energia: influencia o comportamento das
águas; e é sobre ele que o homem constrói e edifica casas, estradas, fábricas, canalizações, etc. No
entanto, o importante papel do solo sobre o desenvolvimento é pouco conhecido.
A Ciência do Solo, como todas as ciências, só ganha real significado se prestar serviços
aos homens, e, hoje, os que mais necessitam de nossos serviços são exatamente aqueles homens,
mulheres e crianças dos países e das regiões as mais pobres do mundo.
Desenvolver é adquirir os meios adequados, os meios mínimos de se alimentar, vestir,
morar, cuidar da saúde, educar-se e, também, viver sua cultura. É preciso adquirir os meios para
tudo isso e, ao mesmo tempo, é necessário tornar-se realmente independente. O desenvolvimento
com segurança é a resultante da capacidade de cada país para tornar-se autônomo, sobretudo em
alguns setores básicos como os de alimentação, energia, saúde, educação e cultura. Trata-se, para
cada país, de colocar as raízes do desenvolvimento no seu próprio território, de fixar sua segurança e
sua capacidade de resistir a qualquer pressão externa nos recursos naturais e culturais próprios.
O solo, por si só e por influência sobre os ambientes e sobre as sociedades é,
evidentemente, um dos recursos essenciais: é preciso valorizá-lo em proveito do desenvolvimento
autônomo.
O solo é, na realidade, um dos fundamentos essenciais do desenvolvimento e
desempenha principalmente quatro papéis que é bom lembrar, mesmo se a maioria das pessoas já
os conhecem.
Funções do solo
O solo é fonte de alimentos - Essa é provavelmente sua função mais conhecida.
Sabemos que os volumes, bem como a qualidade das produções agrícolas dependem das
propriedades dos solos e, sobretudo, das maneiras pelas quais estas últimas são tratadas,
trabalhadas, melhoradas e protegidas.
O solo é fonte de materiais e energia - Em primeiro lugar, o solo é um material que
pode ser utilizado, diretamente ou após tratamento, na construção civil, na produção mineira, na
elaboração de materiais especiais, etc. Além disso, através da produção vegetal, que nele se
desenvolve, e através do seu próprio potencial biológico, o solo é fonte não só de vários tipos de
produtos de origem vegetal, como também de uma grande parte da energia de origem biológica. Isto

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é particularmente importante nas regiões tropicais e equatoriais, onde a atividade biológica, animal e
vegetal, é muito intensa.
O solo exerce grande influência sobre o comportamento das águas - Os regimes
hidrológicos, bem como a qualidade química e biológica das águas, tanto dos lençóis freáticos como
dos rios, são fortemente influenciados pelos solos. A razão é que as águas, antes de chegarem aos
rios e lençóis freáticos, atravessam os solos, mais ou menos facilmente, mais ou menos lentamente,
e segundo trajetos mais ou menos longos, que têm que ser conhecidos.
O solo é, enfim, o suporte das construções dos homens - Sobre os solos o homem
constrói casas, estradas, usinas, canais, reservatórios, etc. Também devolve aos solos os resíduos
do seu desenvolvimento, resíduos esses que são cada vez mais numerosos e provocam, de forma
crescente nas sociedades modernas, problemas de poluição e qualidade de vida.
O solo é, portanto, um dos fundamentos essenciais do desenvolvimento. Isso parece
muito evidente e óbvio.
No entanto, e infelizmente, a realidade dos fatos mostra que essa evidência não é tão
óbvia para a maioria das pessoas. Para constatar o desconhecimento dos papéis fundamentais do
solo no desenvolvimento, basta observar o comportamento daqueles que utilizam os solos, daqueles
que são encarregados de planificar a utilização dos solos ou, ainda, o que é mais grave, o
comportamento dos que são encarregados de estudar os solos, tendo em vista sua utilização.
A situação é bastante curiosa: o drama da erosão dos solos, a necessidade de conservá-
los, a noção de solos como base do desenvolvimento, tudo isso parece estar claro na cabeça de
todos, desde o homem político até o utilizador. Mas, na realidade, esse fato não tem nenhuma base
lógica, nem, muito menos, base cultural. Por quê? Pois bem, para a maior parte dos homens
modernos, o solo ainda é desconhecido; o homem moderno não sabe o que é preciso observar,
estudar e conhecer, para poder utilizar corretamente o solo.
A maior parte das pessoas encarregadas, hoje em dia, de planejar e realizar o
desenvolvimento dos solos, bem como a maioria das pessoas que os utilizam, não sabem o que é o
solo, nem se interrogam sobre os conhecimentos que precisam ser adquiridos sobre ele, antes de
utilizá-lo.
O solo não faz parte do patrimônio cultural do homem moderno, pela simples razão de
que o conhecimento do solo nunca lhe foi ensinado corretamente desde sua infância, ao contrário do
que se faz, por exemplo, com as rochas, com as plantas e com os animais.
Tudo isso resulta em que, mesmo tendo consciência da importância do solo, raros são os
projetos de desenvolvimento que verdadeiramente se baseiam em um conhecimento real e
aprofundado dos solos, o que demandaria estudos detalhados, longos e custosos.

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