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O aluno deverá ser capaz de relacionar os organismos vivos com o ambiente onde
vivem, compreendendo as suas principais adaptações. Ainda mais, ele deve ser
habilitado a relacionar os impactos ambientais com as mudanças globais.
Ementa da Disciplina
Bibliografia
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Gurevitch, J., S.M. Scheiner and G.A. Fox- Ecologia Vegetal- - Ed. ARTMED, 2009.
Odum E.P. and G. W. Barrett- Fundamentos de Ecologia- Ed. Thomson Learning, 2007
Pinto- Coelho, R.M. Fundamentos em Ecologia. São Paulo, Ed. Artmed, 2008.
Início- 09/04/2012
Final- 24/06/2012
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I-INTRODUÇÃO AO ESTUDO DOS ECOSSISTEMAS
1- O que é um ecossistema?
Ecologia é a ciência que estuda as interações dos seres vivos entre si e com o
meio ambiente. A palavra ecologia vem do grego: oikós = casa ; logos = estudo, usada
pela primeira vez pelo biólogo alemão Ernst Haeckel em 1870.
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influências mútuas existentes entre a comunidade ou biocenose e o mundo físico ou
biótopo. Em outras palavras, o ecossistema representa a somatória da biocenose mais o
biótopo. Como exemplo podemos citar uma floresta (englobando as populações aí
existentes mais o meio ambiente onde vivem).
Por esse motivo, duas espécies não podem ocupar o mesmo nicho ecológico,
pois isso acarretaria em uma competição dessas espécies em todos os níveis possíveis ,
o que levaria ao desaparecimento da espécie menos apta, idéia esta conhecida como
Princípio de Gause.
2- Tipos de Ecossistemas
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Com relação ao tamanho podemos classificar os ecossistemas em :
3- Componentes do Ecossistema
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3-1-1- Classificação dos seres vivos
Dessa maneira, quanto maior for a semelhança entre dois grupos, maior será seu
grau de parentesco, ou seja, mais próxima será a sua origem evolutiva, ou ainda, menor
será o tempo em que ambos os grupos se divergiram a partir de um ancestral comum.
Como exemplo, podemos citar a planta de milho, cuja espécie recebe o nome
científico de Zea mays. Uma reunião de espécies bem parecidas representa um Gênero
(no caso do milho, Zea); os gêneros semelhantes são agrupados em Famílias (Fam.
Poaceae no caso do milho); as famílias em Ordens (Ordem Commelinales, para o
milho); as ordens em Classe ( Classe Monocotyledonea ); as classes em Filos ( Filo
Anthophyta) e os filos em Reinos ( Reino Plantae para o milho).
a)- Os termos que indicam o grupo taxonômico de reino até gênero, deverão ter a
inicial maiúscula.
b)- O nome da espécie deve ser escrito em latim, grifado (ou em itálico), sendo
obrigatoriamente designado por dois nomes (Sistema Binário ou Binominal de
Classificação) : o primeiro é o nome do gênero e o segundo é o epíteto científico que
designa a espécie. A inicial do termo indicativo do gênero deve ser escrita com letra
maiúscula; a inicial da espécie deve ser escrita com letra minúscula. Assim quando
escrevemos Phaseolus vulgaris estamos nos referindo ao feijoeiro que pertence ao
gênero Phaseolus e a espécie Phaseolus vulgaris .
c)- Se for necessário mencionar o autor que fez a descrição de uma certa espécie,
seu nome ou a abreviatura dele deve aparecer em seguida ao do termo binomial, sem
qualquer pontuação. Como exemplo podemos citar Phaseolus vulgaris L., onde o L.
significa Linnaeus, que alem de ter sido o criador do sistema binário de classificação,
foi neste caso, aquele que descreveu a espécie, e por isso deve figurar a sua inicial.
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3-1-3- Os Grandes Reinos
Até bem recentemente, era comum classificar todos os seres vivos em dois
Reinos: Reino Animália (incluindo todos os animais vertebrados e invertebrados e os
protozoários), e Reino Plantae , incluindo as plantas, fungos, algas e bactérias.
Atualmente, todos os organismos da biosfera são classificados em vários reinos. Essa
classificação obedece três critérios:
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Abrange todos os organismos unicelulares e procariontes, ou seja, seres que não
apresentam envoltório nuclear. Alem disso não possuem nem plastos (como
cloroplastos) , nem mitocôndrias.
Por essa razão, esses organismos são conhecidos também como Talófitos.
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Como exemplos temos os peixes, anfíbios, répteis, mamíferos, aves, artrópodes,
moluscos, etc..
Como podemos verificar, os vírus não foram incluídos em nenhum dos cinco
reinos, pois são desprovidos de estrutura celular.
Como exemplos , temos vírus que causam a AIDS, Dengue, Ebola, Gripe, etc.
3-2-1-Produtores ou Autótrofos
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São as formas de vida capazes de fabricar seus próprios alimentos (matéria
orgânica) , através de substâncias inorgânicas simples obtidas do meio ambiente.
Com essa energia são capazes de sintetizar seu próprio alimento a partir de
água, gás carbônico e sais minerais. Portanto os organismos quimiossintetizantes são
também autótrofos.
3-2-2-Consumidores ou heterótrofos
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-Consumidor secundário ou de segunda ordem- aquele que se nutre de um
consumidor primário.
3-2-3-Decompositores
São consumidores muito especiais , uma vez que se nutrem de plantas e animais
mortos.
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Essa destruição dos compostos orgânicos é chamada decomposição ou
mineralização, e é fundamental para a reciclagem da matéria no ecossistema. Assim os
decompositores são as grandes usinas biológicas processadoras de lixo no mundo.
Gramíneas → →
Bois→ Homens
Primários Secundários
↓ ↓ ↓
→ Bois → Decompositores.
Gramíneas→
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Gramíneas- primeiro nível trófico
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Podemos considerar que a energia tem um fluxo acíclico no ecossistema , porque
penetra no mundo vivo em forma de luz e dele sai em forma de calor, não sendo mais
reaproveitada.
Já a matéria, tem fluxo cíclico, pois, substâncias mais simples como gás
carbônico e água são transformadas em substâncias mais complexas como açúcares,
proteínas, etc., durante o processo da fotossíntese pelos produtores, para em seguida
serem decompostas e transformadas novamente em substâncias inorgânicas simples,
como CO2, H2O, sais minerais, etc., pelos decompositores .
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Os mais importantes componentes abióticos são: temperatura, água e luz.
3-5-1-Temperatura e Sobrevivência
No meio aquático, as variações de temperatura são mais lentas por dois motivos:
em primeiro lugar porque a água tem baixa condutividade térmica e em segundo lugar
porque a água possui um valor de calor específico mais alto do que o ar. Assim, a água
esquenta ou esfria mais lentamente do que o ar.
Devido a densidade do gelo ser menor que a densidade da água líquida, durante
o resfriamento , há a formação de uma camada de gelo na superfície dos corpos de água,
que atua como um isolante térmico impedindo um maior resfriamento da água sob essa
camada e permitindo assim a manutenção da vida em ambientes aquáticos, mesmo sob
os rigores do inverno.
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Assim sendo, a vida normalmente se desenvolve no intervalo entre 0 °C e 50 °C,
com algumas exceções, como bactérias de fontes termais, que podem suportar até 90 °C
.
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Seres que podem suportar um amplo intervalo de temperatura são considerados
euritérmicos . As espécies estenotérmicas são aquelas especializadas para sobreviver
em intervalos mais estreitos de temperatura.
3-5-2-Água
Os seres vivos podem ser classificados com relação a sua dependência a água
em:
a)-Poiquilohídricos
Assim, os únicos seres vivos que realmente toleram a seca, isto é, cujos
protoplasmas são realmente capazes de suportar dessecamento sem que haja distúrbio
celular, são os organismos poiquilohídricos, incluindo bactérias, cianobactérias,
líquenes, micélio de fungos, vários musgos , algumas pteridófitas, e poucas
Angiospermas.
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Nenhum animal pode realmente tolerar o dessecamento acentuado de suas
células.
b)- Homeohídricos
Mas , a adaptação mais importante dos animais é que eles podem procurar e
beber água.
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Portanto a água é fundamental para a vida. Atualmente, a contaminação das
águas por poluentes está trazendo consequências desastrosas para o homem e para a
vida no planeta.
Uma grande parte dessa radiação que atinge a Terra é transformada em calor,
que alem de ser usada para a evaporação da água, causa um aumento da temperatura na
superfície da terra, permitindo a existência da vida.
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Nos limites exteriores da atmosfera terrestre a intensidade da radiação é de 1.360
W.m2( constante solar).
A luz branca e visível do Sol é composta pelas radiações violeta, azul, verde,
amarelo e vermelho. Isso é fácil de perceber , quando um feixe de luz branca é
decomposta por um prisma , ou quando vemos o arco-íris no céu, resultado da
decomposição da luz solar por gotículas de água.
A radiação visível é muito importante, pois parte dela é usada como fonte de
energia no processo da fotossíntese, responsável pela produção da quase totalidade de
matéria orgânica formada no planeta e que sustenta praticamente toda a vida da Terra.
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Essa radiação não pode ser vista pelo olho humano, mas pode ser percebida pelo
calor. Parte da radiação infra-vermelho é refletida pela atmosfera terrestre , impedindo
assim um super-aquecimento da Terra.
Gases hetero- atômicos como gás carbônico ( CO2) e vapor de água ( H2O) são
capazes de absorver parte da radiação infra-vermelho incidente, impedindo que atinja a
superfície da Terra , causando um grande aumento de temperatura do planeta.
Por outro lado, a atmosfera terrestre funciona também como efeito estufa ou
efeito de cobertura. Isso significa que parte da radiação infra-vermelha que tende a
deixar a Terra é retida pela atmosfera terrestre, voltando para a superfície terrestre.
Portanto, se a Terra não fosse coberta pela atmosfera , seria ou muito quente
( durante o dia) ou muito fria (durante a noite) , impedindo o desenvolvimento da vida,
como ocorre na Lua.
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II- OS GRANDES ECOSSISTEMAS DO MUNDO
1- Introdução
2-1-Atmosfera
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A camada mais interna da atmosfera é a troposfera, zona de intensa
movimentação de ar e que define o clima sobre a superfície da Terra.
O que ocorre é que toda a radiação que atinge a superfície da Terra (pode ser
radiação visível, infra-vermelho ou ultra-violeta) é transformada inexoravelmente em
calor.
Esse calor tende a deixar a Terra, mas está sendo impedido pelos gases hetero-
atômicos, numa escala maior do aquela considerada normal.
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Como a Terra, nestas condições, retêm mais calor, o resultado é um aumento da
temperatura média do planeta, ou aquecimento global.
Até 2090, a projeção indica aumento de até 4°C, caso medidas de prevenção
não sejam tomadas. Uma das conseqüências mais graves do aquecimento global é o
derretimento das camadas polares.
O Brasil ratificou o tratado, mas não teve que se comprometer com metas
específicas, porque foi considerado pais em desenvolvimento.
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Portanto, o Protocolo de Kyoto é um acordo internacional para reduzir as
emissões de gases-estufa dos países industrializados e para garantir um modelo de
desenvolvimento limpo aos países em desenvolvimento.
Dessa forma países que poluem muito podem comprar créditos não usados
daqueles países que tem direito a mais emissões do que normalmente geram.
Países podem também ganhar créditos por atividades que aumentam a sua
capacidade de absorver carbono, como plantio de árvores , conservação do solo, etc.
O ozônio pode atuar como poluente ou funcionar como escudo protetor. Nas
camadas elevadas da atmosfera o ozônio é importante porque filtra os raios
ultravioletas. Ao nível do solo o ozônio é perigoso porque forma poluentes tóxicos
reagindo com outros gases da atmosfera poluída.
2 03 + UV → 3 O2
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Portanto, temos um efeito cascata, pois um mesmo átomo de cloro ( Cl), pode
ser reutilizado para destruir milhares de moléculas de ozônio.
Na Antártida, por sua vez, devido ao rigoroso inverno de seis meses, essa
circulação de ar não ocorre. Assim, formam-se círculos de convecção exclusivos
daquela área.
2-2-Hidrosfera
Cerca de 74% de toda água do planeta está contida nos oceanos e mares.As
águas subterrâneas constituem a segunda maior reserva do planeta, mas apenas cerca de
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1% está próxima a superfície podendo ser alcançada pelas raízes das plantas; o restante
encontra-se a mais de 100 m de profundidade.
2-3-Litosfera
Por isso, matéria orgânica rica em celulose é decomposta cerca de três vezes
mais rapidamente, do que matéria orgânica rica em tanino.
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No interior de florestas tropicais úmidas, a taxa de decomposição anual é cerca
de 95% do total da serapilheira produzida , devido as condições de alta temperatura e
alta umidade.
Existem muitos tipos de solos como solos arenosos, solos argilosos, solos
pedregosos, solos salinos, solos ácidos, etc.
3-Biosfera
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III- ECOSSISTEMAS AQUÁTICOS
1- Recursos Hídricos
Dos 2,3 % de água doce, a maior parte , ou seja , 31 mil trilhões de toneladas
encontra-se retida no solo e sub-solo; cerca de 130 trilhões de toneladas constituem os
lagos e pântanos e o restante acha-se distribuído na atmosfera e nos rios.
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Avalia-se que desse volume de chuvas, 37 trilhões de metros cúbicos, correm
anualmente pelos rios sendo despejados no mar. A maior parte porem , infiltra-se no
solo, preenchendo os espaços vazios existentes entre as partículas de argila, de areia ou
de outras rochas, constituindo os depósitos de água subterrânea.
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As correntes marinhas resultam da ação combinada dos ventos, do movimento
de rotação da Terra e das diferenças da densidade da água em função da temperatura e
da salinidade. Águas frias e mais salinas são mais densas e tendem a afundar, enquanto
que as águas mais quentes e menos concentradas tendem a subir.
A palavra plâncton quer dizer errante. Constitui o conjunto dos seres vivos que
se movem passivamente, levados pelos ventos ou correntezas, pois são destituídos de
órgãos locomotores capazes de vencer os efeitos físicos do ambiente.
Por outro lado, algumas espécies passam a vida inteira como seres planctônicos
(Holoplâncton) enquanto que outros organismos apenas vivem como organismos
planctônicos durante os primeiros estágios de sua existência ( Meroplâncton).
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O zooplâncton se move para perto da superfície durante a noite, quando não é
tão visível para os carnívoros, e mais para o fundo durante o dia (migração vertical), por
alteração da densidade devido a maior ou menor presença de gotículas de óleo que são
por eles sintetizadas.
Compreende os seres que vivem no fundo do mar. Podem ser fixos ( mexilhões,
ostras, algas verdes ( Clorofíceas), algas pardas ( Feofíceas ), e algas vermelhas
( Rodofíceas),ou com movimento próprio ( estrela do mar, ouriço do mar, etc.).
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A coluna de água das regiões Nerítica e Oceânica constituem o Domínio
Pelágico dos mares.
d)- Zona Hadal- profundidades abaixo de 6 mil metros ( podendo chegar até
aproximadamente 11 mil metros.
Devido a pureza das águas profundas (com respeito a partículas, limo e matéria
orgânica), a luz penetra mais profundamente. Os seres autótrofos podem realizar
fotossíntese até a 100 m de profundidade.
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b)- Zona Afótica
Mas, a grande parte dos seres heterótrofos que aí vive, depende de matéria
orgânica proveniente da zona fótica, constituindo-se portanto num ecossistema
dependente.
Pesquisas recentes (2010) tem mostrado que nos gêiseres (fontes termais)
submarinos mais profundos do mundo, localizados na fossa oceânica das Ilhas Caimãs,
com 5 quilômetros de profundidade e temperatura superior a 450ºC, ocorre uma grande
quantidade de indivíduos (até 2.000 exemplares por metro quadrado) de uma espécie de
Crustáceos ( camarões ) desconhecida até agora.
Esses camarões não têm olhos, no sentido clássico do termo, mas nem por isso
são cegos. Possuem no dorso um órgão sensível à luz, que serve de orientação, através
da leve luminosidade dos gêiseres .A nova espécie de camarões foi denominada pelos
cientistas de Rimicaris hybisae.
Os gêiseres da fossa das Ilhas Caimãs expelem fluidos muito quentes, ricos em
cobre, de um aspecto fumegante e escuro que valeu a eles a alcunha de "fumadores
negros".
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A vida aquática também é particularmente rica nos estuários, regiões da costa
onde os rios se encontram com o mar. Já em alto mar, devido a pobreza de nutrientes, a
produtividade dos oceanos é muito baixa.
Existem várias adaptações para evitar perda de água para o meio . Em primeiro
lugar, superfície corporal é pouco permeável a água, mas mesmo assim,a água pode ser
perdida pelos epitélios que revestem a boca, faringe e brânquias.
Para compensar as perdas de água por osmose, esses peixes marinhos realmente
bebem água. Mas como a água é salgada, é preciso eliminar o excesso de sal. Alem da
urina altamente concentrada (rica em sais para serem excretados), existem nas brânquias
células secretoras de cloreto que são especializadas na eliminação do excesso de sal
absorvido.
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Certo número de Répteis e Mamíferos voltaram ao mar. São capazes de se livrar
do excesso de sal pela secreção de soluções salgadas concentradas.
Baleias ingerem pouca água do mar; aproveitam a água contida no seu alimento
( água contida nas ligações químicas dos alimentos).
Como pode, por exemplo, uma baleia, cuja temperatura corpórea é de 38 °C,
manter-se em atividade nas águas frias da Antártida , com temperaturas ao redor de
0°C ?
Dessa forma, quase todo calor perdido pela artéria vai aquecer o sangue venoso
e, portanto volta ao corpo.
Dessa maneira, o sangue frio que traz oxigênio das brânquias pode ser aquecido
pelo sangue que deixa os músculos, de modo que o calor não é perdido. Por esse
motivo, o atum tem uma mobilidade insuperável mesmo em águas frias.
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com répteis marinhos como a tartarugas gigantes, que possuem glândulas secretoras de
sais próximo ao olho.
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Em regiões de clima temperado, se a temperatura baixar muito, forma-se uma
camada de gelo superficial (o gelo é menos denso que a água e por isso flutua), que
funciona como isolante térmico. Essa camada impede um resfriamento muito acentuado
do lago permitindo que a vida continue a existir.
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Por outro lado, algumas macrófitas como Eichhornia crassipes podem causar
sérios danos a economia, por obstruir lagos e rios devido a seu intenso
desenvolvimento. Na Flórida, (Estados Unidos da América), tornou-se praga, causando
prejuízos consideráveis.
Pequenos rios também podem ser chamados por vários nomes, como córrego,
riacho, riachuelo, canal e ribeira.
Não existe uma regra geral que define o que pode ser chamado de rio. Os rios ou
cursos de água podem também ser oligotróficos ou eutróficos, dependendo da
concentração de nutrientes em suas águas.
Quanto às águas, os rios podem ser de três tipos: rios de águas brancas, rios de
águas claras e rios de águas escuras.
Os rios de águas brancas são aqueles cujas águas carregam grandes quantidades
de sólidos em suspensão, como magnésio e cálcio, o que os deixa com a água com um
aspecto esbranquiçado ou barrento, e baixa visibilidade. Muitos desses rios com parte
do curso no Brasil têm origem nas nascentes andinas, como o rio Amazonas. Em suas
margens, existem áreas de várzeas férteis, propícias para a agricultura.
Os rios de águas claras, ou águas azuis, são os rios com pouca quantidade de
sólidos em suspensão e aspecto cristalino, o que lhes permite uma grande visibilidade.
Como exemplo podemos citar os rios na região centro-oeste do Brasil .
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margens de rios e próximo a elas, o problema da enchente, que desabriga muitas
famílias repetitivamente a cada ano.
Muitos rios são utilizados para transporte, chamado transporte fluvial. Nos rios a
presença de corredeiras e quedas d'água impede a navegação.Alguns rios são
navegáveis em apenas parte de seu curso d'água.
Isso realmente ocorre nos animais de água doce. Todos os animais de água doce
possuem uma concentração sanguínea mais baixa que seus ancestrais marinhos. A perda
de sais, no entanto, é compensada pela absorção ativa de sais por células das brânquias.
Alem disso, esses animais urinam bastante para se livrarem do excesso de água
( urina bem diluída).
4-1-Eutrofização-
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É o fenômeno pelo qual a água é enriquecida por nutrientes diversos,
principalmente compostos nitrogenados e fosforados.
Com a redução drástica do teor de oxigênio, acontece a morte por asfixia das
espécies aeróbicas. O ambiente passa a exibir então uma nítida predominância de
organismos anaeróbicos que produzem substâncias tóxicas diversas como o mal-
cheiroso gás sulfídrico (H2S).
O rio Tietê, que nasce limpo na Serra do Mar, é transformado num verdadeiro
canal de esgoto a céu aberto (por ironia, tiete significa legítimo em tupi-guarani) ,
devido às descargas de poluentes e esgoto que recebe.
Na grande São Paulo, o rio Tietê é um rio morto, com resíduos de metais
tóxicos, altos índices de coliformes fecais e ausência quase total de vida aeróbica.
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4-2-Anoxia e Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO)
Vamos supor um aquário onde temos um peixe. Damos seu alimento (ração) e o
oxigênio existente na água é suficiente para a sua respiração.
O valor de DBO nos esgotos domésticos é de 300 a 400 mg/L, ou seja, cada litro
de esgoto consome de 300 a 400 mg de oxigênio.
A água limpa, tanto doce como do mar, possui cerca de 9 mg de oxigênio por
litro. A redução da concentração de oxigênio na água resulta na morte de peixes e de
outros organismos aquáticos.
Temos então a morte de rios ou lagos. A ressurreição dos mesmos envolve caros
processos de despoluição, como temos observado várias tentativas no rio Tietê. Já a
ressurreição do rio Tamisa, na Inglaterra, envolvendo sistemas de captação de esgotos; a
construção de estações de tratamento de esgoto , e a limpeza periódica de dejetos (
especialmente sacos plásticos e garrafas PET), obteve sucesso total, simbolizado pela
volta do salmão a esse ecossistema.
Nos oceanos e mares, esse mesmo tipo de poluição forma as chamadas “marés
vermelhas” que nada mais são do que o acúmulo de microorganismos consumidores de
oxigênio.
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Coliformes fecais, são bactérias que vivem normalmente no intestino humano,
sem causar doenças, ajudando a nossa digestão. Elas se alimentam de sub-produtos não
utilizados pela nossa digestão.
Uma tragédia jamais esquecida causada pela poluição por mercúrio, ocorreu na
baia de Minamata, Japão, na década de 50. As pessoas afetadas, conhecidas por
“legumes humanos” ficaram cegas, com as mãos e os pés retorcidos, o corpo
esquelético e o sistema nervoso deteriorado. Crianças afetadas durante a gestação
nasceram anormais.
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4-5-Poluição por petróleo
Alguns métodos são usados para diminuir a dispersão das manchas de óleo
derramadas, como o uso de barreiras físicas e sucção por bombas. O uso de detergentes
deve ser evitado uma vez que essa prática pode ser tão desastrosa como o próprio
petróleo.
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4-6-Poluição por emissão de radiatividade
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IV-BIOCICLO TERRESTRE OU EPINOCICLO
No meio aquático não temos esse problema. A falta do meio aquático para a
reprodução foi vencida pela fecundação interna.
Mas, a superfície respiratória dos animais deve ser mantida úmida para que
ocorram as trocas gasosas, e por conseguinte , estão sujeitas ao dessecamento.
Esse perigo foi abolido pela alocação dos órgãos respiratórios no interior do
corpo como as traquéias nos insetos e os pulmões nos vertebrados, o que diminui a
perda de água.
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Os grandes padrões climáticos determinantes desses biomas são definidos em
função da latitude (que reflete a variação de energia solar recebida pela Terra numa
determinada região) e da altitude ( a medida que a altitude aumenta, diminui a
temperatura e o regime de precipitação pluviométrica também se altera).
Por isso, uma montanha alta perto do Equador , por exemplo, pode apresentar
uma seqüência de biomas bem parecida como aquela de um gradiente latitudinal.Assim,
um mesmo bioma pode estar em mais de uma região do planeta ( como uma floresta
tropical que existe na América do Sul, África e Ásia).
Por outro lado, o clima da Terra, também é influenciado pelos oceanos, que
ajudam a manter o equilíbrio térmico da Terra.
1- Gelo Polar
Existe gelo polar nos dois pólos. Em campos de gelo permanente encontram-se
ecossistemas simples. Sobre a neve antiga se desenvolvem algas.
2-Tundra
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b)- verão curto ( 2 meses), com dias longos e descongelamento da superfície do
solo. Durante o curto verão, o sol permanece no céu por aproximadamente 24 horas
cada dia.
Recebe mais radiação solar que a tundra, mas ainda é caracterizada por 2
estações por ano.
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A floresta de coníferas ( sempre verdes) sobrevive na forma de vida latente
durante o rigoroso inverno, quando a água em forma de gelo, não pode ser absorvida
pelas suas raízes.As folhas das coníferas são pequenas, em forma de agulha ( folhas
aciculadas) sendo recobertas por uma camada de cera impermeabilizante, que impede
perda excessiva de água.
Esse período pode ser de vários meses, podendo incluir o inverno todo em
regiões de clima temperado.
Esses animais vivem das reservas alimentares que foram acumuladas antes do
início da hibernação.Essas reservas alimentares se encontram principalmente na forma
de gorduras, que são facilmente metabolizadas em baixas temperaturas.
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A entrada no estado de hibernação é geralmente lenta e a temperatura corporal
vai caindo lentamente com o passar das horas. O despertar da hibernação, no final do
inverno, é precedida pelo aumento gradual do metabolismo e conseqüente elevação da
temperatura corpórea.
Por isso, o urso pode ser “acordado” sem passar por um longo período de
reaquecimento. Como principal adaptação, possuem uma grande capa de gordura , que
funciona como um isolante térmico e como reserva alimentar.
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degelos durante o dia. Nos trópicos, estas formosas zonas de plantas com grandes folhas
se denominam paramos, que constituem um ecossistema neotropical encontrado em
países andinos.
Situam-se nas regiões de clima temperado da Terra, como a leste dos Estados
Unidos, oeste da Europa, parte da China, sudeste da Sibéria, Coréia, Japão, etc.
O inverno é rigoroso com dias curtos enquanto que o verão é caracterizado por
dias longos e altas temperaturas.
Grande parte dos animais pequenos hibernam, enquanto que outros desenvolvem
uma pelagem pesada para suportar o frio.
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As florestas de clima temperado desenvolvem-se em zonas onde a média anual
de precipitação pluviométrica é de 750 a 1.500 mm por ano, e é distribuída
uniformemente.
A floresta é rica em plantas epífitas ( que vivem sobre outras árvores em busca
de luz, pois são autótrofas), como orquídeas, bromélias, samambaias, musgos, líquenes.
As bromélias geralmente apresentam as folhas dispostas em cálice para armazenar água
de chuva.
O estrato superior pode atingir mais de 40 metros. Esse bioma é portanto uma
floresta sempre- verde, exuberante , de crescimento rápido, e de grande biodiversidade
( muito rica em espécies de seres vivos).
7- Campos
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Os campos, são formações abertas, e podem ser encontrados tanto em regiões
tropicais como em regiões de clima temperado. A pluviosidade geralmente é baixa.
a) Savanas
Os restos das vítimas desses predadores são removidos por hienas e abutres. O
fogo regular é importante para a regeneração e manutenção deste sistema.
b) Estepes
8- Desertos
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Os desertos encontram-se ao redor das latitudes 30ο Norte e 30ο Sul. Um deserto
é uma região em que a cobertura vegetal é esparsa ou ausente, ou seja, onde a maior
parte do solo está descoberta contendo escassa vegetação.
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As Cactáceas por exemplo acumulam grandes quantidades de água em seus
caules ( apresentam alto grau de suculência)
suor),
temperatura,
Como exemplo podemos citar o camelo, que vive nos desertos e se constitui em
um dos animais mais bem adaptados às condições de seca.
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Esses animais toleram grandes retiradas de água de seu organismo, podendo
suportar perdas de até 40% da água corpórea. Na maioria dos organismos, a perda 20 %
da água corporal pode induzir a morte.
Após esse tempo, quando vai beber água, a quantidade ingerida representa cerca
de um terço do seu peso corporal ( cerca de 100 litros de água) em 10 minutos.
Portanto, o camelo não armazena água.
Muitas vezes esses oásis estão tão distantes uns dos outros , podendo apresentar
diferentes espécies de plantas e animais.
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V- OS GRANDES BIOMAS CONTINENTAIS DO BRASIL
Trata-se de uma típica floresta pluvial tropical, muitas vezes chamada de hiléia
( terra entre florestas) amazônica.
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representa um grande número de inter-relações ecológicas e de nichos ecológicos. A
vegetação é higrófita, isto é, adaptada a viver em locais com muita água.
a) matas de terra firme que se localizam nas regiões mais elevadas e por isso não
são inundadas ; nesse tipo de floresta o estrato superior da vegetação pode atingir alturas
acima de 40 metros, como é o caso da castanha- do- Pará;
b)- matas de igapós, que são as matas localizadas em terrenos mais baixos,
próximas aos rios, e por isso encontram-se sempre inundadas; aí encontramos a vitória-
régia;
c)- mata das várzeas, que são as matas temporariamente alagadas na estação das
chuvas.Aí encontramos a seringueira.
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O conhecimento da fauna e flora da Amazônia ainda é extremamente precário,
devido a sua inacessibilidade, o que dificulta a sua exploração e estudo.
No entanto, a floresta deve ser preservada pela sua enorme importância mundial
no que se refere a sua biodiversidade, proteção aos cursos de água doce, armazenamento
de gás carbônico na matéria orgânica existente na biomassa de raízes , de caules, e que
se destruída, iria aumentar de maneira significativa, a concentração de CO2 na atmosfera
incrementando ainda mais o aquecimento global.
È também muito importante a beleza cênica dessa hiléia, muito propícia para o
desenvolvimento de turismo ecológico.
Para finalizar, não devemos esquecer dos povos e culturas indígenas que aí ainda
vivem, cuja cultura desconhecemos quase que totalmente. .
59
A exploração descontrolada da Amazônia tem causado uma série de impactos
muito graves.
2- Caatinga
Durante o verão, geralmente os rios secam ( com exceção do rio São Francisco).
60
3-Campos Cerrados
Existem também algumas manchas de cerrado nos estados de São Paulo, Paraná,
Paraíba, Pernambuco, e até na região amazônica.
Por isso, para corrigir a acidez do solo e ao mesmo tempo impedir que o
alumínio seja absorvido, faz-se a calagem do solo antes do plantio agrícola, com
calcário. Com o incremento do pH do solo ( diminuição da acidez), o íon alumínio fica
indisponível e não é absorvido pelas raízes das plantas.
No entanto, foi verificado que as raízes das plantas lenhosas do cerrado são
muito profundas, capazes de atingir o lençol freático.
Isso significa que essas plantas podem absorver a água subterrânea do lençol
freático, o que foi confirmado experimentalmente, ao se demonstrar que essas plantas
não restringem a transpiração foliar , mesmo no auge da estação seca.
61
Como elas não podem crescer adequadamente, o excesso de carboidrato é então
acumulado na planta na forma de polissacarídeos, refletindo no aparecimento de cascas
grossas (grande desenvolvimento do súber), na presença de pelos cobrindo o limbo
foliar, na cutícula grossa , etc.
Algumas plantas possuem caules subterrâneos, com gemas, que também são
protegidas do fogo pelo solo.
62
Sementes aladas encontram melhor espaço para dispersão pelo vento
( anemocoria), quando a palha seca do solo é consumida pelo fogo.
Dentre os animais destacam-se: ema (maior ave das Américas), siriema, lobo-
guará, tucano,periquitos,urubu-rei, socó, anta (maior mamífero das Américas),onça
pintada e onça parda, tatu, tamanduá, cascavel, etc.
No entanto, essas águas do cerrado estão ameaçadas pela ação antrópica, devido
principalmente aos desmatamentos descontrolados, a destruição e utilização indevida da
vegetação, a irrigação clandestina, ao lançamento direto de dejetos em seus rios e
principalmente devido ao uso indiscriminado de agrotóxicos.
63
4- Pampas
5- Mata Atlântica
A diferença principal entre esses dois biomas está na topografia do terreno que
ocupam: a floresta amazônica está assentada sobre planícies e poucos planaltos
enquanto que a Mata Atlântica ocorre principalmente na região costeira em planícies e
montanhas , como na serra do Mar.
64
Não é tão exuberante como a floresta amazônica (embora apresente grande
diversidade biológica). As árvores distribuem-se em 2 ou mais estratos, sendo que o
dossel do estrato superior pode atingir até 40 metros.
São as florestas que habitam climas com temperaturas um pouco mais baixas no
inverno, e com precipitação pluviométrica alta , sendo as chuvas bem distribuídas ao
longo do ano.
Também conhecida como mata mesófila, esse tipo de floresta é encontrada mais
no interior do território brasileiro, onde existem duas estações bem definidas: seca e
chuvosa. Na estação seca as árvores dessa mata chegam a perder de 20 a 50 % das
folhas. Esse grau de deciduidade, depende da extensão e intensidade do período de seca.
O índice pluviométrico é menor, que nos dois casos anteriores.
É o mais devastado dos biomas brasileiros, restando muito pouco da área inicial.
65
A mata das araucárias, também conhecida como mata dos pinhais, ocorre no sul
do Brasil, principalmente nos estados do Paraná e Santa Catarina.
Estende-se também aos estados do Rio Grande do Sul e São Paulo. O clima é
temperado com precipitações regulares de chuva.
Mas, como a gralha acaba enterra no solo muitos pinhões para uso futuro,
alguns deles são esquecidos, como se fossem plantados. Portanto, a gralha acaba
fazendo um plantio involuntário, contribuindo para a manutenção da espécie.
7- Pantanal
Essa área apresenta um relevo plano, com altitude média de 100 m, sendo
cercada por terras mais elevadas. É portanto uma grande depressão natural.
É nessa região que o Rio Paraguai e seus afluentes extravasam suas águas nos
meses de cheia, de outubro a abril, causando a inundação de extensas áreas.
66
Nos meses de maio a setembro, período que corresponde a estação seca, os rios
voltam aos seus níveis normais, deixando nutrientes que fertilizam o solo da região
extravasada.
Essas ilhas flutuantes que descem o rio Paraguai são chamadas de camalotes,
nome dado também ao água-pé, pois essas macrófitas estão presentes em maior
quantidade nos camalotes.
67
Problemas com mineração, caça e pesca ilegais, navegação intensa, incremento
da quantidade de lixo urbano são os maiores desafios do bioma pantanal, que
atualmente é considerado uma área vulnerável e de prioridade máxima para a
conservação.
Essas duas situações podem ocorrer no pantanal e as plantas que aí vivem devem
apresentar adaptações para sobrevivência a esses dois tipos de estresses.
a)- diminuição da taxa de transpiração nas horas mais quentes do dia, através do
fechamento dos estômatos.
68
O estresse por inundação é muito comum nas plantas terrestres de áreas mais
baixas, localizadas próximas a corpos de água, principalmente durante a estação
chuvosa, que vai de novembro a março no pantanal.
Com a inundação, a maior parte desse oxigênio presente nos poros solo , é
substituída pela água.
a)- na maioria das espécies, a respiração das raízes em solos inundados torna-se
anaeróbica, com menor produção de ATP ( energia disponível para o trabalho celular).
As substâncias tóxicas , como acetaldeído e etanol provenientes da respiração
anaeróbica, podem ser toleradas por essas espécies resistentes.
69
negativo, aflora a superfície do solo alagado, permitindo que haja difusão de oxigênio
do meio aéreo para a raiz, por intermédio de lenticelas.
8- Desmatamento
Parece existir uma tendência universal nas atitudes dos povos, com respeito às
florestas, a medida que as nações se desenvolvem.
Portanto, não devemos considerar uma floresta como uma fábrica de celulose;
sua manutenção é importante para a conservação do solo e dos recursos hídricos,para
proporcionar estabilidade do lençol freático e diminuição da erosão do solo, pelo
controle da umidade relativa do ar , pelo suprimento de oxigênio, e no controle do
clima em geral, etc.
Dessa maneira, o progresso se alastrou por quase todo estado de São Paulo,
norte do Paraná e sul de Minas Gerais.
70
Em seguida, tivemos a diversificação da lavoura para algodão, laranja, cana de
açúcar, etc., sem nenhum planejamento .
Atualmente, a produção cada vez maior de carvão vegetal para fins industriais,
tem contribuindo cada vez mais para a destruição das matas.
Supõe-se que a mata Atlântica ,que ocupava uma área de 350 000 Km2 só na
faixa costeira, ocupe hoje pouco mais de 10 000 Km2, resultando na quase extinção de
madeira nobre como jacarandá, mogno, ipê, e cerejeiras .
71
desencadeiam processos de destruição da flora e fauna do solo ,o que compromete a
formação de húmus.
72
-promover a utilização dos princípios e práticas de conservação da natureza no
processo de desenvolvimento;
As unidades de proteção integral não podem ser habitadas pelo homem, sendo
admitido apenas o uso indireto dos seus recursos naturais em pesquisas científicas.
73
9-1-1-Estações Ecológicas
9-1-2-Reservas Biológicas
9-1-3-Parques Nacionais
74
Como exemplo podemos citar o Parque Nacional do Iguaçu que engloba as
Cataratas do Iguaçu e que foi o primeiro parque nacional criado no Brasil em 1939,
sendo considerado pela UNESCO em 1986, um Patrimônio Natural da Humanidade.
Podem ser constituídos por áreas particulares, desde que seja possível
compatibilizar os objetivos da unidade, com a utilização da terra e dos recursos naturais
do local pelos proprietários. Caso contrário, as propriedades particulares devem ser
desapropriadas.
Podem ser constituídos por áreas particulares, desde que seja possível
compatibilizar os objetivos da unidade com a utilização da terra e dos recursos naturais
do local pelos proprietários. Caso contrário, essas propriedades devem ser
desapropriadas.
75
As principais Unidades de Uso Sustentável são:
Pode ser estabelecida em área de domínio público e/ou privado, pela União,
estados ou municípios, não sendo necessária a desapropriação das terras. No entanto, as
atividades e usos desenvolvidos estão sujeitos a um disciplinamento específico.
Essas áreas têm pouca ou nenhuma ocupação humana, constituída por terras
públicas ou privadas. Sua finalidade é a manutenção dos ecossistemas naturais de
importância regional ou local. Seu uso deve regular, a cada caso, atividades que possam
pôr em risco a conservação dos ecossistemas, a proteção especial das espécies
endêmicas ou raras, ou a harmonia da paisagem.
76
9-2-3-Floresta Nacional
77
VI- ECOSSISTEMAS COSTEIROS E ECOSSISTEMAS DE TRANSIÇÂO NO
BRASIL
Dada a magnitude das carências de serviços urbanos básicos, tais áreas vão
constituir-se nos principais espaços críticos para o planejamento ambiental da zona
costeira do Brasil.
1-Manguezal
78
Próximo a costa, ao longo de quase todo litoral brasileiro, estão localizados os
manguezais, onde os rios desembocam no mar , constituindo uma de região de água
salobra.
O dossel formado pela copa das árvores do mangue se estende acima do nível da
água da maré alta.
Durante a maré baixa ,as suas peculiares raízes respiratórias ficam expostas, e
através das lenticelas , há difusão de oxigênio para a respiração.
79
A espécie Rhizophora mangle apresenta um mecanismo especial de dispersão
de sementes: As sementes germinam ainda presas a planta parental ( viviparidade)
podendo a raiz atingir até 30 cm.
2- Restinga
Algumas espécies são típicas da restinga, como por exemplo: bromélia terrestre
(Aechmea nudicaulis), cipó alto (Bougainvillea spectabilis) e angelim da praia (Andira
legalis).
80
Como exemplos de mamíferos temos a suçuarana , o porco-do-mato, o cachorro-
do-mato e o coati .
3- Praias
Assim, a praia funciona como um filtro de areia como aqueles usados em redes
de tratamento de água. Os espaços entre os grãos abrigam animais minúsculos, que
consomem matéria orgânica , permitindo o retorno de nutrientes para a água.
A praia que está sujeita a inundações pelas marés altas. Não há instalação de
plantas nas praias. É fácil observar o caranguejo maria-farinha, que cava buraquinhos na
areia.
4- Recifes de Coral
Recifes de coral são estruturas rochosas, marinhas, que rodeiam ilhas e costas,
constituídos, essencialmente de corais e algas.
81
Nesta relação, o coral recebe matéria orgânica produzida pela fotossíntese da
alga e , portanto, depende dela para sobreviver.
Embora esta relação seja também vantajosa para a alga, ela pode sobreviver sem
o coral.
A alta densidade populacional nos corais requer fortes correntes e/ou a ação das
ondas para abastecimento de oxigênio para respiração, nutrientes para o crescimento,
carbonatos para os esqueletos e outros alimentos.
Estima-se que os recifes de coral cubram uma área com cerca de 284 300 km2. A
região do Indo-Pacífico (Mar Vermelho, Oceano Índico, sudeste Asiático e Oceano
Pacífico) contribui com 91,9% do total, enquanto que os recifes do Oceano Atlântico e
do Mar do Caribe contribuem apenas com 7,6% do total.
Os recifes de coral são restritos ou ausentes na costa oeste das Américas, assim
como na costa oeste da África, devido principalmente às fortes correntes marinhas de
águas frias, que reduzem a temperatura da água nessas áreas.
Também são escassos na costa sul da Ásia ,bem como ao longo da costa
nordeste da América do Sul .
82
- recifes em franja - são formações simples e próximas aos continentes ou a
ilhas. Este é o tipo mais comum de recife. Diversas formações em franja, ocorrem no
Caribe.
A cidade do Recife (Pernambuco), não recebeu seu nome devido a esta formação
biológica, mas aos recifes de arenito que formam sua costa.
Os recifes de coral são o lar de uma variedade de peixes tropicais , como peixe-
papagaio, peixe-anjo, peixe-borboleta, barracudas, moréias, e pequenos tubarões.
Mamíferos são raros sobre recifes de corais. Pode ocorrer visita de cetáceos
como golfinhos .
Esses animais que ficam dentro da rocha incluem esponjas, moluscos bivalves,
etc.
83
A destruição física de recifes devido ao tráfego marítimo de barcos, o comércio
de peixe vivo, a acidificação do oceano devido ao aumento da concentração de gás
carbônico no planeta , a poluição causada pela urbanização de áreas litorâneas, a
eutrofização das águas, a autilização de cianeto e outros produtos químicos na captura
de pequenos peixes, etc. , constituem sérias ameaças aos corais.
Usa-se o termo descoramento de corais, para indicar que os corais estão sendo
destruídos em resposta a alteração dos fatores ambientais.
5- Costões rochosos
Costão rochoso refere-se ao ambiente costeiro formado por rochas, situado na
transição entre os meios terrestre e marinho.
Pode ser considerado muito mais uma extensão do ambiente marinho que do
terrestre, pois a maioria dos organismos que o habita, estão relacionados ao mar.
84
No Brasil, podemos encontrar costões rochosos em quase toda a costa,
principalmente na região Sudeste, onde a costa é bastante recortada.
Os costões são, portanto, na maioria das vezes, extensões das serras rochosas
que atingem o fundo do mar.
Na região sudeste, estas regiões (ou zonas) são formadas a partir das habilidades
adaptativas dos organismos e aos fatores ambientais. A esta distribuição dá-se o nome
de zonação.
85
Corresponde a região superior do costão rochoso permanentemente exposta ao
ar, onde somente chegam borrifos de água do mar.
86
Nesta região , as relações bióticas (predação, herbivoria, competição), são mais
importantes na determinação da distribuição dos organismos, uma vez que os fatores
ambientais são mais estáveis.
6- Dunas
São grandes colinas construídas por areia da praia carregada pelo vento. Plantas
herbáceas, cujas sementes são transportadas por pássaros ou pequenos animais,
começam a se desenvolver nesse substrato.
O sistema radicular dessas plantas ajuda a impedir que a areia seja arrastada pelo
vento. O abastecimento de água dá-se pela chuva .
A medida que o tempo vai passando, novas formas vegetais vão substituindo a
comunidade pioneira, até que uma pequena floresta passa a ocupar um substrato estável
e capaz de reter certa quantidade de água.
Com o tempo, as dunas vão cada vez acumulando mais material orgânico no
solo devido a morte das comunidades pioneiras.Isso possibilita o aparecimento de novas
comunidades que vão habitar essas novas condições edáficas, de modo que teremos o
87
estabelecimento inicialmente de espécies arbustivas e mais tarde até de espécies
arbóreas, consolidando a duna.
7- Estuários
Algumas aves como garças e pelicanos ,voam até os estuários para se alimentar.
No caso do siri, ele tem a capacidade de retirar ativamente sais minerais da água,
ou de excretar ativamente sais para a água, mantendo assim sempre uma concentração
ligeiramente mais alta que o meio circundante.
8- Mata Ripária
Mata Ciliar, mata ripária ou mata galeria, são geralmente formações florestais
situadas às margens dos rios, ao redor de nascentes, lagos e reservatórios, classificadas
como áreas de preservação permanente pelo Código Florestal Brasileiro.
A localização desta vegetação, junto aos corpos d'água, faz com que ela possa
desempenhar importantes funções hidrológicas, entre as quais destaca-se:
88
- regulação da temperatura no ecossistema aquático.
As matas ripárias são verdes durante o ano todo, ou seja, não perdem
as folhas durante a estação seca. Muitas vezes encontramos árvores com altura entre 20
e 30 metros.
Esta fisionomia é comumente associada a solos com excesso de umidade na
maior parte do ano, devido ao lençol freático superficial e grande quantidade
de material orgânico acumulado.
Com a chuva, a terra é desgastada, sendo levada para o rio, que fica assoreado,
tendendo a ficar cada vez mais raso.
As matas ripárias foram alvo de todo o tipo de degradação, pois cidades foram
fundadas às margens de rios, eliminando-se todo tipo de vegetação ciliar. Por isso,
parte dessas cidades, estão sujeitas a inundações constantes.
89
b)-escassez da água- na ausência da mata ciliar, a água da chuva escoa sobre a
superfície, sem que haja infiltração e armazenamento no lençol freático.
e)-evitar enchentes - a mata ciliar cobre e protege o solo, fazendo com que ela
funcione como uma espécie de esponja, absorvendo e retendo parte da água das chuvas.
A zona dos cocais, localiza-se em parte dos estados do Maranhão, Piauí, Rio
Grande do Norte , na região de transição entre a Caatinga e a Floresta Amazônica,
ocupando uma área de 144.583 Km2.
Das folhas da carnaúba é extraída uma cera de ótima qualidade; das sementes do
babaçu é extraído um óleo usado na produção de margarinas, sabões e gordura de coco.
90
O babaçu (Orbygnia phalerata ) é uma palmeira nativa das regiões norte e
nordeste do Brasil. Compõe extensas florestas, ocupando áreas onde a floresta primária
foi desmatada.
9- Mata Seca
Naturalmente, o clima é mais seco que o do cerrado, com solo mais ressecado e
períodos mais intensos sem chuva.
A maior parte desta área está na fronteira do cerrado com o sertão, no interior de
estados nordestinos.
11- Pântanos
Os pântanos são áreas planas, onde ocorre abundante vegetação herbácea e/ou
arbustiva, e que permanece grande parte do tempo inundada.
Surgem geralmente em áreas onde o escoamento das águas é lento. Desta forma,
a massa orgânica presente nas águas se decompõe no próprio local.
91
No litoral brasileiro, em toda a planície costeira, os manguezais podem ser
considerados pântanos. Têm fauna e flora peculiares adaptados à salinidade e ao fluxo
das marés, com grande biodiversidade devido à mata atlântica contígua.
92
VII- ECOSSISTEMAS ARTIFICIAIS
Além desses seres vivos temos também uma série de animais “indesejáveis” por
prejudicarem a saúde humana como ratos, baratas, escorpiões, pernilongos e outros
organismos causadores de doenças, e que são conhecidos como pragas urbanas.
Entre os fatores abióticos temos casas, prédios e automóveis, alem dos fatores
mais comuns em ambientes naturais como luz solar, água, solo e ar.
A água dos rios que estão próximos, ou atravessam os grandes centros , costuma
estar com sua água poluída, pelo despejo de esgotos industriais e domésticos, ali
lançados, muitas vezes, sem tratamento prévio.
Assim, tanto os fatores bióticos como os abióticos de uma grande cidade, são
bastante diferentes daqueles que compõem um ambiente natural ou pouco modificado,
sendo, muitas vezes, organizados de maneira desequilibrada.
93
Ilha de calor (ou ilha de calor urbana) , é o nome que se dá a um fenômeno
climático que ocorre principalmente nas cidades com elevado grau de urbanização.
Nestas cidades, a temperatura média costuma ser mais elevada do que nas regiões rurais
próximas.
Nas cidades de clima frio (nas latitudes médias e altas), a ilha de calor urbana
tem ocorrência noturna.
Para entendermos melhor este fenômeno climático, podemos usar como exemplo
a cidade de São Paulo que é considerada uma ilha de calor.
Como esta cidade tem grande parte de suas ruas e avenidas pavimentadas com
asfalto, e também pela presença de concreto em prédios, casas e outras construções
ocupando grande área geográfica, ela concentra mais calor, fazendo com que a
temperatura fique acima da média dos municípios da região. A umidade relativa do ar
também fica baixa nestas áreas.
a)- poluição do ar
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Emissões de calor de orígem antrópica,como a queima de combustíveis fósseis,
utilização de ar condicionado e outros eletrodomésticos, etc., podem contribuir bastante
para o maior aquecimento urbano.
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1-2- O lixo
Alem do mau cheiro, esses depósitos de lixo são responsáveis pela intensa
proliferação de moscas, baratas, ratos, escorpiões, etc., constituindo num grande
problema de saúde pública. Isso sem contar a parcela da população que vive diretamente
do lixo.
Hoje em dia, os lixões a céu aberto estão sendo substituídos pelos aterros
sanitários, onde o solo é impermeabilizado antes de receber o lixo, evitando assim a
contaminação do solo, e do lençol freático.Faz-se camadas alternadas de solo e lixo, o
que impede o desenvolvimento dos animais indesejáveis e o mau cheiro.
Parte da matéria orgânica do lixo pode ser compostada, ou seja, o lixo orgânico
pode ser transformado, para ser usado como fertilizante.
96
A água doce e na forma líquida disponível para o consumo humano, é de menos
de 1% do total existente no planeta, sendo localizada em rios, lagos e reservatórios
subterrâneos.
Mas, a água doce está tornando-se cada vez mais indisponível devido
contaminação crescente de suas fontes, como rios, lagos, nascentes, águas subterrâneas
de baixa e de alta profundidade, etc.
Dessa maneira, para que a água possa ser novamente utilizada deve sofrer
tratamentos químicos, físicos e biológicos, gastando energia e tempo.
Portanto é preciso haver conscientização do uso racional da água para que ela
não venha a faltar no futuro.
A maior parte das reservas de água doce do planeta está nos aqüíferos ( cerca de
cem vezes mais água que a soma de todas as reservas de água da superfície) , tornando-
os vitais para a sobrevivência das populações.
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O uso de águas subterrâneas está aumentando de maneira muito intensa,
enquanto que a renovação da reserva hídrica dos aqüíferos é muito lenta.
Alguns poços vêm secando e o nível do lençol freático vem diminuindo. Cerca
de 25% da população humana depende das água subterrânea potável para a sua
sobrevivência.
Alem do uso humano, cada vez se torna mais intenso o uso da água na
agricultura e na industria.
A irrigação mal planejada, alem de consumir muita água doce, pode causar
vários problemas ambientais como:
98
aproximadamente 10 litros de água; para 1 Kg de aço, cerca de 95 litros de água e para
produzir 1 Kg de papel , são necessários aproximadamente 320 litros de água.
Por isto, em condições normais, o ar quente sobe e o ar frio desce, isto é, temos
um fluxo contínuo entre ar quente e ar mais frio.
99
A dose limite de injúria (%) para a poluição atmosférica é determinada por
Organizações Internacionais, como por exemplo a OMS, ou seja, a Organização
Mundial de Saúde.
Quando inspirado, passa dos alvéolos pulmonares para o sangue onde se liga
irreversivelmente com a hemoglobina, formando a carboxi-hemoglobina, que é incapaz
de se ligar ao oxigênio, impedindo a respiração.
Tanto o oxigênio, como o gás carbônico são transportados pelo sangue em forma
de ligações reversíveis com a hemoglobina, que é uma proteína localizada nos glóbulos
vermelhos do sangue.
Por isso, se a concentração de gás carbônico estiver muito alta, podem ocorrer
distúrbios respiratórios, pois haverá um incremento da formação da ligação carbamino-
100
hemoglobina (hemoglobina + CO2) em relação a ligação oxi-hemoglobina
(hemoglobina + CO2), prejudicando a oxigenação dos tecidos, o que pode até causar a
morte dos organismos. Como essa ligação é reversível, é bem menos perigosa que a
carboxi-hemoglobina ( ligação entre hemoglobina e CO ).
b)- isolamento de gás carbônico - gigantescas bolas de gelo seco ( forma sólida
de CO2 ) com cerca de 400 metros de diâmetro e pesando cerca de 50 milhões de
toneladas de gás, podem ser armazenadas.
c)- cultivo de microalgas em lagoas rasas adubadas com CO2 , com a finalidade
de se obter combustível a partir da biomassa cultivada..
d)- cultivo de plantas que tenham crescimento rápido, para serem desenvolvidas
em regiões pouco propícias a agricultura.
101
Em quantidades acima do tolerado, o SO2 pode afetar a produtividade vegetal.
Musgos e líquenes são muito sensíveis a SO2, daí serem utilizados com bioindicadores
de poluição por esse gás.
NO2 +UV → NO +O
O +O2 → O3
NO + O3 → NO2 + O2
Esses poluentes são altamente tóxicos para seres vivos, causando inclusive a
destruição de florestas.
1-5-4-Chuva ácida
102
Formam-se assim as chuvas ácidas que podem causar danos materiais (corrosão
de carros, estátuas de mármore), envenenamento de rios (causando a morte de peixes), e
danos a plantas, diminuindo assim a produtividade vegetal.
Cientistas tentam reverter os efeitos da chuva ácida espalhando cal no chão, para
neutralização do ácido. Essa estratégia é usada na recomposição das florestas.
As chuvas ácidas produzidas num determinado local, podem ser levadas pelo
vento para países vizinhos. Assim, cerca da metade da chuva ácida que ocorre no
Canadá tem origem na poluição gerada pelos Estados Unidos
103
Também a rotação de culturas com a utilização de leguminosas (que abrigam
em suas raízes bactérias do gênero Rhizobium , garantindo assim o estoque de
nitrogênio do solo, enriquecendo-o), são importantes para manter a fertilidade do solo.
Mesmo assim, milhares de crianças morrem por dia antes dos cinco anos por
sub-nutrição; isso não acontece por falta de alimento ou excesso de população, mas sim
pela má distribuição de renda.
104
De qualquer maneira, o mau emprego destes produtos está provocando
envenenamento maciço de nossos alimentos, com consequências desastrosas para o
organismo humano.
Por isso apresentam o chamado efeito cumulativo. Por não ser biodegradável, o
produto permanece inalterado e é transferido ao longo das cadeias alimentares do
ecossistema, ao longo de um certo tempo.
3- Industrialização
105
As industrias de base foram aí instaladas a partir da década de 50, numa época
em que o pais seguia a máxima “desenvolvimento a qualquer custo” , sem considerar
os efeitos prejudiciais ao ambiente.
Até certo tempo atrás, era comum observar nos cumes das montanhas os
famosos “Paliteiros”, isto é, as árvores mais altas perdem as suas folhas e só ficam os
troncos nus.
Os habitantes da região também sofreram muito com esses poluentes. Na Vila
Parisi, atualmente desativada, foram detectados vários casos de mal desenvolvimento de
cérebro em recém nascidos, alem de inúmeras doenças cardio-respiratórias.
106
a)- produção de energia hidrelétrica, como é o caso da Usina Hidrelétrica de
Itaipú, uma bi-nacional Brasil-Paraguai construída no rio Paraná.
c)- construção de piscinões para defesa contra enchentes, ou seja, para controlar
o nível de rios em zonas urbanas, como ocorre na cidade de São Paulo.
e)- uso para locomoção e turismo com pesca esportiva ou não,como é o caso da
Represa do Lobo entre São Carlos e Itirapina no estado de São Paulo.
107
A construção da usinas hidrelétricas se dá sempre em locais onde podem ser
aproveitados os desníveis naturais dos cursos dos rios, e deve-se ter uma vazão mínima
para garantir a produtividade.
Não podemos esquecer também que esses reservatórios têm um tempo de vida
útil, pois com o passar do tempo, vão sendo assoreados e com isso perdendo o seu
poder.
108
VIII- INTERAÇÕES ENTRE AS ESPÉCIES
2-1- Colônias
109
a)- Colônias isomomorfas (ou homotípicas)
2-2-Sociedades
Mas tanto nas colônias como nas sociedades, os indivíduos cooperam uns com
os outros, apresentando profundo grau de interdependência.
110
2-2-1-Sociedade das Abelhas (Apis mellifera)
A rainha é uma fêmea fértil diplóide (2n) que contém cerca de 300 ou mais
ovaríolos que produzem óvulos. Em média, ocorre a postura de 1000 ovos diários.
São as operárias que fabricam mel , a cera e a geléia real, e cuidam da prole.
Fabricam também o própolis (que funciona como um antibiótico) , e que serve para
impedir que a colméia seja atacada por microrganismos.
Os zangões são machos férteis haplóides (n) e sua principal função é fecundar a
rainha e garantir a continuidade da colméia.
111
Tanto a rainha como as operárias provem de óvulos fecundados (2n) , sendo
diferenciadas pelo tipo de alimento .
As operárias são nutridas com mel e pólen, enquanto á rainha e alimentada com
geléia real, e por mais tempo que as operárias.
Os zangões são nutridos com mel e pólen, mas são haplóides, uma vez que
resultam do desenvolvimento de óvulos não fecundados (partenogênese). Os zangões
tem vida curta. Sua única função é fecundar a rainha, ou seja, perpetuar a espécie.
Essas abelhas africanizadas são mais agressivas, daí a dificuldade de seu uso em
apicultura tradicional, que devem ter suas instalações sinalizadas e mais afastadas de
zonas residenciais.
112
2-2-2-Sociedade das Saúvas
O material coletados pelas saúvas serve como substrato orgânico, que permite o
desenvolvimento de culturas de fungos no interior do sauveiro . Este é o alimento básico
das saúvas.
A rainha e o rei (içás e bitus) são alados, e em dias quentes de chuva , as içás
adultas abandonam o sauveiro com um pedaço de fungo que coletam . Fazem vôo
nupcial e são fecundados por vários bitus que morrem após a cópula. Os
espermatozóides são guardados pela rainha durante toda sua vida
Uma vez fecundada , as içás descem ao solo , livram –se das asas e abrem um
canal na terra , com alguns centímetros de profundidade. Em seguida tapam o canal e
“plantam” o fungo que haviam coletado, adubando -o com secreções e fezes.
As içás iniciam a postura dos ovos que originarão novas saúvas. Á medida que o
sauveiro e a produção de fungos aumentam, as saúvas cavam novas câmaras, que se
intercomunicam através de canais que podem abrir na superfície do solo , sendo então
denominados de olheiros.
113
As principais castas de cupins são:
a)- soldados- machos estéreis com mandíbulas bem desenvolvidas e que servem
para defesa.
Também promovem uma ação seletiva, uma vez que as presas capturadas são,
muitas vezes, aquelas que apresentam menor capacidade de fuga devido a estados de
doença, velhice ou outros fatores.
114
A eliminação sistemática de muitos predadores , promovida pelo homem, tem
causado sérios prejuízos ao ecossistema. Em muitas ocasiões, empreenderam-se
campanhas de extermínio a raposas, lobos e outros predadores, pelos danos que de vez
em quando causavam , atacando os animais criados em granjas, chiqueiros , pastos, etc.
115
Existem casos onde o predador é uma planta. Existem algumas plantas que são
pequenas presas animais ( insetos, rãs, etc.) digerindo-as com sucos digestivos
fabricados em seus organismos. Como exemplo podemos citar a Drosera, muito comum
em nosso país.
nitrogênio, uma vez que essas plantas vivem em substratos extremamente oligotróficos,
2-4-Parasitismo
116
Os predadores, ao contrário, geralmente utilizam várias espécies de presas como
alimento. Além disso, enquanto as presas constituem para os predadores apenas fontes
populacional humana.
vírus.
hemiparasitismo:
Holoparasitas
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Apresentam raízes sugadoras ou haustórios, que penetram no caule do
hospedeiro até alcançar os vasos liberianos( são os vasos do floema que transportam a
seiva elaborada da planta, rica em açúcares) e sugam a seiva orgânica presente no
interior do hospedeiro . Como exemplo podemos citar cipó-chumbo ou cúscuta.
Hemiparasitas
2-5- Competição
a)-Competição intra-específica
118
Em várias espécies de animais como macacos, focas, etc., como em muitas
espécies de aves e peixes, foi observado o fenômeno da territorialidade, ou seja, a
escolha de um lugar onde o animal se estabelece, defendendo-o contra outros indivíduos
da mesma espécie.
Como outro exemplo, vamos examinar o caso do leão.O leão tem que competir
com os outros leões do bando, porque os leões praticam a poligamia patriarcal. Para ser
o "macho alfa" do bando, o leão terá que ser o mais corajoso dentre todos os leões
daquele território . Para isso terá que enfrentar todos os outros machos que também
pretendem essas mesmas leoas. Apenas um leão é eleito pelas fêmeas , enquanto que os
os outros não se reproduzem.
Além de ter que ganhar a luta com todos os outros leões do bando, o "macho
alfa" tem também que exibir seu urro forte para impressionar as leoas, exibir sua juba,
suas garras afiadas, para poder ser aceito pelas leoas .
Outros exemplos semelhantes são os galos que competem entre si usando suas
esporas uns contra os outros; carneiros que competem lutando entre si com cabeçadas;
o pavão que exibe a sua cauda para competir com as caudas dos outros pavões; sapos
competem entre si usando o coaxar , ou, em outros casos, exibindo o peito colorido e
inflado; pássaros canoros competem entre si exibindo o canto afinado e as cores da
plumagem; os grilos competem exibindo seus sons à noite, etc.
As raízes das plantas de uma floresta competem entre si pela água e pelos
nutrientes do solo.
Corujas, cobras e gaviões são predadores que competem entre si pelas mesmas
espécies de presas, principalmente por pequenos roedores (ratos, preás, coelhos, etc.).
119
Se o recurso não for suficiente, acaba sobrevivendo a mais apta. Portanto a
especialização dos nichos ecológicos durante o processo evolutivo é muito importante
para o estabelecimento e manutenção das espécies no ecossistema.
2-6- Simbioses
2-6-1-Comensalismo e Inquilinismo
Nestes dois tipos de relações, apenas uma das partes envolvidas beneficia-se,
enquanto a outra nada perde por meio desta relação.
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Como exemplo ,podemos citar o caso de pequenos peixes que vivem como
inquilino dentro do corpo do pepino do mar , em busca proteção. Para se alimentar,
esses peixes saem e depois voltam.
a)-Líquenes
121
Os fungos ainda protegem as algas contra a desidratação. Portanto temos
benefícios mútuos.
Os ruminantes (bois ovelhas, etc.) são animais dotados de estômago com quatro
câmaras.
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e)-Micorrizas
Exemplos de Proto-cooperação :
b)-Pássaro-palito e crocodilo
123
Os pulgões são conhecidos insetos parasitas de certas plantas , de onde extraem
a seiva elaborada que lhes serve de alimento.
O excesso de seiva sugada , eliminada através dos poros anais dos pulgões, é
utilizado por certas formigas como fonte de alimento.
Exemplos:
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a)-Fungo Penicillinium notatum que libera a penicilina (antibiótico) impedindo o
desenvolvimento de certas bactérias suscetíveis a esta substância.
3-Coevolução
Exemplos :
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b)- A borboleta monarca usa os venenos (glicosídeos cardíacos) da
planta hospedeira, que as tornam virtualmente impalatáveis a seus possíveis
predadores.
4- Meta-populações
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Como exemplo, podemos citar a cuíca (pequeno marsupial) Micoureous
demerarae que vive em fragmentos da mata Atlântica dentro da Reserva Biológica de
Poço das Antas, Rio de Janeiro.
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IX- SUCESSÃO ECOLÓGICA
1- Introdução
128
3- Sucessão Ecológica Primária
Uma rocha nua, por exemplo, vai sofrendo ao longo do tempo a ação do
intemperismo físico , pela ação dos ventos, pelas oscilações de temperatura, pelas
chuvas , etc.) e do intemperismo químico , pela ação de substâncias químicas
dissolvidas na água como é o caso da dissolução de gás carbônico na água levando a
formação de ácido carbônico.
Alem da grande capacidade de reter água, os líquenes são pouco exigentes, uma
vez que realizam fotossíntese e fixam o nitrogênio atmosférico.
Por isso, os líquenes são capazes de sobreviver apenas com água, ar e poucos
elementos minerais, e suportar condições climáticas extremas.
A instalação de líquenes em uma região sem vida vai formar uma comunidade
pioneira ou ecese.
129
gramíneas, cujas sementes são trazidas pelo vento. Já numa lagoa recém formada, a
comunidade pioneira será representada pelo fitoplâncton.
.À medida que morrem, os seres pioneiros vão sendo decompostos por bactérias
e fungos, enriquecendo o solo com matéria orgânica.
Desse modo o terreno torna-se mais rico em umidade, em húmus (que também
aumenta a capacidade de retenção de umidade e de nutrientes minerais), e sais minerais.
c)-Comunidade Clímax
A velocidade com que essas mudanças acontecem vai diminuindo até que,
finalmente, se estabelece uma comunidade que fica em equilíbrio com o solo e o clima
da região, sem ser substituída por outra.
130
Todo esse processo de substituição de uma comunidade por outra, começando
pelo estabelecimento de uma comunidade pioneira até a comunidade clímax, é chamado
de sucessão ecológica.
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Isso significa que a produção líquida (produção bruta menos o consumo) vai se
tornando cada vez menor, até praticamente se anular no clímax.
Esse fato é bem ilustrado na floresta amazônica, cujo solo oligotrófico sustenta
uma vegetação exuberante e em estágio clímax.
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A sucessão secundária ocorre quando o desenvolvimento de uma
comunidade pioneira tem início em uma área anteriormente ocupada por
outras comunidades bem estabelecidas.
No interior da clareira, a luz solar chega com alta intensidade, de modo que a
vegetação umbrófila logo desaparece, iniciando assim um processo de sucessão
ecológica.
A nova área da clareira começa então a ser recolonizada por outras espécies,
capazes de germinar e crescer sob intensa radiação solar, que se constituem nas espécies
pioneiras . As sementes dessas plantas já existiam no solo constituindo o que chamamos
de banco de sementes do solo, ou podem ser trazidas por pássaros, etc.
Esses eventos podem repetir-se ao longo dos anos, até que acomunidade climax
seja estabelecida, muito similar a comunidade que estava ao redor da clareira.
133
Uma vez conhecendo as plantas pioneiras que oferecem condições de
implantação das espécies intermediárias e tardias, o ecossistema tende a alcançar a
comunidade clímax em um menor espaço de tempo.
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X - DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Em 1992, foi realizada uma Conferência das Nações Unidas para o Meio
Ambiente, no Rio de Janeiro, quando a comunidade internacional optou pelo respeito à
biodiversidade e pela retirada de populações da linha de pobreza.
Talvez seja preciso considerar a nossa Terra como um planeta vivo, doente, e
que precisa ser restabelecido. E o planeta Terra é a nossa casa. Vamos cuidar do nosso
lar.
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