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Colégio São Bento

Setor B

Prof. MSc. Telma Elyta V. Azeredo


ECOLOGIA: A DINÂMICA DOS ECOSSISTEMAS

Ecologia é a parte da Biologia que estuda os seres vivos no seu relacionamento entre si e com o meio ambiente
onde vivem. Etimologicamente, o nome vem do grego oikos, ‘casa, ambiente’, e logos, ‘estudo, tratado’. É o estudo
dos ecossistemas. Em cada ecossistema há um complexo mecanismo de passagem de matéria e energia do meio
abiótico para os seres vivos, com retorno ao primeiro.

As plantas (autótrofos) utilizam a energia da luz e compostos inorgânicos para formar compostos orgânicos
que encerram, em suas cadeias de carbono, uma certa quantidade daquela energia obtida da luz. A matéria orgânica
passa aos animais (heterótrofos) herbívoros e destes para os carnívoros. Matéria e energia vão passando dos
produtores aos consumidores. Dejetos e restos de animais e plantas são decompostos por bactérias e fungos, os
decompositores, voltando à sua condição de matéria inorgânica.

Ecossistema é um complexo sistema de relações mútuas, com transferência de matéria e energia, entre o meio
abiótico e os seres vivos de determinada região. Todo ecossistema é formado de fatores bióticos (organismos vivos) e
fatores abióticos (elementos físicos e químicos do ambiente: luz, calor, pH, salinidade, variações de pressão da água e
do ar, etc.). São exemplos de ecossistemas: uma floresta, uma campina, uma faixa mais profunda ou mais superficial
das águas, um aquário ou até mesmo uma poça de água.

A Cadeia Alimentar

Cadeia alimentar é uma série de sucessivas


transferências pela qual passa a matéria desde os
produtores até os decompositores, tendo como
intermediários os consumidores. Os seres vivos que
compõem um ecossistema são denominados de biotas
e se organizam em três categorias: produtores,
consumidores e decompositores.

Os produtores são representados pelos seres autótrofos como os vegetais e as algas do fitoplâncton. Corresponde ao
primeiro nível trófico.

Os consumidores são os organismos heterótrofos. Os herbívoros, sendo os primeiros a consumir a matéria orgânica
elaborada pelos produtores, são chamados de consumidores primários; seguidos dos consumidores secundários
(nutrem-se de herbívoros), terciários, etc., formando o segundo, terceiro nível tróficos.

Os decompositores (bactérias e fungos) decompõem as proteínas e outros compostos orgânicos em uréia, amônia,
nitratos, nitritos, nitrogênio livre, etc., devolvendo a matéria inorgânica ao meio abiótico.
Fluxo de matéria na cadeia alimentar

A matéria se mantém num ciclo interminável, ora passa por uma fase inorgânica, ora atravessa uma fase orgânica. A
energia, entretanto, não segue um caminho cíclico. Ela é unidirecional, pois se dispersa dos seres para o ambiente,
sob a forma de calor, não mais sendo recuperável pelos organismos.

Dinâmica energética de um ecossistema

Teia alimentar é o fluxo de matéria e energia que passa, num ecossistema, dos produtores aos consumidores por
numerosos caminhos opcionais que se cruzam. Nos ecossistemas, muitas vezes as cadeias alimentares se superpõem,
formando um emaranhado de linhas que indicam os caminhos que podem seguir os fluxos de matéria e energia. Essa
superposição é chamada de teia alimentar.

As Pirâmides Ecológicas

O fluxo de matéria e energia nos ecossistemas pode ser representado por meio de pirâmides, que poderão ser de
energia, de biomassa (matéria) ou de números. Nas pirâmides ecológicas, a base é quase sempre mais larga que o
topo. A quantidade de matéria (biomassa) e de energia transferível de um nível trófico para outro sofre um decréscimo
de 1/10 a cada passagem, ou seja, cada organismo transfere apenas um décimo da matéria e da energia que absorveu.
Eventualmente, a pirâmide de números pode se mostrar invertida. Em uma floresta, o número de insetos é bem maior
que o número de árvores. Pirâmide de Energia CONSUMIDOR TERCIÁRIO (1,5 kcal) CONSUMIDOR SECUNDÁRIO (15
kcal) CONSUMIDOR PRIMÁRIO (150 kcal) PRODUTOR (1 500 kcal).
Hábitat e Nicho Ecológico

Hábitat é o tipo de local ou lugar físico normalmente habitado pelos indivíduos de uma espécie. Nicho Ecológico é o
‘lugar funcional’ ocupado por uma espécie dentro do seu sistema. Podemos dizer que o tubarão tem hábitat aquático
(água salgada) e a onça tem hábitat terrestre. Dentro da água e sobre a terra, podemos ainda diferenciar inúmeros
hábitats. Um mesmo hábitat comporta diferentes espécies.

O nicho ecológico compreende o que a espécie faz no meio ambiente: como utiliza a energia circulante; o que come,
onde, como e em que momento do dia isso ocorre; como procede em relação às outras espécies e ao próprio
ambiente; em que horas do dia ou em que estação do ano tem maior atividade; quando e como se reproduz; de que
forma serve de alimento para outros seres ou contribui para que naquele local se instalem novas espécies. É
praticamente impossível que duas espécies ocupem o mesmo nicho ecológico.

POPULAÇÕES E COMUNIDADES

A população é um conjunto de indivíduos de uma mesma espécie que convivem numa área comum, mantendo ou não
um certo isolamento em relação a grupos de outra região. Temos como exemplo a população de bactérias da flora
intestinal humana ou a de carrapatos que infestam um cão ou o capim de um terreno. A comunidade biótica
representa o conjunto de populações que habitam o mesmo ecossistema, mantendo entre si um relacionamento. São
também chamadas de biocenoses. Em um jardim temos uma comunidade formada por plantas, insetos,
microorganismos, anelídeos, crustáceos, etc.

Normalmente as populações tendem a crescer até alcançar uma dimensão estável. O aumento exagerado de uma
população pode criar condição para um desequilíbrio ecológico, bem como a redução pode indicar que alguma coisa
está errada, ameaçando a sua sobrevivência. O tamanho de uma população é determinado pelas taxas de natalidade,
longevidade, mortalidade, emigração e imigração.

Existem na natureza mecanismos intrínsecos e extrínsecos que buscam manter estável o equilíbrio das populações.
Os mecanismos intrínsecos dependem da própria população. A competição intraespecífica ocorre quando todos os
indivíduos de uma mesma população consomem o mesmo alimento, o crescimento desordenado leva à falta de
alimentação, desnutrição, doenças e morte; a população diminui e volta à dimensão ideal. A redução da taxa de
reprodução é outro mecanismo intrínseco de controle populacional. Os mecanismos extrínsecos dependem de fatores
externos. Compreendem a competição interespecífica, as restrições de alimento e espaço, os intemperismos, o
parasitismo e o predatismo. Isso representa a resistência ambiental.

Comunidades em Desenvolvimento - Sucessões Ecológicas

As comunidades ou biocenoses estão continuamente sujeitas a modificações em função das alterações do meio
ambiente. Quando surge uma região nova, ainda não habitada, nela vão se instalando, gradativamente, uma sucessão
de espécies que estabelecem condições para o desenvolvimento de uma nova comunidade. É o caso de um pasto
abandonado ou de uma ilha vulcânica. A essa sucessiva implantação de espécies chamamos sera ou sucessão
ecológica. Esquema de uma sucessão primária, isto é, uma sucessão que se instala num local nunca antes habitado.

A primeira etapa de uma sera ou sucessão ecológica recebe o nome de ecésis. Corresponde à chegada dos primeiros
organismos vivos (pioneiros) que vão colonizar a região, geralmente as algas cianofíceas, seguidas de liquens. Após
sucessivas transformações e a instalação de organismos diversos, a sucessão atinge seu desenvolvimento máximo
compatível com a natureza física do local, ela chegou ao seu clímax. Quando a sucessão acontece num local novo,
desabitado, é chamada de primária. Quando a sucessão se faz a partir de uma comunidade antiga é considerada uma
sucessão secundária.

Biomas são as comunidades-clímax dos ecossistemas de terra firme, as grandes formações faunísticas e florísticas que
formam as paisagens. Campos, florestas, desertos, praias e montanhas representam os padrões gerais dos ambientes
onde se desenvolvem os principais biomas.

Entre as florestas podemos destacar a floresta tropical úmida, a floresta temperada, a floresta de mangues e a floresta
de coníferas. A floresta tropical úmida é o bioma mais exuberante da terra com imensa variedade de espécies. A
floresta amazônica e a mata atlântica são exemplos.

A floresta temperada decídua é caracterizada por árvores que perdem as folhas periodicamente e são comuns em
regiões de verões quentes, úmidos e chuvosos, como nos EUA e na América Central. A floresta de mangues é um
ambiente de transição entre o biociclo marinho e o dulcícola, é importante como fonte de alimento e local de
reprodução dos animais marinhos. As florestas de coníferas (gimnospermas) ocorrem em regiões frias e montanhosas.

Os campos são muitos variáveis. Podemos distinguir a campina, a pradaria, a savana, o pampa, a tundra, a estepe, o
cerrado, a taiga, etc. A caatinga é um meio termo entre o campo e o deserto. Entre os desertos podemos destacar o
Saara, o de Gobi e o do Arizona, todos com aspectos bem diferentes.

Microclima é o termo usado para designar o conjunto de características ambientais ou climáticas de cada um dos
diversos estratos de um local. A Dispersão das Espécies é a tendência de propagação para novos ambientes, uma
tentativa de conquista de novas áreas e de alargamento dos próprios domínios, mais notável nos animais, ocorre
também nos vegetais. A dispersão pode ocorrer por dois mecanismos: a dispersão passiva e a dispersão ativa.

A dispersão é passiva quando se faz por fatores alheios à espécie. É mais freqüente nos vegetais. Seus grãos de pólen,
esporos e sementes são transportados pelo vento, água ou por animais. Entre os animais a dispersão passiva pode
ocorrer quando são carregados pelo vento ou por corrente aquáticas até regiões distantes. É comum também que os
animais sejam dispersos pelo homem, direta ou indiretamente. A dispersão ativa depende dos recursos próprios de
locomoção da espécie. Nos animais ocorre por nomadismo ou por migração. A dispersão depende de alguns fatores
como: - o potencial biótico da espécie (capacidade reprodutiva e adaptativa); - a existência ou não de barreiras
geográficas (rios, montanhas, desertos, mares); - recursos próprios de deslocamento de cada espécie.

A BIOSFERA E OS BIOCICLOS

A Biosfera é a soma de todas as regiões da terra onde existe vida. Considerando-se a grande diversidade dos
ecossistemas que integram a biosfera, ela pode ser dividida em três grandes biociclos:

- epinociclo ou biociclo terrestre;


- talassociclo ou biociclo das águas salgadas (marinho);
- limnociclo ou biociclo das águas doces ou continentais (dulcícola).

Epinociclo

É a divisão da biosfera representada pelo conjunto de todos os ecossistemas de terra firme. Compreende a província
subterrânea e a província superficial.

Talassociclo

Compreende todos os ecossistemas marinhos. O fundo dos mares divide-se em sistema litorâneo e sistema abissal. O
sistema litorâneo compreende o fundo dos mares, desde as praias até a profundidade de 200 metros. Corresponde à
plataforma continental. Nessa faixa encontram-se numerosos peixes, moluscos, crustáceos, anelídeos, espongiários e
celenterados. O sistema abissal abrange o fundo dos mares a partir da profundidade de 200 metros.

A massa de água divide-se em zona nerítica, zona pelágica, zona batial e zona abissal.
- zona nerítica (neron = água) se superpõe ao sistema litorâneo até a profundidade de 200 metros, apoiando-se na
plataforma continental.
- zona pelágica (pelagus = mar alto) se superpõe ao sistema abissal e vai até a profundidade de 200 metros.
- zona batial (bathys = profundo) se situa numa faixa entre 200 e 2 000 metros sobre o sistema abissal. Nela se
encontram seres extremamente adaptados às grandes pressões, à escuridão e ao frio intenso.

Limnociclo
Abrange todos os ecossistemas dulcícolas, até mesmo uma poça de água. Divide-se em província lótica ou das águas
correntes e província lêntica ou das águas paradas.

Plânctons, Néctons e Bentos

Os seres de hábitat aquático marinho ou dulcícola são classificados em seres planctônicos, nectônicos ou bentônicos.
Seres planctônicos: não possuem órgãos de locomoção ou os têm rudimentares, sendo arrastados pela correnteza.
Dividem-se em fitoplâncton e zooplâncton. Os organismos do fitoplâncton desempenham importante papel, como
produtores, nas cadeias alimentares; bem como no processo de renovação do ar atmosférico.

Seres nectônicos: possuem órgãos eficientes de locomoção, deslocando-se voluntariamente nas águas. São os peixes,
cetáceos, moluscos (polvo, lula), crustáceos (camarão), répteis (tartaruga), etc.

Seres bentônicos: vivem apenas no fundo do mar, sendo fixos ou móveis. São os equinodermos (estrelas-do-mar), os
espongiários, celenterados (corais e anêmonas), crustáceos (cracas), moluscos (ostras), etc.

OS SERES VIVOS E SUAS RELAÇÕES

Adaptações – A Adequação ao Meio

Desde que a vida surgiu sobre a terra, as espécies evoluíram à custa de mutações que tornavam os indivíduos mais
adaptados às condições do meio. Quando uma mutação torna o indivíduo mais adequado ao ambiente ela se constitui
uma mutação adaptativa ou simplesmente uma adaptação.

Podemos classificar as adaptações em dois tipos fundamentais: morfológicas e fisiológicas.

- As adaptações morfológicas consistem em alterações anatômicas ou estruturais da espécie. Podemos citar as


nadadeiras das baleias e as asas dos morcegos e aves.

- As adaptações fisiológicas consistem numa adequação funcional do organismo ao tipo de ambiente em que vive. Um
peixe de água doce e um de água salgada são anatomicamente semelhantes, porém seus organismos têm
comportamento funcional diferente para controlar a diferença entre a pressão osmótica de suas células e a
concentração salina da água onde vivem.

Camuflagem e Mimetismo são adaptações morfológicas que oferecem às espécies melhores condições de defesa ou
de ataque. Quando a espécie revela a mesma cor ou possui uma forma que se confunde com coisas do ambiente, está
manifestando uma adaptação chamada de camuflagem. É o caso do camaleão, bicho-pau, etc. Quando os indivíduos
de uma espécie se assemelham bastante aos de outra espécie, levando vantagem com essa semelhança, o fenômeno
é chamado de mimetismo. Temos como exemplo a falsa-coral, cobra não venenosa.
As Relações entre os Seres

De forma geral, podemos classificar as relações entre seres vivos como harmônicas ou desarmônicas. Considera-se
como relação harmônica todas as formas de relacionamento em que nenhuma das espécies participantes do processo
sofre qualquer tipo de prejuízo.

Essas relações podem ser intra-específicas (dentro da mesma espécie) ou interespecíficas (entre espécies diferentes).
As relações harmônicas intra-específicas compreendem as colônias e as sociedades.

- Colônias são agrupamentos de indivíduos da mesma espécie ligados fisicamente e que revelam alto grau de
interdependência. Os corais e as esponjas formam colônias. - Sociedades são agrupamentos de indivíduos da mesma
espécie que vivem coletivamente, mas podem sobreviver isolados. Esses grupos apresentam uma divisão de trabalhos.
No formigueiro e na colméia existe uma rainha (reprodutora), operárias, soldados e machos, cada qual com sua função
específica.

As relações harmônicas interespecíficas compreendem a protocooperação, o mutualismo e o comensalismo. Nos dois


primeiros casos, ambas as espécies são beneficiadas.

- Na protocooperação os indivíduos podem viver isoladamente, como o paguro e a actínia. - No mutualismo ou


simbiose a associação é imprescindível para a sobrevivência de ambos os seres. Os liquens são a união de algas e
fungos. Baratas e cupins vivem em mutualismo com protozoários.

- No comensalismo apenas um dos indivíduos se beneficia sem prejudicar o outro, e ambos podem viver isoladamente.
A rêmora é comensal do tubarão.

As relações desarmônicas implicam sempre em prejuízo para uma das espécies. Compreendem o amensalismo, a
competição, o predatismo e o parasitismo.

- No amensalismo ou antibiose um organismo produz substâncias que inibem o desenvolvimento de outra. Fungos
produzem antibióticos que destroem bactérias (espécie amensal).

- A competição acontece entre espécies que ocupam, numa mesma área, nichos similares. Os herbívoros da savana
africana competem pela pastagem.

- O predatismo consiste no ataque de uma espécie a outra, para matá-la e devorá-la. Quando o predatismo envolve
seres da mesma espécie é chamado de canibalismo.

- O parasitismo é a relação em que uma espécie se instala no corpo de outra, prejudicando-a. O organismo que abriga
o parasita é chamado de hospedeiro.

Os parasitas podem ser classificados de várias formas.

- Quanto ao tamanho podem ser microparasitas (protozoários, bactérias, fungos e vírus) ou macroparasitas (vermes
intestinais, piolhos, carrapatos, etc.).

- Quanto à localização podem ser ectoparasitas (externos) ou endoparasitas (internos).

- Quanto à necessidade de realização do parasitismo podem ser obrigatórios ou facultativos. - Quanto ao tempo de
permanência junto ao hospedeiro podem ser temporários (só quando têm fome – pulgas), provisórios (apenas durante
uma fase da vida – moscas berneiras) ou permanentes.

- Quanto ao grau de parasitismo podem ser hemiparasitas (a erva-de-passsarinho retira a seiva bruta do hospedeiro e
a transforma em elaborada), holoparasitas (o cipó-chumbo suga a seiva elaborada) e hiperparasitas (parasitas de
parasitas – bacteriófagos ou fagos são vírus que parasitam bactérias).

- Quanto à sua evolução podem ser monogenéticos (passam toda a vida em um só hospedeiro – lombriga) ou
digenéticos (evoluem em um hospedeiro intermediário e tornam-se adultos em um hospedeiro definitivo – tênia ou
solitária).

Embora classificadas de desarmônicas, essas relações ajudam no equilíbrio ecológico, na medida em que controlam o
tamanho das populações e eliminam os organismos fracos e doentes.
OS CICLOS BIOGEOQUÍMICOS

“Na Natureza, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”. Este é o princípio de conservação da matéria,
enunciado por Lavoisier. Os elementos químicos ora estão participando da estrutura de moléculas inorgânicas, na
água, no solo ou no ar, ora estão compondo moléculas de substâncias orgânicas, nos seres vivos. Pela decomposição
cadavérica ou por suas excreções e seus excrementos, tais substâncias se decompõem e devolvem ao meio ambiente
os elementos químicos, já na forma de compostos inorgânicos.

O Ciclo do Carbono

Essencial para a atividade fotossintética dos seres clorofilados e para a manutenção do calor fornecido pelo Sol, o
dióxido de carbono (CO2) entra na composição do ar atmosférico na proporção de 0,04%.

A atividade respiratória dos seres vivos e as


combustões em geral, lançam anualmente mais de
cinco bilhões de toneladas desse gás na atmosfera,
provocando poluição. O aumento significativo de gás
carbônico na atmosfera vem provocando um
aquecimento cada vez maior do planeta, reduzindo a
perda de calor para o espaço exterior (efeito estufa).

Nos seres vivos, o carbono tem um papel estrutural e seus compostos são consumidos como reservatórios de energia.
Ao fim dos processos respiratórios, que visam a liberação da energia contida nas moléculas orgânicas, o gás carbônico
reaparece com um dos produtos finais, sendo devolvido ao meio abiótico para reiniciar o ciclo.

O Ciclo do Oxigênio

Encontrado no ar numa proporção de 20,94%. Seu ciclo está intimamente ligado ao ciclo do carbono. Durante a
fotossíntese, os organismos retiram CO2 do ambiente e desprendem oxigênio (O2). Durante a respiração, os seres
aeróbios, consomem O2 e liberam CO2 para o ambiente. O oxigênio liberado para a atmosfera é proveniente da
quebra de moléculas de água durante a fotossíntese. À medida que a atividade fotossintética produz e libera O2 livre,
esse gás vai sendo reprocessado na respiração aeróbia, restaurando a água como produto final.

O Ciclo do Nitrogênio

Encontrado no ar atmosférico numa proporção de 78,09%, o nitrogênio (N2) é indispensável à formação dos
aminoácidos que constituem as proteínas, porém os organismos superiores não conseguem absorvê-lo diretamente
do ar. As plantas absorvem o nitrogênio do solo na forma de nitratos (NO3).
No solo e nos ecossistemas aquáticos, o nitrogênio é
transformado em nitratos pelos organismos fixadores
de nitrogênio (cianobactérias), pelas bactérias
nitrificantes e pelos decompositores. As descargas
elétricas dos relâmpagos combinam átomos de
nitrogênio com átomos de oxigênio, formando nitratos
que se precipitam para o solo. As bactérias do gênero
Rhizobium (1) que formam nódulos nas raízes das
leguminosas, retêm o nitrogênio livre, formando
nitratos. Elas se nutrem dos carboidratos produzidos
pelas leguminosas e fornecem os nitratos que
produziram. As cianobactérias também são capazes de
assimilar o nitrogênio livre, produzindo nitratos.

Alguns fungos também são assimiladores de N2.

Entretanto os decompositores e as bactérias nitrificantes (2) do solo desempenham os papeis mais importantes no
ciclo do nitrogênio. As bactérias de putrefação decompõem as proteínas produzindo, entre outros, a amônia (NH3) e
os íons amônio (NH4 + ).

Algumas plantas absorvem os íons amônio. As bactérias nitrificantes ou nitrosas (Nitrosomonas sp. e Nitrosococcus
sp.) oxidam a amônia dando ácido nitroso que reage com outras substâncias e origina nitritos (NO2). As bactérias
nítricas (Nitrobacter) oxidam os nitritos em nitratos. As bactérias denitrificantes (3) decompõem a uréia e a amônia,
liberando nitrogênio molecular para a atmosfera.

O Ciclo da Água

A água no estado líquido está continuamente


evaporando. Nas altas camadas atmosféricas ela se
condensa, formando as nuvens, de onde resultam as
chuvas. Ela pode também se precipitar na forma de
neve ou de granizo. A precipitação pluvial ocasiona a
formação de lençóis subterrâneos e de nascentes de
rios. Os rios drenam para os mares. Parte dessa água é
absorvida pelos seres vivos e utilizada em seu
metabolismo. Através da transpiração, respiração e
excreção os seres vivos devolvem a água para o
ambiente.

O Ciclo do Cálcio

Todos os minerais (cálcio, ferro, fósforo, enxofre, etc.) circulam pelos seres vivos, pela água, pelo ar e pelo solo. Vamos
tomar como exemplo o cálcio.

Os carbonatos e fosfatos de cálcio são encontrados na organização do corpo dos espongiários (espículas), corais,
conchas de moluscos, carapaças de crustáceos e nos esqueletos dos equinodermos e dos vertebrados. Após a morte
desses animais, essas estruturas se decompõem lentamente e seus sais se dissolvem na água e no solo. Com o passar
do tempo, pode ocorrer a deposição e sedimentação desses sais, surgindo os terrenos sedimentares de calcário
(mármore, etc.).

A erosão das rochas calcárias devolve os sais de cálcio para as águas onde poderão voltar a ser absorvidos pelos seres
vivos.

POLUIÇÃO AMBIENTAL

Apesar do fato de que os elementos químicos estão em contínuo reprocessamento na natureza, alguns compostos
resultantes de fenômenos naturais ou das atividades humanas, se acumulam na atmosfera, no solo ou nas águas,
provocando a poluição ambiental e pondo em risco o equilíbrio ecológico. Eutrofização Fenômeno causado pelo
aumento exagerado da concentração de nutrientes e fertilizantes nas águas, provenientes das indústrias e lavouras,
provocando a proliferação exagerada de organismos aquáticos. As marés vermelhas causadas pelos dinoflagelados
(pirrófitas) se enquadram nesse processo. O excesso de nutrientes causa a superpopulação de algas e outros
organismos aquáticos, ocasionando um consumo exagerado de oxigênio e redução desse gás nas águas profundas; o
aumento da população reduz a penetração de luz nas camadas profundas, o que prejudica a fotossíntese das plantas
imersas, reduzindo a oferta de oxigênio e o aumento do gás carbônico. O ambiente se torna inóspito à vida e surge a
mortandade. Com o aumento do número de seres em decomposição, aumenta o número de seres anaeróbios
(decompositores).

Magnificação Trófica

Alguns produtos, por não serem biodegradáveis, permanecem nos ecossistemas e entram nas cadeias alimentares,
passando dos produtores aos consumidores dos diversos níveis. Como apenas cerca de 10% da matéria e energia de
um determinado nível trófico são efetivamente aproveitados pelo nível imediatamente superior, os componentes de
um certo nível trófico têm que consumir uma biomassa dez vezes maior do que a sua própria. Assim, produtos tóxicos
não-biodegradáveis, como o DDT e o mercúrio, vão passando do ambiente para os produtores e desses para os
consumidores, sempre numa concentração acumulativa e crescente.

O DDT (dimetil-difenil-tricloroetano) era largamente usado como inseticida no combate aos piolhos, moscas,
mosquitos e pragas da lavoura no mundo todo. Ele é um produto sintético que atua sobre o sistema nervoso dos
insetos, causado-lhes a morte. Logo aumentou o número de espécies resistentes ao DDT. Criou-se então o BHC
(benzenohexaclorito), mais venenoso e também não-biodegradável. Embora proibidos, esses e outros pesticidas e
agrotóxicos continuam a ser industrializados e comercializados, pondo em risco a saúde do homem, dos outros animais
e o próprio ambiente.

O estrôncio-90 (Sr-90), resultado da fissão do urânio em experiências nucleares, atua competitivamente com o cálcio.
Os átomos de Sr-90 são radioativos e circulam na natureza entre os átomos de cálcio (Ca). São absorvidos pelas plantas,
passam para os animais, através das cadeias alimentares, e se instalam nos ossos, afetando as estruturas
hematopoéticas e se tornando responsáveis por grande incidência de leucemias e cânceres ósseos. O homem adquire
o Sr-90 principalmente através do leite contaminado por esse radioisótopo, proveniente de vacas que ingeriram
vegetais que, por sua vez, haviam absorvido tal elemento do solo.

Efeito Estufa

Nos últimos anos o homem tem realizado muito desmatamento e efetuado muitas queimadas. Isso fez aumentar a
proporção de CO2 na atmosfera, pois não há vegetação suficiente para utilizá-lo na fotossíntese. O CO2 atmosférico
forma uma camada que impede o escapamento das radiações infravermelhas que a Terra recebeu do Sol. Isso faz com
que haja deflexão dessas radiações, e a volta dela à Terra produz um superaquecimento do planeta.

Esse fenômeno, chamado efeito estufa, está preocupando muito os cientistas e ambientalistas, pois poderá acarretar
futuramente um degelo das calotas polares, aumentando o nível das águas dos mares, provocando inundações. Se as
concentrações de CO2 na atmosfera continuarem a aumentar, a vida na Terra sofrerá muitas alterações. A fauna e a
flora terão dificuldade de se adaptarem às rápidas mudanças do clima. Isto influirá sobre a época e os métodos de
plantio; sobre a disponibilidade de água; sobre o estilo de vida nas cidades; a desova de peixes; etc.
A Destruição da Camada de Ozônio (O3) Na estratosfera e mesosfera, o O2 se transforma em O3, por ação das
radiações ultravioleta do Sol. O ozônio funciona como um filtro, refletindo parte da radiação ultravioleta dos raios
solares.

Em pequena quantidade, a radiação ultravioleta é indispensável à realização da fotossíntese, logo, indispensável à


vida. Em grandes quantidades, essa radiação causa mutações gênicas, provocando câncer de pele nos humanos e
comprometendo a atividade agrícola e o fitoplâncton.

O clorofluorcarbono ou CFC, gás usado em sprays, nos circuitos de refrigeração de geladeiras e ar condicionado e em
embalagens porosas de sanduíches e ovos, é inócuo na camada inferior da atmosfera (troposfera), porém, ao chegar
às camadas superiores, sob a ação dos raios ultravioleta, ele se decompõe. O cloro resultante dessa decomposição
reage com o ozônio, descompondo-o. Esse efeito dura muitos anos, cada átomo de cloro pode reagir inúmeras vezes
com outras moléculas de ozônio. Desde 1987 tenta-se a redução na produção de CFC, buscando substitutos não
agressivos ao meio ambiente.

A Inversão Térmica

A camada de ar próxima à superfície do globo terrestre é mais quente. Sendo menos densa ela sobe e à medida que
atinge alturas maiores vai esfriando. Com o movimento do ar as partículas nele contidas sofrem dispersão. No inverno
pode ocorrer a inversão térmica, isto é, nas camadas próximas do solo fica o ar frio e acima dessa camada, o ar quente.
Os poluentes liberados na camada de ar frio não se dispersam. É por isso que, nessas condições, a poluição fica
aumentada.

ALGUNS POLUENTES AMBIENTAIS

Dióxido de Carbono – CO2 – gás eliminado no processo de respiração celular e em todas as combustões (queima de
combustíveis fósseis e outros pelas indústrias e automóveis). Absorvido pelos seres clorofilados é usado no processo
de fotossíntese. Seu aumento na atmosfera é responsável pelo chamado efeito estufa.

Monóxido de Carbono – CO – gás produzido pelos veículos a combustão, compete com o oxigênio, pois se combina
com a hemoglobina das hemácias, formando um composto estável – a carboxiemoglobina – que impede o transporte
dos gases respiratórios. Também bloqueia a citocromoxidase, na cadeia respiratória, dentro das mitocôndrias.

Dióxido de Enxofre – SO2 – gás proveniente da combustão do petróleo e do carvão. Ataca os pulmões, irrita os olhos
e a pele e destrói o esmalte dos dentes. Reage com a água, na atmosfera, formando o ácido sulfúrico, de onde resultam
as chuvas ácidas que provocam danos à vegetação, ao solo, às edificações e monumentos.

Benzopireno – poluente liberado pela combustão. É um hidrocarboneto de ação cancerígena.

Óxidos de Nitrogênio – produzidos por aviões, fornos, incineradores e fertilizantes. São responsáveis por afecções
respiratórias, câncer de pulmão e formação de chuvas ácidas.

Chumbo-tetraetila – o chumbo é adicionado aos combustíveis dos veículos automotores para aumentar a resistência
à combustão. Misturado ao ar, o chumbo-tetraetila é aspirado e provoca a inibição de enzimas.

Substâncias radioativas – os materiais radioativos como estrôncio-90, césio-127, plutônio-239 e outros, depois de
usados deixam um lixo atômico cujas radiações permanecem no ambiente por milhares de anos. Essas radiações
aumentam a taxa de mutação gênica, produzindo vários tipos de câncer, muitos ainda incuráveis.

Pesticidas – são os produtos químicos utilizados no combate às pragas. Podem ser inseticidas, fungicidas, herbicidas,
raticidas, acaricidas, nematicidas, etc. O uso excessivo provoca o envenenamento do solo, dos lençóis freáticos, dos
alimentos e do próprio homem, bem como o surgimento de linhagens resistentes, o que provoca o uso de produtos
cada vez mais tóxicos.

Metais pesados – o mercúrio se concentra ao longo das cadeias alimentares, intoxicando seres aquáticos e todos que
se alimentam deles. Provoca danos neurológicos. O chumbo se acumula no corpo do homem, causando o saturnismo
(perturbações nervosas, nefrites crônicas, cólicas, paralisia cerebral, confusão mental, etc.).
Petróleo – os derramamentos nos mares compromete a fotossíntese das algas, dificultando a oxigenação e
provocando a morte por asfixia dos seres aeróbios; prejudica todo o ecossistema aquático.

A DIVERSIDADE DOS SERES


A Terra existe como planeta consolidado há cerca de 4,5 bilhões de anos. Calcula-se, porém, que a vida só
surgiu há um bilhão de anos atrás. Eras, Períodos e Épocas geológicas se sucederam no transcorrer de muitos milhões
de anos, durante os quais os seres evoluíram. Desde os mais simples microrganismos, que proliferaram nos mares
cambrianos, até o surgimento do homem, a biodiversidade foi fantástica. A vida se diversificou por incríveis e
surpreendentes caminhos. Apareceram as plantas, os animais e seres que, ainda hoje, são tão indefinidos nas suas
formas e maneiras de viver que, por vezes, torna-se difícil identificar a sua verdadeira natureza. Os protozoários já
foram considerados animais; alguns já estiveram em classificação de vegetais. Hoje, são todos enquadrados entre os
protistas.

A tendência para classificar seres vivos ou brutos, reais ou imaginários, remonta à pré-história. Aos poucos,
nossos ancestrais foram aprendendo a diferenciar plantas comestíveis das venenosas; os solos férteis dos estéreis; os
metais mais apropriados para confecção de utensílios e armas. Ao longo da história, o homem aprendeu que a prática
de classificar seres e objetos facilita a manipulação e a compreensão das entidades classificadas, além de permitir que
seu estudo seja compartilhado entre pessoas, constituindo um eficiente método de comunicação. Classificar alguma
coisa é agrupar tipos com características comuns, tendo por objetivo tornar mais fáceis os conhecimentos gerais,
particulares e comparativos desses tipos. Um sistema natural de classificação não se baseia apenas na morfologia e
na fisiologia dos organismos adultos, mas também no desenvolvimento embrionário dos indivíduos, no cariótipo de
cada espécie, na sua distribuição geográfica e no posicionamento dos seres perante seus ancestrais no processo de
evolução das espécies.

Uma classificação é tão mais perfeita quanto mais desenvolva uma visão geral anatômica, fisiológica,
embriológica, citológica, bioquímica, genética, geográfica e evolutiva dos organismos.

SISTEMÁTICA OU TAXONOMIA
É a parte da Biologia que trata do estudo dos seres vivos, organizando-os em grupos ordenados (os táxons ou
categorias hierárquicas), e estabelecendo um sistema natural de classificação. Etimologicamente vem do grego: taxis
= ordem e nomos = lei.

A Nomenclatura Científica

Em cada um dos idiomas existentes, os seres vivos receberam nomes, formando uma coletânea de muitos
milhares de denominações, impossíveis de serem conhecidas no mundo todo. Esse fato mostrou a necessidade de se
padronizar todos os nomes dos seres vivos de modo que a denominação de qualquer um deles seja entendida em
qualquer língua. Após várias tentativas, em 1758, Karl von Linnë, botânico e médico sueco, propôs as regras de uma
nomenclatura binominal que serviram de base para o sistema ainda hoje utilizado.Essas regras foram adotadas em
1901 e revistas em 1927 e 1961.

As principais regras são:

1. Todo nome científico deve ser latino de origem ou, então, latinizado. Ex: Trypanosoma cruzi.

2. Em obras impressas, todo nome científico deve ser escrito em itálico (letra fina e inclinada). Em trabalhos
manuscritos ou datilografados, na impossibilidade de se usar o itálico, esses nomes serão grifados. Ex: Zea mays ou
Zea mays (milho).

3. Cada organismo deve ser reconhecido por uma designação única binominal, onde o primeiro nome indica o gênero
a que ele pertence, e o segundo nome indica a sua espécie em particular. Ex: Oryza sativa – arroz Phaseolus vulgaris
– feijoeiro
4. O nome relativo ao gênero deve ser um substantivo simples ou composto, escrito com inicial maiúscula. O nome
relativo à espécies deve ser um adjetivo, escrito com inicial minúscula. Ex: Homo sapiens

5. Os nomes de família levam, em zoologia, a terminação idae (ide, com e aberto) e, em botânica, a terminação aceae
(acee, com o segundo e aberto). Ex: o cão e o lobo são da família Canidae. O coqueiro e as palmeiras são da família
Palmaceae.

Os Táxons ou Categorias Taxonômicas

A espécie é a unidade básica de classificação. ESPÉCIE é um grupamento de indivíduos com profundas


semelhanças recíprocas (estrutural e funcional), os quais mostram ainda acentuadas similaridades bioquímicas;
idêntico cariótipo (equipamento cromossomial das células diplóides) e capacidade de reprodução entre si, originando
novos descendentes férteis e com o mesmo quadro geral de caracteres.

Indivíduos de espécies diferentes não se cruzam por falta de condições anatômicas ou por desinteresse sexual.
Quando se cruzam não geram descendentes porque seus cromossomos não formam pares. E, quando geram, esses
descendentes são estéreis. É o caso do cruzamento entre cavalo (Equus cabalus) e jumenta (Equus asinus), cujos
descendentes, híbridos, são os burros ou mulas.

As espécies são agrupadas em gêneros.

Os gêneros se juntam de acordo com suas semelhanças e formam as famílias.

Diversas famílias podem ser agrupadas numa única ordem.

Por sua vez, as ordens mais aparentadas se congregam em classes.

O conjunto de classes afins constitui um filo. (*No reino Metaphyta ou Vegetal usa-se o termo divisão).

A reunião de filos identifica um reino.

O reino é a categoria mais abrangente e a espécie é a mais particular.

Das Espécies aos Reinos

Os gatos domésticos (siamês, persa, vira-lata) pertencem à mesma espécie: Felis catus. Já o gato selvagem
europeu exibe outras características e é chamado Felis silvestris, e a nossa jaguatirica é denominada Felis pardalis.
Todos esses animais, embora sejam de espécies diferentes, são portadores de características bastante próximas,
fazendo parte do mesmo gênero: Felis. Do mesmo modo, leões (Panthera leo), tigres (Panthera tigris), onças (Panthera
onca) e leopardos (Panthera pardus), animais silvestres de porte relativamente grande, pertencem ao mesmo gênero:
Panthera.

Mas esses animais assemelham-se aos gatos e, por isso, tanto o gênero Felis como o gênero Panthera
pertencem à mesma família: Felidae. Muitas outras famílias de animais podem ser consideradas. A família Canidae
engloba o cão (Canis familiaris), o lobo (Canis lupus) e a raposa (Vulpes vulpes).

Os felídeos e os canídeos são comedores de carne, assim como a família Ursidae (ursos) e Hyaenidae (hienas).
Todas pertencem à ordem Carnívora. Como nem todo animal é carnívoro, existem outras ordens como a dos roedores
(paca, rato), a dos primatas (macaco, homem), a dos cetáceos (baleia, golfinho), etc.

Os indivíduos dessas ordens, embora bem diferentes, apresentam uma característica comum: todas as fêmeas
possuem glândulas mamárias e são agrupados na mesma classe: Mammalia (mamíferos). Os mamíferos, assim como
os peixes, anfíbios, répteis e aves, apresentam na fase embrionária um eixo de sustentação denominado notocorda,
que origina a coluna vertebral. Por isso esses animais pertencem ao mesmo filo: Chordata. O filo dos cordados,
juntamente com o dos equinodermos (estrela-do-mar), artrópodes (insetos), anelídeos (minhoca), moluscos
(caramujo) e outros, constituem o Reino Animalia ou Metazoa.
O MUNDO VIVO: DIVISÃO EM REINOS

Os Critérios Básicos de Classificação

Em 1969, foi idealizado o atual sistema de classificação que distribui os seres vivos em cinco grandes reinos.
Para essa classificação foram utilizados os seguintes critérios:

1. Número de células - Conforme os seres vivos sejam unicelulares ou multicelulares (pluricelulares);

2. Tipo de organização celular - Define se os seres vivos são procariontes (destituídos de carioteca - membrana nuclear)
ou eucariontes (possuidores de carioteca, nucléolo e organelas membranosas em suas células).

3. Tipo de nutrição - Indicando se os organismos são autótrofos(sintetizam matéria orgânica a partir da matéria
inorgânica) ou heterótrofos (se nutrem por absorção ou ingestão do material orgânico disponível no ambiente).

Os Cinco Grandes Reinos

o Reino Monera: Abrange todos os organismos unicelulares e procariontes. Representado pelas bactérias e
pelas algas azuis (cianofíceas ou cianobactérias).
o Reino Protista: Compreende os organismos unicelulares ou pluricelulares e eucariontes. Representado pelos
protozoários e algas.
o Reino Fungi: Compreende os organismos eucariontes e heterotróficos por absorção. Representado pelos
fungos, cogumelos, mofos, leveduras.
o Reino Metaphyta ou Plantae: Abrange os organismos pluricelulares, eucariontes e autótrofos. Representado
por plantas como as briófitas (musgos), pteridófitas (avencas), gimnospermas (pinheiros) e angiospermas
(feijão, coqueiro).
o Reino Metazoa ou Animalia: Compreende os organismos pluricelulares, eucariontes e heterótrofos por
ingestão. Representado pelos poríferos (esponjas), celenterados (corais), platelmintos (solitária),
nematelmintos (lombriga), anelídeos (minhoca), artrópodes (aranha), moluscos (polvo), equinodermos
(ouriço-do-mar) e cordados (peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos).

OS VÍRUS
Vírus (do latim, virus, veneno) são agentes infectantes de células vivas, causadores de doenças em animais e
plantas, e capazes de atacar outros organismos mais simples, até mesmo bactérias.

Apesar de ainda não terem sido qualificados entre os seres vivos, alguns biólogos, virologistas,
microbiologistas e pesquisadores já deram nomes científicos a muitos deles. Atualmente, os vírus são quase sempre
reconhecidos por letras ou siglas.
Temos como exemplo o vírus causador da AIDS chamado de HIV (Human Immunodeficiency Vírus), o causador
do papiloma chamado de HPV (Human Papiloma Vírus) ou alguns vírus que atacam bactérias, os fagos ou
bacteriófagos, batizados como T2, T3, T4, etc.

Os vírus não possuem organização celular, apenas uma estrutura molecular. Essencialmente, são moléculas
de nucleoproteínas auto-reprodutíveis e com capacidade de sofrer mutações. Essas duas características são típicas
dos seres vivos. Todavia, como não possuem organelas capazes de lhes permitir a obtenção, armazenamento e
utilização de energia, só conseguem subsistir no interior de células vivas, de cujo equipamento funcional se utilizam
para obter tudo de que necessitam. Fora de células vivas eles se cristalizam e podem manter-se num vidro, por tempo
indeterminado, como um sal qualquer se mantém. Postos em contato com novas células hospedeiras reassumem
imediatamente sua atividade. Por isso, todos os vírus são necessariamente parasitas intracelulares e não podem ser
cultivados em meios artificiais.

A sua estrutura é formada por uma cápsula de natureza protéica e um miolo formado de ácido nucléico. Esse
miolo pode conter uma molécula longa de DNA (vírus do herpes, adenovírus, bacteriófagos e outros) ou de RNA (da
gripe, da poliomielite, da AIDS, do mosaico do tabaco, etc). Nunca são encontrados DNA e RNA em um mesmo vírus.
Alguns vírus, como os bacteriófagos, atacam as células injetando-lhes o seu ácido nucléico. Outros penetram por
inteiro na célula hospedeira, como faz o vírus da gripe. No protoplasma da célula atacada, o DNA ou RNA viral se
reproduz, utilizando os nucleotídeos da célula. Depois, ainda se valendo do equipamento enzimático e da energia
fornecida por moléculas de ATP dessa mesma célula, os provírus já formados (partículas virais em formação) roubam-
lhes os aminoácidos para a fabricação da cápsula protéica. Rapidamente eles se reproduzem dentro da célula,
originando vírus completos, que a destroem e partem para atacar outras.

Na espécie humana, os vírus determinam numerosas doenças (viroses) tais como hepatite infecciosa,
poliomielite, herpes, varíola, febre amarela, hidrofobia, gripe, AIDS, febres hemorrágicas (ebola, dengue), certas
pneumonias e encefalites, rubéola e as habituais viroses de infância como sarampo, catapora ou varicela e caxumba,
entre outras. Existe perfeita relação bioquímica entre a natureza molecular de cada tipo de vírus e certos receptores
específicos da superfície das células, justificando o tropismo dos vírus por determinados tipos de tecidos. Assim, o
vírus da gripe ataca as células das vias respiratórias; o da hidrofobia ataca as células do sistema nervoso; o da caxumba
acomete as glândulas salivares parótidas; o da AIDS destrói os linfócitos T4 do sistema imunológico. Por isso, os vírus
são comumente classificados como pneumotrópicos, neurotrópicos, adenotrópicos, dermotrópicos, etc.

Alguns grupos recebem nomes especiais como arbovírus e retrovírus. Os arbovírus (arthropod-bornvirus, vírus
oriundos de artrópodes) são transmitidos ao homem e outros mamíferos por meio de insetos silvestres. São exemplos
o da febre amarela e o da dengue, que são transmitidos por mosquitos do gênero Aedes. Os retrovírus são aqueles
cujo miolo de RNA tem de formar uma molécula de DNA na célula hospedeira, a qual vai presidir a reprodução de
numerosas cópias do RNA viral. O vírus da AIDS pertence a este grupo.

Exemplo de um retrovírus.
REINO MONERA
Reúne os organismos procariontes, aqueles cujas células, ainda que dotadas de material nuclear, não possuem
um núcleo individualizado pela falta de carioteca e, por isso, simulam ter células anucleadas. Também não se observam
no seu citoplasma as estruturas ou organelas membranosas como: mitocôndrias, cloroplastos, complexo golgiense,
entre outras. Até mesmo o retículo endoplasmático está ausente ou é muito reduzido. As moneras são unicelulares,
mas comumente se mostram em grupamentos multicelulares, formando filamentos, cachos ou outras formas de
agregação.

O Reino Monera é representado pelas bactérias, archeas e cianobactérias.

Bactérias

São os organismos mais disseminados pela face da Terra. Estão presentes no ar, na água, no solo, nos objetos,
na superfície do nosso corpo; vivendo livremente ou praticando o parasitismo. Têm dimensões muito pequenas e são
medidas em micrômetros (um milésimo do milímetro). Algumas medem menos de um micrômetro. Algumas são
providas de flagelos, os quais são apenas modificações da membrana celular. A imensa maioria é heterotrófica,
vivendo de saprobiose (nutrem-se de matéria orgânica em decomposição), do mutualismo (nas raízes das
leguminosas) ou do parasitismo (causando doenças nos animais e vegetais). As autótrofas realizam a fotossíntese ou
quimiossíntese (sulfo, ferro e nitrobactérias). Na fotossíntese bacteriana não há liberação de oxigênio para o ambiente
e ela se realiza mesmo no escuro, pois a luz utilizada é a infravermelha. Algumas espécies são anaeróbias (Clostridium
tetani) embora a maioria tenha respiração aeróbia. A forma mais comum de reprodução é a assexuada por bipartição
ou cissiparidade, ainda que por vezes ocorra a conjugação.

Muitas são utilizadas pela indústria na fabricação do vinagre, do iogurte e de antibióticos como a tirotricina, a
bacitracina e a polimixina, produzidos pelos Bacillus brevis, B. subtilis e B. polymyxa.

Algumas bactérias patogênicas para o homem


Cianobactérias

São seres unicelulares, procariontes e que possuem clorofila, sendo, portanto, capazes de realizar fotossíntese.
Vivem tanto em água doce, salgada ou em ambientes úmidos. Elas possuem um pigmento azulado, denominado
ficocianina. As cianobactérias reproduzem-se somente de forma assexuada, principalmente por cissiparidade.

REINO PROTISTA
Formado por organismos unicelulares e pluricelulares eucariontes (com núcleo individualizado pela presença
da cariomembrana). O citoplasma já possui algumas estruturas membranosas como retículo endoplasmático,
vacúolos, mitocôndrias e plastos, embora nem sempre estejam todas elas presentes no mesmo indivíduo.

Esse reino compreende os protozoários e as algas.

Filo Protozoa (protozoários)

Organismos microscópicos, unicelulares que podem viver isolados ou em colônias. Todos são heterótrofos.
Alguns têm vida livre enquanto outros realizam o parasitismo, raramente são comensais. Sua reprodução é assexuada
por cissiparidade ou gemulação; entre paramécios pode ocorrer a conjugação.

Classificação

-Sarcodíneo (Rizopodas): Locomovem por pseudópodes.

Vacúolo Pulsátil ou Contrátil– Equilíbrio osmótico (Retira o excesso de água do protozoário)

-Mastigophora (Flagelados): Locomovem por flagelos.

-Ciliophora (Cilíado): Locomovem por cílios.

-Sporozoa (Esporozoários): Não possuem estruturas de locomoção. São todos parasitas.


Reprodução:

Assexuada: Bipartição (cissiparidade ou Divisão binária)

Sexuada: Conjugação

Paramecium

Protozooses
Doença Transmissão Prevenção

Ingestão de água e alimentos contaminados com Higienizar bem os alimentos,


cistos do protozoário Giardia lamblia. A consumir água potável, esterilizar
Giardíase
transmissão também pode acontecer pelo frutas e verduras, além de
contato com fezes de animais contaminados. saneamento básico.

Ingestão de água e alimentos contaminados com Higienizar bem os alimentos,


cistos do protozoário Entamoeba hystolitica. consumir água potável, esterilizar
Amebíase
frutas e verduras, além de
saneamento básico.

Ingestão de água e alimentos contaminados com Evitar contato com as fezes de


cistos do protozoário Toxoplasma gondii; de mãe gato; higiene dos alimentos e
Toxoplasmose
para filho durante a gravidez e pelo contato com cuidados especiais com as
as fezes de felinos infectados. gestantes.

Pela picada da fêmea do mosquito Anopheles sp.,


que estejam contaminadas com o protozoário Combate ao vetor; uso de
Malária
Plasmodium sp. O mosquito é infectado ao picar repelentes e mosquiteiros e
uma pessoa com malária. destruição de criadouros do
mosquito. Atualmente há vacinas
em desenvolvimento.

Doença tropical transmitida pela picada do


Uso de mosquiteiros, repelentes,
mosquito-palha ou birigui que esteja
controle populacional do
Leishmaniose contaminado com o protozoário Leishmania
mosquito e tratamento dos
brasiliensis (cutânea) ou Leishmania donovani
doentes.
(visceral)

Doença restrita ao continente americano,


transmitida por meio de um percevejo
hematófago, conhecido como barbeiro (Triatoma
infestans), que esteja contaminado com o
protozoário tripanossoma (Trypanossoma cruzi). Combate ao vetor; fiscalização
A transmissão se dá pelo contato das fezes do sanitária de estabelecimentos
Doença de Chagas
barbeiro contaminado com o ferimento da picada. alimentícios e análise sanguínea
Também pode ocorrer transmissão por transfusão de doadores em transfusões.
de sangue, de mãe para filho na gravidez ou
amamentação, ou ainda pela ingestão de
alimentos contaminados com barbeiros
trituradps, como caldo de cana e açaí.

Causada pelo protozoário Trichomonas vaginalis


Tricomoníase nas relações sexuais desprotegidas; em casos Uso de preservativos.
raros por contato com objetos contaminados.

Algas Unicelulares

Entre as algas unicelulares, destacaremos três grupos: o das euglenófitas, o das bacilariófitas e o das pirrófitas.
Filo Bacillariophyta (diatomáceas)

As bacilariófitas vivem na água doce ou salgada. Em sua maioria, são representadas pelas diatomáceas.
Possuem uma carapaça silicosa constituída de duas peças que se encaixam; apresentam contornos e desenhos
variáveis com ornamentos delicados. Após sua morte, suas carapaças sedimentadas no fundo das águas formam a
‘terra das diatomáceas’, industrializada como diatomito para o fabrico de filtros, isolantes térmicos (amianto) e
abrasivos para polir metais. São todas autótrofas fotossintetizantes e reproduzem-se por divisão direta binária. Há
espécies dulcícolas e marinhas.

Filo Pyrrophyta (dinoflagelados ou pirrófitas)

Também conhecidas como dinoflagelados, por serem dotadas de dois flagelos, as pirrófitas são algas
unicelulares geralmente marinhas. Elas têm coloração esverdeada ou parda, na maioria das vezes, e reproduzem-se
principalmente por cissiparidade. Alguns apresentam bioluminescência (Noctiluca milliaris). Fazem parte do plâncton.
Movem-se em rodopios (pião).

A superpopulação de pirrófitas provoca as ‘marés vermelhas’. Nesses casos, a grande quantidade de


catabólitos tóxicos eliminados por esses organismos provoca grande mortandade de peixes, tartarugas, focas, aves
litorâneas e outros.

Filo Euglenophyta

As euglenófitas também conhecidas como euglenas, são algas unicelulares que se locomovem por meio de um
flagelo e vivem principalmente em água doce, mas também em água salgada.
A Euglena viridis é um exemplo desse grupo de algas, possui predominantemente o pigmento verde da
clorofila. Ela se reproduz por cissiparidade e, quando sua reprodução é intensa, a água pode adquirir uma coloração
esverdeada.
Algas pluricelulares

São organismos cujo corpo é desprovido de raízes, caule, folhas, flores e frutos; são formadas apenas por um
talo, com estrutura histológica elementar, sem diferenciação de tecidos. Por vezes apresentam formações que
lembram raízes (rizóides) e folhas sem, contudo, mostrar as estruturas teciduais próprias desses órgãos.
Compreendem as divisões Chlorophyta, Rhodophyta e Phaeophyta.

Divisão Chlorophyta (algas verdes, clorófitas ou clorofíceas):

Representam as algas mais numerosas e espalhadas pelos ambientes terrestres. Vivem na água doce ou
salgada; na terra úmida e em locais secos; sobre troncos de árvores ou em mutualismo com fungos, formando os
liquens.

As clorófitas integrantes do plâncton marinho são responsáveis pela maior parte do oxigênio do ar
atmosférico, eliminado graças à intensa fotossíntese que realizam. Reproduzem-se por meio de esporos (zoósporos
ou esporos móveis, dotados de flagelo) ou então sexuadamente, por conjugação. Pode ocorrer também a hormogonia:
o talo se fragmenta e cada parte origina um novo filamento. Entre as mais conhecidas, citamos a Spirogyra (encontrada
em charcos e rios) e a Ulva ou alface-do-mar (usada como alimento).

Divisão Rhodophyta (algas vermelhas, rodófitas ou rodofíceas)

São geralmente muito desenvolvidas, quase todas pluricelulares, macroscópicas e marinhas. Suas células, além
da clorofila, possuem um pigmento vermelho – a ficoeritrina – responsável pela cor que apresentam.

A gelidium produz uma substância gelatinosa conhecida como gelose ou ágar-ágar, utilizada pela indústria
farmacêutica no fabrico de laxantes; é também empregada no preparo de gomas e como meio de cultura para
bactérias. A carragem, gelatina usada na fabricação de sorvetes, é também retirada dessas algas.

Divisão Phaeophyta (algas marrons ou pardas, feófitas ou feofíceas)

São muito desenvolvidas e já apresentam rudimentos de órgãos, ainda que sem a estrutura verdadeira de
raízes, caules e folhas. Contudo já revelam rizóides, caulóides e filóides. Algumas espécies alcançam mais de 10 metros
de comprimento. Além da clorofila, possuem a fucoxantina, um pigmento marrom que lhes dá a cor característica.

São muito usadas na China e no Japão para a alimentação humana. Na Europa algumas espécies servem de
forragem para o gado. Nos EUA são empregadas como fertilizantes, pois são ricas em sais de potássio, sódio e iodo,
constituindo-se em ótimo adubo para o solo. Os exemplos mais conhecidos são os sargaços as laminárias e o gênero
Fucus (Fucus vesiculosus).

REINO FUNGI

Compreende um grupo particular de seres conhecidos como fungos ou eumicetos (do gr. eu = bem,
verdadeiro, perfeito e mykes = cogumelo).

Nele se enquadram organismos eucariontes unicelulares e pluricelulares, mas suas células muito longas, as
hifas, não apresentam contornos bem definidos, formando uma massa contínua com muitos núcleos, o micélio. Os
tipos maiores como as orelhas-de-pau e os portadores de um píleo (chapéu) em forma de sombrinha são conhecidos
como cogumelos.

Não se deslocam livremente e são heterótrofos por absorção (digestão extracorpórea). Suas células
apresentam uma parede celular formada por quitina. O glicogênio é seu carboidrato de reserva. Reproduzem-se por
meio de esporos. A parte aérea dos cogumelos macroscópicos é na realidade o seu órgão reprodutor, chamado de
corpo de frutificação.

Os unicelulares e microscópicos podem ser parasitas ou desenvolvem ação fermentativa, sendo chamados de
leveduras ou fermentos. Alguns produzem antibióticos e outros formam o mofo ou bolor. Entre os macroscópicos
existem espécies comestíveis e outras extremamente venenosas. Eles se dividem em várias classes como os
zigomicetos, ascomicetos, basidiomicetos e outras.

Zigomicetos: são microscópicos quando isolados, mas em conjunto podem assumir formações macroscópicas.
Algumas espécies são parasitas de plantas, atacando as batatas, cereais e videiras; outras provocam doenças em
animais como o gênero Saprolegnia que parasita os peixes; outras provocam o mofo ou bolor dos alimentos como o
Rhizopus stolonifer (mofo negro) e o Mucor racemosus (mofo branco-esverdeado). O Aspergillus fumigatus provoca
uma reação alérgica respiratória nos seres humanos.

Ascomicetos: do gr, ascon = bolsa, saco e mykes = cogumelo. Constituem a classe mais numerosa. Sua característica é
a presença de esporos (ascóporos) que se desenvolvem dentro de hifas especiais em forma de pequenas bolsas ou
sacos chamados de ascos. São comuns os ascomicetos bem desenvolvidos e comestíveis. Entre os microscópicos
destacamos o Penicillium notatum, produtor da penicilina; os P. camembert e P. roquefortii usados na fabricação dos
queijos camembert e roquefort; e o Saccharomyces cerevisiae ou levedura de cerveja, usado na fabricação de cerveja,
pão, cachaça, etc., e que provoca a fermentação alcoólica do açúcar.

Basidiomicetos: compreende a maioria dos cogumelos de jardim e cogumelos comestíveis. Sua característica é a
formação de hifas especiais chamadas basídios, com aspecto de clava, que se desenvolvem nas bordas das lamelas
encontradas na parte inferior do píleo, onde ficam os esporos. São exemplos importantes a Amanita muscaria
(cogumelo mata-mosca) extremamente venenosa e do qual se extraem a muscarina e o LSD, que atuam sobre o
sistema nervoso central; e o Cantharelluscibarius ou agárico que é comestível.

Alguns fungos formam associações mutualísticas com algas, constituindo os liquens. As algas, sendo clorofiladas,
produzem carboidratos que nutrem o fungo. Estes, por sua vez, absorvem água e sais minerais do ambiente, facilitando
a vida da alga.

Na espécie humana alguns fungos microscópicos causam doenças conhecidas como micoses.
Entre as mais comuns temos a impigem ou pitiríase, aspergilose pulmonar, frieira ou pé-de-
atleta e candidíase ou monilíase (vaginal, intestinal e sapinho). As micoses que atacam a pele
são chamadas genericamente de dermatomicoses.

Juntamente com as bactérias, os fungos desempenham papel vital na reciclagem da matéria


ao decompor os restos orgânicos, transformando-os em compostos inorgânicos e devolvendo-
os ao ciclo natural.

O REINO METAPHYTA OU PLANTAE

Também chamado reino Vegetalia ou vegetal, abrange todos os organismos qualificados como plantas.

Suas principais características são:

- Organismos eucariontes pluricelulares;

- Todos clorofilados e autótrofos fotossintetizantes;

- Possuem células com parede celular formada de celulose, ainda que sobre ela possam ocorrer outros reforços de
natureza química diversa (suberina, lignina, cutina, etc).

- Têm o amido como carboidrato de reserva principal;

- Constituem os grandes produtores de matéria orgânica dos ecossistemas terrestres e nutrem direta ou
indiretamente os outros seres vivos (heterótrofos), produzindo oxigênio.

Neste reino estão incluídas as briófitas, as pteridófitas, as gimnospermas e as angiospermas.

Relações Filogenéticas
Embriófitas

Traqueófitas (plantas vasculares)

Espermatófitas (plantas que produzem sementes)


Algas verdes
(grupo externo) Briófitas Pteridófitas Gimnospermas Angiospermas

Flores e frutos

Sementes

Vasos condutores de seiva

Embrião retido no gametângio feminino


Gametângios revestidos por células estéreis

Divisão Bryophyta (briófitas ou muscíneas)

São vegetais minúsculos, com poucos milímetros de altura. Já apresentam uma estrutura orgânica definida,
ainda que muito simples, pois ainda não são portadores de todos os órgãos que caracterizam uma planta superior.
São dotados de folhas, de um pequeno caule e de rizóides que servem para a absorção da água. Como não apresentam
vasos condutores de seivas, a água e os nutrientes passam de célula a célula por difusão direta, abastecendo toda a
estrutura.

Não possuem flores, sementes nem frutos. Reproduzem-se por metagênese ou alternância de gerações. Em
seu ciclo de vida verifica-se a participação de gametas que dependem da água para que ocorra a fecundação. Nesse
caso, o gameta masculino se desloca no meio líquido até o gameta feminino. A fase de esporófito é curta, enquanto a
fase de gametófito é duradoura. Os musgos são os espécimes mais significativos do filo.

Pteridófitas

Foram as primeiras plantas vasculares que apareceram na Terra. Durante o Período Carbonífero, há 300
milhões de anos, elas dominaram a Terra, formando enormes florestas com espécies de grande porte. São mais
desenvolvidas do que as briófitas, pois já possuem raízes, caule (sempre do tipo rizoma) e folhas. Todavia não
apresentam flores nem frutos. Reproduzem-se por meio de esporos, no processo conhecido por metagênese. A fase
de esporófito é duradoura, enquanto a fase de gametófito é passageira. Dependem da água para a fecundação, pois
os gametas masculinos precisam nadar até a oosfera (gameta feminino). Os principais representantes são os fetos,
avencas, samambaias e xaxins.
Gimnospermas

Abrangem todas as plantas traqueófitas dotadas de órgãos bem desenvolvidos como raízes, caule, folhas e
sementes. As gimnospermas (do gr. gymnos = nu e sperma = semente) possuem as sementes nuas; não existe a
estrutura de um fruto envolvendo ou encobrindo a semente. Uma característica fundamental é a de não mais
dependerem da água para sua reprodução, pois o grão de pólen (elemento reprodutor masculino) pode ser
transportado para outra flor pelo vento. Isso permite também que esses vegetais possam se propagar por todos os
tipos de ambiente.

As mais comuns entre nós são as coníferas. Suas folhas são aciculares, ou seja, em forma de agulhas longas e
verdes. As estruturas reprodutoras são secas e grosseiras e se chamam cones ou estróbilos, e são formadas por folhas
ou escamas. Os cones masculinos produzem grãos de pólen e os femininos produzem óvulos. Após a fecundação dos
óvulos, o cone feminino se transforma em uma pinha repleta de sementes. Cada semente é um pinhão.

As gimnospermas mais conhecidas são o pinheiro comum (Pinus silvestris), o cipreste (gêneros Cupressus e
Thuya), o pinheiro-de-Natal (Criptomeria japonica), o cedro comum (Cedrus libani), os abetos ou pinheiro-do-Canadá
(Abies balsamea) e a gigantesca e milenar sequóia (Sequoiadendron giganteum), a maior árvore do mundo, capaz de
viver por cerca de 3 mil anos.

No Brasil temos como único representante, a araucária ou pinheiro-do- Paraná (Araucaria angustifolia), que
forma a mata de araucárias no sul do Brasil.

Angiospermas

São as plantas mais evoluídas dos tempos atuais. Possuem raízes, caule, folhas, flores e frutos com sementes.
Suas flores são, geralmente, vistosas, coloridas, perfumadas e delicadas, e se constituem em estruturas destinadas a
proteger os órgãos de reprodução – o androceu e o gineceu. A semente é protegida pelo fruto, que se forma a partir
do desenvolvimento do ovário (do gr. angeion = caixa, urna, vaso e sperma = semente). O fruto contém substâncias
nutritivas que irão enriquecer o solo onde a semente irá germinar. De acordo com o número de cotilédones
encontrados nas sementes, elas são divididas em monocotiledôneas e dicotiledôneas.

As monocotiledôneas apresentam apenas um cotilédone em cada semente. O albúmen ou endosperma é bem


desenvolvido e nutre o embrião nas suas primeiras fases de crescimento.

São exemplos importantes: as gramíneas (arroz, trigo, milho, capins, bambu, cana-de-açúcar); as palmeiras (carnaúba,
babaçu, coco-da-bahia, dendê, buriti); as bromeliáceas e as musáceas (bananeiras).
As dicotiledôneas apresentam dois cotilédones em cada semente que irão nutrir o embrião, pois o albúmen
ou endosperma é pouco desenvolvido. São exemplos importantes: as leguminosas (pau-brasil, feijão, amendoim, soja,
ervilha); as cucurbitáceas (abóbora, melancia, melão, pepino); o cafeeiro e a laranjeira.

Estruturas Monocotiledôneas Dicotiledôneas

Raiz Fasciculada (em cabeleira) (6) Axial ou pivotante (5)

Caule Colmo, estipe, rizoma, haste Tronco

Folha Paralelinérvea (3) Peninérvea ou curvinérvea (4)

Flor Trímera (verticilos e nº 3 ou Pentâmera (verticilos e nº 4, 5 ou


múltiplo (1) múltiplos) (2)

Vasos condutores Feixes lenhosos e liberianos Feixes lenhosos e liberianos em


dispersos grupo.

Semente 1 cotilédone, endosperma 2 cotilédones, endosperma não


desenvolvido desenvolvido

Estrutura da Flor

Verticilos florais protetores

 Cálice: conjunto de sépalas


 Corola: conjunto de pétalas
Verticilos florais reprodutores

 Androceu: estames (filetes e anteras)


 Gineceu: carpelos ou pistilos (ovário, estiletes
e estigmas)

Estrutura do Fruto

Pericarpo: epicarpo, mesocarpo e endocarpo

Semente: tegumentos, amêndoa (albúmen e embrião)


A – mesocarpo D – pericarpo

B – endocarpo E – semente
C – epicarpo
Polinização

Polinização é o transporte do grão de pólen de uma flor para outra, pode ser feita pelo vento, pela água ou
por animais. Fecundação é a união do núcleo espermático do pólen (gameta masculino) com a oosfera (gameta
feminino). A dispersão das sementes é feita pelo vento, água, animais ou pela própria planta.

A B

A: Polinizada pelo vento. B: Polinizada por animais.

HISTOLOGIA VEGETAL
Assim como nos animais, as células vegetais associam-se umas às outras formando tecidos, ou seja, unidades
com estruturas e funções específicas. Os tecidos vegetais podem ser divididos em: tecidos meristemáticos, tecidos de
revestimento, tecidos fundamentais e tecidos vasculares.

Tecidos meristemáticos

Os tecidos meristemáticos são responsáveis pela formação dos demais tecidos e pelo crescimento das
plantas. Eles são formados por células pequenas e com grande capacidade de divisão através da mitose. Os tecidos
meristemáticos podem ser classificados como primários ou secundários.
Os meristemas primários são responsáveis pelo crescimento longitudinal (crescimento primário) das plantas.
São encontrados principalmente no ápice dos caules e das raízes. Existem três tipos de meristemas primários, sendo
que cada um deles é responsável pela formação de um tipo específico de tecido: protoderme (origina a epiderme),
meristema fundamental (origina os tecidos fundamentais) e procâmbio (origina os tecidos vasculares).
Os meristemas secundários ocorrem nas plantas que apresentam crescimento em espessura (crescimento
secundário). São formados por células adultas que se desdiferenciam e recuperam a capacidade de divisão mitótica.
O felogênio e o câmbio são meristemas secundários. O primeiro é responsável pela formação de camadas da
periderme (tecido de revestimento – secundário) e, o segundo, pela formação do floema e xilema secundários.

Tecidos de revestimento

Os tecidos de revestimento, além de protegerem mecanicamente as superfícies externas das plantas,


também realizam funções como aeração dos tecidos internos e reduzem a perda de água. Existem dois tipos de tecidos
de revestimento: a epiderme e a periderme.
A epiderme é o tecido primário de revestimento. As células epidérmicas das partes aéreas das plantas
secretam uma substância chamada de cutina. A cutina forma uma camada impermeabilizante chamada de cutícula. A
cutícula, entre outras funções, evita a perda de água e protege a planta de choques mecânicos. Entre as células da
epiderme existem as células-guarda. As células-guarda controlam a abertura de pequenos poros da epiderme
chamados de estômatos. Através dos estômatos ocorre a entrada e a saída de gases da planta. A epiderme também
pode apresentar apêndices chamados de tricomas como, por exemplo, os pelos radiculares.
Em plantas com crescimento em espessura (secundário) a epiderme é usualmente substituída pela
periderme. A periderme possui três camadas: a feloderme, o felogênio e o súber. O felogênio é um tecido
meristemático que origina o súber para fora e a feloderme para dentro.

Tecidos fundamentais

Os tecidos fundamentais são representados pelos parênquimas e pelos tecidos de sustentação.


Os parênquimas são tecidos que ocorrem em diversas partes das plantas. Alguns exemplos de parênquima
são o clorofiliano, o amilífero, o aerífero e o aqüífero. O parênquima clorofiliano possui células com grande quantidade
de cloroplastos, sendo o principal local de realização da fotossíntese. O parênquima amilífero possui células que
armazenam amido como substância de reserva. O parênquima aerífero acumula ar em seu interior permitindo, por
exemplo, a flutuação de plantas aquáticas. Já o parênquima aqüífero armazena água em seu interior e é muito comum
em plantas de clima seco (cactos, por exemplo).
Os tecidos de sustentação são de dois tipos: o colênquima e o esclerênquima. O colênquima é formado por
células vivas e flexíveis sendo especialmente adaptado à sustentação de órgãos em crescimento. O esclerênquima é
formado por células mortas e muito resistentes. Suas células são impregnadas por uma substância chamada lignina
que confere rigidez às células.

Tecidos vasculares

Os tecidos vasculares transportam substâncias ao longo da planta. Existem dois tipos de tecidos vasculares:
o xilema e o floema.
O xilema é o principal condutor de água e nutrientes (seiva bruta) das raízes até as folhas da planta. O xilema
é composto principalmente por dois tipos de célula: os elementos de vaso e os traqueídes. Os elementos de vaso são
células alongadas que se dispõem em sequência formando vasos condutores. Suas paredes apresentam perfurações
que permitem a comunicação entre elementos adjacentes. Os traqueídes também são células alongadas e dispostas
sequencialmente. Suas paredes possuem pequenos poros chamados de pontuações.
O floema é o principal condutor de substâncias orgânicas (seiva elaborada) originadas da fotossíntese. Os
elementos crivados e as células companheiras são as principais células condutoras do floema e, assim como as células
do xilema, encontram-se dispostos na forma de feixes. Os elementos crivados possuem uma área repleta de poros
através dos quais as células adjacentes se comunicam. As células companheiras são células parenquimáticas, dispostas
ao lado dos elementos crivados, que auxiliam na condução das substâncias.

TRANSPIRAÇÃO VEGETAL
A transpiração é a eliminação de água na forma de vapor que ocorre nos vegetais e animais por uma
necessidade fisiológica, sendo controlada por mecanismos físicos, morfológicos, anatômicos e fisiológicos. Nos
vegetais a transpiração ocorre principalmente através das folhas, que é a principal superfície de contato do vegetal
com o ambiente.

1. A Transpiração e a Estrutura Foliar do Vegetal

O fenômeno da transpiração é fundamental para a vida do vegetal, mas deve ocorrer de modo a permitir a
sobrevivência do mesmo, pois o excesso de perda d’água na forma de vapor pela transpiração pode levar à morte do
vegetal.

Os vegetais apresentam várias adaptações para evitar a transpiração excessiva, de acordo


com o ambiente onde vivem.

A organização do corpo do vegetal está relacionada diretamente com o fenômeno


da transpiração. O número de folhas e a superfície foliar são fatores que determinam maior
ou menor taxa de transpiração pelo vegetal.
2. A Medida da Transpiração

A transpiração pode ocorrer através dos estômatos, sendo definida como transpiração estomática (Te), mas
também pode ocorrer através da cutícula, que é uma camada de cera que está na superfície da folha, para evitar
excesso de perda d´água pelo vegetal, definida como transpiração cuticular (Tc). A transpiração total (Tt) é definida
como a somatória das transpirações definidas anteriormente.

Tt = Te + Tc

3. A Estrutura do Estômato

Os estômatos aparecem normalmente na epiderme inferior das plantas terrestres; sendo folhas
hipoestomáticas, evitam a incidência direta do sol sobre os estômatos, diminuindo deste modo o excesso de
transpiração pelo vegetal.

Em plantas aquáticas como a vitória-régia, os estômatos aparecem na epiderme superior, para garantir as
trocas gasosas de oxigênio e gás carbônico, que ocorrem entre o vegetal e a atmosfera. Neste caso, as folhas são
epiestomáticas.

As gramíneas, que apresentam grande distribuição geográfica em todo o planeta, apresentam estômatos nas
duas epidermes, apresentando folhas anfiestomáticas, pois seu crescimento normalmente é perpendicular ao solo.

O estômato é uma estrutura formada por células estomáticas ou guardas que delimitam uma abertura
chamada ostíolo ou fenda estomática, por onde ocorre a transpiração do vegetal , assim como as trocas gasosas com
o ambiente.

4. Os Mecanismos de Abertura e Fechamento dos Estômatos

Através da abertura e fechamento dos estômatos o vegetal controla a taxa de transpiração, respondendo a
fatores como a disponibilidade de água, luz, temperatura e umidade relativa do ar.

A - Os Movimentos Hidroativos

A abertura e o fechamento dos estômatos são controlados pela disponibilidade de água para o vegetal.

Quando as células estomáticas ganham água de suas células vizinhas, as células anexas, a parede delgada da
célula estomática sofre distensão, também ocorrendo a distensão das paredes reforçadas do estômato, levando à sua
abertura.

Quando ocorre o contrário, as paredes delgadas dos estômatos sofrem relaxamento, e as paredes reforçadas
fecham o estômato.

A figura a seguir mostra os movimentos estomáticos de acordo com a disponibilidade de água para a planta.

Quando a absorção de água pelo vegetal é maior que a transpiração, os estômatos ficam abertos.

Se a transpiração é maior que o suprimento hídrico, como ocorre em dias secos, com baixa umidade relativa
do ar, as células estomáticas perdem água e os estômatos fecham, controlando assim a perda de água pela planta.

B - Os Movimentos Fotoativos
A abertura e o fechamento dos estômatos também respondem à presença ou ausência da luz.

Na presença da luz ocorre abertura dos estômatos, pois o vegetal está realizando fotossíntese, produzindo
glicose nos cloroplastos das células estomáticas, aumentando a pressão osmótica das mesmas. Com o aumento da
pressão osmótica das células estomáticas, estas ganham água das células anexas e os estômatos abrem-se.

Na ausência da luz os estômatos ficam fechados, pois diminui a pressão osmótica das células estomáticas.

5. O Papel Biológico da Transpiração

Numa primeira análise, a perda de água na forma de vapor parece ser algo extremamente prejudicial aos
vegetais. A perda excessiva de água pode levar ao ressecamento, à desidratação e à morte do vegetal.

Podemos dizer que a transpiração é um mal necessário, para que atividades fisiológicas vitais possam ocorrer
no vegetal.

A transpiração evita o aquecimento exagerado, principalmente das folhas do vegetal, através da eliminação
do excesso de calor na forma de vapor através dos estômatos.

Um outro aspecto importante é a própria ascensão de seiva bruta ou inorgânica (água e sais), desde as raízes
até as folhas, que é mantida graças à transpiração contínua através das folhas.

Com a transpiração é mantida uma coluna de água e sais minerais dentro do corpo do vegetal, das raízes até
as folhas, funcionando como uma bomba propulsora de água e sais minerais de baixo para cima.

FOTOSSÍNTESE
Fotossíntese = Síntese a partir da luz.
As etapas da fotossíntese

A fotossíntese ocorre em duas grandes etapas, que envolvem várias reações químicas: a primeira é a fase
clara (também chamada de fotoquímica) e a segunda é a fase escura (também conhecida como fase química).
Em linhas gerais, os eventos principais da fotossíntese são a absorção da energia da luz pela clorofila; a
redução de um aceptor de elétrons chamado NADP, que passa a NADPH; a formação de ATP e a síntese de glicose.
A fase escura da fotossíntese não ocorre no escuro. O que o nome quer indicar é que nessa fase não há o
aproveitamento direto da luz – ela só precisa de ATP e NADPH, produzidos na fase fotoquímica ou clara, para ocorrer.
Fase clara ou fotoquímica: Quebra da água e liberação de oxigênio
Esta fase ocorre na membrana dos tilacóides e dela participam um complexo de pigmentos existente nos
grana, aceptores de elétrons, moléculas de água e a luz. Como resultado desta fase temos a produção de
oxigênio, ATP (a partir de ADP + Pi) e também a formação de uma substância chamada NADPH. Tanto o ATP quanto
o NADPH; serão utilizadas na fase escura.
Na fase clara, a luz penetra nos cloroplastos e atinge o complexo de pigmentos, ao mesmo tempo em que
provoca a fotólise (quebra) das moléculas de água. De que maneira essa ação da luz resulta em produtos que podem
ser utilizadas na segunda fase da fotossíntese?
Um dos acontecimentos marcantes da fase clara são as chamadas fotofosforilações cíclica e acíclica.

A - Fotofosforilação cíclica

Na fotofosforilação cíclica, ocorre apenas a participação do fotossistema I (P700).


No chamado fotossistema I, predomina a clorofila a. Essa, ao ser iluminada, perde um par de elétrons
excitados (ricos em energia). Estabelece-se, na molécula da clorofila, um "vazio" de elétrons. O par de elétrons é
recolhido por uma série de citocromos, substâncias que aceitam elétrons adicionais, tornando-se instáveis e
transferindo esses elétrons para outras moléculas.
À medida que passam pela cadeia de citocromos, os elétrons vão gradativamente perdendo energia, que é
empregada na fosforilação (produção de ATP pela união de mais um grupo de fosfato a uma molécula de ADP). Como
essa fosforilação é possível graças à energia luminosa, captada pelos elétrons da clorofila, é chamada fotofosforilação.
Após a passagem pela cadeia de citocromos, os elétrons retornam à molécula da clorofila, ocupando o
"vazio" que haviam deixado. Como os elétrons retornam para a clorofila, o processo é cíclico.
Você poderá perguntar: qual a vantagem desse ciclo de transporte de elétrons?
A resposta é que ao efetuar o retorno para a molécula de clorofila, a partir dos citocromos, os elétrons liberam energia,
pois retornam aos seus níveis energéticos originais. E essa energia é aproveitada para a síntese de moléculas de ATP,
que serão utilizadas na fase escura da fotossíntese.
B - Fotofosforilação acíclica

Esse mecanismo emprega dois sistemas fotossintetizantes: o fotossistema I e o fotossistema II. No


fotossistema I, predomina a clorofila a, enquanto no fotossistema II, predomina a clorofila b.
A luz incide no complexo da antena do fotossitema II aumentando o nível de energia dos elétrons (ficam
excitados). Nesse momento a clorofila perde 1 par de elétrons, que serão transportados pelas proteínas de membrana
até o fotossistema I. No trajeto do FII para o FI os elétrons perderam energia. Essa energia foi usada para produzir ATP
(fosforilação). A luz volta a incidir, mas agora no complexo da antena do fotossistema I e os elétrons novamente se
excitma, aumentando seu nível energético e, em seguida são transferidos para uma enzima presente na membrana
do tilacoide: a NADP redutase, onde a partir de NADP +H+ elétrons se forma o NADPH, que será utilizado na etapa
química.
O elétron que saiu do fotossistema II não retorna para ele e precisa ser substituído. Por isso esse processo é
chamado se acíclico (fotofosforilação acíclica). Então, ocorre a fotólise da água, que liberará H+, oxigênio e elétrons.
Dos produtos da fotólise da água, os elétrons vão ocupar os "vazios" deixados pela perda de elétrons no fotossistema
II. Os prótons H+, juntamente com os elétrons perdidos pela clorofila , irão transformar o NADP (nicotinamida-adenina-
dinucleotídeo fosfato) em NADPH. Ao mesmo tempo, oxigênio é liberado. Esse é um aspecto importante da
fotossíntese: todo o oxigênio gerado no processo provém da fotólise da água.

Fase escura ou química: Produção de Glicose no estroma dos cloroplastos

Nessa fase, a energia contida nos ATP e os hidrogênios dos NADPH, serão utilizados para a construção de moléculas
de glicose. A síntese de glicose ocorre durante um complexo ciclo de reações (chamado ciclo das pentoses ou ciclo de
Calvin-Benson), do qual participam vários compostos simples.
Durante o ciclo, moléculas de CO2 unem-se umas as outras formando cadeias carbônicas que levam à
produção de glicose. A energia necessária para o estabelecimento das ligações químicas ricas em energia é
proveniente do ATP e os hidrogênios que promoverão a redução dos CO2 são fornecidos pelos NADPH.
O Ciclo de Calvin
O ciclo começa com a reação de uma molécula de CO2 com um açúcar de cinco carbonos conhecido como
ribulose difosfato catalisada pela enzima rubisco (ribulose bifosfato carboxilase/oxigenase, RuBP), uma das mais
abundantes proteínas presentes no reino vegetal.
Forma-se, então, um composto instável de seis carbonos, que logo se quebra em duas moléculas de três
carbonos (2 moléculas de ácido 3-fosfoglicérico ou 3-fosfoglicerato, conhecidas como PGA). O ciclo prossegue até que
no final, é produzida uma molécula de glicose e é regenerada a molécula de ribulose difosfato.
É preciso admitir a reação de seis moléculas de CO2 com seis moléculas de ribulose difosfato, resultando em
uma molécula de glicose e a regeneração de outras seis moléculas de ribulose difosfato.
A redução do CO2 é feita a partir do fornecimento de hidrogênios pelo NADPH e a energia é fornecida pelo ATP.
Lembre-se que essas duas substâncias foram produzidas na fase clara.

RESPIRAÇÃO CELULAR
C6H12O6 + 6 O2 6 CO2 + 6 H2O +ENERGIA

Consiste em complexas reações visando à oxidação de compostos orgânicos (glicose, por exemplo) em
produtos finais inorgânicos para obtenção de energia (ATP). Essa energia será utilizada para o trabalho celular
(movimentos ciliares, flagelares e ameboides, contração do citoplasma, transporte ativo de membrana, síntese de
ácidos nucléicos e proteínas), bem como para o trabalho orgânico (contrações musculares, ordens nervosas motoras,
atividade intelectual, movimentos viscerais, etc.).

ETAPAS DA RESPIRAÇÃO

São elas: glicólise, ciclo de Krebs (ou ciclo do ácido cítrico) e cadeia respiratória (ou cadeia transportadora de
elétrons).

1. GLICÓLISE: Ocorre no citoplasma da célula

A glicose (6C) é parcialmente quebrada, liberando pequena parcela de energia. Esse processo acontece no
hialoplasma e não depende do uso do oxigênio.

A molécula de Glicose é ativada com gasto de 2ATP. A seguir, ela é desidrogenada (formação de 2 NADH) e
quebrada em duas moléculas de 3 carbonos cada uma, ou seja, duas moléculas de Piruvato ou de Ácido Pirúvico (3C),
etapa que produz 4 ATP. Como houve um gasto inicial de 2 ATP, o saldo é de 2 ATP.

2. CICLO DE KREBS: Ocorre na matriz mitocondrial

Nessa fase, as moléculas de ácido pirúvico penetram na matriz mitocondrial. Cada molécula de ácido pirúvico
(3C) é descarboxilada (perdendo uma molécula de CO2), formando um composto de 2 carbonos (chamado ácido
acético ou acetil) e 1 NADH. Essa fase é preparatória para o ciclo de Krebs, que é a etapa seguinte.
No ciclo de Krebs, que é uma série de reações, essa molécula de 2C (agora chamada de acetil-CoA) combina-
se com outra, de 4C, que serve de suporte para que as ligações sejam quebradas gradativamente, liberando um pouco
de energia de cada vez. Quando a molécula de 2C une-se à de 4C, forma-se um composto intermediário com 6C,
chamado de ácido cítrico. O ácido cítrico (6C) é descarboxilado (perde CO2) e desidrogenado (perde hidrogênios,
formando os NADHs) por várias reações químicas intermediárias. Ocorre, então, liberação de 2 CO2, formação de 3
NADH, 1 FADH2 e 1 ATP (por piruvato que entrou na mitocôndria)

ATENÇÃO: Até o final do ciclo de Krebs a glicose já terá sido completamente oxidada e terá perdido todos os seus
carbonos na forma de CO2.

Ciclo de Krebs + fase preparatória: Produto final do Ciclo de Krebs + fase preparatória (já multiplicado por 2, visto que
os 2 piruvatos entraram na miticêondria)

No final do ciclo são produzidas 8 NADH, 2 FADH2 e 2ATP. Serão desprendidos 6 moléculas de CO2.

(NAD: nicotinamida adenina dinucleotídeo) (FAD: flavina adenina dinucleotídeo)

3. CADEIA RESPIRATÓRIA: Ocorre nas cristas mitocondriais

Como vimos, a glicólise ocorre no hialoplasma, fora da mitocôndria, sem a participação do oxigênio. O ciclo de
Krebs ocorre dentro da mitocôndria, na matriz mitocondrial, com o auxílio de enzimas específicas. A cadeia
respiratória acontece sobre as cristas mitocondriais, onde estão as enzimas oxidativas. Essas proteínas que
transportam os elétrons estão arrumadas na sequência correspondente ao caminho que eles deverão seguir. Por isso,
ficam sobre as cristas. Durante o transporte dos elétrons, ocorre o bombeamento de hidrogênios para o espaço
intermembranas, criando um gradiente de hidrogênios. Esses hidrogênios voltarão para dentro da matriz, mas
passarão por dentro de uma enzima: a ATP Sintase. Quando um hidrogênio passar, a enzima girará e acontecerá a
fosforilação (ADP + Pi = ATP), com produção do ATP.

O receptor final dos elétrons é o oxigênio, que os recolhe de maneira definitiva, formando água. Para que o
processo continue, é preciso um fornecimento constante de oxigênio, caso contrário, os transportadores
intermediários permanecerão com seus hidrogênios (reduzidos), sem condições de receber novos átomos de
hidrogênio, interrompendo a respiração. Essa etapa também pode ser chamada de FOSFORILAÇÃO OXIDATIVA,
porque a formação do ATP depende da colocação de um fosfato no ADP e essa fosforilação é feita com a energia
proveniente das oxidações.

CONTABILIDADE ENERGÉTICA

Glicólise: 2 NADH e 2 ATP

Fase preparatória + Ciclo de Krebs: 8 NADH, 2 FADH2 e 2ATP

Cadeia transportadora de elétrons: Cada NADH forma 2,5 ATP = 25 ATP

Cada FADH2 forma 1,5 ATP = 3 ATP

Total (por molécula de glicose oxidada) = 32 ATP. No entanto, é gasto 1 ATP por NADH que atravessa a membrana
da mitocôndria.

Então, o saldo final é 30 ATP por molécula de glicose oxidada!

Os organismos que não conseguem realizar a respiração aeróbica limitam-se a realização da Glicólise, pois não
possuem as enzimas do ciclo de Krebs, nem da cadeia respiratória. São os chamados anaeróbicos, que podem ser tanto
facultativos quanto estritos. Produzem, portanto, apenas 2 ATP por molécula de glicose.
Facultativos: os que podem viver tanto na presença quanto na ausência de oxigênio,como os fermentos ou
leveduras.

Estritos: os que podem viver somente na ausência total de oxigênio, como os seres decompositores, que
reciclam a matéria na natureza e decompõem cadáveres.

HORMÔNIOS VEGETAIS
Os fitormônios, como também são chamados os hormônios vegetais, são substâncias orgânicas atuantes nos
diferentes órgãos das plantas: raiz, caule, folhas, flores e frutos, responsáveis pelo crescimento e desenvolvimento do
vegetal.

Os hormônios são sintetizados em pequenas frações, com função direcionada a locais específicos. A
produção hormonal pode, conforme a espécie vegetal, obedecer indiretamente os fatores climáticos, sendo
observável à medida que sucedem as estações sazonais do ano: primavera, verão, outono e inverno.

Fatores como: intensidade luminosa, temperatura, umidade e concentração de gases, influenciam na


formação e amadurecimento dos frutos, abscisão foliar (queda das folhas), floração e crescimento do caule e da raiz
por alongamento celular.

Entre as categorias de hormônios vegetais, relacionados à divisão celular, crescimento e diferenciação,


destaca-se: As auxinas (ácido indolacético – AIA), giberelinas, etileno, ácido abscísico e citocininas.

Segue abaixo a descrição dos principais hormônios vegetais com suas funções, local de produção e
transporte:

Auxinas → Responsáveis pelos tropismos (foto e geotropismo), alongamento celular radicular e caulinar, dominância
apical, enraizamento de estacas (mudas). Esse fitormônio é produzido no meristema apical do caule, primórdios
foliares, flores, frutos e sementes. Transportado pela extensão do vegetal através dos vasos xilema e floema.

Etileno → sua concentração realiza o amadurecimento dos frutos e indução da abscisão foliar, além de estimular a
floração. Esse gás é produzido em diversos locais da planta, difundindo-se entre as células.

Citocininas → Hormônio que retarda o envelhecimento das plantas, estimula as divisões celulares, a morfogênese e a
germinação, floração e crescimento dos frutos. É produzido nas raízes e transportado para a planta através do xilema.

Giberelinas → Atua na floração, promove a germinação (quebra de dormência), desenvolvimento dos frutos. É
sintetizado no meristema de sementes e frutos, transportado pelo xilema.

Ácido abscísico → Provoca indução do fechamento dos estômatos, envelhecimento de folhas, dormência de sementes
e gemas, inibe o crescimento das plantas. Sua produção ocorre em diversos órgãos da planta: caule, folhas e
extremidade da raiz (a coifa). A difusão desse hormônio ocorre através dos vasos condutores de seiva.

O REINO METAZOA OU ANIMALIA


Aqui se enquadram todos os seres vivos que são qualificados tipicamente como animais. O reino é
extremamente heterogêneo e as características mais comuns, ainda que nem sempre estejam integralmente
presentes em todas as espécies, são:

- Organismos eucariontes multicelulares;

- Células desprovidas de parede celular embora, em alguns casos, possa ocorrer um reforço de quitina;

- Carboidrato de reserva representado, geralmente, pelo glicogênio;

- Maioria dotada de movimentos ativos, com algumas espécies fixas;


- Nutrição sempre heterotrófica, geralmente por ingestão;

- Reprodução sexuada, por meio de gametas, na quase totalidade das espécies, fazendo exceção apenas alguns
celenterados que podem realizar a gemulação ou brotamento, e alguns vermes turbelários e anelídeos poliquetos que
podem reproduzir-se por divisão simples assexuada.

O reino se divide em nove filos: Poríferos, Cnidários, Platelmintos, Nematelmintos, Anelídeos, Artrópodes,
Moluscos, Equinodermos e Cordados.

Filo Porifera (poríferos ou espongiários)

São os mais simples na escala zoológica, com a estrutura do corpo formada apenas por duas camadas de
células que não chegam a formar tecidos. Não apresentam simetria, órgãos ou sistemas e são fixos às rochas no fundo
das águas (bentônicos). Há espécies dulcícolas, mas a maioria é marinha. A sustentação do corpo é feita por meio de
uma estreita malha de espículas calcárias ou silicosas. Alguns não possuem espículas, sendo macios e usados como
esponja natural.

De forma geral, o corpo pode ser interpretado como um saco com numerosos pequenos orifícios inalantes (os
óstios ou poros) e um único orifício exalante (o ósculo). Há uma cavidade central chamada espongiocele. A água circula
entrando pelos óstios, passando pela espongiocele e saindo pelo ósculo. Detritos alimentares e oxigênio são
absorvidos da água que entra, enquanto os excretas celulares são eliminados com a água que sai. A espongiocele é
revestida por células (os coanócitos - providos de flagelo e uma gola ou colarinho) que realizam a digestão intracelular
dos alimentos. Não possuem sistema nervoso. Exibem cores variadas como amarelo, vermelho, cinza, esverdeado,
etc. A reprodução é sexuada (do zigoto se forma uma larva ciliada) ou assexuada (brotamento). Têm grande
capacidade de regeneração.
Filo Cnidários (ou celenterados)

São animais aquáticos, geralmente marinhos, já dotados de células organizadas em tecidos e dispostas em
duas camadas (diblásticos), embora o corpo mostre consistência gelatinosa. Todos têm simetria radial e não possuem
sistemas circulatório, respiratório nem excretor. A rede nervosa é difusa. São todos predadores de outros animais.
Têm uma única abertura que se abre na cavidade gastro-vascular e que funciona como boca e como ânus. Apresentam
tentáculos com células urticantes, os cnidoblastos ou cnidócitos, especializadas para a defesa e captura de alimentos.
Essas células possuem uma cápsula com filamento distensível e inoculador de substâncias irritantes.

A reprodução pode ser assexuada ou sexuada. A maioria tem um ciclo vital com uma fase medusóide (livre) e
outra polipóide (fixa). Geralmente as formas medusóides se reproduzem sexuadamente, dando formas polipóides, e
estes, assexuadamente, originam novos medusóides. Esse é um caso de alternância de gerações ou metagênese. Há
espécies que só passam pela fase de pólipo, como as anêmonas e os corais. Estes se reproduzem ou por processos
assexuados (divisão binária simples ou gemulação) ou sexuados. Os indivíduos podem ser independentes ou coloniais.

Os principais representantes são os corais, as anêmonas-do-mar, as hidras, as caravelas e as águas-vivas.

Filo Plathyhelminthes (platelmintos)

São vermes achatados; aquáticos, terrestres ou parasitas. O corpo é dotado de três extratos de células
(triblásticos). Apresentam simetria bilateral do corpo. O sistema nervoso é ganglionar. O sistema digestivo, quando
presente, tem uma única abertura (planária e esquistossomo). As tênias não possuem qualquer rudimento de sistema
digestivo e se nutrem por absorção através da vasta superfície corporal. O sistema excretor é formado por
protonefrídios (células-flama). O aparelho reprodutor é bem desenvolvido, principalmente nos parasitas, podendo
ocorrer a reprodução assexuada e a autofecundação. Alguns apresentam grande capacidade de regeneração. Tênias
e esquistossomos são parasitas, a planária tem vida livre.

Tênia:

I – cabeça ou escólex

II - animal

III - estróbilo

IV – larva
Filo Nemathelminthes (nematelmintos)

São aquáticos, terrestres ou parasitas. Caracterizam-se pelo corpo longo, cilíndrico, não segmentado em anéis,
revestido por uma espessa cutícula de quitina. O tubo digestivo é completo (boca e ânus). Não possuem sistemas
circulatório nem respiratório. O sistema excretor é rudimentar e a reprodução é sexuada com fecundação interna
(ovíparos).

Compreendem diversas classes, dentre as quais a principal é a dos nematóides, que abrange diversas espécies
parasitas de plantas e do homem.

Na espécie humana, causam doenças chamadas de verminoses ou helmintoses. São exemplos mais notáveis:
Ascaris lumbricoides, Ancylostoma duodenale, Necator americanus e Enterobius vermicularis (oxiúro), todos parasitas
intestinais. A Wuchereria bancrofti, conhecida como filaria, parasita os vasos linfáticos.

Principais verminoses

Doença Ciclo do parasita Transmissão Prevenção

O ser humano é o hospedeiro


definitivo das tênias, que se
reproduzem por autofecundação
em nosso intestino
contaminando o ambiente com
ovos liberados nas fezes Ingestão de carne (suína Saneamento básico,
Teníase (Taenia sp., humanas. e/ou bovina ) crua ou mal cozimento das carnes e
platelminto) cozida que esteja infestada fiscalização de
O porco e o boi são os com cisticercos. frigoríficos.
hospedeiros intermediários,
onde os ovos eclodem liberando
larvas, chamadas cisticercos, que
se alojam na musculatura do
animal.

Mesmo ciclo da teníase; nesse


Ingestão de água e/ou Saneamento básico,
Cisticercose (Taenia caso, o ser humano funciona
alimentos contaminados higienização de frutas e
solium, platelminto) como hospedeiro intermediário
com ovos de Taenia solium verduras.
da Taenia solium.

O ser humano é o hospedeiro


definitivo dos esquistossomos,
que se reproduzem
sexuadamente nas veias do
fígado e intestino, contaminado Penetração Saneamento básico,
Esquistossomose de larvas
lagoas com os ovos liberados nas cercárias, através da pele, controle da população
(Schistosoma de caramujos
fezes humanas. em águas infestadas de
mansoni, transmissores e evitar
O caramujo (Biomphalaria sp.) é caramujos transmissores banhar-se em lagoas
Platelminto)
os hospedeiro intermediário, da doença. desconhecidas.
onde as larvas miracídios, que
eclodiram dos ovos, reproduzem-
se assexuadamente e liberam as
larvas cercárias na água.

Ascaridíase O ser humano é o único Ingestão de água e/ou Saneamento básico,


hospedeiro da lombriga, que se alimentos contaminados higienização de frutas e
(Ascaris lumbricoides,
reproduz sexuadamente em com ovos de lombriga. verduras e pessoal.
nematódeo)
nosso intestino, contaminado o
ambiente com os ovos liberados
nas fezes humanas.

Uma vez no organismo, as larvas


realizam o ciclo cardiopulmonar.

A lombriga também pode


parasitar outros animais
vertebrados.

O ser humano é o único


hospedeiro do verme do
amarelão, que se reproduz
sexuadamente em nosso
Ancilostomose
intestino, contaminando o
(Ancylostoma ambiente com ovos liberados nas Penetração de larvas Saneamento básico e
duodenale ou Necator fezes humanas. As larvas que terrestres através da pele, uso de calçados onde
americanus, eclodem desses ovos são geralmente na região dos há suspeita de
Nematódeos) terrestres e vivem no solo até pés. contaminação do solo.
penetrar em um hospedeiro.

Uma vez no organismo, as larvas


realizam o ciclo cardiopulmonar.

Filo Annellida (anelídeos)

São seres aquáticos, terrestres ou parasitas. Invertebrados vermiformes, têm o corpo segmentado (repetição
de partes iguais), com segmentação homônoma, cada anel ou metâmero externo corresponde a uma loja distinta
internamente, ainda que essas lojas se comuniquem e façam continuidade. Apresentam simetria bilateral.

A respiração é cutânea nos terrestres e


branquial nos aquáticos. A circulação é fechada e
simples. A maioria já possui apêndices locomotores
(cerdas) que não são articulados. O sistema nervoso é
ganglionar. O tubo digestivo é completo.
Habitualmente se reproduzem por processo sexuado
(as minhocas são hermafroditas de fecundação
cruzada), mas entre os poliquetos alguns fazem a
reprodução assexuada por fragmentação do corpo
(hormogonia).

Divide-se em três classes:

- poliquetos: com muitas cerdas, geralmente marinhos. Nereis sp.

- oligoquetos: com poucas cerdas, habitualmente terrestres. Lumbricus terrestris (minhoca).

- hirudíneos: sem cerdas, aquáticos (dulcícolas), todos parasitas hematófagos, portadores de ventosas. Hirudo
medicinalis (sanguessuga).
Filo Arthropoda (artrópodes)

São invertebrados providos de apêndices articulados (arthron = articulação). É o filo mais numeroso e
polimorfo dentre todos. São animais de simetria bilateral, corpo segmentado e revestido por uma cutícula de quitina
que representa o seu exoesqueleto (Exoesqueleto não é estrutura exclusiva de insetos, pois ocorre também em outros
artrópodes como crustáceos e aracnídeos, além de aparecer em representantes do filo moluscos (ostras, caramujos)
e celenterados (corais). Ele confere proteção contra o ataque de predadores. Porém, limita o crescimento e, muitas
vezes, a locomoção do animal). Algumas espécies realizam mudas periódicas do tegumento (ecdises). Alguns
crustáceos apresentam uma carapaça calcária por fora do esqueleto quitinoso.

O tubo digestivo é completo e com glândulas anexas. A circulação é aberta. A respiração é branquial nos de
hábitat aquático e traqueal ou filotraqueal nos de vida terrestre. O sistema nervoso é ganglionar, com uma dupla
cadeia ventral de gânglios. Os órgãos dos sentidos são muito especializados e situados na cabeça (olhos, órgãos
auditivos e antenas sensoriais). A reprodução é sexuada com fecundação interna (ovíparos). O desenvolvimento
geralmente ocorre por meio de metamorfose completa ou incompleta.

Classes principais: aracnídeos, insetos, crustáceos, quilópodos e diplópodos.

Aracnídeos: Seres terrestres. Corpo dividido em cefalotórax e abdome, com quatro pares de patas (octópodos) e sem
antenas. São portadores de palpos (apêndices parecidos com patas) destinados à função sexual e à preensão de
alimentos. Muitos causam doenças no homem. A classe se divide em diversas ordens, das quais as principais são os
araneídeos, os ácaros e os escorpionídeos. -Os araneídeos ou aranhas possuem, junto à boca, órgãos inoculadores de
veneno chamados quelíceras. Algumas espécies tecem teias. Existem espécies peçonhentas.

- Os ácaros enquadram os carrapatos e certos parasitas semimicroscópicos da pele, como o Demodex folliculorum,
que ataca os folículos pilosos, desencadeando as crises de acne ou cravo; e o Sarcoptes scabiei, causador da sarna.
Ácaros semi-microscópicos, que vivem em nossas casas, são os principais causadores das crises de alergia respiratória.

- Os escorpionídeos reúnem os escorpiões ou lacraus. Apresentam palpos em forma de pinças e um aguilhão (na
extremidade posterior do abdome) inoculador de peçonha bastante perigosa.

Insetos: É a classe mais numerosa. Seres terrestres, aéreos e aquáticos. Corpo dividido em cabeça, tórax e abdome.
Um par de antenas (sensorial), um par de mandíbulas (nutrição) e três pares de patas (hexápodos). A maioria possui
asas (dípteros ou tetrápteros) embora algumas espécies sejam ápteras como a traça, a pulga, o piolho e as formas
mais comuns de formigas. A metamorfose pode ser completa (ovo, larva, pupa e imago) ou incompleta (ovo, ninfa e
imago).

Compreendem diversas ordens como: dípteros (moscas e mosquitos), lepidópteros (borboletas e mariposas),
hemípteros (percevejos), coleópteros (besouros), ortópteros (baratas, gafanhotos e grilos), himenópteros (formigas,
abelhas e vespas), etc.

Alguns insetos têm importância médica por atuarem como vetores ou transmissores de doenças infecto-
contagiosas como a malária, a doença do sono, o mal de Chagas, a febre amarela, a dengue, a filariose, a leishmaniose,
etc. As moscas berneiras, na fase de larva, parasitam a pele de mamíferos, causando a berne ou bicheira.

Aparelho bucal I – abelha


II – pernilongo A – ametábolo (sem metamorfose)

III – borboleta B – hemimetábolo (metamorfose incompleta)

IV – gafanhoto C – holometábolo (metamorfose completa)

Desenvolvimento

Crustáceos: Seres aquáticos, com exceção do tatuzinho de jardim. Podem apresentar uma crosta calcária. O corpo se
divide em cefalotórax e abdome, na grande maioria. Apresentam dois pares de antenas; olhos pedunculados em
alguns e sésseis em outros; um par de mandíbulas; cinco pares de patas no cefalotórax (decápodos) e número
variável de patas natatoriais no abdome. Geralmente utilizados na alimentação humana. São exemplos: o camarão, a
lagosta, o siri, etc.

Quilópodos e Diplópodos: Seres terrestres. Corpo cilíndrico, vermiforme, longo; com cabeça e tronco segmentado em
muitos anéis. Um par de antenas. Os quilópodos (lacraia) têm um par de patas em cada anel, onde o primeiro serve
para injetar veneno. Os diplópodos (embuá ou piolho-de-cobra) possuem dois pares de patas por anel.

Filo Mollusca (moluscos)

Animais de corpo mole podem ser aquáticos (maioria) ou terrestres. O corpo apresenta simetria bilateral e às
vezes é protegido por uma concha calcária; são constituídos de cabeça, pé e massa visceral. Na cabeça se encontram
os órgãos dos sentidos: olhos, tentáculos táteis e receptores de gosto e olfato. A massa visceral é o conjunto de órgãos
destinados à digestão, respiração, circulação, excreção e reprodução. O pé é especializado para a locomoção, fixação
e escavação. O corpo é envolvido por uma prega dorsal da epiderme, o manto, que secreta a concha, a qual funciona
como esqueleto. O sistema digestivo é completo. A circulação é aberta. A respiração pode ser branquial, cutânea
(lesmas) ou ‘pulmonar’ (caracóis). O sistema nervoso é ganglionar. A reprodução é sexuada por fecundação externa
(pelecípodos) ou interna (cefalópodos e gastrópodos).

As principais classes são os gastrópodos, pelecípodos e cefalópodos.

Os gastrópodos, conhecidos como caramujos, caracóis e lesmas, possuem concha univalva (exceto a lesma),
dois pares de tentáculos (um olfativo e um com olhos), corpo dividido em cabeça, massa visceral (com manto) e pé.
Possuem rádula, língua áspera com dentes quitinosos, que raspa os alimentos.

Os pelecípodos são as ostras, mexilhões, mariscos e outros. Possuem concha bivalva, cabeça pouco distinta da
massa visceral e pé em forma de lâmina de machado. São geralmente fixo às pedras do fundo através do bisso
(estruturas produzidas por glândulas do pé). Algumas espécies produzem pérolas.

Os cefalópodos são exclusivamente marinhos e desprovidos de concha (exceto o Nautilus e a fêmea do


Argonauta). Abrangem o polvo, a lula, o nautilus e o argonauta. Apresentam tentáculos com um bico córneo no centro
(boca) para triturar os alimentos. Algumas espécies possuem uma bolsa com tinta (nanquim ou sépia) usada como
defesa.

Filo Echinodermata (equinodermos)

Exclusivamente marinhos. Simetria radial no adulto e bilateral na larva. Dotados de endoesqueleto calcário
com projeções espinhosas, recoberto por uma epiderme fina. O sistema digestivo é completo, com boca ventral e ânus
dorsal. Podem ser carnívoros e predadores ou herbívoros e detritívoros. A respiração é branquial. A reprodução é
sexuada, com fecundação externa e desenvolvimento por metamorfose. Apresentam capacidade de regeneração.
Possuem um sistema aqüífero, substituto do sistema circulatório, e que também ativa os pés ambulacrários,
pequeninas formações na base desses animais que lhes permite o deslocamento sobre o funda do mar sem
movimentar os braços. Os principais representantes são as estrelas-do-mar, pepinos-do-mar, ouriços-do-mar e lírios-
do-mar.
Filo Chordata (cordados)

São os mais evoluídos. Apresentam um eixo de sustentação dorsal, a notocorda. O sistema respiratório é
derivado da faringe (fendas branquiais). O tubo nervoso é único e dorsal. A circulação é fechada e o sangue possui
hemoglobina em quase todas as espécies, o coração é ventral. O tubo digestivo é completo e com glândulas anexas.

Possuem cauda na fase embrionária, podendo permanecer no adulto.

Dividem-se em subfilos: Protochordata (urocordados e cefalocordados) e Vertebrata.

Protocordados:

- Urocordados ou tunicados: Seu representante é a ascídia, animal fixo, globoso, geralmente colonial. Sem cauda e
sem notocorda na fase adulta. Na fase larval é móvel, com cauda e notocorda. São marinhos.

- Cefalocordados: Seu representante é o anfioxo. Animal que lembra um peixe pequeno sem nadadeiras pares. É
marinho e apresenta fendas branquiais e notocorda durante toda a vida.

Vertebrados ou Eucordados: Possuem notocorda na fase embrionária e na fase adulta ela é substituída pela coluna
vertebral (vértebras ósseas ou cartilaginosas) que serve de eixo de suporte do corpo. Possuem caixa craniana
envolvendo os órgãos do sistema nervoso central que é bem desenvolvido.

O subfilo está dividido em seis classes: Cyclostomata, Pisces, Amphibia, Reptilia, Aves e Mammalia.

Os ciclóstomos são cartilaginosos; sem mandíbulas e sem nadadeiras pares nem escamas; boca circular e ventosa;
sete fendas branquiais; ectoparasitas de peixes. Seu representante é a lampréia.

Peixes: Seres exclusivamente aquáticos; com cinco fendas branquiais persistentes, com paredes ramificadas
(brânquias); nadadeiras. Pecilotermos. Circulação fechada simples e coração com duas cavidades. Linha lateral que
percebe as vibrações e pressão da água. Excreção por rins. Reprodução sexuada, fecundação interna (ovovivíparos e
vivíparos) ou externa (ovíparos).

- Os condríctes possuem esqueleto cartilaginoso. Têm nadadeiras pares e ímpares; não possuem bexiga natatória; a
boca é ventral e as fendas branquiais são descobertas. Predominantemente vivíparos. Possuem cloaca e intestino com
válvula espiral. São os tubarões e as arraias.

- Os osteíctes possuem esqueleto ósseo. Têm nadadeiras pares e ímpares e escamas; possuem bexiga natatória; a
boca é anterior e as fendas branquiais são protegidas pelo opérculo. A bexiga natatória funciona como pulmão em
alguns casos (pirambóia). Predominantemente ovíparos; larva chamada de alevino. São exemplos o cavalo-marinho,
o poraquê, a enguia, o bacalhau, a piranha, o pirarucu, a piaba, o tilápia, etc.
Anfíbios: Nascem na água e tornam-se terrestres. Possuem brânquias na fase larval (girino) e pulmões na fase adulta.
Podem apresentar cauda e patas na fase adulta (salamandras), só patas (sapo) ou só cauda (cobra-cega). O esqueleto
é ósseo. A pele é úmida, lisa, com glândulas mucosas e cromatóforos (células pigmentadas). O sistema digestivo é
completo, apresentando cloaca. Excreção por meio de rins. Reprodução sexuada com fecundação externa; são
ovíparos e sofrem metamorfose. Possuem respiração cutânea intensa para compensar a respiração pulmonar precária.
São pecilotermos. A circulação é fechada, dupla e incompleta, o coração tem três cavidades. O sistema nervoso
apresenta encéfalo, medula e nervos cranianos.

Répteis: São terrestres ou aquáticos, mas só se reproduzem na terra. Movimentam-se por rastejamento. A reprodução
é sexuada com fecundação interna, põem ovos com casca calcária e o embrião apresenta alantóide e bolsa de água
(âmnio, o que evita a desidratação). O sistema digestivo é completo, com cloaca. A pele é seca e impermeável
(queratinosa), desprovida de glândulas; com escamas, carapaças ou placas. Alguns realizam mudas periódicas do
tegumento. São pecilotermos. A circulação é fechada dupla e incompleta, o coração tem três cavidades (exceto nos
crocodilianos). Os pulmões são bem eficientes. O sistema nervoso se divide em encéfalo, medula e nervos cranianos.
A excreção é feita por meio de rins bem desenvolvidos.

As ordens mais comuns são: escamados (ofídios e lacertílios), quelônios e crocodilianos.

- Os ofídios abrangem as cobras e serpentes. Alguns possuem dentes especiais que injetam um veneno produzido
pelas glândulas salivares.

- Os lacertílios ou sáurios são os lagartos. Não são peçonhentos, com exceção do monstro de Gila, do golfo do México.

- Os quelônios compreendem as tartarugas (marinhas/dulcícolas), cágados (dulcícolas) e jabutis (terrestres).

- Os crocodilianos são os mais desenvolvidos. Compreendem os jacarés (Brasil) e crocodilos (América do Norte, África
e Ásia).

Aves: Seres adaptados ao vôo; com esqueleto ósseo leve e reforçado, ossos pneumáticos ligados aos sacos aéreos dos
pulmões. Pele seca (escamosa nos membros posteriores) e coberta de penas. Na cauda possuem glândulas uropigianas
que secretam gordura para lubrificar as penas. Olhos com membrana nictitante. Quatro membros (os anteriores em
forma de asa); homeotermos (temperatura constante). Circulação fechada, dupla e completa (coração com quatro
cavidades). O bico córneo é adaptado a vários tipos de alimentos. Sistema digestivo completo e terminado em cloaca.
Excreção por rins. Sistema nervoso com encéfalo, medula e nervos cranianos. Sexos separados com acentuado
dimorfismo sexual. Reprodução sexuada com fecundação interna; todos ovíparos; incubam os ovos e cuidam da prole.
Erroneamente chamados de pássaros, tal denominação pertence apenas à ordem passeriforme (sabiá, canário, pardal,
etc). Os pinguins, emas, avestruzes não conseguem voar, sendo classificados no grupo das ratitas.

Mamíferos: São os mais evoluídos; estão adaptados à vida aquática, aérea, subterrânea e, principalmente, terrestre.
A cobertura de pêlos, a gordura e o coração eficiente garantem a homeotermia. O sistema nervoso é muito
desenvolvido com encéfalo, medula e nervos cranianos. Reprodução sexuada com fecundação interna (vivíparos e
com útero – exceto os monotremados); placentários (exceto os monotremados e marsupiais); e grande proteção à
prole. Glândulas mamárias, sebáceas, sudoríparas, etc. Endoesqueleto ósseo. Sistema digestivo completo, com
glândulas anexas, terminado em ânus (exceto nos monotremados). Pele queratinizada coberta de pêlos. Excreção por
rins. Respiração pulmonar auxiliada pelo músculo diafragma. Circulação fechada, dupla e completa (coração com
quatro cavidades), hemácias anucleadas.

Formam um grupo muito heterogêneo quanto ao tamanho, forma do corpo e hábitat. O homem, o canguru,
a baleia, o hipopótamo, o porco, o morcego, a preguiça, o rato, o coelho, o gato, o leão e o macaco são exemplos de
mamíferos. Os monotremados, ornitorrinco e équidna põem ovos, embora amamentem os filhotes.

FISIOLOGIA DOS ORGANISMOS

NUTRIÇÃO: A OBTENÇÃO DE MATÉRIA E ENERGIA PARA O ORGANISMO


Para poder sobreviver os organismos vivos necessitam de abastecer-se de substâncias com as quais obtêm
energia e materiais para o reparo de seu desgaste. Se o organismo é jovem, parte desse material é destinada ao
crescimento. Através da nutrição o ser vivo obtém os átomos e as moléculas das substâncias que formam seu corpo.

Chama-se nutriente a qualquer substância essencial à manutenção da vida. Os alimentos que ingerimos
diariamente contêm esses nutrientes que podem ser classificados em macronutrientes e micronutrientes. Como o
próprio nome diz, macronutrientes são aqueles necessários em grande quantidade. Os nutrientes necessários em
pequenas quantidades são denominados micronutrientes. Com relação à nutrição, os seres vivos podem ser divididos
em dois grandes grupos: os autótrofos e os heterótrofos.

Os organismos dotados de clorofila são capazes de realizar o processo conhecido como fotossíntese. Pela
fotossíntese eles transformam as substâncias minerais retiradas do ambiente (gás carbônico, água e sais minerais) em
moléculas orgânicas formadoras de seu corpo. São os organismos autótrofos fotossintetizadores. Para a
transformação das substâncias minerais em moléculas orgânicas é fundamental a energia da luz do Sol, que é
transformada em energia química, ficando armazenada nos compostos orgânicos formados.

Algumas bactérias do solo também são autótrofas, só que não usam a energia da luz do Sol, mas sim a energia
liberada nas reações de oxidação de minerais. São os organismos autótrofos quimiossintetizantes, pois usam a energia
química para fabricar compostos orgânicos. Os outros seres vivos (animais, fungos, protozoários, etc.) dependem dos
seres autótrofos para obter a matéria-prima necessária à construção de seu corpo e à produção de energia. São os
organismos heterótrofos.

Todas as células necessitam de alimentos que utilizam, em parte para obter energia e, em parte, como material
de construção. Para os indivíduos heterótrofos, porém, os alimentos não se encontram no ambiente numa forma que
lhes permita sua utilização direta pelas células. As grandes moléculas que deles fazem parte terão de ser desdobradas
em moléculas menores, e essa é a finalidade da digestão.

A Digestão: A Quebra das Moléculas Grandes

Dá-se o nome de digestão às transformações químicas por que sofrem os alimentos a fim de serem
incorporados e utilizados pelas células. Tais transformações envolvem a fragmentação e a hidrólise de grandes
moléculas, que são reduzidas a moléculas menores, solúveis em água e facilmente absorvíveis pelas células.

Podemos dividir o processo digestivo em três etapas.

1ª etapa: Fragmentação das partículas nutritivas. Consiste na trituração dos alimentos. Para isso alguns animais
dispõem de estruturas especializadas. Assim, os mamíferos, os répteis e os peixes dispõem de dentes; as aves utilizam
a moela; os equinóides possuem a lanterna-de-aristóteles; os moluscos possuem a rádula; alguns artrópodos utilizam
as mandíbulas, etc.

2ª etapa: Redução das partículas alimentares em produtos solúveis.

3ª etapa: Absorção dos nutrientes.

Sistema Digestório

O sistema digestivo é formado pela boca, faringe, esôfago, estômago, intestino delgado, intestino grosso e
ânus, existindo ainda as glândulas anexas: as glândulas salivares, o fígado e o pâncreas. Esse sistema tem a função de
transformar os alimentos em substâncias que possam ser absorvidas ou absorver diretamente as substâncias, como
no caso das vitaminas, água e sais minerais.
Tipos de Alimentos

Proteínas – é um alimento plástico ou construtor.

Carboidratos – é um alimento energético.

Lipídeos (gorduras) – é um alimento energético e construtor.

Vitaminas – são consideradas substâncias reguladoras

Resumo do Processo Digestivo

Amido

O processo de digestão do amido se inicia na boca com a mastigação e a salivação. Parte do amido é
transformado em maltose, por ação da enzima amilase salivar (ptialina). O restante do amido é transformado em
maltose no intestino delgado (por ação da amilase pancreática, presente no suco pancreático). Nesse mesmo local a
maltose é transformada em glicose (por ação das dissacaridases: lactase, maltase e sacarase) que é a absorvida,
passando para corrente sanguínea.

Proteínas

As proteínas são transformadas em polipeptídios parte no estômago, onde age pepsina gástrica em pH ácido
e o restante no intestino delgado, onde age a tripsina, presente no suco pancreático e pelas peptidases intestinais
presentes no suco entérico. Esses peptídeos transformam-se em aminoácidos e são absorvidos no mesmo local.

Lipídios

Os lipídios só sofrem digestão quando já estão no intestino delgado onde são emulsionados pela bile, que é
produzida no fígado e armazenada na vesícula biliar e pelas lipases pancreáticas, presentes no suco pancreático. Esse
processo facilita a transformação dos lipídios em ácidos graxos e glicerol no intestino, pois diminui as partículas de
gordura. Finalmente o intestino delgado absorve essas substâncias.

 No Intestino Grosso ocorre absorção de água e sais minerais.

Sistema Respiratório

A respiração ocorre dia e noite, sem parar. Nós podemos sobreviver determinado tempo sem alimentação, mas não
conseguimos ficar sem respirar por mais de alguns poucos minutos. Você sabe que todos os seres vivos precisam de
energia para viver e que essa energia é obtida dos alimentos. O nosso organismo obtém energia dos alimentos pelo
processo da respiração celular, realizada nas mitocôndrias, com a participação do gás oxigênio obtido no ambiente.

A glicose é um os principais “combustíveis” utilizados pelas células vivas na respiração. Observe o que ocorre nas
nossas células:
Glicose + gás oxigênio ----> gás carbônico + água + energia
É esse tipo de fenômeno que ocorre sem parar no interior das células viva, liberando a energia que garante a atividade
dos nossos órgãos por meio do trabalho das células.
A respiração pode ser entendida sob dois aspectos:

 O mecanismo por meio da qual a energia química contida nos alimentos é extraída nas mitocôndrias e usada
para manter o organismo em atividades, esse mecanismo é a respiração celular;
 O conjunto de processos de troca do organismo com o ambiente externo que permite a obtenção de gás
oxigênio e a eliminação do gás carbônico.

Estudaremos a respiração segundo esse último aspecto. Veremos, portanto, como o gás oxigênio é absorvido do ar
atmosférico e chega às nossas células; e como o gás carbônico produzido durante a respiração celular é eliminado do
organismo.

O sistema respiratório
O sistema respiratório humano é formado pelos seguintes órgãos, em sequência: fossas nasais, faringe, laringe,
traquéia, brônquios, bronquíolos e pulmões.

Na respiração ocorrem dois tipos de movimento: a


inspiração e a expiração de ar. Na inspiração, o ar
atmosférico penetra pelo nariz e chega aos pulmões;
na expiração, o ar presente nos pulmões é eliminado
para o ambiente externo.
O ar entra em nosso corpo por duas cavidades
existentes no nariz: as cavidades nasais direita e
esquerda. Elas são separadas completamente por
uma estrutura chamada septo nasal; comunicam-se
com o exterior pelas aberturas denominadas narinas
e com a faringe pelas coanas. As cavidades nasais são
revestidas internamente pela mucosa nasal. Essa
mucosa contém um conjunto de pelos junto as
narinas e fabrica uma secreção viscosa chamada
muco.
Os pelos e o muco atuam como filtros capazes de
reter microorganismos e partículas sólidas diversas
que penetram no nariz com o ar. Por isso, devemos
inspirar pelo nariz e não pela boca: o ar inspirado pelo
nariz chega aos pulmões mais limpo do que o ar
inspirado pela boca. Além de filtrado, o ar é também
adequadamente aquecido e umidificado no nariz.

Órgãos do sistema respiratório


Faringe: é um canal comum aos sistemas digestório e respiratório e comunica-se com a boca e com as fossas nasais.
O ar inspirado pelas narinas ou pela boca passa necessariamente pela faringe, antes de atingir a laringe.
Laringe: é um tubo sustentado por peças de cartilagem articuladas, situado na parte superior do pescoço, em
continuação à faringe. O pomo-de-adão, saliência que aparece no pescoço, faz parte de uma das peças cartilaginosas
da laringe. A entrada da laringe chama-se glote. Acima dela existe uma espécie de “lingüeta” de cartilagem
denominada epiglote, que funciona como válvula. Quando nos alimentamos, a laringe sobe e sua entrada é fechada
pela epiglote. Isso impede que o alimento ingerido penetre nas vias respiratórias.
O epitélio que reveste a laringe apresenta pregas, as cordas vocais, capazes de produzir sons durante a passagem de
ar.

Traquéia: é um tubo de aproximadamente 1,5


cm de diâmetro por 10- 12 centímetros de
comprimento, cujas paredes são reforçadas por
anéis cartilaginosos. Bifurca-se na sua região
inferior, originando os brônquios, que
penetram nos pulmões. Seu epitélio de
revestimento muco-ciliar adere partículas de
poeira e bactérias presentes em suspensão no
ar inalado, que são posteriormente varridas
para fora (graças ao movimento dos cílios) e
engolidas ou expelidas.

Pulmões: Os pulmões humanos são órgãos


esponjosos, com aproximadamente 25 cm de
comprimento, sendo envolvidos por uma
membrana serosa denominada pleura. Nos
pulmões os brônquios ramificam-se
profusamente, dando origem a tubos cada vez
mais finos, os bronquíolos. O conjunto
altamente ramificado de bronquíolos é a árvore
brônquica ou árvore respiratória.
Cada bronquíolo termina em pequenas bolsas
formadas por células epiteliais achatadas
(tecido epitelial pavimentoso) recobertas por
capilares sangüíneos, denominadas alvéolos
pulmonares.

Diafragma: A base de cada pulmão apóia-se no diafragma, órgão músculo-membranoso que separa o tórax do
abdômen, presente apenas em mamíferos, promovendo, juntamente com os músculos intercostais, os movimentos
respiratórios. Localizado logo acima do estômago, o nervo frênico controla os movimentos do diafragma
O trabalho dos alvéolos pulmonares
Os alvéolos são estruturas elásticas, formadas por uma membrana bem fina e envolvida por uma rede de vasos
capilares sanguíneos.
Existem milhões de alvéolos em cada pulmão. É em cada um deles que ocorrem as trocas gasosas entre o pulmão e o
sangue. Nos alvéolos ocorre uma difusão dos gases por diferença de concentração e, consequentemente, da pressão
dos gases. O sangue que chega aos alvéolos absorve o gás oxigênio inspirado da atmosfera. Ao mesmo tempo, o sangue
elimina gás carbônico no interior dos alvéolos; esse gás é então expelido do corpo por meio da expiração.
Os movimentos respiratórios
Na inspiração, o diafragma e os músculos intercostais se contraem. Ao se contrair, o diafragma desce e a cavidade
torácica aumenta de volume verticalmente. Quando os músculos intercostais contraem, eles levam as costelas e o volume
da cavidade torácica aumenta horizontalmente. Com o aumento do volume do tórax, a pressão do ar no interior da
cavidade torácica e dos pulmões diminui. Então, a pressão do ar atmosférico torna-se maior que a pressão do ar interno,
e o ar atmosférico penetra no corpo indo até os alvéolos pulmonares: é a inspiração.
Num segundo movimento, o diafragma e os músculos intercostais relaxam, diminuindo o volume da cavidade torácica.
Então, a pressão do ar interno (no interior dos pulmões) aumenta, tornando-se maior que a pressão atmosférica. Assim,
o ar sai do corpo para o ambiente externo: é a expiração.
Nos alvéolos pulmonares, o gás oxigênio, presente no ar inspirado, passa para o sangue que é então distribuído pelas
hemácias a todas as células vivas do organismo. Ao mesmo tempo, as células vivas liberam gás carbônico no sangue.
Nos pulmões, o gás carbônico passa do sangue para o interior dos alvéolos e é eliminado para o ambiente externo por
meio da expiração.
A regulação da respiração
As pessoas conseguem ficar alguns segundos sem respirar. Também é possível respirar mais rápido ou mais devagar.
Nessas situações, a respiração é controlada voluntariamente, isto é, conforme a vontade da pessoa, e a atividade do
diafragma e dos músculos intercostais é regulada por uma região do cérebro da pessoa.
Entretanto, quando uma pessoa não está “pensando” na respiração ou quando está dormindo, por exemplo, a atividade
do diafragma e dos músculos intercostais é regulada por um órgão do sistema nervoso chamado bulbo, situado um pouco
abaixo do cérebro. Esse controle é involuntário, independe da nossa vontade. O bulbo apresenta um grupo de neurônios
que controla o ritmo respiratório.
Uma pessoa não pode prender a respiração, além de algum tempo, mesmo que queira. Parando de respirar, o gás
carbônico deixa de ser eliminado pelo sangue da pessoa para o ambiente externo. A concentração desse gás aumenta no
sangue e, ao atingir determinado nível, o bulbo volta a comandar a respiração, regulando a atividade de contração e
relaxamento do diafragma e dos músculos intercostais. A pessoa então reinicia a respiração, mesmo que não queira.
A saúde humana e o sistema respiratório
Como vimos, o oxigênio contido no ar atmosférico chega ao interior do nosso corpo pelo sistema respiratório.
Com o ar, além do oxigênio podem ser absorvidas outras substâncias, partículas de poeira, fuligem, e até seres vivos
microscópicos, como os vírus e as bactérias, capazes de causar danos à nossa saúde. Algumas impurezas são “filtradas”
m diversos órgãos do sistema respiratório, mas outras conseguem passar até os pulmões, provocando doenças. As
doenças mais comuns que atingem o sistema respiratório podem ser de natureza infecciosa ou alérgica.
Doenças infecciosas

Gripe e resfriado
A gripe é uma doença bastante comum e infecciosa, causada pelo vírus Influenza, descoberto em 1933. Existem relatos
da gripe desde o século V a.C, no tempo de Hipócrates. Daí em diante foram feitos vários relatos descrevendo a morte
de milhões de pessoas em conseqüência da gripe. Essas epidemias eram vistas no passado, como uma conseqüência da
influência dos astros, daí surgiu o nome do vírus: Influenza.

Já ocorreram algumas sérias epidemias de gripe ao longo da história, como a gripe espanhola, asiática e a de Hong Kong.
Baseando-se nos resultados das três maiores pandemias da história, soma-se mais de 1,5 milhões de pessoas mortas e
um prejuízo de 32 bilhões de dólares. De fato, hoje em dia a gripe não é uma doença preocupante, visto que a doença
evolui, na generalidade, de forma benigna, sem necessidade de grandes medidas terapêuticas, além de existir vacina
para sua prevenção.
A doença é altamente contagiosa, sua transmissão se dá através das partículas da saliva de uma pessoa infectada,
expelidas através da respiração, da fala, da tosse e dos espirros. Além disso, o período de incubação da gripe é em média
de 2 dias.

Os sintomas da doença são: mal-estar, febre elevada (38-39ºC), arrepios, dores musculares, dor de cabeça, corrimento
nasal, entupimento nasal. A gripe pode se tornar grave, principalmente para as pessoas idosas, gestantes ou debilitadas
por doenças crônicas.

A gripe normalmente acaba de forma natural, resultado da capacidade imunológica de cada indivíduo. É recomendável
descansar bastante e se alimentar bem; beber muito líquido, como sumos de frutas ou água; umedecer os ambientes na
medida do possível; usar lenços ao tossir ou espirrar para evitar a contaminação de outras pessoas e procurar orientação
médica.

Bronquite
Bronquite é a inflamação dos brônquios que ocorre quando seus minúsculos cílios param de eliminar o muco presente
nas vias respiratórias. Esse acúmulo de secreção faz com que os brônquios fiquem permanentemente inflamados e
contraídos. A bronquite pode ser aguda ou crônica. A diferença consiste na duração e agravamento das crises, que são
mais curtas (uma ou duas semanas) na bronquite aguda, enquanto, na crônica, não desaparecem e pioram pela manhã.
A bronquite aguda é causada geralmente por vírus, embora, em alguns casos, possa ser uma infecção bacteriana. O
cigarro é o principal responsável pelo agravamento da doença. Poeiras, poluentes ambientais e químicos também pioram
o quadro.
A bronquite crônica instala-se como extensão da bronquite aguda e pode ser provocada unicamente pela fumaça do
cigarro. Por isso, é conhecida por “tosse dos fumantes”, por ser rara entre não-fumantes.

Tanto na forma aguda quanto na crônica, a tosse é o principal sintoma da bronquite. Tosse seca ou produtiva podem ser
manifestações da bronquite aguda. Na crônica, porém, a tosse é sempre produtiva e a expectoração, espessa. Falta de ar
e chiado são outros sintomas da doença.

Doenças alérgicas
Rinite
Rinite é um termo médico que descreve a irritação e inflamação crônica ou aguda da mucosa nasal. É uma doença que
pode ser causada tanto por vírus como por bactérias, embora seja manifestada com mais freqüência em decorrência
de alergia, ou por reações ao pó, fumaça e outros agentes ambientais. A inflamação decorrente da rinite resulta na
produção excessiva de muco o que ocasiona o escorrimento nasal, sintoma mais típico da rinite, entupimento e
coceira. A rinite alérgica, que é a forma mais comum de rinite, é causada geralmente por alérgenos presentes no ar,
como o pólen, ácaro e a própria descamação da pele de animais, mas também pode ser provocada devido a reação
alérgica à coceira, produtos químicos, cigarros e remédios.
Asma
A asma é uma inflamação crônica dos brônquios. Ocorre inchaço dos bronquíolos e grande produção de catarro. O
estreitamento e as contrações excessivas dos brônquios dificultam a passagem do ar. A crise respiratória se manifesta
periodicamente. Além da alergia a diversas substâncias, as causas dessa doença também poder ser fatores emocionais,
exercícios físicos intensos, entre outras.

Os sintomas da asma são: dificuldade respiratória, mas os remédios devem ser prescritos por um médico.
Quando impurezas se alojam na garganta ou na traquéia, é preciso “limpá-las”. A glote, pequena abertura no topo da
laringe, se fecha, retendo o ar nos pulmões, o que aumenta a pressão no seu interior. Quando a glote se abre
repentinamente, o ar sai com muita força e velocidade, levando junto muco e sujeiras. Isso é tosse.
Situação semelhante ocorre no nariz. Impurezas e outros agentes causam irritação no nariz ou na boca. A garganta se
fecha, retendo o ar nos pulmões, o que aumenta a pressão no seu interior. Quando o ar volta, sai “explodindo”
limpando as vias respiratórias, ou seja, ele passa arrancando as partículas irritantes. É o espirro.
Uaaaaaaaa!!!

Quando uma pessoa boceja inúmeras vezes, sabemos que ela está cansada, sonolenta, aborrecida ou desatenta. É a
reação do cérebro “avisando” que as suas células precisam de mais oxigênio para produzir mais energia e, assim,
continuar as suas atividades. Ao bocejarmos, inspiramos bastante ar, enviando ao organismo uma carga extra de
oxigênio.

A circulação e o transporte de substâncias


A circulação é o fluxo de líquidos e células que conduzem de uma parte a outra do organismo substâncias
nutritivas e metabólicas, bem como gases respiratórios e elementos do sistema imunitário. Compreende a circulação
sanguínea e a circulação linfática.

O transporte é o fluxo de substâncias nutritivas, mas não gases respiratórios, através de um sistema de canais
pela estrutura das plantas.

 O transporte de Substâncias nos Vegetais

Os vegetais retiram do ambiente água e sais minerais. Esta solução, chamada de seiva bruta, inorgânica ou
mineral, deve ser levada pelos vasos lenhosos para as folhas, onde servirá de matéria prima para a fotossíntese.
Utilizando a seiva bruta e o gás carbônico do ar, as folhas fabricam as substâncias orgânicas necessárias a seu corpo.
Uma parte dessas substâncias permanece na folha; outra parte, dissolvida na água, é transportada pelos vasos
liberianos para todo o vegetal, recebendo o nome de seiva elaborada ou orgânica.

O transporte da seiva bruta, mineral ou


inorgânica é feito através dos vasos lenhosos que
formam o xilema ou lenho. A transpiração nas folhas é
o fator mais importante nesse transporte. Para que a
planta efetue uma boa fotossíntese, os estômatos das
folhas devem abrir-se, ocorrendo então uma inevitável
perda de água por transpiração.

Como consequência, as células das folhas tornam-se mais concentradas e, por osmose, absorvem água dos
vasos lenhosos próximos, juntamente com sais minerais. Esta absorção cria uma constante tensão na coluna líquida,
puxando-a. A absorção de água do solo pelas raízes repõe a quantidade perdida na transpiração e garante a
continuidade do processo.

O transporte da seiva elaborada ou orgânica é feito através dos vasos liberianos que formam o floema ou líber. As
substâncias orgânicas fabricadas nas folhas pela fotossíntese são levadas tanto para a raiz e o caule, como para o ápice
da planta. Dissolvidas na água há várias substâncias orgânicas como aminoácidos, carboidratos e alguns íons minerais.
Essas substâncias são transportadas pelos mecanismos de osmose e transporte ativo.

O Transporte de Substâncias nos Animais

Nos animais de maior complexidade, surgiu um mecanismo de transporte mais complicado, com a formação de canais
definidos para fluir o sangue ou a hemolinfa com válvulas situadas em posições tais que permitam o fluxo somente
numa direção.

A hemolinfa é o fluido circulante dos animais invertebrados em geral. É uma mistura de água com várias substâncias
nela dissolvidas, havendo muitas vezes um pigmento respiratório (molécula que transporta os gases respiratórios).
Nos insetos o sangue não tem função respiratória, funcionando apenas para transportar alimentos, excretas e
hormônios. Nos animais vertebrados o fluido circulante é constituído pelo sangue e pela linfa.

Toda a massa de líquido em circulação nos animais necessita de um sistema de bombeamento funcionando de maneira
contínua para manter o fluido em movimento. Os principais mecanismos de bombeamento são:

- Vasos contráteis, encontrados em anelídeos, artrópodes e protocordados;


- Coração dividido em compartimentos, encontrado em moluscos e vertebrados.

(I – aves e mamíferos, II – anfíbios, III – peixes, IV -


répteis)

A Circulação no Homem

O sistema circulatório humano consta de coração e de vasos (sangüíneos e linfáticos). Os vasos sangüíneos
estão distribuídos em artérias, veias e capilares. Fisiologicamente, a artéria difere da veia pelo sentido do fluxo
sangüíneo em seu interior. Assim, as artérias transportam o sangue do coração aos tecidos enquanto as veias o fazem
dos tecidos ao coração. No interior das grandes veias há válvulas para garantir o fluxo de sangue num só sentido.
Esses vasos estão ligados entre si de tal maneira que o sangue completa o circuito sem sair deles. Por isso se diz que
essa circulação é fechada. As artérias e veias se ramificam em vasos de calibre menor chamados de arteríolas e vênulas,
que terminam em vasos de calibre muito pequeno, chamados de capilares.

O coração humano situa-se na caixa torácica, num espaço denominado mediastino, entre os dois pulmões.
Tem o tamanho de um punho fechado. É um órgão musculoso e oco, dividido em 4 compartimentos: átrios (dois
superiores) e ventrículos (dois inferiores). O coração funciona como uma bomba hidráulica, recolhendo e enviando o
sangue para todas as partes do organismo. Na realidade, são duas bombas, uma do lado direito, formada pelo átrio e
ventrículo direito e outra do lado esquerdo, formada pelo átrio e ventrículo esquerdo. Do lado direito circula o sangue
venoso, que contém grande porcentagem de CO2 e que vem dos órgãos e depois vai aos pulmões. Do lado esquerdo
circula sangue arterial, que contém grande porcentagem de O2 e que vem dos pulmões e depois vai aos demais órgãos.
No coração, o sangue circula dos átrios para os ventrículos.

Para impedir o refluxo do sangue, o coração dispõe de


válvulas: a tricúspide situada no orifício
atrioventricular direito e a mitral ou bicúspide situada
no orifício atrioventricular esquerdo. Do ventrículo
direito (4) o sangue segue para a artéria pulmonar (9),
e do ventrículo esquerdo (6) o sangue segue para a
artéria aorta (10). Na saída desses vasos existem as
válvulas semilunares ou sigmóides para impedir o
retorno do fluxo. O sangue de todo o organismo chega
ao coração pelas veias cavas (2-5) (entram no átrio
direito - 3) e pelas veias pulmonares (1-8) (entram no
átrio esquerdo - 7).

O coração é revestido por duas membranas serosas (internamente pelo endocárdio e externamente pelo
pericárdio). Entre essas membranas há um músculo espesso responsável pelo funcionamento do órgão (o miocárdio).
O ventrículo esquerdo tem a parede mais espessa, pois necessita bombear o sangue para todo o corpo.

O coração humano possui um automatismo próprio devido a um tecido condutor especializado – o marcapasso
(nodo sinoatrial). O tecido cardíaco é capaz de se autoestimular, de tempos em tempos, mantendo o ritmo de
funcionamento, produzindo a contração do órgão, seguida de um relaxamento. Em cada contração do miocárdio a
pressão sangüínea, no adulto, se eleva para 12 mm/Hg; em cada relaxamento a pressão cai para 8 mm/Hg.
Cada contração é denominada de sístole (II –
IV) e cada relaxamento é denominado de diástole (I –
III). Tanto a sístole como a diástole se iniciam nos átrios
e terminam nos ventrículos. O conjunto de uma sístole
e uma diástole denomina-se batimento cardíaco. Ao
número de batimentos cardíacos por minuto
denomina-se freqüência cardíaca. Em atividade
normal, a freqüência cardíaca varia em torno de 80,
podendo aumentar em razão de exercícios físicos ou
estados emocionais. Ao aumento da freqüência
cardíaca denomina-se taquicardia; a sua diminuição é
a braquicardia. O tecido cardíaco está relacionado com
o bulbo nervoso (sistema nervoso autônomo). O
hormônio acetilcolina diminui a freqüência cardíaca
enquanto a adrenalina aumenta.

Durante a circulação, o sangue percorre dois caminhos: a circulação pulmonar (pequeno) e a circulação
sistêmica (grande). Na circulação pulmonar o sangue venoso sai do ventrículo direito pela artéria pulmonar e vai aos
pulmões, onde ocorrem trocas gasosas, voltando arterial pelas veias pulmonares e penetrando pelo átrio esquerdo.
Na circulação sistêmica o sangue arterial sai do ventrículo esquerdo levando oxigênio a todos os sistemas e volta
venoso ao átrio direito.

Nos animais a circulação pode ser aberta ou fechada. A circulação aberta ocorre nos artrópodes, moluscos e
protocordados. É realizada por um conjunto de vasos que se originam no coração e se ramificam intensamente,
terminando em cavidades (lacunas). Nessas lacunas o sangue fornece nutrientes aos tecidos

e recolhe os resíduos metabólicos. Depois de irrigar os tecidos o sangue é captado por outros vasos e volta ao coração.
Durante esse trajeto o sangue passa pelos órgãos respiratórios onde se realizam as trocas gasosas, levando o oxigênio
ao coração e ao resto do corpo. O movimento do sangue é vagaroso, pois esses organismos não necessitam de grandes
quantidades de alimentos ou oxigênio.

A circulação fechada ocorre nos anelídeos e vertebrados. A corrente sangüínea é impulsionada pelo coração
ou vasos contráteis. O sangue se move rapidamente e não sai dos vasos.

Nos animais vertebrados, a circulação é fechada e se divide em simples e dupla. A circulação é simples quando
pelo coração passa apenas o sangue venoso. Ocorre nos peixes e nos ciclostomados. A circulação é dupla quando pelo
coração passam sangue venoso e arterial. Ocorre nos anfíbios, répteis, aves e mamíferos.

O coração dos peixes apresenta duas cavidades: um átrio e um ventrículo. A circulação é fechada, simples e
completa. Do átrio o sangue venoso passa ao ventrículo, seguindo pela artéria branquial que ao chegar nas brânquias
se ramifica em arteríolas e capilares. Aí acontecem as trocas gasosas, perdendo CO2 e recebendo O2 o sangue fica
arterial. Esse sangue irriga todo o corpo, tornando-se venoso e voltando ao coração.

O coração dos anfíbios compõe-se de três cavidades: dois átrios e 1 ventrículo. O átrio direito recebe sangue
venoso proveniente dos órgãos. O átrio esquerdo recebe sangue arterial dos pulmões. Os sangues venoso e arterial
se misturam no ventrículo e essa mistura segue para os órgãos. Dos órgãos o sangue venoso retorna ao coração. A
circulação é fechada e dupla, porém incompleta, pois existe mistura dos sangues arterial e venoso.

O coração dos répteis em geral consta de dois átrios e 1 ventrículo incompletamente separado em duas lojas
por um septo. No átrio direito entra sangue venoso e no átrio esquerdo entra sangue arterial. No ventrículo esses
sangues se misturam. É uma circulação fechada, dupla e incompleta, como nos anfíbios. Nos répteis crocodilianos
existe uma nítida separação do ventrículo em duas lojas.
O coração das aves e dos mamíferos apresenta quatro cavidades (dois átrios e 2 ventrículos) e não acontece
mistura de sangues venoso e arterial. Nesses animais a circulação é fechada, dupla e completa.

No homem, o sangue completa uma volta (coração  tecidos  coração) em menos de um minuto.

A Circulação Linfática

Nos interstícios dos tecidos, onde se encontram os capilares sangüíneos, existem também capilares linfáticos
que convergem para vasos linfáticos. Ao longo desses vasos existem nódulos ganglionares chamados de gânglios
linfáticos ou linfonodos. Esses gânglios estão distribuídos em diferentes áreas do corpo. Neles se formam os linfócitos
(leucócitos especializados em produzir anticorpos). Esses leucócitos, misturados com plasma, formam a linfa.

Quando algum componente estranho ao organismo (vírus, bactéria, etc.) invade os tecidos, os gânglios ficam
intumescidos devido a uma superprodução de leucócitos. Além da função de defesa contra microrganismos, o sistema
linfático absorve, no intestino, os produtos da digestão das gorduras (ácidos graxos e glicerol) e os distribui para o
sangue.

Os vasos linfáticos se reúnem e terminam em dois grandes vasos: o canal torácico que se comunica com a
veia subclávia esquerda, e a grande veia linfática que termina na veia subclávia direita. Dessa forma a linfa é
devolvida para o sangue.

A excreção: Eliminação de produtos indesejáveis

Nos animais, a oxidação de materiais derivados dos alimentos para a liberação de energia, sejam eles
proteínas, carboidratos ou lipídios, produz CO2 e H2O.

Como as proteínas contêm o nitrogênio em sua composição originam, também, catabólitos nitrogenados
como a uréia, a amônia e o ácido úrico. O sangue, ou o fluido corpóreo deve ter uma composição mais ou menos
constante para que haja um equilíbrio dinâmico (homeostase). Logo, alguns compostos não podem permanecer no
organismo ou por serem prejudiciais ou por estarem em excesso.

A eliminação dos resíduos do metabolismo (catabólitos) e das substâncias em excesso denomina-se excreção.
Portanto as fezes não constituem excreção, pois são originadas de produtos não digeridos e que não foram absorvidos
pelas células, formando apenas materiais de egestão.

O CO2 é eliminado através dos órgãos respiratórios ou através da superfície do corpo. Os demais compostos
são eliminados através de estruturas que variam conforme a espécie. Parte da excreção dos vegetais ocorre no nível
celular; os resíduos, como o ácido oxálico, permanecem no interior da célula na forma de cristais. O amoníaco e o CO2
podem ser levados para as folhas pelos vasos lenhosos e aproveitados na fotossíntese ou eliminados pelos estômatos
por transpiração. Em algumas plantas existem aberturas nas bordas das folhas, os hidatódios, que eliminam água na
forma líquida. Muitos resíduos vegetais são eliminados por meio da queda das folhas ou armazenados em estado
sólido no interior do caule.

A Excreção dos Compostos Nitrogenados nos Animais

Da digestão das proteínas resultam os aminoácidos que, depois de absorvidos, podem ter dois destinos:

. Alguns serão utilizados pelos ribossomos para a síntese de novas proteínas;


. Outros serão oxidados para fornecer energia. Nesse caso, os aminoácidos liberam grupos NH2 que vão formar a
amônia (NH3). Como a amônia é um produto muito tóxico e bastante solúvel na água deve ser eliminada. Nos animais
aquáticos esse processo é facilitado pela grande quantidade de água que eliminam. Nos animais terrestres, a amônia
é convertida, no fígado, em uréia e ácido úrico.

Os animais apresentam formas diferentes de eliminar os compostos nitrogenados:

. Os aquáticos: esponjas, celenterados, crustáceos, moluscos, equinodermos, larvas de anfíbios e peixes ósseos
eliminam amônia e grande quantidade de água (amoniotélicos);

. Anfíbios adultos, peixes cartilaginosos e mamíferos eliminam uréia, acompanhada de certa quantidade de água
(ureotélicos);

. Os insetos, os répteis e as aves eliminam ácido úrico e pouquíssima água, pois o ácido úrico é praticamente insolúvel
em água (uricotélicos).

Nos animais vertebrados a excreção é feita por meio dos rins que retiram os resíduos do sangue. O sistema
urinário dos mamíferos é formado por dois rins e pelas vias urinárias (bacinetes, ureteres, bexiga e uretra).

Os rins são dois órgãos castanho-avermelhados, situados na parte posterior da cavidade abdominal logo
abaixo do diafragma, um de cada lado da coluna vertebral. Têm formato semelhante a um feijão. Apresentam uma
face convexa e outra côncava, de onde saem o bacinete, vasos sangüíneos e nervos. São envolvidos por uma cápsula
de tecido conjuntivo.

A unidade renal responsável pela filtração do sangue e formação da urina é chamada de néfron e é constituída pelo
glomérulo renal e túbulo urinífero.

No homem, a excreção de CO2 e vapor de água é feita através dos pulmões; a de suor pela pele; e a de urina
pelos rins. A pele, além de ser um órgão especializado para a excreção, relaciona-se também com a manutenção da
temperatura corporal. A evaporação do suor retira o excesso de calor do corpo e do ar próximo à sua superfície. O
sistema urinário elimina os compostos nitrogenados e o excesso de água e de sais minerais do corpo, assegurando que
o seu volume líquido e a sua pressão osmótica se mantenham

constantes.

São três as funções básicas dos rins: remoção de resíduos do plasma; controle da quantidade de água e sais
nos líquidos corpóreos; manutenção de um pH que produz leve alcalinidade nos fluidos orgânicos.

O trabalho renal engloba dois processos:

. Ultrafiltração do plasma sangüíneo nos glomérulos renais;

. Reabsorção de algumas substâncias do filtrado capsular, nos túbulos renais.


Por ultrafiltração entende-se o processo pelo qual o sangue, ao passar pelos glomérulos, perde substâncias de
baixo peso molecular. São filtrados, por dia, cerca de 180 litros de fluido. A média de volume urinário produzido
diariamente é de cerca de 1,5 litros. Isso significa que grande parte da água filtrada é reabsorvida juntamente com
outras substâncias. No filtrado capsular encontra-se água, íons (Na+, Cl-, etc.), glicose, aminoácidos, amônia, uréia,
ácido úrico, pigmentos amarelos, etc. O Na+, a glicose e certos aminoácidos são reabsorvidos.

Quando a glicose não é reabsorvida integralmente, parte dela é eliminada através da urina, caracterizando o
diabetes melito (glicosúria). A reabsorção do excesso de água do filtrado capsular é controlada pelo hormônio
vasopressina ou antidiurético (ADH).

A Osmorregulação nos Animais

Toda vez que o suprimento de água para o organismo se reduz, a concentração do ADH tende a aumentar no sangue
e os rins passam a reter mais água e a quantidade de urina diminui. Ao contrário, quando o organismo está bem
suprido de água a concentração de ADH diminui no sangue, a reabsorção de água pelos rins se reduz e a urina aumenta
em quantidade.

As perturbações na produção de ADH causam o diabetes insípido, anomalia na qual o indivíduo, não produzindo ADH,
elimina grandes quantidades de urina diluída (poliúria) e conseqüentemente ingere grandes quantidades de água.

Certas substâncias, como o álcool, bloqueiam a síntese de ADH. Por isso, após uma bebedeira o indivíduo urina muito.
Perdendo água, passa a sentir muita sede (ressaca).

Em protozoários, peixes e outros animais o equilíbrio osmótico depende da água e da concentração salina. Os
protozoários marinhos são isotônicos em relação ao meio e não necessitam de osmorregulação. Os protozoários de
água doce são hipertônicos em relação ao meio e absorvem água através da membrana. O excesso de água é eliminado
através de vacúolos.

Certos répteis e aves eliminam o excesso de sal por meio de glândulas (glândulas de sal).

A Coordenação
O Controle do Ambiente Interno e das Respostas ao Ambiente Nos metazoários existe a necessidade de um
sistema que integre e coordene as diversas partes do organismo para a realização das várias funções. Essa
coordenação é feita pelos sistemas: nervoso e endócrino. O sistema nervoso atua através de impulsos nervosos
(mensagens elétricas). O sistema endócrino é um conjunto de glândulas que agem por meio de hormônios (mensagens
químicas). Enquanto os hormônios apresentam efeito lento e duradouro os impulsos nervosos têm ação rápida e
momentânea. O sistema nervoso recebe as informações do ambiente, analisa-as, armazena-as e produz uma resposta
adequada.

Mesmo em organismos unicelulares já se encontra uma capacidade de responder a estímulos do ambiente.


O movimento em direção a um estímulo é chamado de tactismo e pode ser observado também nos glóbulos brancos
dos animais superiores.
Os vegetais apresentam irritabilidade, (capacidade de reagir a estímulos externos), reagindo apenas através
de hormônios. O crescimento orientado do vegetal em reação a um estímulo é chamado de tropismo (fototropismo –
luz; geotropismo - terra). As plantas são também capazes de executar movimentos não orientados em resposta a um
estímulo. Essas respostas são chamadas de nastismos e podem ser observadas nas plantas carnívoras e na sensitiva.
Quando essas plantas são tocadas elas se fecham.

A COORDENAÇÃO NERVOSA NOS ANIMAIS

Nos cordados o sistema nervoso se forma na fase embrionária como um tubo (tubo neural) que depois se
divide originando o cérebro, hipotálamo, cerebelo e o bulbo raquidiano.

As mensagens elétricas são transmitidas através de células especiais do sistema nervoso chamadas de
neurônios. Cada neurônio consta fundamentalmente de um corpo celular e de prolongamentos, os dendritos e
axônios. O corpo celular é castanho-acinzentado, enquanto o axônio é branco devido ao revestimento de mielina. O
impulso elétrico é transmitido no sentido dendrito  corpo celular  axônio.

Os neurônios sensoriais ou sensitivos conduzem impulsos dos órgãos sensoriais. Os neurônios motores
conduzem os impulsos para um músculo ou uma glândula.

Entre um neurônio e outro ou entre um neurônio e um músculo (ou glândula) existe um pequeno espaço
chamada de sinapse. Nesse espaço é liberada pelo neurônio uma substância (neurotransmissor) cuja finalidade é
promover a transmissão do impulso entre os neurônios. Entre elas citamos a acetilcolina, a adrenalina, a serotonina,
etc. Numerosos corpos celulares reunidos num mesmo local formam o gânglio nervoso. Numerosos axônios ou
dendritos envolvidos por uma bainha de tecido conjuntivo formam o nervo.
O Sistema Nervoso Central, através de neurônios sensoriais, recebe informações do meio ambiente e do
organismo, analisa as informações recebidas e elabora uma resposta que será transmitida, por meio de neurônios
motores, aos sistemas somático e autônomo.

O encéfalo e a medula nervosa são revestidos e protegidos por três membranas denominadas de meninges.
Em contato direto com a massa nervosa fica a pia-máter, que é fina e delicada. Em contato com o interior do crânio e
a parede do canal vertebral fica a dura-máter. Entre elas fica a aracnóide, constituída de células que se ligam formando
uma estrutura que lembra uma teia de aranha.

Na região periférica do cérebro e do cerebelo e na região central da medula raquidiana, os corpos celulares
dos neurônios encontram-se concentrados em regiões distintas, originando a substância cinzenta. No interior do
cérebro e do cerebelo e na periferia da medula nervosa, concentram-se os axônios, cujo revestimento de cor branca
(a mielina), forma a substância branca.

Todos os órgãos do sistema nervoso central estão mergulhados em um fluido, o líquido cefalorraquidiano ou
líquor. A sua função é amortecer os choques mecânicos, protegendo o encéfalo e a medula; transportar nutrientes
recebidos do sangue e levar para o sangue os produtos residuais.

Nos mamíferos e aves, o cérebro (4) corresponde à


maior parte do encéfalo. É dividido em duas metades
denominadas de hemisférios cerebrais. Sua superfície
é lisa nos peixes, anfíbios, répteis e aves; e nos
mamíferos é dotada de circunvoluções (expansões
sinuosas) separadas entre si por cissuras (sulcos). O
cérebro apresenta uma região periférica (o córtex
cerebral) de cor cinzenta e uma região interna de cor
branca.

Ele comanda as ações voluntárias, a sensibilidade, a memória, o pensamento, a inteligência, a aprendizagem


e os atos inconscientes. Os hemisférios cerebrais estão unidos entre si por grupos de axônios que formam o corpo
caloso. Cada região ou área do córtex cerebral é especializada em diferentes atividades: sensorial (analisa informações
dos receptores sensoriais), motora (controla os movimentos voluntários), de associação (elabora os pensamentos e a
compreensão dos fatos).

O cerebelo (1) é a parte do encéfalo responsável pelo equilíbrio do corpo e a coordenação dos movimentos.
Mantém o tônus muscular (estado de contratura permanente). Relaciona-se com o labirinto (ouvido interno)
recebendo informações relativas às posições do corpo (equilíbrio).
Bulbo raquidiano (2) é um órgão condutor de impulsos nervosos. Relaciona-se, também com o controle cárdio-
respiratório, com a pressão sangüínea e com alguns reflexos (piscar os olhos, secretar lágrimas e vomitar).

O tálamo fica situado entre o cérebro e o tronco cerebral. Envia informações dos órgãos dos sentidos para as
áreas sensoriais do córtex cerebral e transmite as informações motoras para os músculos. O hipotálamo fica na base
do tálamo. Controla a temperatura corporal e sintetiza certos hormônios para a hipófise.

Medula raquidiana é o prolongamento do encéfalo e passa pelo interior do canal vertebral. Externamente é
formada pela substância branca e internamente pela substância cinzenta. A medula tem como funções básicas a
condução de impulsos nervosos sensoriais e motores e é o centro nervoso de certos atos reflexos.

O Sistema Nervoso Periférico é um conjunto de nervos que estabelece as relações entre o sistema nervoso
central e os diversos órgãos do indivíduo, recebendo impulsos sensoriais e conduzindo impulsos motores. Consta de
12 pares de nervos cranianos, que partem do encéfalo, e 31 pares de nervos raquidianos, que partem da medula.

Os nervos cranianos podem ser sensoriais, motores ou mistos. Os nervos raquidianos são todos mistos, a raiz
anterior ou ventral é motora e a raiz posterior ou dorsal é sensorial.

Estímulo ou excitação é a energia (pressão, calor, eletricidade, som, etc.) capaz de produzir uma reação na matéria
viva. Sob a ação de determinados estímulos o organismo reage rápida e involuntariamente, são os atos reflexos. Ao
tocar em objetos quentes ou pontiagudos retiramos a mão imediatamente; a visão de certos alimentos aumenta a
produção de saliva, etc.

A medula raquidiana é o principal órgão desses atos. O reflexo medular mais simples é o reflexo patelar ou do
joelho; uma batida com um martelo de borracha abaixo da patela (rótula) faz com que a perna se levante
involuntariamente. Os reflexos constituem geralmente um mecanismo de defesa a fim de evitar a lesão em um órgão.

O Sistema Nervoso Autônomo é um sistema involuntário, controla os movimentos dos músculos lisos de todos os
sistemas, as glândulas e o músculo estriado cardíaco. É chamado também de neurovegetativo porque regula as
funções da vida vegetativa (digestão, respiração, circulação e excreção), bem como a temperatura corporal, as
secreções glandulares e a reprodução. O sistema neurovegetativo compreende os sistemas simpático e
parassimpático.

Apesar de autônomos, esses sistemas encontram-se integrados ao sistema nervoso central. O sistema nervoso
simpático origina-se das porções torácica e lombar da medula raquidiana. Ligados aos nervos raquidianos por meio de
pares de gânglios, saem nervos que formam redes nervosas ou plexos (cardíaco: do coração, solar: do estômago,
mesentérico: do intestino). As fibras nervosas do sistema parassimpático originam-se no tronco cerebral e na medula
sacra.

Os dois sistemas têm funções antagônicas, predominando a necessidade do órgão em garantir seu desempenho
adequado.
Sistema Endócrino: a coordenação química dos animais

As glândulas são órgãos que produzem, armazenam e eliminam substâncias que são chamadas de secreções.
Quando uma glândula lança suas secreções diretamente no sangue é chamada de endócrina ou de secreção interna.
Seus produtos são chamados de hormônios. O conjunto dessas glândulas denomina-se sistema endócrino e seu estudo
é conhecido como Endocrinologia.

Fazem parte do sistema endócrino: a hipófise (A), a tireóide (B), as paratireóides, o timo, as supra-renais (C),
as gônadas e o pâncreas (D). O sistema endócrino faz a coordenação química do nosso corpo, colocando em harmonia
as suas partes e relacionando-as umas às outras.

Os hormônios são compostos orgânicos de natureza química variada e que atuam nas reações do metabolismo, do
crescimento, das funções reprodutoras e do desenvolvimento em geral. Desempenham papel importantíssimo na
homeostase, regulando os níveis de vários componentes do plasma sangüíneo.

Os hormônios circulam pelo sangue, indo da sua origem até o local de sua atuação; um mesmo hormônio pode
ter mais de um alvo; o hormônio de uma glândula pode interferir na produção de hormônios de outra glândula.
Variações nos níveis hormonais podem acarretar distúrbios orgânicos.

A hipófise ou pituitária, nos seres humanos, localiza-se logo abaixo do hipotálamo, encaixada numa concavidade do
osso esfenóide. É um pouco maior do que uma ervilha, embora tenha muitas funções. É chamada de glândula mestra
porque se relaciona com todo o organismo e dirige o funcionamento de outras glândulas e, por sua vez, é controlada
pelo hipotálamo. A hipófise diferencia-se em três porções: anterior ou

adenoipófise (de origem epitelial), posterior ou neuroipófise (de origem nervosa) e a intermediária.

A adenoipófise atua sobre o sistema ósseo, tireóide, ovários, testículos e mamas. Produz vários hormônios:

. GH ou somatotrofina: age no crescimento do indivíduo, atuando nas divisões celulares de vários tecidos. A deficiência
desse hormônio na infância acarreta o nanismo; e o excesso de produção na infância e adolescência leva ao
gigantismo. Se o excesso de produção acontecer após a adolescência surgirá a acromegalia (crescimento exagerado
das mãos, pés e mandíbula)

. TSH ou hormônio tireotrófico: estimula a produção dos hormônios T3 e T4 pela tireóide.

. ACTH ou hormônio adrenocorticotrófico: estimula a secreção dos hormônios corticóides das supra-renais.

. Gonadotrófico (FSH e LH): o FSH, nas mulheres, estimula os ovários a produzir os folículos que contêm os óvulos; nos
homens, estimula a produção de espermatozóides pelos testículos. O LH, nas mulheres, estimula a formação do corpo
lúteo (corpo amarelo) na região do folículo onde havia o óvulo; nos homens, estimula a produção de testosterona
(hormônio sexual) pelos testículos.

. LTH ou prolactina: atua na secreção do leite após o parto e que é estimulada pela amamentação.

A hipófise intermediária age na produção de hormônios que atuam na pigmentação da pele.

A neuroipófise não é secretora. Apenas armazena e distribui os hormônios produzidos no hipotálamo (ADH e
ocitocina)

. O ADH (antidiurético ou vasopressina) aumenta a permeabilidade à água pelas paredes dos túbulos renais. Com a
reabsorção de parte da água diminui o volume de urina. A falta desse hormônio causa o diabetes insípido.

. A ocitocina estimula as contrações dos músculos uterinos durante o parto e estimula as glândulas mamárias durante
a lactação.

Tireóide: localiza-se na porção anterior do pescoço, sobre os primeiros anéis da traquéia.

. Os hormônios T3 e T4 estimulam as atividades metabólicas, atuando no crescimento e no desenvolvimento do


indivíduo. O hipotireoidismo ou deficiência na produção de T3 e T4 produz pele grossa e áspera, comportamento físico
lento, cabelos secos e quebradiços, freqüência cardíaca abaixo do normal, aumento de peso, intolerância ao frio e
apatia. Quando ocorre na criança, afeta o seu desenvolvimento físico e mental, produzindo o nanismo e cretinismo
(retardamento mental).

O hipertireoidismo ou produção excessiva de T3 e T4 aumenta a taxa metabólica e apesar de ingerir grandes


quantidades de alimentos a pessoa sofre perda de peso, diminuindo o volume muscular e o volume do tecido cutâneo,
a pessoa sente muito calor e transpira muito, a circulação e a pulsação ficam muito rápidas, a tireóide pode ficar
levemente crescida e os olhos ficam muito arregalados.

. A calcitonina estimula o depósito de cálcio nos ossos e a redução dele no plasma sangüíneo. O bócio ocorre quando
a alimentação é deficiente em iodo ou quando o iodo não é absorvido normalmente; nesse caso a tireóide cresce
demasiadamente.

Paratireóides: são dois pares de glândulas situadas na porção posterior da tireóide. Seu hormônio (paratormônio)
retira o cálcio dos ossos, aumentando o nível desse elemento no sangue. Em conjunto com a calcitonina, mantém o
nível de cálcio no sangue. A deficiência de paratormônio produz uma queda no teor de cálcio no sangue, conduzindo
a um quadro de convulsões que poderá levar à morte.

As supra-renais ou ad-renais ficam localizadas sobre os rins. Apresentam duas regiões estruturalmente
distintas: a cortical (externa) e a medular (interna). Na região cortical ou córtex são secretados hormônios do grupo
dos esteróides conhecidos como corticosteróides que controlam a concentração de sais no organismo e atuam no
metabolismo dos glicídios, proteínas e lipídios. Entre eles está a hidrocortisona que diminui a permeabilidade capilar
e é usada em medicina como antiinflamatório.

Na região medular são secretadas a adrenalina e a noradrenalina. A noradrenalina atua na manutenção da


pressão sangüínea. A adrenalina produz a contração dos vasos sangüíneos, aumento da pressão arterial e da
freqüência cardíaca, maior concentração de sangue nos músculos e outros órgãos, deixando o organismo pronto a
reagir em situações de susto, fortes emoções, raiva, medo ou fuga.

Pâncreas: secreta o glucagon e a insulina. Esses hormônios regulam a taxa de glicemia no sangue, mantendo-
a entre 90 a 100 mg por 100 ml de sangue. Uma produção insuficiente de insulina causa a hiperglicemia (aumento da
taxa de glicose no sangue), a urina passa a eliminar glicose (glicosúria), caracterizando o diabetes melito ou sacarino.

. A insulina aumenta a permeabilidade das células à glicose. O glucagon atua no fígado, estimulando a
despolimerização do glicogênio em glicose.

Gônadas: são os órgãos produtores de gametas e de hormônios sexuais. São os testículos (masculinos) e os ovários
(femininos). Sob a ação do FSH e do LH, as gônadas vão produzir os hormônios sexuais.
Os testículos produzem a testosterona que estimula a espermatogênese e, durante a puberdade, provocam o
desenvolvimento dos testículos e dos caracteres secundários masculinos (configuração corporal, crescimento e
distribuição dos pêlos, engrossamento da voz) e o surgimento da libido (instinto sexual).

O ovário produz o estrógeno que desenvolve os caracteres sexuais secundários femininos (configuração corporal,
crescimento e distribuição dos pêlos) e o surgimento da libido; e a progesterona que prepara o organismo da mulher
para a gravidez. Se ocorrer uma gravidez, a placenta secreta a gonadotrofina coriônica que estimula o ovário a manter
o nível de progesterona, garantindo a gravidez.

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