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FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E AMBIENTAIS

CURSO DE GRADUAÇÃO EM BIOTECNOLOGIA

MELHORAMENTO GENÉTICO
INTERAÇÃO GENÓTIPOS X AMBIENTES

Prof. Dra. Liliam Candido


Email: liliamcandido@ufgd.edu.br
FENÓTIPO
Resultado da ação do efeito genético (genotípico) sob a
influência do meio ao qual é submetido (ambiente).

F= G+ A

Representa o Princípio Fenotípico


NO ENTANTO...
MESMOS GENÓTIPOS

VÁRIOS AMBIENTES

PRESENÇA DE COMPONENTE ADICIONAL

INFLUENCIA VALOR FENOTÍPICO


COMPONENTE ADICIONAL

GENÓTIPOS AMBIENTES

GxA

INTERAÇÃO GENÓTIPOS X AMBIENTES

NOVA EXPRESSÃO: F = G + A + GxA


AMBIENTE
TODOS OS FATORES QUE NÃO SÃO DE ORIGEM
GENÉTICA E AFETAM O DESENVOLVIMENTO DOS
GENÓTIPOS (PLANTAS E ANIMAIS).
 TIPO DE SOLO;
 IRRIGAÇÃO;
 NUTRIÇÃO;
 UMIDADE;
 TEMPERATURA;
 CHUVAS
 PRAGAS

Mas... Porque avaliar os genótipos em mais de
um ambiente?

Os programas de melhoramento devem avaliar os


genótipos promissores em ambientes distintos a fim
de verificar se são adaptados para uma ampla região
ou se são específicos para determinadas condições
ambientais antes do lançamento e recomendação aos
produtores.
ISSO ACONTECE GERALMENTE EM FASES
FINAIS DOS PROGRAMAS DE MELHORAMENTO.
ENSAIOS DE VCU (valor de cultivo e uso)
INTERAÇÃO GENÓTIPOS X AMBIENTES

RESULTA NA RESPOSTA DIFERENCIAL DOS


GENÓTIPOS EM FUNÇÃO DAS VARIAÇÕES
AMBIENTAIS.
Principais causas da interação G x A
FATORES PREVISÍVEIS FATORES
IMPREVISÍVEIS
 Fotoperíodo;
 Distribuição
 Tipo de solo;
pluviométrica;
 Fertilidade do solo;  Umidade relativa do ar
Toxicidez por alumínio;  Temperatura atmosférica e
 Época de semeadura; do solo;
 Práticas agrícolas.  Patógenos e insetos em
plantas e animais;
 Manejo e nutrição animal
IMPORTÂNCIA DO ENTENDIMENTO
DA INTERAÇÃO G x A

- Contribuir para o aproveitamento de seus efeitos benéficos

-Reduzir os efeitos indesejáveis, permitindo a recomendação


de cultivares mais segura para os ambientes “favoráveis”.

CLASSIFICAÇÃO DA INTERAÇÃO G x A

I) NATUREZA SIMPLES

II) NATUREZA COMPLEXA


CLASSIFICAÇÃO DA INTERAÇÃO G x A

I) NATUREZA SIMPLES

-Proporcionada pela diferença de variabilidade entre


os genótipos nos ambientes

-Esse tipo de interação não acarreta problemas ao


melhoramento, em termos de recomendação de cultivares

Os melhores genótipos em um ambiente também são em outros

Recomendação ampla e não específica


ILUSTRAÇÃO DA INTERAÇÃO G x A
-São considerados dois genótipos (G1) e (G2) e dois
ambientes (A1) (A2)

-O ambiente A2 é mais favorável para a manifestação do


caráter genérico Y dos dois genótipos avaliados;
INTERAÇÃO SIMPLES
Y
G2

G1

A1 A2 AMBIENTES
INTERAÇÃO SIMPLES
-O efeito do ambiente não provocou mudança na
classificação dos genótipos;

-Observa-se resposta diferencial dos genótipos, mas


o comportamento relativo é mantido.

NÃO EXISTE DIFICULDADE PARA RECOMENDAÇÃO DO MELHOR GENÓTIPO

G2 É SUPERIOR A G1 NOS DOIS LOCAIS


CLASSIFICAÇÃO DA INTERAÇÃO G x A

II) NATUREZA COMPLEXA

-Observa-se a falta de correlação entre os desempenhos


dos genótipos nos diferentes ambientes;

-Os genótipos apresentam diferentes respostas ás variações


ambientais, resultando numa alteração de classificação
dentro dos diversos ambientes.

Os melhores genótipos em um ambiente não são em outros

Recomendação específica
ILUSTRAÇÃO DA INTERAÇÃO G x A
-São considerados dois genótipos (G1) e (G2) e dois
ambientes (A1) (A2)

-O ambiente A2 é mais favorável para a manifestação do


caráter genérico Y apenas para o genótipo 1;

-Enquanto o genótipo 2 esta melhor adaptado ao ambiente


A1
Y
INTERAÇÃO COMPLEXA

G1

G2

A1 A2 AMBIENTES
INTERAÇÃO COMPLEXA
- Ocorre mudança na classificação dos genótipos;

-Esse tipo de situação costuma ser mais frequente na


avaliação dos genótipos.

G2 É SUPERIOR A G1 APENAS EM A1
INTERAÇÃO SIMPLES E COMPLEXA
Y Y
G2
G1
G1
G2

A1 A2 AMBIENTES
A1 A2 AMBIENTES

A mudança de ambiente afeta de forma desigual a


manifestação do caráter para os dois genótipos;

DIFERENÇA ENTRE OS GENÓTIPOS VARIA ENTRE OS AMBIENTES


AUSÊNCIA DE INTERAÇÃO
-As mudanças nas condições ambientais afeta
de forma semelhante o comportamento dos genótipos;

- Ou seja, a diferença entre os genótipos é constante;

-Não há dificuldade para a recomendação do melhor


genótipo – observa-se apenas diferenças nos ambientes.
Y
G2

G1

A1 A2 AMBIENTES
IMPLICAÇÕES PARA O MELHORAMENTO GENÉTICO

AUSÊNCIA DE INTERAÇÃO E INTERAÇÃO SIMPLES

- Considera-se o G2 como SUPERIOR

MELHOR ADAPTADO ÀS DUAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS A1 E A2

OBS: Uma seleção baseada na média dos ambientes (A1 e A2)


beneficiará sempre o melhor genótipo.
IMPLICAÇÕES PARA O MELHORAMENTO GENÉTICO

INTERAÇÃO COMPLEXA

-A seleção baseada na média dos ambientes não é


capaz de satisfazer uma recomendação para o
conjunto de ambientes.

PODE LEVAR A UMA SELEÇÃO DE GENÓTIPOS POUCO ADAPTADOS


A UMA SITUAÇÃO PARTICULAR

IMPORTANTE: quase sempre a interação G x A não é


totalmente simples ou complexa... Ela é dada em %, em que
verifica-se a prevalencia de uma delas, quando possível.
PROGRAMAS DE MELHORAMENTO GENÉTICO

-A maioria dos caracteres de importância agronômica


e/ou econômica são quantitativos.

Possuem herança poligênica Sofrem influência ambiental

A dimensão do programa fica condicionada a capacidade de avaliação


experimental dos genótipos em diferentes ambientes.
DELINEAMENTO EXPERIMENTAL PARA
AVALIAÇÃO DOS GENÓTIPOS
MODELO PARA ANÁLISE DE VARIÂNCIA INDIVIDUAL

Yik = M + Gi + Rk + Eik

Yik= Média observada do caráter Y no genótipo i e bloco K

M = Média geral
Gi = Efeito do genótipo i
Rk = Efeito do bloco K

Eik = Erro experimental


QUADRO DA ANOVA INDIVIDUAL

Fontes de Variação GL

Blocos (r-1)

Genótipos (g-1)

Erro (r-1) (g-1)

Total (RG -1)

OS EXPERIMENTOS INDIVIDUAIS PODEM SER AVALIADOS CONJUNTAMENTE


MODELO ESQUEMÁTICO PARA ANOVA CONJUNTA

Yijk = M + Gi + Aj + (GA)ij + Rk(j) + Eijk

Yik= Média observada do caráter Y no genótipo i no bloco K


M = Média geral
Gi = Efeito do genótipo i

Aj = Efeito do ambiente j;
(GA)ij = efeito da interação do genótipo i com o ambiente j;

Rk(j) = efeito do bloco k dentro do ambiente j


Eijk= Erro experimental
QUADRO DA ANOVA CONJUNTA

FV GL
Blocos/A (r-1)a
Genótipos (G) (g -1)
Ambientes (A) (a -1)
GxA (g -1) (a -1)
Erro (r -1) (g -1)
Total (gar -1)
CONSIDERAÇÕES:

-Qualquer programa de melhoramento possui, em


princípio, uma região de abrangência;

-A interação G x A representa um dos maiores problemas


dos programas de melhoramento de qualquer espécie
(fase de seleção ou recomendação de cultivares)

Emprego de cultivares com ampla ADAPTABILIDADE e boa


ESTABILIDADE tem sido empregado para amenizar a influência dessa
interação
ADAPTABILIDADE
-Representa a capacidade dos genótipos responderem
vantajosamente à melhoria do ambiente; ou ainda, a

capacidade do genótipo apresentar alto rendimento em


relação a um determinado ambiente ou determinadas
condições para o qual está adaptado (Gallais, 1992).

ESTABILIDADE

-Refere-se à capacidade dos genótipos apresentarem


comportamento previsível em função das variações
ambientais.
CARACTERÍSTICA IDEAL DO AMBIENTE PARA AVALIAÇÃO
DOS GENÓTIPOS

A) Favorecer a expressão do potencial genético dos


genótipos;

B) Minimizar a interação G x A;

C) Apresentar características consistentes ao longo dos


anos;

D) Ser acessível e com infra-estrutura satisfatória


EXEMPLO
EXEMPLO
ANOVA CONJUNTA

Detecção da presença de interação G x A


CORRELAÇÃO ENTRE AMBIENTES E INTERÇÃO GXA
RESPOSTA CORRELACIONADA ENTRE
AMBIENTES
“Ganho por seleção direta e indireta em caupi considerando a
interação G x E” publicado por Passos et al., (2011), Revista da
FZVA. Uruguaiana, v.18, n. 1, p. 18-33.
Métodos de análise de adaptabilidade e estabilidade

 Métodos com base na variância da interação GxA


 Plaisted e Peterson (1959);
 Wricke (1965);

 Métodos com base em equações de regressão linear simples


 Eberhart e Russell (1966);

 Métodos com base em duas equações de regressão linear


 Cruz, Torres e Vencovsky (1989);

 Métodos com base em análises não paramétricas


 Lin e Binns (1988);

 Metodologias com base em análises multivariadas


 análise de componentes principais (ACP), idealizado

por Crossa (1990);


ADAPTABLIDADE
ESPECIFICA PARA
AMBIENTES
FAVORÁVEIS

ALTA
PREVISIBILIDADE

ADAPTABLIDADE
ESPECIFICA PARA
AMBIENTES
DESFAVORÁVEIS
OS DEMAIS APRESENTAM
ADAPTABILIDADE AMPLA

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