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UNIVERSIDADE SAVE

ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

AVALIAÇÃO DO EFEITO DE DIFERENTES DOSES


DO ADUBO ORGÂNICO (ESTERCO BOVINO) NO
RENDIMENTO DA BERINGELA (Solanum melangela
L.) EM MAGUEZANE

Candidata: Rijáina Elina Nhamussúa Supervisora: MSc. Constância Mechisso

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ESTRUTURA DA APRESENTAÇÃO

1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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1. INTRODUÇÃO
O rendimento da beringela em Moçambique ainda é muito baixo,
influenciado pela baixa fertilidade dos solos, uso intensivo de
fertilizantes químicos que provocam mudanças nas propriedades
físicas, químicas e biológicas do solo.
Os adubos orgânicos em especial, o esterco de bovino é um potencial
fertilizante devido ao seu elevado teor de matéria orgânica e à
presença de nutrientes essenciais às plantas. A sua utilização é uma
opção para melhorar as propriedades do solo substituindo em parte ou
totalmente os fertilizantes químicos, contribuindo para o aumento da
produtividade agrícola. 3
Problematização

A produção da Beringela em Massinga é fraca, afectada pela baixa fertilidade do


solo, uso intensivo de fertilizantes químicos que causam a degradação dos solos.

Dificuldade de quantificar a dose ideal de adubo orgânico (esterco de gado


bovino).

Desta forma, com objectivo de reduzir os impactos negativos resultante dos


fertilizantes químicos e a dificuldade de quantificar a melhor dose de adubos
orgânico de modo a incrementar a produtividade da Beringela, coloca-se a
seguinte questão: De que forma as diferentes doses do adubo orgânico
(Esterco bovino) proporcionam um bom rendimento na cultura da Beringela
em Maguezane? 4
Hipóteses

 Ha - As características morfológicas da beringela produzida


em diferentes doses de adubo orgânico (esterco bovino) são
diferentes.
 Ha - O rendimento da beringela é influenciado pelas doses do
adubo orgânico (esterco bovino).
 Ha - Pelo menos uma das doses de adubo orgânico (esterco
bovino) testada na presente pesquisa proporciona melhor
rendimento na produção da beringela.
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Justificativa

A cultura da beringela é de extrema importância visto que o seu


fruto apresenta propriedades medicinais e é também importante
em dietas por ser rica em proteínas, vitaminas e minerais .

O seu cultivo é de grande importância económica e social.

Os adubos orgânicos têm-se revelado bastante importantes na


agricultura, são amigos do ambiente e o uso de doses adequadas
melhora as propriedades do solo.

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Objectivos
Geral
 Avaliar o efeito de doses de adubo orgânico (esterco bovino) no
rendimento da beringela (Solanum melongela L.) em Maguezane
Específicos

 Comparar as características morfológicas da beringela produzida


em diferentes doses de adubo orgânico (esterco bovino),
 Determinar o rendimento da beringela produzida em diferentes
doses de adubo orgânico (esterco bovino) e
 Indicar o melhor nível de adubo orgânico (esterco bovino) que
proporciona melhor rendimento na produção da beringela.
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2. METODOLOGIA
Descrição da área de estudo
• .  Distrito de Massinga,
Localidade de Rovene no
Campus de Maguezane da
Universidade Save.
Caracteristicas Gerais
 Solos arenosos
 Temperaturas: 18 a 30ºC
 A precipitação média anual:
650 a 1200 mm.

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Delineamento experimental e a
descrição dos tratamentos
O delineamento experimental usado foi DBCC com 4
tratamentos e 3 repetições.

Descrição dos Tratamentos:

 T1 : Testemunha sem adubação

 T2 : 20t/ha de esterco bovino

 T3 : 50t/ha de esterco bovino

 T4 : 60t/ha de esterco bovino

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Procedimentos experimentais
 Preparação do solo
 Adubação
 Sementeira
 Cobertura morta
 Rega
 Sacha e
 Colheita.

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Parâmetros medidos
 Diâmetro do fruto (DF)
 Comprimento do fruto (CF)
 Peso médio de frutos (PF)
 Número de ramos secundários (NRS)
 Altura da planta (AP)
 Número de frutos comerciais (NFC)
 Número de frutos não comerciais (NFNC)
 Rendimento comercial (RC)
 Rendimento total (RT)
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3.1.RESULTADOS (ANOVA)
Fonte variação
Parâmetro medido
Adubação Bloco Erro
Comprimento do fruto 11.24** 8.90* 1.12
Diâmetro do fruto 09.89* 0.43 ns 0.75
Altura da planta 251.22** 04.75 ** 16.31
Numero de ramos por planta 5.19** 0.58 ns 0.69
Número de frutos comercial 12.89*** 0.33 ns 0.56
Número de fruto não comercial 0.31ns 1.00 ns 0.394
Peso médio do fruto comercial 0.019ns 0.002 ns 0.04
Rendimento comercial 22.60** 7.59 ** 1.73
Rendimento total 19.83* 12.31 ns 3.79
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3.2.RESULTADOS
Comparação de médias dos parâmetros avaliados

Níveis
CF DF AP NRS NFC NFNC PMF RC RT
Adub.

0t/ha 11.3b 08.3c 41.3b 07.0b 02.3b 02.3a 0.29a 15.5b 17.3b

20t/ha 15.5a 11.3ab 55.6a 08.0ab 06.3a 02.6a 0.42a 21.0a 22.1ab

50t/ha 13.6ab 13.0a 59.0a 09.6a 07.0a 02.2a 0.47a 21.2a 23.1a

60t/ha 15.3a 10.3bc 42.00b 09.6a 05.6a 02.1a 0.43a 20.6a 21.5ab

Media 13.96 10.75 49.50 08.58 05.33 02.25 0.40 19.63 21.06

CV (%) 07.58 08.05 08.16 09.71 13.98 16.12 11.77 06.71 09.23

Pares de médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem significativamente entre sí pelo teste de Tukey
ao nível de significância de 5%. CF - comprimento do fruto, DF - diâmetro da fruto, AP – altura da planta, NRS -
número de ramos secundários, NFC- número de frutos comercial, NFNC- número de frutos não comercial, PMF-
peso médio do fruto, RC - rendimento comercial e RT- rendimento total. 13
DISCUSSÃO
Rendimento da beringela (Comercial e total)

Bonin (2008) obteve o Rend. a variar de (15 a 30 t/ha) mas alguns


híbridos chegam a produzir até 100t/ha. No presente estudo, a
média mais elevada foi de (23.19 t/ha) em parcelas adubadas com
50t/ha. Essa média que é menor quando comparada com Castro et
al. (2005) que variou de (36.0 a 50.6t/ha).

Ribeiro et al. (1998) relataram uma produtividade total de (19.8


t/ha) e uma produtividade comercial de (18.0 t/ha), cultivando
beringela nos sistemas de plântio directo e maneio orgânico.
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DISCUSSÃO
Rendimento da beringela (Comercial e total) – cont.

As diferenças podem ser associadas as condições edafo-


climáticas e das variedades. Para Bonin (2008) a variação entre
do rendimento pode estar associada ao facto de cada variedade
possuir diferentes capacidades de acumular e transportar os seus
nutrientes para a formação e desenvolvimento de frutos.
Ademais, as plantas sofreram de stress hídrico num dado
momento devido a falta de água no local onde foi montado o
ensaio isso de certa forma pode ter influenciado para a obtenção
de baixos rendimentos. 15
DISCUSSÃO
Número de frutos comerciais

O maior número de frutos comerciais por planta (7.00) foi


encontrado no nível de adubo (50t/ha) e as plantas não adubadas
produziram o menor número (2.33). Estas médias são inferiores
às relatadas por Antonini et al. (2002) que variaram de 6 à 23
frutos comerciais por planta. Estas diferenças podem ser
justificadas as diferentes fontes de adubação usadas. No presente
estudo, usou-se esterco de gado bovino, ao passo que, Antonini et
al. (2002) usaram a combinação de NPK e vermi-composto, que
possuem menos nitrogénio e mais de outros nutrientes.
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DISCUSSÃO
Peso médio do fruto

O peso médio de fruto no presente estudo variou de 0.29 a


0.47kg. Esse peso apresentou um incremento linear crescente em
relação as doses de adubação. Resultados similares foram
reportados por Antonini et al. (2002) e Lopes et al. (2005),
referiram que o tamanho do fruto tem relação linear crescente
com as doses de esterco bovino. Lovelli et al. (2007) e Sat et al.
(2003) trabalhando com níveis de irrigação, encontraram em seus
melhores tratamentos frutos menores se comparado com o do
presente estudo (0.25kg e 0.14kg), respectivamente.
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DISCUSSÃO
Diâmetro do fruto

Os resultados variaram de 8.33 a 13.00cm, sendo similares com


os de Almeida et al. (1988) que obtiveram frutos de 8.45 a
13.87cm e são maiores aos reportados por Cardoso et al. (2009)
que obtiveram 7.84cm no seu melhor tratamento.

O nível 50t/ha apresentou melhor média. Podendo assumir –se


que respondeu melhor a demanda nutricional das plantas. O
mesmo foi reportado por Cardoso et al. (2009) onde encontrou
maior diâmetro de fruto em níveis elevados de adubo orgânico.

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DISCUSSÃO
Comprimento do fruto
O comprimento do fruto observado variou de 11.33cm a 15.33cm,
dados estes inferiores aos que foram registados no estudo de Saimbhi
(2003) (16.44 cm a 25.28 cm) e Cardoso et al. (2009) (17.82 cm a 20
cm.) Por outro lado, Boateng et al. (2006) e Lovelli et al. (2007)
obtiveram nos seus estudos comprimentos menores se comparados
com o do presente estudo de 9 a 12cm. Essas diferenças podem ser
atribuídas às questões climáticas, tipos de variedades, adubação e o
stress hídrico que tem vários efeitos sobre o crescimento de plantas,
limitando a expansão foliar e o desenvolvimento do sistema radicular.
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DISCUSSÃO
Altura da planta e Número de ramos secundários
No ensaio, as plantas mais altas (59 cm) e com maior número de
ramos secundários (9.67) foram produzidas no nível 50t/ha. Isto
significa que a adubação favoreceu o crescimento e desenvolvimento
das plantas de beringela. Estes resultados são relativamente
inferiores aos obtidos por Lovelli et al. (2007) com cerca de 76.13
cm de altura e 15 ramos secundários por planta. Ainda resultados do
estudo são inferiores se comparado com os obtidos por Sfalcin
(2009) e Moraditochaee et al. (2011) nos seus melhores tratamentos
tiveram alturas superiores de 109.2 cm e 118,2 cm, respectivamente. 20
DISCUSSÃO
Altura da planta e Número de ramos secundários

A altura e o número dos ramos secundários são variáveis úteis em


ensaios de adubação, dado que apresentam respostas directas à
aplicação de fertilizantes, sobretudo o nitrogénio, dependendo
também das características da variedade (Porto et al., 2014).

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5. CONCLUSÕES
No desenvolvimento morfológico das plantas da beringela,
observou-se diferenças significativas entre plantas adubadas e
não adubadas. Sendo que as plantas adubadas tiveram maior
desenvolvimento. Por sua vês, essas plantas apresentaram no
ponto de colheita frutos bem desenvolvidos.
O rendimento da beringela variou significativamente entre os
diferentes níveis de adubo e o efeito positivo de adubo orgânico
(esterco de gado bovino) sentiu –se mais na dose 50t/ha tendo
respondido positivamente em quase todos parâmetros avaliados.
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RECOMENDAÇÕES
Aos pesquisadores:

 A realização de pesquisas similares envolvendo mais níveis e outro tipo de


adubo orgânico.

Ao SDAE

 Sensibilizar a comunidade a produzir beringela usando adubo orgânico


(esterco de gado bovino) visto que mostraram altas médias quanto aos
parâmetros avaliados e as plantas resistiram ao esstress hídrico registado
durante a condução do ensaio.

Aos agricultores:

 Que produzam a beringela usando adubo orgânico (Esterco de Gado


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Bovino) com o nível de 50 t/ha.
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Araújo, V. da S. (2009). Teor de proteína bruta e produtividade da


forragem de milho utilizando resíduos da cultura Rev. Brasileira de
Milho e Sorgo.
Antonini, A. C. C. & Robles M. (2002). Capacidade produtiva de
cultivares de beringela. Horticultura.
Cardoso, M. O. (2009). Crescimento da beringela com doses de
esterco bovino e termofosfato magnesiano. Horticultura Brasileira.
Lima, M. E. (2009). Cultivo da Berinjela (Solanum melongena L.) em
diferentes sistemas de cultivo e lâminas de irrigação no município de
Seropédica. 24
Pela atenção
dispensada, muito
obrigada

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