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Instituto de Ensino Superior de Brasília - IESB

Carlos Henrique Medina Ribeiro


Helio Fausto de Sousa Neto

BIODESAFIO: UMA OPORTUNIDADE DE MARKETING


ESPORTIVO ALIANDO O DESENVOLVIMENTO DE
BIOCOMBUSTÍVEIS AOS INTERESSES SOCIAIS E
ECONOMICOS

Brasília – DF
2007

1
Carlos Henrique Medina Ribeiro
Helio Fausto de Sousa Neto

BIODESAFIO: UMA OPORTUNIDADE DE MARKETING ESPORTIVO ALIANDO


O DESENVOLVIMENTO DE BIOCOMBUSTÍVEIS AOS INTERESSES SOCIAIS E
ECONOMICOS

Trabalho de conclusão de Curso apresentado ao


Curso de Comunicação Social, habilitação em
Publicidade e Propaganda, do Instituto Superior
de Educação de Brasília, como requisito parcial
para obtenção do grau de bacharel em
Comunicação Social.

Orientador: Profª Ana Maria Monteiro

Brasília –DF
2007

2
Carlos Henrique Medina Ribeiro
Helio Fausto de Sousa Neto

BIODESAFIO: UMA OPORTUNIDADE DE MARKETING ESPORTIVO


ALIANDO O DESENVOLVIMENTO DE BIOCOMBUSTÍVEIS AOS
INTERESSES SOCIAIS E ECONOMICOS

Trabalho de Conclusão de Curso aprovado pela Banca


Examinadora com vistas à obtenção do título de Bacharel em
Comunicação Social, habilitação em Publicidade e Propaganda,
do Instituto de Educação de Ensino Superior de Brasília.

Brasília, DF

Banca Examinadora:

____________________________________________
Profª Ana Maria Monteiro – Orientadora

______________________________________________________________________

Primeiro Avaliador

_______________________________________________________________________

Segundo Avaliador

3
DEDICATÓRIA

Este trabalho, que é uma pequena amostra do que agora sou capaz de fazer, dedico as
minhas mães, digo mães por que tenho várias. A primeira é minha mãe biológica a quem
também dedico e agradeço pela minha vida. As outras são suas irmãs, que apesar de serem
minhas tias, cuidam de mim como um filho. Sem estas mães eu não teria nem voltado a
estudar para conseguir esta graduação. Dedico também aos professores, que tiveram bastante
paciência ao passarem seus conhecimentos a mim. E finalmente aos amigos que me
acompanharam nesta jornada de aprendiz e continuaram comigo na nova caminhada rumo ao
profissionalismo e sucesso.

Carlos Henrique Medina Ribeiro

Dedico a conclusão deste trabalho e do curso de publicidade propaganda


primeiramente a minha família, pai, mãe,irmã tia , avó e amigos que sempre estarão ao meu
lado , que todos juntos, tem me dado forca para concluir os mesmos, também aos amigos do
autódromo que tem me dado bastante informação para que eu venha a executar esse projeto
que aqui, estamos apresentando. Mais principalmente a minha faculdade, direção,
professores,orientadores, amigos, que ao longo deste curso me deram uma estrutura para
aprender muito sobre o curso e sobre a vida.

Helio Fausto de Sousa Neto

4
AGRADECIMENTOS

Agradecemos a nossa orientadora Ana Maria e aos nossos professores que nos
instruíram e nos avaliaram para a conclusão deste trabalho e do nosso curso, e que ainda
estão nos avaliando direta e indiretamente. À nossa família que vem nos apoiando nessa
batalha para a conclusão deste curso de Publicidade e Propaganda no IESB. Agradecemos
também as entidades que nos forneceram as devidas informações para chegarmos às
conclusões finais deste trabalho. E principalmente a nossa faculdade que nos proporcionou
uma estrutura adequada para o aprendizado e a pesquisa.

5
RESUMO

Biocombustível Evento Patrocínio Oportunidade Marketing

6
SUMÁRIO:

1
Introdução .............................................................................................................................8
1.2 Objetivo .............................................................................................................................9
1.3 Justificativa ..........................................................................................................................9
2 Metodologia .........................................................................................................................11
3 Biocombustíveis- Histórico..................................................................................................12
3.1 Evolução do conceito no Brasil e no mundo ......................................................................13
3.2 Por que o uso de combustíveis alternativos se tornou essecial...........................................14
3.3 A quem interessa tal combustível e quais seus benefícios?................................................15
3.4 A pressão dos ambientalistas..............................................................................................16
3.5 O diferencial econômico.....................................................................................................17
3.6 Legislação...........................................................................................................................18
4 O setor automotivo no Brasil..............................................................................................19
4.1 Histórico..............................................................................................................................23
4.2 Principais empresas que atuam no mercado.......................................................................26
5 Automobilismo como modalidade esportiva......................................................................27
5.1 Histórico..............................................................................................................................27
5..2 Principais categorias..........................................................................................................39
5.3 Participação do Brasil nas competições..............................................................................30
6 A importância da mídia para a popularização dos esportes automotivos......................31
6.1 O uso do marketing como diferencial estratégico...............................................................33
6.2 Evolução do marketing esportivo.......................................................................................35
6.3 O marketing e a captação de patrocínio..............................................................................35
7 Briefing..................................................................................................................................37
7.1 Dados gerais e Administrativos..........................................................................................37
7.2 Estrutura gerencial..............................................................................................................38
7.3 Ambiente organizacional....................................................................................................38
7.3.1 Ambiente interno..............................................................................................................38
7.3.2 Missão..............................................................................................................................38
7.3.3 Visão................................................................................................................................39
7.3.4 Valores.............................................................................................................................39
7.4 Análise de ambiente- Matriz S.W.O.T................................................................................40
8 Análise da comunicação.......................................................................................................41
8.1 Comunicação interna...........................................................................................................41
8.2 Comunicação externa..........................................................................................................41
9 Análise da concorrência.......................................................................................................42
10 Diagnóstico..........................................................................................................................43
11 Plano de comunicação .......................................................................................................44
12 Objetivo Geral....................................................................................................................44
12.1 Objetivos Específicos........................................................................................................44
12.2 Parcerias institucionais......................................................................................................44
13 Ações de comunicação.......................................................................................................46
14 Cronograma físico..............................................................................................................47
15 Considerações Finais..........................................................................................................48
Referências Bibliográficas .....................................................................................................
49

7
1 - INTRODUÇÃO

Para desenvolver uma categoria de automobilismo de nível nacional, juntando


interesses sociais, públicos e privados, buscamos abordar um assunto de grande atualidade;
o desenvolvimento de biocombustíveis. Pesquisamos um pouco da história do
desenvolvimento de biocombustíveis no Brasil e no mundo e os interesses sociais e
econômicos no desenvolvimento de combustíveis alternativos. Fizemos uma análise do
setor automotivo, já que este setor da economia tem grande participação no
desenvolvimento de novas tecnologias e também nas competições automotivas,
principalmente nos eventos de grande impacto na mídia.
1.2 – OBJETIVO

Esse projeto experimental de conclusão de curso tem como objetivo apresentar


ações de comunicação para evento de divulgação de uma categoria Nacional de
Competição Automobilística de alta performance para veículos movidos a
Biocombustíveis.

1.3 – JUSTIFICATIVA

Os combustíveis alternativos ou biocombustíveis estão entre os temas mais atuais


quando nos referimos às fontes de energia não renováveis. A grande questão é como vamos
interagir com o ambiente em que vivemos sem deteriorá-lo, sem estragá-lo. Uma das
formas mais utilizadas pelos seres humanos para locomoção de média distância é o
automóvel, que em sua maioria é movido a gasolina ou outro derivado de petróleo, fonte
não renovável, e um dos principais poluidores do ambiente em que vivemos.

O desenvolvimento de formas alternativas de combustíveis ou outra forma de fonte


de energia não degradante e a sua utilização nos veículos automotores é de grande
importância no contexto atual da história da humanidade. Estamos vivendo um momento
bio, onde todo desenvolvimento tecnológico que tem o objetivo de preservação da natureza
é bem visto pelos consumidores. Portanto, o mundo discute qual será a forma mais viável
de substituição do atual combustível de energia não renovável.

A Petrobrás na vanguarda do desenvolvimento de combustíveis no Brasil, tem


condição de desenvolver e desenvolve o biocombustível de melhor performance do mundo.
Além da capacidade tecnológica possui também capacidade de distribuição. O Brasil
discute a possibilidade de geração de divisas através da exportação de biocombustíveis,
exatamente por termos capacidade de produção e distribuição.

Portanto, podemos criar uma forma de divulgar para o Brasil e para o mundo a
nossa capacidade de produzir um combustível ecologicamente correto e atender a demanda
por fontes renováveis de energia. A idéia desse projeto de conclusão de curso é
desenvolver, através da comunicação, ações que possam alcançar esse objetivo. Para tanto,
sugerimos a criação de um evento automobilístico que sirva para divulgação desta
capacidade tecnológica que também se converta num centro de teste de biocombustíveis.
Seria uma categoria biologicamente correta onde todos os processos da corrida buscariam o
melhor aproveitamento de nossos recursos e a preservação do meio ambiente. O
automobilismo é um esporte vibrante e emocionante. A disputa por melhores resultados
resulta em ousadia por parte dos pilotos e dinamismo por parte da equipe, criando uma
expectativa frenética no público que anseia pelo resultado de quem é o melhor, quem tem o
melhor equipamento, quem controla um automóvel com segurança em situações extremas.
Além de apreciar uma disputa acirrada, o público busca nas corridas de automóveis, as
novidades tecnológicas que estão sendo criadas para melhorar o ambiente cognitivo dos
apreciadores e usuários de veículos automotores.
2. METODOLOGIA

Para desenvolver uma categoria de automobilismo de nível nacional, pesquisamos sobre


biocombustíveis, o setor automotivo, sobre o automobilismo e também o uso do marketing
esportivo para o desenvolvimento deste projeto. O trabalho foi realizado através de leitura e
pesquisa em livros, revistas, periódicos e também em buscas de informação na internet e
documentários.
3. - BIOCOMBUSTÍVEIS – HISTÓRICO

A história do biocombustível é a mesma do biodiesel, que nasce junto com a criação


dos motores diesel no final do século XIX. “O motor com maior eficiência termodinâmica
concebido por Rudolf Diesel foi construído para operar com óleo mineral. Entretanto,
segundo as citações contidas no Manual do Biodiesel, no capítulo 2º, a utilização de óleo
vegetal no motor diesel foi testada por solicitação do governo francês com a intenção de
estimular a auto-suficiência energética nas suas colônias do continente africano,
minimizando os custos relativos às importações de carvão e combustíveis líquidos. O óleo
selecionado para os testes foi o de amendoim, cuja cultura era abundante nos países de
clima tropical.

O motor diesel, produzido pela companhia francesa Otto, movido a óleo de


amendoim, foi apresentado na Exposição de Paris em 1900. Outros experimentos
conduzidos por Rudolf Diesel foram realizados em São Petersburgo com locomotivas
movidas a óleo de mamona e a óleos animais. Em ambos os casos, os resultados foram
muito satisfatórios e os motores apresentaram bons desempenhos. Nos 30 anos seguintes
houve descontinuidade do uso de óleo vegetais como combustível, provocada,
principalmente, pelo baixo custo do óleo diesel de fonte mineral, por alterações políticas no
governo francês, incentivador inicial, e por razões técnicas.”1

O Brasil já produz biocombustíveis há décadas, temos o exemplo do sucesso do álcool


como combustível alternativo. No momento a grande expectativa, é o desenvolvimento do
Biodiesel, quem vem obtendo destaque e investimento de iniciativas públicas e privadas.

O biodiesel é um combustível obtido a partir de matérias primas vegetais ou animais. As


matérias-primas vegetais são derivadas de óleos vegetais tais como soja, mamona, colza
(canola), palma, girassol e amendoim, entre outros, e as de origem animal são obtidas do

1
2006, Manual do Biodiesel, tradução de Luiz Pereira Ramos,
editora Edgard Blucher
sebo bovino, suíno e de aves. Inclui-se entre as alternativas de matérias-primas os óleos
utilizados em fritura (cocção). Esse combustível é utilizado para substituição do óleo diesel,
em percentuais adicionados no óleo diesel ou integral, nos motores à combustão dos
transportes rodoviários e aquaviários e nos motores utilizados para a geração de energia
elétrica. O biodiesel compõe, junto com o etanol, importante oferta para o segmento de
combustíveis. Ambos são denominados de biocombustíveis por serem derivados de
biomassa (matéria orgânica de origem vegetal ou animal que pode ser utilizada para a
produção de energia), menos poluentes e renováveis.

“O Biodiesel destaca o papel do Brasil como referência mundial no uso de fontes


renováveis. Essa posição foi conquistada a partir da década de 70, com o início da
utilização do álcool em veículos automotivos. O Proálcool foi o maior programa de
substituição de combustíveis fósseis no mercado automotivo mundial. Ainda hoje, ele é
referência no mundo, sendo o Brasil o maior produtor e consumidor de álcool combustível
no planeta. A experiência do Proálcool dá segurança ao Brasil para implementar o
programa do Biodiesel e maximizar sua competitividade em menor tempo.”2

3.1 – Evolução do conceito no Brasil e no mundo

É considerado Biocombustível qualquer combustível quem tenha origem biológica,


e também que não seja de origem fóssil. É originado da mistura de uma ou mais plantas
como, cana-de-açúcar, mamona, soja, cânhamo, canola, babaçu, lixo orgânico, entre
outros tipos. Portanto o Biodiesel é um biocombustível mas no Brasil existe uma
definição própria para ele adotada na Lei nº 11.097, de 13 de setembro de 2005:
”Biodiesel: biocombustível derivado de biomassa renovável para uso em motores a
combustão interna com ignição por compressão ou, conforme regulamento, para
geração de outro tipo de energia, que possa substituir parcial ou totalmente
combustíveis de origem fóssil.”

2
Cartilha do Ministério das Minas e Energia distribuído em 2004
“Biodiesel é um combustível biodegradável derivado de fontes renováveis como
óleos vegetais e gorduras animais que, estimulados por um catalisador, reagem
quimicamente com o álcool ou o metanol. Existem diferentes espécies de oleaginosas no
Brasil das quais se pode produzir o biodiesel, entre elas mamona, dendê, girassol, babaçu,
soja e algodão. Esse combustível substitui total ou parcialmente o diesel de petróleo em
motores ciclodiesel de caminhões, tratores, camionetas, automóveis e também para geração
de energia e calor. Pode ser usado puro ou misturado ao diesel em diversas proporções. A
mistura de 2% de biodiesel ao diesel de petróleo é chamada de B2 e assim sucessivamente,
até o biodiesel puro, denominado B100.”

3.2 - Por que o uso de combustíveis alternativos se tornou essencial?

Há décadas, o desenvolvimento sustentável tem sido uma meta a ser alcançada


mundialmente por ser ambientalmente correto, socialmente necessário e economicamente
viável. As questões ambientais não se limitam à preservação do planeta. Estamos vivendo
em um período que, ou se preocupa com a preservação ambiental, tomando medidas que
incentive o desenvolvimento sustentável, ou não teremos mais um planeta pra viver.
“Estudos apontam para a necessidade de adoção imediata de medidas mitigadoras ou de
reversão dos danos já causados ao meio-ambiente, sob pena de impossibilitarmos a
existência de vida em nosso planeta em poucas décadas. Em 1997, em ação coletiva
mundial, muitos países foram signatários do Protocolo de Kyoto, se comprometendo com a
redução da emissão de gases causadores do efeito estufa, tendo os países mais
industrializados se comprometido com metas.

O Brasil, apesar de não estar entre os países que cumprirão metas, buscou repensar
políticas que permitissem colaborar com os objetivos mundiais. Entre as medidas adotadas,
o Brasil buscou aprofundar o uso de energias limpas e renováveis. O país detém uma
posição de vanguarda na tecnologia e produção do etanol e apresenta vocação natural para
agronegócios. Além disso, vem pesquisando a substituição do diesel por biodiesel. O
mundo já despertou para o potencial do nosso país, sendo visível o aumento de
investimentos no biodiesel em todo o território nacional, com recursos nacionais e
internacionais. E o país vem aumentando a sua capacidade industrial instalada para a
produção de biodiesel, devendo superar 1,9 bilhão de litros nos próximos dois anos,
somando a atual capacidade de produção de 751 milhões.” 3 O biocombustível contribui
para melhorar a qualidade do ar nas grandes cidades a partir da redução da emissão de
gases poluentes. Impulsiona a economia Brasileira com o álcool, estimula o
desenvolvimento tecnológico com o biodiesel, que já substitui parcialmente o óleo diesel,
derivado de petróleo.

3.3 - A quem interessa tal combustível e quais seus benefícios?

Com a necessidade mundial de alternativas para o uso de combustíveis derivados de


petróleo tanto pelo lado econômico como ecológico, os biocombustíveis são de grande
interesse para o País, tanto social como economicamente, pois o biocombustíveis
possibilitam melhor aproveitamento da agricultura aumentando a renda e o mercado de
agronegócios. “As expectativas criadas pela nova geração de biocombustíveis passam por
inúmeras questões de vital importância para o mundo contemporâneo. Destacam-se as de
caráter ambiental com medidas mitigadoras do efeito estufa e as oportunidades de geração
de emprego e renda em toda a cadeia produtiva dos biocombustíveis.”

O Brasil, a partir da década de 80 do século passado, conquistou presença marcante


no mercado mundial destacando-se com um dos players do biotrade. Suas vantagens
comparativas são significativas frente aos demais países. Um amplo território com clima
tropical e subtropical francamente favorável ao cultivo de grande variedade de matérias-
primas potenciais para a produção de biodiesel; uma vasta gama de empreendimentos
existentes; e potenciais ligados à agroenergia com significativo incremento na renda do
campo à cidade despontam como principais alavancas para o desenvolvimento
sustentável.”4 Para se ter uma idéia de como este assunto é importante para o País o
relatório do Ministério de Desenvolvimento Agrário estabelece como expectativa para 2007
a inserção de, pelo menos, 205 mil agricultores familiares envolvidos na produção de
matérias-primas para biodiesel, em uma área de cerca de 600 mil hectares. A perspectiva é
3
cartilha biodiesel SEBRAE 2007
4
cartilha biodiesel SEBRAE 2007
de movimentar 350 milhões de reais, o que certamente contribui para a dinamização da
economia principalmente nos pequenos municípios.5 Do ponto de vista ambiental reduz
drasticamente a emissão de gases poluentes na atmosfera, os benefícios são imediatos,
principalmente nas cidades. “Vários estudos científicos realizados pela União Européia
indicam que o uso de 1 kg de biodiesel colabora para a redução de 3 kg de CO², um dos
gases que provocam o efeito estufa.”6

3.4 - A pressão dos ambientalistas.

Fontes renováveis de energia tornou-se o assunto mais importante entre os


ambientalistas atualmente. As razões são simples e claras, futuramente é possível que não
haja mais reservas de petróleo, atualmente a concentração de petróleo explorado está em
áreas de conflito e isto faz subir o preço do petróleo e desregula o fornecimento do produto.
Novas jazidas de petróleo existem, no entanto são tão difíceis de alcança-las pelas suas
posições geográficas que o custo para a extração torna-se muito elevado. As mudanças
climáticas com as emissões de gases de efeito estufa liberados pelas atividades humanas e
pelo uso intensivo de combustíveis fósseis, com danosos impactos ambientais, reorientam o
mundo contemporâneo para a busca de novas fontes de energia com possibilidade de
renovação e que assegurem o desenvolvimento sustentável. Cientistas vêm divulgando
sobre as alterações climáticas decorrentes das emissões de gases estufa e seus impactos
ambientais, fatores que se constituíram como determinantes para a intensificação do
desenvolvimento de fontes renováveis de energia, fato que fica claro e evidente no
documentário “Uma verdade inconveniente” do ex-vice presidente americano Al Gore.

5
cartilha biodiesel SEBRAE 2007 8 2006, Biodiesel no Brasil:Resultados socioeconômicos e expectativa
futura, SAF, MDA
6
cartilha biodiesel SEBRAE 2007
3.5 - O diferencial econômico.

Outro aspecto de importância no processo de implementação do segmento do


biodiesel diz respeito a sua regionalização, que pode promover o desenvolvimento
socioeconômico pela oferta de empregos com aumento da renda local, principalmente no
Nordeste. O Brasil possui natural vocação para a agropecuária, apresentando condições de
clima e de solo que permitem o cultivo de grande variedade de oleaginosas, além de
apresentar grande rebanho de suínos e bovinos, fontes de matérias-primas para o biodiesel.
Sob o olhar do potencial de geração de emprego e renda, além da produção de matéria-
prima, deve-se ter em conta as oportunidades que emergem ao longo da cadeia de
fornecimento para o campo, assim como para o complexo industrial. Podemos citar alguns
dos setores que fornecem bens e serviços para o complexo agroindustrial, tais como
fabricantes de implementos agrícolas, adubos e sementes, produtos para adequação do solo,
serviços de manutenção de equipamentos agrícolas, serviços de software para controle de
produção e gestão, serviços técnicos de assistência agrícola, entre outros, que serão
impactados positivamente.

No aspecto de projetos e empreendimentos rurais e industriais é essencial avaliar a


viabilidade econômica, considerando o volume mínimo de produção; a assistência técnica;
os fornecedores de equipamentos e serviços; as distâncias da produção agrícola em relação
às respectivas unidades de processamento (usinas); a viabilidade logística e custos
correspondentes; a disponibilidade de recursos financeiros para os investimentos fixos e
capital de giro; os limitantes tecnológicos; as condições de clima; o solo e a adaptação das
espécies no caso de cultivo de oleaginosas, com a atenção para o zoneamento agrícola que,
além de indicar os locais mais adequados para o cultivo, favorece a obtenção de
financiamentos da área agrícola. Os números mostram as perspectivas de crescente
investimento no país para produção de biodiesel, sendo essa também uma tendência
mundial.
“O Brasil reúne condições ideais para se tornar um grande produtor mundial de
biodiesel, pois dispõe de extensas áreas agricultáveis, parte delas não propícias ao cultivo
de gêneros alimentícios, mas com solo e clima favoráveis ao plantio de inúmeras
oleaginosas. O País também conta com tecnologia para implantar o Programa Nacional de
Produção e Uso do Biodiesel (PNPB) de forma sustentável.”7

O uso comercial do biodiesel, a partir da mistura de 2% ao diesel de petróleo


chamado B2, cria um mercado interno potencial nos próximos três anos de pelo menos 800
milhões de litros/ano para o novo combustível. Isto possibilitará ganhos à balança
comercial com uma economia de até US$ 160 milhões/ano com a redução das importações
de petróleo a partir do uso de B2.

“O Brasil importa atualmente 10% do diesel que consome. Este, por seu uso em
transportes de cargas e passageiros, é o combustível mais utilizado no País –57,7% dos
combustíveis líquidos –, o que representa um consumo anual de 38,2 bilhões de litros. O
biodiesel pode ser utilizado ainda para a geração e abastecimento de energia elétrica em
comunidades isoladas, hoje dependentes de geradores movidos a óleo diesel. Nessas
regiões, poderão ser aproveitadas oleaginosas locais.”8

3.6 - Legislação

ANP (agência nacional de petróleo) regula as atividades relativas ao abastecimento


nacional de petróleo, gás natural, derivados e biocombustíveis definido na Lei nº 9.847, de
26 de outubro de 1999, como de utilidade pública.

7
cartilha biodiesel SEBRAE 2007
8
Revista Brasileira de Engenharia Química Outubro 2006
4 - O SETOR AUTOMOTIVO NO BRASIL

Investimentos no setor automotivo somam US$ 35 bi em 12 anos. ”O setor


automotivo recebeu de 1994 até o final do ano passado, investimentos que somam US$ 35
bilhões, de acordo com o presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de
Veículos Automotores), Jackson Schneider. Os valores consideram, segundo ele, os
investimentos das montadoras e de autopeças.” As informações são da Folha Online9.

De acordo com o presidente da Anfavea, “os valores mostram que o Brasil tem sido
interessante para os investimentos das matrizes das montadoras. "Os investimentos da
indústria automotiva irá para lugares com mais condições de produção e de
competitividade, que pode ser natural, potencial de mercado ou infra-estrutura", afirmou.

O presidente da Anfavea está otimista em relação ao crescimento do mercado


interno. Em relação às exportações, Schneider disse que a pressão do câmbio ainda
preocupa mas amenizou as críticas comuns no setor ao longo do ano passado. Ele afirmou
que o setor tem de encontrar alternativas para compensar a valorização do real.

As montadoras instaladas no país devem investir quase R$ 12 bilhões até 2011,


segundo os anúncios das empresas e estimativas do setor. Entre os planos estão
lançamentos de modelos, ampliação de unidades e aumento de participação no mercado
doméstico e também nas exportações.

Entre os anúncios, o maior é o da Fiat, que definiu investimento R$ 3 bilhões até


2008, sendo R$ 1 bilhão para as 1.200 contratações em Minas Gerais, que ocorreram no
início deste ano, e a criação de um terceiro turno de trabalho na fábrica.

A Volkswagen anunciou no ano passado que vai investir R$ 2,5 bilhões de 2007 a

9
http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u116337.shtml acessada em 01/11/2007
2011 nas cinco unidades que mantém no Brasil. A ampliação do portfólio também está nos
planos da montadora alemã.

A Ford tem planos de investir R$ 2,2 bilhões até 2011, concentrados principalmente
no Nordeste. Os investimentos da Ford incluem a compra da Troller, uma pequena fábrica
de baixo volume de produção especializada em veículos off-road, no Ceará.

A General Motors anunciou que vai investir US$ 1 bilhão (o equivalente a R$ 2,03
bilhões) entre 2008 e 2010. O valor será aplicado no desenvolvimento de produtos para o
Brasil e também para outros mercados como Oriente Médio, a Ásia e até os Estados
Unidos.

A Renault pretende investir US$ 300 milhões (cerca de R$ 610 milhões) até 2009
na unidade de São José dos Pinhais (PR). A Renault espera conquistar 5,7% do mercado, o
que significa emplacar mais de 100 mil unidades em 2009. A montadora francesa também
quer construir um centro de engenharia e de design.

A Nissan anunciou investimento de US$ 150 milhões (cerca de R$ 305 milhões) até
2009 e o lançamento de seis novos modelos no mercado.

O setor automotivo brasileiro é formado por mais de 14 empresas montadoras de


veículos que operam 24 unidades, concentrado principalmente no estado de São Paulo,
apesar do processo de descentralização dessa indústria durante a década de 90.

As montadoras instaladas no Brasil realizaram expressivos investimentos durante a


década de 90. Na primeira metade desse período, a média anual de investimento mais que
dobrou em relação ao período anterior, e privilegiaram a modernização de produtos e de
processos. Na segunda metade da década de 90, os investimentos continuaram a crescer e
foram aplicados, principalmente na instalação de novas empresas e ampliação da
capacidade produtiva de veículos e componentes.
O setor de autopeças no Brasil possui cerca de 4 mil unidades produtivas. Na década
de 90 sofreu um intenso processo de fusão e aquisição que resultou no alto grau de
internacionalização do setor. O setor tem-se beneficiado relativamente do crescimento da
indústria automobilística no mercado interno e ampliado sua inserção internacional, fato
que vem gerando aumento de faturamento, produção e expansão da capacidade.  O mercado
interno ainda é o principal responsável no faturamento global do setor de autopeças e como
forma de superar as flutuações desse mercado, as maiores empresas, principalmente
multinacionais, aumentaram a participação no mercado externo - as exportações
aumentaram de 10% em 1989, para 17% e 24% em 1994 e 1995, respectivamente. As
principais peças exportadas são motores e componentes, peças metálicas e rádios para
carros Os principais mercados são EUA, Europa e Argentina, sendo que essa última mais
recentemente passou a ser o segundo principal destino.

Os investimentos no setor de autopeças ocorreram, porém com menor intensidade e


sem o mesmo dinamismo, dado o expressivo crescimento das importações. Além disso,
pressões de custos da cadeia (produtos siderúrgicos) e menores preços pagos pelas
montadoras reduziram a rentabilidade e explicitaram a fragilidade financeira do setor.

Os investimentos realizados no setor automotivo possibilitaram um expressivo


incremento na capacidade produtiva instalada, no caso das montadoras estima se uma
capacidade de 3,2 milhões de unidades anuais no Brasil.

Os ganhos de produtividade do trabalho na cadeia automobilística são considerados


significativos, em função da modernização das plantas e dos novos processos produtivos e
organizacionais, que transferiram atividades na linha de montagem para fornecedores e
imprimiram forte terceirização das atividades de apoio que resultou no aumento da
produção - que praticamente dobrou de 1990 a 2003, e na queda do emprego no setor de
22% (montadoras e autopeças) e aumento da produtividade física em 196% nas
montadoras.
Na 1ª metade da década de 90, as vendas de automóveis apresentaram tendência
crescente (auge em 1997, com 1,94 mi de unidades), o que, quando somado às vendas na
Argentina, apontava para o Mercosul como um mercado promissor. Isso foi revertido em
1998-99, com o agravamento da crise internacional e impactos negativos no mercado
brasileiro através da elevação das taxas de juros, retração do PIB e encarecimento e
retração das linhas externas de financiamento. Mesmo com a recuperação das vendas em
2000-2001, o patamar ainda é inferior ao de 1995, para o que muito contribuiu a crise
Argentina. Com essas crises, o setor acumula uma capacidade ociosa de 43% nas
montadoras (abril 2003) e de 34% nas autopeças (março 2003), muito acima da taxa média
mundial de 25-30%.

Brasil e Mercosul perderam espaço e importância como mercados consumidores,


apesar da recuperação mais recente do mercado brasileiro. A participação da região na
produção mundial reduziu-se bastante no período 98-99, representando apenas 3% do total
em 1999. Em 2000, houve expansão da produção para 3,5% da produção mundial e o
pequeno ganho em 2001 deu-se mais em função da queda da produção mundial do que ao
aumento da produção regional.

O setor tem apresentado como principais dificuldades o alto nível de ociosidade, a


dolarização dos insumos básicos, a fragilidade e erosão dos elos-base do segmento de
autopeças, a baixa competitividade nos componentes com eletrônica embarcada e os custos
de logística elevados para o padrão internacional. Apesar do crescimento das exportações
(que mais que dobraram em uma década), a produção é praticamente toda consumida pelo
mercado interno.

Em 2004, o quadro de retomada do setor aprofunda-se, e as estimativas é de


produção de 2 milhões de veículos, muito próximo ao recorde de produção de 1997. 10

10
http://www.cnmcut.org.br/verCont.asp?id=143 acessado em 01/11/2007
4.1 – Histórico

O dia 16 de junho de 1956 é considerada a data de nascimento da indústria


automobilística no Brasil. Foi quando Juscelino Kubitschek, cinco meses após sua posse,
assinou o Decreto 39 412, criando o Geia, Grupo Executivo da Indústria Automobilística,
29 dias após a fundação da Anfavea, Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos
Automotores. JK jamais poderia imaginar que o Brasil - com o maior número de
montadoras instaladas do mundo - tornar-se-ia o décimo produtor mundial de veículos,
quinto maior produtor de caminhões e primeiro produtor mundial de ônibus.

Mas o fascínio do brasileiro pelo automóvel tem origem muito antes, no final do
século 19, em plena belle époque, 1871-1914, período em que surgiam maravilhas como a
luz elétrica, fotografia, telégrafo sem fio, rádio, telefone, gramofone, balões dirigíveis,
cinema, bonde elétrico, motores de combustão interna. Muitos já tinham ouvido falar em
automóveis no Brasil do século 19, lido a respeito ou sonhado com eles. Mas o primeiro
encontro com essa máquina fascinante – cuja produção consolidaria a indústria do Brasil e
transformaria seu destino - aconteceu em São Paulo em 1893. O primeiro automóvel a
rodar no País foi um Peugeot, comprado em Paris. A máquina fez um giro pela rua Direita,
no então refinado Centro de São Paulo. O orgulhoso chauffer era o engenheiro brasileiro
Henrique Dumont, milionário produtor de café na região de Ribeirão Preto, SP, pai do
jovem Alberto que, treze anos depois, em 1906, faria em Paris o primeiro vôo documentado
num avião e se tornaria o Pai da Aviação.

Em 1903 São Paulo tinha seis carros, mas no ano seguinte assistiria ao primeiro
boom do setor: a frota paulistana cresceria quase catorze vezes e explodiria em
impressionantes 83 veículos. Uma verdadeira coqueluche, como se dizia na São Paulo da
época, endinheirada pela exportação do café. Igualmente em 1904 foi expedida em São
Paulo a primeira carta de motorista, concedendo a Menotti Falchi, proprietário da Fábrica
de Chocolates Falchi, um dos ícones de consumo da época, o título de primeiro habilitado a
dirigir automóveis no Brasil.

O Brasil tinha 51 milhões de habitantes em 1950, quando perdeu a Copa do Mundo


para o Uruguai. Em São Paulo Assis Chateubriand inaugurava a TV Tupi, a primeira
emissora de televisão do País. Nesse período os veículos tinham enorme peso nas
importações. Em 1951 representavam 15,1% dos US$ 1,1 bilhão que o País gastava no
mercado externo. Só a GM, que inaugurou fábrica em São Caetano do Sul, SP, em 1930, de
1925 até os anos 50 acumulava mais de 200 mil veículos montados no País. Importava-se
100 mil veículos/ ano, 60% caminhões, além de autopeças, superando em valor o que o
Brasil gastava com petróleo e trigo.

As previsões apontavam para crescimento do setor de 11% ao ano, significando


cerca de 650 mil caminhões novos importados até 1960. À luz destes números o governo
Vargas, empenhado em política nacionalista restringe as importações. Em março de 1952
cria a Subcomissão de Jipes, Tratores, Caminhões e Automóveis, ligada à Comissão de
Desenvolvimento Industrial. O almirante Lúcio Meira, defensor da produção de veículos
nacionais, preside a comissão, considerada embrião da indústria automotiva.

No começo da década de 70, o setor quebra a barreira do meio milhão. Produz mais
de 516 mil veículos e vende 509 mil 623 ao mercado interno. O lançamento do Ford
Landau coincide com a produção do caminhão 200 mil. A Mercedes-Benz coloca no
mercado seus primeiros semi-pesados L-1313, 20 13 e 2213, enquanto a Scania lança no
Brasil o L 110 e o ônibus B 110.

Em 1990 com um cenário de hiperinflação o presidente eleito, Fernando Collor de


Mello, para quem os carros brasileiros eram carroças, toma posse em março, com inflação
de 80% no mês. Collor anuncia choque econômico radical no dia da posse: apesar do
tremendo impacto provocado pelo confisco das contas bancárias e cadernetas de poupança -
provocou até suicídios - não teve eficácia: o ano terminaria com inflação acumulada de
1.797%, sem perspectivas de contenção da alta dos preços e com denúncias de
favorecimento na liberação de contas confiscadas pelo tesoureiro da campanha.

A produção cai para 914,4 mil veículos e 712,6 mil são vendidos ao mercado
interno. Mas o governo dá início à abertura das importações forçando a competitividade da
indústria, até então artificialmente protegida por reservas de mercado. Um dos fatos mais
expressivos da década foi a Câmara Setorial da Indústria Automobilística, reunindo
representantes de montadoras, autopeças, componentes, revendedores, trabalhadores e dos
governos federal e estaduais. Em 28 de dezembro efetiva-se a Autolatina: com 47 mil
empregados tornase a maior indústria automotiva do País, que investiria US$ 2,5 bilhões no
período 1994-1998. Os primeiros resultados práticos são o lançamento do Ford Verona e do
VW Apollo, nesse ano em que a fábrica Volkswagen de Taubaté produzia o veículo 1
milhão e fez-se a mudança da fábrica de caminhões Volkswagen de São Bernardo para o
Ipiranga.

Em 1997 o setor produz 2 milhões 69 703 veículos e bate recorde de vendas internas
até hoje não igualado: 1 milhão 640 mil 243 carros, comerciais leves, caminhões e ônibus,
13 mil a mais do que o 1 milhão 626 mil 518 vendidos em 2005. Recorde também não
igualado o faturamento alcança US$ 20 bilhões 64o milhões, dos quais US$ 19 bilhões 352
milhões com autoveículos. O setor de autopeças também quebra recorde histórico ao faturar
US$ 17 bilhões 458 milhões, investindo US$ 1 bilhão 798 milhões, 10,3%, índice jamais
superado. Em 6 de outubro a Honda inaugura a fábrica de Sumaré. A Iveco anuncia
construção de fábrica em Sete Lagoas, MG, e a inauguração de concessionárias para
importados.

2003 O Brasil tem frota de 21 milhões 357 mil veículos, dos quais 17,5 milhões de
carros. São Paulo licencia mais de 36,4% dessa frota, seguido por Minas, 10,3%. Rio de
Janeiro, Rio Grande do Sul e Paraná têm pouco mais de 8% cada. No ano as montadoras
têm exportação recorde de US$ 4 bilhões 678 milhões em autoveículos, motores e
componentes. O maior importador é o México, US$ 1 bilhão 254 milhões, seguido pela
Argentina, US$ 826,5 milhões. No primeiro ano as vendas de carros flex fuel totalizam
48,2 mil unidades. Lula visita a Ford em São Bernardo. A Volkswagen comemora 50 anos
de Brasil com mais de 13 milhões de veículos produzidos: tem, no País, um dos principais
mercados do Grupo VW, e suas vendas representam 9,5% do total mundial. A Honda lança
o Fit, seu segundo carro brasileiro. A Mitsubishi amplia a fábrica de Catalão, onde produz
também o Pajero TR4, dobrando sua capacidade. A GM comemora o Celta 300 mil e fecha
o ano na vice-liderança, com 333,4 mil unidades emplacadas, atrás da Fiat, 340,9 mil, mas
superando pela primeira vez a Volkswagen, 317,4 mil. Quem mais produziu veículos
oi a VW, 574,4 mil, seguida pela GM, 562 mil, e Fiat, 437 mil.

Em 2005 pela primeira vez a venda de veículos flex fuel supera a dos a gasolina:
866,2 mil veículos, 53,6% do mercado.

4.2 - Principais empresas que atuam no mercado

Agrale S.A, Caterpillar Brasil Ltda, DaimelerChrysler do Brasil Ltda, Fiat


Automóveis S.A., Ford Motor Company Brasil Ltda, General Motors do Brasil Ltda,
Honda Automóveis do Brasil Ltda, Iveco Latin América Ltda, Mitisubishi-MMC
Automotores do Brasil Ltda, Nissan do Brasil Automóveis Ltda, Peugeot Citroen do Brasil
Automóveis Ltda, Renault do Brasil S.A., Scania Latin América Ltda, Toyota do Brasil
Ltda, Volkswagen do Brasil Indústria de Veículos Automotores Ltda, Volvo do Brasil
Veículos Ltda.
5. AUTOMOBILISMO COMO MODALIDADE ESPORTIVA

5.1 – Histórico

“A paixão pela velocidade nasceu junto com o automóvel” (Scali, 2001). E este se
tornou um meio de competição logo após a construção dos primeiros veículos que usavam
motores de explosão e derivados de petróleo como combustível. Em 1894, a revista Le
Petit Journal de Paris organizou a primeira disputa entre estes novos veículos para
determinar melhores performances, tal como ocorreu logo após com os primeiros aviões.
No ano seguinte, houve a primeira corrida de sentido esportivo entre veículos automotores:
a travessia Paris-Bordeaux.

Também em 1895, aconteceu a primeira corrida automobilística nos EUA, uma


competição na distância de 54,36 milhas promovida em Chicago. O vencedor, Frank
Duryea, fez o tempo de 10h23m, superando três carros a petróleo e dois a eletricidade.
Entretanto, a França dominou este estágio inicial das corridas de automóveis por ter uma
indústria mais avançada neste setor, como também uma entidade muito atuante na
promoção de eventos: o Automóvel Clube de França-ACF. O ACF dedicava-se então a
organizar competições em estradas entre Paris e outras cidades da França ou Europa.

Em 1903, Marcel Renault morreu num acidente durante a travessia Paris-Madrid,


que provocou a proibição de competições automobilísticas em estradas. A partir de então,
as corridas passaram a ser especializadas por classes de veículos e por locais próprios de
competição, em cada classe. Em 1904, foi criada a Federation Internacionale de
L’Automobile-FIA que deu início à gestão de corridas de automóveis consolidado classes e
trajetos próprios em escala mundial. Este critério ainda prevalece nos dias presentes, como
por exemplo no caso da Confederação Brasileira de Automobilismo-CBA (fundada em
1961), que administra as modalidades de Corrida, Rallye, Kart, Fora-de-estrada, Arrancada,
e Autocross, ou seja: as provas de velocidade e posta. Estrada e fora de estrada. Portanto, a
partir da primeira década do século XX, os fatos de memória do motor esporte passaram a
vincular a tipos de veículos e trajetos, como se registra a seguir com o foco posto no Brasil.
1891 O primeiro automóvel com motor à explosão, um Peugeot com motor Daimler,
chegou ao Brasil vindo da França, na cidade de São Paulo, trazido por Santos Dumont, que
uma década mais adiante se tornaria o inventor da aviação.

1902 Este ano marca a primeira tentativa de corrida de automóveis no Brasil, com um
evento ocorrido no Hipódromo da Moca, em São Paulo-SP.

1905 No Rio de Janeiro-RJ aconteceu uma competição semelhante ao da Moca, com


partida no Largo do Machado Bairro do Catete, então uma área de prestígio social e
movimentada da cidade.”

“Década de 1960 Em 1958, fundou-se em Brasília, a nova capital do país em construção,


o Automóvel Clube de Brasília, fora das tradições do ACB e representando um novo
posicionamento do automobilismo brasileiro, conforme defendiam Manuel de Tefé, Wilson
Fittipaldi e Raymond Bachx van Bouggenhout (filho de Armand Backx). Este movimento
de especialização no esporte e respectivo afastamento de outras funções extra-esporte,
redundou na criação da Confederação Brasileira de Automobilismo-CBA em 07/07/1961.

A CBA iniciou suas atividades com o respaldo das 14 federações estaduais de


esporte automotor, e com o apoio explícito do próprio Presidente da República à época, Dr.
Juscelino Kubischek. Em conseqüência, criaram-se relações conflitivas entre o ACB e a
CBA até Mauro Salles assumir a presidência da CBA (1969-1971), quando finalmente
houve uma conciliação em favor da nova entidade e com a chancela da FIA (Salles, 2002).
De imediato a CBA desenvolveu as categorias de kart e rallye, criando comissões
especializadas. Também na mesma década iniciou-se nas federações estaduais a formação
de “Agentes Oficiais de Competição e de Cronometragem”, em adição a Escola de
Pilotagem criada em alguns estados.

No final da década havia nove autódromos e 20 kartódromos operando no país


como conseqüência dos incentivos da CBA, o que correspondia então a uma das maiores
infra-estruturas de motor esporte existentes no mundo. Assim sendo, a tradição de se
realizar provas em ruas e estradas deu lugar às provas de autódromos como os “Mil
Quilômetros de Brasília” (1962); “500 Quilômetros de Porto Alegre” (1968); e
“Inauguração do Autódromo de Curitiba”(1969).”

“Décadas de 1970-1990 Em 1973, o autódromo de Interlagos foi incluído no calendário


Internacional de Fórmula 1 como segunda etapa do Campeonato Mundial de Pilotos. Em
1975, com a base estabelecida nos anos de 1960 pela política desenvolvida pela CBA,
pilotos brasileiros iniciaram suas jornadas no exterior, principalmente na Inglaterra,
destacando-se então Nelson Piquet. Neste período, havia 33 escuderias funcionando no país
cujos jovens pilotos vinham de uma formação em kart e, por seleção, alcançavam as
categorias de maior sofisticação. Este foi o caso de Emerson Fitipald, Carlos Pace e Ayrton
Senna já nos de 1980, que criaram uma geração de elite e de prestígio internacional.

Para Raymond van Buggenhout (2003), um dos líderes da CBA no período em


pauta, a formação maciça de pilotos via kart ponderada pela seleção em competições no
Brasil tornou-se a chave dos resultados excepcionais do automobilismo nacional em âmbito
mundial nesta fase e nas demais que seguiram. Criou-se também um estilo elegante de
identificação dos pilotos brasileiro até hoje frequentemente observado. Em resumo, na
década de 1990 os resultados do automobilismo brasileiro alinhavam-se de modo regular
entre os países líderes do esporte, isto é, Inglaterra, França, EUA, Itália e Alemanha. A
filiação de quatro mil polotos à CBA no final dos anos de 1990 não ter similar no mundo e
representa o estágio terminal de uma política bem sucedida de renovação esportiva.

5.2 - Principais Categorias

A CBA supervisiona os seguintes campeonatos brasileiros: Stock Car, Stock Car Light, F-
Renault, Clio, F-Truck, Pick Up Racing, Brascar, Brasileiro de Endurance, Brasileiro Rally
de Velocidade, de Regularidade, de Cross-Country, Rally 4x4, Velocidade Terra Tubular,
Terra Turismo, Terra Kart Cross, Brasileiro de kart, Sul Americano de Kart, Copa Brasil de
Kart, Endurance de Kart, Rally Mitsubishi de Velocidade, de Regularidade, Copa Pegeout,
Rally Universitário, Brasileiro de Marcas e Pilotos, F-Brasil 1600 e troféu Maserati. Os
campoenatos Stock Car e o Truck são os que mais atraem mídia e público. O primeiro está
no 25º campeonato e o segundo começou em 1996.
5.3 - A participação do Brasil nas competições

“As atividades oficiais do automobilismo brasileiro são geridas pela Confederação


Brasileira de Automobilismo-CBA, que homologa e supervisiona a realização de
campeonatos, o desenvolvimento de categoria e credenciamento de pilotos para as
atividades nas pistas brasileiras e internacionais. A CBA é filiada à Federação Internacional
de Automobilismo-FIA e, por conseguinte, coordena o esporte com os procedimentos e
ações que garantem a inclusão do Brasil no cenário internacional do automobilismo. Tal
integração tem se manifestado de diversas maneiras, a saber: (1) o Brasil faz parte do
calendário internacional do automobilismo e do kartismo; (2) o Brasil exporta pilotos que
tantos sucessos fazem atualmente no automobilismo internacional; (3) A representação
brasileira é parte integrante e decisória em tomadas de decisões sobre o esporte em nível
internacional; (4) várias pistas nacionais são homologadas para sediar eventos
internacionais por estarem de acordo com as normas estabelecidas pela FIA e seus órgãos
executivos; (5) fabricantes brasileiros de equipamentos suprem as necessidades do
automobilismo local e também o internacional através de exportações.

Embora a essência do automobilismo seja européia, as categorias de competição no


Brasil são genuinamente nacionais no que diz respeito às suas características bem
particulares devido à realidade territorial e econômica do Brasil, que gerou adaptações
necessárias.” 11

11
Atlas do esporte no Brasil, Lamartine da Costa, página 376
6 – A IMPORTÂNCIA DA MÍDIA PARA A POPULARIZAÇÃO DOS ESPORTES
AUTOMOTIVOS

Quando falamos de mídia estamos nos referindo a todos os meios que uma pessoa
pode utilizar para transmitir informação. A mídia possui duas categorias, a impressa e a
eletrônica. Na categoria de mídia impressa, os principais meios são as publicações de
jornais e revistas, e na categoria eletrônica a televisão e o rádio são os principais meios. A
internet também é uma mídia eletrônica, e vem se destacando como principal recurso de
apoio a um plano de comunicação e de marketing.

A população acompanha na mídia tudo aquilo que é de seu interesse. Portanto a


mídia busca estar diretamente ligada aos interesses de quem acompanha determinados
meios de mídia. Os meios, que são as formas de mídia, podem ser classificados por
categorias ou gêneros desta forma a mídia consegue atender a interesses cada vez mais
pessoais. O automobilismo é um esporte acompanhado em diversos tipos de mídias por
pessoas interessadas neste gênero. “De fato, por decorrência dos nossos níveis de interesse
e envolvimento, o esporte tornou-se um dos gêneros mais visados para exploração da
mídia.” (Mullin, Hard & Sutton, 2004, p. 247)

No Brasil o esporte vem tendo uma importância muito grande para a mídia, pois é
do interesse de centenas de milhares de pessoas as informações sobre seus esportes
prediletos e o acompanhamento do desenvolvimento dos mesmos. “A relação entre mídia e
esporte vem se estreitando cada vez mais ao longo dos anos, até chegarmos ao estado atual
de dependência mútua. O crescimento mundial na cobertura esportiva pela mídia tem sido a
principal alavanca do que se chama hoje de marketing esportivo. Sem tal cobertura, o
gigantesco crescimento do interesse pelo esporte nunca teria ocorrido, e as várias indústrias
que dependem dele jamais teriam se desenvolvido. Maior responsável pela popularização
do esporte, expandindo o interesse pelas diversas modalidades, que antes se restringia a aos
aficionados, a mídia passou a atender melhor às demandas de seus dois públicos: os
consumidores de esporte (telespectadores e torcedores) e o mercado anunciante, interessado
em atingir esses consumidores.” (Atlas do esporte no Brasil, Lamartine da Costa, página
722.)

A mídia serve de meio de comunicação e por vezes meios de sobrevivência de


determinadas categorias esportivas. “De fato, a mídia representa há muito tempo a principal
fonte de receita da indústria esportiva, sendo em muitos casos a única responsável
pela ,sobrevivência financeira de clubes de alto nível de competição em todo o mundo, caso
que inclui o Brasil. Tal fato se dá pela incapacidade de se explorar as demais fontes
do ,,marketing esportivo, o que reduziria esta relação de dependência.

O esporte é um produto tão rentável e estratégico para a programação das emissoras


de TV, que frequentemente elas são responsáveis pela própria criação e desenvolvimento
de uma nova modalidade e ou evento esportivo. Assim surgiram os Extreme Games, as
olimpíadas de esportes radicais criadas pela Enterntainment Sports Programming Network-
ESPN em 1994-que se transformaram em um dos principais produtos desta rede de TV por
assinatura.

A televisão é ainda a principal responsável pela globalização do esporte, já que sua


linguagem universal permite que as imagens das partidas sejam comercializadas em escala
global. Esta é a estratégia das empresas transnacionais que fabricam produtos esportivos.
Além dos benefícios dessa massificação do esporte pela mídia- tais como a globalização
dos atletas, a maior organização das entidades desportivas e o desenvolvimento do
marketing esportivo-, a exposição de mídia se encontra no centro dos ganhos relacionados
à indústria esportiva. Estas receitas são tanto diretas, como as receitas com venda de
direitos de TV e pacotes de pay-per-view, como indiretas, tais como patrocínio, bilheteria e
venda de produtos licenciados, cujos valores crescem proporcionalmente à audiência
atingida.” (Atlas do esporte no Brasil, Lamartine da Costa, página 722.)

No Brasil, o automobilismo é a segunda plataforma de mídia mais vista no país, “o


automobilismo brasilieiro além de ter reconhecimento internacional, só perde para o futebol
em termos de retorno de mídia.” (Atlas do esporte no Brasil, Lamartine da Costa, página
376). As pessoas gostam de corridas automotivas e acompanham com entusiasmo provas de
fórmula 1, stock car ou outra categoria, e lotam os autódromos para assistirem a diferentes
tipos de corridas, como ocorre com a Fórmula Truck.12

6.1 – O uso do Marketing como diferencial estratégico

O Marketing surge da necessidade de comercialização, seu conceito original se


baseia na troca. O termo marketing é originário do inglês. No entanto novas tendências
comerciais fazem com que o conceito de marketing seja mais específico nas suas
definições. Uma das primeiras definições de marketing foi a da Américan marketing
Association (AMA)13: "O desempenho de atividades comerciais que direcionam o fluxo de
bens e serviços do produtor ao consumidor ou usuário." Esta definição da AMA foi
formulada há mais de 25 anos por uma comissão especializada em desenvolver definições
de marketing. Em 1985, a AMA substituiu a definição por outra mais abrangente em
atualizada: "Marketing é o processo de planejamento e execução da concepção, preço,
promoção e distribuição de idéias, bens e serviços, organizações e eventos para criar trocas
que venham a satisfazer objetivos individuais e organizacionais." Philip Kotler define o
tema como: "Um processo social por meio do qual pessoas e grupos de pessoas obtêm
aquilo de que necessitam e o que desejam com a criação, oferta e livre negociação de
produtos e serviços de valor com outros." (Lãs Casas, 2006, p.09)

No caso desse projeto, para obter melhor resultado prático usaremos o marketing
esportivo como forma de planejar o sucesso do evento. Temos os elementos para trabalhar
o marketing , estrategicamente, desenvolvido unindo interesses de empresas e da sociedade.

12
Fórmula Truck “consiste em uma corrida de caminhões patrocinada pelos fabricantes de veículos pesados e utiliza
pesadamente os recursos da mídia para divulgar seus eventos e patrocinadores, pelas cidades por onde passa”.

13
O marketing esportivo dará a oportunidade de abrir um canal de comunicação entre
os interessados no desenvolvimento do biocombustível, que tem por conseqüência a
redução da poluição, através de um evento que por sua natureza é o cartão de visita sobre o
desenvolvimento de tecnologia alternativa de combustível, da evolução dos veículos
automotores em relação a degradação ambiental no Brasil e no mundo.

Temos, então, a tecnologia para a fabricação de biocombustíveis, temos a


necessidade de mudança dos combustíveis, da frota brasileira de veículos, por questões
ambientais, econômicas e sociais. O interesse governamental em aumentar suas divisas
através da exportação de biocombustíveis aliada ao interesse dos fabricantes de automóveis
em mostrar a sociedade sua preocupação em relação ao desenvolvimento sustentável faz
com que a criação de um canal de comunicação, como um evento esportivo, que bem
trabalhado em sua comunicação, seja o diferencial estratégico no plano de marketing.

"Uma empresa poderá contar com um bom produto e o preço adequado. Poderá
também ter um sistema de distribuição muito bem desenvolvido. No entanto, somente
poderá ter um sucesso rápido de acordo com a sua capacidade de comunicação. Ao divulgar
um produto ou serviço, os consumidores podem sentir-se estimulados a comprar, tanto pelo
efeito de persuasão da comunicação como pela informação que adquirem" (Lãs Casas,
2006, p. 377).

A criação deste canal de comunicação faz com que empresas tenham uma opção
alternativa de divulgação dos desenvolvimentos tecnológicos em relação ao
biocombustível. E as formas alternativas de divulgação de informação tem sido a nova
tendência da publicidade.

"Segundo dados de 2003 do instituto de pesquisa de intenções, as verbas do


orçamento de marketing das maiores empresas anunciantes dos EUA foram: 48% e 52%
para outras formas de comunicação, principalmente para a promoção de vendas, com
37,6%" (KOTLER, P. Op.cit. p. 544.). Portanto nosso diferencial estratégico segue uma
tendência mundial na forma de oportunidade de comunicação.
"Conforme a revista time, com a saturação da mídia e a redução da credibilidade das
corporações, a tendência é praticar marketing sem que o consumidor perceba que está
sendo praticado. Luzzi Lãs Casas reforça esta idéia na p.379, "A indústria que está se
dedicando a propaganda alternativa está crescendo muito rapidamente e restam poucas
escolhas para as empresas, a não ser a de divulgar os seus produtos. Esta tendência no é de
ordem mundial. No Brasil, as empresas estão investindo mais em campanhas alternativas.”
(Lãs Casas, 2006, p. 379).

6.2 – Evolução do Marketing Esportivo

O desenvolvimento do marketing esportivo foi influenciado por mudanças no


tamanho do mercado, na taxa de crescimento do mercado, na rentabilidade industrial, na
política governamental, na disponibilidade de recursos, na mudança tecnológica, nas
economias de escopo e de escala, nas preferências do consumidor e na economia nacional.
As respostas das empresas a tais forças externas, a manipulação de produto, ponto, preço e
promoção, também influíram no desenvolvimento do marketing esportivo. (G. Pitts & K.
Stotlar, 2002, p.53)

6.3 – O Marketing e a Captação de Patrocínios

O esporte já demonstrou ser um excelente produto para as empresas, para o


governo, para a mídia e para os órgãos representativos da sociedade. É parte integrante da
indústria de entretenimento, que gera bilhões de dólares de receita e milhões de
oportunidades de emprego.

Mas quando falamos de grandes investimentos no esporte, estamos abordando


praticamente o universo das grandes corporações multinacionais e grandes empresas
nacionais. São elas que promovem suas marcas através de ações de marketing esportivo,
pois descobriram a força do esporte como mídia alternativa.
Utilizam o esporte como estratégia de globalização de suas marcas, de promoção de
seus produtos e de penetração em novos mercados. São os patrocinadores oficiais dos
mega-eventos esportivos, dos clubes de maior projeção, das equipes, das ligas, das
federações e dos atletas consagrados. (Melo Neto, 2003,p.83)

O patrocínio é a mais nova tendência no campo do marketing promocional e


institucional. Nos dias atuais, é o patrocínio a expressão maior deste tipo de marketing. Há
muito tempo vem apresentando índices crescentes de investimento, se comparado aos
investimentos na mídia convencional, como uma nova modalidade de mídia alternativa.A
crescente importância dos eventos já nos permite falar de marketing de eventos, e até
mesmo de marketing de grandes e de pequenos eventos. (Melo Neto, 2003,p.105)
7 – BRIEFING

A Top Speed é uma entidade criada para estimular e desenvolver todas as atividades
que se relacionem ao esporte automotor, nas seguintes categorias: arrancada, corrida de
automóvel, drift14, auto-cross15, manobras radicais e time trial16. Uma entidade criada no dia
1º de janeiro de 2006, com 3 sócios fundadores, visando a prestar assistência e serviços
necessário a pratica do automobilismo, por todas as formas diretas ou indiretas, particulares
ou públicas, informativas ou executivas, no setor esportivo de competição, junto aos órgãos
coordenadores e fiscalizadores do transito e transportes. Sendo assim administrado por uma
diretoria assim constituída: Presidente; Viça-presidente; Diretor administrativo e financeiro;
Diretor Técnico e Desportivo e Diretor Social. Com o estatuto estando em conformidade
com a lei 10.406 de 10 de janeiro de 2002, tendo sua principal característica a promoção de
eventos sem agredir o meio ambiente.

7.1 – Dados Gerais e Administrativos

A Top Speed Motor Club é uma entidade civil sem fins lucrativos; prática do
esporte automobilístico; pela demanda de eventos automobilísticos de alto nível, fundada
em 1º de Janeiro de 2006 com duração indeterminada, fundada por Helio Fausto Souza
Neto (presidente) Beatriz Fausto Souza (1ª vice-presidente) e Maria Hedwiges Monteiro
Siqueira (2º vice-presidente)

Endereço: SCIA quadra 14 conj.2 lote 14 sala 3

Ramo de Atividade: Promoção de eventos esportivos no ramo do automobilismo


promovendo novas categorias além das já existentes.

Infra-Estrutura Física: A TOP SPEED tem sede própria, possui em suas instalações
computadores, telefones e todo o material necessário para uma empresa de eventos
esportivos; a empresa possui veículo próprio e a mão de obra necessária para estruturação
14
Categoria de corrida onde o objetivo é controlar o veículo na iminência de perda de controle.
15
Corrida com automóveis devidamente preparados para terreno barros e com obstáculos.
16
Encontro de entusiastas de corrida, para andar na pista do autódromo.
dos eventos é terceirizada. Razão social: Top Speed Club; CNPJ: 08 568 557/0001-35
Insc.Est. 07 484 801 /001-27 telefone: 3363-8763 email: heliofaustohb@hotmail.com,
funcionamento: de 8:00h às 18:00h, não possui filiais

7.2 – ESTRUTURA GERENCIAL

7.3 – AMBIENTE ORGANIZACIONAL

7.3.1 - Ambiente Interno

A organização pretende alcançar seus objetivos através de parcerias e patrocínios.


Apesar da estrutura física limitada, os diretores da empresa tem bastante experiência no
meio automobilístico. A estruturação física dos eventos realizados pela Top Speed é
realizada através de empresas terceirizadas, que são contratadas para montagem de
equipamentos, conservação e limpeza.

7.3.2 - Missão
A missão da Top Speed é de garantir um final de semana repleto de atividades e
entretenimento para todas as famílias que apreciem esportes automotores, além de
oferecer informações, promoções e premiações.

7.3.3 – Visão

A top speed tem como visão ser uma empresa pioneira na promoção de eventos
automotores, aliando entretenimento e a busca por novas alternativas de combustíveis e
tecnologia.

7.3.4 -Valores

Atuar pela valorização dos esportes automotores.


Aperfeiçoar a segurança de suas provas.
Investir em desenvolvimento sustentável
Ter uma postura ética com seus clientes, funcionários, fornecedores e parceiros.
7.4 – Análise de Ambiente – Matriz S.W.O.T

Ambiente Interno

Pontos Fortes Pontos Fracos


Equipe preparada profissionalmente Poucos recursos para investimentos
Conhecimento no meio automobilistico Pouco tempo de existência da empresa
Estrutura montada da empresa Pouca experiência na área de eventos
Parcerias com patrocinadores já existentes

Ambiente Externo

Oportunidades Ameaças
Grande procura por eventos automotivos Concorrência
Estabilização Econômica Não adesão de parceiros
Interesse por combustíveis não poluentes Mudanças na Política de Combustíveis
Publico pagante Poucas empresas patrocinadoras
8 – ANÁLISE DA COMUNICAÇÃO

8.1 – Comunicação Interna

A comunicação interna da Top Speed é feita no dia-dia o tempo todo através das pessoas
que se encontram na empresa, na troca de informações. Ou seja, a empresa opta por uma
comunicação informal já que sua estrutura de pessoal é ainda modesta.

8.2 – Comunicação Externa

A comunicação externa da Top Speed é feita pela divulgação de cada evento, através de
panfletos, cartazes, internet, radio e televisão. Contando também com uma vasta lista de
associados que são contatados através de e-mails. Mantém também um cadastro de pessoas
que já participaram de outros eventos realizados pela empresa.
9. ANÁLISE DA CONCORRÊNCIA

O mercado de eventos automotores está em crescimento em todo o país, em Brasília


já existem algumas empresas chamadas de Club, que realizam esses eventos. No entanto,
são eventos com o baixo nível de publicidade, estrutura e inscritos. O esporte vem tendo
um crescimento apenas onde existe a presença da mídia em grande escala, deixando de fora
parcerias e o público que acompanha o esporte também em pequena escala, no caso dos
eventos regionais. Com isso a criação dessas empresas vem tendo um bom crescimento
regionalmente.
10 – DIAGNÓSTICO

A Top Speed é uma empresa de pequeno porte, há um ano no mercado. Possui bom
relacionamento entre a diretoria o que facilita a comunicação interna da empresa. É uma
organização com vasta experiência no automobilismo nacional. Para estar à frente de seus
concorrentes a Top Speed vem investindo em publicidade e marketing para o
desenvolvimento de eventos automotores com parcerias e patrocínios. Sua experiência a
credenciou a tentar novas modalidades de competição. A proposta desse trabalho é a
elaboração de um plano de comunicação para capacitá-la a disputar novas alternativas no
mercado em que atua, especialmente no que diz respeito a eventos que sejam utilizados
como laboratórios de testes para combustíveis alternativos.
11 – PLANO DE COMUNICAÇÃO

As ações propostas para esse plano de comunicação incluem a produção e


distribuição de panfletos, cartazes, folhetos, outdoor, mala direta com correspondências
para associados, propagandas no radio e TV, internet com site e fórum de conversação
sobre os eventos e assuntos relacionados com a divulgação dirigida para o meio
automobilístico.

12 - Objetivo Geral:

Desenvolver categoria de Automobilismo Nacional, que atuará como um laboratório de


testes para o uso de biocombustíveis.

12.1 - Objetivos Específicos:

Criação de uma categoria de automobilismo que utilize o biocombustível como fonte de


energia.
Promover um campeonato nacional desta categoria com provas ocorrendo em vários
estados do país.
Criar um desafio entre pilotos que tenham se destacado durante o ano. Serão convidados de
várias categorias.

12. 2 – Parcerias Institucionais

Este evento necessita do apoio de empresas interessadas tanto na preservação


ambiental como no desenvolvimento dos biocombustíveis. Buscar o apoio da maior
empresa brasileira no desenvolvimento de combustíveis, que é a Petrobrás, é essencial para
o sucesso do projeto, já que a mesma tem o interesse de se tornar a maior empresa de
combustíveis do planeta, tem grande interesse na preservação do meio ambiente e pode
fazer com que o país se torne o maior exportador de biocombustíveis do mundo. Outras
parcerias também se fazem necessárias, como as parcerias com os fabricantes de
automóveis. Estas empresas acompanham o desenvolvimento de novas tecnologias para
aplicarem nos seus veículos, isto quando as mesmas não desenvolvem sua própria
tecnologia. No Brasil todas as montadoras já fabricam carros do tipo flex (movidos a álcool
e gasolina), o sucesso desta tecnologia é só o começo de uma transformação que se inicia, a
transformação de veículos destruidores a veículos conservadores do meio ambiente.
13 – AÇÕES DE COMUNICAÇÃO

O evento por si só será um instrumento de divulgação das novas tecnologias


referentes ao biocombustível. Para divulgação do lançamento do evento e suas respectivas
etapas usaremos a mídia televisiva. As provas ocorrerão em diferentes estados e para cada
estado usaremos as mídias locais para divulgação de cada etapa, além de rádio, panfletos e
promoções.
Este evento ocorrerá durante as férias das principais categorias automotivas
nacionais que ocorrem entre dezembro e fevereiro. A cada 15 dias acontecerá um desafio
diferente em um estado diferente. Portanto 15 dias antes de cada apresentação todo o
material de publicidade deverá estar pronto. A organização montará na semana do evento
uma pista com uma estrutura que abrigará os pilotos as equipes e o publico presente. Na
sexta-feira, treinos livres para reconhecimento da pista e posicionamento de fiscais , no
sábado treinos classificatórios na parte da manha e a tarde reunião com pilotos para
organizar grid de largada e últimos ajustes. No sábado a noite um coquetel com convidados
e a presença dos 10 primeiros classificados para interagir com o público e a imprensa.
Domingo o dia começa com apresentações radicais com carros, motos. Logo após as
apresentações ocorrerão os desafios divididos por carros de vários modelos, os pilotos
correrão em duas pistas paralelas disputadas em duas baterias, com uma chave
classificatória montada através de um sorteio no sábado, após todos os participantes terem
se enfrentando e pilotando todos os carros em desafio, a organização avaliará os
desempenhos para assim chegar a um vencedor. Por fim o podium, festa feita para os
vencedores, onde estarão todos os patrocinadores , participantes do evento e imprensa.
15 – CONSIDERAÇÕES FINAIS

O biocombustível além de proporcionar recursos financeiros ao país, de melhorar as


condições de vida dos produtores rurais pode ser incorporado a um evento de sucesso a
nível nacional. É o que esperamos deste evento, que ele se torne a cara do desenvolvimento
do Brasil, mostrando toda nossa capacidade tecnológica aliada ao desenvolvimento
sustentável.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Forma correta de citação – sobrenome do autor, nome do autor, título, edição, editora e ano
de publicação.

Da Costa, Lamartine, Atlas do Esporte no Brasil, 1ª edição, 2005.


Las Casas, Alexandre Luzzi, Administração de Marketing, 1ª edição, 2001.
Mullin, Bernard J.; Hardy, Stephen; Sutton, Willian A., Marketing Esportivo, 2ª edição,
2004.
Pitts, Brenda G.; Stoltlar, David K., Fundamentos de Marketing Esportivo, 1ª edição, 2002.
Derzi, Tufic, Comunicação e Negociação em eventos esportivos, 1ª edição, 2005.
Martins, Leandro, Marketing, 1ª edição, 2006.
Neto, Melo, Marketing de Patrocínio, 1ª edição, 2003.
ANFAVEA Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, Indústria
Automobilística Brasileira uma história de desafios, 1994.
ANFAVEA Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, Indústria
Automobilística Brasileira 50.000.000 de veículos produzidos, 2007.
ANFAVEA ,Anuário da Indústria Automobilística Brasileira, 2007.
Encarte revista Época, Fórum de Desenvolvimento Sustentável, 2007.
Revista Época, nº 485, do petróleo ao biocombustível, setembro de 2007.
Revista Época, nº 472, Os oito passos para o Brasil virar uma potencia, junho de 2007.
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http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u116337.shtml acessada em 01/11/2007
http://www.anp.gov.br/leg/legislacao.asp acessado em 08/11/2007.

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