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PUBLICIDADE E PROPAGANDA
FORTALEZA
2014
ANTONIO WELUILSON SILVA FILHO
FORTALEZA
2014
ANTONIO WELUILSON SILVA FILHO
Aprovado dia:____/____/____.
BANCA EXAMINADORA
_______________________________
PROF.ªMs –CRISTINA GOMES FREIRE
ORIENTADORA– FANOR
_______________________________
PROF.Ms.- OSVALDO EUCLIDES DE ARAÚJO
EXAMINADOR – FANOR
_______________________________
PROF. Esp. - THIAGO OCCIUZZI DE MELO SOUSA
EXAMINADOR – FANOR
Dedico esse trabalho a
minha mãe e a todos os
familiares, a minha
orientadora e a todos os
meus professores e amigos
que contribuíram para a
realização do presente
trabalho.
AGRADECIMENTOS
Sempre que nos deparamos com os caminhos que nos conduzem a novos
passos, tanto no pessoal, acadêmica, e profissional, percebemos que tudo
dependeu do apoio de pessoas que contribuíram direto ou indiretamente para
nosso crescimento.Portanto, para homenageá-los faço meus sinceros
agradecimentos, pois de tal forma todos foram importantes para a conclusão deste
trabalho.
Quero agradecer primeiramente a Deus, que me deu força, paciência, e
sabedoria para trilhar um caminho, e superar todas as eventuais adversidades. A
minha mãe, que sempre acreditou e confiou em mim, me apoiando nos momentos
que mais precisei.
Agradecer a minha orientadora Cristina Freire, que doou uma parte do seu
valioso tempo, para se dedicar com grande capacitação, paciência, e atenção a
construção deste trabalho, além de ser uma grande inspiração para mim. Ao
professor Osvaldo Euclides que foi o motivador para alguns dos trabalhos que
engradeceram minha formação acadêmica. Ao professor Thiago Occiuzzi, que tem
inspirado a mim, como profissional que ele éensinando com entusiasmo e dedicação.
A todos os meus professores e coordenadores do curso de publicidade e
propaganda que fizeram parte da minha jornada acadêmica, dedicando-se ao
máximo na transmissão de conhecimento e sabedoria.
Todos os meus amigos que me apoiaram para que este trabalho fosse concluído
com sucesso, e meus colegas do curso de Comunicação Social, e estágio, que fizeram
parte desta etapa da minha vida.
RESUMO
The Neuromarketing is still a recent study, and the information about subject is
very limited because there is little supply of books with the theme limited the
amount of technical knowledge. Since it started being discussed, some companies
and brands have begun to put into practice the theories, while others have used
the unconscious form or not. In fact, when talking about Neuromarketing not only
referring to the mapping of the brain, but also the relationship that brands have
with consumers through sensory experiences. Therefore, this paper is to enrich
the knowledge on the subject for students of advertising, marketing and related
fields, and can to capture enough ideas here for creative advertising.
Clotaire Rapaille
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................10
1.1 OBJETIVOS.....................................................................................................12
1.1.1 GERAIS.........................................................................................................12
1.1.2 ESPECÍFICOS..............................................................................................13
1.2 JUSTIFICATIVA...............................................................................................13
1.3 METODOLOGIA...............................................................................................14
1.3.1 Método Indutivo...........................................................................................15
1.3.2 Método Exploratório...................................................................................15
1.3.3 Método Bibliográfico...................................................................................15
1.3.4 Método Monográfico...................................................................................16
2 COMUNICAÇÃO E SOCIEDADE DE CONSUMO.............................................17
3 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR..........................................................27
3.1 OS ARQUÉTIPOS COMO FORMA DE CONHECER O CONSUMIDOR........31
3.2 DESEJOS E NECESSIDADES........................................................................35
3.3 A PERCEPÇÃO DO CONSUMIDOR...............................................................37
4 NEUROMARKETING..........................................................................................42
4.1 NEURÔNIOS-ESPELHO.................................................................................45
4.2 CONTEÚDOS SUBLIMINARES.......................................................................47
4.3 ÉTICA AO NEUROMARKETING E COMUNICAÇÃO.....................................49
4.4 ESTÍMULOS EMOCIONAIS COMO FORMA DE PERSUASÃO.....................52
4.5 MARKETING SENSORIALE OS SENTIDOS DO CONSUMIDOR..................54
4.5.1 Paladar.........................................................................................................56
4.5.2 Visão.............................................................................................................58
4.5.3 Olfato............................................................................................................60
4.5.4 Audição........................................................................................................63
4.5.5 Tato...............................................................................................................66
5 CONCLUSÃO.....................................................................................................69
4 REFERÊNCIAS...................................................................................................72
10
1 INTRODUÇÃO
O marketing hoje, tem seguido padrões de planejamentos que não estão mais
funcionando com os clientes. As ações já não estão mais trazendo o resultado
necessário e nem o esperado, e muitas vezes o consumidor fica desacreditado de
uma marca ou da propaganda que o anuncia.
Quando o marketing é bom, ele precisa ter originalidade nos produtos, com
formas de chamar a atenção no ponto de venda, preços justos, e uma propaganda
que vá além da expectativa do consumidor. Eles esperam ser atingidos de uma
maneira que mexam com o emocional, e seus sentidos.
No entanto, o marketing atual está sofrendo mudanças que os profissionais
ainda estão descobrindo aos poucos,pois desde que o conceito de marketing passou
a existir, houveram transformaçõese diversas fases. Com o decorrer do tempo, a
sociedade modificou, e o marketing teve que ir se adaptando a ela. Agora não é
diferente, a sociedade está novamente em fase de transformação, e o marketing
precisa acompanhar estas mudanças.
Os consumidores querem sentir emoção, ao ver uma ação de marketing ou a
uma propaganda, ver aquilo que eles realmente esperam da marca, a satisfação dos
seus desejos, e o suprimento que anseiam suas necessidades. O cliente quer
explorar seus sentidos, encontrar nas marcas e produtos aquilo que possam
completar o que lhes falta, a emoção e a satisfação.
Não existe mais aquele consumidor padrão, pois as tribos estão se
disseminando, o consumidor está ficando cada vez mais eclético em relação aos
produtos, sendo determinado sua escolha apenas pela impressão, e o sentimento
que a marca lhes passa.
Existem algumas marcas que sabem usar essas ferramentas, conhecem
quem são seus consumidores, e o que eles gostariam que a marca lhes
proporcionasse. Essas são as marcas que estão nos topos das maiores, pois usam
e exploram ao máximo a emoção e os sentidos do consumidor, pois é exatamente o
que causam a recordação, e que o influenciam no momento da compra.
O neuromarketing nada mais é, que uma ferramenta de estudos, que pode
observar a mente dos consumidores e entender o motivo que levam as pessoas a
consumirem, e quais os elementos que podem influenciar em seus comportamentos,
e no geral, saber por que compramos.
Apesar de ser uma ferramenta recém-nascida, o neuromarketing já trouxe
alguns experimentos importantes para solucionar dúvidas das marcas, como no
12
1.1 OBJETIVOS
1.1.1 Gerais
1.1.2 Específicos
1.2 JUSTIFICATIVA
1.3 METODOLOGIA
Este estudo será embasado em pesquisas que traz em si, de formas indutiva,
a verdade dos fatos, e esclarecendo todos os argumentos descrito pelos autores. De
certo, as observações previstas para este trabalho são de um esclarecimento direto
e objetivo, que conduza o leitor ao conhecimento adequado. E de forma exploratória
serão descobertas através das pesquisas bibliográficas conhecimento sobre o
assunto.
15
__________________
1
Dar novo significado a um comportamento ou situação.
20
__________________
2
Categoria de bens que é passado hereditariamente, capaz de caracterizar status a certo individuo.
21
Segundo Colombo et al, (2008) a Segunda Guerra só fez com que o aumento
da produção de objetos industrializados continuasse tornando a efemeridade comum
aos produtos. A vida útil das invenções passou a ser efêmera, e a obsolescência
planejadase generalizou, fazendo com que o volume de consumo aumentasse, e
assim a produção dos objetos desejados fossem ampliadas (automóveis, roupas,
eletrodoméstico, etc.).
22
Conforme Barbosa (2004), para Colin Campbell, um dos poucos autores que volta
sua teoria para a sociedade de consumo e ao mesmo tempo sobre por que
consumimos, considera que o consumismo, caracteriza-se primeiro pelo lugar
ocupado nas emoções e desejos subjetivamente5, fazendo com que procuremos
mais gratificação dos mesmos do que a satisfação de necessidade.
Com o surgimento dos meios de comunicação, a propaganda passa a ganhar
espaço para as divulgações dos produtos, padronizando-os, e tornando-se
desejados por vários tipos de grupos sociais.
__________________
5
Que vem do pensamento do próprio sujeito.
26
3 O COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR
É a prática cultural, que irão fazer com que uma pessoa adquira determinado
pensamento, ou inconsciente coletivo cultural. Com um passar dos anos quando
32
ficamos mais velhos, nossos arquétipos se tornam cada vez mais fortes, pois o
aprendizado e a cultura fortalece os caminhos neurais. Segundo Rapaille (2001, p.
114) “As pessoas idosas tornam-se rígidas; elas continuam usando as mesmas
estradas mentais sem parar, o que torna impossível para novos caminhos competir
com elas.” Para chegar até uma estrutura bem concreta, o cérebro humano passa
por anos de aprendizados, que o transformará na pessoa que ela será no futuro.
A partir do momento que uma pessoa nasce até a idade adulta, a mente cria
caminhos neurais, fruto de um aprendizado contínuo, estabelecido pelos conceitos
culturais e psicológicos, estes sendo chamados de arquétipos. Os arquétipos
passam a ser importantes para entendermos o comportamento do consumidor,
porque tudo é proporcionado através de suas crenças, seus costumes, e valores.
Segundo Rapaille (2001, p. 79), “Os arquétipos são aquilo que é assimilado quando
aprendemos uma cultura – um conjunto de formas ou práticas que a cultura deposita
naqueles que pertencem a mesma comunidade, ao mesmo sistema cultural e ao
mesmo sistema linguístico”.
Quando uma mensagem publicitária é direcionada a certo público, e o mesmo
produto ou marca é levado para um público de cultura diferente, porém com o
mesmo target8 (idade e sexo) esta mesma mensagem deve ser modificada conforme
seus arquétipos culturais, pois cada cultura recebe, e interpreta diferentemente de
outra. Para Pradeep (2012, p. 74), “A idade e o sexo afeta diretamente o
condicionamento do cérebro. História familiar, grau de instrução, cultura e
experiência influenciam a nossa maneira de pensar e sentir”.
Quando uma marca quer chamar a atenção de um público especifico, eles
sempre devem ter as informações que o público tem familiaridade, então,
informações de uma sociedade e os costumes de acordo com a idade e o sexo terão
maior percepção se forem bem planejadas.
Quando passamos a entender esses arquétipos, aprendemos o que motiva o
consumidor a se comportar de tal maneira, chegando com maior facilidade nos
campos da emoção. E é a emoção que irá gerar os neurotransmissores do cérebro,
que estabelecerão os caminhos que irão se transformar nos arquétipos. Para
Rapaille, (2001; p. 88) “A Emoção é a energia que gera os transmissores liberados
biologicamente no cérebro, estabelecendo assim esses caminhos neurais. ”
____________________
8
É uma expressão usada para designar o público alvo de um produto ou serviço.
33
Rapaille diz que (2001, p. 139), “quando experimentamos algo pela primeira
vez, uma “estrada mental” é criada no sistema nervoso e, a partir daí, usamos esse
caminho ou cadeia de neurônios no cérebro”.É através das sinapses que esses
caminhos neurológicos (arquétipos) são formados.
No entanto, podemos entender uma sociedade, a partir de seus arquétipos,
pois os arquétipos culturais são semelhantes para as pessoas de uma mesma
localidade. Culturalmente falando, os seus costumes são os mesmo, e os
aprendizados e experiências acabam sendo bem parecidos.
“Não importa o quanto tentemos, não podemos nos livrar da nossa cultura,
pois ela penetra profundamente no nosso sistema nervoso e determina o modo
como percebemos o mundo.”(RAPAILLE, 2001, p. 174)
Portanto, entendendo esses conceitos arquetípicos, podemos considerar que
o consumidor se comporta de tal maneira, que uma mensagem publicitária será
capaz de persuadi-los com facilidade.
São através dos ícones de uma sociedade que a publicidade pode conquistar
o consumidor, pois sua realidade cultural quem irá fazê-lo aderir um produto. “Se
você não gosta de vinho, é altamente improvável que uma Característica Icônica
Neurológica relacionada à experiência real de consumi-lo o levasse a comprar uma
garrafa, e o mesmo se aplica a qualquer outro produto.” (PRADEEP, 2012, p. 227)
Quando se vai planejar uma campanha a um público especifico, deve-se levar
em consideração sua realidade, o que ele já tem costume de fazer, pois somente
assim, pode-se causar emoção neste consumidor. Segundo Lindstron (2009), se
ligarmos o produto ou marca aos rituais culturais, trará uma emoção bem maior para
a marca, tornando as compras memoráveis.
Os arquétipos são elementos bastante fortes para o marketing, ajudando na
hora de planejar uma comunicação. Se bem planejada pode ser usado a longo
prazo, já que “é preciso muito tempo para modificar arquétipos culturais”(RAPAILLE,
2001, p. 90).
Quando o indivíduo faz uma compra para satisfazer algum tipo de desejo e
necessidade, hormônios são liberados, causando sensação de prazer, fazendo com
que ele tenha ainda mais a vontade de comprar. No nosso cérebro, essa sensação é
tão forte, que destrói qualquer sentimento de mal-estar, deixando um conforto e
satisfação psicológica.
Essa satisfação psicológica nem sempre é duradoura, as vezes após a
compra a vontade de querer comprar pode apenas aumentar. O consumidor passa
por uma dissonância cognitiva, conflitos internos, que muitas vezes fazem entrar em
dúvida entre um produto ou outro. “A abordagem cognitiva da motivação propõe-se
levar em consideração o que se “passa na cabeça” do organismo que se comporta.”
(KARSAKLIAN, 2000, p. 24)
37
Existem vários fatores que causam a percepção nas pessoas, fatores internos
e externos. São elesque determinarão o grau de atenção de cada indivíduo, para
que a percepção seja estabelecida.
Para Solomon (2002) a percepção é o processo pelo qual as sensações de
estímulos básicos como a luz, a cor, o som, os odores e as texturas são
selecionados, organizados e interpretados. Esses são os fatores externo,
responsáveis por esses estímulos, e os internos são as experiências vividas, e o
psicológico da pessoa naquele momento.
A atenção faz parte para que a percepção aconteça. O inusitado é um
elemento que intensifica a atenção, assim como o contraste, cores fortes, formas, e
tamanhos. Por exemplo: Quando uma ambulância está passando, o som intenso e o
clarão das sirenes chamam a atenção, tornando fácil a percepção dos motoristas
para abrirem o caminho. Outro exemplo, é quando estamos com muitas tarefas e
nos esquecemos de comer no horário devido, porém, a partir do momento em que
sentimos o cheiro de algo comestível, desperta em nós rapidamente a percepção de
fome, e a vontade de comer.
“A percepção é parte de um sistema dinâmico de comportamento; por isso, a
relação entre as transformações dos processos perceptivos e as transformações em
outras atividades intelectuais é de fundamental importância” (VYGOTSKI, 1998, p.
44 apud CUNHA, GIORDAN, 2012, p. 115).
Portanto, cada indivíduo relaciona suas percepções a informações que vem
adquirindo através de experiência vividas e o conhecimento sociocultural. Essas
percepções chegam ao consciente de uma forma organizada, pois através dos
sentidos são processadas essas informações.
O grau de percepção será determinado pelos sentidos, pois é através deles
que acontece “a seleção, organização e interpretação do impulso sensorial”
(WEITEN, 2010, p. 93).
O consumidor percebe um produto, quando algo lhe chama sua atenção, e
não é qualquer objeto que pode chamar a atenção de uma pessoa. Primeiro o
cérebro seleciona os estímulos, ampliando grau de atenção, para que o
objeto/produto seja percebido.
4 NEUROMARKETING
Uma das pesquisas mais conhecidas do neuromarketing foi feito por Martin
Lindstron, relatado em seu livro “A lógica do consumo”. No livro foi citado uma
experiência com os refrigerantes das marcas “Coca Cola” e “Pepsi”, para saber qual
deles teria maior aprovação pelo consumidor, em teste cego. Na pesquisa, a “Pepsi”
saio na frente, e a dúvida ficou, pois a “Coca Cola” era o refrigerante mais vendido
naquele momento. Então, foi feito uma nova pesquisa, só que agora identificando as
marcas, para saber se haveria alguma mudança nos testes neurocientífico. Dito e
feito, a Coca Cola agora saia na frente, pois o cérebro indicava maior satisfação ao
bebe-lo. A conclusão deste teste é que da primeira vez, por termos tendência a
gostar de coisas doces, a “Pepsi” teve maior aprovação pelo cérebro consumista, e
da segunda vez, como a marca aparecia, e a “Coca Cola” já tinha um grande poder
de mercado, o cérebro das pessoas passaram por uma influência de marketing.
Esses tipos de testes são feitos através de aparelhos de última geração, que
mapeiam o cérebro, e identificam a atividade cerebral, podendo ser realizado de
vários métodos. Segundo o Dr. Pradeep (2012), existem vários métodos para se
extrair informações do cérebro, dentre eles,o EEG (Eletroencefalograma), IRMf
(Imagem por Ressonância Magnética funcional), e o Biométrico. Porém o EEG seria
o método mais usado para fins de pesquisa, pois é um equipamento fácil de
transportar, e que tem trazido maior precisão dos resultados.
Com ele podemos garantir a captação de ondas de todo o cérebro, e a
extraçãode informações mais exatas, enquanto os outros indicam um leve atraso de
informações, podendo alterar os resultados. O EEG éum aparelho com um valor de
mercado inferior, comparado aos demais. Porémnão se pode descartar os demais
métodos, já que eles podem servir como um complemento nos resultados obtidos.
Segundo Pradeep (2012, p. 245), “O neuromarketing se mantém como o pilar
central sobre o qual se erige a propaganda inovadora”. Com pesquisas especificas,
a propaganda pode ser aperfeiçoada, trazendo através das informações novas
formas de levar até o consumidor o produto.
Quando se consegue penetrar no subconsciente, a facilidade de inovar
conforme o gosto do seu público é bem maior, tanto na comunicação, quanto no
próprio produto. “Existem diversas maneiras de se trazer para a Consciência o que
está na mente subconsciente do consumidor. Programas de entretenimento e
marketing interativo são apenas algumas das maneiras óbvias de se promover a
Conscientização.” (Pradeep, 2012, p. 145)
44
4.1 NEURÔNIOS-ESPELHO
humano podem ser ilimitados, porém alguns meios de comunicação podem haver
restrições, pois podem atingir apenas alguns dos sentidos. Mas existe um que pode
chegar a atingir todos os sentidos de forma bem direta.
Por mais que o consumidor queira agir de forma racional, a emoção é quem
vai ter maior controle sobre o comportamento, seja onde for. Quando um consumidor
vai a um ponto de venda, ele busca certo produto pela razão, pois sente a
necessidade de usá-lo em algum momento de sua vida. Porém a finalização da
compra é efetuada pela emoção, porque o mesmo produto poderá ter variações de
marcas e serviços, e apenas um chamará mais sua atenção que outro. Troiano
afirma (2009, p.46), “O consumidor diz o que pensa e faz o que sente”. Portanto
nosso comportamento será controlado na maioria das vezes pela emoção.
Segundo Roberts (2005), podemos até associar a razão e emoção, porém no
momento de decisão nosso emocional quem tem o controle. Mesmo que pensemos,
controlemos, para evitar comprar algo que não podemos, a emoção nos vence, e
acabamos comprando.
De acordo com Rapaille (2001, p.42), “O córtex cerebral pode ditar um monte
de critérios, mas o sistema límbico frequentemente sobrepuja as decisões
racionais”.Não adianta queremos anotar no bloco de nota o que vai para o carrinho
de compras, sempre levamos mais do que aquilo que havíamos planejado.
Por mais que as pessoas queiram ser racionais na maioria do tempo, o nosso
sistema emocional é quem vai proporcionar nossos estímulos, fazendo com que
nossas ações sejam involuntárias, contrariando nosso pensamento cognitivo.
Por mais que as pessoas não queiram assumir, elas sempre buscam estar se
relacionando com as marcas, buscando conexões novas, emoções fortes, e se a
marca estiver lhes proporcionando esses estímulos, o consumidor se envolve de
uma forma que nem ele mesmo percebe. “Nossas emoções nos dizem o que é
importante.” (ROBERTS, 2005, p. 43)
O consumidor interessa-se somente por aquilo que lhe traz algum tipo de
emoção, e se for interessante para ele, com certeza entrará para a lista de
54
importância. Então, o consumidor buscará se relacionar com aquela marca que seja
importante para ele, pois se tem algo de interessante, a marca o atrairá.
Segundo Solomon (2002, p. 52) “Os inputs9 captados por nossos cincos
sentidos são os dados crus que iniciam o processo perceptivo.” Se não passarem
pelo sentido, nada será percebido. Portanto, no marketing se quisermos que a
marca ou o produto seja percebida pelo consumidor, precisa-se levar a experiência
para maior quantidade possível de sentidos.
Todo nosso conhecimento chega através dos sentidos, mas eles são
muito mais do que sofisticados coletores de informação. Os sentidos
interpretam e priorizam. Quando nos sentimos emocionalmente
conectados, dizemos “Isso faz sentido”.
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9
É uma expressão usada para designar o público alvo de um produto ou serviço.
56
Hoje, a propaganda não é mais como era antigamente, pois apenas informar
sobre o produto, já não atinge tanto o consumidor. A marca deve envolver os seus
sentidos, se relacionando de uma forma direta, usando o sensorial, seja na tv, no
rádio, ou no ponto de venda.
57
4.5.1 Paladar
Este, é o motivo que faz com que o paladar seja tão adaptável, as células
estão sempre se renovando, e sendo reposta por outras novas.
O paladar é um sentido bastante influenciador, pois causa uma forte
persuasão no consumidor, as vezes ele age apenas na estimulação do consumo de
um produto, ou seja, apenas por observar outra pessoa saborear a refeição, o
consumidor passa a mentalizá-la como se estivesse degustando. Segundo Pradeep,
(2012, p. 68) “O paladar é um dos sentidos mais facilmente estimulados pelo
sistema de neurônios-espelho.”
Em uma propaganda, outdoor, ou banner, se for destacado uma degustação
de um produto alimentício, a campanha terá maior resultado positivo. Se
observarmos, é exatamente o que os fastfoods, lanchonetes, e sorveterias tem feito
em sua publicidade.
58
4.5.2 Visão
A visão é um dos sentidos mais importantes para que uma marca possa ser
apresentada a um consumidor, pois são as formas, contrastes, e cores que irão
chamar a atenção dos olhos para aquela marca ou produto. “As pessoas confiam
muito em seu sentido da visão, e elas virtualmente a comparam com o que vale a
pena (ver para crer).” (WEITEN, 2010, p. 94)
A visão é o maior responsável pelo reconhecimento de um determinado
produto no ponto de venda. Quando as marcas sabem transmitir bem a informação
ao cliente através de suas cores e contraste, o consumidor por sua vez irá
reconhecê-lo e decidir escolher tal marca. Conforme Cardozo (2004, p. 4), “O ser
humano é por essência visual. Sua realidade é moldada em termos de cenários e
imagens, formas e contrastes, que posteriormente são preenchidos de significados e
interpretações.”
Algumas das marcas mais conhecidas do mundo podem ser identificadas
pelas suas cores, que em algum tempo concretizou em sua comunicação visual a
sua cor dominante, para que o consumidor possa reconhecê-lo com facilidade no
mercado.
Tanto as formas como as cores, podem atingir inconscientemente o desejo de
usar ou ter um certo produto. Segundo Lindstron (2009, p. 135), “Um estudo
realizado pela Seoul International Color Expo revelou que a cor chega a aumentar o
reconhecimento de uma marca em até 80%.” As cores e os contrastes são
determinantes para chamar a atenção do consumidor, quando tal cliente encontra-se
em buscar de algum produto a primeira informação que ele visualiza são as cores.
59
Algumas cores são especificas para cada ação, e cada uma traz um feito
diferente nos consumidores. “Cores saturadas, como verde, amarelo, azul ciano e
laranja, são consideradas os melhores tons para captar a atenção, mas não
exagere: o uso extensivo desses tons pode oprimir as pessoas e causar fadiga
visual.” (SOLOMON, 2002, p. 54) Portanto, deve-se ser feita uma pequena analise
para saber quais as melhores cores podem ser usadas em tal campanha.
Segundo Pradeep (2012, p. 58), “A maneira mais fácil e mais eficaz de
chamar a atenção do cérebro consumista é com excelentes recursos visuais”, pois é
este sentido quem primeiro se atenta a um produto.
Em uma propaganda, a visão é a que mais podemos explorar, pois temos
diversas maneiras criativas de usar combinações de cores e formas, e levar ao
consumidor informações mais relevantes, que possam causar emoção. Para
Lindstron (2009, p. 134), “As cores podem ser muito poderosas para estabelecer
uma conexão emocional entre nós e uma marca.”
De acordo com Pradeep (2012, p. 16), “Os nossos sentidos recebem cerca de
11 milhões de informações por segundo. A maior parte chega através dos nossos
olhos, mas todos os outros sentidos – audição, tato, olfato, paladar e sensações
espaciais – também dão a sua contribuição.” Por este motivo, a visão é o sentido
mais explorado pelas agências de publicidade, que buscam resultados e retornos
imediatos dos consumidores.
A visão recebe informações de todas as formas, seja ela, consciente ou
inconsciente, porém em todas elas podemos extrair resultados positivos. Portanto,
as formas apresentadas em propaganda impressa, seja, jornal, revista, ou até
mesmo em panfletagem, não precisa ter exatamente significados racionais, pois o
subconsciente consegue decodificar as informações iconográficas10.
Quando a marca usa uma apresentação diferente, causando emoção, através das
formas e cores, a visão acaba guardando na memória subconsciente um vínculo
____________________
10
Mensagens representadas por imagens.
60
com aquela marca. Por exemplo, se a marca escolhe fazer uma panfletagem com
papeis especiais, e um recorte especial, levando o conceito de sua marca, o
consumidor irá se sentir emocionalmente atraído pela a propaganda, ao invés de
jogar o panfleto fora, ele pelo menos terá uma atenção bem maior.
Conforme Calazans (1992, p. 44), “Cerca de 90% dos estudos e pesquisa
realizados na área de percepção subliminar referem-se à comunicação visual.”
Portanto, essas formas de panfletos, e artes gráficas de propagandas publicitárias,
acabam sendo levadas para o subconsciente do consumidor.
No supermercado encontramos variáveis produtos com embalagens
diferenciados, e portanto, alguns tem mais destaques que outros. A nossa visão tem
maior impacto, quando o produto tem uma embalagem que se encaixa formando
uma mensagem iconográfica ou uma imagem. Pois, para Pradeep (2012), no nível
subconsciente tem-se um poder de destaque bem maior quando é escolhido uma
imagem ou iconografia em sua embalagem.
4.5.3 Olfato
4.5.4 Audição
Segundo Weiten (2010) Audição é captada pelo ouvido, que é divido em três
seções: o ouvido externo (pina, cone coletor de sons), ouvindo médio (vibrações do
tímpano, constituída pelos três menores ossos dos humanos; martelo, bigorna e
estribo), e ouvido interno (parte da cóclea, um túnel enrolado, preenchido de fluido
que contém receptores para a audição).
A audição chega ao ouvido através de ondas sonoras. Para Weiten (2010) as
ondas sonoras são vibrações de moléculas que viajam através de um meio físico,
como o ar, e se movem numa fração da velocidade da luz.
São através dessas vibrações que se originamos diversos sons que ouvimos.
O marketing e a propaganda apropriaram-se de alguns efeitos sonoros para atrair a
atenção do consumidor.
Os jingles, trilhas, e efeitos sonoros em propagandas podem trazer efeitos
emocionais bastante fortes em um comercial, pois é através da transmissão do
áudio que a imagem trará o sentimento, e influenciando as pessoas. De acordo com
Pradeep (2012, p. 243), “A música fornece contexto emocional para a publicidade, e
o cérebro usa o contexto para interpretar e compreender o significado e a
mensagem de um comercial.”
O uso dos efeitos sonoros acaba sendo bastante forte para a publicidade, e
sobretudo para chamar a atenção do consumidor a um produto ou marca.
Os Profissionais de Marketing a algunsanos, tem estudado sobre como o
consumidor poderia sofrerinfluência, e passar maior tempo na loja, para que
pudessem comprar mais. E a partir daí, perceberam que a música na loja poderia
entreter o consumidor, e leva-lo a custar dentro do ponto de venda e por
consequência consumir além do que havia sido planejado. Conforme Pradeep
(2012, p. 218), “O entretenimento também parece oferecer o benefício adicional de
fazer com que o comprador que foi a loja com o objetivo em mente examine outros
produtos com calma e fique mais descontraído.”
Para o neuromarketing, a audição é um dos meios que mais afeta o
comportamento humano. O Som, a música, ou qualquer tipo de barulho traz uma
mudança no comportamento das pessoas, seja ela boa ou ruim. O som de algo pode
despertar curiosidade, medo, alegria, e uma infinidade de sentimentos e reações. De
acordo com Lindstron (2009, p.137) “Foi descoberto que a música clássica pode
reduzir o vandalismo, a ociosidade e até mesmo os crimes violentos em parques,
estacionamentos de loja de conveniência e metrôs no Canadá.”.
Levando em consideração os aspectos comerciais, especificamente no ponto
de venda, a música pode até mesmo decidir uma compra, influenciando o
consumidor na sua escolha de produto. Pradeep (2012, p. 233) afirma que, “Na
verdade, no ambiente rico em estímulos das lojas, a capacidade de atrair a atenção
do cérebro com música ou efeitos sonoros se torna prioridade, mais do que no
ambiente doméstico.” A publicidade veiculada em Tv e rádio, que também levam os
estímulos sonoros para a residência do consumido, acabam se tornando um
complemento para a motivação de compra no ponto de venda.
65
lembrar a festa que você estava semana passa e lá você tomou “Spite”, logo, a
vontade de comprar a mesma marca será maior.
Existem estudos de modelos estratégicos que mostram esse tipo de ação
através do consumidor. De acordo com Schmitt (2002 apud PADILHA, 2007, p. 4), “é
através do modelo EPC (Estímulo, Processos e Consequências) que o varejo
poderá explorar o estímulo de seus clientes pela ferramenta da música, ou seja,
utilizando a própria música em ambiente de trabalho”. Para distrair o cliente,
evitando estresses nas filas dos caixas, a maioria das lojas de varejo usa o método
de distração com a música ambiente, já que o caso dos caixas lotado é um problema
difícil de resolver, pois a grande maioria das pessoas prefere ir pessoalmente fazer
as compras, em vez de comprar pela internet.
O som fica na memória, criando ligações com produtos podendo influenciar o
consumidor todas as vezes que elas são ouvidas. Para Pradeep (2012, p. 69) “Por
meio da audição, podemos gerar memórias nostálgicas profundas associadas a
momentos bastantes sentimentais acompanhados de som: as cantigas de ninar
realmente acalentam o bebê e o fazem adormecer.”
“Tradicionalmente, o som se foca no apelo à audição, em detrimento das
capacidades de escutar, enquanto os publicitários ignoram muito a noção de que o
som pode realmente influenciar nossas decisões de compra.” (LINDSTRON, 2012, p.
77) O som tem um valor grandioso à publicidade, porém, o uso é mínimo e mal
aplicado pelos publicitários. A comunicação e a propaganda sempre terá um tom de
emoção, quando o som estiver presente. No então, “as marcas, em todo o mundo,
subestimam o valor do som” (LINDSTRON, 2012, p. 59).
A audição tem duas propriedades, o escutar e o ouvir, que são bem distintas
quando levados ao pé da letra. Mas se o som for aplicado combastante criatividade,
poderá ser bem aproveitado e trará resultados bons.
4.5.5 Tato
“O tato é a ferramenta da conexão; quando todo o resto falha, a pele pode
ajudar” (LINDSTRON, 2012, p. 33).
67
Então, aproveitar o produto, ou até mesmo algo que simbolize a marca para
interagir com o consumidor, fará com que esse consumidor sempre busque usar a
marca.
Conforme Pradeep (2012, p. 71) “As áreas mais sensíveis do nosso corpo são
as mãos os lábios, o rosto, o pescoço, a língua, a ponta dos dedos e os pés.” E
quanto mais puder ser atingido esses lugares, mais irão mexer com o sentimento
emocional do consumidor.
69
5 CONCLUSÃO
6 REFERÊNCIAS
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dos estudantes universitários. São Paulo: McGraw: Hill do Brasil, 1978.
DAVIS, Melinda. A Nova Cultura do Desejo. Rio de Janeiro: Editora Record, 2003.
(304p.) Resenha de: SILVA, Janiene dos Santos e. Desejo Na
Contemporaneidade. Pensam. Real. Ano XIII, v. 25, n. 1/2010.
73
GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5. ed. - São Paulo:
Atlas, 1999.
KOTLER, Philip. Administração de Marketing. 10. ed. São Paulo: Prentice Hall,
2000. Tecnologia e Linguística.
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Porto Alegre: Bookman, 2012.
ROBERTS, Kevin. Lovemarks: O futuro além das marcas. [S.l.]: M.Books. 2004.
SOUZA, Pedro Pereira Luiz de. Notas para uma história do design. 3 ed. Rio de
Janeiro: 2ab, 2001.