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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ - UECE

CENTRO DE ESTUDOS SOCIAIS APLICADOS – CESA

SECRETARIA DE APOIO AS TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS - SATE

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO PÚBLICA

JULIANE DA FRANCA NASCIEMNTO CALDAS

O PROGRAMA BOLSA FAMILIA COMO INSTRUMENTO DE


DESENVOLVIMENTO SOCIAL NO COMBATE A FOME E A POBREZA NO
MUNICIPIO DE MAURITI

MAURITI-CE
2018
2

JULIANE DA FRANCA NASCIMENTO CALDAS

O PROGRAMA BOLSA FAMILIA COMO INSTRUMENTO DE


DESENVOLVIMENTO SOCIAL NO COMBATE A FOME E A POBREZA NO
MUNICIPIO DE MAURITI

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado ao Curso de Especialização
em Gestão Pública do Centro de Estudos
Sociais Aplicados da Universidade
Estadual do Ceará, como requisito
parcial para a obtenção da certificação
de especialista em Gestão Pública.

Orientadora: Profa. Me. Maria Rosa


Dionísio Almeida

MAURITI-CE

2018
3

JULIANE DA FRANCA NASCIMENTO CALDAS

O PROGRAMA BOLSA FAMILIA COMO INSTRUMENTO DE


DESENVOLVIMENTO SOCIAL NO COMBATE A FOME E A POBREZA NO
MUNICIPIO DE MAURITI

Aprovada em _______ de ______________ de 2018.

BANCA EXAMINADORA

_________________________________________________________________

Orientador: Profa. Me. Maria Rosa Dionísio Almeida

Orientadora

_________________________________________________________________

1º Examinador

______________________________________________________________________

2º Examinador
4

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a todos os meus


Colegas da Especialização de Gestão Publica
que teve imenso compromisso durante
todos os nossos encontros presenciais.
5

AGRADECIMENTO

Agradeço primeiramente a Deus pelo dom da vida, da paciência, da sabedoria,


por te me dado força e coragem de lutar nos momentos mais difíceis da minha vida.
Agradeço aos meus pais, por terem participado de todo o meu processo de
crescimento pessoal e acadêmico, tornando possível cada sonho meu a se realizar
Ao meu esposo José Júnior e minha filha Júlia por terem compreendido e
aceitado a minha ausência em muitos momentos de famílias, para que eu pudesse ir as
aulas.
Agradeço à minha Tutora Amanda que nos ajudou em todo processo de
aprendizagem dessa especialização e a minha orientadora Maria Rosa, que com muita
paciência e responsabilidade fez com que eu concluísse o TCC mesmo tendo muitas
vezes vontade de desistir, elas foram primordial para a construção e desenvolvimento
desse trabalho, obrigada pela paciência e dedicação, todas as orientações serviram para
que eu aprimorasse ainda mais o meu trabalho. Muito obrigada a todos vocês que
contribuíram diretamente ou indiretamente para que eu alcançasse os meus objetivos.
6

RESUMO

O principal foco desse estudo teve como objetivo analisar o Programa Bolsa Família
como instrumento de desenvolvimento social no combate à fome e a pobreza no
município de Mauriti. A construção deste trabalho foi fruto da problematização da
pobreza e do desenvolvimento social das famílias observação metódica do PBF, o meu
objetivo enquanto idealizadora foi observar quais ações o Município tem feito para que
as famílias superem a extrema pobreza e consigam se tornar uma família emancipada.
Para análise dos resultados foi realizada pesquisas bibliográficas, documental por meio
da aplicação do questionário ao Gestor municipal do Programa Bolsa Família no
Munícipio de Mauriti. No que tange o desenvolvimento do trabalho iniciamos com a
contextualização dos Programas de Transferência de Renda no Brasil, e como os
programas tentava amenizar a fome e a desigualdade social. Fazendo assim surgir o
Programa Bolsa Família mais complexo e unificando todos os programas anteriores.
Traz ainda como se deu a pesquisa, desde a sua área de estudo, métodos e analise
chegando aos resultados obtidos.

Palavras-Chave: Programa Bolsa Família, Pobreza, Desenvolvimento Social,


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ABSTRACT

The main focus of this study was to analyze the Family Grant Program as an instrument
for social development in the fight against hunger and poverty in the municipality of
Mauriti. The construction of this work was the result of the problematization of poverty
and of the social development of families. Methodical observation of the PBF, my
objective as idealizing was to observe what actions the Municipality has done so that
families overcome extreme poverty and succeed in becoming an emancipated family. In
order to analyze the results, a bibliographical and documentary research was carried out
through the application of the questionnaire to the Municipal Manager of the Bolsa
Família Program in Mauritius Municipality. Regarding the development of the work, we
began with the contextualization of Income Transfer Programs in Brazil, and how the
programs tried to alleviate hunger and social inequality. Thus making the Family
Program more complex and unifying all previous programs. It also draws on the
research, from its area of study, methods and analysis, reaching the results obtained.

Key Words: Program Bolsa Família, Poverty, Development, Social


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LISTA DE SIGLAS

BF – Bolsa-Família

CADÚNICO – Cadastro Único

CMAS – Conselho Municipal de Assistência Social

IA – Insegurança Alimentar

IBGE -

IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada

IPECE -

LOAS – Lei Orgânica da Assistência Social

MDS – Ministério do Desenvolvimento Social e Combate A Fome

PNAS – Política Nacional de Assistência Social

RMV – Renda Mensal Vitalícia

PBF – Programa Bolsa Família

PETI – Programa de Erradicação do Trabalho Infantil


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Sumário
1 INTRODUÇÃO.....................................................................................................................10
1.1 Justificativa...................................................................................................................11
2. OBJETIVOS.........................................................................................................................11
2.1 Objetivo Geral..............................................................................................................11
2.2 Objetivos específicos.....................................................................................................11
3. REFERENCIAL TEORICO...............................................................................................12
3.1 Contextualizando os Programas de Transferência De Renda no Brasil.................12
3.2 O PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA E SEUS IMPACTOS SOCIAIS.........................15
3.3 TIPOS DE BENEFÍCIOS OFERECIDOS PELO PROGRAMA BOLSA FAMILIA. .17
3. 4 IMPACTOS SOCIOECONÔMICOS DO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA.............17
4 METOOLOGIA....................................................................................................................21
4.1 ÁREA DE ESTUDO....................................................................................................21
4.2 NATUREZA E FONTE DOS DADOS........................................................................21
4.3 MÉTODO DE ANÁLISE.............................................................................................22
5 RESULTADOS E DISCUSÃO.............................................................................................22
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS...............................................................................................27
7.REFERENCIAS....................................................................................................................28
APÊNDICE...............................................................................................................................29
10

1 INTRODUÇÃO
Tais instrumentos se caracteriza como transferência de renda, acesso a saúde,
educação e assistência, bem como o apoio as famílias em situação de vulnerabilidade
social.
O Programa Bolsa Família possui uma longa trajetória, instituído desde de 2004
regulamentado pela lei 10.836, é considerado um dos maiores Programas de
transferência de renda no Brasil cujo o objetivo principal é o combate da fome, pobreza
e os elevados índices de desigualdade social. É notório o grande avanço desse Programa
possibilitando a assistência a milhares de famílias brasileiras, permitindo-as a melhoria
da sua alimentação bem como no atendimento das suas necessidades básicas.
De acordo com informações do Ministério do Desenvolvimento Social mais de
13,7 milhões de famílias estão cadastradas no Programa, e mais de 327,6 mil novas
famílias foram incluídas, tendo como despesas total de R$ 2.445.679.196,00 tendo
benéfico médio por família o valor de R$ 178,00. No Brasil a região que possui mas
famílias cadastradas no Programa é o Nordeste considerando uma região com maior
concentração de pessoas pobres no Brasil tendo 6.942.227,00 beneficiário.
(MINISTERIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL, 2018).
Para entender a pobreza no Brasil é preciso avaliar as transformações sociais que
o nosso país enfrentou, principalmente nas lutas dos direitos sociais, tais avanços são
decorrentes das políticas públicas que foram voltadas para a focalização dos pobres.
Para que houvesse a redução da pobreza foi preciso modificar o aspecto
econômico, diminuindo as taxas de juros, expandindo o crédito e aumentando os
investimentos públicos para a população foi pensado a melhoria e a valorização no
salário, como também os programas de transferência de renda, ampliando assim o
acesso das famílias nos mercados, fazendo com que a mesma tivesse o poder de compra.
A partir dos programas de transferências de renda os pobres começaram a sair da
linha da extrema pobreza, assumindo seu poder de compra e suprindo também as suas
necessidades básicas.
No Estado do Ceará, o município de Mauriti que possui uma população de
46.854 habitantes conforme o último censo do IBGE 2010 tem-se em média 11.389
famílias inscritas no Cadastro Único no período de 2018 sendo que 8.035 dessas família
possui
11

Desse modo problematizamos como as famílias beneficiarias do Programa


conseguem superar os desafios do combate à fome e a pobreza e como esse benefício
tem contribuído para o desenvolvimento das potencialidades tornando o beneficiário
emancipado.

1.1 Justificativa
É notório que o Programa Bolsa família desde o seu surgimento em 2003 tem
um papel importante em toda sociedade brasileira, sendo ela considerada a maior
política de transferência de renda no combate à fome e a pobreza, bem como a
desigualdade social, pois proporciona aos beneficiários uma melhoria considerável das
necessidades básicas, não se limitando somente as necessidades, mas também a garantia
dos direitos sociais, como acesso a saúde, educação e alimentação saudável.
Sendo assim procura-se identificar o impacto que o Bolsa família proporciona
para que as famílias consigam desenvolver suas potencialidades e busquem o seu
desenvolvimento social e econômico, melhorando assim a sua qualidade de vida.
O trabalho também busca verificar se os objetivos estabelecidos no Programa
possuem efetividade, e se as famílias conseguem se desenvolver socialmente e
economicamente diante de toda trajetória que percorre o Programa. Entre eles as ações
que o Município de Mauriti tem feito para contribuir de forma positiva para
emancipação social das famílias cadastradas.

2. OBJETIVOS
2.1 Objetivo Geral

Identificar o Programa Bolsa Família como instrumento de desenvolvimento


social para as famílias cadastradas no município de Mauriti-CE.

2.2 Objetivos específicos

Descrever o Programa de Transferência de Renda o Bolsa Família;


Identificar se as famílias beneficiarias do Programa Bolsa Família no município
de Mauriti possui com auxílio do programa requisitos para emancipação social.
12

Diante de todo contexto acima referido sobre o Programa Bolsa família,


explanaremos adiante como se deu toda estruturação do Programa Bolsa família

3. REFERENCIAL TEORICO

3.1 Contextualizando os Programas de Transferência De Renda no Brasil

Os programas de transferência de renda surgem na década de 30 em diversos


países Europeus na tentativa de atender os danos causados pela crise de 1929 em Nova
Iorque que abrange todo o mundo. Mas, é no Brasil que os programas ganham mais
destaque.
No contexto brasileiro situa-se um Sistema de Proteção Social entre os anos de
1930 e 1943 quando o país vivencia grandes transformações econômicas e também a
mudança do desenvolvimento agro-exportador para o urbano industrial. Esse
desenvolvimento permitiu que uma grande massa de pessoas ficasse excluída e que
agravasse ainda mais o quadro das desigualdades sociais.
Durante a década de 1970, surge a Renda Mensal Vitalícia urbana e rural um
programa de transferência de renda, focalizado especialmente para os idosos maiores de
70 anos e para pessoas com necessidades especiais, com renda inferior a ¼ do salário
vigente da época. Foi criada especificamente em 1974, a lei foi sancionada pelo general
Ernesto Geisel.( BEHRING 2011)
A Criação da Renda Mensal Vitalícia não estava associada a nenhuma política
Estatal, e sim partia de uma iniciativa individual junto aos profissionais do Ministério
do Trabalho que estavam preocupados com o funcionamento da Previdência Social.
A Renda Mensal Vitalícia era considerada injusta, pois amparava uma parte das
pessoas mais vulneráveis, que usava com fonte de financiamento sua própria
contribuição feita a previdência, logo era inútil já que os trabalhadores se inseriam no
trabalho formal por algum tempo, depositavam sua contribuição, mas logo estavam no
trabalho informal novamente.
Com a Constituição de 88 e a aplicação da Lei Orgânica da Assistência Social
(LOAS) de 1993, a RMV tem uma grande redução em 1995, uma vez que há uma
concessão dos Amparos Socioassistenciais. No âmbito da nova lei, o Benefício de
Prestação Continuada (BPC) é um benefício assistencial universal, a qual dispõe deste
benefício idosos acima de 65 anos e pessoas com necessidades especiais.
13

Os programas de transferência de renda aprofundam-se durante toda a década de


1990 e passa a se constituir no início do século XXI, como eixo principal da Política de
Assistência Social do Sistema Brasileiro de Proteção Social. Nesse momento, apresenta-
se um maior investimento nos Programas de Transferência de Renda na tentativa de
amenizar os elevados índice de desigualdade social e pobreza no país.
Na década de 90, José Márcio Camargo foi o autor da proposta de um programa
de transferência de renda articulado com a educação, então foi criado o Programa Bolsa
Familiar para Educação, “Bolsa-Escola”, esse programa ganhou grande visibilidade,
pois eram destinadas as famílias que tinham crianças com idade para estarem nas
escolas de 07 a 14 anos, essa seria uma preocupação básica de manter uma boa
escolaridade para as crianças e adolescentes.
Porém, houve uma derrota dos Partidos dos Trabalhadores, tal programa não foi
instituído a nível nacional, tendo sua implementação em alguns lugares, como
Campinas, Distrito Federal, e, mais tardar em Belém e Belo Horizonte.

“A ideia do programa Bolsa Familiar para Educação (Bolsa-Escola) era


atender os pobres excluídos, mas propondo superar as marcas dos programas
assistencialistas, cuja prioridade era a educação como pré-condição para a
“construção de uma modernidade ética”, numa postura de “revolução de
prioridades” em direção à universalização da educação”.(SILVA, 2007, p.68 )

Com toda a abrangência relacionada ao programa, surge então por parte das
iniciativas locais, a implantação de um programa parecido com o Bolsa-Escola, logo o
Governo Federal aprova uma lei que apoiava o financiamento dos municípios para a
implantação de tal programa.
Com a aprovação da lei, e um auxílio financeiro aos municípios pobres tem-se
uma totalidade, levando vantagem do Partido dos Trabalhadores já que era a sua
principal bandeira na área social, Fernando Henrique Cardoso no ano de 1997
implementou a lei, prestes ao período eleitoral, visando ter uma fonte possível de
dividendos eleitorais.
Não demorou muito e o programa veio a fracassar por falta de operacionalização
e organização dos repasses o mesmo passava por fragilidades estruturais na qual estava
envolvido, o programa passava por dificuldades, nos procedimentos do cadastro e na
seleção dos beneficiários.
14

Os municípios ficaram desinteressados, quando o mesmo de contrapartida teria


que contribuir com 50% do pagamento as famílias, isso acarretou um desestimulo, já
que o repasse feito pelo Governo Federal, também não era satisfatório.
Com todas as dificuldades presentes no programa em 2001 temos o
relançamento do Bolsa-Escola em que temos uma reformulação no valor do benefício,
como na efetuação do pagamento. Foi estipulado um valor único, para aqueles que
estivessem dentro das condicionalidades recebessem R$ 15,00 reais por mês, e o
benefício máximo R$ 45,00, o valor máximo só era pago para as famílias que
estivessem três crianças com as idades entre 6 a 15 anos, que estivessem frequentando a
escola.
O Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI), foi instituído em 1999,
para coibir o trabalho de crianças e adolescentes, nas áreas rurais e urbanas,
diferenciava-se dos novos programas, pois visava à proteção das crianças entre 07 e 14
anos que fazia um trabalho árduo, as famílias recebiam um valor de R$ 25,00 por
criança da zona rural e para aqueles que moravam na zona urbana o valor era R$ 40,00.
O programa teve parceria com diversos setores do governo, para a erradicação do
trabalho infantil nas atividades que eram consideradas perigosas e insalubres ( COBO
2012)
Com o aumento do número de famílias, surgi à necessidade de criar um cadastro
que viabilizasse as ações. No ano de 2001, o Cadastro Único constitui uma base de
dados sobre as famílias que estejam no perfil do programa, o mesmo foi criado no
Governo Lula para unificar os programas sociais.

O CadÚnico foi instituído em julho de 2001(Decreto n. 3.877), sendo


atualmente regulamentado pelo Decreto n.6.135 de 26 de junho de 2007.
Neste é definido como o instrumento de identificação e caracterização
socioeconômica das famílias brasileiras de baixa renda, a ser
obrigatoriamente utilizado para seleção de beneficiários e integração de
programas sociais do governo federal voltados ao atendimento desse público-
alvo. (COBO,2012, p. 2012)

O objetivo do Cadastro Único era fornecer dados das famílias potencialmente


beneficiárias dos programas sociais focalizados na pobreza, o mesmo é utilizado como
instrumento pelos três níveis de governo, (municipal, federal e estadual) auxiliando a
formulação das políticas, voltadas a população empobrecida.
15

Outro programa é o Bolsa Alimentação implantado no governo de FHC no ano


de 2001 sob ordens do Ministério da Saúde, visava reduzir as deficiências nutricionais,
para gestantes, e para crianças com até 6 anos, e a redução da mortalidade infantil das
famílias mais pobres o valor do benefício era de R$15,00 por criança. Para a efetivação
do programa era preciso que houvesse uma vinculação das famílias com o Sistema
Único de Saúde prevendo a realização das ações básicas da saúde. COBO 2012
Em 2002, foi criado o Auxílio Gás, outro programa de transferência de renda,
integrava as famílias que já faziam parte dos programas do governo federal, ou aquelas
que possuíssem até meio salário mínimo recebia a cada dois meses R$ 15,00, não havia
restrição quanto a composição familiar, seu objetivo era atender todos os pobres.
Logo, no mesmo ano houve um grande impacto a respeito da implantação de
novos programas sociais, apesar de existir vários programas de transferência de renda
não teve uma variação na proporção da pobreza no Brasil, por conta dos baixos valores
que eram pagos aos beneficiários.
No ano seguinte o atual presidente Luís Inácio Lula da Silva, anuncia um novo
programa o Bolsa Família que foi lançado para que houvesse a unificação dos
programas sociais que seria (Bolsa-Escola, Bolsa-Alimentação, Auxílio-Gás, PETI). A
Criação do novo programa requer condicionalidades voltadas para garantir a
participação do sujeito e a unificação teve o intuito de assegurar a equidade.

3.2 O PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA E SEUS IMPACTOS SOCIAIS

O Bolsa Família é considerado o maior programa de transferência de renda no


Brasil, criado em 2003 a fim de unificar os programas sociais já existentes que foram o
(Bolsa-Escola, Bolsa-Alimentação, Auxilio-Gás, PETI - Programa de Erradicação do
Trabalho Infantil). A unificação tinha um propósito corrigir alguns problemas de
operacionalização, visando um melhor planejamento dos programas e ampliação do
público-alvo.

“O BF tinha por objetivo unificar os programas de transferência preexistentes


e envolvia mudanças na administração da política de transferência no nível
ministerial e, certamente, tinha como objetivo central e urgente reverter o
fracasso amplamente percebido no que se referia à política social no início do
Governo Lula” (ROCHA, 2013, p.90)
16

Segundo Silva (2008), a unificação dos programas mediados pelo Bolsa Família,
tinham o objetivo de nortear e focalizar as famílias pobres, surgindo assim o Bolsa
Família que se institui como uma política de enfrentamento da pobreza no país. Sendo
assim o principal foco do programa seria as famílias, seja elas com grau de parentesco
ou afinidade, mas que convivam no mesmo teto.
Os objetivos do Programa Bolsa Família são; combater a fome, a pobreza e as
desigualdades, por meio da transferência de um benefício cuja finalidade é assegurar a
garantia dos direitos sociais básicos, como educação, saúde, alimentação e assistência
social, como também contribuir com a inclusão social das famílias beneficiarias,
propondo-lhes uma emancipação, para que ambas possam construir condições de sair
das situações de vulnerabilidades sociais.
Tendo como finalidade proteger os grupos familiares, o BF, possui alguns
critérios de elegibilidade para a inclusão das famílias que estão em extrema pobreza, ou
seja, serão inseridas no programa, as famílias que possua uma renda per capita de R$
60,00 a R$120,00 reais, desde que tenham gestantes, crianças e adolescentes.
O programa alcança uma ampla cobertura chegando a 11 milhões de famílias no
ano de 2006.O governo não pensava em aumentar esse número, temendo as políticas
antagônicas, tendo em vista que se a pobreza estava diminuindo, não haveria
justificativa para aumentar o número de famílias pobres atendidas pelo programa
(ROCHA 2013)
Foi concebido então um mecanismo que permitia aumentar o impacto do
Bolsa Família via expansão das transferências, com a vantagem de ser
praticamente inatacável do ponto de vista político: o pagamento de um
benefício aos jovens, incorporado ao Bolsa Família a partir de março de 2008
(ROCHA, 2013, p.132)

O desenvolvimento da economia traria consigo grandes percalços para a classe


empobrecida, assim surgem novas necessidades de ampliação da renda, por isso a
criação dos benefícios variáveis é somada com a necessidade que cada família possui.
O Programa Bolsa-Família teve alcances significativos e também limites, o que
ocasionou possíveis impactos do BF, atingindo os aspectos importantes da proteção
social das famílias, sejam elas pobres, extremamente pobres, mas que faziam parte do
público alvo do programa.
São destacados os impactos do BF para a realidade socioeconômica dos
municípios brasileiros; para a redução da desigualdade e da pobreza no
Brasil; para a segurança alimentar e nutricional das famílias beneficiárias; os
possíveis impactos na área do trabalho, da educação da população
beneficiária, bem como são apontadas possíveis impactos sobre as mulheres,
17

consideradas, preferencialmente, representantes da família junto ao BF.


(SILVA,2014, p.104)

Os impactos nos municípios brasileiros evidenciaram um aumento no comércio


varejista logo após a implantação do BF. Cresce o número de clientes nos mercados,
aumenta a variedade dos produtos, o comércio passa a atender uma grande clientela da
zona rural, e nos dias de pagamento, aumenta o fluxo de vendas, logo o comércio vai se
adaptando para atender as demandas que vem surgindo.
Em relação aos beneficiários, aumenta o acesso das famílias aos comércios e aos
poucos se tem uma melhoria de vida, pois as mesmas começam a atender suas
necessidades básicas. Em relação aos municípios há um grande crescimento no
comércio varejista, aumento dos postos de trabalho.

3.3 TIPOS DE BENEFÍCIOS OFERECIDOS PELO PROGRAMA BOLSA FAMILIA

O Programa oferece as famílias quatro tipos de benefícios: básico, variável,


variável vinculado ao adolescente e variável de caráter extraordinário.
O Beneficio Básico é vinculado a famílias extremamente pobres, essas famílias
recebem o benefício mesmo não tendo crianças, adolescentes ou jovens em sua
composição familiar com rendimento mensal por pessoa de até R$ 89,00.
Já O Benefício variável está vinculado a criança ou adolescente de 0,00 a 15 anos,
porém é exigida frequência escolar de crianças e adolescente de 6 à 15 anos (MINISTERIO
DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL, 2018).
O Benefício Variável Jovem foi incorporado ao bolsa-família em 2008, a fim de
complementar a renda familiar daqueles que já faziam parte do programa. O valor do
benéfico era de R$ 30,00 mensais, para as famílias que contivessem jovens de 16 e 17
anos que estivessem na escola, tal benefício era limitado somente dois para cada
domicílio, e servia como incentivo ao processo educacional fazendo com que esses
jovens permanecessem na escola.
O Benefício de caráter extraordinário é calculado caso a caso, e se constitui-se
de parcelas referentes a programas anteriores que, na data da sua incorporação ao
Programa Bolsa Família, exceda o limite máximo fixado para o Programa Bolsa
Família.
18

3. 4 IMPACTOS SOCIOECONÔMICOS DO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA

O Bolsa Família impacta sobre desigualdade e a pobreza, há grandes estudos que


mostram uma significativa e continua diminuição a respeito das mesmas desde 2001, o
Instituto de Pesquisa Econômica aplicada (IPEA) apud Silva 2014 apresenta as causas
responsáveis pela diminuição e pela melhoria da situação da pobreza e da desigualdade,
ela diz que houve uma combinação de fatores como o prosseguimento da estabilidade
monetária, o aumento econômico e reforço das políticas públicas; acréscimo real do
salário mínimo, ampliação do crédito popular; reformulações e ampliação dos
programas de transferência de renda aos extratos de menor rendimento.
A segurança alimentar e nutricional é um dos aspectos mais destacados nos
impactos do BF, entende-se que ambas são fundamentais e é direito de todos terem
acesso a uma alimentação de qualidade e de quantidade suficiente.
Tendo em vista que o programa possibilita as famílias a planejar o seu consumo,
e tendo o aumento e a variedade de alimentos com o recebimento do benefício BF,
pode-se constatar que a Escala de Insegurança Alimentar ( IA) ainda é alta, tendo em
vista que as famílias necessitam de boas condições, ambientais e habitacionais, e acesso
aos serviços básicos de saúde. O benefício do Bolsa-família não é suficiente para
assegurar as famílias a terem uma boa alimentação, assim seria necessário que as
famílias fossem atendidas por políticas e programas que pudessem assegurar, a saúde,
educação e moradia atendendo assim as necessidades básicas das famílias.
Em relação ao trabalho, os beneficiários do programa afirmam num estudo feito
por ARAUJO (2009) et al Silva 2014, que ele é um elemento constitutivo e articulador,
suprime algumas necessidades básicas, e tem uma melhoria na condição de vida.
Muitos falam que o trabalho é um reconhecimento social perante a sociedade,
mas existem aqueles trabalhos informais que são ocupados pela baixa renda. O trabalho
sendo estável é desejado como uma condição de segurança, que levaria muitas famílias
a não precisarem mais do BF.
Outro impacto importante do BF é na educação, pois ela pode contribuir de
forma positiva imaginando que se as crianças frequentarem a escola, futuramente
possam ter retornos econômicos, rompendo com os vícios da pobreza, porém o fato
dessas crianças estarem na escola e não evadindo, não significava que ela estivesse
19

aprendendo, pois muitas vezes o aluno está no ambiente escolar somente com o intuito
de receber o benefício.
Esse seria uma das formas do programa que deviriam ser trabalhadas, pois a
própria família não estaria incentivando seus filhos a terem mais educação, e sim um
olhar permanente de ser beneficiário não buscando assim sair da linha da pobreza.
O Bolsa Família também impactou na saúde, o programa teve uma repercussão
direta, diminuindo a taxa de mortalidade das crianças, quando a causa era a insegurança
alimentar, foi também responsável pela redução das mortes por desnutrição, e óbitos por
diarreia, como também a vacinação das crianças de 0 a 6 anos, e acompanhamento do
pré-natal com as mulheres grávidas.
A autonomia das mulheres também ganha espaço no programa, pois a mesma é
considerada responsável pela família, e o benefício sendo de sua responsabilidade elas
passam a exercer o papel protetor no crescimento e na saúde de seus filhos, sabem
melhor administrar o recurso, também ganham autonomia no que diz respeito a
libertação e opressão conjugal e passam a ter uma maior visibilidade perante a
sociedade, assumindo um total controle sob enquanto consumidoras.
O programa possui três dimensões que são consideradas essenciais, para a
superação da fome e da pobreza. De acordo com o manual de Capacitações para o
controle social nos municípios,(elaborado pelo o MDS) a primeira das três dimensões, é
a promoção do alívio imediato da pobreza por meio da transferência direta de renda às
famílias; a segunda o reforço ao exercício de direitos sociais básicos nas área da saúde
educação e assistência social, por meio do cumprimento das condicionalidades, o que
contribui para que as famílias consigam romper o ciclo da pobreza entre gerações; e a
terceira articulação de oportunidades para o desenvolvimento das famílias, por meio de
ações que promovam a superação da situação de vulnerabilidade e pobreza pelos
beneficiários do PBF.
São exemplos dessas ações: programas de qualificação profissional, de geração
de trabalho e renda, de melhoria das condições de moradia, de alfabetização de adultos,
de educação de jovens e adultos, além da tarifa social de energia elétrica, de
fornecimento de registro civil e demais documentos e da isenção de taxas em concursos
públicos federais.
Com estas dimensões para que a política seja de fato evidenciada, é preciso de
profissionais que estejam capacitados e envolvidos, para que os mesmos possam
efetivar esses direitos, é tanto que os municípios que aderem ao programa devem definir
20

a Instância de Controle Social (ICS), esse órgão permite que a sociedade participe e
acompanhe as avaliações e fiscalizações da política de transferência de renda.
É de responsabilidade do município a descentralização da gestão e a composição
da equipe técnica do CadÚnico, sendo ele um banco de dados contendo informações e
diagnósticos importantes das famílias beneficiarias, todas as suas informações são feitas
pelos os usuários, por isso ele se torna auto declarante, o que compete aos Conselhos de
Assistência Social(CMAS) a fiscalização e o controle da sua atuação na construção da
Política Nacional de Assistência Social(PNAS) como também o gerenciamento do PBF
nos referentes municípios.
Conforme a proposta do programa, deve ser visado o desenvolvimento das
famílias e existem algumas ações que possibilitam ao indivíduo a sua promoção social,
ações essas como alfabetizações, capacitação profissional, geração de ocupação de
renda, apoio na agricultura familiar, entre outras como a manutenção dos filhos nas
escolas. A frequência regular das crianças de 0 a 6 anos nos postos de saúde, frequência
de gestantes aos exames de rotinas, e a participação das famílias nas ações educacionais
alimentares fornecidas pelo governo.
O governo se preocupa de modo em geral com todos os municípios, fazendo
com que eles tenham conhecimento das condicionalidades, que são feitas pelo o MDS.
O principal foco do governo é divulgar as ações do programa então essas informações
são passadas através da mídia, da atualização do cadastro ou até mesmo pela vizinhança
e amigos familiares. Mas ainda assim se torna insuficiente, pois muitas familiais não
conseguem compreender, e acaba sendo desligado do programa por não cumprir as
condicionalidades.
O Cadastro Único sendo o responsável por gerir as informações, encaminha
essas famílias para o Assistente Social, o mesmo tendo uma visão privilegiada e dono
de um aparato teórico-metodológico e técnico-operativo, o mesmo é designado a
acompanhar e verificar a situação das famílias, e orientá-la a importância da
participação social em busca da emancipação, visto que o programa atua de forma
paliativa, na tentativa da superação da pobreza.
Porém é preciso que as famílias se conscientizem que o programa é apenas um
degrau para o alcance da autonomia, por isso a necessidade de inserir um profissional
diferenciado para que ele possa intermediar as necessidades do programa e suplantar o
processo de autonomia.
21

Os impactos nos municípios brasileiros evidenciaram um aumento no comércio


varejista logo após a implantação do BF. Cresce o número de clientes nos mercados,
aumenta a variedade dos produtos, o comércio passa a atender uma grande clientela da
zona rural, e nos dias de pagamento, aumenta o fluxo de vendas, logo o comércio vai se
adaptando para atender as demandas que vem surgindo.
Em relação aos beneficiários, aumenta o acesso das famílias aos comércios e aos
poucos se tem uma melhoria de vida, pois as mesmas começam a atender suas
necessidades básicas. Em relação aos municípios há um grande crescimento no
comércio varejista, aumento dos postos de trabalho.

4 METOOLOGIA

4.1 ÁREA DE ESTUDO

O município de Mauriti está localizado ao Sul do Estado do Ceará, distante 406


km da capital cearense em linha reta, possui uma área territorial de 1111,86 km², limita-
se ao norte com Estado da Paraíba e o município do Barro; ao sul faz limite com o
município de Brejo Santo, e os Estados da Paraíba e Pernambuco; ao leste com Estado
da Paraíba, já a oeste com os municípios de Brejo Santo e Milagres. Possui um clima
tropical quente semiárido, a pluviosidade é de 872,3 mm, os meses mais chuvosos são
fevereiro á abril. A temperatura média é de 24C° a 26C° (IPCE, 2016).
A população Mauritiense esta estimada em 44,240 habitantes de acordo com o
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – Censo Demográfico 2010,
apresenta um Índice de Desenvolvimento humano de 0,605 de acordo com o Instituto de
Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (IPECE), sendo que 11.389 dessa população
estão cadastradas no Cadastro Único desse Munícipio e 8.035 famílias possui
rendimentos mensais de 0,00 até 85,01 e apenas 466 possui renda per capita de 85,00
ate 170,01
Não se diferenciando da maioria dos municípios brasileiros, inseridos no
programa assistencialistas de transferência de renda, Mauriti possui famílias engajadas
no Programa Bolsa Família, contribuindo como uma renda adicional para aquelas
22

famílias que possuem uma renda per capita abaixo do necessário para atendimento de
suas necessidades. Com isso se torna necessário o aprofundamento do estudo, para
investigar se as famílias conseguem se tornar sujeitos emancipados

4.2 NATUREZA E FONTE DOS DADOS

O presente trabalho fará uso de dados de natureza primária, como de natureza


secundária. Os dados de natureza primária serão utilizados a pesquisa, compostas por
questões socioeconômicas e, por questões especificas que atendam aos objetivos da
pesquisa, no Cadastro Único de Mauriti.
Já os dados de natureza secundária, serão obtidos junto às instituições como
Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (IPECE), O Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE), e o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS),
dentre outras instituições que tratem do tema de estudo.

Entendemos por documento qualquer registro que possa ser usado como
fonte de informação, por meio de investigação, que engloba: observação
(crítica dos dados na obra); leitura (crítica da garantia, da interpretação e do
valor interno da obra); reflexão (crítica do processo e do conteúdo da obra);
crítica (juízo fundamentado sobre o valor do material utilizável para o
trabalho científico). (PRODANOV 2013 P .56)

Sendo assim de acordo com o autor é preciso uma avaliação em todo documento
utilizado como pesquisa, para que o mesmo seja de fontes seguras e que tenham valores
construtivos para o trabalho.

4.3 MÉTODO DE ANÁLISE

Para o desenvolvimento desse trabalho utilizou-se, a pesquisa descritiva visando


expor as características de uma determinada população por meio de técnicas; de
abordagem qualitativa que tem o ambiente como fonte direta da coleta de dados; de
natureza bibliográfica que são fontes já publicadas na tentativa de explicar algo; e de
campo que deriva a concretização dos fatos. O método utilizado para a coleta de dados
foi o Questionário, aplicado aos profissionais do Cadastro Único do Município de
Mauriti-CE.

5 RESULTADOS E DISCUSÃO
23

TABELA 1-Estimativas das famílias beneficiárias do PBF de Mauriti, 2018


Total de Famílias com cadastro atualizado 9.247
Famílias com cadastro atualizado e renda per capita até ½ salário mínimo 8.444
Taxa de atualização do total de famílias cadastradas 0,81
Taxa de atualização cadastral até ½ salário mínimo 0,82
Total de famílias cadastradas 11.389
Famílias cadastradas com renda per capita mensal de R$ 0,00 até R$ 85,00 8.035

Famílias cadastradas com renda per capita mensal entre R$ 85,01 e R$ 466
170,00
Famílias cadastradas com renda per capita mensal entre R$ 170,01 e ½ 1.831
salário mínimo
Famílias cadastradas com renda per capita mensal acima de ½ salário 1.057
mínimo
Total de pessoas cadastradas 35.004
Pessoas cadastradas em famílias com renda per capita mensal de R$ 0,00 até 25.325
R$ 85,00
Pessoas cadastradas em famílias com renda per capita mensal entre R$ 85,01 1.843
e 170,00
Pessoas cadastradas em famílias com renda per capita mensal entre R$ 6.054
170,01 e ½ salário mínimo
Pessoas cadastradas em famílias com renda per capita mensal acima de ½ 1.782
salário mínimo
Fonte: MDS (2018).

Segundo Silva (2014) o Programa Bolsa Família foi considerado o maior


Programa Social já desenvolvido no âmbito da proteção social no Brasil, não
significando a superação da pobreza no país. Pois como vemos na tabela acima
fornecida pelo o MDS o município Mauriti tem um grande numero de pessoas
cadastradas em famílias com renda per capita mensal de R$ 0,00 até R$ 85,00, essas
famílias são consideradas extremamente pobres.

Tabela 2 – Valor total de recursos financeiros pagos em benefícios às famílias (em Reais - R$ )
no município de Mauriti, 2018
Tipos de benefícios Valores (R$)
Benefício Básico 7.678,00
Benefícios Variáveis 8.948,00
Benefício Variável Jovem - BVJ 1.52,00
Benefício Variável Nutriz - BVN 235,00
Benefício Variável Gestante - BVG 333,00
Benefício de Superação da Extrema Pobreza - BSP 450,00
Fonte: MDS (2018).
24

As famílias extremamente pobres cadastrada recebe um benefício Básico de R$


89,00 segundo informações do MDS, porem esse valor pode ser maior e depende da
composição familiar, se existe a presença de crianças, idosos e gestantes bem como os
provimentos de renda da familiar . A família tem direito ao Benefício variável criança
ou adolescente de 0,00 a 15 anos, porém é exigida frequência escolar de crianças e
adolescente de 6 à 15 anos. O Benefício Variável Jovem é vinculado aos adolescentes
de 15 a de 17 anos e que a família tenha rendimento mensal de ate R$ 178,00 para ter
direito a esse beneficio também é exigido frequência escolar

A segurança alimentar e nutricional é um dos aspectos mais destacados no


Programa, entende-se que ambas são fundamentais e é direito de todos terem acesso a
uma alimentação de qualidade e de quantidade suficiente para isso o Beneficio Variável
Nutriz que surge para reforçar a alimentação do Bebê, tem direito a esse benefício
criança de 0 a 6 meses, já o Variável Gestante só é concedido a gravidas pela área da
saúde e que esteja fazendo acompanhamento do pré -natal

Tabela 3- Grupo de origem étnica, relacionados ao meio rural e situações conjunturais no


município de Mauriti, 2018

Famílias quilombolas cadastradas 1


Famílias quilombolas beneficiárias do Programa Bolsa Famílias 1
Total de famílias ciganas cadastradas 48
Famílias ciganas beneficiárias do Programa Bolsa Família 0
Total de famílias de agricultores familiares cadastradas 54
Famílias de agricultores familiares beneficiárias do Programa 48
Bolsa Família
Total de famílias de preso do sistema carcerário cadastradas 1
Famílias de preso do sistema carcerário beneficiárias do 1
Programa Bolsa Família
Total de famílias em situação de rua cadastradas 1
Famílias em situação de rua beneficiárias do Programa Bolsa 1
Família
Total de famílias de catadores de material reciclável cadastradas 10
Famílias de catadores de material reciclável beneficiárias do 8
Programa Bolsa Família
FONTE: MDS (2018).

https://aplicacoes.mds.gov.br/sagi/RIv3/geral/relatorio.php#
25

TABELA 4 - PESQUISA GESTOR MUNICIPAL DO PROGRAMA BOLSA FAMILIA NO


MUNICIPIO DE MAURITI
Questão 1– Como o gestor municipal do Programa Bolsa Família, têm
conhecimento da legislação que regulamenta a Política de Assistência
Social ,o SUAS Sistema Único de Assistência Social e os Programas
Sim
Federais, principalmente do Programa Bolsa Família (Leis, Decretos,
Portarias, Resoluções, Instruções Normativas, Resoluções, etc.)?

Questão 2 - Ao receber as informações/orientações repassadas pelo


escritório regional, por malote, e-mail ou através de reuniões, que São repassadas ao
providências são tomadas: operador do
Cadastro Único
Questão 3 - As orientações repassadas pelo escritório regional, referentes
ao programa bolsa família, são executadas de forma: Total
Questão 4 -A participação em encontros, seminários e capacitações, tem
contribuído para a melhor execução do programa bolsa família em seu Total
município, de forma:
Questão 5 - As ações que são executadas no programa Bolsa Família,
conforme e estabelece a diretriz do Programa, estão atingindo todos os Sim
beneficiários?

Questão 6 - Na sua opinião, quais são as principais dificuldades na Quadro reduzido de


execução das atividades socioeducativas, que devem ser realizadas com pessoal para
os beneficiários do Programa Bolsa Família, conforme o compromisso trabalhar na
do programa? execução do
Programa
Questão7 - O município realiza reuniões comas famílias beneficiárias do
PBF, para informações sobre o programa? Sim

Questão 8 - Que atividades o município oferece às famílias beneficiárias


do PBF, para melhoria das condições e vida (renda, conhecimentos, Palestras educativas
convivência familiar e comunitária). (saúde, educação,
nutrição etc.)
Questão 9- Quais os impactos do programa na melhoria da Melhorou a
qualidade de vida dos beneficiários que você pode relatar, que foi convivência
familiar;
proporcionado pela participação em alguma atividade oferecida Voltou a estudar;
pelo programa no município? Adquiriu muitos
conhecimentos que
contribuíram para
melhoria da
qualidade de vida;
Melhorou o
relacionamento
com os filhos
Questão 10 - A participação no programa e nas (s) atividade(s) Sim . Melhoria de
contribuíram para emancipação de famílias beneficiárias, Se sim, Renda; Mais
conhecimentos para
quais foram os resultados: melhoria de
condições de
vida(saúde,
26

educação, etc;
Aumento de
consumo de bens
duráveis e de
alimentos

Diante da pesquisa aplicada obtivemos respostas positivas acerca do Programa.


O município consegue colocar em prática as orientações regionais bem como participa
de palestras que vá ser propositiva para boa execução do Programa, mas também
apresenta falhas como a redução do quadro de funcionários o que dificulta o
atendimento ao público, visto que o Cadastro Único Recebe uma grande demanda de
familiais com problemas no benefício, problemas estes que vai desde a atualização
cadastral até o cancelamento.

Podemos observar que o município tem a pratica de promover palestras


educativas e informativas sobre saúde, educação e nutrição, ambas fazem parte do
cumprimento de condicionalidades exigidas pelo Programa. O Bolsa Família destaca a
obrigatoriedade do cumprimento de condicionalidades como manter a frequência
regular dos filhos na escola, frequência regular de crianças de 0 a 6 anos aos postos de
saúde, frequência de mulheres gestante aos postos de saúde. Silva (2008)

Silva 2014 ainda destaca que as mulheres são responsáveis legais pela família no
Programa, logo elas possuem autonomia e uma visibilidade social maior colocando em
prioridade a responsabilidade de cumprir com as exigências do programa
27

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao concluirmos esse trabalho esperamos ter apontando de forma significativa


considerações relevantes ao tema. Esperamos também que possa despertar o interesse
por parte dos leitores acerca da problemática.
No que se refere ao desenvolvimento social combate à fome e a pobreza, objeto
de discussão desse trabalho, observamos que as ações do município são insuficientes
para que as famílias consigam o seu desenvolvimento, pois é preciso propor além de
palestras educativas meios que possam promover ações de crescimento no meio
familiar, ter mais oportunidade de acesso aos serviços de geração de renda.
Sabemos que o benefício não é suficiente para suprir as necessidades básicas da
família, mas de uma certa forma ela alivia de caráter imediato a necessidade mais
urgente. Compreendemos também que muitas famílias com o recebimento do beneficio
acaba ficando acomodadas e não conseguem enxergar novas oportunidades e para isso o
próprio Programa poderia desenvolver ações que possam gerar renda, e que essas ações
também se tornem condicionalidades a serem cumpridas, porque com essa dinâmica o
Programa só é relevante para o alivio da fome e não para o desenvolvimento social.
28

7.REFERENCIAS

BEHRING, Elaine Rossetti; Boschetti, Ivanete. Politica Social: fundamentos e


história. 8. ed. – São Paulo: Cortez, 2011.

BRASIL. Ministério do desenvolvimento social e combate à fome. Capacitação


para o controle social nos municípios: Assistência Social e Programa bolsa
Família: Secretaria de avaliação social e gestão da informação; secretaria
nacional de assistência social, 2011.

______ Ministério do desenvolvimento social e combate à fome. Relatório


sobre Bolsa Família e Cadastro Único : Assistência Social e Programa bolsa
Família: Secretaria de avaliação social e gestão da informação; secretaria
nacional de assistência social, 2011.

COBO, Barbara. Políticas focalizadas de transferência de renda: contextos


e desafios – São Paulo: Cortez, 2012.

ROCHA, Sonia. Transferências de renda: o fim da pobreza. – Rio de Janeiro:


Elsevier, 2013.
29

SILVA, Maria Ozanira Da Silva E; YASBEK, Maria Carmelita; GIOVANNI,


Geraldo Di. A politica social brasileira no século XXI: a prevalência dos
programas de transferência de renda. – 3. ed. – São Paulo: Cortez, 2007.

______. O bolsa família no enfrentamento à pobreza no Maranhão e Piauí.


– São Paulo: Cortez; Teresina: Editora Gráfica da UFPI, 2008.

SILVA, Maria Ozanira da Silva e. (coord); Lima, Valéria Ferreira Santos de


Almada. Avaliando o Bolsa Família: unificação, focalização e impactos. São
Paulo: Cortez, 2014.

APÊNDICE
30

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO – MEC


COORD. DE APERFEIÇOAMENTO DE PESSOAL DE NÍVEL SUPERIOR
DIRETORIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - DED
UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL – UAB/UECE
PROGRAMA NACIONAL DE FORMAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO PÚBLICA

Este questionário é parte de uma pesquisa elaborada para a conclusão do curso Pós-
Graduação de Especialização em Gestão Pública, bem como este instrumento somente
será aplicado depois de obtido o consentimento esclarecido dos entrevistados, estas
informações serão utilizadas única e exclusivamente para execução do presente
trabalho.

1 – Como o gestor municipal do Programa Bolsa Família, têm conhecimento da


legislação que regulamenta a Política de Assistência Social ,o SUAS Sistema Único de
Assistência Social e os Programas Federais, principalmente do Programa Bolsa Família
(Leis, Decretos, Portarias, Resoluções, Instruções Normativas, Resoluções, etc.)?
( ) Sim ( ) Não ( ) Parcialmente

2- Ao receberas informações/orientações repassadas pelo Escritório Regional, por


malote, e-mail ou através de reuniões, que providências são tomadas:
31

( ) são repassadas ao Operador do Cadastro Único


( ) são repassadas ao Operador do Cadastro Único e a equipe técnica do CRAS

3.As orientações repassadas pelo Escritório Regional, referentes ao Programa Bolsa


Família, são executadas de forma:
( ) Total
( ) Parcial.
Que dificuldades se apresentam para que as orientações não sejam Executadas na
totalidade?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
4. A participação em Encontros, Seminários e Capacitações, tem contribuído para a
melhor execução do Programa Bolsa Família em seu município, de forma:

( ) parcial ( ) total ( ) não contribui

5.As ações que são executadas no Programa Bolsa Família, conforme e estabelece a
diretriz do programa, estão atingindo todos os beneficiários?
( ) Sim
( ) Não
Em caso negativo, cite até três dificuldades encontradas para atender a totalidade dos
beneficiários._______________________________________________
________________________________________________________

6 – Na sua opinião, quais são as principais dificuldades na execução das atividades


socioeducativas, que devem ser realizadas com os beneficiários do Programa Bolsa
Família, conforme o compromisso do programa?
( ) pouca informação/orientação sobre as atividades socioeducativas
( ) prioridade de outras atividades
( ) quadro reduzido de pessoal para trabalhar na execução do programa
( ) dificuldade de participação do beneficiários
( ) dificuldade de entrosamento da equipe técnica
( ) dificuldade de abrangência do território
( ) dificuldade para deslocamentos dos técnicos por motivo de transporte
( ) recursos financeiros insuficientes

7-O município realiza reuniões comas famílias beneficiárias do PBF, para informações
sobre o programa?
( ) Sim
( ) Não

8-Que atividades o município oferece às famílias beneficiárias do PBF, para melhoria


das condições e vida( renda, conhecimentos, convivência familiar e comunitária).
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( ) Cursos de artesanato
( ) Palestras educativas( saúde, educação, nutrição etc.)
( ) Cursos profissionalizantes
( ) Oficinas de geração de renda

9. Quais os impactos do programa na melhoria da qualidade de vida dos beneficiários


que você pode relatar, que foi proporcionado pela participação em alguma atividade
oferecida pelo programa no município?

( ) arrumou trabalho/emprego para algum membro da família


( ) melhorou a convivência familiar
( ) voltou a estudar
( ) adquiriu muitos conhecimentos que contribuíram para a melhor ia da qualidade
de vida
( ) melhorou o relacionamento com os filhos
( ) melhorou a convivência comunitária, possibilitando maior participação na atividades
da comunidades

10. A participação no programa e nas (s) atividade(s) contribuíram para emancipação


de famílias beneficiárias : ( ) SIM ( ) NÃO. Se sim, quais foram os resultados:

( ) melhoria da renda (através de trabalho)


( ) mais conhecimentos para melhoria da condições de vida (saúde , educação, etc)
( ) possibilidade de maior participação na vida comunitária.
( ) aumento do consumo de bens duráveis e de alimentos
( ) Aumento do poder aquisitivo

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