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INSTITUTO SUPERIOR DE GESTÃO E EMPREENDEDORISMO

GWAZA - MUTHINI

CURSO DE LICENCIATURA EM CONTABILIDADE E AUDITORIA

ORNILA FRANCISCA MACUÁCUA

RESPONSABILIDADE SOCIAL E EMPRESARIAL DA


MOZAL, SA E OS INVESTIMENTOS SOCIAIS PRIVADOS
PARA O DESENVOLVIMENTO LOCAL ESTUDO DE CASO:
MOZAL NO PERÍODO DE 2017-2020

MARRACUENE, MAIO/2023

i
ORNILA FRANCISCA MACUÁCUA

RESPONSABILIDADE SOCIAL E EMPRESARIAL DA MOZAL,


SA E OS INVESTIMENTOS SOCIAIS PRIVADOS PARA O
DESENVOLVIMENTO LOCAL ESTUDO DE CASO: MOZAL NO
PERÍODO DE 2017-2020

Monografia apresentada ao Instituto Superior de Gestão e


Empreendedorismo Gwaza Muthini-ISGEGM como um
dos requisitos parciais para a obtenção do grau de
Licenciatura em Contabilidade e Auditoria, sob orientação
do:

Supervisor: (MBA) Marcelino Guila

MARRACUENE, MAIO/2023

ii
DECLARAÇÃO

Eu, Ornila Francisca Macuácua, Declaro que esta Monografia é resultado da minha
investigação pessoal e das orientações do meu supervisor (MBA) Marcelino Guila, o seu
conteúdo é original e todas as fontes consultadas estão devidamente no texto e na bibliografia
final. Declaro ainda que este trabalho não foi apresentado em nenhuma outra instituição para
obtenção de qualquer grau académico.

A Pesquisadora
_______________________________________________
(Ornila Francisca Macuácua)

i
DEDICATÓRIA

Dedico esta monografia a mim pela coragem tomada e para minha mãe que me apoiou
emocionalmente e financeiramente para a conclusão desta monografia.

ii
AGRADECIMENTOS

A Deus, o que será de mim sem fé que eu tenho nele.

Agradeço em primeiro lugar, a Deus, pela força, coragem e por ter iluminado os meus
caminhos nesta caminhada.

Aos meus pais e irmãos, que me incentivaram nos momentos difíceis e compreenderam a
minha ausência enquanto eu me dedicava à realização desta monografia.

Mamã, um grande obrigado por tudo que mamã me proporcionou durante o meu curso.

Minha parceira, obrigada pela força e pelo teu barulho que tanto me incomodou até que eu
decidisse elaborar a minha monografia.

Aos meus colegas CAL/2018, obrigada pela companhia e união que juntos tivemos na
aquisição dos conhecimentos científicos.

Aos meus docentes um grande obrigada pelo momento em que partilharam o vosso
conhecimento comigo. Em especial o (MBA) Marcelino Guila pela ajuda nas correcções e
finalização desta monografia de um período longo de esforço que não seria fácil sem a sua
colaboração profissional.

Ao meu noivo, agradeço pela paciência, força e coragem que sempre me concedeu.

Joana, wilza, carla, Tânia, Emília, Verônica um forte obrigado e em especial ao grupo really
brow’s pela força que sempre deram-me.

Por fim, mamã, quase me matava por falta da monografia, eis agora a monografia.

iii
EPÍGRAFE

Talvez não tenha conseguido


fazer o melhor, mas lutei para
que o melhor fosse feito. Não sou
o que deveria ser, mas graças a
Deus, não sou o que era antes.

Marthin Luther King

iv
LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Responsabilidades sociais: ................................................................................... 13


Tabela 2: Responsabilidade Social e Filantropia .................................................................. 16

v
LISTA DE ABREVIATURAS, ACRÓNIMOS E SIGLAS

AMVIRO- Associação Moçambicana das Vítimas de Segurança Rodoviária

CO- Cultura Organizacional

FTC’s- Centro de Tratamento de Fumos

GTC’s- Centro de Tratamento de Gases

ISP- Investimento Social Privado

PAH- Hidrocarbonetos Poli cíclicos Aromáticos

PAMONDZI- Associação para o Desenvolvimento Urbano

PIB- Produto Interno Bruto

PMEs- Pequenas e Médias Empresas

SO2- Dióxido de Enxofre

TIC’s- Tecnologias de informação e Comunicação

SA- Sociedade Anónima

AMDC - Associação Mozal para o Desenvolvimento da Comunidade

vi
RESUMO

A presente monografia abordou assuntos relacionados ao modo como a empresa de fundição


de alumínio vem lidando com a responsabilidade social que tem para com a sociedade. A
presente monografia teve como objectivo geral analisar a responsabilidade Social
Empresarial da Mozal, SA e os Investimentos Sociais Privados para o Desenvolvimento
Local, e os seus respectivos objectivos específicos: Identificar as áreas de intervenção social
empresarial na qual a empresa Mozal opera; Identificar os benefícios da prática de
responsabilidade social empresarial para as comunidades locais e circunvizinhas onde estão
inseridas; Identificar instrumentos legais sobre Politica ambiental formal, que inclui medição
contínua e melhorias no desempenho ambiental; Identificar as Vantagens e desvantagens
decorrentes do excesso de responsabilidade social empresarial nas comunidades. A
metodologia de investigação utilizada neste estudo foi qualitativa, tendo se recorrido ao
método de estudo de caso para investigar o assunto em questão. Teve como conclusão a
partir das evidências recolhidas, Actualmente as acções sociais, de responsabilidade social
são vistas com bons olhos pelos consumidores, que estão cada vez mais exigentes ao optar
por produtos ou serviços que realmente venham de empresas que contribuam com a melhoria
de vida da sociedade. Neste contexto recomendou-se criar uma plataforma de convivência
transparente entre a empresa e as comunidades vizinhas, deve haver um contacto permanente
entre os dois, as reuniões públicas das partes interessadas e afectadas realizadas pela empresa
não são suficientes; empresa deve investir na formação ambiental das comunidades, seja
através de palestras ou pequenos cursos para os líderes locais, na medida em que maior parte
dos membros da comunidade apresenta um nível baixo de escolaridade.

Palavras-chave: Responsabilidade Social, Investimentos Sociais Privados, Cultura


Organizacional e Imagem Organizacional

vii
ABSTRACT

This monograph addressed issues related to how the aluminum foundry company has been
dealing with the social responsibility it has towards society. This monograph had the general
objective of analyzing the Corporate Social Responsibility of Mozal, AS and the Private
Social Investments for Local Development, and their respective specific objectives:
Identifying the areas of corporate social intervention in which the company Mozal operates;
Identify the benefits of practicing corporate social responsibility for the local and
surrounding communities where they are inserted; Identify legal instruments on formal
environmental policy, which include continuous measurement and improvements in
environmental performance; Identify the Advantages and disadvantages arising from
excessive corporate social responsibility in communities. The research methodology used in
this study was qualitative, using the case study method to investigate the subject in question.
It concluded from the evidence collected, Currently, social actions, of social responsibility
are seen with good eyes by consumers, who are increasingly demanding when choosing
products or services that really come from companies that contribute to the improvement of
people’s lives. Society. In this context, it was recommended to create a platform for
transparent coexistence between the company and neighboring communities, there must be
permanent contact between the two, the public meetings of interested and affected parties
held by the company are not enough; The company must invest in environmental education
in communities, either through lectures or short courses for local leaders, as most community
members have a low level of schooling.

Keywords: Social Responsibility, Private Social Investments, Organizational Culture and


Organizational Image

viii
ÍNDICE
DECLARAÇÃO ........................................................................................................ i

DEDICATÓRIA ....................................................................................................... ii

AGRADECIMENTOS ............................................................................................. iii

EPÍGRAFE .............................................................................................................. iv

LISTA DE TABELAS ...............................................................................................v

LISTA DE ABREVIATURAS, ACRÓNIMOS E SIGLAS ...................................... vi

RESUMO ............................................................................................................... vii

ABSTRACT .......................................................................................................... viii

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................1

1.1. Contextualização ..........................................................................................2

1.1.1. Delimitação do Estudo.............................................................................2

1.1.1. Delimitação Espacial e Temporal ............................................................2

1.2. Identificação do Problema e a sua Justificativa .............................................2

1.2.1. Identificação do Problema .......................................................................2

1.2.2. Justificativa .............................................................................................3

1.3. Objectivos ....................................................................................................4

1.3.1. Objectivo geral ........................................................................................4

1.3.2. Objectivos específicos .............................................................................4

1.4. Perguntas da pesquisa ...................................................................................4

1.5. Estrutura do trabalho.....................................................................................4

2.1. Conceitos Chaves ................................................................................................6

Investimentos Sociais Privados ........................................................................6

Cultura Organizacional.....................................................................................7

Imagem Organizacional ...................................................................................7

ix
2.2. Importância do Estudo .....................................................................................8

2.3. Estudos Similares ............................................................................................8

2.4. Contribuições a Luz das Teorias ......................................................................9

2.5. Outros elementos achados importantes na pesquisa ........................................ 11

2.5.1. Elementos Integrantes da Imagem ............................................................... 11

2.5.2. Dimensões da Imagem Organizacional........................................................ 11

2.5.3. Responsabilidade Social interna e Externa .................................................. 12

2.5.4. Relação entre a Responsabilidade Social e a Filantropia .............................. 14

Relação entre a Responsabilidade Social e a Produtividade ......................... 14

Responsabilidade Social e Estratégia .......................................................... 15

Responsabilidade Social e Filantropia ............................................................ 15

2.5.5. Benefício das Empresas Praticarem a Responsabilidade Social ................... 16

2.5.6. Papel das Empresas na Sociedade ............................................................... 17

3. METODOLOGIA ................................................................................................ 19

3.3. Abordagem Metodológica .............................................................................. 19

3.4. Técnicas de Recolha de dados na pesquisa qualitativa .................................... 20

3.5. Sujeito de Pesquisa ........................................................................................ 19

3.6. Considerações éticas ...................................................................................... 21

3.8 Limitações do Estudo...................................................................................... 22

4. APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS................ 23

4.1. Apresentação ................................................................................................. 23

4.2. Análise e discussão dos resultados ................................................................. 24

4.2.1. As áreas de intervenção social da Mozal ..................................................... 24

4.2.2. Benefícios para as comunidades locais ........................................................ 25

4.2.3. Política Ambiental ...................................................................................... 28

x
4.2.4. Vantagens e desvantagens de responsabilidade social.................................. 29

5. CONCLUSÃO ..................................................................................................... 32

5.1. Recomendações: ............................................................................................ 32

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................. 34

ANEXO I- FORMULÁRIO DE CONSENTIMENTO INFORMADO ................. 38

APÉNDICI 3 - CREDENCIAL ................................................................................ 41

xi
1. INTRODUÇÃO

A presente pesquisa foi realizada no âmbito do trabalho de fim do curso para a


obtenção do grau de licenciatura em Contabilidade e Auditoria no Instituto Superior de
Gestão e Empreendedorismo de Gwaza Muthine (ISGEGM), que versa sobre o seguinte
tema: Responsabilidade Social Empresarial da Mozal, SA e os Investimentos Sociais para o
Desenvolvimento Local no Período de 2017-2020.

O objectivo geral deste presente trabalho foi Analisar a Responsabilidade Social


Empresarial da Mozal, SA e os Investimentos Sociais privados para o desenvolvimento
Local, quanto aos objectivos específicos: de identificar as áreas de intervenção social
empresarial na qual a empresa Mozal opera, identificar os benefícios da prática de
responsabilidade social empresarial para as comunidades locais e circunvizinhas onde estão
inseridas, Identificar instrumentos legais sobre Politica ambiental formal, que inclui medição
contínua e melhorias no desempenho ambiental, identificar as áreas cobertas por esse
conjunto de requisitos e, não menos importante, identificar as vantagens e desvantagens
decorrentes do excesso de responsabilidade social empresarial nas comunidades.

O estudo justificou-se, partindo do princípio que, considera-se de extrema


importância pois a responsabilidade social empresarial não traz benefícios somente para a
sociedade mas também para a empresa por: Elevar o grau de engajamento dentro do
ambiente de trabalho, com trabalhadores mais comprometidos com o sucesso do negócio;
atrai mais investidores; e isso consequentemente melhora a economia do país.
O estudo dividiu-se em cinco capítulos, sendo que, o primeiro foi reservado a
introdução, contextualização, problema de pesquisa, aos objectivos da pesquisa, as perguntas
de partida, a justificativa, a delimitação da pesquisa. O capítulo dois reservou-se à revisão da
literatura. O capítulo três foi dedicado à metodologia do trabalho. E finalmente, o capítulo
quatro, onde foram apresentados os resultados em forma de conclusão e recomendações. Por
último no quinto capítulo, mas para o fim da monografia apresentaram-se as conclusões onde
se focaram os resultados mais relevantes das análises produzidas, referências bibliográficas e
os apêndices

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1.1.Contextualização
Tratando-se de uma empresa industrial de grande dimensão, a Mozal de acordos
firmados com o governo da Republica de Moçambique, a Mozal na qualidade de empresa
industrial de grande porte, lançará em detrimento da sua disponibilidade resposta às
necessidades impostas pelo desenvolvimento comunitário responsabilidade de cariz social e
empresarial, nas iniciativas para atender a minimização dos índices de pobreza absoluta
atravessada pela comunidade, criar condições a nível das comunidades circunvizinhas
consistindo na construção de diversas infra-estruturas sociais para o uso no beneficio das
populações, bem como na providência de admissões ao emprego dos jovens carenciado de
oportunidades de emprego e bem-estar social legitimando deste modo a sua implantação
como empresa.

A responsabilidade social empresarial, fez parte naquilo que constitui programa


traçado no seu projecto socioeconómico.

1.1.1. Delimitação do Estudo


A presente monografia debruçou-se sobre Responsabilidade social Empresarial da
Mozal, SA e os Investimentos sociais Privados para o Desenvolvimento estudo de caso:
Mozal no período de 2017-2020.

1.1.1. Delimitação Espacial e Temporal


A presente monografia, realizou-se nas instalações sede da Mozal, SA. Sita na
localidade de Beluluane, no Distrito de Boane Província de Maputo e teve ainda o seu
horizonte temporal compreendido entre os anos 2017 a 2020, respectivamente.

1.2. Identificação do Problema e a sua Justificativa


1.2.1. Identificação do Problema
Para Lopez (2004), o combate ao problema foi um desafio que precisou ser
enfrentado não apenas pelos governantes e à sociedade civil, mas sim, pelas empresas
privadas também, onde foram inseridas as empresas. Quanto mais frentes tivessem no
combate à pobreza, maiores eram as chances de mitigar o índice de pobreza no país.

A empresa Mozal actualmente considerado uma das maiores empresas moçambicanas


que contribuem para o Produto Interno Bruto nacional (PIB), impulsionando de forma
significativa a economia do país, e ajudando no desenvolvimento das comunidades

|2
circunvizinhas ( Moamba, Boane e Maputo), através de apoios efectuados nas áreas da saúde,
educação, infra-estruturas, desporto, agricultura familiar, pequenos rendimentos, segurança e
cultura (Xitimeta, 2000 citado por Júnior, 2004).

A Mozal tem-se apresentado ao público com o conceito de Dano Zero, por outra, que
a actividade industrial da empresa não polui, não provoca qualquer impacto negativo sobre o
meio ambiente.

Mas não foi o que se tem acompanhado pois, durante o seu processo produtivo emitia
gases como dióxido de enxofre (partículas de poeira, fumo), para a atmosfera que a longo
prazo contribuíram para o aquecimento global, e claramente para a comunidade na qual a
empresa foi inserida, componentes estes que possuíam substâncias químicas perigosas,
colocando a população residente exposta a várias doenças (bronquite, tosses, etc.), em
decorrência da suspensão dessas partículas, se for levado em consideração a distância que
separa a comunidade da empresa.

O que acabou suscitando a seguinte pergunta: "De que modo se podiam analisar a
responsabilidade Social Empresarial da Mozal, SA e os Investimentos Sócio Ambientais
para o Desenvolvimento Local?"

1.2.2. Justificativa
O estudo foi relevante na medida em que proporcionou um conhecimento científico
para o mundo académico, sendo um conhecimento orientador no trabalho quotidiano, na
construção de conhecimentos que auxiliam na percepção de boas formas de no que concerne
ao impacto dos investimentos sócio ambientais e desenvolvimento local na performance das
empresas.

O estudo contribuirá no âmbito académico para os investigadores da área de


Contabilidade ajudando a clarificar as conclusões acerca deste tema em estudo, e também
servirá como base de desenvolvimento de outros estudos. A responsabilidade social visa o
melhoramento da qualidade de vida da comunidade local e da sociedade.

E para a empresa melhora na reputação da mesma, aumentando a credibilidade e


gerando mais confiança no mercado. Considerou-se importância pois o responsabilidade
social empresarial não trouxe benefícios somente para a sociedade mas também para a
empresa pois: Elevou o grau de engajamento dentro do ambiente de trabalho, com
|3
trabalhadores mais comprometidos com o sucesso do negócio; atrai mais investidores; e isso
consequentemente melhora a economia do país.

1.3. Objectivos

1.3.1. Objectivo geral


Analisar a responsabilidade Social Empresarial da Mozal, SA e os Investimentos
Sociais Privados para o Desenvolvimento Local.

1.3.2. Objectivos específicos


 Identificar as áreas de intervenção social empresarial na qual a empresa Mozal
opera;
 Identificar os benefícios da prática de responsabilidade social empresarial para as
comunidades locais e circunvizinhas onde estão inseridas;
 Identificar instrumentos legais sobre Politica ambiental formal, que inclui medição
contínua e melhorias no desempenho ambiental;
 Identificar as Vantagens e desvantagens decorrentes do excesso de
responsabilidade social empresarial nas comunidades

1.4. Perguntas da pesquisa


 Quais foram as áreas de intervenção social empresarial na qual a empresa Mozal
opera?
 Quais foram os benefícios da prática de responsabilidade social empresarial para
as comunidades locais e circunvizinhas onde foram inseridas?
 A empresa teve uma política ambiental formal, que incluía um compromisso com
a conformidade legal, medição contínua e melhorias no desempenho ambiental?
 Quais foram as vantagens e desvantagens decorrentes do excesso de
responsabilidade social empresarial nas comunidades?

1.5. Estrutura do trabalho


O presente estudo compreendeu 5 capítulos que foram eles nomeadamente: Capítulo
I, onde se inseriu a introdução, contextualização, delimitação do estudo, problematização e a
sua justificativa, objectivos do estudo e a respectiva estrutura. Por sua vez, o capítulo II
compreendeu a fundamentação teórica ou revisão da literatura. No capítulo III encontramos
os processos metodológicos que foram seguidos de procedimentos de processo de elaboração
|4
da monografia foram eles nomeadamente: tipologia de pesquisa, os métodos de procedimento
e de abordagem, as principais técnicas de colecta de dados.

O capítulo IV destinou-se à apresentação, discussão dos resultados da pesquisa num


exercício que foi articulação entre aquilo que a autora observará, teoria e os consertos que
foram inovados para este estudo. Por último no capítulo V, mas para o fim da monografia
apresentaram-se as conclusões onde se focaram os resultados mais relevantes das análises
produzidas, referências bibliográficas e os apêndices.

|5
2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1. Conceitos Chaves


 Responsabilidade Social
Segundo Chiavenato (2012), Responsabilidade Social foi o grau de obrigações que
uma organização assume através de acções que protejam e melhorem o bem-estar da
sociedade à medida que procura atingir seus próprios interesses.

De acordo com Solano Fleta (2015), entendeu a responsabilidade social como sendo o
conjunto de obrigações inerentes à evolução de um estado ou condição com força ainda não
reconhecidas pelo ordenamento jurídico positivo ou desconhecidas parcialmente, mas cuja
força que se vincula e sua prévia tipificação procedem da íntima convicção social de que não
segui-la constitui uma transgressão da norma da cultura.

A responsabilidade social foi o modo de pensar e agir de forma ética nas relações.
Apesar de estar fortemente relacionada a empresas, a prática pode estar directamente ligada a
uma acção, realizada por pessoas físicas ou jurídicas, que tenha como objectivo principal
contribuir para uma sociedade mais justa.

Uma empresa socialmente responsável deve pautar suas acções em uma gestão ética e
transparente. Para isso, precisa envolver questões como a qualidade de vida e o bem-estar do
público interno da empresa, o relacionamento com os stakeholders (todos os grupos
interessados na empresa) e a redução de impactos negativos na comunidade e no ambiente.

 Investimentos Sociais Privados


Segundo Fischer et al. (2005), o investimento social privado (ISP) é materializado em
projectos sociais desenvolvidos a partir de parcerias ou alianças entre o Segundo e o Terceiro
Sector. Sob essa perspectiva, as empresas direccionam recursos para organizações não-
governamentais sem fins lucrativos para a promoção de determinada acção social.

Investimento social privado foi portanto, o aporte voluntário de recursos de


origem privada, de maneira sistemática, planeada e auditada, para iniciativas que promovam
avanços sócio ambientais, culturais e científicos de interesse e utilidade públicos. O
investimento social privado surge como uma forma de organizações privadas apoiarem
projectos, negócios e iniciativas que gerem impacto social positivo na sociedade.

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 Cultura Organizacional

Para Judge, Robbins & Sobal (2010), a cultura organizacional referiu-se à maneira
pela qual os colaboradores percebem as características da cultura da organização, e não ao
facto de eles gostarem ou não. Por outra, os colaboradores devem seguir a risca a cultura da
organização, e não se guiar pelos seus gostos.

Na percepção de Chiavenato (2010), o comportamento organizacional do indivíduo


nas organizações, as atitudes predominantes, as pressuposições subjacentes, as aspirações e
os assuntos relevantes nas interacções entre os membros fazem parte da CO.

Foi possível perceber que a CO varia de organização para organização, cada


organização possui suas próprias características que serve como identidade. Por isso que há
divergências no que refere a responsabilidade social, pois, nem todas as empresas pautam
pelo bem-estar da comunidade. A CO está directamente ligada a imagem organizacional e
normalmente ele dita como a empresa será vista pelos públicos.

 Imagem Organizacional
Para Hatch & Schultz, (2017), a imagem é influenciada pelas interacções diárias entre
os membros organizacionais e as audiências externas. Uma imagem formada por um grupo
particular de actores externos pode vir afectar as intenções, impressões e vir a influenciar um
largo número de actores ou até mesmo outros grupos.

Para Kotler (2008), a imagem é o conjunto de crenças, ideias e impressões que uma
pessoa mantém em relação a um objecto. E as atitudes e as acções de uma pessoa em relação
a um objecto são altamente condicionadas pela imagem desse objecto.

Concluiu-se, referindo que a imagem é uma representação da assimilação das pessoas


face aos produtos, da sua comunicação, dos processos de conduta humana, como pensamento
percepção e até mesmo a memória, existindo uma multiplicidade de imagens. Face isto, é de
máxima importância gerir a imagem da organização de forma consciente e convergente com
a identidade da organização.

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2.2. Importância do Estudo
A Responsabilidade social representa o compromisso contínuo da empresa com seu
comportamento ético e com o desenvolvimento económico. Para isso, promove, ao mesmo
tempo, a melhoria da qualidade de vida de sua força de trabalho e de suas famílias, da
comunidade local e da sociedade.

Sem dúvidas, empresas que actuam com Responsabilidade Social contribuem para a
construção de um mundo melhor. E isso traz impactos positivos para a própria empresa
também.

Com acções de Responsabilidade Social Empresarial, elas se tornam mais sólidas e


capazes de enfrentar crises sociais e económicas. Além disso, todas as acções desenhadas de
forma ética e responsável impactam directamente em aspectos como:

 Construção de um ambiente de cooperatividade nos negócios;


 Aumento da vantagem competitiva da empresa (fazendo frente às exigências cada vez
mais específicas do público consumidor);
 Geração de maior valor agregado e reconhecimento do negócio;
 Possibilidade de investir em inovação e desenvolvimento sustentável;
 Tomada de decisões pautadas no benefício mútuo, e não exclusivo;
 Retorno dos investimentos em forma de parcerias e benefícios sociais;
 Criação do senso de pertencimento dos colaboradores e stakeholders;
 Atendimento às necessidades da população ao redor da empresa;
 Estímulo à movimentação da economia local;
 Elevação da reputação da empresa diante da sociedade.

De forma resumida, podemos dizer que investir em Responsabilidade Social


possibilita resultados melhores no longo prazo, o que garante a sustentabilidade do negócio
no futuro.

2.3. Estudos Similares


Constituirão estudos similares e/ou anteriores aqueles estudos relacionados com a
temática em discussão, conforme as seguintes pesquisas:

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Filipe Nascimento, no seu artigo apresentado em 2015 intitulado a responsabilidade
social é uma questão de estratégias Uma abordagem crítica cujo objectivo foi apresentar os
conceitos e objectivos.
Com este tema o autor constatou o seguinte: são apontadas diversas razões para
justificar a divulgação de informações empresariais relacionadas com os aspectos sociais e
ambientais das suas actividades. Ao rever a literatura sobre o tema, identificou um extenso
conjunto de razões do qual destacamos, a título de exemplo, o cumprimento de legislação, as
considerações económicas, a convicção de que existem informações que devem ser
divulgadas, a intenção de corresponder às expectativas da sociedade, a resposta a ameaças à
legitimidade, a atracção e fundos de investimento.

Antonieta da Silva no seu artigo apresentado em 2010 intitulado a importância da


responsabilidade social corporativa como factor de diferenciação.

Através dos dados obtidos, a sua conclusão foi: O crescente interesse pelo tema da
Responsabilidade Social das Empresas (RSE) resulta da tomada de consciência, por parte dos
gestores e da sociedade civil, para os problemas sociais e ambientais inerentes ao exercício
da actividade empresarial. Se é certo que o contexto ético desempenha um papel fundamental
no âmbito da RSE, não menos importante é a sua ligação ao Direito.

2.4. Contribuições a Luz das Teorias

2.4.1. Teorias Sociais e Políticas

Gray (1996), em contraste com as abordagens das teorias económicas, as teorias


sociais e políticas procuram explicar a divulgação de informação voluntária sobre
responsabilidade social considerando aspectos que vão além da mera perspectiva económica.
A sociedade e a economia são inseparáveis e as demonstrações económicas não podem ser
analisadas de forma significativa sem considerar a estrutura social, política e institucional, no
âmbito da qual a actividade económica se desenvolve.

Trata-se de uma perspectiva de sistemas onde se reconhece que as empresas


influenciam, e são influenciadas, pela sociedade em que se encontram inseridas, estando na
investigação actual a ganhar relevância pois considera-se que explicam de forma mais
abrangente as práticas de RSC.

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2.4.2 Teoria da Legitimidade

A Teoria da Legitimidade é considerada como uma das teorias dominantes na


investigação sobre a divulgação de informação sobre responsabilidade social e ambiental.

Deegan (2002), sendo vários os estudos que consideram que as empresas têm como
principal motivação a preocupação em legitimarem as suas actividades.

Gray (1996), entende que a Teoria da Legitimidade, é a que melhor proporciona os


fundamentos para a compreensão de como, e porquê, podem os gestores utilizar o relato para
o exterior na perspectiva de beneficiarem a organização, relativamente a elementos de
natureza ambiental e social.

2.4.3. Relação entre as Teorias e Aplicabilidade para o Estudo


Segundo Suchman (1995), legitimidade pode ser definida como “uma percepção
generalizada de que as acções empresariais são desejáveis, próprias e apropriadas dentro de
um sistema de normas sociais, valores, crenças e definições”. Isto é, um “contrato social”
entre as empresas e a sociedade.

Parker (1989), no qual a sociedade concede às empresas o direito à existência,


esperando que estas correspondam às suas expectativas. Este acordo implícito entre a
organização e a sociedade, permite o funcionamento das empresas enquanto utilizem os
recursos em conformidade com os objectivos, finalidades e valores da sociedade. Se a
sociedade não é satisfeita, pode revogar o contrato social e condenar a empresa a
desaparecer.

Nesta perspectiva a política de divulgação adoptada é considerada uma importante


ferramenta pela qual os gestores podem influenciar a percepção exterior sobre a empresa,
podendo ser usada como estratégia para procurar aceitação e aprovação das suas actividades
pela sociedade. As empresas divulgam informação sobre RSC com o objectivo de
apresentarem uma imagem socialmente responsável que legitime o seu comportamento junto,
podendo desenvolver estratégias de informação consoante a crise de legitimidade que as
empresas enfrentam em cada momento sugere que os gestores usam diferentes estratégias de
divulgação para diferentes situações, consoante necessitem de reparar, manter ou ganhar
legitimidade.

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2.5. Outros elementos achados importantes na pesquisa

2.5.1. Elementos Integrantes da Imagem


Goebel (2009), descreveu vários elementos que contribuíram para a imagem, tais
como: a identidade corporativa (visão, missão, valores, estratégias de comunicação e
objectivos), a opinião pública, a comunicação institucional, as relações públicas, o jornalismo
institucional e a assessoria de imprensa. Estes elementos irão interferir na descodificação da
imagem organizacional pelos públicos, o que resulta da construção da identidade da
organização.

Na visão de Matadenn & Sohoraye, (2013), foram composto de muitos milhares de


impressões e factos. Contudo, descreve como principais: o core business (negócio principal)
e o desempenho financeiro; o desempenho das marcas; a inovação ou capacidade
tecnológica; politicas relativas aos empregados e trabalhadores assalariados; relações
externas com os clientes, accionistas e comunidade; e a percepção para a tendência de
mercados onde actua, visto pelo público. Estes elementos devem ser auscultados quando se
pretende realizar uma análise a imagem organizacional.

Graham (1996), por sua vez, defendeu que “a construção da imagem para a maioria
dos negócios devia ser uma questão de dizer a verdade, de comunicar a sua missão e a forma
como servem os seus clientes. Longe de constituir uma forma de torcer, distorcer ou fabricar
fatos, a função de construção de imagem estará simplesmente a abrir as portas para que
outros vejam o que se passa”. Para este autor, a construção de uma imagem surge então como
associada à aquilo que a organização é, aquilo que ela faz e como deve agir, ou seja
relaciona-a com o conceito de identidade organizacional. Isso acaba nos levando a aquilo que
são as dimensões da imagem organizacional.

2.5 Relação entre as Teorias e Aplicabilidade para o Estudo

2.5.2. Dimensões da Imagem Organizacional

De acordo com Ruão (2000), existiam duas dimensões de imagem, na qual se


distinguiam: a imagem que a organização pretende projectar dela própria, em conformidade
com a sua identidade designada por imagem pretendida ou projectada; e a imagem que o

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público formará da organização a partir dos contactos que desenvolvem com a mesma, e que
confrontarão com os seus valores, preconceitos e outros factores psicológicos internos
designada por imagem percebida.

Alvessoon (1990), seguiu na mesma vertente, aprofunda este tema mostrando que
uma imagem é o resultado de duas projecções imagem interna (sense image) e fabricação
(communicated image) e dando um real valor às diferenças dos públicos e às suas
características distintas. Segundo o autor, a imagem projectada por um remetente tenta criar
uma determinada impressão na audiência. Pode dizer-se também que a imagem existe entre o
comunicador e o público. Pode argumentar-se que as imagens, no sentido interno e holístico
existem sempre num objecto.

Já para Sousa (2003) sugeriu três dimensões de imagem organizacional: imagem


projectada ou pretendida, auto imagem e imagem pública. A imagem projectada ou
pretendida, que corresponde à forma como uma organização se vê a si mesma; a imagem
quando projectada para os seus públicos internos intitulando-se de auto imagem e para os
públicos externos denominando-se de imagem pública. Conclui ainda, que a organização
através da imagem pública mostra publicamente o que é, independentemente de o ser ou não,
visto poder construir uma campanha de comunicação em torno de um atributo que não
representa, esta atitude pode trazer reacções muito negativas e não é aconselhável a ser feito.

Embora haja discrepância na explicação dos autores, todos convergem que as


organizações fazem a alteração da imagem do que a organização é e do que ela quer mostrar
ao público, de modo a obter mais engajamento.

Valerio & Pizzinatto (2004), sustentam o pensamento anterior, afirmando que


mensurar a imagem é um procedimento muito vantajoso para avaliar o objecto, extrair
benefícios e gerir mudanças pretendidas nas imagens das organizações.

2.5.3. Responsabilidade Social interna e Externa


Na visão de Melo Neto & Froes (2001), responsabilidade social interna focalizou o
público interno da empresa, ou seja, seus funcionários e respectivos dependentes. Já a
responsabilidade social externa se concentrou na comunidade mais próxima da empresa ou
no ambiente em que ela está inserida.

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Essa divisão entre a responsabilidade social interna e externa tinha que sempre andar
de mãos dadas, uma empresa socialmente responsável não pode somente trazer melhorias na
vida da comunidade na qual está inserida deixando de lado seus trabalhadores que
contribuem para o crescimento da mesma, claramente uma empresa que não consegue trazer
benefícios para os seus próprios trabalhadores, dificilmente vai trazer alguma melhoria para a
comunidade na qual está inserida.

Do mesmo modo, não podia trazer somente melhorias para os seus trabalhadores pois,
a empresa socialmente responsável deve no mínimo ser capaz de ajudar no desenvolvimento
da comunidade na qual está inserida.
A tabela a baixo ilustra melhor em que se baseia cada uma das responsabilidades
sociais:
Tab.1: Responsabilidades sociais
Responsabilidade Social Responsabilidade Social
Interna Externa
Público Interno Comunidade
FOCO (trabalhadores, dependentes)
Educação Salários e Educação Saúde Assistência
AREAS DE Benefícios Assistência Social Ecologia
ACTUAÇÃO Médica, Social e Odontológica
Programas de Recursos Doações Programas de
INSTRUMENTOS Humanos Planos de Voluntariado Parcerias
previdência Complementar Projectos e Programas Sociais
Retorno Social Retorno de
TIPO DE RETORNO Retorno de Produtividade Imagem Retorno Publicitário
Retorno para os accionistas Retorno para os accionistas
Fonte: Ruão (2000).

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A principal finalidade da responsabilidade social externa foi causar no consumidor o
sentimento de que a cada produto ou serviço adquirido de empresas socialmente
responsáveis, ele está indirectamente colaborando com a continuidade dos projectos sociais
conservados pela mesma.

Segundo os autores Becker-Olsen et al. (2006), tornou-se bastante comum as


empresas recorrerem a iniciativas de responsabilidade social tendo como objetivo influenciar
as escolhas e o comportamento dos consumidores, assim como também diferenciar as suas
ofertas de produtos.

Desta forma podemos afirmar que a adopção de medidas com base na RSE não devia
ser uma postura só das empresas mas também dos próprios consumidores no sentido que,
estes também deveriam ser responsáveis no consumo que fazem, procurando obter
informações sobre as politicas da empresa, o processo de produção e as próprias iniciativas
de RSE.

Já a responsabilidade social interna tem como objectivo motivar os trabalhadores para


que o nível de produtividade aumente, diminuir a rotatividade na empresa, criar um ambiente
de trabalho favorável e contribuir para o seu bem-estar.

2.5.4. Relação entre a Responsabilidade Social, e a Produtividade, a Estratégia e a


Filantropia

 Relação entre a Responsabilidade Social e a Produtividade


Na visão de Cabinda (2006), a produtividade foi o resultado por uma unidade, dos
três factores de produção (capital, trabalho e terra), num determinado período de tempo. O
aumento da produtividade é o maior retorno obtido pela empresa em processo de gestão de
investimentos, ela irá aumentar com a satisfação, capacitação e motivação dos seus
trabalhadores.

Em uma empresa socialmente responsável, para além do retorno do investimento,


através da produtividade, ela alcança outros tipos de retorno, como: retenção de talentos, a
melhoria da qualidade de vida dos seus trabalhadores no trabalho, com reflexos positivos
para os seus dependentes e a da estima, melhoria do clima organizacional e por fim a
transformação de trabalhadores em trabalhadores -cidadãos.

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 Responsabilidade Social e Estratégia
Para Guedes apud Rumbo (2008), o investimento em responsabilidade social podia
ser traduzido nas estratégias de marketing, e desta forma gerar ganhos para a empresa, como:
reputação, fidelidade à marca e ao produto e ganhos sociais, através de mudanças
comportamentais da comunidade, para Neto e Farões apoud Rumbo (2008), o exercício de
Responsabilidade social foi orientado para a melhoria da imagem institucional da
organização.

Ainda para Rocha & Veloso (1999) fidelizar é transformar um comprador eventual
em um comprador frequente, que retorna e até divulga a empresa, de maneira a criar um
relacionamento de longo prazo, estabelecido sobre bases sólidas o suficiente para resistir à
pressão do tempo e do mercado. Percebe-se que as empresas socialmente responsáveis
posicionaram-se melhor no mercado, atraindo cada vez mais consumidores, pois a sociedade
está cada vez mais consciente e exigente, e a partir daí, a população torna-se mais crítica, e
optam na hora da compra por produtos e ou serviços de empresas socialmente correctas.

Seguindo essa vertente, algumas teorias, apontam que os investimentos em


responsabilidade social ao serem assumidos como estratégias, não só passam a influenciar
aos clientes, mas também actuam como agentes modificadores do comportamento da
sociedade.

 Responsabilidade Social e Filantropia


De acordo com Neto e Farões (2004), a filantropia foi uma "simples doação" de
recursos financeiros ou materiais, sem objectivos de mudar, que resulta da maior
sustentabilidade e consciência social do empresário. Foi um comportamento que reflectiu
uma vocação para a benevolência e caridade para o próximo, como forma de retribuir à
sociedade, dando parte dos ganhos obtidos pela empresa.

A filantropia difere da responsabilidade, pois suas acções prescindem na sua maioria


de um planeamento, organização, monitoramento, acompanhamento e avaliação, enquanto
acções de responsabilidade social são extensivas a todos os que participam da vida da
sociedade (indivíduos, governo, empresas, grupos sociais e outras instituições) e exigem
periodicidade, método e sistematização, e principalmente, gestão efectiva por parte da
empresa.

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A caridade difere da responsabilidade social, pois uma doação corporativa não pede
um valor específico. A filantropia é considerada por muitos profissionais como uma das
formas menos eficazes de resolver os problemas da sociedade o que não diminui em nada o
seu mérito.

Segundo Thameiros (2012), a responsabilidade social trabalhou para garantir que a


organização construa relacionamentos sólidos com seus colaboradores, clientes e
fornecedores, além de ajudá-la a cumprir a lei, da gerência riscos, fortalecer a marca,
aumentar as vendas e facilitar a tomada de decisões, motivação para colaboradores internos e
externos. Costa (2007), demonstrou de forma mais clara entre ambas:

Tab.2: Responsabilidade Social e Filantropia

Filantropia Responsabilidade Social


Acção individual e voluntária Acção colectiva
Fomento de caridade Fomento de cidadania
Base assistencialista Base estratégica
Prescinde da gerência Demanda da gerência
Decisão individual Decisão colectiva
Fonte: Froes (2001)

2.5.5. Benefício das Empresas Praticarem a Responsabilidade Social


Segundo Luana Lourenço (2019), uma organização que tem como propósito actuar
com responsabilidade é vista como “modelo” tanto para outras organizações como para a
sociedade “Mais que preservar o Planeta Terra para as próximas gerações, adoptar medidas
sustentáveis também tem seu impacto no presente, sobretudo para as empresas que abraçam
essa causa.

Cada dia as pessoas desejam fazer parte de organizações sustentáveis, ter


produtos oferecidos pelas mesmas as deixam com orgulho afinal são stakeholders (os
interessados), e ter sua imagem pessoal associada a empresa traz um sentimento de
“pertencer” e de alguma maneira contribuir para o sucesso desta, outra parte muito
importante nesse processo são os colaboradores, que também possui esse sentimento de
pertencimento, esse olhar “para fora” faz toda a diferença, saber que seu trabalho impacta na
vida de pessoas faz com que trabalhem mais engajados e foquem no não desperdício.

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Dizia Melo Neto (2002) alguns dos benefícios da responsabilidade social corporativa
podem ser traduzidos em benefícios como: fortalecimento da marca e imagem da
organização; diferenciação da concorrência; geração espontânea de mídia; lealdade do
consumidor; segurança de bens e funcionários; atractividade e retenção de talento
profissional; protecção contra o comportamento negativo dos funcionários; menor incidência
de controlos e auditorias por órgãos externos; atrair investidores e deduções fiscais.

A prática correcta de uma empresa socialmente responsável pode melhorar no


desempenho da empresa a médio e longo prazo, entre outros factores valores agregados a
imagem da organização, motivação do público interno, posição de influência na decisão de
compra entre outras.

Melo Neto (2002), especifica, no entanto, que a partir do momento em que a empresa
não respeita as suas obrigações sociais perante os seus colaboradores, a sua comunidade, os
seus fornecedores, os seus accionistas, os seus clientes e os seus parceiros, perde o seu capital
de responsabilidade social, sua credibilidade, prejudica sua imagem e ameaça sua reputação.
Internamente, o clima organizacional pode se deteriorar, desmotivação geral, surgimento de
conflitos, greves e paralisações, baixa produtividade entre outras.

2.5.6. Papel das Empresas na Sociedade

Na visão de Filippis (2004), a compreensão do papel das empresas na sociedade


actual se enquadrou num contexto de economia neoliberal e de livre concorrência, em que o
estado redefine o seu papel e objectivos, onde já não possui na sua totalidade a capacidade de
provedor de bens e serviços, e desta forma, as parcerias privadas e pública -privadas
procuram preencher este vazio deixado pela “demissão deliberada” do Estado.

Foi neste contexto que os movimentos da sociedade civil passam a actuar de modo a
preencher o vazio deixado pelo Estado. As grandes corporações percebem então uma nova
possibilidade de actuação, que aumenta a sua imagem perante toda sociedade.

Para Dupas (2003), essa actuação podia ser vista como uma reacção ao modelo
económico imposto pelas políticas neoliberais (consiste em uma reacção teórica e política
contra o Estado intervencionista, opondo-se fortemente a qualquer forma de planeamento da
economia), que por esta via promoveu a abertura comercial, a internacionalização das
empresas e o livre fluxo de capitais. Assim a demanda por acções socialmente responsáveis
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passou gradualmente do Estado para as empresas inclusive por incentivo das associações
civis, também chamadas de terceiro sector.

A responsabilidade social suscita divergências entre os autores, para alguns as


empresas devem se basear em buscar a realização do benefício próprio. (Milton, 1970)
defende que : “só existe uma única responsabilidade dos negócios, usar seus recursos e
desenvolver actividades destinadas a aumentar os seus lucros, desde que esta respeite as
regras do jogo, o que quer dizer, a companhia deve se engajar na livre competição, sem
recurso a fraude ou engano.” Assim a RSE é apenas uma ferramenta estratégica para as
empresas atingirem os seus objectivos económicos.

Carroll (1979), nesta vertente, afirma que os negócios acompanham as expectativas


económicas, legais, éticas e facultativo que as sociedades têm das organizações num dado
contexto temporal. Já Robert (1972 p. 18) defende que “qualquer grande corporação deve ser
vista como um empreendimento social, isto é, uma entidade cuja existência é justificada para
servir causas públicas ou sociais”.

Essa divergência de opiniões ocorre não só no âmbito científico vai também no


âmbito empresarial, pois enquanto, algumas empresas estão preocupadas em ajudar no
desenvolvimento das comunidades nas quais estão inseridas, as outras não estão preocupadas
necessariamente com o bem-estar da população e o desenvolvimento local, mais sim, em
lucras cada vez mas em detrimento dos estragos que a sua área de actuação vem causando ao
meio ao qual estão inseridos.

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3. METODOLOGIA

3.1. Conceito de Método

Segundo Marconi e Lakatos (2017), método é o conjunto das actividades sistemáticas


e racionais que, com maior segurança e economia, permite alcançar o objectivo de produzir
conhecimentos válidos e verdadeiros, traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e
auxiliando as decisões do cientista.

Segundo Gil (1989), a metodologia corresponde ao caminho pelo qual o pesquisador


seguiu em busca da verdade científica, ou por outra, é um conjunto de procedimentos
intelectuais e técnicos usados pelo pesquisador para alcançar a verdade científica.

3.2. Tipo de Pesquisa


Quanto ao tipo de pesquisa foi qualitativa.

Segundo Denzin e Lincoln (2006), a pesquisa qualitativa envolve uma abordagem


interpretativa, em termos dos significados que as pessoas a eles conferem.

3.2.1. Sujeito de Pesquisa


Segundo Gil (2008), População ou universo populacional é o conjunto dos elementos
dos quais retira-se uma parte representativa designada amostra para um determinado estudo,
pela complexidade de amplitude desse mesmo universo. Lakatos & Marconi (2010),
população é definida como o conjunto de pessoas que apresentam pelo menos uma
característica em comum.

Constituiu para a elaboração desta monografia, elementos abaixo”


 Gestor de Assuntos Sociais da Mozal e
 Habitantes circunvizinhas da Mozal (somente foram entrevistados dois chefes de
quarteirões).

3.3. Abordagem Metodológica

Para a elaboração desta monografia usou-se a abordagem qualitativa que segundo Gil
(1999) o uso dessa abordagem propicia o aprofundamento da investigação das questões
relacionadas ao fenómeno em estudo e das suas relações, mediante a máxima valorização do

| 19
contacto directo com a situação estudada, buscando-se o que era comum, mas permanecendo,
entretanto, aberto para perceber a individualidade e os significados múltiplos.
A autora optou pelo método qualitativo na elaboração desta pesquisa com vista a
abranger um grupo reduzido de trabalhadores entrevistados, que estiveram envolvidos em
acidente de trabalho ou que tenham presenciado o mesmo, o que lhe permitiu fazer uma
análise de acidente de trabalho mais profunda e com qualidade de informação.

3.4. Tipos de Estudo


Segundo Gil (2001), afirmou que o estudo de caso consiste no estudo profundo e
exaustivo de um ou poucos objectos, da maneira que permita seu amplo e detalhado
conhecimento. O objectivo do estudo do caso é o de proporcionar uma visão global do
problema ou identificar possíveis factores que influenciaram ou que foram por ele
influenciados.

Tendo em conta os aspectos citados, no presente trabalho foi usado o caso de estudo
com objecto a Mozal, SA.

3.5. Técnicas de Recolha de dados na pesquisa qualitativa


Segundo Lakatos e Marconi (2002) as técnicas de colecta de dados são um conjunto
de regras ou procedimentos utilizados por uma ciência, ou seja, correspondente à parte
prática, da colecta de dados. Para colecta de dados e de exploração na realização da presente
pesquisa, a autora recorreu a revisão bibliográfica, pesquisa documental através da recolha e
verificação de dados usando as técnicas de observação e entrevista.

3.5.1 Instrumentospara recolha de dados

 Entrevista semi-estruturada:

Segundo Gil (2002), a entrevista é uma das principais técnicas de colectas de dados e
pode ser definida como conversa realizada face a face pelo pesquisador junto ao entrevistado,
seguindo um método para se obter informações sobre determinado assunto.

 Pesquisa Documental
Por sua vez Gil (2008), a pesquisa documental é muito semelhante à pesquisa
bibliográfica. A diferença essencial entre ambas está na natureza das fontes: enquanto a
bibliográfica se utiliza fundamentalmente das contribuições de diversos autores, a

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documental vale-se de materiais que não receberam, ainda, um tratamento analítico, podendo
ser reelaboradas de acordo com os objectos da pesquisa.

3.5.2 Técnicas para a Recolha de Dados

 Guiões de Entrevista
Quanto a técnica de recolha de dados, o estudo usou guiões de entrevista e análise do
roteiro documental.

Para Gil (2008), define entrevista como "um processo de interacção social entre duas
pessoas na qual uma delas, o entrevistador, tem por objectivo a obtenção de informações por
parte do outro, o entrevistado.

 Análise documental

Para Markoni e Lakatos (2003), a análise documental é realizada como técnica de


recolha de dados e caracterizada por fontes escritas ou não, primárias ou secundárias. Assim
sendo o roteiro a ser utilizado como recurso para o trabalho foi fonte secundária, por meio de
documentos.

3.6. Considerações éticas


No que refere aos procedimentos éticos, a presente monografia obedeceu alguns
aspectos considerados relevantes. Pois quando se está perante a realização de pesquisas para
fins académicos, deve-se sempre partir do princípio que as acções devem ser fundamentadas
por valores éticos e morais que possibilitam ao pesquisador estabelecer boas relações
humanas com o seu grupo alvo.

Assim foi apresentada uma credencial com o intuito de informar a organização que
seria realizada uma pesquisa junto aos trabalhadores da Mozal, SA. Com o tema
Responsabilidade Social Empresarial da Mozal, SA e os Investimentos sociais Privados para
o Desenvolvimento Local no período de 2017 a 2020. O entrevistado esteve livre de a
qualquer momento recusar-se a responder às perguntas que podiam lhe causar
constrangimento e poder deixar de participar da pesquisa sem apresentar justificativas, o
entrevistado foi informado que caso esteja interessado poderá ser informado sobre todos os
resultados obtidos na pesquisa e toda a informação por estes fornecidos foi exclusivamente

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usada para fins de carácter académico. Foi elaborado um termo de consentimento onde cada
participante assinou de modo voluntário como prova da sua participação livre.

3.8 Limitações do Estudo

Como qualquer outro trabalho do fim do curso, o presente estudo enfrentou


dificuldades de várias ordens, dentre as quais destacamos:

 Esta primeira grande limitação deste trabalho residiu na busca da literatura


“cientifica" que verse sobre o assunto que nos pudesse servir de guia, de tal
modo que a fase da pesquisa bibliográfica foi longe e cheia de incerteza;

 Reduzido número de questões do guião de entrevista com o objectivo de reduzir o


tempo de resposta ao mínimo;
 Por várias vezes, mesmo depois de marcadas as entrevistas, os informantes
mostravam-se indisponíveis, factor este que condicionou os resultados.

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4. APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Este estudo de caso teve como principal fonte de informação guiões de entrevista
dirigidas ao Gestor de Assuntos Sociais da empresa e dois Chefes de quarteirões residentes
nas proximidades da empresa, que depois de obtida a respectiva autorização foram
respondidas e assinadas. Por questões de confidencialidade, são omitidos os nomes dos
entrevistados, pelo que se utilizaram as letras X, Y, e Z, respectivamente.

4.1. Apresentação
 Mozal

A Mozal é uma empresa de fundição de alumínio localizado à 21 quilômetros a oeste


da capital de Moçambique, Maputo, com um terminal portuário associado localizado a cinco
km do principal de Maputo. Estabelecida no Parque Industrial de Beluluane, no Distrito de
Boane, em Julho de 1998, por um consórcio de empresas investidoras, liderado pela BHP
Biliton. Incluindo empréstimos para projectos, representa cerca de 2 mil milhões de dólares,
o maior projecto industrial já empreendido em Moçambique até então.

Foi com a consciência de que o sucesso do projecto, também passava por desempenho
ambiental e sócio ético a nível mundial, que os accionistas da Mozal idealizaram e criaram o
comité de ligação com as comunidades que culminou na Associação Mozal para o
Desenvolvimento da Comunidade (AMDC), cujo objectivo é fazer face aos desafios de
grande alcance da comunidade, ou seja, implementação da política de responsabilidade social
da empresa na comunidade a volta da fundição.

Visão

Tornar-se num líder mundial na fundição de Alumínio.

Missão

 Ser reconhecidos internacionalmente como uma empresa estável e previsível de


fundição de alumínio, impulsionando a eficácia de custos e a eficiência do
processo;
 Criar um ambiente no qual todos os colaboradores estejam seguros, bem
formados e tenham orgulho de trabalhar para a MOZAL;

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 Cumprir com os compromissos ambientais e com as responsabilidades junto aos
seus parceiros incluindo a comunidade ao redor.

4.2. Análise e discussão dos resultados

4.2.1. As áreas de intervenção social da Mozal


Neste ponto procurou-se dar resposta à questão de investigação: Quais são as áreas
de intervenção social empresarial na qual a empresa Mozal opera?

Por sua vez o X respondeu que as áreas da intervenção social que a empresa que já
operou são:

 Edução e Formação

Foi nesta intervenção pela qual implementou o projecto das bolsas de estudo que beneficiou
as raparigas residentes na Matola e Boane, que frequentaram os cursos de Mecânica,
Eletricidade e Tecnologia de informação e Comunicação (TICs).

 Infra-estruturas comunitárias

A Mozal entregou um bloco composto por 5 salas de aulas apetrechadas na Escola


Primária de Chibaulane. Este reflecte a resposta da Mozal aos anseios das comunidades do
distrito da Matola, que desde há muito tempo se vem ressentindo pelo facto dos seus filhos
estudarem em baixo das árvores e em condições precárias.

Além da construção, a Mozal reabilitou as salas de aula já existente, que também se


encontravam em condições críticas. Este processo consistiu na reparação de janelas, portas e
do pavimento, bem como a substituição das carteiras.

No âmbito da sua estratégia de responsabilidade social e de resposta à COVID-19, a


Mozal construiu e apetrechou o Laboratório de Biologia Molecular no Hospital Provincial da
Matola, respondendo, deste modo, ao apelo feito pelas autoridades do Governo a nível da
província de Maputo.

Ashley (2012), defendeu que, dentre as várias intervenções sociais que uma
determinada organização têm para com a sociedade, as que afectam positivamente e
coerentemente na sociedade é a formação e as infra-estruturas, sendo estas a constituírem um
papel muito importante e específico para o desenvolvimento da sociedade em geral.

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Portanto, ao respeito das intercepções sociais da Mozal para com a sociedade,
compromete com o desenvolvimento, com isso, promove, ao mesmo tempo, a melhoria da
qualidade de vida da comunidade local. Isto é, portanto, um factor determinante para as
pessoas conseguir conviver de forma empática com a empresa, devido ao relacionamento e
luta por causas sociais.

4.2.2. Benefícios para as comunidades locais


Neste ponto procurou-se dar resposta à questão de investigação: Quais são os
benefícios da pratica de responsabilidade social empresarial para as comunidades locais
e circunvizinhas onde estão inseridas?

A respeito desta questão o colaborador X respondeu que, a Mozal continuou


empenhada em melhorar as condições de vida nas comunidades vizinhas. A Estratégia de
Investimento Comunitários da Mozal está alinhada com as prioridades estratégicas do
Governo, concentrando-se em cinco pilares: Saúde e Bem-estar, Educação, Emprego,
Empreendedorismo.

Neste âmbito, a Mozal e AMVIRO (Associação Moçambicana das Vítimas de


Insegurança Rodoviária) implementaram um projecto de Segurança Rodoviária Comunitária
nos distritos de Boane e Matola com o objectivo de reduzir o elevado índice de acidentes
rodoviários. As ideias deste projecto incidem na educação de peões e condutores;
melhoramento de sinalização rodoviária; educação cívica nas escolas e em locais de maior
mobilidade de peões e veículos e mercados.

Ainda o X acrescentou que, Com o apoio da Mozal, a Associação para o


Desenvolvimento Urbano (PAMODZI) implementou o projecto Acelerar o acesso ao
saneamento e higiene no Distrito de Boane, desenvolvido em 15 bairros e escolas das
Localidades de Eduardo Mondlane e Mulotana.

A Mozal acredita nas PMEs (Pequenas e Médias Empresas), por esta razão que, desde
a sua criação a Mozal está envolvida na formação das PMEs. Já tendo implementado um
programa denominado MozLink (Desenvolvimento das as PMEs através de ligações
empresariais) que consiste na formação de um lote de 15-20 PMEs ao longo de um ciclo de
doze meses, sob a orientação de uma equipe de mentores. O processo MozLink desenvolveu

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as habilidades técnicas e empresariais de várias PMEs. Algumas delas tornaram-se grandes
empresas e ocupam um lugar privilegiado na prestação de serviços à Mozal.

Este projecto permitiu a pintura de murais sobre boas práticas de higiene em cinco
escolas, beneficiando 3805 alunos. Foram igualmente distribuídos 15 kits de limpeza em
igual número de escolas primárias, além de criação de 30 comités de água e saneamento para
a gestão de fontanários.

Queiroz (2010), defendeu que, em um mundo onde se vive uma crise ética e de
valores e um aumento considerável de desigualdade social, a empresa que actua com o
propósito social, transforma a vida de pessoas e causam um impacto positivo na comunidade
onde a empresa estiver inserida. Desta forma, o bem-estar, edução e empreendedorismo para
a criação de pequenas empresas, trazem inúmeros benefícios para a comunidade.

Deste modo, percebe-se que a empresa têm propósitos bem definidos e eficazes para
atrair a comunidade local e, motivando desta forma o governo local devido as suas acções
voltadas ao beneficio da comunidade. Portanto, isso ajuda a empresa na elevação do grau de
engajamento dentro do trabalho e aumento da sua credibilidade, gerando desta forma, mais
confiança no mercado.

Por sua vez os residentes Y e Z foram feitas à questão de investigação: Desde que a
Mozal começou a funcionar o que melhorou na vida das pessoas aqui na comunidade?

As respostas dadas a respeito da questão a cima convergem, na medida em que os


mesmo afirma que houve uma melhoria significativa no desenvolvimento da comunidade
desde a chegada da Mozal, se centrou na construção de infra-estruturas (escolas, estradas, e
hospitais), mudança significativa na segurança significativa na rodovia e na saúde, apoio
significativo que a Mozal deu na produção agrícola aumentando não só a sua produtividade,
assim como, também esse desenvolvimento na agricultura gerou muitos empregos.

Por sua vez o Amarin (2009), reconheceu que fazer investimentos em serviços
públicos como a construção das escolas, postos de saúde, sector agrário no meio rural, gera o
emprego local e é necessário para superar as desigualdades indesejadas, ao oferecer
investimentos em educação de habilidades como meio para ajudar os pobres a escapar à
pobreza.

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Desta forma, quando uma empresa socialmente responsável resolve inicial as suas
actividades numa determinada comunidade, ela deve buscar formas de melhorar a vida
daquela comunidade, se informar das lacunas e necessidades da mesma, ajudando a
desenvolver e a mitigar o nível de pobreza dessa comunidade. Tem que haver um antes e um
depois de quando a empresa iniciou as suas operações. E neste contexto nota-se uma grande
satisfação por parte da comunidade através da intervenção social da empresa.

Confrontados com a outra questão de investigação: Os gestores da Mozal ou pessoas


ligadas a Mozal, já se aproximaram a comunidade para saber dos problemas e das
necessidades das mesmas?

Os residentes Y e Z responderam que nem sempre se aproximam a respeito dos


problemas e as necessidades, mas por outro lado, mesmo sem essa aproximação, a empresa
tem tido alguma intervenção na comunidade no sentido de apoiar as mesmas, como é o caso
de construção e reabilitação das escolas e outras infra-estruturas.

Para o Chiavenato (2014), as necessidades sociais, estão ligadas a associação,


participação, aceitação dos companheiros. O mesmo defendeu que para cada acção social, há
necessidade de se consultar e/ou aproxima das comunidades onde a empresa estiver inserida
no sentido de apurar as reais necessidades para posterior resolução da mesma.

Desta forma, foi possível entender que com a não aproximação das comunidades para
apurar as necessidades, pode causar algum desentendimento entre a Mozal e a comunidade.
Trata-se de um factor importante para o alcance dos objectivos de ambas parte, portanto,
embora que a Mozal tenha feito varias coisas que beneficiaram a comunidade, há necessidade
de sempre se aproximar da comunidade para fazer levantamento das suas necessidades assim
como trocar ideias para a resolução dos problemas que a comunidade estiver a enfrentar.

Os residentes Y e Z ainda foram confrontados com à questão de investigação: Já


apresentaram propostas de coisas que gostariam que mudassem na comunidade?

Responderam os residentes Y e Z que, uma vez não existindo aproximação da


empresa na comunidade, torna-se difícil a apresentação das propostas.

Desta forma, o Ruão (2000), defendeu que toda empresa devia se familiarizar com as
suas comunidades, trata-se de um factor extremamente importante para uma boa imagem da
empresa.
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Olhando parte este factor negativo constatado por residentes, a Mozal deveria,
portanto, adoptar um mecanismo que pudesse dar a oportunidade da comunidade a
representar as suas propostas. Assim, embora que a Mozal angarie fundos para apoio a
comunidade, não tem dado espaço a apresentação das propostas da comunidade.

4.2.3. Política Ambiental


Neste ponto procurou-se dar resposta à questão de investigação: A empresa tem uma
política ambiental formal, que inclui um compromisso com a conformidade legal,
medição contínua e melhorias no desempenho ambiental?

O colaborador X respondeu que a gestão ambiental constitui uma das preocupações


primordiais da Mozal, na garantia do bem-estar social das comunidades de que são parte e do
mundo do qual dependem. A Mozal possui um plano de gestão ambiental aprovada pelo
Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural, e o mesmo está alinhado com os
padrões internacionais do Banco Mundial, para a gestão ambiental dos impactos associados
às suas operações, evitando causar danos às águas e ao ar atmosférico.

 Monitoria da qualidade das águas

A gestão das águas na Mozal consiste na monitoria regular dos níveis do fluoretos e
de outros diferentes parâmetros nas efluentes industriais, ao longo do Rio Matola e nas águas
subterrâneas.

 Monitoria da qualidade de água industrial

As águas industriais provenientes das nossas operações são drenadas para uma lagoa
de retenção e, posteriormente, são tratadas e submetidas a análise, visando a determinação da
concentração de fluoretos numa base diária, antes da descarga para o Rio Matola. O nível de
fluoretos destas águas manteve-se abaixo do limite legal de mg/l.

 Monitoria do ar atmosférico

Alinhado com a estratégia empresarial de gestão de ambiente na prevenção e


mitigação dos impactos ambientais, a fábrica possui dois centros de tratamento de fumos
(FTC’s) e quatro centros de tratamento de gases (GTC's).

O tempo combinado de funcionamento desses equipamentos com filtro é monitorado


numa base mensal e não deve estar abaixo do limite mínimo admissível.
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 Monitoria da qualidade do ar ambiente

Como parte da monitoria da qualidade do ar ambiente a Mozal realiza, numa base


semestral, duas campanhas de determinação da qualidade do ar nos arredores da empresa nas
suas instalações portuárias.

Para além destas campanhas, a Mozal realizou uma investigação para identificar a
proveniência de um odor forte que exalava em volta do Parque Industrial de Beluluane e que
atingia as comunidades circunvizinhas. A investigação conduziu à identificação de uma
empresa sediada no parque, cujas operações resultam na liberação do referido odor. O
assunto foi monitorado pelo Parque Industrial de Beluluane, entidade que gere assuntos
relacionados com as diversas empresas instaladas no parque.

 Monitoria de ruído

A Mozal realiza, numa base anual, campanhas de monitoria do ruído ambiental, de


forma a determinar a qualidade do ar ambiente. As campanhas são realizadas nos arredores
da fábrica e nas instalações portuárias da Mozal nos períodos diurno e nocturno.

Cnumad (2005), defendeu que a política ambiental refere-se a declararão de intenções


e compromissos assumidos em relação a um conjunto de acções ordenadas e práticas
tomadas por determinadas empresas e governo com o propósito de preservar o meio
ambiente e garantir o desenvolvimento. Acrescenta ainda que essas políticas devem ser
implementadas comunicadas às partes internas e externas da organização para que todos
possam, portanto, compreender e se comprometer em atende-la.

Essas políticas adoptadas são, portanto, importantes instrumentos para a garantia de


futuro com desenvolvimento e preservação ambiental. São também fundamentais para o
combate ao aquecimento global (tendo em conta o período em analise), para a redução
significativa da poluição do meio ambiente (ar, rios, solo) e para a melhoria na qualidade de
vida das pessoas daquela localidade onde a Mozal está inserida.

4.2.4. Vantagens e desvantagens de responsabilidade social


Neste ponto procurou-se dar resposta à questão de investigação: Quais são as
vantagens e desvantagens decorrentes do excesso de responsabilidade social
empresarial nas comunidades?

| 29
Por sua vez o X respondeu que as vantagens e desvantagens decorrentes do excesso
de responsabilidade social empresarial nas comunidades são:

Vantagens

 Contribui para o desenvolvimento de pequenos negócios, através da potenciação dos


empreendedores familiares organizados em pequenas empresas, mas não constitui a
única estratégia;
 Retorno de seu investimento;
 Aumento de credibilidade passando uma boa imagem;
 Maior capacidade de atrair e reter os talentos na empresa;
 Alcance de maiores níveis de satisfação do cliente.

O Jocote (2003), defendeu que adoptar medidas de responsabilidade social é uma


forma de passar uma mensagem positiva às pessoas. Sendo assim, as próprias empresas se
beneficiam com essas acções como o aumento de credibilidade, desenvolvimento de
pequenos negócios até mesmo o retorno dos seus investimentos e melhorando desta forma a
sua imagem junto com o mercado e o seus respectivos consumidores.

Portanto, é sabido que ultimamente os consumidores buscam um comprometimento


social, ou seja, que vá além do puro interesse comercial. E uma das maneiras de demonstrar
esse engajamento é por meio da sustentabilidade, e desta forma, a Mozal faz do meio
ambiente uma bandeira constante e conseguiu, em curto período só, melhorar a sua imagem
perante o mercado e os seus clientes.

Desvantagens

O colaborador X ainda acrescentou que devido ao porte da Mozal e por a mesma


estar sempre envolvida em projecto que visam ajudar as comunidades, algumas empresas não
vêm a necessidade de se envolverem também.

Por sua vez Toldo (2000), defendeu que um dos argumentos mais comuns que as
empresas fazem quando indicam relutância em políticas de responsabilidade social é a
desvantagem que isso, causa contra as empresas que não o fazem. Em outras palavras, se a
empresa A faz a sua parte para investir recursos para cuidar da sua comunidades e meio
ambiente, e a empresa B não.

| 30
Portanto, se consideramos que existem desvantagens para a empresa em estudo pelo
facto de actuar com a responsabilidade e as outras não, desta forma é possível compreender
que a Mozal por sua vez enfrenta dificuldades no gasto que envolve a responsabilidade
social, devido a ignorância das demais empresas no que diz respeito ao bem-estar das suas
comunidades.

| 31
5. CONCLUSÃO
A presente pesquisa, que tem como objectivo principal, Analisar a Responsabilidade
Social Empresarial da Mozal, SA e os Investimentos Sociais privados para o
desenvolvimento Local. Com o conteúdo apresentado, pode-se concluir que a execução da
Responsabilidade Social nas organizações é uma ferramenta importante por se tratar de uma
estratégia de construção de uma boa imagem perante a sociedade em geral. É de extrema
importância que as organizações se unam em prol do desenvolvimento do país.

Mas não é o que vem acontecendo, porque nem todas as empresas se juntam a essa
causa, o que acaba criando um buraco e deixando as zonas que o governo não consegue
cobrir num nível crítico. Levando em consideração que normalmente as empresas que
praticam a Responsabilidade Social o fazem nas zonas nas quais as empresas estão inseridas.

Actualmente as acções sociais, de responsabilidade social são vistas com bons olhos
pelos consumidores, que estão cada vez mais exigentes ao optar por produtos ou serviços que
realmente venham de empresas que contribuam com a melhoria de vida da sociedade.

Assim, espera-se que esta pesquisa possa informar o quão importante é a realização
de uma boa campanha de Responsabilidade Social, e o quanto ela pode contribuir
positivamente na consolidação da marca, gerando lucro, além de respeito e fidelidade do
consumidor e posicionamento de mercado.

5.1. Sugestões:
Ao longo deste estudo foram surgindo vários assuntos ligados à questão que nos propusemos
investigar no inicio, sobretudo no concernente a relação entre a Mozal e a Comunidade local, deste
modo, chegado a este ponto cabe-nos então a propusemos as seguintes sugestões:

 No sentido de se criar uma plataforma de convivência transparente entre a empresa e


as comunidades vizinhas, deve haver um contacto permanente entre os dois, as
reuniões públicas das partes interessadas e afectadas realizadas pela empresa não são
suficientes;
 A empresa deve investir na formação ambiental das comunidades, seja através de
palestras ou pequenos cursos para os líderes locais, na medida em que maior parte dos
membros da comunidade apresenta um nível baixo de escolaridade.

| 32
 A empresa deve esclarecer melhor sobre os danos causados de forma a evitar futuros
equívocos;
 Porque o estudo não é exaustivo, recomenda-se que façam outros e mais estudos
iguais com maior profundidade.

| 33
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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| 36
ANEXOS

| 37
ANEXO I- FORMULÁRIO DE CONSENTIMENTO INFORMADO

FORMULÁRIO DE UM CONSENTIMENTO INFORMADO


INVESTIGAÇÃO NO ÂMBITO DA LICENCIATURA EM CONTABILIDADE E
AUDITORIA

AUTORA: ORNILA FRANCISCA MACUACUA

O actual trabalho de investigação intitulado” RESPONSABILIDADE SOCIAL


EMPRESARIAL DA MOZAL, SA E OS INVESTIMENTOS SOCIAIS PRIVADOS
PARA O DESENVOLVIMENTO LOCAL NO PERIODO DE 2017 A 2020 ” insere-se
num estudo que decorre no âmbito da Licenciatura em Contabilidade e Auditoria e tem
como objectivo principal Analisar a responsabilidade Social Empresarial da Mozal, SA e
os Investimentos Sociais Privados para o Desenvolvimento Local.

Pretendo contribuir para um melhorar conhecimento sobre o tema, sendo necessário,


para tal incluir este estudo a participação de todos habitantes circunvizinhas da Mozal, SA e
Gestor da Responsabilidade Social da referida empresa, sendo fundamental a colaboração de
todos.

O resultado da investigação, orientada pelo Mestre Marcelino Guila, será


apresentado no Instituto Superior de Gestão e Empreendedorismo Gwaza- Muthini em
Marracuene, podendo contactar a autora para se inteirar dos resultados obtidos.

Este estudo não lhe trará nenhuma despesa ou risco. As informações recolhidas serão
efectuadas através de um guião de entrevista que deverão ser gravados para permitir uma
melhor compreensão dos factos. Qualquer informação não será revelada a terceiros, nem
publicada. A participação neste estudo é voluntária e pode retirar-se a qualquer altura, ou
recusar participar, sem que tal facto tenha consequências para si.

Depois de ouvir as explicações acima referidas, declaro que aceito participar nesta
investigação.

Assinatura:____________________________________Data:_______

| 38
APÉNDICI 1: GUIÃO DE ENTREVISTA PARA OS GERENTE DA MOZAL SA.

INSTITUTO SUPERIOR DE GESTÃO E EMPREENDEDORISMO


GWAZA MUTHINI

LICENCIATURA EM CONTABILIDADE & AUDITORIA

A presente entrevista é destinada ao gerente. Com o intuito de Analisar a responsabilidade


Social Empresarial da Mozal, SA e os Investimentos Sociais Privados para o
Desenvolvimento Local. Os dados colectados são confidenciais e servirão apenas para fins
académicos.

GUIÃO DE ENTREVISTA PARA O GESTOR DE ASSUNTOS SOCIAIS

1) Quais são as áreas de intervenção social empresarial na qual a empresa Mozal opera?

2) Quais são os benefícios da pratica de responsabilidade social empresarial para as

comunidades locais e circunvizinhas onde estão inseridas?


3) A empresa tem uma política ambiental formal, que inclui um compromisso com a

conformidade legal, medição contínua e melhorias no desempenho ambiental?


4) Quais são as vantagens e desvantagens decorrentes do excesso de responsabilidade social

empresarial nas comunidades.

A PESQUISADORA………………. O GESTOR DE ASSUNTOS SOCIAIS……………

| 39
APÉNDICI 2: GUIÃO DE ENTREVISTA PARA A COMUNIDADE

INSTITUTO SUPERIOR DE GESTÃO E EMPREENDEDORISMO


GWAZA MUTHINI

LICENCIATURA EM CONTABILIDADE & AUDITORIA

A presente entrevista é destinada a comunidade. Com o intuito de Analisar a


responsabilidade Social Empresarial da Mozal, SA e os Investimentos Sociais Privados para
o Desenvolvimento Local. Os dados colectados são confidenciais e servirão apenas para fins
académicos.

GUIÃO DE ENTREVISTA PARA A COMUNIDADE

1). Desde que a Mozal começou a funcionar o que melhorou na vida das pessoas aqui na
comunidade?

2). Os gestores da Mozal ou pessoas ligadas a Mozal, já se aproximaram a comunidade para


saber dos problemas e das necessidades das mesmas?

3). Já apresentaram propostas de coisas que gostariam que mudassem na comunidade?

| 40
APÉNDICI 3 - CREDENCIAL

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