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AGRADECIMENTOS
Silene Matos
RESUMO
O presente trabalho tem por objetivo investigar como a AGCO do Brasil tende a
minimizar os impactos causados na sociedade e meio ambiente. A metodologia
utilizada, a partir dos objetivos propostos nesta monografia, foi um estudo
exploratório baseado em um caso, com ida a campo, em que se relacionou o
referencial teórico com a entrevista semiestruturada e a pesquisa documental. As
informações obtidas através da coleta e análise dos dados auxiliaram na
compreensão das ações de responsabilidade socioambiental desenvolvidas pela
organização, identificando indicadores e entendendo melhor a relação da área social
e ambiental nas empresas e o papel do profissional de relações públicas. Desta
forma, concluiu-se que, cada vez mais, as organizações buscam realizar ações de
responsabilidade socioambiental. No entanto ainda há muito por fazer. As empresas
começam a ter consciência da importância dessas ações e o profissional de
relações públicas tem papel fundamental nesse processo.
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 8
2 REFERENCIAL TEÓRICO..................................................................................... 11
2.1 Responsabilidade Social Empresarial ............................................................. 13
2.2 Meio Ambiente e Sustentabilidade .................................................................. 18
2.3 A aplicação da Responsabilidade Social Empresarial ................................... 21
2.4 Responsabilidade Socioambiental e seus indicadores ................................. 27
2.5 Relações Públicas e Responsabilidade Socioambiental ............................... 31
3 MÉTODO................................................................................................................ 37
5 ANÁLISES ............................................................................................................. 45
5.1 Ações ambientais .............................................................................................. 46
5.2 Ações sociais .................................................................................................... 57
5.3 Ações de responsabilidade social da AGCO no contexto das relações
públicas .................................................................................................................... 65
6 DISCUSSÃO .......................................................................................................... 69
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 78
APÊNDICES ............................................................................................................. 81
Apêndice 1 – Análise das ações socioambientais da AGCO .............................. 82
8
1 INTRODUÇÃO
Contudo, muitas empresas ainda não estão voltadas a essa causa. Apesar de
conhecerem sua importância, priorizam aspectos econômicos. Isso se dá,
principalmente, por não conhecerem os benefícios de se trabalhar com ações de
responsabilidade socioambiental e que, ao fazê-las, podem gerar um retorno positivo
tanto à comunidade quanto à imagem da organização.
a comunidade onde está inserida e com o meio ambiente, apresentando ações para
minimizar o impacto de suas atividades, como a Produção Mais Limpa e o Projeto
I.S.C.A - Inclusão Social, Capacitação e Acessibilidade, dentre várias outras ações
que chamaram a atenção desta acadêmica.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Como o objetivo geral deste estudo é investigar de que forma a AGCO tende
a minimizar os impactos na sociedade e meio ambiente para a obtenção do bem-
estar social, escolheu-se o termo responsabilidade social empresarial como foco de
estudo, por incluir a dimensão ambiental, apesar de não explicitá-la no conceito em
si. Mesmo assim, quando necessário, serão mencionados os dois termos citados
acima, RS e RSA.
Por fim, apresenta-se a relação que há entre a área de relações públicas com
o termo e ações de responsabilidade socioambiental, alcançando, assim, alguns dos
objetivos específicos propostos nesse projeto.
13
Tenório cita Toffler1, autor que afirma que a sociedade industrial buscava
basicamente o crescimento econômico. Já a sociedade pós-industrial, “preocupa-se
com a qualidade de vida, a valorização do ser humano, o respeito ao meio ambiente,
a organização empresarial de múltiplos objetivos e a valorização das ações sociais,
tanto das empresas quanto dos indivíduos” (TENÓRIO, 2004, p. 19- 20).
Assim, os estudos feitos sobre RSE surgiram na década de 50, e foi a partir
de 1970, com a sociedade pós-industrial, que as ações desenvolvidas a respeito do
assunto ganham destaque.
1
TOFFLER, Alvim; TOFFLER, Heidi. Criando uma nova civilização: a política da terceira onda. Rio de
Janeiro: Record, 1995.
15
Nas duas últimas décadas houve uma crescente procura pelas empresas
para realizar ações voltadas ao social, por entenderem que há um reconhecimento e
um retorno importante aos negócios. Segundo Tenório (2004), a partir da década de
1990 esse movimento se fortaleceu no Brasil com o surgimento de diversas
organizações não governamentais e com o desenvolvimento do terceiro setor.
Para Froes e Neto (2001), a filantropia pode ser considerada uma “simples
doação”, da maior sensibilidade e consciência social do empresário. A filantropia não
busca retorno, apenas conforto moral e pessoal de quem a pratica.
empresa em responder por ações próprias ou de quem a ela estiver ligada. Isso
significa que a empresa segue uma conduta que vai da ética nos negócios às ações
desenvolvidas na comunidade, até a relação que têm com seus colaboradores,
acionistas e fornecedores.
1) Gerar valor para seu público interno, para que, em primeiro lugar, se
justifiquem os recursos financeiros, humanos e materiais utilizados pelo
empreendimento;
algo além do convencional e é importante que as empresas estejam cada vez mais
cientes disso, adequando-se a esse novo modelo empresarial.
Da mesma forma que surgiu uma atenção maior aos problemas sociais, o
meio ambiente tornou-se foco de diversas ações acerca de responsabilidade das
empresas. Pode-se entender também que as questões ambientais estão incluídas
intrinsicamente na responsabilidade social, por isso usou-se nesta monografia a
palavra Socioambiental.
Para D’arc e Félix (2009, p. 13), o papel das empresas é fundamental para a
diminuição dos impactos ambientais, responsabilizando-se pelo seu papel social e
ambiental.
Melo (2003 apud DANTAS, 2009) diz que não se deve pensar em
sustentabilidade como algo restrito ao meio ambiente, assim como responsabilidade
social não se limita a ações ou investimentos em projetos sociais.
Com isso, segundo Fuks (2012), iniciou-se uma série de reações, como uma
gradual conscientização social, o maior comprometimento em relação ao meio
ambiente por parte das instituições políticas e a crescente aceitação por parte do
setor empresarial de que a implementação de Sistemas de Gestão Ambiental (SGA),
pode ser uma estratégia eficiente. Acreditando-se, então, que o SGA pode lidar com
os efeitos socioambientais negativos provocados pelas empresas em suas
operações, de modo a torná-las agentes no processo de desenvolvimento
sustentável, baseado em uma economia ecológica.
As empresas prestam serviço aos seus públicos, mas é importante que elas
saibam que é dever atender ao interesse público. Por exemplo, podem os
consumidores fazer com que uma organização não fique indiferente à frente de um
problema social ou ambiental? Sim, e cabe ao consumidor exigir que a organização
atenda aos princípios da sustentabilidade. Pode, inclusive, organizar protestos
contra a marca ou ao produto, como ocorreu no caso da Arezzo 2 em 2011. Após
lançar sua nova coleção de bolsas e sapatos, chamada Pelemania, feita a partir de
peles de animais como coelho e raposa, a Arezzo recebeu diversas críticas nas
redes sociais. Suas páginas no Facebook e Twitter foram alvo de reclamação dos
consumidores e isso fez com que a Arezzo retirasse do mercado os produtos à
venda.
Outro fator que influencia a prática de ações sociais por parte das
organizações é a forma instrumental, citada anteriormente. A forma instrumental
oferece algum tipo de benefício ou vantagem. “A natureza do benefício não precisa
ser necessariamente econômica, e as vantagens podem se traduzir, entre outras, no
aumento de preferência do consumidor e no fortalecimento da imagem da marca”
2
Disponível em: <https://www.natanaeloliveira.com.br/o-poder-das-redes-sociais-caso-arezzo>.
Acesso em: 10 set. 2013.
23
(TENÓRIO, 2004, p. 34). Uma das formas de benefício cedido pelos governos é o
incentivo fiscal.
Mas quando a RSE é motivada por questões de princípios, último fator citado
por Tenório (2004), as chances da descontinuidade dos investimentos sociais são
reduzidas, pois esses valores fazem parte da cultura da organização, guiando as
suas ações e orientando as relações com fornecedores, clientes, governo,
acionistas, meio ambiente, comunidades, entre outros.
Para Freitas (1999 apud KUNSCH, 2003), ser social é preocupar-se com os
efeitos de suas atividades produtivas sobre o equilíbrio ecológico, a fim de assegurar
que se legará um planeta onde se possa viver às futuras gerações.
públicos nos projetos e programas a serem desenvolvidos pela empresa nessa área.
O mesmo vale para as ações ambientais.
Há vários indicadores que podem ser utilizados pela empresa para analisar e
avaliar o que foi realizado pela organização. Esses indicadores são sistemas de
avaliação que permitem às empresas verificar seu nível de envolvimento em
questões socioambientais. Isso também possibilita a comunicação clara da empresa
com seus diferentes agentes.
28
Mais especificamente nas ações voltadas ao meio ambiente, desde 1940 são
discutidos os indicadores de sustentabilidade. Uma das medidas, segundo Veiga
(2010), é a Medida de Bem-estar Econômico (ou MEW na sigla em inglês) que é
uma medida de consumo ao invés de produção. O primeiro passo é se voltar ao
produto líquido, não o bruto, considerando a absoluta necessidade de depreciações.
3
SUA PESQUISA. Disponível em: <http://www.suapesquisa.com/o_que_e/iso_14000.htm>. Acesso
em: 07 set. 2013.
4
Produto Nacional Bruto
30
Essa medida foi publicada por Nordhaus & Tobin, em 1972, e para Veiga
atualmente é um indicador que pode ser considerado como o mais “remoto
ancestral”.
Segundo Veiga (2010), mesmo assim o modelo Isew não pode ser
considerado um indicador que efetivamente avalia a sustentabilidade, pois a
precificação de danos ambientais, trabalho doméstico ou voluntário e de ganhos de
lazer, por exemplo, continua a ser envolvida em grande especulação, por mais que
economistas convencionais e alguns ecológicos se esforcem em aperfeiçoar seus
métodos de valoração. “Sempre será um exercício arbitrário atribuir grandezas
monetárias a prejuízos ou ganhos que não têm preços determinados por mercados”
(VEIGA, 2010, p. 5).
Dos indicadores citados por Veiga (2010) até o momento, o que há de comum
é o fato de que para se chegar a algum indicador de bem-estar econômico, ou de
progresso genuíno, parte-se dos dados das contabilidades nacionais que,
tradicionalmente, visam ao cálculo do produto (seja ele interno ou nacional, bruto ou
líquido).
Dentre os índices citados pelo autor, ele esclarece que “o que é preciso reter
é a ideia básica de medir as várias pressões humanas sobre os ecossistemas para
compará-las à sua capacidade de suporte. Mas sem agregá-las” (VEIGA, 2010, p.
31
Mas por que são atribuídas aos relações públicas todas essas atividades?
Quais os objetivos que querem atingir? Neto (2012), propõe os 4 R’s das relações
públicas como forma de apresentar interesses e de como suas atividades podem ser
úteis às organizações. Essas atividades realizadas pelo profissional da área ajudam
na manutenção ou obtenção de Reconhecimento, Relacionamento, Relevância e
Reputação. É a partir desse contexto que podemos entender um pouco mais de
relações públicas.
Desses quatro R’s, dois nos fazem entender por que essa profissão está cada
vez mais especializada na área de responsabilidade socioambiental. O primeiro é a
Relevância, algo importante no mercado competitivo, uma vez que faz a organização
ser diferente e distinta dos concorrentes. Entre as práticas adotadas pelos
profissionais de relações públicas para obter a relevância da empresa frente aos
seus públicos, é a prática de ações de responsabilidade.
O outro “R” das relações públicas, que é fator importante para a implantação
das ações de responsabilidade por esse profissional, é a Reputação. Segundo Neto
(2012), construir uma reputação é consequência de uma sucessão continuada de
atitudes, decisão, comunicação com o público e apoio a projetos de terceiros.
Conforme esse autor a coerência e o apego a princípios e valores, contribuem para
a construção de uma boa reputação.
33
De fato, conforme visto até aqui, o profissional de relações públicas tem à sua
disposição ferramentas que podem contribuir para a construção de um novo
conceito de administração empresarial, em que a organização se torna
comprometida com a qualidade de vida do indivíduo e comunidade. Assim, será
capaz de estimular a prática responsável por parte da organização, reforçando seu
papel estratégico na empresa.
37
3 MÉTODO
5
AGCO. Disponível em: <http://www.agco.com.br/empresa/sobre_agco.aspx>. Acesso em: 07 set.
2013.
41
- Valorizar os funcionários.
Agregar valor para o acionista - A AGCO administrará o negócio para oferecer retorno
superior a seus acionistas.
5 ANÁLISES
6
Disponível em: <http://www.agco.com.br/empresa/responsabilidade_social.aspx>. Acesso em: 21
set. 2013.
48
RESÍDUOS SÓLIDOS,
EFLUENTES
ENERGIA ÁGUA LÍQUIDOS E
EMISSÕES
ATMOSFÉRICAS
Práticas de aproveitamento da
Substituição da Matriz Energética -
água - Dentro da esfera dos
substituição dos equipamentos com
trabalhos voltados para a redução Projeto de Reaproveitamento
sistema de aquecimento elétrico
do consumo de água, uma das Interno - trabalho de
por sistema a gás: Substituição de
medidas desenvolvidas está reaproveitamento interno de
boilers elétricos para gás natural;
relacionada ao aproveitamento da materiais, visando o aumento da
Substituição das estufas elétricas
água da chuva para o processo vida útil dos mesmos:
por estufas a gás; Substituição da
industrial. Todas as águas do Reaproveitamento de materiais
máquina de lavar peças com uso
tratamento superficial e da lavagem diversos.
de energia elétrica por sistema com
das colheitadeiras são
aquecimento a gás natural.
provenientes da chuva.
Gerenciamento de Energia - o
Sistema de Gerenciamento de
Energia tem como objetivo o
controle de demanda e
monitoração para as instalações da
AGCO, resultando em uma
economia significativa de energia
elétrica.
7
Housekeeping: conservação da casa. É um programa voltado para a mobilização dos funcionários
através da implementação de mudanças no ambiente de trabalho, incluindo eliminação dos
desperdícios, limpeza e arrumação das salas. Disponível em: <http://www.folhavitoria.com.br>.
Acesso em: 14 out. 2013.
50
Há dois programas que fazem parte da PML que são destacadas pela AGCO
em seu site: Programa Reciclar para o Social e o Monitoramento dos Resíduos
Sólidos, Efluentes Líquidos e Emissões Atmosféricas.
O Programa Reciclar para o Social: uma atitude que faz a diferença, tem
como meta a promoção do desenvolvimento da consciência ambiental junto aos
colaboradores e a geração de renda para a comunidade carente. O programa
baseia-se num sistema de coleta seletiva que contempla o correto acondicionamento
e a separação os resíduos gerados na empresa, sendo realizada pelos próprios
colaboradores.
O site não esclarece, mas pelo fato de ser com uma associação de Canoas,
pressupõe-se que essa ação é realizada somente na unidade dessa cidade. Acredito
que para esse projeto ser completo, ele deveria estender-se às demais filiais da
AGCO, e não somente em Canoas. Uma vez que esses resíduos são produzidos em
todos os processos de industrialização de seus produtos e atividades, independente
51
do local onde está inserida sua unidade. Parcerias poderiam ser feitas com
associações das demais localidades, realizando o projeto da mesma forma.
Este é outro projeto que não está presente em todas as unidades da AGCO,
mas poderia, visto que é uma multinacional e possui recursos suficientes para
implantar a ETE nas demais filiais. Esta informação foi retirada do site da empresa,
ou seja, caso as demais unidades da AGCO contassem com esse sistema ETE, o
mesmo seria divulgado no respectivo site, o que não ocorre.
8
Disponível em: <http://www.agco.com.br/empresa/rs_Acoes_Ambientais.aspx>. Acesso em: 22 set.
2013.
9
Disponível em: <http://www.agco.com.br/empresa/rs_Reuso_Agua.aspx>. Acesso em: 22 set. 2013.
52
parceria com a comunidade local. Esse programa lembra o Programa Reciclar para
o Social, mas tem suas próprias características, como a realização de palestras
ministradas por colaboradores voluntários em escolas de Santa Rosa, no Rio
Grande do Sul.
São também entregues coletores identificados para lixo seco e orgânico, além
da publicação de materiais impressos com dicas sobre a separação de lixo e o
calendário da coleta seletiva da cidade. Todo o material recolhido, possível de ser
reciclado, é classificado e comercializado por 30 Cooperativados da Região
Noroeste do Rio Grande do Sul10.
11
Disponível em: <http://www.abnt.org.br/m3.asp?cod_pagina=1006>. Acesso em: 23 set. 2013.
54
2011 - 18º Prêmio Expressão Ecologia - A AGCO América do Sul recebeu o prêmio
pelo case Gestão Corporativa de Meio Ambiente, Segurança e Saúde Ocupacional.
2010 - Troféu Onda Verde na 17ª edição do Prêmio Expressão de Ecologia, a maior
premiação ambiental da região Sul
12
Disponível em: <http://www.agco.com.br/empresa/premios.aspx>. Acesso em: 15 out. 2013.
55
2009 - Prêmio Expressão Ecologia 17ª Edição como o projeto Gestão de Recursos
Hídricos na AGCO América do Sul
2004 - 3º Prêmio Balanço Social, promovido pela Aberje, Apimec, Instituto Ethos,
Fides e Ibase
Na entrevista, Roberta admitiu que o projeto foi criado por exigência legal,
mas percebeu-se que a empresa poderia desenvolver algo que inspirasse outras
empresas e que servisse de exemplo para os seus colaboradores, visto que estes
teriam que desenvolver atitudes coletivas para ajudar o próximo na inicialização das
58
Além disso, pode haver outros ganhos como “(...) a construção de um bom
conceito diante da comunidade, o reconhecimento e aceitação pelo público
consumidor, a satisfação por parte dos empregados, um melhor desempenho
financeiro, uma maior produtividade, entre outros” (NETO, 2010, p.35).
Neto (2010) explica que ao possuir uma política que privilegie atender a
diversidade, a instituição respeita a sociedade na qual está inserida e com ela
encontra um maior espaço para o diálogo, facilidade de negociação e de aceitação
de seus serviços ou produtos, ganhando credibilidade e competitividade.
13
Disponível em: <http://www.agco.com.br/projetopescar/index.html>. Acesso em: 29 set. 2013.
14
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l10097.htm> Acesso em: 29 set. 2013.
60
Campanha Objetivo
Campanha Anti-Aids e Doenças Sexualmente Realizada anualmente, reforça os cuidados para evitar
Transmissíveis estas doenças.
A AGCO admite em seu site que, com estas ações, promove o envolvimento
dos colaboradores com a empresa, para obter bons resultados e, especialmente,
sua satisfação. Assim, fica evidente que o objetivo da AGCO vai além do bem-estar
do colaborador, pois também reconhece que colaborador “bem cuidado” é sinal de
maior produtividade. De qualquer forma, vale reconhecer que há investimentos para
essas campanhas, visto que diferente das ações iniciadas através das exigências
legais; estas, voltadas ao colaborador, são de iniciativa da empresa.
Pode-se incluir essas ações como sendo filantrópicas, pois conforme Silva,
Reis e Amâncio (2011), a filantropia empresarial é caracterizada como uma ação
social assistencialista, caridosa e, predominantemente, temporária. Ela costuma se
resumir a doações de recursos financeiros ou materiais. Mesmo assim, é bom
lembrar que essas ações não são totalmente voluntárias, isso porque a AGCO talvez
não as realizasse, caso não fosse por essa circunstância, proporcionada pela Lei de
Incentivos Fiscais.
15
Disponível em: <http://www.abnt.org.br/m3.asp?cod_pagina=1006>. Acesso em: 29 set. 2013.
65
unidades da AGCO no Brasil e as de outros países? Por que a empresa não conta
com o certificado ISO 16001 já que conta com tantos programas sociais?
As perguntas feitas ao final dessas análises ficam sem respostas por parte da
empresa entrevistada, mas vale a reflexão. Ao analisar as ações sociais da AGCO,
pôde-se perceber que a maioria delas estão voltadas às comunidades e
colaboradores. Dos oito programas apresentados, quatro contemplam o colaborador
e seis a comunidade. Mesmo assim, ao divulgar essas ações, seja no site ou
imprensa, as ações estão indiretamente voltadas aos clientes.
16
São públicos de interesse com os quais toda e qualquer organização precisa relacionar-se em seu
dia a dia (NETO, 2012, p. 33)
68
A atividade de relações públicas não pode ser entendida como uma função ou
departamento auxiliar, mas como parte de um contexto organizacional, em que suas
atividades podem ser inseridas nas estratégias organizacionais, capazes de garantir
resultados palpáveis, neste caso, voltadas para a proteção social e ambiental.
69
6 DISCUSSÃO
Cabe a elas serem responsáveis por aquilo que produzem e que geram algum
tipo de resultado negativo na sociedade. Devem ajustar suas atividades levando em
consideração sua responsabilidade social e ambiental.
17
Disponível em: <http://www.agco.com.br/empresa/visao_missao_valores.aspx>. Acesso em: 06 out.
2013.
71
Além disso, algumas ações são realizadas em parceria com entidades, associações
e organizações que auxiliam no desenvolvimento das atividades propostas.
Como 99% das ações são divulgadas no site da empresa, observa-se que a
organização intenciona que suas ações sociais e ambientais sejam conhecidas,
gerando respeito e admiração dos clientes, fornecedores, acionistas, comunidade,
entre outros, gerando bons resultados econômicos, assim como para a imagem da
organização. Elementos estes que se inter-relacionam.
Quando uma empresa recebe o certificado ISO 18001, significa que a mesma
cumpre os procedimentos e cuidados que venham a garantir o gerenciamento dos
riscos à saúde e segurança em uma organização. A AGCO possui um Programa de
Segurança e Saúde Ocupacional que visa à prevenção de acidentes e a eliminação
dos riscos dos colaboradores na empresa. Além de realizar ações preventivas e
educativas, voltadas a área da saúde, com o objetivo da prevenção.
18
Disponível em: <http://www.gestiopolis.com/canales5/fin/responsocial.htm>. Acesso em: 07 out.
2013.
74
visando oferecer aos clientes motores que queimam misturas de diesel com óleos
vegetais, e a Produção Mais Limpa, que busca uma postura que melhor contribui
para a proteção ambiental.
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
De qualquer forma, a visita feita à AGCO serviu de base para grande parte
das informações levantadas. Os detalhes observados durante a passagem pela
77
REFERÊNCIAS
APÊNDICES
Apêndice 1 – Análise das ações socioambientais da AGCO
Filantropia,
Projetos Cidadania
sociais ou empresarial
Caracterís
Ações Público Parceiros ações ou
tica
comunitári Responsabili
as? dade Social
Corporativa
Responsabilid
Meio Projetos
Biocombustíveis e Ecologia Cliente AGCO ade Social
Ambiente Sociais
Corporativa
Responsabilid
Sistema de Gerenciamento Meio Projetos
Cliente AGCO ade Social
Ambiental Ambiente Sociais
Corporativa
Acionistas,
clientes,
Responsabilid
Meio colaborador Projetos
Produção Mais Limpa AGCO ade Social
Ambiente e Sociais
Corporativa
comunidad
e
Responsabilid
Segurança e Saúde Colaborado Projetos
Social AGCO ade Social
Ocupacional r Sociais
Corporativa
Colaborado
res,
voluntários, AGCO e Projetos Cidadania
Projeto Pescar AGCO Social
acionistas e Pescar Sociais empresarial
comunidad
e
AGCO
Colaborado
I.S.CA. - Inclusão Social Pestalozzi
res e Projetos Cidadania
Capacitação e Social (Canoas) e
comunidad Sociais empresarial
Acessibilidade APAE (Santa
e
Rosa)
AGCO e Projetos
ARLAS Sociais
Colaborado (Associação
Programa Reciclar para o Responsabilid
Meio res, de
Social: uma atitude que faz ade Social
Ambiente comunidad Reciclagem
a diferença Corporativa
e. de Lixo
Amigas
Solidárias)
Continua
Conclusão
AGCO e Projetos
Susepe Sociais
(Superintendê
Programa Contratação de Comunidad Cidadania
Social ncia dos
Mão-de-Obra Presidiária e empresarial
Serviços
Penitenciários
)
Programa de Apoio ao
Comunidad
Fundo Municipal dos Projetos Cidadania
Social ee AGCO
Direitos da Criança e do Sociais empresarial
acionistas
Adolescente
AGCO,
Programa Fundo do Milênio Comunidad Banco Projetos Cidadania
Social
para Primeira Infância e Mundial e Sociais empresarial
UNESCO
Comunidad
Programa Lixo no Lixo, Meio ee Projetos Cidadania
AGCO
Santa Rosa no Capricho Ambiente colaborador Sociais empresarial
es.
Colaborado
Projeto Gestão Sustentável r, Responsabilid
Meio Projetos
dos Recursos Hídricos: acionistas, AGCO ade Social
Ambiente Sociais
Reúso de Água comunidad Corporativa
e e clientes
Responsabilid
Campanhas preventivas e Colaborado Projetos
Social AGCO ade Social
educativas res Sociais
Corporativa
AGCO,
Ações
Ações Leis de Incentivos Comunidad Apaes,
Social comunitária Filantropia
Fiscais e Instituições e
s
Associações.