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DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
Biguaçu
2009
1
Biguaçú
2009
2
Banca Examinadora:
“ Eis que estou a tua porta, e bato. Se alguém ouvir a minha voz
e me abrir a porta, entrarei em sua casa, e cearei com ele, e ele
comigo” (Jesus Cristo: Apocalipse 3,20)
AGRADECIMENTOS
4
DEDICATÓRIA
RESUMO
6
Esta pesquisa tem por objetivo geral analisar a prática da avaliação de projetos
sociais da ONG Ação Social Arquidiocesana (ASA) de Florianópolis, à luz de
modelos já existentes. Além do objetivo geral, foram traçados alguns objetivos
específicos: identificar os principais tipos de avaliação de projetos sociais, teóricos
e/ou já utilizados nos setores público, privado e no Terceiro Setor; realizar uma
análise comparativa dos modelos de avaliação de projetos sociais identificados;
descrever a forma de avaliação utilizada nos projetos sociais monitorados pela ONG
ASA “Ação Social Arquidiocesana”; e verificar a aplicabilidade e a aderência na ASA,
das abordagens de avaliação de projetos sociais identificadas. O referencial teórico
utilizado como base para o estudo discorre sobre temas como o surgimento e
crescimento do terceiro setor, a gestão e o processo de avaliação, e os modelos e
práticas da avaliação dos projetos sociais. A metodologia utilizada na pesquisa se
caracteriza como qualitativa, descritiva e exploratória. A coleta e análise dos dados
foi realizada através da aplicação de questionário, que arguiu a entidade sobre o
processo de avaliação dos projetos sociais realizado pela mesma. Os principais
resultados encontrados demonstram que embora a ASA pratique alguma abordagem
de avaliação, não está desenhada em métodos científicos e portanto sem
legitimidade.
ABSTRACT
This research aims to examine the general practice of evaluation of social projects of
the NGO Social Action ARCHIVES (ASA) in Florianópolis, in the light of existing
models. Besides the general goal were outlined some specific goals: identify the
main types of evaluation of social projects, theoretical and / or already employed in
public sectors, private and third sector, conduct a comparative analysis of models of
evaluation of social projects identified; describe a form of assessment used in social
projects monitored by the NGO ASA "ARCHIVES Social Action", and verify the
applicability and adhesion in the ASA, the approaches for evaluating social projects
identified. The theoretical framework used as the basis for the study discusses issues
such as the emergence and growth of the third sector, management and evaluation
process, and the models and practices of evaluation of social projects. The
methodology used in research is characterized as qualitative, descriptive and
exploratory. The collection and analysis of data was performed by the application of
questionnaire, argued that the entity on the evaluation of social projects undertaken
by it. The main results show that while the ASA practice some approach to evaluation
is not designed in scientific methods and therefore no legitimacy.
LISTA DE QUADROS
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO..................................................................................................... 10
1.1 Contextualização do Tema.................................................................................. 10
1.2 Objetivo geral...................................................................................................... 13
1.3 Objetivos específicos .......................................................................................... 13
1.4 Justificativa.......................................................................................................... 14
1.5 Estrutura da Dissertação ..................................................................................... 17
3 METODOLOGIA .................................................................................................. 90
3.1 Tipo de pesquisa ................................................................................................. 91
3.2 Coleta e análise dos dados .................................................................................94
3.3 Etapas da pesquisa............................................................................................. 98
3.4 Descrição da ONG – Ação Social Arquidiocesana de Florianópolis.................... 98
3.4.1 Controle Social e Políticas Públicas ................................................................. 98
3.4.2 Mobilizações Cidadãs....................................................................................... 98
10
4 RESULTADOS DA PESQUISA..........................................................................104
4.1 Abordagem de avaliação utilizada pela ASA..................................................... 104
4.2 Proposta de avaliação de projetos sociais para a ASA ..................................... 109
6 REFERÊNCIAS.................................................................................................... 124
1 INTRODUÇÃO
Neste capítulo será contextualizado o tema bem como a apresentação dos
objetivos geral e específicos que norteiam o foco deste estudo e também a
justificativa da realização da pesquisa.
1.4 Justificativa
um suporte publico para solucionar tais problemas. Segundo Halpern (1996), são
essas organizações que criam e sustentam os vínculos de confiança e reciprocidade
que são pivôs para o funcionamento de uma sociedade mais democrática.
No entanto, não são apenas pontos positivos que tais organizações
apresentam pois, após a sua legitimação, ficou claro que as organizações do
Terceiro Setor enfrentam uma série de problemas, dentre os quais, o extenso
tratamento jurídico, a falta de definição conceitual e a imperfeição de tratamento nas
estatísticas (SALAMON, 1998).
Além dos problemas citados por Salamon (1998), Tenório (1999) destaca
quatro grandes desafios a serem enfrentados por tais organizações, são eles:
expansão das ações sociais para além das áreas em que a organização trabalha; a
necessidade da legitimidade para divulgar suas atividades, mostrar o motivo do
movimento social a que se propõem e obter financiamentos para custear os projetos
a serem desenvolvidos.
Existe ainda, o desafio da avaliação dos projetos sociais implantados pelas
organizações do Terceiro Setor, que atualmente é um tema que gera bastante
polêmica, pois, é notório, que as organizações têm aplicado de alguma forma, a
prática da avaliação de seus projetos sociais, no entanto, o rigor científico de tal
prática ainda é um campo novo e que precisa ser explorado, além do que, muitas
das práticas de avaliação utilizadas não medem de maneira eficaz o real impacto
causado pelo projeto social implantado.
De acordo com Falconer (1999, p. 4), “o estudo do Terceiro Setor, ou das
organizações sem fins lucrativos é, atualmente, um dos temas que mais desperta
interesse nas escolas de administração no Brasil”, pois reflete a atenção pública que
este setor vem recebendo nos últimos anos. Para o autor, o Estado, as empresas
privadas, a mídia e a própria sociedade, estão olhando com mais seriedade as
organizações que fazem parte do Terceiro Setor, e a universidade é demandada à
produzir o conhecimento que possibilite compreender este fenômeno, apoiando seu
desenvolvimento (FALCONER, 1999).
Iizuca e Sano (2004) divulgaram que pouco se publica sobre o Terceiro Setor
no Brasil. Os autores detectaram que até 2004, apenas 37 artigos foram publicados
nos Anais do Enanpad, durante 14 anos de existência, onde o tema mais
pesquisado foi a conceitualização do Terceiro Setor, que representa 1,1% de todos
os artigos publicados. Este seria, dentre outros, um dos fatores que mais justifica o
17
apresentado no capítulo 2, para ser utilizada nos projetos sociais da ONG “Ação
Social Arquidiocesana”, de Florianópolis.
O quinto e último capítulo apresenta as conclusões da pesquisa, bem como
algumas sugestões para trabalhos futuros.
20
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
que, nas duas décadas anteriores, haviam sido estruturados sobre o comando do
Estado; b) a crise do desenvolvimento dos paises do terceiro mundo, que se seguiu
à crise da dívida externa nos anos 80, impossibilitando ao Estado continuar a
financiar as atividades de desenvolvimento; c) a crise do meio ambiente global, que
levou e continua levando à degradação crescente do meio ambiente e portanto
evidencia a ausência de medidas de combate por parte de políticas públicas,
adequadas para enfrentar novos problemas; d) a crise do socialismo e dos partidos
socialistas, muito por influência da queda do Muro de Berlim, que mostrou o
esgotamento e as falhas daquele modelo de gestão; e) a revolução das
comunicações a partir da década de 70, que fez disseminar o uso da tecnologia, o
que facilitou a difusão do conhecimento; e f) o crescimento mundial, que começou a
ser evidenciado a partir da década de 60, que fez aumentar as populações urbanas
e criou no mundo grupamentos sociais mais exigentes e mais organizados, com
capacidade de protestar e lutar por suas causas e ideais.
Da ocorrência destes movimentos, que Salamon (1998) caracterizou como
uma revolução associativa, é que surgiu o termo “guarda-chuva” – Terceiro Setor,
que segundo Alves (2002), a partir de então passou a ser adotado, e no qual se
preservam, sem misturar-se, muitas diferentes modalidades de ação e formas de
organização. Foi graças ao conceito de revolução associativa, relatada por Salamon,
que o termo “Terceiro Setor” pôde ser resgatado da literatura dos anos 70, para ser
usado como ponte, para explicar, em termos globais, a emergência das
organizações não-lucrativas.
Complementando o pensamento de Salamon (1998) a respeito da
caracterização do termo, Melo Neto e Fróes (1999), definem ainda, que o Terceiro
Setor pode ser apresentado da seguinte forma:
DEFINIDORES DESCRIÇÃO
Entidades participantes Primeiro Setor, Segundo Setor e entidades sem fins lucrativos.
Ethos, que é uma ONG, criada com a missão de mobilizar, sensibilizar e ajudar as
empresas a gerir seus negócios de forma socialmente responsável.
O pressuposto básico da atuação do GIFE é que o Terceiro Setor, para
desempenhar a contento sua função, precisa reunir cada vez mais tecnologia de
atuação, capacidade de gerenciamento e conhecimento em políticas sociais.
Gonçalves (2002) destaca que em virtude da atuação ineficiente do Estado,
em especial na área social, o Terceiro Setor vem crescendo em várias áreas,
objetivando atender à demanda por serviços sociais, requisitados por uma
quantidade expressiva da população menos favorecida, em vários sentidos, de que o
Estado e os agentes econômicos não têm interesse ou não são capazes de provê-la.
Landin (1993), pesquisadora do Instituto Superior de Estudos da Religião
(ISER), uma das primeiras a utilizar o termo Terceiro Setor no Brasil, considera que
atualmente, fazem parte do setor os seguintes tipos de instituições: Organizações da
sociedade civil ou sem fins lucrativos; Associações; Entidades filantrópicas,
beneficentes ou de caridade; Fundações e Organizações não-governamentais.
Para Falconer (1999), existem cinco Terceiros Setores brasileiros, que não
conformam uma classificação mutuamente excludente e que não coincidem com as
categorias jurídicas de organizações, identificadas com freqüência no Brasil, que
seria o setor formado por instituições religiosas e entidades ligadas às igrejas; as
ONGs e os novos movimentos sociais; os empreendimentos “sem fins lucrativos” no
setor de serviços; o setor para-estatal e sob tutela do Estado e o setor das
fundações e entidades empresariais.
Franco (2003), destaca que no conjunto das organizações sociais, podem ser
encontradas as organizações privadas de caráter público e as organizações
privadas de caráter privado. Na classificação das organizações privadas de caráter
público, o autor aponta uma outra categorização que são as constituídas com base
em razões de sociedade – ONGs principalmente; as constituídas em convergência
com as razões de Estado – prestadora de bens e serviços e as constituídas em
convergência com as razões de mercado – Fundações empresariais.
Para Cardoso (2000), o despertar do Terceiro Setor no Brasil representa uma
mudança de orientação profunda e inédita, no que diz respeito ao papel do Estado e
do mercado e, em particular, à forma de participação do cidadão na esfera pública.
Para o autor, o conceito de Terceiro Setor é uma proposta experimental social, uma
tentativa de trabalho conjunto, que pretende reunir instituições muito diversas. O
27
O termo ONG surge pela primeira vez em documentos das Nações Unidas,
no final dos anos 40, referindo-se a um universo extremamente amplo e pouco
definido de entidades. Na ata de Constituição das Nações Unidas, datada de 1945,
já se faz menção a Organizações Não Governamentais, com as quais o Conselho
Econômico e Social da ONU poderia estabelecer consultorias (NAÇÕES UNIDAS,
1977, p. 1).
As ONGs são organizações estruturadas, localizadas fora do aparato do
Estado, voltadas para produção de bens e serviços públicos e que, via de regra,
obtêm seus recursos por meio de projetos submetidos a agências financiadoras e/ou
empresas privadas. São organizações que respondem a necessidades coletivas e
que freqüentemente devem combinar uma atividade executada em moldes não
capitalistas e oferecer estes produtos ao mercado. Nessa medida, são formas
alternativas ao padrão capitalista de produção para o mercado, cuja ênfase consiste
na busca incessante pelo lucro e no aprisionamento aos cálculos de custo/benefício.
Segundo Fischer e Fischer (1994), o surgimento das ONGs no Brasil pode ser
remetido ao período da Ditadura Militar. O desmantelamento das instituições
políticas clássicas, como os partidos, os sindicatos, os diretórios acadêmicos de
estudantes, as entidades de bairro, assim como a interrupção abrupta de
experiências educacionais e culturais junto às comunidades tradicionais e populares,
criou um vazio político institucional no campo das esquerdas no país. Este espaço,
por sua vez, vai ser ocupado paulatinamente e de forma semi-clandestina por grupos
de base, pouco estruturados, quase sempre de caráter político-religioso, que surgem
nas periferias das cidades e no campo como canais de demandas das classes
populares.
Segundo Steil (1997), estes grupos vão se constituir, num primeiro momento,
28
repressivo e atuaram como entidades semi clandestinas por muitos anos. Entidades
que tradicionalmente foram subvencionadas pelo Estado aprenderam que para obter
os recursos necessários deveriam percorrer caminhos obscuros de interesses
clientelistas. Muitas organizações simplesmente jamais desenvolveram a percepção
de que têm um caráter público, seja pela finalidade que buscam, seja pela isenção
de impostos de que se beneficiam.
Para atingir sucesso e, simultaneamente, maximizar o benefício social de sua
atuação, as organizações devem, obrigatoriamente, prestar contas a alguém. O tipo
de atuação e a relação que desenvolvem com o seu ambiente determina com quem
e de que forma deve ocorrer esta prestação de contas, variando de uma
organização para outra.
Além de respeitar as leis e obedecer a todas as suas obrigações contratuais,
as organizações devem fornecer ao público informação suficiente para que este
possa se posicionar a seu respeito, principalmente se esta organização solicita
doações deste público: quem controla a organização? quais são os seus interesses?
de onde provêm seus recursos? para que são utilizados? são eficientes no seu uso?
Em um contexto onde as organizações passam a competir de forma mais
direta por recursos públicos e privados, deverá ser com a capacidade de demonstrar
posições claras e resultados concretos que as organizações conseguirão se
destacar (FALCONER, 1999).
A sustentabilidade é a capacidade de captar recursos – financeiros,
materiais e humanos – de maneira suficiente e continuada, e utilizá-los com
competência, de maneira a perpetuar a organização e permiti-la alcançar os seus
objetivos. Da mesma forma que os recursos financeiros, os recursos humanos
devem ser identificados, formados, estimulados e mantidos com competência.
Todos os segmentos do terceiro setor parecem passar por uma crise de
sustentabilidade: a garantia de recursos continuados, se um dia houve, pertence ao
passado. Isto vale, indistintamente, para as organizações que captam seus recursos
financeiros no Estado, de empresas privadas e de pessoas físicas.
Uma das competências mais necessárias para o gestor do terceiro setor é a
capacidade de conhecer e desenvolver todas as possibilidades disponíveis de
obtenção de recursos, de maneira a tê-los em volume suficiente, de forma
continuada e sem gerar dependência ou subordinação a nenhuma fonte individual
de financiamento.
40
1.1 Estudos inspirados em Inicia-se com a intenção de utilizar os dados para convencer o
Relações-Públicas público-alvo de que determinado programa é eficaz
2ª categoria – Avaliações
orientadas por questões ou Procedimentos
métodos
2ª categoria – Avaliações
orientadas por questões ou Procedimentos
métodos
2.7 Sistemas de informações Sistemas que suprem administradores de informações para apoiar
administrativas a condução e a comunicação sobre o andamento dos programas.
3ª categoria – Abordagem
avaliativa para melhoria dos Procedimentos
programas
4ª categoria – Abordagens
voltadas à agenda social e Procedimentos
advocacy
Muitos países estabeleceram, como exigência legal, que todo programa público de
certa dimensão fosse submetido a avaliação. Tal fato redundou em grande impulso à
área, que conta com associações de avaliadores nos Estados Unidos, Canadá,
Europa, Austrália e América Central (CANO, 2002).
Na última metade do século XX, verificou-se um considerável
desenvolvimento das abordagens avaliativas e dos procedimentos metodológicos na
avaliação de programas e projetos sociais. Worthen, Sanders e Fitzpatrick
classificam em sua obra Avaliação de Programas – Concepções e Práticas, baseado
no trabalho de House (1983), que as abordagens de avaliação mais utilizadas estão
classificadas em seis categorias: 1) Abordagens centradas em objetivos, que se
concentram na especificação de metas e objetivos e na determinação da medida em
que foram atingidos; 2) Abordagens centradas na administração, em que o interesse
central são a identificação e o atendimento das necessidades de informação dos
administradores que tomam as decisões; 3) Abordagens centradas no consumidor,
em que a questão central é fornecer informações avaliatórias sobre “produtos”,
definidos genericamente, para o uso de consumidores na escolha entre diferentes
produtos, serviços e congêneres; 4) Abordagens centradas em especialistas, que
dependem basicamente da aplicação direta de conhecimentos especializados de
profissionais, para julgar a qualidade de qualquer atividade que esteja sendo
avaliada; 5) Abordagens centradas no adversário, em que a oposição planejada em
termos de pontos de vista dos diferentes avaliadores (prós e contras) é o foco central
da avaliação e; 6) Abordagens centradas no participante, em que o envolvimento
dos participantes (interessados no objeto da avaliação) é crucial para determinar
valores, critérios, necessidades e dados da avaliação.
Já para Chianca et al (2001), a avaliação de projetos sociais pode ser
identificada em três níveis de formulação da ação social:
a) a política, que seria o nível dos grandes objetivos e eixos estratégicos de
ação;
b) os programas, que determinam um nível intermediário em que as políticas
são traduzidas em linhas mestras de ações temáticas e/ou setoriais e;
c) os projetos em si, que determinam o nível das ações concretas,
delimitadas no tempo, no espaço e pelos recursos existentes, que possam
realizar os programas e as políticas.
Também, subdividem a avaliação de projetos e programas sociais em
53
Armani (2001) argumenta que se faz cada vez mais necessário garantir
transparência no uso de recursos e efetividade das políticas públicas e programas
sociais, uma vez que as sociedades civis se tornam cada mais importantes e
presentes no espaço público não-estatal, bem como os financiadores mais
exigentes. Sendo assim, a avaliação de programas e projetos sociais tem assumido
papel importante, sendo necessário um contínuo aperfeiçoamento em seu
entendimento e em sua aplicação, para uma melhor eficácia e eficiência.
Clemente e Fernandes (2002) conceituam o termo projeto como sendo a
percepção de necessidades, ou oportunidades de certas organizações, ou seja, os
autores estruturam a idéia de execução de alguma atividade envolvendo um
complexo elenco de fatores socioculturais, econômicos e políticos, que influenciam
os gestores na escolha de seus objetivos e métodos.
No setor público os resultados dos projetos devem visar à produção de bens e
serviços, que ao seu término possuam uma diferença líquida positiva entre os
benefícios e custos para a sociedade. De maneira geral o setor público ressente-se
de maior falta de profissionalização de seus gestores que, em sua maioria, ocupam
postos com base em critérios políticos, por isso, a volatilidade nas mudanças de
prioridades e métodos são freqüentes. Outra grande limitação no setor público é o
processo de comunicação deficitário, onde os gestores têm dificuldade em
comunicar os objetivos, métodos e avaliação dos projetos.
Segundo Carvalho (2001), a avaliação é um dever ético. O governo, que atua
na esfera pública, precisa apresentar à sociedade os resultados de suas ações.
Diante da difícil correlação entre os altos índices de demandas trazidos pela situação
de pobreza, desigualdade e exclusão social e a insuficiente oferta de serviços
sociais, a probidade e a racionalização com relação aos recursos e a obtenção de
impactos na intervenção social passam a ser exigência preponderante. Em vista
disso, espera-se dos governos eficiência, eficácia e equidade na prestação de
serviços de interesse do cidadão.
Ainda, para a autora, a avaliação tem importância estratégica para
acompanhar o comportamento das ações sociais e realimentar decisões e opções
58
necessário ter um kit razoável para oferecer aos gestores das políticas, instrumentos
que possibilitem orientá-los na gestão dos processos. Neste aspecto, a contribuição
de Medina (1987) parece ser estimulante. Segundo a autora, a metodologia mais
apropriada na análise e implementação de política por uma organização pública e
complexa seria a da “re-modelagem” ou uso do “efeito caleidoscópio”. Isto
significaria aplicar de forma seqüencial cada modelo ao mesmo evento, ou questão,
de forma a iluminar o que está ocorrendo, para melhor compreender as múltiplas
faces dos fatos.
Cohen e Franco (2004) defendem, de forma precisa, a importância da avaliação
em programas governamentais: “A avaliação de projetos sociais tem um papel central
no processo de racionalização dos programas governamentais e é um elemento
básico de planejamento. Portanto, não é possível que sejam eficazes se não forem
avaliados os resultados de sua aplicação”. A avaliação de políticas públicas não é
simplesmente um instrumento de aperfeiçoamento ou de redirecionamento dos
programas empreendidos pelo governo mas, e especialmente, uma ferramenta capaz
de prestar contas à sociedade das ações governamentais.
difícil realidade que permeia a atuação social em números, até que eles consigam
revelar os que os nossos olhos não conseguem ver, é um grande desafio. Apontam
que a escolha dos indicadores é um exercício de equilibrar o necessário com o
possível, o desejável com o conveniente, o teórico com o prático.
De acordo com Barreira (2002), como a avaliação de projetos sociais guarda
complexidade e especificidades próprias, por lidar com um campo permeado por
embates e representações que influenciam processos e resultados, não pode
depender de uma única abordagem de acompanhamento. Necessita compatibilizar e
associar um universo mais amplo de alternativas, conforme demonstra o quadro a
seguir:
71
Tipos de
Opiniões de Situação
avaliação Padrões Periodicidade
Estrutura vários afetada pelos
centrada no Públicos especificada
especialistas resultados
especialista
Sistema formal
Sim Sim Sim Sim Geralmente
de pareceres
Sistema informal
Sim Raramente Às vezes Sim Geralmente
de pareceres
Parecer grupal Não Não Não Sim Às vezes
Parecer
Não Não Não Não Às vezes
individual
Fonte: Worthen, Sanders e Fitzpatrick 2004
O sistema formal de avaliação pode ser definido como aquele que tem:
1) estrutura ou organização consolidada para dar pareceres periódicos; 2) padrões
85
(continuação)
Tipos de Avaliação Contribuições à conceituação da avaliação
Avaliação Centrada Mensuração do desempenho antes e depois; esclarecimento dos objetivos;
em Objetivos uso de testes de objetivos e mensurações tecnicamente sólidos.
Identificar e avaliar necessidades e objetivos; considerar planos
alternativos e avaliá-los; supervisionar a implementação de um programa;
Avaliação Centrada
procurar defeitos e explicar resultados; verificar se as necessidades foram
na Administração
reduzidas ou eliminadas; meta-avaliação; orientações para institucionalizar
a avaliação.
Listas de critérios para avaliar produtos e atividades; referências para
Avaliação Centrada
arquivos de estudos terminados; papel somativo e formativo da avaliação;
nos Consumidores
controle da tendenciosidade.
Avaliação Centrada Legitimação da crítica subjetiva: auto-avaliação com verificação externa;
nos Especialistas padrões.
Uso de formas forenses e judiciais de audiências públicas; reexame
Avaliação Centrada
completo da evidência; apresentação integral de múltipas perspectivas;
em Adversários
foca nas questões e no seu esclarecimento.
Planos de avaliação emergentes; uso de raciocínio indutivo;
Avaliação Centrada
reconhecimento das múltiplas realidades; importância de estudar o
nos Participantes
contexto; critérios para julgar o rigor da investigação naturalista.
Tipos de Avaliação Critérios para julgar as avaliações
Avaliação Centrada Mensurabilidade dos objetivos; mensuração da confiabilidade e da
em Objetivos validade.
Avaliação Centrada
Utilidade; viabilidade; propriedade; solidez técnica.
na Administração
Avaliação Centrada Eliminação da tendenciosidade; solidez técnica; critérios usados para tirar
nos Consumidores conclusões e fazer recomendações.
Avaliação Centrada
Uso de padrões reconhecidos; qualificações dos especialistas.
nos Especialistas
Avaliação Centrada Equilíbrio, equidade; publicidade; oportunidade de verificar pontos de vista
em Adversários contrários.
Avaliação Centrada Credibilidade; adequação; auditabilidade; confirmabili-
nos Participantes dade.
Tipos de Avaliação Vantagens
Avaliação Centrada Fácil de usar; foco nos resultados; grande aceitabilidade; obriga à definição
em Objetivos de objetivos.
Abrangência; sensibilidade às necessidades de informação daqueles que
ocupam posições de liderança; abordagem sistemática da avaliação ao
Avaliação Centrada
longo de todo o processo de desenvolvimento do programa; bem
na Administração
operacionalizada com orientações detalhadas de implementação; uso de
ampla variedade de informações.
Ênfase nas necessidades de informação do consumidor; influência sobre
Avaliação Centrada
os criadores de produto; preocupação com a relação custo benefício e
nos Consumidores
utilidade; existência de listas de verificação.
Avaliação Centrada
Cobertura ampla; eficiência; capitaliza o juízo humano.
nos Especialistas
Cobertura ampla; exame das declarações; dirigida para o fechamento ou a
Avaliação Centrada
resolução; lança luz sobre os diferentes lados das questões; impacto sobre
em Adversários
o público; uso de grande variedade de informações.
Foco na descrição e no julgamento; interesse pelo contexto; abertura para
Avaliação Centrada
desenvolver um plano de avaliação; pluralista; uso de raciocínio indutivo;
nos Participantes
uso de grande variedade de informações; ênfase na compreensão.
91
(continuação)
Tipos de Avaliação Limitações
Simplificação exagerada da avaliação e dos programas; voltada
Avaliação Centrada
exclusivamente para os resultados; reducionista; linear; ênfase exagerada
em Objetivos
nos resultados.
Ênfase na eficiência organizacional e no modelo de produção; premissas
Avaliação Centrada
de ordem e previsibilidade na tomada de decisões; pode ser cara para
na Administração
administrar e manter; foco estreito nas preocupações dos líderes.
Avaliação Centrada Custo e falta de financiamento; pode suprimir a criatividade ou a inovação;
nos Consumidores não é aberta ao debate nem ao exame de pontos de vista contrários.
Reprodutividade; vulnerabilidade a preferências pessoais; escassez de
Avaliação Centrada
documentação que sirva de base para as conclusões; visão superficial do
nos Especialistas
contexto; uso da intuição; confiança na qualificação dos “especialistas”.
Árbitros ou juízes falíveis; elevados custos potenciais e grande consumo de
Avaliação Centrada
tempo; dependência da capacidade de investigação e da comunicação dos
em Adversários
apresentadores.
Não é diretiva; tendência a ser atraída pelo bizarro ou atípico; pode ser
Avaliação Centrada
intensiva em termos de mão-de-obra e ter custos elevados; generalização
nos Participantes
de hipóteses; risco de não conseguir chegar ao fechamento.
Fonte: Worthen, Sanders e Fitzpatrick (2004)
3 METODOLOGIA
das respostas (GIL, 2002, p. 168). A interpretação foi feita mediante a ligação com
os conhecimentos obtidos na fundamentação teórica. Os resultados foram
demonstrando a abordagem de avaliação utilizada pela ONG e a proposta de
abordagem de avaliação para projetos sociais apresentada na fundamentação
teórica.
3.5 Limitações
4 RESULTADOS DA PESQUISA
incentiva e apóia os projetos sociais, cria subsídios para que aconteçam, mas não se
envolve diretamente nos projetos, pois, por se tratar de uma rede de 30 municípios
envolvidos nos projetos sociais, cada município através de suas paróquias membro,
monta uma equipe gestora dos projetos sociais, que se reporta à ASA através de
reuniões sobre o andamento e necessidades de cada projeto.
O instrumento de coleta de dados aplicado foi o questionário, este
instrumento foi aplicado junto à coordenadora da ASA que é a principal gestora da
equipe que assessora as paróquias e também pode ser considerada a mediadora
das reuniões e dos instrumentos aplicados para execução do cronograma planejado
anualmente.
Na entrevista informal com a coordenadora da ASA foi esclarecido que a
entidade tem colaboradores com formação em sua maioria em Ciências Sociais e
Políticas que juntamente com a coordenação ficam responsáveis pelo
acompanhamento dos projetos monitorados pela ONG.
Como a ONG atua em aproximadamente 30 municípios, cada colaborador
(atualmente a ASA conta com 06 profissionais) fica responsável pelo
acompanhamento de 5 a 6 projetos. Além da equipe interna a ASA conta com os
agentes pastorais de cada município envolvido que atuam como gestores e também
como avaliadores externos. Para que a ASA desenvolva as suas atividades
propostas, tem como principal fonte financiadora duas entidades: a Mitra de
Florianópolis, através do apoio da Cáritas Brasileira e uma organização
internacional, a Misereor que se situa na Alemanha.
Tais financiadores acompanham através de auditoria semestral os
investimentos da ONG no acompanhamento e apoio aos projetos sociais
desenvolvidos pela rede em que atua. Com a verba dos financiadores a ASA
consegue através de um planejamento orçamentário minucioso manter os gastos
necessários para sua continuidade. No entanto, a exigência de auditoria pelos
financiadores é puramente de aspecto quantitativo quanto ao investimento dos
recursos, portanto, quanto à avaliação dos projetos sociais em relação à eficiência,
eficácia, efetividade e impacto, a ASA utiliza instrumentais próprios de avaliação
construídos a partir da realidade dos projetos que a ASA desenvolve, e são
aplicados nas entidades membros e considerados na construção do planejamento.
Sobre o instrumental a ser aplicado ser próprio, vem de encontro ao
pensamento de Worthen et al (1997) que adverte que a avaliação de projetos sociais
106
é um campo novo de estudo, cuja teoria vem sendo construída a partir de visões
bastante distintas e algumas vezes, controversas. Para os autores, o conteúdo do
campo de avaliação é o conjunto de várias abordagens e modelos propostos,
constituindo uma literatura ainda fragmentada, que não apresenta uma imagem
clara, singular e consolidada. No entanto, Ridell et al (1997), Carvalho (2001), Roche
(2002) e Campelo (2007) advertem que mesmo dentro de um campo novo, a
avaliação dos projetos sociais, independente do setor em que está inserida, deverá
se basear no uso de um método científico para se tornar legítimo. Portanto, ao se
adotar um instrumental próprio de avaliação, as organizações devem tomar o
cuidado de se basear em métodos científicos e legítimos, para não tornar a
avaliação apenas como um instrumento, mas, nem sempre eficiente.
O instrumental próprio citado consiste no planejamento anual das ações que
serão desenvolvidas em cada projeto, os participantes internos e externos, a
execução dos projetos, a abordagem de avaliação e o impacto gerado pelo projeto.
Ou seja, no início de cada ano, a coordenação da ASA juntamente com seus
colaboradores diretos (que atuam dentro da ASA em Florianópolis), traçam os
projetos que serão iniciados naquele ano e em seguida são definidas as paróquias
que cada colaborador se responsabilizará. Após esta delimitação cada agente se
desloca para as paróquias para orientação aos agentes pastorais de cada
comunidade divulgando e implementado os projetos sociais pré-estabelecidos.
Após a implantação do projeto, são feitas reuniões mensais afim de avaliar e
monitorar as ações de cada projeto. Nestas reuniões são decididos os recursos que
serão utilizados, os agentes envolvidos, o público alvo e o acompanhamento da
execução do projeto.
Portanto, de certa forma, pode-se dizer que a ASA corrobora com o
pensamento de Chianca et al (2001), que considera a avaliação como a coleta
sistemática de informações sobre as ações, as características e os resultados de um
programa, e a identificação, esclarecimento e aplicação de critérios, passíveis de
serem defendidos publicamente, para determinar o valor (mérito e relevância), a
qualidade, utilidade, efetividade ou importância do programa ou projeto, sendo
avaliado em relação aos critérios estabelecidos, gerando recomendações para
melhorar o programa e as informações para prestar contas ao público interno e
externo ao programa do trabalho desenvolvido.
Como o foco deste estudo está na abordagem de avaliação dos projetos
107
(continuação)
Avaliação Centrada em Avaliação Centrada em Objetivos
Objetivos aplicada aos projetos sociais da ASA
Mensurar de maneira clara os objetivos
5. Critérios para Mensurabilidade dos objetivos; que devem ser alcançados e a importação
julgar as mensuração da confiabilidade e da avaliação de processo neste contexto
avaliações da validade. para decisão sobre a continuidade ou não
do projeto.
Todas as ferramentas devem ser de fácil
utilização, uma vez, que nem todos os
avaliadores tem formação ou
Fácil de usar; foco nos
conhecimento do processo de avaliação
6. Vantagens resultados; grande aceitabilidade;
em termos científicos. Essa abordagem de
obriga à definição de objetivos.
avaliação tem foco demasiado nos
resultados, o que vem de encontro aos
objetivos da ASA.
Simplificação exagerada da
Voltada exclusivamente para resultados.
avaliação e dos programas;
Por isso, ressalta-se mais uma vez, a
7. Limitações voltada exclusivamente para os
importância de ser esclarecido (ex-ante)
resultados; reducionista; linear;
quais os resultados esperados.
ênfase exagerada nos resultados.
Fonte: A autora (2009)
Para adequar o modelo CIPP aos projetos da ASA, poderá ser adotado o
seguinte procedimento:
Contexto: o contexto do modelo a ser adequado seria exatamente todos os
projetos nos quais a ASA está inserida, mesmo que indiretamente, ou seja, o
fortalecimento da Sociedade Civil através da intervenção nas políticas públicas;
Rede de Ações Sociais com ênfase na Política de Assistência Social; Participação
nas mobilizações cidadãs; Potencialização dos fundos solidários como instrumentos
de inclusão social, política, econômico e cultural; respaldando os movimentos e
mobilizações sociais a fim de construir um mundo justo e solidário.
Input (planejamento): o planejamento encontraria respaldo nas ações de
clarificação dos valores, foco nas necessidades prioritárias, análise política, definição
do grupo alvo, definição de metas, projeto estratégico, detalhamento do plano de
acordo com o cronograma estipulado para realização dos projetos, estudo da
viabilidade, orçamento e fontes de financiamento dos projetos.
Processos: o processo seria a programação (cronograma), treinamento e
qualificação do pessoal, controle e monitoramento, comunicação através de reuniões
periódicas, inspeção, avaliação interna, relatórios e registro dos progressos ou
insucessos para fins de reformulação.
Produto: finalmente como produto tem-se: grupo alvo atendido (percentual),
outros grupos atendidos que não estava dentro da execução inicial, efeitos na
comunidade, amplitude dos resultados e efeitos, significância dos efeitos, resultados
a curto, médio e longo prazo, resultados inesperados, demanda para continuar a
execução e principalmente a institucionalização do método.
Portanto, com a adoção das fases de avaliação, ex-ante, processo e post-
facto, juntamente com a abordagem explicitada anteriormente (centrada em
objetivos e na administração), a ASA adotaria de forma sistemática e legítima um
critério de avaliação baseado em dados científicos.
121
5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
5.1 Conclusões
utilizados nos projetos sociais realizados pelo setor público, privado ou pelas
sociedades civis sem fins lucrativos.
Foi verificado que alguns dos tipos de avaliação apresentados se adéquam
aos projetos sociais assessorados pela ASA, e a partir daí, foi proposta uma prática
de avaliação para os projetos sociais da ONG.
Para que o método fosse proposto foi feito um estudo em profundidade na
ONG através de verificação da documentação e aplicação de questionário. Ao
término da aplicação da coleta de dados, foi feita análise e conclui-se que de acordo
com as atividades exercidas pela ASA existem duas abordagens de avaliação que
podem ser utilizadas.
A primeira foi a avaliação centrada em objetivos que tem como propósito
atingir os objetivos especificados, defendida por Tyler na década de 30, e a segunda
foi a avaliação centrada na administração que tem como objetivo trabalhar
diretamente com os pessoas que tomam decisões.
Estas duas abordagens foram escolhidas devido a ASA manter um quadro de
poucos colaboradores para realizar as avaliações e além disso ter uma única
coordenadora onde mesmo que indiretamente centraliza as ações/decisões. O
número pequeno de colaboradores atuais vem de encontro à recente reestruturação
interna da ASA com intuito de reduzir custos e centralizar a tomada de decisão em
poucos mas com grande eficiência.
A ASA demonstrou através do questionário (principalmente) que sua forma de
avaliação é delimitada no início de cada ano, mesmo sendo realizada ao final do
projeto, no entanto está aberta para tornar esta prática em conformidade com os
métodos científicos, e portanto, ficou claro que a ASA independente deste estudo
continuará com as abordagens de avaliação existentes, no entanto poderá adequá-
las de maneira sistemática para melhorar o processo de avaliação dos seus projetos
sociais.
Portanto, o objetivo geral, ou seja, analisar a prática da avaliação de projetos
sociais da ONG “Ação Social Arquidiocesana” de Florianópolis, à luz de modelos já
existentes, foi alcançado por meio da estratificação do mesmo em quatro objetivos
específicos elencados no capítulo introdutório deste estudo e atingidos durante os
capítulos posteriores, ou seja, primeiramente foram identificados através da
pesquisa bibliográfica, os principais tipos de avaliação de projetos sociais, teórico
e/ou já utilizados nos três setores da economia. Após a identificação foi realizada
123
5.2 Recomendações
existentes e que estão por vir. Pelo estudo realizado ficou claro que a avaliação não
é apenas uma ferramenta de gestão e sim determinante para a eficiência, eficácia,
efetividade e estudo dos impactos diretos ou indiretos causados pelos projetos
propostos bem como muitas vezes para sua continuidade.
Para os estudiosos da área sobre avaliação, acredita-se que a mesma se
tornará cada vez mais útil com o objetivo de melhorar programas e, com isso,
também a sorte daqueles que podem ser beneficiar desses programas.
Outro aspecto abordado foi sobre a forma de gestão das organizações do
terceiro setor, onde não está totalmente claro que pode ser absorvida do segundo
setor, ou seja, o ideal seria criar ferramentas próprias para o terceiro setor,
principalmente quando se leva em conta que a principal diferença entre o mercado e
o terceiro setor, seria os fins lucrativos ou não, o que justificaria o direcionamento da
gestão para com seus fins.
Face ao exposto, três linhas de pesquisa podem ser apontadas para futuros
trabalhos de pesquisa, quais sejam:
- O aprofundamento dos estudos relacionados à avaliação de projetos sociais
e que tenham como hipótese principal o pressuposto da aplicação desse tipo de
ferramenta como condição de êxito de ações sociais.
- O desenvolvimento de estudos que aprofundem os conhecimentos sobre o
que podemos chamar de “paradoxo da gestão responsável”, isto é, a dissociação
dos princípios da ética empresarial das práticas de gestão de diversas empresas no
Brasil e no exterior.
- Propor uma prática de avaliação de projetos sociais para o Terceiro Setor
através de modelos já existentes.
Estas questões sugerem a complexidade decorrente dessa temática e, quão
necessário se faz a continuidade dos estudos para que saia do campo puramente
subjetivo ou idealista. Portanto, neste estudo, foram levantadas apenas algumas
hipóteses de se avaliar projetos sociais realizados ou assessorados por ONGs. Além
do mais, vale lembrar que todos os estudos com intenção de diminuir as
desigualdades sociais que assolam diversos países e diminuir a distância cada vez
maior entre ricos e pobres pode se tornar válido desde que legítimo.
125
6 REFERÊNCIAS
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136
APÊNDICE 1
Questionário aplicado
( ) Antes (ex-ante)
(X) Durante (processo ou monitoramento)
(X) Após (post-facto)
137
Ambas.
12. A Asa utiliza algum indicador para medir o impacto dos projetos sociais?
Leitura qualitativa das ações: avanços, desafios e pistas de ação para continuidade
do projeto.
17. Na sua opinião existe alguma limitação explícita ou implícita na atual forma
de avaliação dos projetos sociais? Quais
Ainda não está totalmente incluído, pois a avaliação geralmente é feita com as
pessoas que atuam diretamente com esses grupos.
Objetivo
Rede Local: Continuar fortalecendo a rede local, priorizando a construção do Planejamento Participativo e a formação sobre Economia Popular Solidária.
Rede Municipal: Oportunizar a qualificação dos serviços da rede de ações sociais, a partir do debate da Política Nacional de Assistência Social, possibilitando a
identidade das entidades membros e o sentido de pertença à rede ASA.
Rede Arquidiocesana: Ampliar os mecanismos de sustentabilidade assegurando as condições necessárias para o funcionamento da entidade.
141
Atividades N.º de Atividades
Ações Destaques
realizadas participantes Não realizadas
Rede articulando atividades ligadas aos programas
21 Pessoas que as entidades desenvolvem, não tendo mais
Rede Articulada Monte Cristo 02 Reuniões da Rede Articulada 18 Mulheres - havido discussões e/ou atividades mais amplas no
Monte Cristo 03 Homens sentido de representação da comunidade.
Ausência das entidades.
Grupos Visitados:
71 Pessoas
Acompanhamento aos - PS Barreiros: 02
68 Mulheres OS sendo organizada em Barreiros.
Grupos da Pastoral da Saúde - PS Biguaçu/Fundos: 04
03 Homens
- PS Canelinha: 01
REDE MUNICIPAL - Elaboração de um cadastro único entre as
07 Pessoal
01 Encontro da Rede Municipal – entidades de Assistência Social do Município.
04 Mulheres
Organização da Rede Biguaçu - Primeiro encontro realizado no âmbito Municipal
03 homens
Municipal das Ações Sociais envolvendo outros segmentos.
- Encerramento e avaliação da formação na região
REDE ARQUIDIOCESANA Norte com encaminhamentos de continuidade da
89 Pessoas formação nos municípios e Ações Sociais.
04 Encontro de Formação – Região
Formação sobre a Política de 82Mulheres - Debate sobre o reordenamento das ASPs a ser
Sul e Norte -
Assistência Social – CRAS, 07 Homens aprofundado nas instâncias locais (Norte e Sul);
SUAS - Pouco compromisso por parte dos participantes
com o processo formativo.
142
143
ANEXO 2
APRESENTAÇÃO
145
. 01 encontro Fórum Regional de Blumenau. Projeto PIAJ – 132 pessoas.
Objetivos Atividades Realizadas Pessoas Envolvidas
. 01 encontro Fórum Regional de Itajaí – Redução da Idade Penal (debate).
Participação das Conferências dos Direitos da Criança e do Adolescente:
. VI Conferência Municipal DCA de Itajaí, Florianópolis e da IV Jornada Catarinense pela
Infância e Adolescência Protegida. Conf. DCA – 440 pessoas.
Fórum Catarinense de Economia Solidária.
. 01 Reunião de planejamento do Fórum Catarinense de ES;
. Participação do evento de inauguração do centro de ES de Itajaí. Fórum Catarinense de ES – 557
. 03 reuniões do Fórum Catarinense – maio/07; pessoas.
. 01 oficina Nacional de formação (Brasília)
. 02 reuniões com Secretaria Desenvolvimento Social do Estado;
. 04 reuniões do Fórum Parlamentar de Cooperativismo.
. Assessoria ao encontro Casa Brasil – Região Sul;
. Participação do Seminário Região Sul de ES.
. 01 Reunião da Comissão de Organização de Plenária Estadual de ES.
. Participação do Seminário de Apresentação do Mapeamento Fase III;
. 01 Palestra no CESAE;
. 01 Reunião em preparação ao Fórum Social da Juventude do Mercosul.
a) GT de Gestão e Organização do Fórum Catarinense de ES
. Mobilização para encontro do Fórum Estadual, para encontro de reestruturação do Fórum
Brasileiro e para o encontro regional de formação do Fórum Brasileiro;
. Mobilização para reunião do Fórum Estadual; GT de Gestão e Organização do Fórum
. 02 reuniões virtuais do GT; Catarinense de ES – 14 pessoas.
. 02 reuniões do GT de Gestão.
b) Fórum Regional de ES.
. 06 Reuniões do Fórum Regional de ES;
. Participação de palestra – GRT e ES.
. 03 reuniões com Federação das Associações de Apicultores de SC; Fórum Regional de Economia Solidária –
. Participação da Feira do Mel; 143 pessoas.
. 01 Plenária Regional de Economia Solidária;
c) Coordenar o Programa Fortalecendo a Rede de ES no Estado:
. Providências burocráticas e administrativas, contatos e articulações;
. 01 reunião da comissão de licitação, análise de currículo.
. Entrevista com candidatas (pessoa para execução do projeto no Estado);
. 01 Reunião preparação da Feira Regional de Blumenau; Projeto Fortalecendo a Rede de ES –
. 05 Reuniões preparatórias da Feira Regional de Caçador, Lages, Joinville e Canoinhas; 317 pessoas
. 01 oficina de Planejamento da SECAFES de SC.
Fórum estadual da Pessoa Idosa.
. 03 reuniões no mês de Abril; Fórum Estadual da Pessoa Idosa – 41
. 01 Reunião da equipe de organização do Plano Estadual; pessoas.
. 01 Reunião do Conselho Estadual do Idoso.
Fórum Estadual de Assistência Social.
. Participação do encontro de capacitação sobre SUAS; Fórum estadual de Assistência Social –
. 03 Reuniões do Fórum Estadual; 700 pessoas.
. 01 encontro (participação) dos Estados do Sul – COEGEMAS
146
. 01 Reunião no CVM com entidades asilares e de abrigo do Estado de SC;
Objetivos Atividades Realizadas Pessoas Envolvidas
. 01 Audiência Pública – Falta de recursos do Estado (Convênios) para entidades asilares e
de abrigo (programas de alta complexidade).
Conferência Municipal de Assistência Social. Conferência de Assistência Social – 227
. Participação das Conferências de Assistência Social de: Itajaí, São José, Nova Trento e pessoas
Garopaba;
. Participação do Seminário Regional – Plano Plurianual – PPA.
Rede Articulada Monte Cristo:
. 11 reuniões da rede articulada Monte Cristo; 234 pessoas
. Contribuição com a organização metodológica da Conferência das Comunidades;
. Participação da Conferência do Bairro Monte Cristo.
Fórum Estadual Maria da Penha
. 03 Reuniões do Fórum; 939 pessoas
. 01 Seminário Estadual
. 01 Conferência Estadual de Políticas para mulheres (participação).
Contribuir com o processo de . Motivação, sensibilização por parte dos Assessores da ASA para que as Ações Sociais
organização da Sociedade Civil participem dos Fóruns Municipais de Assistência Social nos Municípios de São Jose,
representada no Conselho Municipal de Florianópolis, Palhoça, Itajaí e Brusque.
Assistência Sócias para possibilitar o
Controle Social e intervenção nas
Políticas Públicas
Contribuir com a formação, qualificação . Elaboração de uma proposta metodológica para formação sobre a Política de Assistência
dos representantes da Rede de Ações Social – CRAS/SUAS;
Sociais com ênfase na Política de . Elaboração de instrumental para coleta de dados – Ações Sociais que estão na
Assistência Social – CRAS, SUAS. representação da sociedade civil nos Conselhos Municipais de Assistência Social.
147
Linha 2: Mobilização Cidadã
148
Linha 3: Assessoria e Acompanhamento a Rede de Ações Sociais
Proporcionar o fortalecimento
da rede local, fomentando o
• Realização de 10 Encontros da Rede Local, fortalecendo a discussão da • 179 voluntários e voluntárias das Ações
debate e a formação das
organização em rede e promovendo a integração dos grupos e pastorais. Sociais e Pastorais Sociais.
organizações nas
comunidades.
Saúde: Saúde:
• Realização de 05 reuniões com equipe de coordenação arquidiocesana da 194 agentes da pastoral da saúde
pastoral da Saúde;
• Realização de 03 reuniões com a equipe executiva da pastoral da saúde da Pessoa Idosa:
Arquidiocese; 408 pessoas, entre voluntários, coordenadores
• Realização de 02 Encontros de Arquidiocesano para agentes da pastoral da idosos participantes dos grupos de idosos e
Balanço da caminhada e saúde de formação, avaliação e planejamento (Confraternização) assistentes sociais.
elaboração de propostas da • Visitas a 02 Grupos de Fitoterapia (Capoeiras e Monte Verde);
ASA em relação à Pastoral da EPS:
• Realização de 06 reuniões da Equipe da pastoral da saúde do regional Sul
Saúde, Pessoa Idosa, Criança 233 pessoas, entre empreendedores, técnicos
IV;
e Adolescentes e EPS, e assessores.
• Participação em 01 reunião o CRPS;
identificando a sua relação
Pessoa Idosa:
com a ASA, sinalizando a sua Ações Sociais:
viabilidade ou o • Realização de 02 reuniões sobre o processo de transição dos encontros de
formação para grupos de idosos; 851 pessoas, voluntários e voluntárias das
reordenamento do programa. Ações Sociais, diretoria, párocos e
• Realização de 02 Encontros de Formação para Coordenadores e
assessores.
Voluntários dos Grupos de Idosos.
• Realização e 01 visita de orientação e assessoria a Grupo de Idosos.
EPS:
• Participação em 01 Curso de formação para agentes da Pastoral Carcerária;
• Assessoria no encontro das Unidades da Casa Brasil;
149
Objetivos Atividades Realizadas Pessoas Envolvidas
• Realização de 09 visitas aos empreendimentos solidários de EPS;
• Participação em um debate sobre EPS;
• Reunião com o Ministério da Agricultura (Fiscal);
• Realização de 01 Encontro de Empreendimentos.
Ações Sociais:
• Realização de 72 visitas às Ações Sociais Paroquiais;
• Realização de 08 Assembléias das Ações Sociais;
• Realização de 01 reunião com as Ações Sociais Paroquiais da Comarca do
Estreito;
• Visitas in loco a 03 cursos profissionalizantes executados pelas Ações
Sociais;
• Vistas a Hortas Comunitárias;
• Realização de 02 reuniões com o CRAS e técnicos da Prefeitura de São
José;
150
Linha 4: Sustentabilidade, Fortalecimento e Organização da ASA
151
Objetivos Atividades Realizadas Pessoas Envolvidas
Atuar nos diferentes espaços de • 02 Reuniões das Forças Vivas da Arquidiocese; • 1492 pessoas
representação buscando o • 03 Reuniões do Conselho Arquidiocesano de Pastoral;
fortalecimento da ASA e das • 03 Reuniões do Secretariado Arquidiocesano de Pastoral
entidades que ela representa • 04 Reuniões da Comissão em Preparação ao Centenário da (Arqui)Diocese;
• 18 Reuniões da equipe de preparação dos livretos dos Grupos Bíblicos em Família;
• 04 Reuniões da Pastoral Social da Arquidiocese;
• 02 Reuniões da Pastoral Social do Regional Sul IV;
• 01 Reunião com os Funcionários da Cúria;
• 03 Assembléias Arquidiocesanas de Pastoral;
• 01 Oficina Arquidiocesana da Cáritas;
• Participação na 16ª Assembléia da Cáritas Brasileira;
• 07 Reuniões da Cáritas Regional SC;
• Participação na Oficina Regional da Cáritas/SC;
• 08 reuniões da Pastoral da Saúde Regional;
Tornar a ASA mais conhecida • Elaboração da Revista “Como Organizar Ações Sociais” com a impressão de 500 revistas • 47 pessoas
através de mecanismos de • Elaboração da Cartilha “A Política de AS e o SUAS com 2000 cartilhas;
comunicação social • 10 reuniões da Equipe Editorial do Jornal da Arquidiocese;
• 38 matérias das atividades da ASA publicadas no Jornal da Arquidiocese;
152
153
ASPECTOS QUALITATIVOS
fragmentada por parte dos fóruns tem sido percebida em quase todos os Fóruns de Políticas
Públicas do Estado. Como já mencionamos, a ASA tem atuação direta nos fóruns de
Assistência Social, Criança e Adolescente, Idoso, Saúde e Economia Solidária podendo
destacar algumas especificidades:
a) Fórum Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente - FDCA
A sociedade civil que se mantém articulada na instância Estadual, são as entidades
eleitas para a representação da sociedade civil no Conselho Estadual dos Direitos da
Criança e do Adolescente (CEDCA). Estas se encontram mensalmente às vésperas das
reuniões, convocações pelo CEDCA com pauta prioritária gerada pelo próprio Conselho.
Sendo um momento de definição de posições a cerca dos debates que se darão na plenária
do Conselho. E como o Conselho ainda não conseguiu assumir sua responsabilidade
enquanto definidor da Política Estadual, as discussões e pautas, definem-se pelas
prioridades que o Governo do Estado apresenta resultando no que já afirmamos
anteriormente, políticas sociais sendo pensadas e executadas de forma focal e
compensatória.
Fazendo alguns recortes mais específicos para esta análise, percebe-se que em
2007 a representação da sociedade civil no Conselho Estadual/Fórum Estadual DCA
centrou sua atuação: na sua própria mobilização e articulação, para manterem-se na
representação, e também para assegurar os encontros mensais. Mesmo tendo claro os
limites e a fragilidade desta atuação mais centrada na garantia da representação da
sociedade civil junto ao Conselho, não conseguiu-se avançar em discussões mais amplas
em torno das políticas públicas e Controle Social. O Fórum para garantir esta representação
e assegurar a legitimidade do CEDCA teve que renunciar coletivamente da representação
no Conselho. Esta posição foi tomada, após inúmeras tentativas de diálogo, para tornar
público e chamar a atenção da sociedade em geral, dos demais Conselhos, do Ministério
Público e outros seguimentos, de que o Governo do Estado não tem assumido compromisso
ético e político com o CEDCA bem como com as Políticas Sociais Públicas. Esta posição da
sociedade civil gerou demandas muito ampla para o Fórum e em especial para a ASA por
integrar o Secretariado (órgão Executivo do Fórum) e ser a única entidade com sede em
Florianópolis e que, por conta também dos limites e fragilidade interna do Fórum impediu
uma repercussão e resultado maior em torno dos pleitos pautados que buscavam assegurar:
recursos, por parte do Governo do Estado, para pagamento de passagens e diárias das
entidades da sociedade civil quanto das plenárias e reuniões de comissão do Conselho;
cumprimento às deliberações do Conselho; publicação das resoluções; transparência em
relação ao Fórum da Infância e Adolescência (FIA) Estadual, garantia da gestão deste pelo
Conselho; estrutura física e técnica para a secretaria do Conselho e reconhecimento do
Conselho enquanto órgão de definidor da Política Estadual para crianças e adolescentes.
155
Esta posição, contou com a adesão do Ministério Público, que, mediou algumas
discussões com a Secretaria Estadual de Assistência Social, Trabalho e Habitação a qual o
Conselho está vinculado Administrativamente, e outros órgãos do Governo no sentido do
reconhecimento do Conselho enquanto órgão deliberativo e de que é atribuição do Estado
assegurar as condições necessárias para que o CEDCA possa cumprir com seu papel
propositivo e definidor da política estadual para crianças e adolescentes. Assim, em
novembro de 2007, o Fórum dos Direitos da Criança e do Adolescente organizou e
mobilizou a sociedade civil do Estado para elegerem as entidades da sociedade civil que
estarão na representação junto ao Conselho Estadual para os próximos dois anos.
b) Fórum Catarinense de Economia Solidária – FCES:
Neste campo os aspectos a serem destacados não se diferenciam muito dos já
identificados em análises anteriores. Um dos principais aspectos positivos a serem
lembrados é de que em 2006 o Fórum de Economia Solidária tinha sua atuação pautada e
até dependente da Secretaria Nacional de Economia Solidária. A partir de 2007, com a
constituição do Conselho Nacional e com a Conferência Nacional o Fórum fortaleceu-se
mais enquanto movimento definindo agenda própria em relação a lutas e organização. Sua
atuação tem sido pautada em consonância com a Política Nacional e nas lutas por sua
implantação.
Portanto, a discussão das demandas em termos da política de Economia Solidária
associada às exigências da realidade social, foi pano de fundo para todas as ações,
encontros e reuniões do Fórum Catarinense em 2007. Ficando claro de que a incorporação
da luta pela efetivação dos indicativos da Política de Economia Solidária definida pelo
Conselho Nacional, e indicativos da Conferência Nacional surge na perspectiva de
fortalecimento da caminhada também do Fórum Catarinense.
A Plenária Estadual de 2007 identificou algumas prioridades de fortalecimento e
ampliação do Fórum Catarinense.
A realização da Oficina Nacional de Formação e o Encontro de Estruturação do
Fórum Brasileiro foram determinantes no sentido de dar respostas às demandas
emergenciais surgidas e percebidas nos empreendimentos que integram o Fórum
Catarinense.
O movimento em Santa Catarina se insere neste cenário de luta, para que a
Economia Solidária possa construir e ampliar possibilidades de sedimentação desta outra
lógica econômica. O projeto “Fortalecendo a Rede de Economia Solidária” em parceria com
a Secretaria Nacional de Economia Solidária (SENAES) e coordenado pelo Fórum
Catarinense, criou demandas próprias, ampliando espaços de discussão e de
comercialização. Com o processo de divulgação e articulação do projeto, houve ampliação e
maior organização dos empreendimentos bem como, envolvimento e engajamento deste
156
com outras forças sociais que lutam coletivamente pela implantação da política de Economia
Solidária no Estado de Santa Catarina. Este movimento fez surgir outros Fóruns Regionais,
como foi o caso de Caçador, Criciúma e Lages.
Este projeto também possibilitou que a ASA se tornasse referência neste campo no Estado,
por ser a entidade proponente do projeto, além de ter informações e dados do processo de
desenvolvimento e construção da Economia Solidária em Santa Catarina.
c) Fóruns Estaduais de Assistência Social, Idoso e Saúde:
Para além das fragilidades mencionadas na análise geral, estes Fóruns estão com
dificuldades de manterem-se articuladas, inclusive para as lutas e movimentos específicos,
assim como para a articulação e acompanhamento ás entidades que representam a
sociedade civil nos respectivos conselhos.
Por fim, podemos afirmar que permanece o desafio de fortalecer, ampliar e articular
as lutas sociais em torno de um projeto comum e pautas coletivas, para garantia dos direitos
e acesso às Políticas Sociais Públicas; ampliar as iniciativas relativas ao controle social;
garantir espaços de formação permanente em Políticas Públicas, em especial para a
Sociedade Civil atuar nos Conselhos e Fóruns; formações com o co-financiamento do Poder
Público e com controle e planejamento da sociedade civil; ultrapassar as iniciativas
fragmentadas; atuar mais efetivamente no fortalecimento da sociedade civil com atuação
nas bases, possibilitando o seu engajamento nos Fóruns e demais espaços e movimentos
sociais, na luta por Políticas Sociais Públicas e universais.
Essa linha de atuação dentro da ASA está diretamente relacionada com as demais
linhas. A ASA durante toda a sua existência, sempre esteve inserida nas mobilizações e
lutas por direitos, cidadania e vida digna para todos.
Entendendo que a mobilização e a participação são instrumentos importantes de
construção de uma nova sociedade, a ASA estendeu essa atuação para o conjunto da Rede
de Ações Sociais, possibilitando que reflitam sobre a conjuntura, participando de campanhas
e mobilizações mais amplas.
No ano de 2007, a Rede ASA contribuiu com a mobilização de campanhas de
iniciativa popular, destacando a Campanha de Alimentos Saudáveis/Soberania Alimentar,
coordenado pelo Movimento de Mulheres Camponesas (MMC) e a Campanha de Redução
da Tarifa Elétrica, esta dirigida pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB). Além da
Campanha da Fraternidade 2007, que discorria sobre a questão da Amazônia. A temática
possibilitava a reflexão da situação da floresta, meio ambiente, povos amazônicos e os
grandes projetos capitalistas, principais causadores dos problemas sócio-ambientais da
157
No plano político, atua em parceria, constrói pautas comuns e luta pela conquista de
direitos. A ASA atuou em diversos espaços pastorais e da sociedade civil, com vistas a
constituição de parcerias seja para execução, aprofundamento, debates e mobilização no
campo social. Este ano avançamos na organização da Pastoral Social, constituiu-se um
grupo permanente das pastorais sociais, que discutiu, refletiu e deliberou sobre a caminhada
social da Arquidiocese. A publiscização dos trabalhos sociais, realizados pelas entidades
membros foram garantidos por meio do Jornal da Arquidiocese, que mensalmente publicava
matérias sobre as experiências positivas, potencializando assim, a rede de Ações Sociais.
De maneira geral, os objetivos propostos para 2007 nesta linha de atuação foram
alcançados, permanecendo como desafio o de ampliar mecanismos de sustentabilidade
para assegurar as condições necessárias de funcionamento da ASA.
162
APÊNDICE 4
Atividade
(Linha4 – Fundo Solidário)
Data
Local
Participantes:
( ) Mulheres ( ) Homens
Assuntos tratados
Encaminhamentos
Observações
__________________