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Técnico/a de Qualidade
726 – Custos da qualidade
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FICHA TÉCNICA
Objetivos Gerais
- Aplicar e interpretar os métodos e técnicas de um sistema de custos de qualidade
Conteúdos
- Introdução
- O que são custos da qualidade
* Custos da não qualidade
* Custos da qualidade
- Porquê estudar os custos da qualidade
- Decomposição dos custos da qualidade – referência à Norma Portuguesa NP4239
- Base para a qualificação dos custos de qualidade – noções gerais sobre contabilidade
- Como conduzir um programa de análise de custos da qualidade
Carga horária
25 horas
Data: 07/07/2022
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Índice
FICHA TÉCNICA......................................................................................................................................2
INTRODUÇÃO..........................................................................................................................................4
O QUE SÃO CUSTOS DA QUALIDADE...............................................................................................5
CUSTOS DA NÃO-QUALIDADE.............................................................................................................6
CUSTOS DA QUALIDADE.......................................................................................................................7
PORQUÊ ESTUDAR OS CUSTOS DA QUALIDADE..........................................................................9
DECOMPOSIÇÃO DOS CUSTOS DA QUALIDADE – REFERÊNCIA À NORMA PORTUGUESA
NP 4239...................................................................................................................................................12
BASE PARA A QUANTIFICAÇÃO DOS CUSTOS DE QUALIDADE – NOÇÕES GERAIS SOBRE
CONTABILIDADE..................................................................................................................................14
COMO CONDUZIR UM PROGRAMA DE ANÁLISE DE CUSTOS DA QUALIDADE.....................14
BIBLIOGRAFIA......................................................................................................................................15
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INTRODUÇÃO
Uma parte significativa dos custos da qualidade resultam de uma execução incorreta das
atividades e tarefas. É um tipo de medição que transforma os erros em mais valias e isso tem um
grande impacto nos empregados, mas principalmente na gestão das organizações. Os resultados
das organizações são muitas vezes medidos em termos monetários, através de margens, lucros,
valor acrescentado, entre outros.
A importância que a qualidade dos produtos e serviços prestados aos clientes tem para estes
resultados é um facto incontestável e que leva a empresa a procurar medir também em termos
monetários, através dos custos da qualidade.
Os problemas da qualidade têm sempre origem em pequenos desvios nas especificações dos
materiais, do produto ou do processo, nos procedimentos, etc. No entanto, as consequências
destes pequenos desvios, por vezes, atingem proporções inesperadas. Mesmo que as
consequências destes desvios não sejam muito trágicas, podem traduzir-se nas relações com os
clientes, levando à perda ou diminuição das vendas, ou até mesmo à perda do cliente.
A verdadeira dimensão destes custos nem sempre é conhecida. Mesmo quando se conhecem
alguns valores, estes representam uma pequena fração da realidade.
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O QUE SÃO CUSTOS DA QUALIDADE
A definição de qualidade é algo que, não obstante as várias interpretações que tomou ao longo do
tempo por diversos autores, se torna essencial definir pela empresa por forma a construir,
implementar e desenvolver o seu Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ). Atualmente, esta
definição pode integrar os conceitos defendidos por diversos autores.
A importância que a qualidade tem para o negócio da empresa é um facto incontestável e que
leva a procurar medi-la também em termos monetários, através dos chamados custos da
qualidade. Contudo, facto dos custos da falta de qualidade serem pouco visíveis nas empresas,
que não lhes dão grande importância, na medida em que derivam do somatório de grandes
quantidades de pequenos desvios, que se transformam num verdadeiro iceberg de custos ocultos,
em que a parte visível pode ser a menos importante. A margem bruta e o resultado operacional
crescem sempre que o sistema de qualidade elimina custos da falta de qualidade, em montante
superior ao total dos custos necessários para que o referido sistema funcione e seja eficaz.
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CUSTOS DA NÃO-QUALIDADE
Custos das falhas internas – são todos aqueles incorridos devido a algum erro do processo
produtivo, seja ele falha humana ou falha mecânica. Quanto mais cedo erros são
detetados, menores serão os custos envolvidos para corrigi-los. São aqueles que
desapareceriam se não existissem defeitos no produto, antes da sua expedição para o
cliente.
Custos das falhas externas – são aqueles decorrentes de falhas no produto ou serviço
quando estes se encontram no mercado e/ou são adquiridos pelo consumidor final. São
aqueles que desapareceriam se não existissem defeitos após a entrega do produto ao
cliente.
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Cada projeto de redução de custos da qualidade é, normalmente, ajustado por uma equipa
pluridisciplinar. Para se conseguir uma efetiva redução dos custos da não-qualidade (falhas
internas e externas) devem ter-se em consideração os seguintes passos:
III. Lançar ações corretivas. Os problemas identificados, como resultado da análise dos
dados da qualidade, devem ser objeto de ações corretivas.
IV. Seguir os resultados. O primeiro passo para se efetuar esta sequência é a medição dos
resultados. Esta medição pode ser realizada através dos dados recolhidos pela inspeção e
ensaio. Que serviram, também, para identificar o problema.
CUSTOS DA QUALIDADE
I. Custos de avaliação – são os custos necessários para avaliar a qualidade do produto pela
primeira vez e assim, detetar falhas e inconsistências antes que o produto seja posto no
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mercado. Ou seja, são custos incorridos para determinar o nível de conformidade do
produto
Os custos de avaliação representam, em média, 50% do valor dos custos totais da qualidade. A
maioria dos programas de redução dos custos das falhas. No entanto, a melhoria dos custos de
avaliação pode trazer um impacto muito significativo. Normalmente, são utilizadas determinas
técnicas para este fim, nomeadamente:
I. Planeamento das inspeções – o sistema deve ser definido de forma eficiente, de tal
modo que cada inspeção auxilie um objetivo essencial. Deve ser escolhido o tipo de
inspeção que melhor beneficia esse objetivo: autocontrolo, inspeção por amostragem,
entre outros.
II. Melhoria dos equipamentos e métodos – estas melhorias podem ser seguidas pela
introdução de equipamentos, que efetuem inspeções de modo mais rápido ou sem
operador, ou pela introdução de dispositivos de inspeção no equipamento da produção,
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ou pela melhoria do sistema de registos e relatórios de modo a exigirem menos tempo
e esforço, entre outros.
Existem diversas fontes de informação dentro da empresa que nos fornecem dados parciais e que
necessitam de ser combinadas para que se obtenha informação suficiente para a avaliação das
melhorias alcançadas. Assim, algumas destas origens são:
Os processos de melhoria podem conduzir a resultados rápidos, mas também podem ser mal
sucedidos. Quando isso acontece, normalmente a causa está na gestão da empresa: pois utilizou
o processo de forma errada; não participou no processo; pensa que os problemas estão apenas
nos colaboradores; não quer estabelecer compromissos de longo prazo; entre outros.
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Os profissionais da qualidade já constataram a relação entre os custos, a qualidade e a
produtividade. Reconhecem que a melhoria de custos e produtividade resultantes da melhoria da
qualidade de custos e produtividade resultantes da melhoria da qualidade pode ser um valor para
o cliente, estimulando o crescimento do negócio. Por outro lado, ainda existem muitos
responsáveis nas empresas que não entendem esta relação. O sistema de informação que os
mantém informados sobre o estado do negócio e que orienta as decisões coloca a ênfase nos
prazos, unidades produzidas por empregado, custo por unidade, vendas, receitas e lucro. Deste
modo não é suficientemente realçada a relação entre a qualidade, custo, valor e crescimento de
mercado, o que dificulta a perceção desta relação por parte dos responsáveis.
As técnicas de análise dos custos da qualidade são tão variadas como aquelas que são sadas
para qualquer problema da qualidade, nomeadamente: análise das tendências, análise de Pareto
(por departamento, por produto, por categoria dos custos, entre outros.). A análise de tendências
consiste em comprar os atuais níveis com os do passado. O valor do custo total está a subir, mas,
em termos de rácio relativo a unidades produzidas e vendas não existem variações significativas,
ou seja, o custo das falhas internas sobe gradualmente ao longo do ano.
Assim, é importante realizar a análise destes custos. A técnica mãos usada para análise posterior
dos custos é a análise de Pareto, que envolve a listagem dos fatores que contribuem para o
problema e a sua marcação num gráfico de barras, de acordo com o valor da sua contribuição.
Em muitas situações, existe um número relativamente pequeno de causas que contribuem para
uma percentagem relativamente levada dos custos. Para que as melhorias sejam mais visíveis, os
esforços devem ser concentrados na eliminação ou diminuição das causas que mais contribuem
para o efeito em análise.
A análise de Pareto pode ser usada para pesquisar diversas causas vitais, como por exemplo,
modelos do produto ou seções onde são originados a maior parte dos custos, dependendo do tipo
de dados que se optar por recolher. É possível, em qualquer empresa, realizar uma análise de
Pareto para detetar problemas.
O diagrama de Pareto também conhecido como a regar 80/0 ou análise ABC, trata-se de uma das
ferramentas disponíveis da qualidade. O seu propósito é a análise de problemas, hierarquizando
os dados (normalmente defeitos/problemas) por ordem decrescente de frequência. É uma
ferramenta amplamente utilizada no apoio à tomada de decisões. Considera-se que o “método de
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Pareto” é aplicável à análise do custo das falhas e, consequentemente, é indispensável para uma
ação eficiente visando reduzir esse custo. O princípio que lhe está subjacente – e, que se espera
ver confirmado em cada análise concreta – é o seguinte: uma pequena proporção dos tipos de
falha é responsável pela maior parte do custo total das falhas. A aplicação do método de Pareto
costuma consubstanciar-se na construção de um gráfico utilizando a seguinte metodologia:
Diagrama de Ishikawa
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Indicadores chave de desempenho
Os indicadores chave de desempenho são uma ótima forma de comunicação interna, tanto pela
sua objetividade – resumem resultados de um grande volume de dados, como pelo seu impacto
visual. A utilização de indicadores é também muito versátil, pois é aplicável a tudo o que for
quantificável (mensurável) em toda a organização – desde que reflitam dados significativamente
comparáveis.
O estudo dos custos da qualidade, seja qual for o nível de detalhe, origina debates relativos à
validade dos valores apresentados à organização. Muitas vezes a crítica é depreciativa,
esquecendo os benefícios que a monitorização de um indicador destes custos pode ter.
No entanto, deve ser considerado um balanço funcional entre os custos de avaliação e prevenção
relativamente aos das falhas. Isto é, existe um ponto “ótimo” para o qual os custos totais da
qualidade são mínimos, significando que os custos de um maior investimento na avaliação e
prevenção podem não justificar o decréscimo dos custos das falhas.
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A norma portuguesa NP 4239 constitui um guia para a utilização pelas empresas com vista à
quantificação dos custos da qualidade. O objetivo é permitir uma quantificação rápida e
simplificada dos custos e, consequentemente, fornecer aos responsáveis das empresas um
conjunto de informações que lhes permitam empreender e intensificar ações tendo em
consideração a melhoria produtiva global das empresas.
A norma NP 4239 pode ser utilizada por todas as empresas. Contudo, as empresas têm que se ter
em consideração:
Para cada ramo da indústria, as especificações próprias da atividade, ou seja, aspetos de
terminologia
No quadro da empresa, a sua estrutura de gestão, a natureza dos produtos e serviços
fornecidos e a natureza do mercado
O caso particular das empresas de serviços
A quantificação pode ser realizada tendo em consideração o mapa discriminativo dos custos da
qualidade, mapa resumo dos custos da qualidade (apresentação dos resultados e rácios), entre
outros, que melhor se adaptem à empresa, ou seja, o que forem mais fáceis para a empresa
quantificar. O cálculo dos custos apoia-se em dados que existem na empresa ou no cliente e que
é necessário recolher, recorrendo à contabilidade geral e analítica, a documentos administrativos,
técnicos ou comerciais, a inquéritos por sondagens, entre outros.
Todas as possíveis fontes de informação devem ser apresentadas na parte direita do mapa dos
custos da qualidade, de acordo com a fonte utilizada e na respetiva alínea. Para que possa
efetuar posteriormente uma análise credível e útil a partir dos custos obtidos, é desejável que
estes:
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Contudo, sempre que não seja possível obter os custos, pode-se:
Efetuar uma estimativa simples, mas credível a partir dos dados existentes na empresa
Calcular ou estimar os custos de extrapolação, a partir de um período para o qual se
dispõe de informação ou a partir do último exercício conhecido
Calcular ou estimar custos a partir de informações disponíveis dentro de um setor ou
departamento que se julgue representativo da empresa, e depois extrapolar os resultados
desse cálculo ou dessa estimativa a toda a empresa
A obtenção dos custos faz-se de uma forma geral a partir dos meios que a empresa dispõe nesse
momento, sem pôr em causa a existência desses meios, nem encarar quaisquer investimentos
materiais ou humanos complementares.
Os dados que nos permitem determinar os custos da qualidade existem em diversas fontes,
nomeadamente, contabilidade geral, contabilidade analítica, documentos administrativos, técnicos
ou comerciais, inquéritos e sondagens, entre outros. Para que a análise de custos seja credível e
útil, é necessário que os dados recolhidos sejam atuais, sejam incontestáveis, ou seja, que a
quantificação seja efetuada tendo como referência zero defeitos e tenham origem em fontes de
informação conhecidas e devidamente identificadas.
Muitas vezes, os custos da qualidade são contestados pelo motivo de não serem rigorosos. Na
realidade, é difícil e muitas vezes impossível, recolher os todos os custos, cêntimo a cêntimo. O
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importante é obter uma ordem de grandeza, certamente por defeito, mas que mostre a
importância do problema e permita efetuar análises posteriores para se obterem melhorias.
A relação entre o percurso evolutivo de cada um destes custos e a evolução do custo total da
qualidade é objeto de discórdia. A análise tradicional dos custos, quer a curto quer a médio/longo
prazos, considera a existência de um decréscimo de custo médio até um determinado valor
mínimo, representativo de uma quantidade produzida considerada como optimizadora dos custos.
BIBLIOGRAFIA
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Mattos, J. C., & Toledo, J. C. (1998). Custos da qualidade: diagnóstico nas empresas com certificação ISO
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Qualidade, I. P. (1994). Norma Portuguesa NP 4239.
Saraiva , M., & Teixeira, A. (2010). TMQ - Qualidade numa perspetiva multi e interdisciplinar. Edições Sílabo.
Trindade, D. C. (2012). Custos da qualidade: Análise da estrutura e componentes dos custos da qualidade.
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