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Monografia apresentada em cumprimento parcial dos requisitos exigidos para a obtenção do grau
de Licenciatura em Ciências Económicas e Sociais com orientação em Gestão Financeira na
Universidade Técnica de Moçambique.
O JÚRI:
Declaro que este trabalho de Diploma nunca foi apresentado na sua essência para obtenção de
qualquer grau académico e ele constitui o resultado da minha pesquisa pessoal.
________________________
(Cheila Buanar Mohamede)
i
Dedicatória
Dedico este trabalho ao meu pai Buanar Mohamede que desde a minha infância, sempre
procurou, com muito esforço, criar condições para que hoje eu tivesse uma boa formação.
ii
Agradecimentos
Em primeiro lugar agradeço a Allah, por estar ao meu lado nesta longa caminhada que enfrentei,
pois sem a sua permanência nada seria possível.
Agradecer ao meu querido pai, Buanar Mohamede, incansavelmente pelo sacrifício, apoio e
confiança na minha educação e formação. Meu amigo, companheiro, meu Deus na terra, que
sempre esteve presente em todos momentos da minha vida.
Aos meus irmãos Abiba Buanar, Lina Buanar, Sininha Buanar, Asha Buanar e Dino Buanar que
deram o seu apoio moral e incondicional ao longo dessa caminhada.
Ao meu marido por ter sido persistente durante a minha formação e ter acreditado sempre em
mim.
Ao Doutor Cassamo Sulemane, meu docente e supervisor pelo seu papel crucial, pela
disponibilidade imediata e paciência que teve na orientação deste trabalho.
Aos meus colegas, em especial a Helena Muve e Daniela Guiamba, pelo apoio que sempre me
deram nos momentos em que mais precisei sempre com boa disposição.
iii
Tabelas
Gráfico
iv
Gráfico 1: Distribuição das Empresas em Percentagem................................................................27
Figuras
v
Figura 1: Estado Civil dos Colaboradores.....................................................................................43
Figura 2: Tempo de Serviço...........................................................................................................45
Figura 3: Idade ..............................................................................................................................46
Figura 4: Escolaridade...................................................................................................................47
Resumo
vi
O empreendedorismo desempenha um papel importante na empresa sendo relevante no
planeamento, tomada de decisões quanto a aquisições de equipamentos e na visão de futuro,
levando em consideração o presente e as metas traçadas. O presente trabalho contém resultado de
uma pesquisa com o objectivo de analisar as estratégias de empreendedorismo e de inovação na
melhoria do ambiente de negócio nas pequenas empresas da cidade de Maputo. Este trabalho
envolve etapas de determinação dos objectivos gerais e específicos, o referencial teórico, a
metodologia e o estudo de caso. Foi realizado uma revisão bibliográfica que abrange os temas de
empreendedorismo e inovação. O trabalho foi dividido em duas fases. A primeira consistiu em
um amplo levantamento do referencial teórico e a segunda, no estudo de caso sobre o ambiente
de negócio nas pequenas empresas da cidade de Maputo. Constatou-se que o empreendedorismo
e inovação têm influenciado para o desenvolvimento de uma empresa, tal como é o caso das
microempresas.
Abstract
vii
Entrepreneurship plays an important role in the company, being relevant in planning, making
decisions regarding equipment purchases and in the vision of the future, taking into account the
present and the goals set. The present work contains the result of a research with the aim of
analyzing the strategies of entrepreneurship and innovation in improving the business
environment in small companies in the city of Maputo. This work involves steps to determine the
general and specific objectives, the theoretical framework, the methodology and the case study.
A bibliographic review was carried out covering the themes of entrepreneurship and innovation.
The work was divided into two phases. The first consisted of a comprehensive survey of the
theoretical framework and the second, the case study on the business environment in small
companies in the city of Maputo. It was found that entrepreneurship and innovation have
influenced the development of a company, as is the case of micro companies.
ÍNDICE
viii
I CAPÍTULO: Introdução.......................................................................................................1
1.1 Contextualização.....................................................................................................................1
1.2 Justificativa.............................................................................................................................3
1.6 Hipóteses.................................................................................................................................6
2.1.1 Empreendedorismo.................................................................................................................8
2.2 Inovação................................................................................................................................14
ix
2.4.5 Características das Pequenas e Médias Empresas em Moçambique....................................29
4.3 Historial................................................................................................................................39
4.4.1 Missão...................................................................................................................................39
4.4.2 Visão.....................................................................................................................................39
4.4.3 Valores..................................................................................................................................40
x
4.6.1 Empréstimos.........................................................................................................................40
4.6.2 Economias.............................................................................................................................41
4.6.3 Dinheiro................................................................................................................................41
4.6.4 Seguro...................................................................................................................................41
4.8.3 Idade.....................................................................................................................................46
4.8.4 Escolaridade..........................................................................................................................47
5.1 Conclusões............................................................................................................................51
5.2 Recomendações....................................................................................................................52
BIBLIOGRAFIA...........................................................................................................................53
xi
I CAPÍTULO: Introdução
I.1 Contextualização
O presente trabalho de pesquisa tem como tema: Análise do empreendedorismo e da inovação
aplicados às pequenas empresas na cidade de Maputo: estudo de caso da Micro finanças Bayport
Moçambique (2018-2020).
A combinação entre empreendedorismo e inovação e vem sendo estudado desde há muito tempo
tendo os autores considerado estes como partícula comum no âmbito de um negócio. Importante
seria não diferenciar estes dois conceitos pelo que ao longo do trabalho estes são tratados de
forma conexa.
1
tipicamente não dispõe de staff especializado adequado. Os gerentes são, em sua maioria,
generalistas, e não dispõem de suporte de staff experiente em pesquisa de mercado, análise
financeira, propaganda, gerenciamento de recursos humanos e outras áreas.
“Uma das características mais identificadas para o empreendedor está atrelada ao indivíduo que
decide montar o seu próprio negócio ou ao líder visionário que fornece as directrizes para a
consecução das tarefas da empresa e leva a organização a um nicho de mercado que traga
vantagem competitiva”, Gadea (2005, p. 45).
De acordo com Sebrae (2007, p. 22), “os proprietários de pequenas empresas precisam ser
versáteis, pois precisam dominar os elementos básicos de gerenciamento, além de ser capazes de
resolver problemas e tomar decisões rapidamente.”
A investigação e a capacidade de inovação não são um fim em si. A inovação em matéria dos
produtos e processos deve contribuir e promover a mudança estrutural dos países em vias de
desenvolvimento, com vista a alcançar a competitividade internacional, o bem-estar e um alto
grau de ocupação da população.
2
“ O empreendedorismo e a inovação são tópicos bastante abordados na literatura actual,
despertando bastante interesse em todo o mundo e aparece destacado como sendo o motor da
economia” (Kuratko, 2005, p. 178).
O empreendedorismo tem originado nas últimas décadas um surgimento de novas Pequenas e Médias
Empresas (PME), com especial destaque para as de crescimento rápido. Estas novas empresas entendem-
se como cruciais nos processos de inovação e na condução de mudanças tecnológicas que potenciam
aumento de produtividade. As mesmas têm contribuído para a criação de riqueza, criação de emprego e
melhor qualidade de vida das populações e destacam-se pela sua capacidade de adaptação a um ambiente
de mudança. (Kuratko, 2003, p. 348).
I.2 Justificativa
Do ponto de vista institucional, este estudo é relevante para a Bayport Moçambique, pois poderá
diagnosticar a percepção quanto as estratégias de inovação na empresa.
3
Do ponto de vista do trabalhador, este estudo poderá contribuir para a sua participação na criação
de um ambiente de trabalho mais estimulante e atractivo repercutindo positivamente em outras
esferas da vida como a social e familiar.
Do ponto de vista científico, poderá contribuir com conhecimentos novos acerca de estratégias
de empreendedorismo e inovação orientados para as pequenas empresas. Trazendo à tona a
discussão actual, os novos paradigmas e os resultados alcançados no segmento do
empreendedorismo e inovação.
Do ponto de vista científico, problema constitui objecto ou questão de discussão que pode-se
deparar em qualquer área de conhecimento, devendo ser estudado para a sua melhor
compreensão no sentido de poder-se delinear medidas de solução (Gil, 1999). Para (Vale, 2009,
apud Martins 2013), o problema de pesquisa veicula a determinação de informações necessárias
e a forma como estas podem ser obtidas de forma eficaz à luz dos objectivos traçados.
4
especial incidência na falta de saídas profissionais, a falta de habitação social e de baixo custo, a
burocracia excessiva na função pública, o acesso ao crédito e melhoramento de infra-estruturas
de transporte de pessoas e bens, acredita-se serem essas as grandes linhas de força para constituir
uma fonte de inspiração e de soluções a nível interno e um desafio à capacidade de iniciativa,
criatividade e empreendedorismo.
Quais são as medidas inovativas que as pequenas empresas podem implementar para
melhorar o seu ambiente de negócios?
Quais são as estratégias que as pequenas empresas implementam para garantir um bom
ambiente de negócios?
Quais são as estratégias de empreendedorismo que os gestores precisam adoptar para
melhorar a forma de fazer negócio das pequenas empresas?
5
Identificar as estratégias de empreendedorismo mais adequadas orientadas às pequenas
empresas.
I.6 Hipóteses
No capítulo II, referente à Revisão Bibliográfica, são apresentadas as teorias que se debruçam
sobre assuntos relacionados com o tema.
6
II CAPITULO: Revisão Bibliográfica
Desde a época primitiva, se considerar a evolução humana, pode-se se dizer que o homem
primitivo já tinha atitudes empreendedoras à medida que precisava, para sobreviver, inovar na
construção de diversas ferramentas para agilizar a caça de animais.
Segundo Dolabela (2008), o empreendedorismo não é um tema novo: existe desde a primeira
acção humana inovadora, com o objectivo de melhorar as relações do homem com os outros e
com a natureza. “Os indivíduos são atraídos para o empreendimento por inúmeros incentivos
prazeres ou recompensas”. (Longenecker; Moore; Petty, 2004, p. 6).
Brito et al (2013, p. 65), afirmam que “a origem do termo empreendedorismo não é precisa, no
entanto, constata-se que desde os primórdios da humanidade existem pessoas que se destacam,
inovando suas actividades ou produtos. À essas práticas inovadoras dá-se o nome de
empreendedorismo.”
A história do empreendedorismo não é recente como parece. A palavra começou a ser usada a
algumas décadas atrás, porém pode-se dizer que o primeiro a ser definido como empreendedor
foi Marco Polo, quando fez um acordo com um homem que possuía dinheiro e mercadorias.
Como empreendedor Marco Polo seria o aventureiro e trabalharia activamente, enquanto o
homem que emprestou dinheiro seria o capitalista, o que assume riscos de forma passiva
(Dornelas, 2014). Quando a viagem resultava em boas vendas, os lucros eram divididos (Hisrich,
et al., 2009).
Na Idade Média, era conhecido como empreendedor aquele que gerenciava ou participava de
grandes projectos, como construções de castelos e fortificações e catedrais. Os recursos
utilizados eram provenientes do governo e seu papel principal era gerenciar o projecto, não
correndo muitos riscos (Hisrich, et al., 2009 citado por Dornelas, 2014).
7
O termo começou a ser utilizado próximo do que é hoje, no século XVII. O empreendedor nessa
época assumia um contrato com o governo para desempenhar algum serviço ou fornecer
produtos. Esta foi a primeira combinação de empreendedor com o facto de assumir riscos, pois
os preços eram fixos e qualquer lucro ou prejuízo era todo do empreendedor. Neste período
existia um escritor famoso, Richard Cantillon, considerado por muitos como um dos criadores do
termo empreendedorismo, que foi um dos primeiros a distinguir empreendedor e capitalista. Para
ele o empreendedor é aquele que assume riscos, enquanto o capitalista é o fornecedor de capital
(Hisrich, et al., 2009 citado por Dornelas, 2014).
II.1.1 Empreendedorismo
O empreendedor e ser alguém que possui habilidades técnicas para saber produzir, que
consegue reunir recursos financeiros, organizar as operações e realizar as vendas da sua
empresa.
Para Chiavenato (2005), ser empreendedor é ser uma pessoa com sensibilidade e “tino”
financeiro para os negócios; é ser dinâmico e realizador de propostas; é alguém que inicia e
opera um negócio para realização de uma ideia ou um projecto pessoal, assumindo riscos,
responsabilidades e, enfim, inovando em sua área de actuação.
8
Segundo Carvalho (1996, p. 79-82):
Os empreendedores são indivíduos que têm a capacidade de criar algo novo, assumindo responsabilidades
em função de um sonho, o de obter sucesso em seu negócio, estas pessoas são ousadas, aprendem com os
erros e encaram seu negócio como um desafio a ser superado; têm facilidade para resolverem problemas
que podem influenciar em seu empreendimento, e mais, identificam oportunidades que possibilitam
melhores resultados; são pessoas incansáveis na procura de informações interessadas em melhorias para o
“Empreendedorismo é o processo de criar algo novo com valor, dedicando o tempo e o esforço
necessários, assumindo os riscos financeiros, psíquicos e sociais correspondentes e recebendo as
consequentes recompensas da satisfação e independência económica e pessoal.”( Sebrae, 2007,
p. 15).
Pode-se dizer que o empreendedorismo está ligado a satisfação das necessidades com a disposição para
enfrentar crises, explorando oportunidades e curiosidades com inovação e criatividade. O termo
empreendedorismo aponta para a execução de planos ou impulsos para a realização de um negócio ou para
a introdução de uma inovação de gestão numa organização já estruturada. (Camargo; Farah 2010,
p.22).
9
De acordo com Dornelas (2008, p. 97), “o empreendedorismo é o envolvimento de pessoas e
processos que, em conjunto, levam à transformação de ideias em oportunidades.”
Numa obra mais antiga o autor acima referido privilegiou no seu conceito o elemento
criatividade implementando num contexto de superação de riscos. Para Leite (2002),
empreendedorismo é a criação de valor por pessoas e organizações trabalhando juntas para
implementar uma ideia por meio da aplicação da criatividade, capacidade de transformar e o
desejo de tomar aquilo que comummente se chamaria de risco.
O empreendedor deve ter visão e percepção para identificar as oportunidades. Suas atitudes
empreendedoras devem focar as pessoas e não somente as empresas, atitudes estas que são
fundamentais para o sucesso ou o fracasso da empresa. (ibid)
10
II.1.2 Caracterização do empreendedorismo
De acordo com Cerveira (2009) empreendedorismo tem sido estudado por várias disciplinas e
por investigadores que procuram centrar-se em aspectos diferentes, gerando definições
diversificadas para conceitos importantes. É possível olhar para esta temática sob algumas dessas
visões diferentes:
Para Drucker, a designação de “empreendedor” não pode ser aplicada a todos e qualquer
indivíduo que começa um pequeno negócio. Por definição, o empreendedor é aquele que,
simultaneamente cria novos tipos de procura e produtos. (Cerveira, 2009)
11
Traz alterações ou “revoluções”, que fundamentalmente substituem os anteriores equilíbrios e
criam condições radicalmente diferentes” (Schumpeter). Isto significa que para o economista, os
empreendedores não necessariamente capitalistas, administradores ou inventores, já que afinal se
trata apenas de pessoas com uma capacidade para “combinar” os factores de produção existentes
o obter os melhores resultados de forma a utilizá-los e a inovar. Transparece das afirmações de
Schumpeter a apologia da mudança, o desequilíbrio introduzido pelo empresário inovador – e
não o equilíbrio e a optimização – é a norma de uma economia saudável e a realidade central da
teoria e da prática económicas. (Cerveira, 2009).
As empresas podem ser criadas pelos indivíduos por distintas razões e também conforme as
características que cada tipo de empreendedor possui (Bessant; Tidd, 2009). Segundo Dolabela
(2008) é através do entendimento dessas características e tipos de empreendedores que cada
indivíduo pode desenvolver seu potencial empreendedor.
TIPO CARACTERÍSTICA
Empreendedor nato Pessoa que geralmente começa do nada e cria
grandes empresas. Normalmente está à frente
de seu tempo.
Empreendedor que aprende Alguém que se depara com uma oportunidade
de negócio e muda sua vida para dedicar-se
ao próprio negócio.
Empreendedor serial Indivíduo que gosta de empreender e criar
novas empresas
Empreendedor corporativo Pessoa que conhece as ferramentas
administrativas e sabe como utilizá-las para
obter resultados
Empreendedor social Ser humano que se preocupa em construir um
12
mundo melhor, envolvendo-se em causas
humanitárias.
Empreendedor por necessidade Sujeito que cria seu próprio negócio porque
não tem alternativa e precisa arranjar alguma
forma de sobreviver.
Empreendedor herdeiro Indivíduo que herdou o negócio de sua
família e aprendeu a arte de empreender com
seus familiares.
Empreendedor normal Alguém que utiliza muito de planeamento,
aumentando as chances de um negócio ser
bem-sucedido
Fonte: Adaptado de Dornelas (2007).
“Os empreendedores podem ser voluntários (que têm motivação para empreender) ou
involuntários (que são forçados a empreender por motivos alheios à sua vontade, como é o caso
de desempregados, imigrantes etc.)” (Dolabela, 2008, p. 31). Complementando o pensamento
anterior, Rios e Neves (2004) e Oliveira e Guimarães (2006) ainda afirmam que o empreendedor
involuntário, apesar de criar uma actividade de negócio, não é movido pelo espírito inovador e
sim pela alternativa de trabalho e renda, assim, pode-se dizer que é o oposto do empreendedor
voluntário. Souza (2006), por meio de uma “matriz de características de empreendedor e
empreendedorismo” desenvolveu um cruzamento de informações sobre as principais
características do empreendedor, de acordo com autores estudados por ela.
De acordo com Longenecker; Moore; Petty (2004), os empreendedores são heróis populares da
moderna vida empresarial. Eles fornecem empregos, introduzem inovações e estimulam o
crescimento económico.
A presença do empreendedor torna-se cada vez mais fundamental para as organizações, quando
as mesmas avaliam a necessidade quotidiana de criatividade, do trabalho eficiente, da inserção
de novas possibilidades, da criação de uma nova postura de trabalho, fazendo com que a empresa
13
tenha um centro espontaneamente criativo, gerando soluções rápidas, constantes e funcionais a
estas organizações.
“Actualmente os empreendedores são reconhecidos como componentes essenciais para mobilizar
capital, agregar valor aos recursos naturais, produzir bens e administrar os meios para
administrar o comércio”. (Sebrae, 2007, p. 28).
II.2 Inovação
Inovação é fazer mais com menos recursos é a capacidade de mudar um cenário por mais simples
que seja a ideia inovadora se ela for capaz de revolucionar, trará um ganho imenso para aquele
que a executou.
“A expressão inovação está cada vez mais presente nos estudos da área de administração e
aliado a ela a actividade empreendedora, que antes estava focada na criação de novos negócios e
agora se volta para o interior das empresas, como um novo perfil das actividades e funções
intrínsecas dos colaboradores” (Costa , 2013, p. 67).
Não se pode falar em inovação sem falar em empreendedorismo (Coelho, 2010). Para
Schumpeter (1988, p. 72) “produzir a inovação e principalmente liderar (garantir) a
implementação destas inovações nos processos produtivos era o papel exercido por aqueles que
ele chamou então de empreendedores.”
Pinchot (1999) percebeu que o empreendedor descrito por Schumpeter não era apenas aquele
indivíduo que constrói uma empresa, mas também aquele que dentro das estruturas corporativas
existentes age de modo inovador e se responsabiliza por implementar as invenções necessárias
aos mais variados processos. Schumpeter (1988) pode-se dizer que a ideia de inovação está
ligada a mudanças, a novas combinações de factores que rompem com o equilíbrio existente.
14
Como dito anteriormente: Inovar, portanto, traz implícita a ideia de empreender. E
vice versa.
Mas, por outro lado, Inovação pode ser a inovação ao nível da estratégia (Hamel e Prahalad,
1994), da gestão dos recursos, da concepção ou acompanhamento dos processos, das formas de
organização e estruturas, da vertente financeira, da produção, da distribuição, do marketing e
comercialização, das marcas, das políticas de remuneração e recompensa, da gestão da qualidade
ou ambiental, em suma, em todas as actividades relacionadas com a forma de ser e de estar de
uma organização, que também é uma característica partilhada com a Gestão da Qualidade Total.
Peter Drucker (1981, p. 317) define inovação como sendo a “ferramenta específica dos
empresários, o meio através do qual eles exploram a mudança como oportunidade para um
negócio ou um serviço diferente. É possível apresentá-la sob forma de disciplina, aprendê-la e
praticá-la”.
Freeman e Perez (1988, p. 467) “distinguem inovação entre inovação radical e incremental,
mudanças de sistemas, e paradigmas tecnológicos: A Inovação radical, ou de primeira ordem,
refere-se à introdução de um novo produto ou processo ou a introdução de uma estrutura
organizacional de produção inteiramente nova.”
15
desenvolvimento económico, mediante a denominada acumulação criativa e acumulação de
conhecimentos não transferíveis em determinados mercados tecnológicos e principalmente da
capacidade de inovação.
Segundo Schumpeter (1988, p. 487), “a inovação tecnológica cria uma ruptura no sistema
económico, tirando-a do estado de equilíbrio, alterando, desta forma, padrões de produção e
criando diferenciação para as empresas. Ela representa papel central na questão do
desenvolvimento económico regional e de um país.”
Tratando-se do processo de inovação, o mesmo autor dividiu-o em três fases: invenção (a ideia
potencialmente aberta para a exploração comercial), a inovação (exploração comercial) e difusão
(propagação de novos produtos e processos pelo mercado). Além disso, a abordagem
schumpeteriana (1988) dá ênfase as grandes inovações radicais que envolvem mudanças no
sistema económico, já as inovações incrementais são melhorias das inovações radicais.
16
engenheiros e outros profissionais envolvidos directamente no processo de produção ou
como resultados de iniciativas e propostas de usuários. A inovação pode ser resultado de
uma solução criativa de um colaborador, uma nova forma de atender o cliente, uma
alternativa de determinada etapa do processo produtivo ou a modificação de um insumo
para o novo produto.
17
II.2.1 Modelos e práticas da Inovação
“Os modelos de inovação podem ser classificados em dois grandes grupos: inovação fechada e
inovação aberta. O primeiro, inovação fechada, limita o processo inovador aos conhecimentos,
conexões e tecnologias desenvolvidos dentro das organizações, sem participação de instituições
externas ou outras empresas no processo”. (Santos et al. 2019, p. 09).
“As parcerias, que inicialmente foram a opção de melhoria de resultados através da terciarização
de produção ou serviços, atingiram uma nova dimensão: a da inovação. O desenvolvimento de
novos produtos, tecnologias, conceitos ou serviços para participação em novos mercados e
geração de novas demandas passam a ser em conjunto com outras instituições.” (Santos et al.
2019, p. 10).
Para atender às necessidades das organizações que optam pelas conexões externas sugeridas pelo modelo
de inovação aberta, já existem iniciativas de normalização e regulamentação desse novo modelo de
propriedade intelectual. Inicialmente, dentro de um modelo de inovação fechada e como parte de um
cenário de mercado protegido, bastante sedimentado e comum antes da globalização, as organizações
18
objectivas relacionando o processo criativo às estratégias de mercado e económica da
organização”. (Santos et al. 2019, p. 11).
“Neste modelo, também conhecido como “Open innovation” ressalta-se a capacidade que
as organizações têm de articular, de forma efectiva, o uso de seus recursos internos e recursos
externos (ideias, competências, projectos, infra-estrutura, tecnologias, capital, dentre outros)”.
(Santos et al. 2019, p. 11).
Assim sendo, a inovação aberta propõe abrir as fronteiras da empresa para viabilizar
inovações a partir de combinações internas e externa de recursos, tendo em vista dois objectivos principais:
absorver recursos externos (gerados fora da empresa); permitir que os internos que não forem utilizados pelo
negócio possam ser licenciados para fora, de forma que outras empresas tenham a oportunidade de aproveitá-
De acordo com Rogers e Shoemaker (1971) uma inovação pode ser uma nova ideia, uma nova
prática ou também um novo material a ser utilizado num determinado processo, embora sejam
vários os tipos de inovações que se podem implementar:
Inovações administrativas e técnicas (Kimberly e Evanisko, 1981);
Inovação no trabalho organizacional, inovações em produtos e,
Inovações em processos (Whipp e Clark, 1986).
Quanto aos tipos de inovação, vários autores (Pavitt, 2005) enfocam inovações em produtos e
serviços, processos e operações, marketing, estratégia, inovação organizacional e inovação
gerencial. Desses, com o intuito de subsidiar teoricamente o presente trabalho, destacam-se as
inovações em serviços, em processos e operações e a inovação gerencial. Essa última pode
ocorrer na gestão e nos formatos organizacionais e está relacionada à criação ou adopção de
novidades na gestão e organização do trabalho, em novidades nos princípios, políticas, práticas,
processos, conhecimentos, métodos e técnicas de gestão (Lopes, 2009).
19
Chandler (1997, p. 574) considera que essa inovação “está relacionada ao desenvolvimento de
“novos métodos e meios de coordenar, avaliar e planear a efectiva utilização de uma ampla
variedade de recursos humanos, financeiros e materiais.”
Stata (1997) relaciona esse tipo de inovação com o desenvolvimento de novas tecnologias de
gestão: conhecimentos, ferramentas e métodos que podem mudar (ou até revolucionar) a forma
de se gerenciar uma empresa. “Em algumas circunstâncias, a inovação organizacional adquire
lugar privilegiado em análises da inovação como factor dominante na aquisição da flexibilidade
necessária para adaptação a condições de mercado caracterizadas por forte mutabilidade”
(Godinho, 2003 p. 357).
Birkinshaw, Hamel e Mol (2008, p. 825) definem “inovação gerencial como a invenção e
implementação de uma prática, processo, estrutura ou técnica de gestão que é nova para o estado
da arte e é intencionada para avançar os objectivos organizacionais”.
20
representam o “elemento central para a compreensão da concepção e implantação das inovações
tecnológicas no que tange a aprendizagem, habilidades organizacionais, rotinas e conhecimento tácito, que
estabelecem a forma de funcionamento das organizações.
O que torna uma empresa inovadora? Será que as características de uma empresa inovadora
mudaram ao longo do tempo? Para reflectirmos sobre estas questões, temos que analisar como
uma empresa transforma os seus recursos produtivos em bens e serviços prestados aos seus
clientes a preços acessíveis. Para conseguir esta transformação, a empresa necessita de
desenvolver três actividades: planear (estrategicamente), financiar e organizar (Lazonick , 2007).
Os tipos de estratégia, financiamento e organização que suportam o processo de inovação
mudam ao longo do tempo, variam de actividade industrial e de meio envolvente.
21
A sociedade moderna vem passando por muitas mudanças, violentas e rápidas. Isto exige
atitudes arrojadas, corajosas, ousadas, inovadoras e acima de tudo ágeis, viabilizando desta
forma soluções para as mais diversas situações que a conjuntura assim impuser. (Chiavenato,
2007).
Neste momento nasce uma outra questão, a partir do momento em que o empreendedor se firmou
no mercado, “O negócio deu certo”, ele precisa sobreviver. “Para isto resta a ele duas
alternativas, uma seria se acomodar e simplesmente trabalhar o seu negócio e mantê-lo da forma
que está, se comportando desta forma, o empreendedor acaba por perder muitas de suas
características, que possuía quando no início do negócio, pois fica sem tempo para inovar,
deixando de ter ousadia e coragem, procurando obter uma falsa segurança nas suas poupanças.”
(IESE, 2015, p. 258)
A outra alternativa seria continuar inovando, aprimorando, mudando sempre que a circunstância
assim requisitar, não deixando nunca de empreender, não tendo medo e sempre disposto a
aprender a aprender. (IESE, 2015)
22
A capacidade individual de definir claramente os objectivos a serem alcançados, através da identificação e
do aproveitamento das oportunidades ofertadas pelo meio em que está inserido; a habilidade na
comunicação e persuasão, das pessoas com quem está envolvido nesta empreitada; a obtenção, utilização e
controle dos recursos; poder de negociação; aquisição de informações; a desenvoltura na resolução de
problemas; criatividade e inovação; persistência; agilidade; ousadia e coragem; dentre outros, são factores
imprescindíveis e fundamentais, quando na avaliação do empreendedor bem-sucedido ou mal-sucedido.
A partir deste quadro, o empreendedor, buscando salvar a sua empresa, procura gerir tudo, caixa,
operação, financeiro, marketing, pessoal, etc. Parte disto ligado à falta de estrutura e parte ligada
à falta de confiança na equipe. “Desta forma, o empreendedor acaba perdendo muita de suas
características, que possuía no início do negócio, pois fica sem tempo para inovar, deixando de
ter ousadia e coragem, preocupado com sua “manutenção” na selva de pedra, na busca pela
obtenção da falsa segurança.”(IESE, 2015, p. 261)
O empreendedor foi se tornando ao longo dos tempos figura essencial e imprescindível à evolução da
humanidade. É ele que questiona paradigmas, produz revoluções, cria novos conceitos, formas de fazer as
coisas, novas verdades para antigas questões, é um incessante e incansável agente de mudanças. O
empreendedor está sempre pronto a aprender, a romper barreiras, a criar, a inovar, disposto a enfrentar
A pesquisa fala que o empreendedorismo faz a grande diferença para a prosperidade económica, e um país
onde não há altas taxas de criação de novas empresas, estará fadado à estagnação económica. Para que haja
um incremento no estímulo da actividade empreendedora é necessário à existência de um conjunto de
valores sociais e culturais capazes de encorajar a criação de novas empresas. Os novos empreendedores,
23
denominados, indivíduos dotados de grande e saudável inquietude, ousadia, desejo permanente de inovar e
progredir, necessitam de apoio através de cursos, palestras, seminários, encontros, etc. (IESE, 2015, p.
267)
O novo empreendedor que surge, deve possuir além do seu espírito empreendedor, a formação
necessária para que o seu negócio inicie e continue mediante uma prévia preparação, o
aprendizado teórico-prático como instrumento de gestão, com o objectivo de aumentar a
probabilidade de o negócio ser bem-sucedido.
Quanto mais empreendedores formados, mais certeza se terá de que as micro e pequenas
empresas se tornarão mais fortes e auto-sustentáveis, contribuindo, assim, para um Moçambique
melhor.
“Projectos e atitudes como esta, fortalecem cada vez mais a teoria de que não basta apenas
surgirem muitos novos empreendedores, mas é preciso que se dê as bases o apoio necessário para
que estes novos empreendimentos nasçam, cresçam, floresçam e deem seus frutos para a
sociedade rumo a prosperidade económica e social do país, já que estas micro e pequenas
empresas são grandes geradoras de empregos e renda para a sociedade”. (IESE, 2015, p.271)
Moçambique está sentado em cima de uma das maiores riquezas naturais do mundo, ainda
relativamente pouco exploradas: o potencial empreendedor dos Moçambicanos. A cultura de
24
Moçambique é a do empreendedor espontâneo. Que está em toda parte, bastando-se um estímulo
para que brote, floresça e dê seus frutos.
Não se pode parar no tempo, pelo contrário as acções e atitudes perante as situações devem ser as
mais acertadas e arrojadas, baseando-se em situações reais de experiências bem-sucedidas, no
intuito de melhorar e inovar sempre em um mercado tão competitivo.
Apesar dos diversos cursos, programas e outras atitudes de incentivo, faltam ainda políticas
duradouras dirigidas à consolidação do empreendedorismo, como alternativa à falta de emprego,
no intuito de respaldar todo movimento advindo da iniciativa privada e de entidades não-
governamentais, que estão fazendo a sua parte.
Outro factor dependerá dos próprios moçambicanos, desmistificar e quebrar o paradigma cultural
de não valorização de homens e mulheres de sucesso que têm construído esse país e gerando
riquezas, sendo eles grandes empreendedores, os quais dificilmente são reconhecidos ou
admirados. Pelo contrário, são vistos como pessoas de sorte ou que venceram por outros meios
alheios à sua competência.
O Estatuto Geral das Micro, Pequenas e Médias Empresas (Decreto n.º 44/2011, de 21 de
setembro) define o que é uma Pequena e Média Empresa (PME) em Moçambique.
Observa-se que dois critérios são fundamentais: volume de negócios e número de trabalhadores.
Além disso, uma PME não pode ter mais de 25% de participações detidas por uma grande
empresa ou pelo Estado. O critério de volume de Negócio é determinante.
Moçambique é um dos países da África Subsariana com um nível de risco baixo para as
empresas e que advém em grande medida do processo de reformulação que tem vindo a sofrer.
Desde o término da Guerra Civil em 1992, o país tem vindo a crescer de forma acelerada, com a
revitalização da indústria, com a inflação em sentido descendente e com apoios do Banco
Mundial (MOZAMBIQUE, THE GOVERNMENT Of JUNE 2004). Até ultimo censo 2004, existia
26
no país cerca de 28.474 PME’s registadas na base de dados, com 129.225 trabalhadores. Das
28.474, cerca de 2.621 são médias empresas, enquanto 25.853 são pequenas empresas.
Empresas
Actualmente, Moçambique encontra-se com evolução positiva em vários domínios, sendo neste
momento considerado um dos países africanos com mais vertente para o investimento directo
estrangeiro. Segundo o ranking “Doing Business 2013 – Mozambique”. Iniciar actividade em
Moçambique é um processo relativamente simples e acessível. O indicador que respeita ao
indicador “Protecção dos investidores” é claramente o ponto forte de Moçambique, uma vez que
o país ocupa, actualmente, a 49ª posição do ranking. Acompanhando esta boa classificação está o
processo de iniciar um negócio (96º), onde não há qualquer tipo de limite mínimo de capital para
a entrada neste mercado, situação que se traduz numa boa vantagem para empresas com menor
liquidez (DOING BUSINESS IN MOZAMBIQUE, WORLD BANK 2013).
27
II.4.3 Contributo das Pequenas e Médias empresas em Moçambique
Terence (2002), afirma que as pequenas empresas contribuem em vários aspectos no âmbito
social, em função da absorção da mão-de-obra não qualificada. Com isso, reduz-se a imigração
inter-regional. Hoje, a acção das pequenas empresas ajuda no aumento da mão-de-obra existente
nestas organizações em relação ao total da força de trabalho. Em função desta situação, geram-se
mais empregos, que desenvolvem as questões sociais, promovendo, com isso, a melhora na
distribuição de renda.
28
a) As PMEs geram o emprego, partindo do princípio que uma grande empresa e uma
pequena empresa produzem o mesmo artigo ao mesmo valor, a grande empresa tem a
característica de ser de capital intensivo, enquanto a pequena, de mão-de-obra intensiva.
Isto implica que as PMEs oferecem maiores oportunidades de emprego à força de
trabalho de um país, ao contrário das grandes empresas.
As PMEs mobilizam recursos sociais e económicos. As PMEs são os agentes sociais que
mobilizam recursos sociais e económicos nacionais que ainda não tenham sido explorados. Daí o
papel chave desempenhado pelas PMEs no desenvolvimento socioeconómico dos países. Após a
concretização dos primeiros objectivos macroeconómicos de criação de um ambiente de
estabilidade política, social e monetária propício ao crescimento económico, foram realizados os
grandes investimentos em Sectores Críticos de Actividade. O próximo passo é assegurar que a
melhoria das condições de vida pelo emprego e pela satisfação e realização pessoal chega a todos
e de forma equilibrada, pelo que o motor desse processo, como em qualquer Economia
desenvolvida do mundo, é o sucesso das Pequenas e Médias Empresas (USAID, 2014).
29
As PME’s contribuem com menos de metade do volume bruto de negócio (41%);
No geral, a produtividade laboral das PME’s é baixa;
A manufactura e o comércio são as áreas que sustentam o sector das PME’s;
O desempenho das PME’s nas indústrias tradicionais não é adequado, e;
É acentuada uma assimetria regional em termos de dimensão MIC (2008).
Segundo Lhoyd (s/d), as PME’s são conhecidas pelo seu leque de características económicas e
sociais, que incluem:
As PME’s são vistas como geradoras de novas oportunidades de emprego líquidas;
PME’s são a única, em tal extensão, que mais se prestam a inovações e invenções, isto é
devido as características dos seus empresários;
Conseguem providenciar bens mais procurados internamente;
Prestam-se, por si mesmas, a estabilidade económica e a melhor distribuição de
actividades económica e de oportunidades menos diferenciados;
Tendem a ser mais flexíveis e adaptáveis;
Actuam como subcontratadas as grandes companhias;
Suas actividades resultam em efeitos múltiplos nas actividades sócio-economicas;
Actividades de pequenas e médias escala são vistas como o ponto de entrada aos grandes
negócios e/ou ampliação dos mesmos.
Além disso, Solomon (1989), observa que as PME’s apresentam características como vantagens
para a competição no mercado, tais como:
Desenvolve actividades com baixa intensidade de capital e com alta intensidade de mão
de-obra;
30
Melhor desempenho nas actividades que requerem habilidades a serviços especializados;
Muitas vezes opera em mercados pouco conhecidos ou instáveis ou atende a uma
demanda marginal flutuante;
Está mais perto do mercado e responde rápido e inteligentemente as mudanças.
De acordo com Longenecker et al (apud Terence, 2002, p. 57), “as empresas de pequeno porte,
como parte da comunidade empresarial, colaboram para o bem-estar económico da nação,
produzindo uma parte do total dos bens e serviços.” Além disso, possuem algumas qualidades
que acabam por oferecer contribuições excepcionais, na medida em que:
Oferecem muita oportunidade de emprego para a população;
Introduzem inovação;
Estimulam a competitividade, actuando como concorrentes económicos, promovendo um
efeito saudável ao sistema capitalista e;
Auxiliam as grandes empresas.
Ceglie e Dini (1999), ressaltam que as PME’s têm assumido uma importância crescente na
economia. Reduzem o risco de problemas inflacionários, decorrentes da existência de oligopólios
com grande poder sobre o estabelecimento de preços no mercado.
31
O fraco acesso aos mercados;
A falta de ligações horizontais e verticais entre empresas;
Barreiras ao comércio exterior e;
Infra-estruturas públicas pouco satisfatórias.
As micro finanças acabam assim por desempenhar um papel importantíssimo na economia, pois
contribuem para a alocação de recursos, aumento de produção e aumento de capital (Silvestre e
Navalha, 2003).
32
O objectivo das micro finanças é, então, conseguir que os seus beneficiários criem uma
sustentabilidade financeira, para poderem sair da pobreza de forma definitiva e que não estejam
constantemente a recorrer ao microcrédito sempre que uma situação inesperada baixe os seus
rendimentos.
“Em Moçambique o sector financeiro tem sofrido mudanças significativas com o passar dos
anos. Estas mudanças reflectem-se ao nível da legislação do sector, a sua estrutura de
propriedade (pública ou privada), ao crescimento da concorrência e, até mesmo, ao nível dos
produtos ou serviços prestados”. ( Ambrósio, 2002, p. 184)
País com uma economia nacional subdesenvolvida, apresenta diversos problemas geográficos e
económicos que fazem com que o seu sector financeiro seja fraco e de difícil acesso aos que realmente
precisam. Estes entraves económicos e geográficos levam a que a rede do sector financeiro
moçambicano se concentre nas áreas urbanas, devido à maior concentração populacional, aos menores
A reduzida cobertura territorial do país pelos serviços e produtos financeiros tem sido uma
preocupação permanente das autoridades financeiras moçambicanas pela importância da
intermediação financeira em todo o processo de crescimento e desenvolvimento económico
(Vala, 2007). o acesso aos mercados financeiros continua a ser um dos constrangimentos para o
desenvolvimento económico destas regiões (MPD, 2006). Paralelamente ao sector formal,
desenvolveu-se um sector informal para responder às necessidades de liquidez das famílias que
não têm acesso ao sistema formal.
Segundo Psico (2010), dentro do sistema informal podemos identificar três dos principais
“agentes”:
O “Xitique” é uma forma de poupança dentro de um grupo. Este grupo, normalmente, é
constituído por 4 a 10 pessoas, sendo que estes têm uma relação de proximidade familiar
ou de amizade. As poupanças podem assumir a forma monetária ou serem em espécie.
33
Numa base periódica estipulada, essa poupança é paga em regime de rotação a cada um
dos membros (Mussagy, 2005);
Associações funerárias – estas funcionam em grupos de 20 a 30 pessoas, também eles
familiares, onde mensalmente cada um paga um determinado valor. Em caso de
falecimento de um dos membros do grupo ou familiares directos, estes têm direito a um
caixão e, em caso de doença grave, também se pode usar o fundo para pagar as despesas
hospitalares;
“Agiotas” – concedem créditos individuais em valores monetários. Como não exigem
garantias físicas, estes praticam taxas de juro astronómicas. É neste contexto que surgem
as micro finanças em Moçambique. O sistema das micro finanças visa permitir que as
populações mais desfavorecidas, que são quem na realidade precisam, tenham acesso ao
financiamento. As primeiras iniciativas deste sector iniciaram-se as primeiras iniciativas
deste sector iniciaram-se em 1987 com a criação de 11 fundos de investimento
independentes (destacando-se o FFADR, FFP e FFH) do sistema bancário existente. No
entanto a primeira iniciativa de microcrédito, no seu conceito mais abrangente, ocorre em
1989, a quando da criação do Fundo de Crédito para Empreendimento Urbano, que
oferecia pequenos empréstimos para uma variedade de actividades como restaurantes,
bares, salões de beleza, carpintarias, actividades pesqueiras e outros (Júnior, 2008).
Enquadramento legal das micro finanças em Moçambique O primeiro documento legal para
regular as micro finanças em Moçambique foi o Programa de Micro finanças, segundo a
resolução 3/98 de 24 de Fevereiro do Conselho de Ministros (Cassamo, 2008). Posteriormente
surge um novo enquadramento legal das micro finanças em Moçambique, que, segundo Alves
(2008) a divide em duas dimensões:
Microfinanças autorizadas apenas a fazer depósitos, ou seja, a realizar operações
bancárias distintas reguladas pela lei 9/2004;
Micro finanças autorizadas apenas para conceder créditos. Estas são regulamentadas pelo
decreto nº47/98 de 22 de Setembro e pelo aviso 1/GGBM/99 que estabelecia os fundos
mínimos a afectar ao exercício de funções de crédito de micro finanças. Como a evolução
do sector das micro finanças pode suscitar a institucionalização das regras, é fundamental
34
a necessidade de regulamentação e supervisão das instituições microfinanças de modo a
(Cassamo, 2008):
Desenvolver uma indústria financeira como parte integrada do sistema financeiro e não
como um sector marginal;
Proteger o interesse dos clientes;
Garantir a estabilidade e confiança ao sistema financeiro bancário;
Reduzir riscos de escassez de liquidação e corrupção;
“A predominância de ONG nas áreas rurais fica-se a dever à estabilidade política que se vivia
nas zonas rurais, à sua característica de não procurar a sustentabilidade operacional e financeira e
à crescente necessidade de desenvolvimento rural. O desenvolvimento das microfinanças era
visto como uma componente do programa de desenvolvimento rural”. (Ambrósio, 2002, p. 188)
“Em meados de 2000, com a conclusão dos programas de apoio a estes projectos, consequência
do corte financeiro, as instituições viram-se obrigadas a mudar a sua mentalidade e redefinir os
seus objectivos. Com as verbas a escassear, as instituições de microcrédito começaram a
procurar atingir a sustentabilidade financeira, para não fecharem as suas portas.” (Júnior, 2008,
p. 18).
35
III CAPÍTULO: Metodologia de Trabalho
Sendo o presente estudo uma pesquisa científica exige-se o estudo de métodos científicos. Deste
modo, para a materialização do presente trabalho recorrer-se-á à seguinte metodologia científica.
Conforme afirma (Ponte, 2006 apud Araujo et al., 2008, p. 251), “é uma investigação que se
assume como particularista, isto é, que se debruça deliberadamente sobre uma situação
específica que se supõe ser única ou especial, pelo menos em certos aspectos, procurando
descobrir a que há nela de mais essencial e característico e, desse modo, contribuir para a
compreensão global de um certo fenómeno de interesse.”
36
analisar e compreender o tema. A principal vantagem da pesquisa bibliográfica reside no fato de
permitir ao investigador a cobertura de uma gama de fenómenos muito mais ampla do que aquela
que poderia pesquisar directamente, esta vantagem se torna particularmente importante quando o
problema de pesquisa requer dados muito dispersos pelo espaço (Gil, 2008).
Sendo :
N – tamanho (número de elementos) da população;
n – tamanho (número de elementos) da amostra;
Eo² – erro amostral tolerável
no = 1 / 0,10²
no=100
n= 115 • 100 / 115 + 100
n= 53
38
IV CAPITULO : Apresentação e Discussão de Resultados
IV.3 Historial
A Bayport Moçambique foi constituída em 2012, ao abrigo de um acordo de acionistas entre a
Bayport Management Ltd e a Whatana Investments. A operação atende atualmente cerca de 62
mil clientes através de 16 agências, mais de 190 funcionários permanentes e cerca de 370 agentes
de vendas móveis.
IV.4.2 Visão
Ser referência nacional no mercado financeiro moçambicano, reconhecido como especialista em
tecnologia de Microfinanças, criador de capacitação de quadros eficientes e criador de
rentabilidade de negócio, com enfase em esforços multidimensionais de interacção entre clientes,
colaboradores, fornecedores e a sociedade em geral, com objectivo de criar valor acrescentado
aos seus accionistas.
39
IV.4.3 Valores
Sólido; Exigente; Especialista; Eficaz; Dedicado;
Com tecnologia de crédito adequada aos empreendedores moçambicanos;
Respeito e valorização dos colaboradores.
40
Algumas operações também oferecem empréstimos a comerciantes informais e
microempresas. Todos os empréstimos pessoais são garantidos com Seguro de Crédito.
Para isso, a Bayport desenvolveu seu próprio produto de seguro de crédito, o que a torna
competitiva em seus mercados locais.
IV.6.2 Economias
Contas de depósito fixo são extraordinariamente flexíveis.O banco permite que você escolha
por quanto tempo deseja investir seu dinheiro e como deseja receber os juros – mensalmente,
trimestralmente ou no final do prazo de seu investimento.
As contas de poupança e depósitos fixos não possuem taxas de configuração, manutenção
mensal, serviço ou transação.
IV.6.3 Dinheiro
A conta transaccional não atrai taxas de serviço ou transação e oferece aos clientes acesso a taxas
de juros competitivas, serviços bancários móveis, carteiras electrônicas, quiosques de pagamento
e serviços de caixa eletrônico. Não há saldo mínimo de abertura ou operacional, não há taxa de
conta mensal e você pode ganhar bons juros sobre seu saldo.
IV.6.4 Seguro
O seguro é uma adição relativamente recente ao conjunto de produtos Bayport. No entanto, já
provou ser popular entre os clientes em todos os mercados. Os produtos incluem planos de
proteção educacional, cobertura hospitalar e cobertura funeral. O produto de seguro funeral sul-
africano inclui recursos inovadores de valor agregado e benefícios de vida que o tornam
competitivo no mercado local.
41
IV.7 Apresentação e discussão dos resultados
Este capitulo é destinando a apresentação e discussão de resultados, para a obtenção da
informação relativamente ao tema de estudo, onde conduziu-se uma investigação de carácter
descritiva e exploratória, utilizando-se um questionário e uma entrevista semi-estruturada, para
se entender até que ponto o empreendedorismo e a inovação podem influenciar na melhoria do
ambiente de negócios nas pequenas empresas.
A entrevista foi feita ao gestor de Clientes Sénior afecto na Direção Comercial da Bayport
Moçambique
42
escolaridade, todavia, pode colectar as informações que se seguem abaixo para uma melhor
percepção dos resultados.
9%
4% Casado
Solteiro
43% Viuvo
Divorciado
44%
43
Tabela 3: Estado Civil dos Colaboradores
Analisando o perfil da variável Estado civil ficamos a saber até que ponto o estado civil pode
influenciar na implementação das medidas inovativas e empreendedoras no banco Bayport.
Assim os dados revelam-nos que a maioria dos inquiridos tem como estado civil de solteiro, o
que corresponde a uma percentagem de 43%.
De seguida temos que o estado civil casado representa uma percentagem de 44 dos
trabalhadores.
Os divorciados e viúvos completam o estado civil dos inquiridos, representando 9 e 4% porcento
respectivamente.
44
Figura 2: Tempo de Serviço
Tempo de Serviço
9%
menos de 1 ano
19% 2 a 3 anos
43% 4-5 anos
6 anos ou mais
28%
Tempo de
Serviço Colaboradores Percentagem
Menos de 1 ano 5 10
2 a 3 anos 10 19
4-5 anos 15 28
6 anos ou mais 23 43
Total 53 100
Constatamos da figura acima exposto que o Banco Bayport Moçambique apresenta um quadro
de pessoal com um tempo de serviço longo, o que de certa forma pode permitir uma melhor
prestação de serviços no âmbito das medidas de empreendedorismo e inovação.
45
IV.8.3 Idade
A variável idade foi trazida para o estudo para nos permitir perceber a relação que esta pode ter
com a implementação das medidas de empreendedorismo. A figura abaixo traduz os dados.
Figura 3: Idade
Tabela 5: Idade
46
termos percentuais 70 porcento do total dos inquiridos. Este dado revela uma acentuada
composição de trabalhadores jovens.
IV.8.4 Escolaridade
Para aferir o nível de escolaridade dos trabalhadores neste banco e melhor entender a relação
desta variável com o empreendedorismo e inovação foi estudada a variável escolaridade. A
figura abaixo revela os dados obtidos:
Figura 4: Escolaridade
Escolaridade
4%
Escolaridade
Nível básico
42% Nivel médio
Nível superior
55%
Tabela 6: Escolaridade
47
s
Nível básico 2 4
Nivel médio 29 55
Nível
superior 22 41
Total 53 100
O nível de escolaridade que apresenta o maior peso percentual é o de nível médio com um total
de 55%, seguidamente o nível superior representa um total de 41% e sendo o nível básico o
menos expressivo com somente 4%. Estes dados revelam também a existência de um equilíbrio
entre o nível médio e superior. A escolaridade, o empreendedorismo e a inovação são áreas do
conhecimento que caminham juntas. Desenvolvem habilidades como tomar decisões, ter
iniciativa, autonomia e orientação inovadoras que são competências cada vez mais exigidas na
formação profissional.
GENERO TOTAL
Masculino % Feminino %
38 44.2 48 55.8 86
48
De acordo com os dados levantados, 55,8% dos empreendedores são do sexo feminino. É
possível admitir que as mulheres normalmente empreendam em casa, ou seja, na informalidade,
permitindo que fiquem perto dos filhos, podendo assim, acompanhar o seu processo de educação
e crescimento, além de contribuir para a renda da família.
49
Fonte - Elaborado pela autora, 2021
A distribuição dos clientes por sector da actividade econômica o destaque vai para Agricultura
Familiar e a Avicultura, com 71,4%, e uma representação pouco expressiva dos sectores de
Indústria e Serviço.
IV.10Medidas Inovativas
Em relação ás medidas inovativas o gestor de clientes sénior disse que a empresa implementou
novos serviços como a internet banking e mobile banking, onde o cliente não precisa se deslocar
ao balcão do atendimento, pode realizar as suas operações pelo telemóvel e não só, também
implementou medidas inovativas na concessão de créditos com taxas de juros mais acessíveis em
relação ao mercado o que conseguiu resgatar a população mais carente. O gestor afirmou que as
taxas de juros variam dependendo do montante.
Acrescentou, ainda, o gestor dizendo que, os agentes de crédito fazem o acompanhamento dos
clientes, realizando visitas pessoais para analisar e inspecionar o negócio que está sendo
desenvolvido e o fluxo de receitas e despesas.
O gestor afirmou também que não existe nenhum tipo de incentivo financeiro especifíco para a
inovação. As iniciativas possuem como factor motivador a redução de custos com eficiência nos
processos de inovação incremental e o cumprimento de metas estabelecidas pela automação de
processos. Dizendo que não existe uma cultura de inovação que premeie todas as áreas da
empresa. Houve diferentes percepções sobre como estão estruturadas as equipas para focar em
inovação.
50
V CAPÍTULO: Conclusões e Recomendações
Neste capitulo são feitas as conclusões com base na revisão da literatura, abordando as
conclusões tidas após a análise e discussão dos resultados e fazem – se as recomendações e as
limitações do estudo.
5.1 Conclusões
O presente trabalho abordou o tema Análise do Empreendedorismo e da Inovação aplicados nas
Pequenas Empresas na Cidade de Maputo, visando identificar e analisar a percepção dos
empreendedores sobre microfinanças, no intuito de verificar sua contribuição e impacto na
condição de vida do empreendedor, processo de obtenção de crédito, além de apresentar as
características dos empreendedores e dos empreendimentos atendidos. Por se tratar de um tema
de grande relevância econômico-social, a pouca produção de conhecimento a respeito não
permite arriscar conclusões sobre melhores caminhos sobre os processos de aprovação e
liberação de crédito.
51
financiados, permitindo aumentar a clientela e as actividades do negócio. Nesse sentido, essas
constatações são relevantes, pois confirmam a aplicação dos recursos nas actividades
financiadas, evidenciando o fortalecimento do empreendimento na visão dos clientes.
É importante salientar que o impacto social obtido pela Bayport , possibilitou uma melhor
compreensão dos benefícios proporcionados pelo crédito no desenvolvimento e fortalecimento
da capacidade produtiva dos microempreendimentos financiados, ao mesmo tempo em que
mostrou indicadores de melhoria nas condições de vida e progressos das famílias.
Por fim, há que se ressaltar a importante contribuição das microempresas e dos empreendimentos
da economia informal no crescimento e desenvolvimento do país, a de servirem como ferramenta
para redução do desemprego, considerados como uma alternativa viável de ocupação para uma
parcela considerável da população.
5.2 Recomendações
Para a MicroFinanças Bayport recomenda-se:
Analisar o ambiente político em que o país atravessa neste momento;
Ter compromisso com as melhores práticas;
Garantir envolvimento local;
Ser flexível na concessão de empréstimos.
52
BIBLIOGRAFIA
Andrade, M.A. (2006) Introdução ao Método de Trabalho Cientifico. (4ª ed.).Rio de Janeiro:
Editorial Presença.
Apolinário, F. (2006) Metodologia Cientifica Filosofia e Prática.(2ªed.)São Paulo:Cultura
Editores,
Chiavenato, I. (2007) Empreendedorismo: dando asas ao espírito empreendedor:
empreendedorismo e viabilidade de novas. 2.ed. rev. e atualizada. São Paulo: Saraiva.
Gil, A.C. (2001) Como Elaborar Projecto De Pesquisa. São Paulo: Cengage Learning,
Longenecker, J.G.; Moore, C.W.; Petty, T.W. (1997). Administração de pequenas empresas:
ênfase na gerência empresarial. São Paulo: MakronBooks,
Maximiniano,A.C.C. (2007) Teoria Geral da Administração. São Paulo: MarkronBooks,
Mintzberg, H. (2004). Ascensão e queda do panejamento estratégico. (4ª ed.) Porto Alegre:
Bookman,.
Mintzberg, H. et al (2006). O processo da estratégia: conceitos, contextos e casos seleccionados.
(4ª ed). Porto Alegre: Bookman.
53
Oliveira, D. P. R. (2001) Panejamento Estratégico: conceitos, metodologia e práticas. (16ª ed.)
São Paulo: Atlas.
Oliveira, D.P.R.(1998) Planeamento Estratégico: Conceitos, Metodologias e Práticas. São
Paulo: Atlas.
P. B. (2014) Gestão da Inovação: economia da tecnologia do Brasil. 2. ed. Rio de Janeiro:
Elsevier.
54
Artigos
Conselho de Ministros (2006) Estratégia de Emprego e Formação Profissional em Moçambique.
55
Apêndice
56
Guião das Entrevistas
57
QUESTIONÁRIO DE ANÁLISE DO EMPREENDEDORISMO E DA INOVAÇÃO
APLICADOS NAS PEQUENAS EMPRESAS NA CIDADE DE MAPUTO.
O presente questionário refere-se a parte de uma pesquisa para complementação de monografia,
requisito indispensável para a obtenção do grau de Licenciatura em Gestão Financeira na
Universidade Técnica de Moçambique, e somente será utilizado para este fim.
1.2 Idade:
De 18 a 30 anos ( ) De 30 a 40 anos ( ) De 40 a 50 anos
( ) Mais de 60 anos
1.3 Categoria profissional: _______________________
58
Comércio ( )
Serviços ( )
Avicultura ( )
Agricultura Familiar ( )
59
Entrevista
60
Falando do grupo aval solidário se caracteriza por uma junção de um pequeno grupo de pessoas
que deliberadamente se unem para ter acesso ao crédito de pequeno montante. Os grupos são
formados espontaneamente, e os próprios indivíduos que se conhecem entre si que escolhem os
membros. Entre as vantagens que esse sistema traz está a superação do problema de assimetria
de informação e o problema de lidar com os altos custos de transação. A assimetria de
informação refere-se ao facto de os bancos tradicionais saber quem será um bom pagador e quem
não será, esse tipo de informação ajuda a aumentar os custos de transação, se tornando, muitas
vezes, inviável em questões microfinanceiras, porém, com o aval solidário, os próprios
indivíduos do grupo fazem esse trabalho ao escolher quem participará e usufruirá desse pequeno
empréstimo. Como considera-se que sejam pessoas que tenham um certo nível de
relacionamento, logo conclui-se que escolheram pessoas que confiam, reduzindo assim, os
custos de informação sobre quem será um bom pagador ou não é a cobrança sobre um
empréstimo atrasado ocorrerá por iniciativa de um membro do grupo sobre o outro já que se um
não paga a responsabilidade de arcar com as consequências são de todos. Dessa forma, reduz os
altos custos sociais, tornando mais viável esse modelo de negócio para as instituições
microfinanceiras.
61
gestor tenha a decisão em suas mãos, exigindo menor racionalidade para aprovação e mais
apetite a risco em projecto futuros.
62