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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA DE MOÇAMBIQUE

CONTABILIDADE COMO INSTRUMENTO DE GESTÃO NAS PEQUENAS E


MÉDIAS EMPRESAS

Estudo do caso:
IHS-IANI Holding Sociedade Unipessoal Lda. (2018-2020)

Neyma Juma
Código: 20170580

Curso: Contabilidade e Auditoria

Supervisor: MSc. Abílio Muchanga

Maputo, ao 15 de Abril de 2021


INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA DE MOÇAMBIQUE

CONTABILIDADE COMO INSTRUMENTO DE GESTÃO NAS PEQUENAS E


MÉDIAS EMPRESAS
Estudo do caso:
IHS-IANI Holding Sociedade Unipessoal Lda. (2018-2020)

Projecto apresentado no Instituto Superior de


Ciências e Tecnologia de Moçambique –
ISCTEM. Como requisito parcial para a
obtenção do grau de Licenciatura em
Contabilidade e Auditoria, sob orientação do
MSc.Abílio Muchanga

Supervisor______________________________

Licenciatura em: Contabilidade e Auditoria

Abril

2021
DECLARAÇÃO DE SUPERVISOR
Eu, Mestre Abílio Muchanga, docente no Instituto Superior de Ciências e Tecnologia de
Moçambique, declaro que supervisionei o trabalho de final de curso da estudante Neyma
Juma Domingos João com o Código: 20170580, analisada a estrutura e o conteúdo, declaro
que este trabalho reúne condições para ser submetido a defesa, como parte dos requisitos de
graduação e obtenção do grau de licenciatura em contabilidade e auditoria.

(O Supervisor)

_________________________________________

(Mestre Abílio Muchanga)

I
DECLARAÇÃO DE HONRA
Eu, Neyma Juma Domingos João, declaro por minha honra que o trabalho é exclusivamente
da minha autoria, não constituindo cópia de nenhum trabalho realizado anteriormente e as
fontes usadas para a realização do trabalho encontram-se referidas na bibliografia.

Maputo___/____/____

Assinatura__________________________________

II
APROVAÇÃO DO JÚRI
Este relatório foi aprovado aos _____de_____________________de 2021 por nós membros
do júri examinador do Instituto Superior de Ciências e Tecnologia de Moçambique
(ISCTEM).

____________________________________

(Presidente do Júri)

____________________________________

(Oponente)

____________________________________

(Supervisor)

III
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a minha família, pelo suporte ao longo desses quatro anos da minha
caminhada académica e pelos ensinamentos dos meus pais Julião Juma Domingos João e
Eulalia Cristovão Nhassengo.

IV
AGRADECIMENTOS
A execução da presente, pesquisa não seria possível sem a colaboração e compreensão de um
conjunto de pessoas e entidades, as quais não posso deixar de agradecer pois os seus
contributos tornaram se indispensáveis para a sua elaboração.

 Agradecer em primeiro lugar a Allah (S.W.T) por me ter permitido chegar ate aqui
com saúde, e apesar de todos os obstáculos nunca me fazer desistir do meu sonho.
 Ao meu Pai Julião Juma Domingos João pois foi quem sempre esteve comigo apoiou a
minha caminhada académica;
 Ao MSc. Abílio Muchanga pelo apoio, paciência, ensinamentos como meu docente,
pelo suporte ao longo do processo da presente pesquisa;
 Por fim, mas não menos importante, agradeço a todos os docentes que contribuíram
para a minha formação ao longo destes 4 anos no ISCTEM.

Muito obrigado a todos!

V
RESUMO

O presente trabalho de pesquisa, como tema: “Contabilidade como instrumento de gestão nas
PME’s. Estudo de caso na empresa IHS-IANI Holding Sociedade Unipessoal Lda.”. Para tal,
formulámos o problema central através da seguinte questão: Até que ponto a contabilidade é
usada como instrumento de gestão na Empresa IHS-IANI Holding Sociedade Unipessoal
Lda.? Tem por objectivo principal: analisar o papel da contabilidade no processo de gestão da
IHS-IANI Holding Sociedade Unipessoal Lda. As hipóteses levantadas consideram que: a
contabilidade é um instrumento de muita importância no processo de gestão e
independentemente do uso, a empresa consegue tomar algumas decisões. Optou-se por uma
abordagem metodológica qualitativa, com recursos ao estudo relevantes para o presente
estudo. Tendo concluído que a contabilidade tem uma contribuição importante de caso.
Procedeu-se à aplicação de entrevistas semi-estruturadas ao Gestor da empresa e a um
contabilista. Os resultados das entrevistas foram analisados recorrendo à análise de conteúdo,
através da comparação e ordenação dos dados obtidos considerados no processo de gestão no
dia-a-dia da empresa pois permite análises financeiras com uma segurança razoável, auxilia a
administração a tomar decisões, oferece saudável desenvolvimento do negócio e como
sistemas eficientes, capazes de fornecer informações financeiras e não-financeiras oportunas e
precisas, de modo a facilitar a coordenação e motivação das diversas actividades realizadas
pelos componentes humanos que formam a organização.

Palavras-chave: Contabilidade, Informação, Gestão.

VI
ABSTRACT
The present research work, as a theme: “Accounting as a management tool in SME’s. Case
study at IHS-IANI Holding Sociedade Unipessoal Lda. ”. To this end, we formulated the
central problem through the following question: To what extent is accounting used as a day-
to-day management tool at IHS-IANI Holding Sociedade Unipessoal Lda.? Its main objective:
analysis of the role of accounting in the management process of IHS-IANI Holding Sociedade
Unipessoal Lda. The hypotheses raised consider that: accounting is a very important
instrument in the management process and regardless of the use, the company is able to take
some decisions. We opted for a qualitative methodological approach, with resources for the
case study. Semi-structured identification was applied to the company's Manager and an
accountant. The results of the deviated causes were resorted to content analysis, through the
comparison and ordering of the analyzed data relevant to the present study. Having concluded
that accounting has an important contribution to management process of the company, as it
allows financial analyzes with reasonable security, assists management to make decisions,
gives healthy business development and as efficient systems, capable of providing
opportunities and accurate financial and non-financial information, in order to facilitate the
coordination and motivation of the various activities carried out by the human components
that make up an organization.

Keywords: Accounting, Information, Management.

VII
LISTA DE ABREVIATURAS
PME’s: Pequenas e Médias Empresas

PIB: Produto Interno Bruto

MDR: Mapa de Demonstração de Resultado

LDA: Limitada

DF’s: Demonstrações Financeiras

IPEME: Instituto para promoção das Pequenas e Médias Empresas em Moçambique

MPME’s: Micro, Pequenas e Médias Empresas

VIII
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1: Entrevistados...........................................................................................................29
Gráfico 2: Nível Académico do Efectivo..................................................................................30
Gráfico 3: Grau de Controlo de Receitas e Despesas...............................................................31
Gráfico 4: Rácios Usados para Tomada de Decisões...............................................................32
gráfico 5: Instrumentos usados pata auxilio a tomada de decisões...........................................33
Gráfico 6: Participação do contabilista na tomada de decisões................................................34

LISTA DE TABELAS
IX
Tabela 1: Estatuto Geral das Micro, Pequenas e Médias Empresas...........................................9
Tabela 2: Características da Informação Contabilística............................................................18

X
ÍNDICE
DECLARAÇÃO DE SUPERVISOR............................................................................................................I
DECLARAÇÃO DE HONRA.....................................................................................................................II
APROVAÇÃO DO JÚRI............................................................................................................................III
DEDICATÓRIA.........................................................................................................................................IV
AGRADECIMENTOS.................................................................................................................................V
RESUMO....................................................................................................................................................VI
ABSTRACT...............................................................................................................................................VII
LISTA DE ABREVIATURAS.................................................................................................................VIII
LISTA DE GRÁFICOS..............................................................................................................................IX
LISTA DE TABELAS.................................................................................................................................X
1. CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO............................................................................................................1
1.1. Contextualização..........................................................................................................................1
1.2. Justificativa...................................................................................................................................2
1.3. Problema de pesquisa...................................................................................................................3
1.4. Hipóteses......................................................................................................................................3
1.5. Objectivos.....................................................................................................................................4
1.5.1. Objectivo Geral.....................................................................................................................4
1.5.2. Objectivos Específicos..........................................................................................................4
1.6. Estrutura do trabalho....................................................................................................................4
2. CAPITULO II: REVISÃO DA LITERATURA...................................................................................5
2.1. Breve análise histórica da contabilidade.......................................................................................5
2.1.1. História e Teoria da Contabilidade.......................................................................................5
2.2. Conceitos Chaves.........................................................................................................................7
2.2.1. Conceito de contabilidade.....................................................................................................7
2.2.2. Empresa................................................................................................................................8
2.2.3. Pequenas e Médias Empresas (PME’s).................................................................................9
2.3. Importância da contabilidade......................................................................................................10
2.4. Objectivos da Contabilidade.......................................................................................................11
2.5. Funções da contabilidade............................................................................................................12
2.6. Principais ferramentas contabilísticas na gestão das PME's........................................................13
2.6.1. Orçamento..........................................................................................................................13
2.6.2. Fluxo de caixa.....................................................................................................................13
2.6.3. Técnicas de análise de investimento...................................................................................14
2.6.4. Análise das demonstrações financeiras...............................................................................14
2.6.5. Planeamento Fiscal.............................................................................................................14
2.6.6. Gestão de stock...................................................................................................................14
2.6.7. Controlo de contas a pagar..................................................................................................15
2.6.8. Controlo de contas a receber...............................................................................................15
2.6.9. Demonstrações Financeiras................................................................................................15
2.7. Contabilidade nas PME's............................................................................................................16
2.8. Sobrevivência e Mortalidade das PME's.....................................................................................17
2.9. Informação contabilística............................................................................................................18
2.9.1. Necessidade da informação contabilística...........................................................................18
2.9.2. A contabilidade como fonte de informação para a gestão...................................................19
2.9.3. Utilização da informação contabilística pelas PME’s.........................................................20
3. CAPITULO III: METODOLOGIA....................................................................................................22
3.1. Metodologia...............................................................................................................................22
3.1.1. População e Amostra..........................................................................................................22
3.2. Instrumento de Recolha de Dados..............................................................................................22
3.2.1. Pesquisa Documental..........................................................................................................23
3.2.2. Pesquisa Bibliográfica........................................................................................................23
3.2.3. Entrevista............................................................................................................................23
3.2.4. Questionário.......................................................................................................................24
3.3. Validade e Fiabilidade................................................................................................................24
3.4. Tipo de pesquisa.........................................................................................................................25
3.4.1. Quanto à forma...................................................................................................................25
3.4.2. Quanto ao objectivo............................................................................................................25
3.4.3. Quanto ao método...............................................................................................................26
3.4.4. Estudo de Caso...................................................................................................................26
4. CAPITULO IV- APRESENTAÇÃO DO ESTUDO DE CASO.........................................................27
4.1. Estudo de Caso...........................................................................................................................27
4.2. IHS-IANI Holding Sociedade Unipessoal Lda...........................................................................27
4.2.1. Missão, visão e valor..........................................................................................................27
4.2.2. Serviços..............................................................................................................................28
4.3. Análise e discussão de resultados...............................................................................................28
4.3.1. Discussão............................................................................................................................35
5. CAPITULO V: CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES.................................................................37
5.1. Conclusões.................................................................................................................................37
5.2. Recomendações..........................................................................................................................38
6. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA....................................................................................................39
1. CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO
Nesta secção da pesquisa definirei brevemente os objectivos do trabalho, em conformidade com
Gil (2000) a primeira parte do trabalho é constituída por sua introdução, que define brevemente
os objectivos do trabalho, as razões da sua realização com outros estudos.

1.1. Contextualização
As pequenas e médias empresas são actualmente essenciais na economia do país, estas empresas
são geradoras de emprego.

São várias as mudanças que tem ocorrido no cenário económico moçambicano, que vem
desafiando as organizações a adequar suas práticas de gestão a nova realidade de mercado. Tais
mudanças estão a ocorrer no campo tecnológico, politico, social, económico, financeiro, entre
tantos outros, o que exige das empresas meios confiáveis de obter informações indispensáveis
para o seu sucesso. Informação adequadas e em tempo útil para auxiliar no processo de gestão.

Desta forma, a contabilidade apresenta-se como instrumento de gestão, que fornece informações
necessárias para auxiliar o processo de concorrência, necessidade de aperfeiçoar as novas
tecnologias, globalização dos mercados, tornando se assim indispensável para o sucesso da
empresa.

Assim, a contabilidade que era vista apenas como um sistema de informação tributário, que
servia somente como uma obrigação da empresa em apurar e recolher impostos, já é vista
também como um instrumento de gestão, que fornece informações através da análise das
demonstrações financeiras aos administradores, gestores, accionistas, investidores e outros.

Nesse contexto, o intuito deste trabalho é demonstrar a importância da contabilidade no processo


de gestão das PME’s.

1
1.2. Justificativa
Este é um trabalho sobre a contabilidade nas PME's, o qual busca demonstrar a importância da
mesma na empresa e na obtenção de resultados positivos, explorando a necessidade de haver uma
contabilidade organizada e ir mais além da escrituração. As PME's são aquelas que empregam
mais trabalhadores, normalmente são empresas unipessoais e de poucos sócios e tem impacto
directo e imediato na vida do trabalhador comum.

“A contabilidade é um instrumento que auxilia a administração na tomada de decisões. Na


verdade, ela colecta todos os dados económicos, mensurando-os monetariamente, registando-os e
sumarizando-os em forma de relatórios ou de comunicados, que contribuem para a tomada de
decisões.” ( Marion 2006, p. 23).

Justifica-se o tema porque as informações contabilísticas, são consideradas elementos


estratégicos para a gerenciamento da empresa, pois tendo a mesma é quando a direcção da
empresa terá auxilio para uma tomada de decisão precisa e eficaz. Adicionalmente pode-se relatar
a relevância académica por desenvolver aspectos sobre este trabalho aplicada nas organizações,
bem como buscar o desenvolvimento do tema principal.

A temática definida tem o seu enquadramento na disciplina de Contabilidade de Gestão no curso


de Licenciatura em Contabilidade e Auditoria leccionado pelo Instituto Superior de Ciências e
Tecnologia de Moçambique. Durante o desenvolvimento da disciplina, foram abordados assuntos
relacionados com a gestão empresarial e contabilidade. Isto motivou-me, tendo em conta que
sentiu-se a necessidade de aprofundar concepções teóricas e conceptuais acerca do
posicionamento estratégico da gestão e contabilidade no mundo empresarial.

A viabilidade do desenvolvimento da pesquisa radica na existência de recursos humanos,


materiais e financeiros com competências profissionais que ajudaram na colecta de dados, análise
e processamento da informação nas organizações.

Igualmente a importância de uma entidade ter este trabalho de pesquisa na administração de


seus negócios, pois se houver dentro dessa entidade pessoas que consigam traduzir conceitos de
gestão e contabilidade em acções práticas, o trabalho estará sendo um instrumento para a gestão
da empresa.

2
1.3. Problema de pesquisa
Tem surgido várias empresas no nosso país, sendo na sua maioria as pequenas e médias
empresas, sendo que algumas não tem contabilidade organizada. A utilização da contabilidade é
uma ferramenta de grande importância para todas as empresas. Considerando que a mesma
funciona como instrumento para direccionar as organizações, no que diz respeito a sua gestão.
(Cavalcante E Schneiders 2008 p 74).

É notável que a contabilidade é uma ferramenta indispensável para o fornecimento de


informações sobre a situação económica e financeira das empresas, e se bem organizada, a
contabilidade fornece informações exactas do passado, presente e ainda previsão futura da vida
das empresas.

Assim, essas informações não têm contribuído com a finalidade a que se propõem que é o de
comunicação da situação económica da empresa. Daí que surge a seguinte pergunta de pesquisa:
“Até que ponto a contabilidade é um instrumento de apoio na tomada de decisão nas
pequenas e médias empresas?”

1.4. Hipóteses
Segundo Marconi e Lakatos (1986, pg. 26), Hipótese é uma proposição que se faz na tentativa de
verificar a realidade de respostas existentes para um problema. Para Silva e Menezes (2001,
pg.82), hipóteses são suposições colocadas como respostas plausíveis e provisórias para o
problema de pesquisa. São provisórias porque poderão ser confirmadas ou refutadas com o
desenvolvimento da pesquisa.

Na presente pesquisa, foram colocadas as seguintes hipóteses, objecto de análise e resposta:

H1: A Contabilidade serve de ferramenta no processo de gestão da empresa IHS-IANI Holding


Sociedade Unipessoal Lda.

H2: A Contabilidade não serve de ferramenta no processo de gestão da empresa IHS-IANI


Holding Sociedade Unipessoal Lda.

3
1.5. Objectivos

1.5.1. Objectivo Geral


Analisar o papel da contabilidade no processo de gestão da empresa IHS-IANI Holding
Sociedade Unipessoal Lda.

1.5.2. Objectivos Específicos


 Apresentar as ferramentas contabilísticas de maior relevância para IHS-IANI Holding
Sociedade Unipessoal Lda.;
 Analisar a importância da contabilidade como instrumento fundamental no desempenho
da IHS-IANI Holding Sociedade Unipessoal Lda. na busca de melhores resultados;
 Descobrir se as PME's utilizam as informações contabilísticas para a tomada decisão.

1.6. Estrutura do trabalho


O trabalho encontra-se dividido em 6 (seis) capítulos que respeitam a seguinte:

Capítulo I – Introdução: nesta secção são apresentados os seguintes elementos: introdução,


problemática, problema, objecto, objectivos, hipóteses, a justificação do tema e razões que
motivam o estudo;

Capítulo II – Revisão da Literatura: esta secção inclui os níveis teóricos do tema, apresentação
dos principais conceitos, teorias envolvidas na investigação e a evolução histórica;

Capítulo III – Metodologia de resolução do problema: nesta secção é apresentado a metodologia


usada para a investigação;

Capítulo IV – Estudo de Caso;

Capítulo V – Apresentação, análise e discussão dos resultados: neste capítulo faz-se a


apresentação da empresa e a interpretação dos resultados obtidos; e

Capítulo VI – Conclusões e recomendações: este capítulo fornece as conclusões gerais da


pesquisa e as respectivas recomendações.

4
2. CAPITULO II: REVISÃO DA LITERATURA
A revisão de literatura é um processo de busca, análise e descrição de um ponto de conhecimento
da resposta de uma pergunta que nos inquieta, esta literatura é escrita por outros autores em
outros quadrantes.

Para Gil (2002) revisão da literatura “é dedicada à contextualização teórica do problema e a seu
relacionamento com o que tem sido investigado a seu respeito. Deve esclarecer, portanto, os
pressupostos teóricos que dão fundamentação a pesquisa e as contribuições proporcionadas por
investigações anteriores”.

2.1. Breve análise histórica da contabilidade


A contabilidade se faz presente junto à sociedade há muitos anos A.C e seu desenvolvimento vem
acompanhando com a evolução da civilização, mesmo sem a escrita a Contabilidade era utilizada
pelos homens através de pedras e fichas de barro com vários formatos que representavam o
controlo de mercadoria utilizado em transacções comerciais, passando assim, por muitos anos até
chegar à invenção dos números.

2.1.1. História e Teoria da Contabilidade


Assim, como as mudanças ocorrem com o passar dos anos, a contabilidade também vem sendo
modificada desde os tempos mais antigos, com a finalidade de suprir uma necessidade temporal
de organização e controlar informações e actividades incorridas em determinados espaços de
tempo.

Há registros da história da contabilidade desde 4.000 a.c, nesses registros pode-se notar uma
forma de controlo do património, sem escritas formais, moedas e nem mesmo números, e mesmo
assim durante a contagem de rebanho os homens faziam o controlo. Apesar de conter registros do
uso da contabilidade no princípio da civilização, o mesmo só foi notório a partir do século XV.
(Ribeiro Filho 2009 p. 34).

Coelho e Lins (2010) relatam, “é com o Renascimento que a contabilidade assume um carácter
científico, desenvolvendo-se de forma mais ordenada e em grande proporção, assumindo assim
um período de maior estudo sistemático e organizado da contabilidade”, originando a formulação
de teses, conceitos e teorias.

5
Sá (2010, p.46) descreve a contabilidade como “a ciência que estuda os fenómenos patrimoniais,
preocupando-se com realidades, evidências e comportamentos dos mesmos, em relação à eficácia
funcional das células sociais”.

A contabilidade moderna se originou no norte da Itália, provavelmente em meados dos séculos


XII e XIV. Foram datados dessa época diversos registros relacionados aos constatados na
contabilidade moderna. Aplica ao Frei Luca Pacioli a concepção dessa ciência, no século XV,
embora, ele apenas tenha exposto o método conhecido como o das partidas dobradas. (Abreu
2006 p.2).

Segundo Coelho (2010) o facto é que o século XX viu aflorar uma serie de avanços
contabilísticos relevantes. Isso se deve ao facto de que, sendo a contabilidade uma ciência social,
ela efectivamente acompanha o desenvolvimento da sociedade, pois é a ela, que se dará o retorno
que se espera da contabilidade como ciência. (Coelho 2010, p.132).

De certa forma, nota-se que a contabilidade sempre esteve presente na história da humanidade
como um todo, não apenas como uma forma de controlar seus bens, mas também uma ferramenta
necessária dentro da organização da sociedade.

Com o passar dos anos as transformações na contabilidade mostra-se cada vez mais essencial no
desenvolvimento e crescimento social. Com o desenvolvimento do mercado mundial, a
necessidade de organizar uma sociedade era de extrema importância para sua evolução, encontrar
formas de registrar e controlar um património e auxiliar na continuidade e sucesso da
humanidade.

Assim, desde os primórdios da civilização, que a finalidade principal da contabilidade é


acompanhar as actividades realizadas pelas pessoas, na acepção necessária de controlar o
desempenho de seus patrimónios, na função fundamental de produção e comparação dos
resultados alcançados entre períodos instituídos.

Esse foi o primeiro momento da contabilidade dentre as civilizações pelo mundo, sempre na
busca pelo conhecimento do controlo de seu património ou o que se entendia dele. (Hendriksen,
Van Breda, 1999).

6
O crescimento social do ser humano permitiu a evolução dos registros de sua riqueza. A técnica
das partidas dobradas, mundialmente aceite, se consolidou na idade média, para auxiliar cada vez
mais nos lançamentos.

Desta forma iniciou-se ao homem a contabilidade. Seu dever é continuar a ciência que encontrou
entre as pesquisas e os sistemas as inúmeras formas de administrar e controlar suas riquezas e
patrimónios, podem assim trazer inúmeros benefícios aos seus usuários para ter o devido controle
e buscar veracidade das informações fornecidas.

2.2. Conceitos Chaves

2.2.1. Conceito de contabilidade


A contabilidade é uma ciência que permite, através de suas técnicas, manter um controlo
permanente do património da empresa. (Ribeiro 1997 p.45)

De acordo com Prof. Hilário Franco, a contabilidade é a ciência que estuda e controla o
património, com o objectivo de demonstrá-lo e evidenciar suas variações, e também servir como
instrumento básico para a tomada de decisões de todos os sectores directa ou indirectamente
envolvidos com a empresa.

E ele também afirma que é a ciência que estuda e prática, controla e interpreta os factos ocorridos
no património das entidades, mediante o registo, a demonstração expositiva e a revelação desses
fatos, com o fim de oferecer informações sobre a composição do património, suas variações e o
resultado económico decorrente da gestão da riqueza económica.

Ao passo que Fabretti, (1997) acrescenta que a contabilidade é a ciência que estuda, regista e
controla o património e as mutações que nele operam os actos e fatos administrativos,
demonstrando no final de cada exercício social o resultado obtido e a situação económico-
financeira da entidade.

Enquanto Hilário Franco (1997) diz que a contabilidade é a ciência que estuda os fenómenos
ocorridos no património das entidades, mediante o registo, classificação, demonstração
expositiva, a análise e a interpretação desses factos, com o fim de oferecer informações e
orientação necessárias à tomada de decisões, sobre a composição do património, suas variações e
o resultado económico decorrente da gestão da riqueza patrimonial.
7
Entretanto, para a realização deste trabalho baseei-me no conceito do Hilário Franco, porque na
minha óptica, explica ou aborda todos os aspectos necessários para uma boa definição da
Contabilidade dentro de uma empresa, e será relevante para a realização deste trabalho.

2.2.2. Empresa
Segundo Kinlaw (1998), a empresa é a força contemporânea mais poderosa de que se dispõe para
estabelecer o curso dos eventos da humanidade. Ela transcende as fronteiras e os limites do
nacionalismo, exercendo influência predominante nas decisões políticas e sociais.

Para Crepaldi (1998), uma empresa é uma associação de pessoas, para a exploração de um
negócio que produz e/ou oferece bens e serviços, com vista, em geral, à obtenção de lucros.

Cassarro (1999) coloca que uma empresa é uma entidade jurídica que tem como obrigação
apresentar lucro, e este deve ser suficiente para permitir sua expansão e o atendimento das
necessidades sociais.

De acordo com Franco (1991), empresa é toda entidade constituída sob qualquer forma jurídica
para exploração de uma actividade económica, seja mercantil, industrial, agrícola ou de prestação
de serviços. Segundo Rocha (1995), o processo de organização de uma empresa dá-se em
diversas etapas que se iniciam nas pesquisas dos problemas existentes na empresa, até a
implementação das possíveis soluções encontradas. Harrington (1997) corrobora essa ideia,
comentando que as organizações entraram em uma era de grandes desafios e incertezas sem
precedentes, pois cada vez mais os empresários estão buscando alternativas, visto que os modelos
funcionais e tradicionais não parecem ser eficazes.

Chiavenato (2007) aponta empresa como um sistema sociotécnico toda organização consiste em
uma combinação administrativa de tecnologia e de pessoas, de tal forma que ambos os lados se
acham intimamente inter-relacionados. Seguindo o mesmo autor essas relações são responsáveis
pela eficiência das acções da empresa.

Segundo as definições acima, pode-se entender que empresa é um conjunto de actividades


humanas colectivas, organizadas e regidas por um centro de adaptação, tendo em vista a
produção de bens ou a prestação de serviços com fins lucrativos sem a data de encerramento.

8
2.2.3. Pequenas e Médias Empresas (PME’s)
Para Davis (1995) uma pequena empresa é caracterizada por ser gerida por seu proprietário, por
possuir poucos empregados ou poucos produtos ou linhas de produção, baixo capital de giro,
baixas despesas, pequena área de actuação, conhecimento limitado de tecnologia.

Leone (1999) coloca que as pequenas e médias empresas trabalham com especificidade
organizacionais, pois possuem estrutura organizacional simples. Estas empresas em sua maioria,
trabalham a gestão na figura do proprietário-dirigente.

Segundo Chér (1991), “existem muitos parâmetros para definir as pequenas e médias empresas,
muitas vezes dentro de um mesmo país. Para se conceituar as pequenas e médias empresas,
algumas variáveis são tradicionalmente utilizadas, tais como mão-de-obra empregada, capital
registado, facturamento e quantidade produzida.

O Estatuto Geral das Micro, Pequenas e Médias Empresas (Decreto n.º 44/2011, de 21 de
Setembro) define o que é uma Pequena e Média Empresa (PME) em Moçambique.

Tabela 1: Estatuto Geral das Micro, Pequenas e Médias Empresas

Categoria da Empresa N° de Trabalhadores Volume de Negócios Anual


(Meticais)
Micro 1a4 Até 1.200.000
Pequena 5 a 49 1.200.000 a 14.700.000
Média 50 a 99 14.700.000 a 29.900.000
Fonte: Decreto n.º 44/2011, de 21 de Setembro

Observa-se que dois critérios são fundamentais: volume de negócios e número de trabalhadores.
Além disso, uma PME não pode ter mais de 25% de participações detidas por uma grande
empresa ou pelo Estado. O critério de volume de Negócio é determinante. O Instituto para
promoção das Pequenas e Médias Empresas em Moçambique (Ipeme) tem como objectivo
incentivar a implantação, consolidação e desenvolvimento das Micro, Pequenas e Médias
Empresas em Moçambique.

As PME’s representam cerca de 98,7% do número total 26.624 de empresas registradas em


Moçambique, empregando 24,1% (121.036) da força de trabalho formal total do país. Apesar de

9
seu reconhecido potencial como motor de crescimento, a contribuição das PME’s para o Produto
Interno Bruto (PIB) é baixa, por conseguinte tem níveis de produtividade ainda baixos. As
microempresas correspondem a 79,%, as pequenas a 9, 6% e as médias empresas 9,1% e volume
de negócios 33,4 % (131.572 milhões).

É a nível do comércio que as MPME’s se destacam mais (55,2%), hotelaria (21,4%) e


manufactura (9,9%), agricultura (2,8%), construção civil (0,8%), transporte e comunicações
1,4%.

2.3. Importância da contabilidade


Segundo Marion (2008) a contabilidade auxilia a administração a tomar decisões, pois ela colecta
todos dados económicos, mensurando-os em forma de relatórios que contribuem para a tomada
de decisão e segundo o mesmo autor, a contabilidade serve de instrumento necessário para todas
entidades e também para as pessoas físicas ajudando no processo de gestão das PME’s.

De acordo com Nunes (2004) a contabilidade é importante para o saudável desenvolvimento do


negócio pois é a base que oferece um grande apoio a gestão para o planeamento, controlo e
processo de tomada de decisão. É com ajuda fornecida pela informação da contabilidade que o
desempenho de uma unidade pode ser avaliado, ao tempo que os seus registos e gestores
permitem que se livre das fraudes, furtos ou incumprimentos involuntários.

Para Garrison& Kaplan (1996) o processo contabilístico actual demanda sistemas eficientes,
capazes de fornecer informações financeiras e não-financeiras oportunas e precisas, de modo a
facilitar a coordenação e motivação das diversas actividades realizadas pelos componentes
humanos que formam a organização. Daí surge à actividade conhecida como contabilidade, sendo
essa o processo de identificar, mensurar, reportar e analisar as informações sobre os eventos
económicos, para os gestores.

De acordo com José (2011) a contabilidade é vital por ser um processo formal de procedimentos
utilizados pelos gestores para alterar ou manter as actividades organizacionais, configurando
como importante ferramenta para a profissionalização da organização.

Johnson e Kaplan (1996) avançam um pouco mais e conceituam que o sistema de contabilidade
funciona como um elo de comunicação vital e bidireccional entre aqueles que compõem a

10
entidade. Mostrando se Bidireccional por ser tanto um instrumento de difusão das metas e
objectivos organizacionais fixados pelos quadros superiores, quanto o canal pelo qual as
informações sobre o rendimento da produção e desempenho da firma, de uma maneira geral, são
comunicados para os níveis superiores de gerência. A Contabilidade é essencial na estrutura
económica da organização.

Segundo Marion (2008) contabilidade é o grande instrumento que auxilia a administração a tomar
decisões. Na verdade, ela colecta todos os dados económicos, mensurando-os monetariamente,
registando-os e sumarizando- os em forma de relatórios ou de comunicados, que contribuem
sobremaneira para a tomada de decisões.

Das várias abordagens dos autores pode se perceber que a contabilidade é de extrema importância
pois ela é essencial para manutenção de uma empresa no mercado, para tomada de decisão e para
uma boa saúde financeira. Pois é a contabilidade que trás informações de fluxo de caixa, balanço
patrimonial, inventários entre outros, permitindo analisar a situação geral da empresa, fazer
previsões sobre o futuro e evitar surpresas desagradáveis

2.4. Objectivos da Contabilidade


O objectivo básico da contabilidade, pode ser resumido no fornecimento de informações
económicas e financeiras para os vários usuários, de forma que propiciem decisões racionais.
(Iudícibus 1995, p. 21).

De acordo com Favero (1997) na Contabilidade, os objectivos estão definidos como as


informações que deverão ser geradas para que os diversos utilizadores possam tomar
conhecimento da situação da organização em dado momento, com a finalidade de tomar as
decisões que considerarem necessárias.

Franco (1997, p. 19) toma o objectivo da contabilidade como o de fornecer informações,


interpretações e orientações sobre a composição e as variações do património, para a tomada de
decisões de seus administradores.

Lopes Sá (1995) vai mais a fundo e diz que as finalidades da Contabilidade são: Orientação para
investidores e para o mercado de capitais, orientação para credores e instituições de crédito e
orientações sociais e trabalhistas.

11
Análises científicas para modelos de comportamento da riqueza para encenar decisões
administrativas, modelos para a prosperidade, controlos governamentais de fiscalização e
auditoria fiscal. Instrumentos de provas judiciais e perícia contabilística, previsões de ocorrências
e efeitos orçamentários, explicação de fatos patrimoniais e análises contabilísticas, investigação
sobre a regularidade da gestão, dados e pesquisa social e económica. (SÁ, 1998, p. 89).

Depois da observação de vários autores, pode se dizer que o objectivo da contabilidade é de


fornecer informações fidedignas e tempestivas sobre o património e sobre o resultado da entidade
aos diversos utilizadores da informação contabilística.

Vale salientar que, fundamentalmente, a Contabilidade deve propiciar condições para que a
administração possa tomar decisões mais racionais para preservação, ampliação do património e,
consequentemente, manter a continuidade da entidade.

2.5. Funções da contabilidade


Segundo Franco, sobre a função da Contabilidade, evidencia que, a função é regista, classificar,
demonstrar, auditar e analisar todos os fenómenos que ocorrem no património das entidades,
objectivando fornecer informações, interpretações e orientação sobre a composição e as variações
do património, para a tomada de decisões de seus administradores. (Franco, 1997, p. 19).

Favero (2010) fazem as seguintes referências sobre as funções da contabilidade: analisar,


interpretar e registar os fenómenos que ocorrem no património das pessoas físicas e jurídicas,
busca demonstrar a seus utilizadores, através de relatórios próprios (Demonstração de Resultado
do Exercício, Demonstração das Mutações de Património Líquido ou Demonstração de Lucros ou
Prejuízos Acumulados, Balanço Patrimonial, Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos
e outros), as informações sobre o comportamento dos negócios para a tomada de decisões”.

De acordo com estas obras entende-se que a contabilidade apoia as empresas de um modo geral
em todas informações da empresa desde o registo até o processo decisório e por fim na previsão
da saúde económica e financeira das entidades.

12
2.6. Principais ferramentas contabilísticas na gestão das PME's
Segundo Silva (2004) algumas das principais ferramentas contabilísticas utilizadas pelas
empresas no seu gerenciamento são:

 Orçamento;
 Fluxo de caixa;
 Análise das demonstrações financeiras;
 Planeamento fiscal;
 Gestão de stock;
 Controlo de contas a pagar;
 Controlo de contas a receber.

2.6.1. Orçamento
O orçamento representa a expressão quantitativa dos planos da empresa, elaborados para o futuro.
Através dos dados contabilísticos é possível elaborar o orçamento que vai permitir o planeamento
da aplicação dos recursos, facilita a prestação de contas e promover informações valiosas para
tomada de decisão.

2.6.2. Fluxo de caixa


O fluxo de caixa já era muito utilizado pelas empresas para verificar sua capacidade de
pagamentos em determinado período, programação de nova compra ou possibilidade de
investimentos, pois trata‐se do conjunto de ingresso e desembolsos de numerários em um período
projectado.

13
2.6.3. Técnicas de análise de investimento
Para se manterem competitivas, as empresas necessitam constantemente realizar investimentos
em tecnologia, mão‐de‐obra qualificada, aquisições, pesquisas, dentre outros factores relevantes.
E para tomar decisão de investir ou não, ou qual o melhor investimento, entra‐se num processo de
selecção de alternativas de investimentos, o que torna‐se de extrema importância utilizar ‐se
técnicas de análise de investimentos.

Algumas técnicas utilizadas são: análise horizontal e vertical e das demonstrações financeiras,
índices de liquidez, endividamento e rentabilidade, análise da taxa de retorno sobre
investimentos, dentre outros.

2.6.4. Análise das demonstrações financeiras


Uma das ferramentas mais úteis a disposição do gestor da empresa é a análise das demonstrações
financeiras contabilísticas, pois essa análise permite uma interacção total da vida económica,
financeira e patrimonial da empresa. No entanto, é fundamental utilizar-se de boas técnicas de
análise das demonstrações para evitar interpretações erróneas ou incompletas.

2.6.5. Planeamento Fiscal


Trata‐se de uma ferramenta a disposição dos gestores da empresa pois busca minimizar custos
com encargos tributários e impostos, que abocanham uma grande parcela do facturamento da
empresa.

Através do conhecimento da legislação, normalmente um trabalho realizado pelo contabilista ao


apurar da melhor forma os impostos sempre visando o mínimo de dispêndio para a empresa. E
possibilitar que desta forma os recursos economizados gerem novos investimentos.

2.6.6. Gestão de stock


Com a gestão de stock a empresa consegue prever o quanto será necessário no próximo pedido ao
fornecedor. Mas é necessário manter um nível mínimo de stock, pois ele é que absorve grande
parte do orçamento operacional da organização.

O custo de armazém e manutenção de stocks força a sua redução, proporcionando uma vantagem
competitiva a empresa, pois melhora a qualidade, reduz os tempos entre outros factores.

14
2.6.7. Controlo de contas a pagar
Possibilita a empresa o controle sobre os pagamentos a vencer, o montante dos valores a pagar e
o numerário necessário a cada dia para cumprir com os compromissos da empresa. Até mesmo
estabelecer prioridades de pagamentos no caso da falta de dinheiro em caixa.

2.6.8. Controlo de contas a receber


O controlo de contas a receber possibilita o monitoramento do montante dos valores a receber,
conhecer os clientes, devedores e os que pagam em dia para uma melhor programação de
cobrança.

2.6.9. Demonstrações Financeiras


Segundo o Ibracon (NPC 27): As demonstrações financeiras são uma representação monetária
estruturada da posição patrimonial e financeira em determinada data e das transacções realizadas
por uma organização no período findo nessa data. O objectivo das demonstrações financeiras de
uso geral é fornecer informações sobre a posição patrimonial e financeira, o resultado e o fluxo
financeiro de uma entidade, que são úteis para uma ampla variedade de utilizadores na tomada de
decisões. As demonstrações financeiras também mostram os resultados da gestão, pela
administração, dos recursos que lhe são confiados. A análise de demonstrações financeiras é a
base do processo do processo de avaliação de empresas.

As demonstrações financeiras são: Balanço Patrimonial, Demonstração de Resultados,


Demonstração de Fluxo de Caixa e Demonstração das Variações do Capital e as respectivas
Notas Explicativas.

Balanço Patrimonial - é o relatório mais importante da Contabilidade, ele é fundamental para a


análise da saúde da empresa, e com base nessas informações é possível tomar as decisões mais
acertadas, e pode ser utilizada como fontes de auxílio nas decisões financeiras.

Demonstração de Resultados - oferece um resumo dos resultados operacionais, financeiros e


correntes da empresa dentro de um período, através de comparação das receitas, custos e
despesas.

Demonstração de Fluxos de Caixa - é tida como um importante relatório para a tomada de


decisões. É nele que está indicada a origem do dinheiro, o que entrou e saiu do caixa, e o fluxo de
caixa durante um período.
15
Demonstração das Variações do Capital – tem como objectivo dar a conhecer as alterações
ocorridas no capital durante um exercício económico.

2.7. Contabilidade nas PME's


Segundo Nandan (2010) a formação e experiência na gestão das PME's, assim como a
informação produzida pela contabilidade, tem um papel muito importante a desempenhar no que
respeita a monitorização e controlo de actividades.

Tal como nas grandes empresas, as PME's também exigem técnicas adequadas e sofisticados
sistemas de Contabilidade a melhor gerir os recursos escassos, melhorando os valores do cliente e
gerente. Porém, apesar da importância economicamente social das PME's o fornecimento de
informação gerada pela Contabilidade consideravelmente escasso.

Denote-se que a representatividade das PME's no sector dos negócios e no mundo industrial é de
extrema relevância, especialmente em países menos desenvolvidos. Em muitas economias
representam mais 95% das empresas em actividade, atribuindo a maior responsabilidade de
gestão, uma vez que esta é considerada como o mecanismo de sobrevivência das PME's (Perren e
Grant 2000). Todavia, a investigação em informação de gestão, controlo e tomada de decisão, em
PME's tem dado resultados contraditórios, segundo Perren e Grant (2000) algumas pesquisas
concluem que estas empresas tem pouca informação de gestão e formas de controlo pobres,
constata‐se a existência da informação eficaz e eficiente a tomada de decisão.

Yeshmin e Hossan (2011) consideram que a utilização das práticas de contabilidade nas PME’s,
tem um grande impacto na redução de custos e melhoria de qualidade. Contudo, os gestores ainda
manifestam grande aversão aos processos e sistemas de contabilidade, em parte por
desconhecerem ou não sentirem‐se a vontade com as funcionalidades. As funções contabilísticas
e de controlo são consideradas como não produtivas, subestimando a contribuição de
desempenho administrativo e sem reflexos na eficiência produtiva.

Têm‐se constatado que não aplicabilidade da contabilidade nas PME's está relacionado com o
facto de muitas vezes a decisão ser tomada pelo gestor, com base na sua percepção na realidade,
ou na maioria dos casos por adoptar uma postura de gestão passiva comprometer os objectivos da
empresa.

16
2.8. Sobrevivência e Mortalidade das PME's
As PME’S tem grande relevância para o país, pois possuem papel importante na diminuição das
desigualdades sociais entre indivíduos e regiões, mas tem enormes dificuldades para operarem e
se manterem em actividades.

Conforme afirma Lacombe (2003), o empreendedorismo ainda enfrenta grandes dificuldades,


como a falta de intervenção do Estado, com políticas governamentais que incentivem a criação e
permanência dessas empresas o mercado, e as altas taxas que levam muitas delas a decretarem
falência ainda nos primeiros anos de funcionamento.

Contudo, as PME's mesmo exercendo papel de ampla relevância económica, apresentam alta de
taxa de mortalidade pouco tempo depois de iniciarem suas actividades, gerando prejuízos a
nação. E, geralmente, essas PME's extinguem suas actividades devido a alguns factores tais
como: falta de planeamento, problemas estruturais e económicos, e ausência de programas do
governo.

Para Chiavenato (2004) o planeamento é um processo dinâmico e constituído por seis passos:
definir objectivos; verificar qual a situação actual em relação aos objectivos; desenvolver
premissas quanto as condições futuras; analisar as alternativas de acção; escolher um curso de
acção entre várias alternativas; e implantar o plano de avaliar resultados. Segundo o referido
autor, diversos cuidados devem ser observados no momento de abertura do novo negócio, tais
como; identificar adequadamente seu tipo e negócio, saber administrar o andamento das
operações, conhecer o mercado, dentre outras informações essenciais e aspectos legais, para que
a empresa permaneça a operar.

Sendo assim o Sebrae (2016) cita como factores contribuintes para a sobrevivência/mortalidade
das empresas: situação antes da abertura (tipo de ocupação do empresário, experiência no ramo,
motivação para abrir o negócio); planeamento do negócio, gestão de negócios e a capacitação dos
donos em gestão empresarial.

17
2.9. Informação contabilística

2.9.1. Necessidade da informação contabilística


Para Souza (2008) a informação contabilística para que tenha validade no processo de gestão
administrativa precisa ser necessária aos utilizadores finais, por tanto deve ser elaborada para
atender as necessidades desses utilizadores.

A informação representa consolidação de poder na empresa, pois é o produto de análise dos


dados, devidamente registados, classificados, organizados, relacionados e interpretados dentro de
um contexto para transmitir conhecimento e permitir a tomada de decisão de forma optimizada.

Por tanto para satisfazer as necessidades de informação dos utilizadores, também é importante
verificar a qualidade da informação e considerar algumas características que a qualificam,
conforme demostrado na tabela 1:

Tabela 2: Características da Informação Contabilística

Relevância Quando reduz a incerteza, melhora a habilidade dos administradores em


fazer previsões e permite corrigir ou confirmar suas espectativas.
Confiabilidad Quando a informação disponibilizada é actual, correspondendo a realidade
e que representa, sem erros.
Completude Quando inclui tudo o que os utilizadores precisam saber, sem omissão de
aspectos importantes.
Conveniência Quando é útil e oportuna.
Apropriada Quando possui um nível de detalhamento e formato adequado.
Verificável Quando permite que dois ou mais utilizadores tenham a mesma
interpretação sobre o mesmo facto.
Fonte: (Souza 2008 p 45)

Desta forma é importante que as informações apresentem tais características para que sejam
adequadas e confiáveis frente as necessidades dos seus utilizadores:

18
2.9.2. A contabilidade como fonte de informação para a gestão
A contabilidade tem vindo a evoluir no sentido de se tornar um sistema de informação cada vez
mais eficiente, que se conecta a todas as outras estruturas organizacionais, respondendo a
utilização da informação contabilística no processo de gestão.

Em particular a contabilidade tem vindo a sofrer alterações ao longo dos tempos, adaptando-se
às necessidades das empresas e tornando-se num sistema de informação indispensável à gestão
(Florina, 2012 p. 34)

A utilização correta da informação gerada, através de sistemas informação, efectivos e


articulados informaticamente, pode ser uma das ferramentas mais importantes para os
responsáveis das empresas, permitindo-lhes dominar as forças externas face aos seus
concorrentes, assim como fundamentar decisões económicas racionais e atempadas

Apesar da existência de estudos diversos que apontam a informação contabilística como a fonte
de informação mais importante para os gestores, a verdade é que a informação contabilística
representa apenas uma parte do conjunto de informações de que os gestores dispõem e a
informação para ser considerada contabilística deverá ser quantitativa, relacionada com uma
entidade, baseada em observações e preparada de acordo com determinadas regras geralmente e
localmente aceites.

Para Alves (2003) nas empresas, a informação surge do tratamento e análise de dados. Se esses
dados forem trabalhados de acordo com as regras e procedimentos contabilísticos darão origem a
informação contabilística.

Segundo Alves (2003) existe essencialmente dois tipos de informação contabilística, a


informação contabilística de publicação obrigatória e a informação produzida adicionalmente,
sempre que solicitada. Segundo o mesmo autor a informação contabilística pode ser subdividida
em três tipos: factual, consistindo nos registos dos movimentos contabilísticos efectuados
diariamente nos livros da contabilidade, a referencial onde se incluem os dados adicionais, como
por exemplo moradas, nomes, a utilização da informação contabilística no processo de tomada de
decisão e Sumária, considerando-se neste último tipo a informação dos resumos mensais e dos
quadros comparativos de factos contabilísticos.

19
Para as PME’s, o objectivo principal da informação contabilística e financeira é proporcionar
informações úteis aos empresários e gestores na tomada de decisão, e só depois proporcionar
informação para os restantes utilizadores (Oliveira, 1989 p.12)

2.9.3. Utilização da informação contabilística pelas PME’s


As PME’s requerem especial atenção em termos de gestão, pois estas empresas possuem recursos
distintos e enfrentam também dificuldades bem diferentes das grandes empresas (; Husin &
Ibrahim, 2014).

Em ambientes competitivos é extremamente importante que os gestores possuam informação


relevante para fundamentar as suas decisões. Desta forma, os prestadores de serviços de
contabilidade podem ser uma importante fonte de informação e aconselhamento para os gestores
das pequenas empresas. Por outro lado, a contabilidade é muitas vezes vista pelos empresários
como uma imposição legal, cujo objectivo principal é o cumprimento das obrigações fiscais,
ignorando assim o seu potencial como ferramenta de gestão.

Dyt & Halabi (2007) concluíram no seu estudo sobre a utilização dos sistemas de informação
contabilística que principalmente em micro empresa, o papel do contabilista consiste
essencialmente no tratamento das obrigações ficais e legais.

Segundo Gouveia (2015) a maioria dos gestores inquiridos considera que o Estado é o principal
interessado na informação contabilística e que esta é essencialmente necessária para apurar
impostos.

Segundo Marcos (2001) as pequenas e médias empresas possuem informação contabilística e


financeira, porque são obrigadas por motivos fiscais, mas nem sempre fazem bom uso da mesma
para fins de gestão.

Para Marriott (2000) a maioria dos proprietários das pequenas e médias empresas vêm a
contabilidade como um custo adicional para a empresa, com pouca utilidade, e destinado
sobretudo a entidade terceiras, como o Estado.

Na actualidade, utilização de informação pelos gestores tem um impacto significativo no


desempenho das pequenas e médias empresas, assim a utilização deficitária da informação
contabilística por parte das PME’s poderá estar na origem do fracasso de muitas empresas.
20
Para Holmes (1991) a má gestão financeira pode mesmo ser apontada como principal razão para
o declínio de muitas pequenas empresas e que a informação contabilística pode ser fundamental
na previsão do fracasso das empresas, assim ter acesso à informação certa durante todas as fases
do processo de tomada de decisão pode fazer a diferença entre sucesso e fracasso.

Dada a relevância da informação contabilística para as PME’s e as consequências da sua má


utilização, torna-se importante perceber qual a utilização atribuída a esta fonte de informação
pelos gestores das PME’s.

De acordo com Gouveia (2015) a utilização da informação contabilística, é o tipo de serviço de


contabilidade contratado pela organização. Empresas que elaboram a contabilidade internamente
tendem a atribuir maior importância à informação contabilística do que as empresas que recorrem
à subcontratação destes serviços.

A importância dada à informação contabilística é ainda mais relevante quando se tratam de


empresas que elaboram contabilidade analítica. (Gouveia 2015 p 87).

Contrariamente, as PME’s que recorrem a subcontratação de serviços de contabilidade atribuem,


normalmente, relevância à informação contabilística apenas para o cumprimento das obrigações
fiscais (Dyt & Halabi, 2007).

21
3. CAPITULO III: METODOLOGIA

3.1. Metodologia
Carvalho (2009) refere que metodologia corresponde a fundamentação teórica da investigação.
Implica o desenho da investigação com indicação do método de abordagem a as técnicas
utilizadas, consubstanciando cientificamente o percurso da investigação.

Sendo assim, a metodologia usada consistiu na análise de um caso específico, ou seja, na empresa
IHS-IANI Holding Sociedade Unipessoal Lda. (2018-2020) em Maputo cujos métodos foram,
qualitativo, quantitativos (primários e secundários) e o questionário.

De acordo com Marconi e Lakatos (2010), a metodologia quantitava é primária quando os dados
são documentos originais, dados históricos, bibliográficos, informações. São os dados colectados
para atender a determinada pesquisa e são secundários quando os dados são os que já são
conhecidos, tendo como exemplo as obras literárias, ou seja, documentos publicados.

3.1.1. População e Amostra


Segundo Beuren (2006), “População é a totalidade de elementos distintos que possui certa
paridade nas características definidas para determinar o estudo”. Para Marconi e Lakatos (2008,
p.16), “amostra é a parcela seleccionada do universo, ela é o subconjunto do universo”.

A empresa é composta por vários colaboradores, mas na totalidade da população em estudo


foram seleccionados os elementos considerados pertinentes para a pesquisa. A amostra foi
composta pelo Director Geral, um técnico de contabilidade, um tesoureiro que também é
responsável pelo caixa, e os restantes trabalhadores totalizando nove (9) elementos da amostra.

Foi seleccionada essa amostra pelo facto dos indivíduos serem os mais indicados pelo nível de
informação que detém sobre o assunto em análise.

3.2. Instrumento de Recolha de Dados


Marconi e Lakatos (2009) afirmam que “recolha de dados é a etapa da pesquisa em que se inicia
a aplicação dos instrumentos elaborados e das técnicas seleccionadas com o objectivo de efectuar
a colecta de dados previstos”.

22
Para a realização da pesquisa foram usados os seguintes instrumentos: a pesquisa documental, a
pesquisa bibliográfica, as entrevistas e os questionários. Esses instrumentos ajudaram de forma
exaustiva na recolha das informações pertinentes junto à empresa e clarificaram os dados
relacionados com a área de contabilidade da empresa.

3.2.1. Pesquisa Documental


Segundo Alves (2012) “na pesquisa documental o investigador centra a sua investigação em
determinados dados obtidos nos próprios documentos e registos, que estão em arquivos, tais
como: fotografias, desenhos, cartas, entre outros.

Este tipo de pesquisa utiliza fontes de informação que ainda não receberam nenhum tipo de
tratamento e nunca foram publicadas como: relatórios de empresas, fotografias, correspondência
pessoal ou institucional, documentos arquivados em instituições públicas ou privada.

Esta pesquisa foi documental. Esta considera-se como aquela realizada a partir de documentos,
contemporâneos ou retrospectivos, considerados cientificamente autênticos.

3.2.2. Pesquisa Bibliográfica


Para Andrade (2006) “a pesquisa bibliográfica tanto pode ser um trabalho independente como
constituir-se no passo inicial de outra pesquisa.”

As pesquisas bibliográficas e documentais são importantes pois auxiliam no alcance dos


objectivos estabelecidos e na comparação e confronto dos dados com as provas para confirmar ou
rejeitar as hipóteses.

Para a concretização desta pesquisa foi necessária a consulta de obras bibliográficas e o uso dos
documentos primários para confrontar os factos encontrados no campo da recolha dos dados com
os padrões de conhecimentos adquiridos durante o processo de formação e princípios geralmente
aceites.

3.2.3. Entrevista
De acordo com Gil (2008) “Entrevista é um instrumento de recolha de informações que consiste
em conversas orais, individuais ou colectivas com várias pessoas pré-seleccionadas
cuidadosamente, cujo grau de pertinência, validade e fiabilidade é analisado na perspectiva dos
objectivos de recolha de informação.”
23
É de salientar que, com objectivo de colectar mais informações com base na entrevista foram
feitas entrevistas aos colaboradores da organização com intuito de perceber acerca do sistema de
contabilidade para o processo decisório. Os dados foram obtidos através de entrevista não
estruturada onde foram feitas perguntas semiabertas como forma de explorar as questões e o
entrevistado teve a liberdade de desenvolver as suas respostas.

Para que a entrevista fosse bem-sucedida, a escolha dos entrevistados (dentre os vários elementos
cruciais ao seu planeamento eficaz) foi uma das etapas mais importantes.

3.2.4. Questionário
Questionário é uma técnica de investigação composta por um número grande ou pequeno de
questões apresentadas por escrito que respeitam o princípio de tempo, objectivos e propiciar
determinado conhecimento ao pesquisador, (Gil,2008, p.127).

De referir que o questionário é um instrumento de recolha de dados que em curto espaço de


tempo, ajuda a colectar o maior número de informações necessárias para a pesquisa e nesta
pesquisa não ficou de fora.

3.3. Validade e Fiabilidade


Para Oliveira (2011), a avaliação das previsões teóricas “consiste em compará-las, usando a
malha de discriminação definida, com as correspondentes medições por via experimental. De
acordo com este autor, um instrumento de pesquisa deve ser compatível com a problemática e a
finalidade da pesquisa.

A validade é importante para uma pesquisa, por esta ser a continuação do teste da solidez dos
instrumentos, assim como a honestidade das respostas obtidas durante o levantamento dos dados.
Assim sendo, após a concepção dos instrumentos usados para o alcance da pesquisa foi feita uma
apreciação crítica dos mesmos a fim de examinar a validade e a consistência dos resultados.

E para melhorar foi feita uma pré-testagem em uma empresa com actividade similar com os
objectivos de verificar o grau de validade e eficiência das perguntas e se os instrumentos usados
respondem aos objectivos e a pergunta de pesquisa.

24
3.4. Tipo de pesquisa

3.4.1. Quanto à forma


No que tange a forma de abordagem da pesquisa, a mesma enquadra-se na pesquisa qualitativa,
pois, os dados e as informações relevantes para a execução da pesquisa foram colhidos com base
em instrumentos, critérios e procedimentos de contabilidade e gestão, relacionados com a
execução contabilística e com o processo decisório nas empresas moçambicanas.

A pesquisa pode ser considerada qualitativa quando há uma relação dinâmica entre o mundo real
e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objectivo e a subjectividade do sujeito,
que não pode ser traduzido em números. A interpretação dos fenómenos e a atribuição de
significados são básicas no processo de pesquisa qualitativa. Não requer o uso de métodos e
técnicas estatísticas. O ambiente natural é a fonte directa para a colecta de dados e o pesquisador
é o instrumento-chave. Os pesquisadores tendem a analisar os seus dados indutivamente. O
processo e seu significado são os focos principais de abordagem. (Gil, 1991 p. 34).

Tendo em conta que, ao longo da pesquisa, iremos procurar responder ao problema de pesquisa
por meio da abordagem qualitativa, isto é, descrevendo a complexidade de determinadas
hipóteses, analisando a interacção entre as variáveis e, ainda, interpretando os dados, os factos e
as teorias.

3.4.2. Quanto ao objectivo


Conforme enunciado anteriormente, trata-se de uma pesquisa qualitativa e, por conseguinte, a
mesma é descritiva exploratória, uma vez que, ao longo da pesquisa, irei descrever a maneira
como a contabilidade tem vindo a ser efectuado em Moçambique para a gestão das PME’s e
proporcionar uma nova visão a respeito de como a contabilidade em Moçambique pode ser usada
como instrumento de gestão para o processo de tomada de decisões.

Considera-se uma pesquisa exploratória pelo facto de que irei, de certa forma, realizar um estudo
de caso (na empresa IHS-IANI Holding Sociedade Unipessoal Lda. em Maputo) que está em
inteira concordância com o tema avaliado.

25
3.4.3. Quanto ao método
Quanto ao método esta pesquisa é indutiva. Segundo Carvalho (2009). a indução é uma operação
lógica que vai do particular ao geral. O método indutivo caminha, na aproximação aos
fenómenos, para planos cada vez mais abrangentes, indo das constatações mais particulares as
leis e teorias.

No presente trabalho fez-se ênfase ao método indutivo porque trabalhou-se com uma parte da
população como amostra, isto é, o estudo de caso foi feito em uma instituiçãos da praça, para
poder tirar conclusões gerais.

3.4.4. Estudo de Caso


De acordo com Fleixo (2012) “este procedimento metodológico desenvolve-se na exploração
intensiva de uma simples unidade de estudo, de um grupo (ex: individuo, família, grupo,
comunidade, cultura), apresentando grandes semelhanças com a observação naturalista ou
científica”.

A pesquisa teve um estudo de caso, que baseou-se na empresa IHS-IANI Holding Sociedade
Unipessoal Lda. o estudo de caso ajudou a chegar a conclusão e a apresentação das devidas
recomendações.

26
4. CAPITULO IV- APRESENTAÇÃO DO ESTUDO DE CASO

4.1. Estudo de Caso


Yin (2000), referencia que o estudo de caso envolve o estudo profundo e exaustivo de um ou
poucos objectos de maneira que permita o seu amplo e detalhado conhecimento; Gil (1999)
acrescenta que, o estudo de caso é um tipo de pesquisa qualitativa entendido como uma categoria
de investigação que tem como objectivo o estudo de uma unidade de forma aprofundada.

De acordo com Schramm apud Yin, (2001), a essência do estudo de caso é tentar esclarecer uma
decisão, ou um conjunto de decisões, seus motivos, implementações e resultados. Gil (2010, p.
37) afirma que o estudo de caso “consiste no estudo profundo e exaustivo de um ou mais
objectos, de maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimento.

Prodanov e Freitas (2010) destacam cinco características básicas do estudo de caso: é um sistema
limitado e tem fronteiras em termos de tempo, eventos ou processos, as quais nem sempre são
claras e precisas; é um caso sobre algo, que necessita de ser identificado para conferir foco e
direcção à investigação; é preciso preservar o carácter único, específico, diferente, complexo do
caso; a investigação decorre em ambiente natural; o investigador recorre a fontes múltiplas de
dados e a métodos de colecta diversificados: observações directas e indirectas, entrevistas,
questionários, narrativas, registos de áudio e vídeo, diários, cartas, documentos, entre outros.

4.2. IHS-IANI Holding Sociedade Unipessoal Lda


A IHS-IANI Holding Sociedade Unipessoal Lda é uma empresa Moçambicana que opera na área
Gráfica e serigrafia, possuindo uma vasta equipe de jovens dinâmicos e criativos, especializados
em serviços de design e impressão de todo tipo de trabalhos gráficos.

4.2.1. Missão, visão e valor


Missão

 É tornarmo-nos grande empresa de destaque na are de gráfica, serigrafia e venda de


produtos e serviços. Trazer sempre o melhor produto aos nossos clientes e ajudar na
promoção da sua marca, desde a criação do conceito gráfico até a arte final.

27
Visão

 Vincar parceiros com os nossos clientes, deixando de ser mais um fornecedor, fazendo
parte do seu dia-a-dia, sendo a empresa a contactar para apoiar em todas aspectos
relacionados com aquisições (gráfica, serigrafia e serviços).

Valor

 Profissionalismo
 Integridade
 Transparência
 Empenho

4.2.2. Serviços
A IHS-IANI Holding Sociedade Unipessoal. LDA actua na área do comercio, vendendo produtos
de alta qualidade de dentro e fora do país. Com os seguintes serviços:

 Comércio Geral
 Venda de equipamentos
 Telecomunicações
 Venda de Material Informático
 Venda de Material de escritório
 Gráfica e Serigrafia

4.3. Análise e discussão de resultados


Neste capítulo são apresentados os resultados obtidos durante o levantamento de dados para a
pesquisa, realizada na empresa IHS-IANI Holding Sociedade Unipessoal Lda. na Avenida
Ahmed Sekou Toure numero 1509 R/C buscando analisar o a contabilidade como instrumento de
gestão da entidade.

Deste modo, os resultados descritos a seguir foram baseados nas informações colhidas nas
entrevistas, também foram colhidas informações no site da organização. As informações retiradas
do site da empresa contribuíram apenas para complementar a sua descrição. Os resultados do

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estudo visaram responder “Até que ponto as pequenas e médias empresas usam a Contabilidade
na gestão da empresa?”

Os resultados apresentados a seguir buscam traduzir a interpretação do pesquisador, construída a


partir da análise das respostas obtidas pelas entrevistas realizadas, bem como, os dados obtidos a
partir da observação.

O estudo de caso conta com duas partes, nomeadamente a apresentação de resultados, onde foi
descrito de uma forma resumida tudo aquilo que foi encontrado no campo e a segunda parte trata
da discussão de resultados onde vem de uma forma resumida fazer uma comparação dos
resultados encontrados e responder a pergunta de partida do trabalho.

A empresa conta com vários colaboradores dentre eles o director geral que neste caso é o dono da
empresa e o técnico de contabilidade que são responsáveis por gerir o cotidiano da empresa,
tornando assim a nossa amostra para o trabalho de 9 colaboradores já citadas acima.

Série 1

Homens 57%

Mulheres 43%

Gráfico 1: Entrevistados

Fonte: Elaborado pelo autor

Para perceber o grau académico do efectivo para área de contabilidade e gestão da empresa IHS-
IANI Holding Sociedade Unipessoal Lda. foi lançada a seguinte questão:

29
Apenas para fins académicos, queira por favor responder sobre o seu nível académico?

Série 1

Médio 29%

Graduação 57%

Pós Graduação 14%

Gráfico 2: Nível Académico do Efectivo

Fonte: Elaborado pelo autor

No âmbito desta pesquisa e especificamente desta questão em causa, constata-se que de acordo
com as respostas dos entrevistados a empresa tem um perfil razoavelmente formado para a área
de contabilidade e gestão da empresa, sendo que 29% correspondem aos colaboradores com nível
médio e 57% representa a percentagem de colaboradores com nível de graduação e por fim para o
nível académico de pós graduação na empresa apenas é de 14%.

Sendo que contabilidade requer mais conhecimento na tradução de conceitos teóricos para
práticos, esta área dentro das organizações deve ter uma mão-de-obra devidamente qualificada
para a função, de modo a ter melhores resultados e tornando assim a informação contabilística
mais oportuna quando necessário para tomada de decisões organizacionais.

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Há controlo de receitas e despesas anuais ou mensais?

Série 1

Discordo 28%

Concordo 43%

Nem Sempre 29%

Gráfico 3: Grau de Controlo de Receitas e Despesas

Fonte: Elaborado pelo autor

De acordo com os dados dos entrevistados quanto ao controlo das receitas e despesas, nota-se que
43% do total dos colaboradores entrevistados concordam com a questão e 28% discordam que há
controlo de receitas e despesas dentro da IHS-IANI Holding Sociedade Unipessoal Lda. e por fim
há colaboradores que apontaram que nem sempre há controlo de receitas e despesas na entidade.

As empresas precisam conhecer seus recursos financeiros, e o cenário económico em que está
inserido, para conseguir gerir com muita confiança e agilidade os recursos da empresa, tomar
decisões baseadas em dados concretos, possibilitando uma visão sistémica de toda a situação do
negócio, permitindo uma total compreensão sobre os ciclos de pagamentos e recebimentos.

O controlo de recebimentos e pagamentos numa empresa é vital, pois este processo permite saber
quanto recebe e até quanto pode suprir ou honrar com os compromissos da entidade e assim
poder negociar melhor o prazo de pagamentos com os fornecedores e com os clientes o prazo de
recebimentos.

31
Quais dos rácios são usados no processo de tomada de decisões na empresa?

Série 1

Liquidez e Endividamento 29%

Rendibilidade e Autonomia Financeira 29%

Todos 42%

Gráfico 4: Rácios Usados para Tomada de Decisões

Fonte: Elaborado pelo autor

No âmbito da pesquisa, foi lançada a questão acima, de modo a perceber quais dos índices
financeiros e económicos são usados na empresa IHS-IANI Holding Sociedade Unipessoal Lda.
para processo de gestão.

Não obstante, segundo as respostas dos entrevistados, verifica-se que os índices de liquidez e
endividamento ocuparam a percentagem de 29% e de igual percentagem para os índices de
rendibilidade e autonomia financeira, mas mais percentagem na ordem de 42% dos entrevistados
responderam que todos os índices (liquidez, endividamento, rendibilidade e autonomia
financeira) são usados no processo de gestão da empresa de um modo específico para a tomada
de decisões.

A análise dos índices financeiros e económicos é muito relevante dentro da organização, uma vez
que possibilita prevenir certos riscos de negócio assim como ter conclusões do seu estado actual e
podendo espelhar a situação futura da empresa, sobre a continuidade das operações quando as
técnicas de análise forem bem aplicadas.

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Quais dos instrumentos a seguir são usados para auxiliar a tomada de decisões?

Série 1

Balanço, Fluxo de Caixa 57%

Todos 14%

MDR e Mapa de Capitais Próprios 29%

Gráfico 5: Instrumentos usados para auxilio a tomada de decisões

Fonte: Elaborado pelo autor

De acordo com os entrevistados, os instrumentos usados para tomada de decisão na empresa IHS-
IANI Holding Sociedade Unipessoal Lda. verifica-se que o balanço e o fluxo de caixa sãos os
instrumentos indicados pela maioria dos entrevistados na ordem de 57% e o mapa de
demonstração de resultados e mapa de capitais próprios ocupam segundo lugar para tomada de
decisões numa percentagem de 29% do total de colaboradores da empresa entrevistados e por fim
houve colaboradores em 14% que indicaram todos mapas como sendo úteis para tomada de
decisões.

A análise do fluxo de caixa, constitui peça indispensável de sinalização para os recursos


financeiros de uma empresa, pois a sua implantação possibilita uma boa gestão dos recursos
financeiros, evitando situações de falência ou ausência de liquidez que representam sérias
ameaças à continuidade das organizações.

Assim, podemos concluir que o objectivo geral destes mapas é obter elementos para o processo
de avaliação da situação financeira e operacional da entidade analisada. Portanto, a análise de
balanço fará o julgamento sobre a situação da empresa e suas possibilidades futuras.

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Na IHS-IANI Holding Sociedade Unipessoal Lda. a informação contabilística está sempre
disponível para apoiar a gestão da empresa?

Série 1

Concordo 14%

Discordo 43%

Nem sempre 43%

Gráfico 6: Participação do contabilista na tomada de decisões

Fonte: Elaborado pelo autor

O contabilista numa entidade é uma peça muito útil pois, de acordo com as suas técnicas de
projecções de cenários, demonstrações financeiras e previsionais, o estado de endividamento
presente e futuro, ou seja, o contabilista tem o conhecimento do estado actual e futuro da
empresa, deste modo, através dos seus elementos permite uma análise mais inteligente das opções
do gestor e para tal, ele deve dispor de informações da sua área sempre que for necessário.

De acordo com a informação recolhida, pode-se concluir que a participação do contabilista é


muito fraca na gestão da empresa, concretamente para tomada de decisões. Ainda, de acordo com
o gráfico dos entrevistados nota-se que 43% discordam quanto a participação do contabilista e de
igual percentagem afirmaram que nem sempre participa enquanto que apenas 14% dos
entrevistados concordaram quanto a participação do contabilista para tomada de decisões.

Contudo, a disponibilidade da informação contabilística sempre que for necessário contribuirá


para a melhor gestão da empresa sendo que a gestão terá conclusões mais eficientes e eficazes de
acordo com os valores reais, actuais e futuros da contabilidade.

34
4.3.1. Discussão
Ao levantarmos o estudo sobre contabilidade como instrumento de gestão nas PME’s em
Moçambique, utilizei diversas teorias que confirmam a necessidade de análise rigorosa de gestão
das organizações, demonstrando processos e elementos essenciais para que a análise flua de
forma eficiente e eficaz, gerando conhecimento necessário para a tomada de decisão.

No âmbito da recolha, tratamento dos dados e a sua apresentação dos resultados encontrados no
campo com base nas respostas do Director geral e os colaboradores da IHS-IANI Holding
Sociedade Unipessoal Lda. é possível notar a convergência na sua maioria nos vários pontos do
questionário. Segundo os entrevistados a contabilidade é usada para a gestão da empresa mas
concretamente para tomada de decisões e para tal usam os rácios de endividamento, autonomia
financeira, rendibilidade e liquidez assim como as demonstrações financeiras da empresa para o
auxílio ao gestor na tomada de decisões.

Ainda no contexto desta pesquisa, nota-se um problema pela na questão de não respeito do
princípio de tempestividade, ou seja, não cumprimento do prazo de entrega da informação
contabilística por parte do contabilista da empresa e ainda a não disponibilidade oportuna, o que
de certa forma pode afectar de forma negativa nos processos da empresa. Neste caso, pelo não
respeito do princípio da tempestividade, poderá se tomar conclusões inadequadas por falta da
informação contabilística pois a mesma informação é indispensável para a gestão da empresa.

Retomando a pergunta de partida do trabalho, Até que ponto as pequenas e médias empresas
usam a Contabilidade na gestão da empresa? Foi possível notar na apresentação dos resultados
que para todos os gestores entrevistados a informação contabilística representa umas das
principais ferramentas de trabalho cotidiano, deste modo, respondendo a pergunta de pesquisa
que a informação contabilística é usada para gestão da empresa através dos seus relatórios, com
as respectivas demonstrações financeiras e através da análise integral do balanço, no que
concerne a análise dos rácios de rendibilidade, endividamento, liquidez e autonomia financeira.

O argumento no parágrafo acima, faz perceber claramente o quanto a informação contabilística é


importante no processo de gestão de uma empresa, mas um dos pontos que leva aos nossos
entrevistados a concordarem com esta afirmação é o facto de se tratar de uma pequena empresa

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que tem foco no comércio geral, venda de equipamentos de telecomunicações e entre outras
actividades que não dispensam o uso da informação contabilística.

Ainda, quanto ao controlo de recebimentos e pagamentos dentro da IHS-IANI Holding Sociedade


Unipessoal Lda. percebe-se que esta função não esta sendo feita aos níveis consideravelmente
aceitáveis, sendo que é muito vital a análise dos recebimentos para saber a proveniência do
dinheiro, quanto e quando de modo a negociar melhores as taxas e prazos de pagamentos com
fornecedores, assim como para clientes quanto aos recebimentos da entidade.

36
5. CAPITULO V: CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
Neste capítulo pretende-se expor as principais conclusões do estudo realizado e apresentar as
respostas às questões de investigação lançadas por esta investigação.

5.1. Conclusões
Através da análise dos dados obtidos pelo tratamento da informação proveniente do questionário
dirigido aos gestores, director geral e técnicos da IHS-IANI Holding Sociedade Unipessoal Lda. é
possível formular as principais conclusões.

Do estudo feito na empresa concluiu-se que a empresa depara-se com algumas dificuldades no
seu precessão de gestão, em particular pela não disponibilidade da informação contabilística a
tempo oportuno, ou seja, verifica-se que não são seguidos alguns princípios de contabilidade que
regem a disponibilidade permanente da informação contabilística como por exemplo o princípio
da tempestividade.

Os instrumentos da contabilidade dentro da organização criam condições de boa gestão da


instituição contribuindo para o seu crescimento e eficiência das suas operações diárias de gestão.
A análise constante dos rácios são os mais importantes porque asseguram o histórico da empresa,
quer na situação actual e futura, podendo assim fazer as projecções ou previsões do crescimento
da entidade.

Com base nos resultados da pesquisa, a hipótese H1: a contabilidade serve de ferramenta no
processo de gestão da empresa IHS-IANI Holding Sociedade Unipessoal Lda. foi claramente
válida, pois todos os gestores entrevistados confirmaram o contributo positivo da informação
contabilística como ferramenta no processo de gestão.

O trabalho teve como objectivo geral “Analisar o papel da contabilidade no processo de gestão da
empresa IHS-IANI Holding Sociedade Unipessoal Lda.”, tendo-se chegado à conclusão que a
mesma é muito importante no processo de gestão nas PME’s, pois partindo do próprio conceito
que a contabilidade é a ciência que estuda os fenómenos ocorridos no património das entidades,
mediante o registo, classificação, demonstração expositiva, a análise e a interpretação desses
factos, com o fim de oferecer informações e orientação necessárias à tomada de decisões, sobre a
composição do património, suas variações e o resultado económico decorrente da gestão da
riqueza patrimonial. Hilário Franco (1997, p. 21).
37
Deste modo conclui-se que a contabilidade, quando usada de forma correcta, agrega vantagens
competitivas dentro de uma organização, pois os objectivos da instituição tornam-se mais comuns
a todos, e o uso eficiente desta informação, gera mais eficácia no processo de gestão dentro das
PME’s.

5.2. Recomendações
Perante o trabalho realizado na empresa IHS-IANI Holding Sociedade Unipessoal Lda. na
Avenida Ahmed Sekou Toure numero 1509 R/C e das consultas feitas em obras diversas acerca
da contabilidade como instrumento para gestão, são retiradas sobre a gestão na área em estudo
algumas recomendações para fortificar os pontos fracos que foram constatados.

Estando ciente de que a continuidade das actividades de uma empresa dependem da sua
capacidade de produção, de bons instrumentos de contabilidade para gestão, elas devem dispor de
informações a tempo oportuno, ou seja, sempre que for necessário para suprir as conclusões da
gestão, deste modo, poder responder eventual situação que requer decisão através dos
instrumentos da contabilidade e através desta acção contribuir para o crescimento da empresa.

Não obstante, seguem as sugestões ou recomendações para empresa IHS-IANI Holding


Sociedade Unipessoal Lda.:

 Há uma necessidade de alteração da arquitectura da estrutura organizacional no âmbito da


informação contabilística, de modo a dar lugar aos princípios adequados para produção de
informação contabilística, com vista a redução significativa de erros;
 Maior controlo de recebimentos e pagamentos, de modo que se faça melhores estimativas
para projecções de vendas ou para produção das demonstrações financeiras, previsões ou
seja, para saber quanto dinheiro vai entrar na empresa e quanto vai sair no presente e no
futuro; e
 Análise permanente dos índices financeiros e económicos.

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