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Índice

1 Introdução.....................................................................................................................................2

1.1 Problematização.....................................................................................................................3

1.2 Objectivos..............................................................................................................................3

1.2.1 Objectivo geral....................................................................................................................3

1.2.2 Objectivos específicos.........................................................................................................3

1.3 Metodologia de investigação.................................................................................................3

2 Justificativa do tema.....................................................................................................................4

3 Revisão de literatura.....................................................................................................................4

4 Análise e interpretação de dados..................................................................................................6

4.1 Classificação da divida publica..............................................................................................7

4.1.1Classificação da dívida pública quanto a fonte de financiamento.......................................7

4.1.2 Classificação da dívida pública quanto ao prazo de reembolso do crédito.........................8

4.1.3 Classificação da dívida pública quanto a forma de amortização........................................8

4.2 Conversão da dívida pública..................................................................................................9

4.3 Sustentabilidade da divida publica.........................................................................................9

4.4 A dívida pública no caso de Moçambique...........................................................................10

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1 Introdução
O presente trabalho de pesquisa subordinado ao tema divida publica, caso concreto de
Moçambique surge no âmbito da avaliação da cadeira introdução a economia 2, leccionada no
primeiro ano do curso de contabilidade e Auditoria na Escola Superior de Economia e Gestão.

Pretende analisar os contornos adventos da contracção da divida, bem como apresentar as


características inerentes a mesma. Inserindo-se na pesquisa bibliográfica devido ao uso de
manuais já publicado por outros autores o trabalho estará dividido em três secções principais os
quais passam a ser destacados: a introdução, onde será feita a apresentação do trabalho, bem
como a menção dos objectivos do mesmo apresentando a sua estrutura. O desenvolvimento, onde
será feita a revisão da literatura bem como a análise e interpretação dos dados e por fim a
conclusão, onde serão apresentadas as reflexões do autor (estudante) bem como a apresentação
da bibliografia consultada.

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1.1 Problematização
Devido a recorrentes e intensos debates que se assistido a actualidade sobre a divida publica
contraída pelo Estado Moçambicano surge a necessidade se aprofundar os conhecimentos
relacionados com a divida publica, bem como os mecanismos da sua contracção, sua evolução
bem como os contornos adventos dela.

E a pergunta de partida é a seguinte:

Qual é o efeito da dívida pública na economia?

1.2 Objectivos

1.2.1 Objectivo geral


 Analisar o efeito da divida publica na economia.

1.2.2 Objectivos específicos


 Definir e apresentar as várias classificações da dívida pública;
 Apresentar as diferenças entre a insolvência e a insustentabilidade da dívida pública;
 Conceituar a dívida pública no caso de Moçambique.

1.3 Metodologia de investigação


A pesquisa quanto a natureza pode ser básica ou aplicada, o presente trabalho de pesquisa fará
uma pesquisa básica porque não prevê a aplicação dos conhecimentos aqui adquiridos pelo
menos a curto prazo.

Segundo Lundin (2016, p.117) “pesquisa básica é aquela que tem como proposta gerar
conhecimentos novos úteis para o avanço da ciência sem uma aplicação pratica prevista.

Este trabalho de pesquisa quanto aos procedimentos técnicos fará uma pesquisa bibliográfica,
porque usará manuais já publicado por outros autores para o processo de colecta e selecção dos
dados para a sua elaboração.

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Segundo Lundin (2016, p.121) “pesquisa bibliográfica é aquela que é elaborada a partir de
material já publicado, fonte secundaria constituído principalmente de livros, artigos e jornais.”

2 Justificativa do tema
A gestão da dívida pública constitui sempre uma das prioridades dos governos, porque daí
poderá advir graves restrições ao crescimento económico do país. Na conjuntura actual, marcada
por juros elevados frutos da crise financeira, é de fulcral importância uma gestão rigorosa deste
indicador como forma de reduzir o seu peso, o que por sua vez poderá contribuir para o
equilíbrio das contas nacionais. Muito se tem proclamado sobre a divida pública moçambicana o
que para a opinião popular tem sido a razão para o agravamento tanto do custo de vida e também
pela desaceleração do nível de crescimento económico que o país vinha registando advento das
descobertas de vários recursos minerais, bem como do gás natural. A dívida pública (neste caso
externa) contraída pelo governo (que para muitos é inconstitucional), veio invocar uma constante
curiosidade e necessidade de saber se mais sobre este paradigma que é a divida publica. De
salientar que todo e qualquer país do mundo contraiu a divida como forma de financiar o
orçamento do Estado, porque são em poucos os países que conseguem financiar as despesas
públicas uni e exclusivamente da arrecadação dos impostos, surgindo assim a necessidade de
recorrer a credores quer nacionais, quer estrangeiros (neste trabalho de pesquisa é se da opinião
de que o mais saudável, caso o país não consiga se financiar através da arrecadação do impostos
recorra a créditos dos residentes, o que não é viável para países como Moçambique devido ao
fraco poder financeiro das empresas nacionais bem como dos citadinos). O que diferencia as
grandes economias é a capacidade de gerir o serviço da divida que estes países apresenta.

Apresenta-se então de suma importância a necessidade de se debruçar sobre o que a dívida


pública se concerne com vista a desenvolver conhecimentos para melhor entender-se a dinâmica
da economia e da relação da divida com a económica, especificamente com o crescimento
económico dos países, para saber de que forma a contracção, a má gestão da mesma interfere no
crescimento económico tanto a curto, médio ou longo prazo, de modo a perceber-se qual ‘e o
legado advento da mesma pode-se deixar para as gerações vindouras.

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3 Revisão de literatura
Para Mendes (2009, p.2) economia é uma ciência social que trata do estudo da alocação dos
recursos escassos para a produção de bens e serviços para a satisfação das necessidades ou
desejos humanos. E para o mesmo autor o deficit público está associado à necessidade de
financiamento do sector público, ou seja, a parte das despesas realizadas que, pela falta de
recursos próprios para financia-los, necessita de dinheiro público.

A relação entre a divida pública e o crescimento económico tem sido um tema recorrente as
várias abordagens dos estudiosos da área económica, foram feitas varias abordagens sob
perspectivas, recorrendo a diferentes tipos de metodologias. Kumar e Woo (2010) com base em
estudo econométrico abordaram o impacto do elevado volume da divida publica no crescimento
económico a longo prazo. A análise baseou-se num conjunto de economias desenvolvidas e
emergentes no período de 40 anos. Num cenário de envelhecimento crescente da população,
pondo em causa a sustentabilidade dos sistemas de segurança social, Reinhart e Rogoff (2010)
procuram avaliar efeitos macroeconómicos de longo prazo do crescimento continuo do nível da
divida publica e da divida externa. Para a realização do estudo recorreram a dados de 44 países,
abarcando aproximadamente dois séculos em um total de 3700 observações anuais. E em seguida
Reinhart e Rogoff abordam os efeitos da divida publica no crescimento económico e inflação nos
países emergentes, de modo a aferir os efeitos adversos decorrentes do crescimento dos encargos
com a divida resultante da receita financeira.

A recente crise financeira veio agravar as finanças publicas de alguns países, nomeadamente a o
que diz respeito ao nível da divida publica. Tendo isto por base, Checherita e Rother (2010),
pretendem explorar as consequências económicas de um elevado grau de endividamento. O
estudo incide sobre a realidade de 12 países da zona euro, abarcando um intervalo temporal de
40 anos, tendo como ponto de partida o ano de 1970, visando analisar o impacto médio da divida
governamental no PIB percapita.

Alesina, Prati e Tabelini (1989) realizaram um estudo de sobre a Itália, num período em que a
divida publica representava, sensivelmente, 100% do PIB, período esse igualmente marcado por
uma maior liberalização financeira, tendo em vista o cumprimento das orientações europeias.

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Giavazzi e Pagano (1990) também debruçaram-se sobre a determinação de factores que podiam
permitir ao governo fazer face a uma crise de confiança ou amenizar os efeitos.

Blanchard e Missale (1994) desenvolveram um modelo de equilíbrio reputacional. Com base


neste modelo, caso o Governo obtenha uma elevada parcela da divida publica nominal, poderá
obter benefícios em inflacionar a economia, diminuindo desta forma o peso da divida.

Zhongmin e Shucai (2010) abordam a relação entre a divida governamental, taxas de juro e
investimento privado, testando posteriormente a eficiência da divida governamental chinesa
através de um modelo vector auto-regressivo.

Carvalho et al (2010) estimaram dois modelos de VAR de modo a perceber como a divida fiscal
responde ao crescimento económico de forma como, por sua vez, o crescimento económico
reage ao défice fiscal primário e outras variáveis.

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4 Análise e interpretação de dados
O orçamento é a conta do Estado onde são registadas as suas receitas e despesas. A conta tal
como em qualquer balanço de uma empresa precisa estar equilibrada, ou seja as receitas devem
ser iguais as despesas. Sendo este equilíbrio o mais desejável, todavia nem sempre se apresenta
alcançável porque o desenvolvimento de infra-estruturas (uma das principais facetas do
desenvolvimento de uma nação) precisa de fundos que o Estado não tem, daí a necessidade de
receber crédito, seja internamente ou a nível externo, créditos esses que dão origem a tão
proclamada divida publica.

4.1 Classificação da divida publica


A dívida pública pode ser classificada em uma imensidão de critérios, aqui destacaremos alguns
destes critérios.

4.1.1Classificação da dívida pública quanto a fonte de financiamento


A divida pública quanto a fonte de financiamento pode ser interna e externa.

4.1.1.1 Divida pública interna – a divida publica interna resulta de financiamento mobilizado
internamente, ou seja, os credores são residentes do país devedor. Tem vantagens porque sendo
credores nacionais, usa-se moeda nacional e por isso fica afastado o risco cambial. O estado
exerce soberania sobre os credores e pode negociar as melhores formas de financiamento.

As vantagens da dívida publica interna é que tratando-se de credores nacionais e sabendo-se que
o serviço da dívida é pago usando as receitas provenientes dos impostos cobrados de residentes
resulta que o fardo desta dívida seja assumida pela mesma geração, não havendo passagem desse
encargo para gerações vindouras.

Não obstante a existência de excepções nos casos de pleno emprego em que a dívida pode ter
efeitos inflacionários e aí sim afectar os contribuintes mais desfavorecidos, mas mesmo nestas
condições não há passagem do legado pesado (fardo da dívida) para outras gerações, sendo a
mesma geração que sofre.

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Um aspecto a salientar é que em países como Moçambique não existe ainda pleno emprego,
fazendo com que seja afastada a possibilidade de efeitos inflacionários, sendo afastado assim a
passagem da divida para gerações vindouras.

4.1.1.2 Divida pública externa – a divida pública externa resulta de empréstimos contraídos
junto a Estados e cidadãos estrangeiros e por isso o relacionamento com este tipo de credores
nem sempre é fácil. Sendo que o empréstimo é feito em moeda estrangeira acarreta o risco
cambial que pode constituir encargo adicional se houver depreciação da moeda do país devedor.
E ainda mais sendo credores estrangeiros o país devedor não exerce soberania sobre os mesmos
e, por conseguinte formam grupos de pressão apoiados pelos respectivos governos.

4.1.2 Classificação da dívida pública quanto ao prazo de reembolso do crédito


A divida pública quanto ao prazo de reembolso (duração) do crédito pode ser fundada ou
flutuante.

4.1.2.1 Divida pública fundada – a divida pública fundada é aquela resultante de empréstimos
de médio e longo prazo originados pelo défice de orçamento e titulado por obrigações de tesouro
(OT). Por sua vez pode ser remível ou irremível, ou seja, amortizável ou não amortizável.

Quanto a irremível passa para remível e se junta a amortização do empréstimo temporário


passamos a ter divida consolidada.

4.1.2.2 Dívida pública flutuante – a dívida pública flutuante é aquela que resulta de
empréstimos de curto prazo geralmente para fazer face ao deficit de tesouraria pode ser
representada por bilhetes do tesouro (BT), conta corrente, suprimentos entre outros. Também
pode ser classificada como dívida normal quando é amortizada nos prazos acordados.

4.1.3 Classificação da dívida pública quanto a forma de amortização


A divida pública quanto a forma de amortização pode ser obrigatória ou por caixa de
amortização.

4.1.3.1 Divida publica obrigatória – a divida pública é obrigatória caso haja uma obrigação de
amortizar a divida e o Governo inscreve o respectivo serviço da divida no orçamento (divida
normal e consolidada remível) ou então cria uma caixa de amortização para actuar como agente
de Estado na gestão da divida.

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Há dois tipos de caixa, a que compra os títulos e guarda-os para receber juros e com os juros ir
comprando outros títulos e assim sucessivamente.

4.1.3.2 Divida pública amortizável por caixa de amortização – nesta modalidade de


amortização, o Estado data um fundo que a caixa usa para comprar títulos da divida e destruí-los
(retira-los da circulação).

4.2 Conversão da dívida pública


A divida só se extingue com a sua amortização. No entanto, pode-se reduzir o seu encargo,
convertendo-a, ou seja, convertendo a actual numa nova divida com menor taxa de juros. A
conversão pode ser:

- Redução de juros ou;

-Voluntária ou facultativa.

4.2.1 Conversão por redução de juros – diz-se redução da taxa de juros quando a mesma
divida, por exemplo contraída por uma taxa de juros de 10% o Estado amortiza-a e contrai a
mesma taxa de juros em vigor no mercado, por exemplo, de 5%.

4.2.2 Conversão voluntária ou facultativa – neste caso, exige-se uma negociação com os
credores e tem de haver estímulos suficientes e aliciantes para convence-los a aceitar a
substituição, sendo assim chamada por depender da vontade dos credores.

4.3 Sustentabilidade da divida publica


Se a divida publica for insustentável terá um impacto negativo no PIB, daí o estudo da
sustentabilidade da divida. Tem sido recorrente na literatura associar a sustentabilidade o
conceito solvência. Para Minsk (1982) a solvência financeira de um país devedor depende,
essencialmente de duas condições: da relação entre o rácio de despesas financeiras assumidas e
das receitas líquidas e, por outro lado da sua capacidade de financiamento no mercado. Com base
nesses pressupostos um determinado país, ainda que tenha uma divida por liquidar, pode ser
igualmente considerado equilibrado em termos financeiros, desde que apresente garantias sólidas
capazes de testar a capacidade do país de cumprir os compromissos assumidos, evitando
situações de incumprimento.

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Groce e Juan Rámon (2003) deram importante contributo ao debate em torno da dicotomia entre
a sustentabilidade e a solvabilidade. Para estes autores os dois conceitos estavam relacionados na
medida em que a solvência é questão de insustentabilidade, ou seja, a prossecução de politicas
“solventes” é um requisito para tornar a política orçamental sustentável, garantindo-se desta
forma um equilíbrio entre as receitas e despesas de modo a fazer face as obrigações decorrentes
do serviço da divida, sem que isto implique uma maior sobrecarga sobre as gerações futuras.

Na mesma linha de ideias, Frenkel e Razini (1996) defendem que sustentabilidade pode ser
alcançada, caso a manutenção de uma determinada orientação pública (relativamente as contas
publicas) num futuro infinito não ponham em causa a restrição orçamental, garantindo desta
forma a solvência. Para os mesmos autores, uma situação de insustentabilidade poderá originar
drásticas mudanças politicas que poderão passar pelo agravamento da carga fiscal com os
devidos efeitos ao nível do crescimento económico.

4.4 A dívida pública no caso de Moçambique


4.4.1 Dívida publica interna

E anos passados os relatórios do FMI, relativos a avaliação do desempenho económico de


Moçambique no âmbito da facilidade de crescimento e redução da pobreza, consideram que
apesar de não se considerar insustentável, a dívida pública moçambicana evoluíra bastante.
Mesmo considerando que era sustentável, a dívida pública interna apresentava um serviço de
divida mais oneroso as taxas de juros associadas eram relativamente elevadas.

4.4.2 Dívida pública externa

O stock da divida publica externa de Moçambique aumentou a um ritmo acelerado tendo


atingido em 1980 a cifra de mais alta até ao então. O valor da divida superava o valor do PIB da
aquele ano.

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5 Conclusão

Os países financiam o orçamento de Estado com vista a satisfação das necessidades colectivas
dos cidadãos através da arrecadação de impostos, cobrança de taxas e prestação de serviços
públicos. Não sendo esses meios suficientes para fazer face as despesas públicas surgem a
necessidade de recorrer se a empréstimos públicos, podendo esses empréstimos ser contraídos a
cidadãos residentes ou no estrageiro. Quando a divida em contraída dentro do território
geográfico do país em questão é designada por divida pública interna e no caso contrário de
dívida pública externa. Os termos insustentabilidade e insolvência da divida muita das vezes são
usados num mesmo contexto, os dois termos estão relacionados na medida que sustentabilidade
pode ser alcançada, caso a manutenção de uma determinada orientação pública (relativamente as
contas publicas) num futuro infinito não ponham em causa a restrição orçamental, garantindo
desta forma a solvência. No caso da divida publica moçambicana observou o seu age nos anos de
2015/16 no decurso das descobertas das muito proclamadas “dividas ocultas” feitas por empresas
publicas e privadas moçambicanas que resultaram em divida publica resultante do Aval prestado
pelo Estado as respectivas empresas.

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Referências bibliográficas

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ALVES, Maria Piedade. Metodologia científica. Lisboa: Escolar Editora, 2012.

PEREIRA A. RODRIGUES, P. Public debt and economic performance. 2001

MARCONI, Maria de Andrade. Técnicas de pesquisa: planejamento e execução de pesquisas,


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MASCARENHAS, Sidnei Augusto. Metodologia Científica. São Paulo: Pearson Education do


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SANTOS, João Almeida; PARA FILHO, Domingos. Metodologia científica. 2ª Edição. São
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