Você está na página 1de 34

UNIDADE IV - ORCAMENTO

Conceito, Fontes, Características, e Relações com


outros ramos do direito. Finanças Públicas na
Constituição Federal. Instituições financeiras e o
Banco Central. Sistema Financeiro Nacional.
Orçamento: Conceito e espécies. Natureza
Jurídica. Princípios orçamentários. Normas Gerais
de direito Financeiro. Fiscalização e controle
interno e externo dos orçamentos. Despesa Pública:
conceito e classificação, fases de realização.
Precatório: disciplina constitucional e legal. Receita
Pública: conceito, ingressos e receitas, classificação.
Crédito público e dívida pública. Dotações.
Fiscalização e controle. Tribunais de contas e
participação popular.
Orçamento: Conceito e espécies. Natureza Jurídica. Princípios orçamentários.
Normas Gerais de direito Financeiro. Fiscalização e controle interno e externo dos
orçamentos.

“O orçamento é considerado o ato pelo qual


o Poder Legislativo prevê e autoriza ao
Poder Executivo, por certo período e em
pormenor, as despesas destinadas ao
funcionamento dos serviços públicos e
outros fins dotados pela política econômica
ou geral do país, assim como a arrecadação,
das receitas já criadas em lei.” Aliomar
Baleeiro 
Orçamento: Conceito e espécies. Natureza Jurídica. Princípios orçamentários.
Normas Gerais de direito Financeiro. Fiscalização e controle interno e externo dos
orçamentos.

Especies: Executivo, Legislativo, Misto,


Fixo, Variavel, de previsão, de
atualidade, sintético, analítico e
orçamento-programa.
Orçamento: Conceito e espécies. Natureza Jurídica. Princípios orçamentários.
Normas Gerais de direito Financeiro. Fiscalização e controle interno e externo dos
orçamentos.

Natureza Juridica do orçamento:


- Lei (em sentido formal)
- Lei (em sentido material, por prever
a realização de despesas)
- Ato Administrativo
Orçamento: Conceito e espécies. Natureza Jurídica. Princípios orçamentários.
Normas Gerais de direito Financeiro. Fiscalização e controle interno e externo dos
orçamentos.

Processo Legislativo

OBS.: Lei 4320/64 – normas gerais de Direito


Financeiro – recepicionada como Lei
Complementar.
Orçamento: Conceito e espécies. Natureza Jurídica. Princípios orçamentários.
Normas Gerais de direito Financeiro. Fiscalização e controle interno e externo dos
Processo Legislativo orçamentos.
Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: 
I - o plano plurianual; 
II - as diretrizes orçamentárias; 
III - os orçamentos anuais.
§ 1º A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e
metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as
relativas aos programas de duração continuada. 
§ 2º A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da administração pública federal,
estabelecerá as diretrizes de política fiscal e respectivas metas, em consonância com trajetória sustentável
da dívida pública, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação
tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.   
(...)
§ 5º A lei orçamentária anual compreenderá: 
I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta
e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;
II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria
do capital social com direito a voto;
III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da
administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público.
Orçamento: Conceito e espécies. Natureza Jurídica. Princípios orçamentários.
Normas Gerais de direito Financeiro. Fiscalização e controle interno e externo dos
orçamentos.
Processo Legislativo

a) Iniciativa do Poder Executivo (arts. 165 e 84, CF)


OBS: vide art. 32, lei 4320/64
OBS.2: NA ausência de LC, vigora o art. 35,
paragrafo 2, ADCT
Orçamento: Conceito e espécies. Natureza Jurídica. Princípios orçamentários.
Normas Gerais de direito Financeiro. Fiscalização e controle interno e externo dos
orçamentos.
Processo Legislativo
Art. 35.
§ 2º  Até a entrada em vigor da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º, I e II,
serão obedecidas as seguintes normas:
I - o projeto do plano plurianual, para vigência até o final do primeiro exercício
financeiro do mandato presidencial subseqüente, será encaminhado até quatro meses
antes do encerramento do primeiro exercício financeiro e devolvido para sanção até o
encerramento da sessão legislativa;
II - o projeto de lei de diretrizes orçamentárias será encaminhado até oito meses e
meio antes do encerramento do exercício financeiro e devolvido para sanção até o
encerramento do primeiro período da sessão legislativa;
III - o projeto de lei orçamentária da União será encaminhado até quatro meses antes
do encerramento do exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento
da sessão legislativa.
Orçamento: Conceito e espécies. Natureza Jurídica. Princípios orçamentários.
Normas Gerais de direito Financeiro. Fiscalização e controle interno e externo dos
orçamentos.
Processo Legislativo

b) Apreciacao conjunta das duas casas do Congresso Nacional (art. 166,


CF)
OBS.: apreciação conjunta X Unicameral

Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes


orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos adicionais serão
apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma do regimento
comum.
Orçamento: Conceito e espécies. Natureza Jurídica. Princípios orçamentários.
Normas Gerais de direito Financeiro. Fiscalização e controle interno e externo dos
orçamentos.
Processo Legislativo

c) Competencia da Comissao Mista (art. 166, paragrafo 1º)

§ 1º Caberá a uma Comissão mista permanente de Senadores e Deputados: 


I - examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos neste artigo e
sobre as contas apresentadas anualmente pelo Presidente da República;
II - examinar e emitir parecer sobre os planos e programas nacionais,
regionais e setoriais previstos nesta Constituição e exercer o
acompanhamento e a fiscalização orçamentária, sem prejuízo da atuação
das demais comissões do Congresso Nacional e de suas Casas, criadas de
acordo com o art. 58.
Orçamento: Conceito e espécies. Natureza Jurídica. Princípios orçamentários.
Normas Gerais de direito Financeiro. Fiscalização e controle interno e externo dos
orçamentos.
Processo Legislativo
d) Competencia Limitada para apresentação de Emendas (art. 166,
paragrafo 3º)
§ 2º As emendas serão apresentadas na Comissão mista, que sobre elas emitirá parecer, e apreciadas, na forma
regimental, pelo Plenário das duas Casas do Congresso Nacional.
§ 3º As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem somente podem ser
aprovadas caso:
I - sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias;
II - indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de anulação de despesa, excluídas as que
incidam sobre:
a) dotações para pessoal e seus encargos;
b) serviço da dívida;
c) transferências tributárias constitucionais para Estados, Municípios e Distrito Federal; ou
III - sejam relacionadas:
a) com a correção de erros ou omissões; ou
b) com os dispositivos do texto do projeto de lei.
§ 4º As emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias não poderão ser aprovadas quando incompatíveis com
o plano plurianual.
Orçamento: Conceito e espécies. Natureza Jurídica. Princípios orçamentários.
Normas Gerais de direito Financeiro. Fiscalização e controle interno e externo dos
orçamentos.
Processo Legislativo
d) Competencia Limitada para apresentação de Emendas (art. 166,
paragrafo 3º)
§ 5º O Presidente da República poderá enviar mensagem ao Congresso Nacional para propor
modificação nos projetos a que se refere este artigo enquanto não iniciada a votação, na
Comissão mista, da parte cuja alteração é proposta.
§ 6º Os projetos de lei do plano plurianual, das diretrizes orçamentárias e do orçamento
anual serão enviados pelo Presidente da República ao Congresso Nacional, nos termos da lei
complementar a que se refere o art. 165, § 9º.
§ 7º Aplicam-se aos projetos mencionados neste artigo, no que não contrariar o disposto
nesta seção, as demais normas relativas ao processo legislativo.
§ 8º Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei
orçamentária anual, ficarem sem despesas correspondentes poderão ser utilizados, conforme
o caso, mediante créditos especiais ou suplementares, com prévia e específica autorização
legislativa.
Orçamento: Conceito e espécies. Natureza Jurídica. Princípios orçamentários.
Normas Gerais de direito Financeiro. Fiscalização e controle interno e externo dos
orçamentos.
Principios Orcamentarios
i) Exclusividade ou da pureza orcamentária (art. 165,
paragrafo 8o)

§ 8º A lei orçamentária anual não conterá dispositivo


estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, não
se incluindo na proibição a autorização para abertura de
créditos suplementares e contratação de operações de
crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos
da lei.
Orçamento: Conceito e espécies. Natureza Jurídica. Princípios orçamentários.
Normas Gerais de direito Financeiro. Fiscalização e controle interno e externo dos
orçamentos.
Principios Orcamentarios

ii) Programação (arts, 48, II e IV, 166,


paragrafo 4o)

§ 4º As emendas ao projeto de lei de diretrizes


orçamentárias não poderão ser aprovadas
quando incompatíveis com o plano plurianual.
Orçamento: Conceito e espécies. Natureza Jurídica. Princípios orçamentários.
Normas Gerais de direito Financeiro. Fiscalização e controle interno e externo dos
orçamentos.
Principios Orcamentarios
ii) Programação (arts, 48, II e IV, 166, paragrafo 4o)

Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente


da República, não exigida esta para o especificado nos arts. 49, 51
e 52, dispor sobre todas as matérias de competência da União,
especialmente sobre
(...)
II - plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento anual,
operações de crédito, dívida pública e (...)
IV - planos e programas nacionais, regionais e setoriais de
desenvolvimento;
Orçamento: Conceito e espécies. Natureza Jurídica. Princípios orçamentários.
Normas Gerais de direito Financeiro. Fiscalização e controle interno e externo dos
orçamentos.
Principios Orcamentarios

iii) Equilibrio Orcamentário

Era a regra de ouro do Direito Financeiro,


devendo haver equilíbrio entre as receitas e
despesas.
Orçamento: Conceito e espécies. Natureza Jurídica. Princípios orçamentários.
Normas Gerais de direito Financeiro. Fiscalização e controle interno e externo dos
orçamentos.
Principios Orcamentarios

iv) Anualidade ou periodicidade (arts. 48, II;


165, III, e paragrafo 5º, e 166, CF)

Lei orcamentaria é lei de vigência


temporária, tendo sua eficácia durante o
Exercicio Financeiro.
Orçamento: Conceito e espécies. Natureza Jurídica. Princípios orçamentários.
Normas Gerais de direito Financeiro. Fiscalização e controle interno e externo dos
orçamentos.
Principios Orcamentarios

v) Unidade (art. 165, paragrafo 5º)

Orcamento é documento único, formado por


uma única peca, projeto de lei, abarcando
todos os órgãos e entidades da Adm Publica.
Orçamento: Conceito e espécies. Natureza Jurídica. Princípios orçamentários.
Normas Gerais de direito Financeiro. Fiscalização e controle interno e externo dos
orçamentos.
Principios Orcamentarios

v) Unidade (art. 165, paragrafo 5º)

Orcamento é documento único, formado por


uma única peca, projeto de lei, abarcando
todos os órgãos e entidades da Adm Publica.

OBS: Orcamento FISCAL, INVESTIMENTO e da


SEGURIDADE SOCIAL.
Orçamento: Conceito e espécies. Natureza Jurídica. Princípios orçamentários.
Normas Gerais de direito Financeiro. Fiscalização e controle interno e externo dos
orçamentos.
Principios Orcamentarios

vi) Universalidade ou Orcamento Bruto (art.


165, paragrafo 5º)

Todas as receitas e despesas devem estar no


orçamento, sem qualquer dedução.
Orçamento: Conceito e espécies. Natureza Jurídica. Princípios orçamentários.
Normas Gerais de direito Financeiro. Fiscalização e controle interno e externo dos
orçamentos.

Principios Orcamentarios

vii) Legalidade Orcamentaria (art. 165,


paragrafo 1º)
Orçamento: Conceito e espécies. Natureza Jurídica. Princípios orçamentários.
Normas Gerais de direito Financeiro. Fiscalização e controle interno e externo dos
orçamentos.

Principios Orcamentarios

viii) Publicidade (arts. 37, 165,


paragrafo 3º; e 167, paragrafo 7º)
Orçamento: Conceito e espécies. Natureza Jurídica. Princípios orçamentários.
Normas Gerais de direito Financeiro. Fiscalização e controle interno e externo dos
Principios Orcamentarios orçamentos.

ix) Princípio da Transparência Orçamentária – Decorre


dos princípios administrativos da publicidade e da
moralidade aplicáveis ao orçamento. Implica em uma série
de atos para dar transparência aos atos referentes ao
orçamento público, tais como a elaboração de
demonstrativos dos efeitos dos programas, isenções,
anistias, etc., possibilitando ao cidadão o
acompanhamento da gestão pública orçamentária, a
fiscalização da aplicação dos recursos, controle de
arrecadação, etc. 
Orçamento: Conceito e espécies. Natureza Jurídica. Princípios orçamentários.
Normas Gerais de direito Financeiro. Fiscalização e controle interno e externo dos
Principios Orcamentarios orçamentos.
X. Princípio da não-vinculação ou não-afetação da receita de impostos (art. 167, IV,
Constituição Federal) - o art. 167, IV, CF/88, determina que as entradas definitivas decorrentes de
impostos não podem se vincular previamente a despesa, fundo ou programa. No entanto, o mesmo
dispositivo ressalva a máxima em estudo: 
- Repartição constitucional de receitas – estatuída nos arts. 157 a 159, CF/88; 
- Gastos mínimos com saúde – estabelecidos pelo art. 198, § 2º, II e III, CF/88, e no art. 77, ADCT; 
- Gastos mínimos com educação – 18% para a União e 25% para os Estados, DF e Municípios, nos
termos do art. 212, “caput”, CF/88, bem como na formação do FUNDEB (art. 60, II e VII, CF/88). 
- Gastos com a administração tributária – de acordo com o previsto no art. 37, XXII, CF/88; 
- Garantias em operações de crédito por antecipação de receita – nos termos do art. 165, § 8º,
CF/88. Podem integrar essa garantia receitas de impostos estaduais e municipais, verba de repasse
do FPE e do 
FPM e percentual de transferência do IPI sobre exportações (art. 167, § 4º, CF/88). Devem ser
obedecidos os parâmetros estatuídos na LRF para a constituição de crédito público. 
Registre-se que a referida vedação constitucional prende-se apenas aos impostos, permitida,
portanto, a vinculação quanto às demais espécies de tributo: taxas, contribuições de melhoria,
emprestimo compulsório e contribuições em geral. 
Orçamento: Conceito e espécies. Natureza Jurídica. Princípios orçamentários.
Normas Gerais de direito Financeiro. Fiscalização e controle interno e externo dos
Principios Orcamentarios orçamentos.
xi) princípio da proibição de estorno de verbas (art. 167, VI, CF) - veda a transposição,
o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de programação para
outra ou de um órgão para outro, sem prévia autorização legislativa. 
xii) Princípio da Reserva da Lei - os orçamentos e os créditos adicionais só podem ser
aprovados por lei formal. 
Entretanto, a Constituição atual (art. 167, § 3º) excetua do referido princípio os créditos
extraordinários, que podem ser autorizados através de medida provisória (art. 62) em
razão da urgência que se revestem. 
xiii) Princípio da Especialização (ou Discriminação) - de acordo com esse princípio, as
receitas e as despesas devem aparecer no orçamento de maneira discriminada, de tal
forma que se possa saber, pormenorizadamente, a origem dos recursos e sua aplicação; 
xiv) Princípio da Clareza - as informações devem ser claras de modo a permitir que
pessoas leigas também entendam. 
xv) Princípio da uniformidade - as informações devem ser uniformes (consistentes), ao
longo do tempo, de modo a permitir comparações temporais. 
xvi) Princípio da Exatidão - as informações devem ser precisas e exatas. 
Normas Gerais de Direito
Financeiro.
a. Lei que institui o plano plurianual (artigo 165, § 1º, da Constituição
Federal; art. 35, § 2º, I, ADCT) – PPA: envio até 31 de agosto, votação até
22 de dezembro (4 meses antes do encerramento) - Vigência: 4 anos (do 2º
ano até o fim do 1º ano do mandado subseqüente) 
Estabelece de forma regionalizada as diretrizes, objetivos e metas da
administração pública federal para as despesas de capital e outras delas
decorrentes, e para as relativas aos programas de duração continuada; 
Sua função é a programação do orçamento. Fixa metas, diretrizes e objetivos
da Administração, previsão das despesas de capital e das despesas com os
programas de duração continuada. Isso porque o orçamento passou a ser
instrumento de programação econômica, de política governamental. 
O PPA estabelece um planejamento macro, objetivando as intenções da
Administração por um período de quatro anos. É um desdobramento do
orçamento programa, fixando as atividades governamentais pelo decurso
indicado. 
Normas Gerais de Direito
Financeiro.
b. Lei de diretrizes orçamentárias (artigo 165, § 2º, da Constituição Federal) – LDO - 15 de
abril, com devolução até 17 de julho 
Compreendendo as metas e prioridades da Administração Pública, incluindo as despesas de
capital para o exercício financeiro subseqüente, orientando a elaboração da lei orçamentária
anual (LOA), dispondo sobre as alterações na legislação tributária e estabelecendo a política
de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento, além de servir de orientação à
LOA. 
Tem periodicidade anual. 
Traça as regras gerais para a aplicação da do PPA e da própria LOA: Configura um
planejamento mais imediato que o plano plurianual, estabelecendo as formas como esse será
implementado ao longo do exercício seguinte. Ademais, a LDO estabelece diretrizes para a
elaboração do orçamento (lei de orçamentária anual), tal qual estabelece o art. 165, § 2º,
CF/88. O art. 4º, I, §§ 1º, 3º e 4º, LRF, traz outros elementos da LDO. Dentre eles, ressalta-se
a previsão do art. 4º, § 1º, LRF, qual seja o Anexo de Metas Fiscais. 
De uma forma geral, é um documento (Anexo de Metas Fiscais) que estipula as metas em
receitas, despesas, resultados e montante da dívida pública para o exercício de referência e
os dois próximos, além de analisar o realizado nos três anteriores. 
Normas Gerais de Direito
Financeiro.
c. Lei que aprova o orçamento anual (artigo 165, § 5º, da Constituição Federal) – 31 de agosto, com
devolução até 22 de dezembro. 
Abarca o orçamento fiscal (todas as despesas e receitas da União e de seus entes, com exceção da
Seguridade Social: referente aos três Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da
Administração direta e indireta, fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público), além do
orçamento de investimentos das empresas estatais (todas as receitas e todas as despesas das empresas
que a União direta ou indiretamente detenha maioria de capital com direito a voto), bem como o
orçamento da seguridade social (todas as despesas e receitas relacionadas ou vinculadas à Seguridade
Social). 
É o orçamento público propriamente dito, válido para o período do exercício financeiro. 
São elementos da lei do orçamento anual: 
- Deve observar a LDO e o PPA; 
- No projeto da lei orçamentária anual deverá haver um demonstrativo relativo ao cumprimento do
anexo de metas fiscais (previsto na LDO, que apresenta a previsão e diagnóstico - Art. 5º da LRF) – anexo
de demonstrativo de compatibilidade do orçamento com as metas estabelecidas na LDO; 
- Deverão estar previstas as medidas de compensação relacionadas à Renuncia de Receita e Despesas
Obrigatórias de Caráter Continuado; 
- Deverá conter uma reserva de contingência (reserva de dinheiro por parte da administração para o
atendimento de passivos e outros imprevistos) – art. 5º, III, LRF; 
Fiscalização e controle interno e externo dos
orçamentos.
O orçamento público, além de constituir uma importante
ferramenta que o Poder Público dispõe para organizar a
sua atividade financeira e de sua concretização no tocante
a receitas e despesas, aquele pode ser entendido ainda
como o instrumento fiscalizador da atividade financeira do
Estado, com o escopo de coibir os abusos dos
governantes. 
Para BULOS (BULOS, Uadi Lammêgo. Constituição Federal
Anotada. 3.ª ed. Saraiva. 2001. p. 806.), “É importante
observar que a Constituição de 1988 não consagrou os
controles interno e externo como realidades estanques. Ao
invés disso, devem atuar em harmonia, de modo integrado
e sistêmico, em nome da gestão democrática da coisa
pública (art. 74, IV, da Constituição Federal)”. 
Fiscalização e controle interno e externo dos
orçamentos.
Art. 70, CF. A fiscalização contábil,
financeira, orçamentária, operacional e
patrimonial da União e das entidades da
administração direta e indireta, quanto à
legalidade, legitimidade, economicidade,
aplicação das subvenções e renúncia de
receitas, será exercida pelo Congresso
Nacional, mediante controle externo, e pelo
sistema de controle interno de cada Poder.
Fiscalização e controle interno e externo dos
orçamentos.
1) Controle privado ou popular

Art. 74, CF. Os Poderes Legislativo, Executivo e


Judiciário manterão, de forma integrada, sistema
de controle interno com a finalidade de:
(...)
§ 2º Qualquer cidadão, partido político, associação
ou sindicato é parte legítima para, na forma da
lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades
perante o Tribunal de Contas da União.
Fiscalização e controle interno e externo dos
orçamentos.
2) Controle Interno (arts. 70 e 74, CF; 75 a 79, lei 4320/64) –
Interna Corporis, exercida “pelo sistema de controle interno de cada
poder”.
O próprio órgão/poder pode ter uma comissão para avaliar e julgar suas
contas. São ações exercidas com objetivo de exercer o controle e a
fiscalização contábil, financeira, patrimonial e orçamentária, praticadas
no âmbito interno (interna corporis) de cada poder (Executivo, Legislativo
e Judiciário), por meio de órgãos especificos para o exercicio de tal
função. Exemplo: Controladoria-Geral da União (CGU). 
Tem como matriz principal a hierarquia cumpre à autoridade superior
verificar a legalidade dos atos, a fidelidade funcional dos agentes da
Administração, o cumprimento do programa de trabalho (art. 75, Lei
4320/64), devendo exercer controle sobre seus subalternos, concordando
ou revendo os atos por eles praticados, notadamente em matéria de
execução orçamentária. 
Fiscalização e controle interno e externo dos
orçamentos.
2) Controle Externo(arts. 49, X e 70, CF) - é feito pelo Poder
Legislativo, com o auxílio do Tribunal de Contas (arts. 71 e 72, CF). 

Tem por finalidade o controle externo a fiscalização contábil, financeira,


orçamentária, operacional e patrimonial dos entes constitucionais e das
entidades da Administração direta e indireta ligadas ao orçamento, quanto
à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e
renúncia de receitas. 

O julgamento do TCU tem natureza administrativa - arts. 71 e 73, CF 

O controle externo será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da


União, cujas atribuições estão enumeradas no art. 71. 
Fiscalização e controle interno e externo dos
orçamentos.
2) Controle Externo
Obs.: O TCU é órgão auxiliar do CN, gozando de um “status” semelhante ao Parquet
em relação ao Executivo. Analisa as contas dos administradores públicos, realizando
o conseqüente julgamento. Dessa forma, acaba proferindo decisões, apesar dessas
não ter natureza jurisdicional (Súmulas 6 e 347 do STF). Elas podem ser reapreciadas
pelo Judiciário, porquanto o legislador optou pela jurisdição una (art. 5º, XXXV,
CF/88). Apesar de não deter jurisdição (força definitiva de decisão), o TC pode
adentrar ao mérito dos atos por ele fiscalizados, uma vez que o constituinte fala em
controle de legitimidade da despesa – art. 70, “caput”, CF/88 

Obs.2: Ministério Público é órgão que tem nas suas atribuições constitucionais (art.
129, III, CF/88) a incumbência de velar pelo patrimônio público de modo amplo,
gozando de vários instrumentos extrajudiciais e meios judiciais para fazer recompor
o erário e para responsabilizar aqueles que o maculam, como as demandas penais, a
ação civil pública, ao inquérito civil e à própria ação por improbidade administrativa,
nos termos do art. 37, § 4º, CF/88, e da Lei 8429/92. 

Você também pode gostar