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NOÇÕES DE GESTÃO PÚBLICA (ORÇAMENTO) PARA ANALISTA DO TRT-GO

PROF. GRACIANO ROCHA

AULA 03

Saudações, caro aluno!

Dando sequência a nosso curso, hoje teremos uma abordagem maciça da


matéria constitucional orçamentária. Estudaremos os dispositivos aplicáveis
aos três maiores instrumentos orçamentários existentes em nosso arcabouço
jurídico: o plano plurianual, a lei de diretrizes orçamentárias e a lei
orçamentária anual.

Além deles, trataremos também dos créditos adicionais, ou “mecanismos


retificadores do orçamento”, com disciplina baseada em parte na CF/88 e
também na Lei 4.320/64.

Para quaisquer dúvidas, insisto, utilize nosso fórum.

Antes de começarmos, um pensamento para inspirar:

A perseverança é mais eficaz do que a violência, e muitas coisas


que, quando reunidas, são invencíveis, cedem a quem as enfrenta
um pouco de cada vez.

Plutarco

Vamos lá então. Boa aula!

GRACIANO ROCHA

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ORÇAMENTO NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL

Ciclo orçamentário na CF/88

Vamos iniciar o estudo desse tópico com o seguinte dispositivo constitucional:

Art. 165, § 9º - Cabe à lei complementar:

I - dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a


organização do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei
orçamentária anual;

Como se vê, a Constituição reservou à lei complementar o tratamento sobre as


matérias referidas, mas, até hoje, o Congresso não aprovou essa lei
(embora um dos projetos com essa pretensão, o mais adiantado nas
discussões, já esteja há quase 14 anos em pauta).

Outro ponto interessante é que essas matérias discriminadas na questão


encontram-se, em parte, na Lei 4.320/64, como é o caso de “exercício
financeiro” e “elaboração e organização da lei orçamentária anual”.

É por situações como esta que se considera a Lei 4.320/64 uma lei
materialmente complementar. Apesar de ter sido aprovada como lei
ordinária, em 1964, a atual Carta Política indica assuntos nela tratados como
próprios de uma lei complementar.

Por enquanto, não havendo a lei relativa ao disposto no art. 165, § 9º, são
seguidas regras transitórias sobre prazos das leis de matéria orçamentária.
Essas regras estão no art. 35, § 2º, do Ato das Disposições Constitucionais
Transitórias (ADCT) da CF/88:

ADCT, Art. 35, § 2º - Até a entrada em vigor da lei complementar a que se


refere o art. 165, § 9º, I e II, serão obedecidas as seguintes normas:

I - o projeto do plano plurianual, para vigência até o final do primeiro


exercício financeiro do mandato presidencial subseqüente, será encaminhado
até quatro meses antes do encerramento do primeiro exercício financeiro e
devolvido para sanção até o encerramento da sessão legislativa;

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II - o projeto de lei de diretrizes orçamentárias será encaminhado até oito


meses e meio antes do encerramento do exercício financeiro e devolvido para
sanção até o encerramento do primeiro período da sessão legislativa;

III - o projeto de lei orçamentária da União será encaminhado até quatro


meses antes do encerramento do exercício financeiro e devolvido para sanção
até o encerramento da sessão legislativa.

Em momento posterior, falaremos mais a respeito do “calendário” que surge


desse texto acima.

Como isso cai na prova?

1. (FGV/AUDITOR/TCM-RJ/2008) Cabe à lei ordinária dispor sobre o exercício


financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do plano
plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual.

Nessa parte do conteúdo, as bancas não gostam muito de inventar.


Basicamente repetem os dispositivos constitucionais. No caso acima, a questão
é baseada no art. 165, § 9º, inc. I, da CF/88, mas substituiu “lei
complementar” por “lei ordinária”. Questão ERRADA.

Processo legislativo orçamentário

Examinemos mais um trecho da CF/88:

Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:

I - o plano plurianual;

II - as diretrizes orçamentárias;

III - os orçamentos anuais.

Vale assinalar que o vocábulo “leis”, sem maior detalhamento, significa “leis
ordinárias”. Em matéria orçamentária, as leis ordinárias são o lugar comum.

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Há poucas exceções, das quais vimos uma acima: a conformação das regras
mais amplas de organização orçamentária se dá por lei complementar. Mas o
PPA, a LDO e a LOA, assim como os créditos adicionais (exceto os
extraordinários, como veremos) são viabilizados por leis ordinárias. Além
disso, esses projetos são de iniciativa exclusiva do chefe do Executivo.

Vamos fazer uma pequena abordagem do “ciclo orçamentário” no contexto do


Poder Legislativo. É que, apesar de serem instituídos por leis ordinárias, os
instrumentos orçamentários têm um rito legislativo diferenciado.

Os projetos de lei ordinária “normais”, enviados ao Congresso pelo Presidente


da República, dão entrada na Câmara dos Deputados (CF, art. 64, caput) e
lá passam por discussões e votações em diversas comissões temáticas,
antes de ir à apreciação do Plenário da Câmara (às vezes, essa “subida” ao
Plenário não ocorre, conforme dispuser o Regimento da Casa).

A partir daí, são enviados ao Senado, onde passam de novo por comissões
temáticas, e depois pelo Plenário (se for o caso). Então, os projetos vão à
sanção presidencial, se não houver alteração considerável, pelo Senado,
do texto aprovado na Câmara.

Caso contrário, se a redação for significativamente mudada pelo Senado, os


projetos voltam à Câmara, para apreciação das modificações. Nessa última
hipótese, a Câmara é que encaminha o projeto para sanção do Presidente da
República.

Diferentemente disso, os projetos de matéria orçamentária não passam por


uma série de comissões temáticas antes de ir a Plenário, um passo por vez, e
em ambas as Casas. Nesse âmbito, o projeto é instruído apenas na Comissão
Mista de Orçamento, que recebe simultaneamente pareceres das comissões
temáticas de ambas as Casas e emendas parlamentares, e emite seu próprio
parecer, encaminhando-o juntamente com o projeto, para votação pelo
Plenário do Congresso Nacional (trata-se das duas Casas em sessão
conjunta).

No Plenário do Congresso, pela votação da maioria simples dos


parlamentares, o projeto é aprovado. Detalhe: apesar de se tratar de uma
sessão conjunta, a maioria é considerada apenas entre pares (tomam-se

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separadamente, na votação, a maioria dos deputados e a maioria dos


senadores).

Como isso cai na prova?

2. (CESGRANRIO/CONTADOR/TJ-RO/2008) A Constituição Federal de 1988,


no seu artigo 165, que trata dos orçamentos, determina que o Poder
Executivo, através de leis de sua iniciativa, deve estabelecer

(A) as finanças públicas, a fiscalização das instituições financeiras e as


operações de câmbio.

(B) a importação de produtos estratégicos, a renda e proventos de


qualquer natureza e os tributos em caso de segurança nacional.

(C) os tributos, as taxas e as contribuições de melhoria.

(D) os princípios orçamentários, as operações de crédito de qualquer


natureza e os princípios da progressividade dos impostos.

(E) o plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e os orçamentos


anuais.

3. (FCC/AUDITOR/TCE-RO/2010) A apreciação e a votação do projeto de lei


orçamentária anual da União deverão ser efetuadas separadamente pelas
duas Casas do Congresso Nacional, sendo mandatório que a aprovação
seja feita por maioria absoluta dos membros da Câmara dos Deputados e
do Senado Federal.

Na questão 2, conforme o art. 165 da CF/88, reproduzido anteriormente, leis


de iniciativa do Executivo estabelecerão o plano plurianual, as diretrizes
orçamentárias e os orçamentos anuais. Gabarito: E.

A questão 3 também está ERRADA: a apreciação do projeto de LOA, bem como


os demais projetos orçamentários, é feita na Comissão Mista, que representa
ambas as Casas Legislativas. Além disso, para aprovação do projeto, basta o
voto da maioria simples dos parlamentares.

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Emendas aos projetos de matéria orçamentária

Este assunto, apesar de também pertencer ao processo legislativo


orçamentário, é tão importante que será tratado assim, em separado.

Primeira observação: é possível ao Legislativo emendar quaisquer projetos


de matéria orçamentária. Entretanto, assim como fez a Constituição, vamos
nos concentrar nas emendas ao projeto de LOA.

Como já dito, a iniciativa em matéria orçamentária é exclusiva do chefe do


Executivo. Entretanto, permite-se que a peça originária do Executivo receba
interferências dos representantes eleitos do povo, para, teoricamente, deixar
as propostas orçamentárias mais adequadas aos interesses da população.

Assim, os parlamentares, individualmente ou em grupo, podem apresentar


emendas ao projeto de LOA, que serão apresentadas perante a Comissão Mista
de Orçamento. A CMO, no término das discussões, emitirá parecer sobre tais
emendas, para posterior apreciação pelo Plenário do Congresso.

Quanto à incidência sobre o projeto de LOA, existem três tipos de emendas:


emendas de receita, de despesa e de texto. Vamos ver o dispositivo
constitucional que trata delas (§ 3º do art. 166):

Art. 166, § 3º - As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos


projetos que o modifiquem somente podem ser aprovadas caso:

I - sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes


orçamentárias;

II - indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de


anulação de despesa, excluídas as que incidam sobre:

a) dotações para pessoal e seus encargos;

b) serviço da dívida;

c) transferências tributárias constitucionais para Estados, Municípios e


Distrito Federal; ou

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III - sejam relacionadas:

a) com a correção de erros ou omissões; ou

b) com os dispositivos do texto do projeto de lei.

Inicialmente, note que a primeira condição (compatibilidade com o PPA e a


LDO, no inciso I) vale para qualquer emenda. Isso fortalece o caráter de
submissão que a LOA deve ter em relação às outras leis citadas, de alcance
mais amplo. Assim, por exemplo, uma emenda parlamentar ao projeto de LOA
não pode criar um programa, porque isso desrespeitaria a prevalência do
PPA nesse ponto.

O inciso II trata das emendas de despesa. Para que novas despesas sejam
propostas por meio de emenda, deverão ser anuladas despesas inicialmente
selecionadas pelo Executivo, a fim de “liberar” recursos suficientes.

Ainda assim, não é toda despesa selecionada inicialmente pelo Executivo que
pode ser anulada em favor de emendas parlamentares; as dotações indicadas
nas alíneas do inciso II (pessoal e encargos, serviço da dívida e transferências
constitucionais para os entes federados) são despesas obrigatórias, que não
podem ter seus montantes e destinação alterados.

Por fim, o inciso III aborda as emendas de receita (alínea ‘a’) e de texto
(alínea ‘b’).

O montante da receita previsto pelo Executivo só pode ser modificado no


Legislativo a partir de uma perspectiva técnica. Não se pode alterar a
expectativa de arrecadação com base em critérios políticos ou assemelhados.
Por isso, um erro ou uma omissão, por parte da equipe técnica do Executivo,
devem ser detectados e comprovados, para que seja aprovada uma
emenda de receita.

Com base nas emendas de receita que eventualmente aumentem a receita


estimada para o exercício, os parlamentares propõem aumentos também na
despesa, utilizando as chamadas emendas de apropriação.

As emendas de redação dizem respeito a ajustes de forma (ortografia,


concordância etc.), para tornar o texto da lei orçamentária mais inteligível.

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Muito bem, o Poder Legislativo pode alterar, por meio de emendas, o


texto inicial encaminhado pelo Poder Executivo. E o Poder Executivo,
pode alterar seu próprio texto original?

A resposta é afirmativa. Essa importante disposição encontra-se no art.


166, § 5º, da CF/88:

Art. 166, § 5º - O Presidente da República poderá enviar mensagem ao


Congresso Nacional para propor modificação nos projetos a que se refere
este artigo enquanto não iniciada a votação, na Comissão mista, da
parte cuja alteração é proposta.

Portanto, depois de ter enviado o projeto de LOA, o chefe do Poder


Executivo tem um prazo para propor alterações a suas “intenções
iniciais”. Esse prazo corre enquanto não se inicia a votação, na Comissão
Mista de Orçamento, da parte a se alterar.

Evita-se, dessa forma, que o chefe do Executivo modifique, a seu bel-


prazer, partes do projeto que já tenham sido alteradas pelo Legislativo,
contra suas pretensões.

Esse trecho talvez seja o mais frequentemente cobrado pelas bancas


quando se trata de ciclo orçamentário. Por isso, preste atenção! Não
perca um ponto fácil. Já houve questões, por exemplo, dizendo que a
modificação pode ser proposta enquanto não finalizada a votação da
parte a se alterar. Cuidado!

Como isso cai na prova?

4. (FGV/PROCURADOR/TCM-RJ/2008) As emendas ao projeto de lei do


orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem podem, entre outras

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hipóteses, ser aprovadas caso sejam relacionadas com a correção de erros


ou omissões ou com os dispositivos do texto do projeto de lei.

5. (FCC/CONTADOR/DPE-SP/2009) O Congresso pode apresentar emendas


ao projeto de lei orçamentária que, caso aprovadas, deverão constar da
peça orçamentária, cabendo ao Poder Executivo indicar os recursos para o
seu financiamento.

6. (CESPE/PROCURADOR/TCE-GO/2007) Apesar de ser considerado lei, o


orçamento possui características que o diferenciam das leis comuns. Um
exemplo é a limitação constitucional do conteúdo das emendas ao projeto
de lei do orçamento anual.

7. (FGV/AUDITOR/TCM-RJ/2008) As emendas ao projeto de lei do orçamento


anual ou aos projetos que o modifiquem somente podem ser aprovadas
caso indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes
de anulação de despesa, incluindo as que incidam sobre as dotações para
pessoal e seus encargos, serviço da dívida e transferências tributárias
constitucionais para Estados, Municípios e Distrito Federal.

8. (CESPE/OFICIAL/ABIN/2010) Ao Poder Executivo é permitido propor


modificações no projeto de lei orçamentária, enquanto não iniciada a
votação, pela comissão mista de senadores e deputados a que se refere o
art. 166 da Constituição Federal, da parte cuja alteração é proposta.

A questão 4 está CERTA. Como visto, uma das espécies de emenda


parlamentar aos projetos de matéria orçamentária diz respeito à correção de
erros ou omissões ou tratem apenas do texto do projeto.

Na questão 5, encontra-se uma imprecisão: no âmbito do Legislativo, os


próprios propositores de emendas ao projeto de LOA deverão indicar quais
despesas serão substituídas para dar lugar às indicadas nessas emendas. Essa
é a lição do art. 166, § 3º, inc. II, acima transcrito. Questão ERRADA.

A questão 6 remete às limitações às emendas parlamentares quanto aos


projetos orçamentários, limitações estas que não se aplicam a projetos de lei
“normais”. Questão CERTA.

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Na questão 7, há um problema: os itens de despesa citados são exceções à


regra das emendas parlamentares, não podendo servir de fonte para recursos
mediante anulação de suas dotações. Questão ERRADA.

Por fim, a questão 8 está CERTA. Enquanto a votação da parte a ser


modificada não for iniciada na CMO, o Presidente da República pode
encaminhar proposta de alteração do projeto de LOA.

Prazos das leis orçamentárias

Muito bem, voltemos ao calendário orçamentário que introduzimos


anteriormente, simplificando os prazos dispostos no ADCT:

• o projeto de LDO deve ser enviado pelo Presidente ao Congresso “até oito
meses e meio antes do encerramento do exercício financeiro”, ou seja,
15 de abril;

• o Congresso deve devolver o projeto de LDO para sanção “até o


encerramento do primeiro período da sessão legislativa” – atualmente, 17
de julho;

• os projetos de PPA e de LOA devem ser encaminhados pelo Presidente da


República ao Congresso Nacional “até quatro meses antes do
encerramento do exercício financeiro”, ou seja, 31 de agosto;

• o Congresso deve devolver os projetos de PPA e de LOA, para sanção,


“até o encerramento da sessão legislativa” – atualmente, 22 de dezembro.

Uma observação importante, e constantemente cobrada em provas, diz


respeito aos prazos do PPA.

O plano plurianual é a mais importante lei de matéria orçamentária. A


partir dele é que todas as outras se organizarão. As leis orçamentárias anuais
não passam muito de “parcelas do PPA”, aplicadas a cada ano de sua vigência
plurianual.

No PPA é que o governo recém-assumido expõe suas intenções, objetivos,


metas, para o prazo de quatro anos. É uma demonstração de grandes
diretrizes, um “projeto de governo”.

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Pois bem, já vimos que o Executivo deve enviar o projeto de PPA para o
Legislativo até 31 de agosto (do primeiro ano do mandato do Presidente).
Assim, a equipe que assume o comando do país tem oito meses para
apresentar um plano para os quatro anos seguintes.

Agora você pode notar que há um descompasso aí. Se o PPA é preparado


durante o primeiro ano do governo, e deve valer para os próximos quatro
anos, ele não acaba invadindo o próximo mandato presidencial?

A resposta é “sim”. No primeiro ano do mandato, o Presidente governa com


base no PPA, na LDO e na LOA aprovados por seu antecessor. Os projetos que
esse novo chefe do Executivo apresenta quando assume só valerão para seu
segundo ano de mandato. No caso do PPA, o último ano de vigência do plano
será o primeiro do mandato seguinte.

Esse calendário é positivo por duas razões associadas. Primeiro, evita-se


um atropelo no início do mandato, com a preparação “nas coxas” de
projetos de grande importância para o país – o governo não pode agir
sem planos de ação aprovados.

Em segundo lugar, ao invés dessa hipótese de “correria” no início do


mandato, dá-se ao novo governante a possibilidade de conhecer, por
alguns meses, e aproveitar parte dos programas instituídos pelo
antecessor, conforme sejam compatíveis com sua orientação de governo
(ou conforme sejam de interrupção impossível, rsrsrs).

Agora, uma curiosidade sobre a LDO. Trata-se da suspensão do recesso


parlamentar, enquanto não aprovado o projeto de LDO.

Apenas esse projeto, entre todas as hipóteses trazidas pela CF/88, é hábil para
tanto. Caso o projeto de LDO não esteja aprovado em 17 de julho, os
parlamentares não entrarão em recesso. É uma forma de acelerar os
prazos, já que o ideal é que o orçamento esteja aprovado quando se iniciar o
ano de sua execução. E, para existir lei orçamentária, deve haver antes a
LDO, que estabelece, a partir dos programas do PPA, as prioridades para o
ano seguinte, e orienta a elaboração da LOA.

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Como isso cai na prova?

9. (CESGRANRIO/CONTADOR/TCE-RO/2007) O prazo para a Lei


Orçamentária Anual ser encaminhada pelo Poder Executivo ao Poder
Legislativo é de:

(A) quatro meses antes do encerramento do exercício financeiro (31 de


agosto).

(B) cinco meses antes do encerramento do mandato presidencial (31 de


julho).

(C) seis meses antes do encerramento do exercício financeiro (30 de


junho).

(D) oito meses e meio antes do reinício das funções legislativas (15 de
junho).

(E) nove meses após a aprovação da Lei orçamentária em vigor (30 de


setembro).

10. (CESPE/ANALISTA/ANS/2005) O plano plurianual apresenta a ideia de


continuidade, pois um governo pode dar continuidade a um plano que se
iniciou em outro governo. Dessa forma, tem tempo para conhecer as
ações realizadas no passado, antes de apresentar um novo plano.

11. (FCC/AUDITOR/TCE-PI/2005) A Lei de Diretrizes Orçamentárias deve ser


devolvida para sanção até o encerramento do primeiro período da sessão
legislativa (inciso II do parágrafo 2º do art. 35 do ADCT). Se o projeto de
Diretrizes Orçamentárias não for aprovado até tal data, a sessão
legislativa é suspensa, prosseguindo após o recesso.

Na questão 9, como vimos antes, o prazo limite para envio do projeto de LOA
ao Legislativo é o dia 31 de agosto, que representa o marco dos “quatro meses
antes do encerramento do exercício”. Gabarito: A.

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A questão 10 refletiu uma das razões para a “invasão” dos PPA’s nos mandatos
dos governantes posteriores: a continuidade das ações do poder público.
Questão CERTA.

A questão 11 está ERRADA. Nesse caso, a sessão legislativa não será


interrompida, até que seja aprovado o projeto de LDO.

Plano Plurianual

O PPA é criação da CF/88, e se constitui como o maior instrumento de


planejamento da esfera pública. Como atualmente o planejamento é
determinante para o orçamento (lembra-se do orçamento-programa?), o PPA
assume um papel de protagonismo no que diz respeito à execução do
orçamento. Todas as leis e atos de natureza orçamentária, incluindo as
emendas parlamentares, deverão ser compatíveis com o conteúdo do Plano.

O trecho constitucional que traz algo como uma “definição do PPA” é o


seguinte:

Art. 165, § 1º - A lei que instituir o PPA estabelecerá, de forma regionalizada,


as diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para as
despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos
programas de duração continuada.

Dica: em provas, é útil empregar o mnemônico DOM (diretrizes,


objetivos e metas) para resgatar o conteúdo do PPA.

O foco do PPA está nas despesas de capital, ou seja, despesas que


normalmente estão relacionadas ao aumento do patrimônio público.
Enquanto não estudamos despesas públicas, momento em que detalharemos a
abordagem sobre essas tais “despesas de capital”, vamos simplificar o
entendimento, e considerar que a maior preocupação do PPA recai sobre
investimentos públicos.

Outro trecho da Constituição que reforça, ao mesmo tempo, a importância do


PPA e sua “preferência” pelas despesas com investimentos é o art. 167, § 1º:

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Art. 167, § 1º - Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício


financeiro poderá ser iniciado sem prévia inclusão no plano plurianual, ou
sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime de responsabilidade.

A prerrogativa do PPA de prever os investimentos a serem executados no país


está confirmada no dispositivo acima. Veja a importância que o constituinte
tentou imprimir a esse papel do PPA: constitui crime de responsabilidade
iniciar investimento com duração superior a um exercício sem a respectiva
inclusão no plano (prévia ou posterior).

Aprofundando o entendimento sobre o dispositivo acima, podem-se concluir


duas coisas:

• investimentos de execução prevista para um só exercício financeiro


podem ter sua execução iniciada sem previsão no PPA;

• “ações não investimentos”, da mesma forma, podem ser executadas


sem previsão no PPA.

Em ambos os casos, a simples previsão das ações na LOA satisfaz as


exigências constitucionais.

Apesar de estarmos falando tanto das despesas de capital, que recebia toda a
atenção desde antes do PPA na vigência da CF/88, é necessário voltar ao art.
165, § 1º, e verificar duas expressões também importantes, como destacado
abaixo:

Art. 165, § 1º - A lei que instituir o PPA estabelecerá, de forma regionalizada,


as diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para as
despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos
programas de duração continuada.

Assim, as atenções do PPA vão além dos investimentos em si. Também é


necessário prever no Plano as despesas de manutenção que surgem com os
investimentos – por exemplo, as despesas para o funcionamento de um
hospital público, após sua construção.

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Nesse exemplo, a construção do hospital se classificaria tipicamente como uma


despesa de capital, ou um investimento (criação de um bem de capital em
favor do patrimônio público). As despesas com pessoal, luz, materiais, telefone
etc., próprias das atividades do estabelecimento, seriam despesas
decorrentes da despesa de capital original.

E os tais “programas de duração continuada”?

Segundo o professor James Giacomoni, uma das maiores autoridades em


orçamento público no Brasil, esse termo não foi bem delimitado pela
CF/88. Literalmente, se poderia pensar em qualquer programa cuja
duração se estenda no tempo, mas isso retiraria o caráter estratégico do
PPA (não se pode “planejar tudo” atribuindo a mesma relevância a todos
os elementos). Assim, nos dizeres do professor Giacomoni, enquanto não
há definição, “programas de duração continuada”, pelo menos na esfera
federal, são programas de natureza finalística, que correspondem à
prestação de serviços à comunidade.

Outro trecho da CF/88 interessante para nosso estudo é o seguinte:

Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o


Estado exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e
planejamento, sendo este determinante para o setor público e indicativo para o
setor privado.

Dessa forma, vê-se que a atividade de planejamento foi eleita pela CF/88
como de extrema importância, alcançando os setores público e privado. A
dimensão que o planejamento público deve assumir é tal que o próprio setor
privado é “aconselhado” a observar as ações governamentais para basear seu
próprio comportamento.

Para a esfera pública, a vinculação é óbvia: o planejamento realizado pelas


unidades e condensado na lei do PPA é determinante para a execução das
ações dos órgãos e entidades.

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Na Constituição, ainda se fazem referências a outros tipos de planos. Veja


só:

Art. 21. Compete à União:

(...)

IX - elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do


território e de desenvolvimento econômico e social;

Art. 165, § 4º - Os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos


nesta Constituição serão elaborados em consonância com o plano plurianual e
apreciados pelo Congresso Nacional.

Os “planos de desenvolvimento econômico e social” estão previstos no art. 21,


inc. IX, da CF/88, como atribuições reservadas exclusivamente à União. É
importante ressaltar, entretanto, que quaisquer planos (inclusive os de
duração mais extensa) deverão ter consonância com o PPA, conforme visto
no art. 165, § 4º, transcrito acima.

Ressalta-se também que a lei do PPA deve estabelecer critérios de


regionalização para realização das despesas, lá mesmo no art. 165, § 1º, da
CF/88 (... de forma regionalizada...). A ideia é transformar o PPA num
propulsor de desenvolvimento econômico e social, alocando recursos nas
diferentes regiões do país, em busca de um crescimento mais harmônico entre
elas.

Esse aspecto também está presente no art. 43 da CF/88:

Art. 43. Para efeitos administrativos, a União poderá articular sua ação em um
mesmo complexo geoeconômico e social, visando a seu desenvolvimento e à
redução das desigualdades regionais.

Para os Estados, DF e Municípios, pode ser mais difícil a regionalização dos


programas do PPA. Entretanto, essa é a orientação da CF/88.

Como isso cai na prova?

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12. (FGV/PROCURADOR/TCM-RJ/2008) No âmbito federal, a lei complementar


que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as
diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para as
despesas de custeio e de capital e outras delas decorrentes, bem como
para as relativas aos demais programas de duração continuada ou não.

13. (CESPE/ANALISTA/ANTAQ/2008) Os programas de duração continuada,


constantes dos planos plurianuais (PPAs), compreendem despesas de
capital destinadas tipicamente à realização das atividades-meio dos
órgãos e entidades integrantes do orçamento público.

14. (CESGRANRIO/ANALISTA/FINEP/2011) O Plano Plurianual (PPA) foi


introduzido pela Constituição Federal de 1988, devendo estabelecer as
diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para as
despesas de capital e outras delas decorrentes, bem como para as
relativas aos programas de duração continuada. A forma ou critério que
deverá ser seguido pelo PPA é por

(A) órgão

(B) função

(C) região

(D) unidade

(E) ente público

15. (CESPE/CONTADOR/DPU/2010) O plano plurianual deve compatibilizar-se


com os planos nacionais, regionais e setoriais.

16. (FCC/ANALISTA/TRE-SP/2006) Os planos e programas nacionais,


regionais e setoriais serão elaborados em consonância com as diretrizes
orçamentárias e apreciados pelo Senado Federal.

17. (FCC/APOFP/SEFAZ-SP/2010) A lei que instituir o Plano Plurianual


estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da
administração pública federal para as despesas

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(A) de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos projetos


de investimentos.

(B) correntes e outras delas decorrentes e para as relativas aos


programas de duração continuada.

(C) de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos


programas de duração predeterminada.

(D) de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos


programas de duração continuada.

(E) correntes e outras delas decorrentes e para as relativas aos


programas-meio do governo.

Na questão 12, há alguns problemas: a lei do PPA é ordinária, não


complementar; o foco do PPA reside nas despesas de capital, não nas de
custeio; e os termos “demais” e “ou não” não se adéquam ao conceito trazido
pela CF/88. Questão ERRADA.

A questão 13 se baseou no entendimento do professor Giacomoni: programas


de duração continuada referem-se tipicamente a ações finalísticas, de
atendimento a necessidades da população por meio de serviços públicos.
Questão ERRADA.

Sobre a questão 14, conforme a Constituição, o PPA deve estabelecer as


diretrizes, objetivos e metas de forma regionalizada. Gabarito: C.

A questão 15 inverte as relações. São os planos nacionais, regionais e setoriais


que devem se compatibilizar com o PPA. Questão ERRADA.

A questão 16 apresenta duas incorreções: os planos e programas nacionais,


regionais e setoriais serão elaborados em consonância com o PPA, não com a
LDO, e serão apreciados pelo Congresso (atuando como uma casa única), não
apenas pelo Senado. Questão ERRADA.

A questão 17, por fim, é decoreba: devemos lembrar quais as prioridades


estabelecidas pelo PPA quanto ao tipo de despesas e quanto aos tipos de

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programas. Conforme a descrição constitucional, trata-se das despesas de


capital (e as delas decorrentes) e dos programas de duração continuada.
Gabarito: D.

Lei de Diretrizes Orçamentárias

As atribuições dadas pela CF/88 à LDO (art. 165, § 2º) são:

• indicar as metas e prioridades da administração pública federal,


incluindo as despesas de capital para o próximo exercício financeiro;

• orientar a elaboração da LOA;

• dispor sobre alterações na legislação tributária;

• estabelecer a política de aplicação das agências financeiras oficiais de


fomento.

A LDO também é uma criação da CF/88, que tem como função principal
fazer a intermediação entre o PPA e a LOA. Antes, não existia qualquer
instrumento “pacificador” entre o planejamento (caracterizado pelo PPA) e o
orçamento (a LOA).

Ao passo que o PPA estabelece as diretrizes, os objetivos e as metas para


as despesas de capital e outras, a LDO indica as metas e prioridades da
Administração, incluindo as despesas de capital, para o exercício a que ela se
refere.

Desse modo, enquanto o PPA traça os programas para serem executados em


sua vigência, e que, virtualmente, levarão ao alcance dos objetivos do
governo, a LOA indica qual a parcela desses programas que será executada
num exercício.

Pois bem, para que essa parcela anual do PPA seja definida, não se faz apenas
uma distribuição igualitária de “X parcelas para X anos”. As prioridades do
governo, a cada ano, podem mudar, de maneira que, para atender a essas

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mudanças de rumo, certos programas devem passar por uma aceleração,


enquanto outros ficam mais “na geladeira”.

Assim, a LDO é o instrumento que a Administração utiliza para executar o PPA,


por meios das LOAs, de forma mais sintonizada com as condições sociais,
econômicas, políticas, que venham a alterar as prioridades do governo.

Outros dispositivos constitucionais que tratam desse papel orientador da LDO


são os seguintes:

Art. 99, § 1º - Os tribunais elaborarão suas propostas orçamentárias dentro dos


limites estipulados conjuntamente com os demais Poderes na lei de diretrizes
orçamentárias.

Art. 99, § 5º Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá haver


a realização de despesas ou a assunção de obrigações que extrapolem os
limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, exceto se previamente
autorizadas, mediante a abertura de créditos suplementares ou especiais.

Art. 127, § 3º - O Ministério Público elaborará sua proposta orçamentária


dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias.

Art. 127, § 6º - Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá


haver a realização de despesas ou a assunção de obrigações que extrapolem os
limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, exceto se previamente
autorizadas, mediante a abertura de créditos suplementares ou especiais.

Destacando os aspectos do processo de elaboração do orçamento, as


propostas setoriais devem ser encaminhadas à Secretaria de Orçamento
Federal para compilação do PLOA. Essas propostas setoriais deverão estar já
orientadas pelas regras trazidas pela LDO.

Uma novidade que surgiu em concursos ultimamente diz respeito


também ao papel orientador da LDO no tocante à lei orçamentária
anual. É o seguinte: o que fazer no início do exercício caso a LOA ainda
não tenha sido aprovada?

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Têm sido registrados vários atrasos na aprovação dos projetos de


natureza orçamentária. Já houve caso de LOA aprovada apenas em
maio! Ou seja, quase metade do ano se passou sem que o orçamento
correspondente estivesse vigendo.

Diante dessa situação fática, as LDO’s, a cada ano, têm trazido uma
regra de transição: caso se inicie o exercício financeiro sem que o
orçamento tenha sido aprovado, é possível executar provisoriamente o
projeto de LOA em discussão. A LDO indicará quais despesas, e em que
montante, poderão ser executadas nesse “vácuo”, até a publicação da
LOA. Interessante, não?

Passemos a outro papel da LDO: “dispor sobre alterações na legislação


tributária”.

De pronto, uma observação importante: a tarefa de “dispor sobre alterações


na legislação tributária” não torna a LDO uma lei de natureza tributária.
Não serão feitas, por ela, mudanças na legislação tributária, instituição de
tributos, alteração de alíquotas etc.

Nesse aspecto, uma das disposições da LDO trata de assinalar os efeitos


que potenciais alterações tributárias (por meio de outras leis) podem ter
sobre a previsão de arrecadação, a constar da LOA. Portanto, não há influência
direta da LDO sobre as alterações da legislação tributária.

Em outros artigos, as LDO têm fixado um prazo máximo de cinco anos para os
efeitos de alterações tributárias que reflitam em renúncias de receita. Dessa
forma, verifica-se que a “atuação tributária” da LDO é acessória, instrumental,
sem tocar nas relações tributárias em si.

Além disso, a LDO deve trazer “linhas de conduta” para as agências de


fomento. Essas agências, em sua maioria, são bancos estatais, que terão
sua forma de intervenção no mercado baseadas, pelo menos em parte, naquilo
que a LDO houver estabelecido.

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A Lei de Responsabilidade Fiscal, para incrementar as iniciativas referentes a


seu tema principal – a responsabilidade na gestão das finanças públicas –,
estabeleceu normas em várias áreas da temática orçamentária. Isso
representou o acréscimo de algumas peças e funções à LDO.

Por fim, a LDO cumpre um importante papel quanto ao preenchimento de


cargos nos órgãos e entidades públicas, bem como quanto a outros fatores que
levam ao aumento da despesa com pessoal. Leia o trecho abaixo:

Art. 169, § 1º - A concessão de qualquer vantagem ou aumento de


remuneração, a criação de cargos, empregos e funções ou alteração de
estrutura de carreiras, bem como a admissão ou contratação de pessoal, a
qualquer título, pelos órgãos e entidades da administração direta ou indireta,
inclusive fundações instituídas e mantidas pelo poder público, só poderão ser
feitas:

I - se houver prévia dotação orçamentária suficiente para atender às projeções


de despesa de pessoal e aos acréscimos dela decorrentes;

II - se houver autorização específica na lei de diretrizes orçamentárias,


ressalvadas as empresas públicas e as sociedades de economia mista.

Como isso cai na prova?

18. (CESGRANRIO/CONTADOR/ANP/2008) São considerados instrumentos de


planejamento público a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a Lei do
Orçamento Anual (LOA). Os objetivos fundamentais da LDO são:

(A) definir os limites orçamentários dos poderes Executivo, Legislativo e


Judiciário, e dos programas de trabalho em que esses poderes podem operar;
determinar as esferas de ação de cada poder evitando conflito de interesses;
definir normas de concessão e vantagens para servidores públicos e
comissionados.

(B) determinar os recursos gastos em pessoal, manutenção dos


programas de trabalho e créditos especiais desde que definidos em lei; ordenar

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alocações orçamentárias destinadas a despesas correntes e de capital; definir


política de aplicação de recursos aos órgãos de apoio à população carente.

(C) identificar as necessidades de recursos humanos, materiais, de


equipamentos e de tecnologia para atender aos programas de trabalho
definidos em lei; determinar o ritmo da ação anual visando à realização dos
objetivos definidos em lei; promover uma ação eficaz no uso de recursos
públicos para atender os principais anseios da população.

(D) orientar a execução dos recursos destinados a cobrir os gastos para


atender às necessidades da população; definir os limites das alterações
realizadas na legislação tributária; estabelecer a política de aplicação de
recursos das fundações e entidades sem fins lucrativos.

(E) orientar a elaboração da lei orçamentária anual, bem como sua


execução; dispor sobre as alterações na legislação tributária; estabelecer a
política de aplicação das agências oficiais de fomento.

19. (FCC/ANALISTA/TCE-GO/2009) O Ministério Público elaborará sua


proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes
orçamentárias e, caso encaminhada em desacordo com esses limites,
caberá ao Poder Executivo proceder aos ajustes necessários para fins de
consolidação da proposta orçamentária anual.

20. (CESPE/CONTADOR/IPAJM-ES/2010) As leis que criem ou majorem


tributos devem ser aprovadas até a aprovação da lei de diretrizes
orçamentárias (LDO).

21. (FCC/ANALISTA/TCE-AM/2008) A contratação de pessoal pelos órgãos e


entidades da administração, inclusive empresas públicas e sociedades de
economia mista, somente poderá ser feita se houver prévia dotação
orçamentária suficiente e autorização específica na lei de diretrizes
orçamentárias.

Das opções da questão 18, a última é a que reproduz o conteúdo constitucional


determinado para a LDO (art. 165, § 2º). Gabarito: E.

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A questão 19 reflete a obediência que deve haver à LDO quando da preparação


das propostas orçamentárias setoriais (no caso, destacando-se a situação
relativa às unidades externas ao Poder Executivo). Questão CERTA.

A questão 20 está ERRADA. Como vimos, não há influência direta da LDO


sobre a legislação tributária e suas alterações.

A questão 21 está ERRADA. No tocante ao papel autorizativo da LDO sobre a


contratação de pessoal e o aumento de remuneração dos servidores públicos,
não são alcançadas as empresas públicas e sociedades de economia mista (art.
169, § 1º, inc. II).

Lei Orçamentária Anual

Para falar da LOA em si, partiremos de alguns trechos da Lei 4.320/64 e da


Constituição de 1988.

Começamos, então, com a Lei:

Art. 2° A Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa de


forma a evidenciar a política econômica financeira e o programa de trabalho
do Govêrno, obedecidos os princípios de unidade universalidade e anualidade.

Um ponto a se destacar inicialmente é que a evidenciação da “política


econômica e financeira” e do “programa de trabalho do governo”, até hoje, é
realizada pela LOA, apesar de não ser estabelecida por ela.

Atualmente, como já comentamos, o PPA é a lei orçamentária de maior


importância e abrangência, e, por isso mesmo, é ele quem reflete as
escolhas políticas e econômicas do governo, além de constituir o “programa de
trabalho” do governo em si.

E a composição “física” da LOA, como é?

Ao comentarmos o princípio orçamentário da unidade/totalidade, já


ressaltamos que a LOA é, na verdade, um conjunto de orçamentos. Vamos
rever o trecho constitucional que trata disso:

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Art. 165, § 5º - A lei orçamentária anual compreenderá:

I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e


entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e
mantidas pelo Poder Público;

II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou


indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto;

III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos


a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e
fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público.

Tratemos então desses itens individualmente.

O orçamento fiscal é o “orçamento geral”, por natureza. A palavra “fiscal”,


resgatando a informação lá do Direito Tributário, diz respeito a “recursos
obtidos pelo Estado”. Por exemplo, um tributo fiscal tem por objetivo,
primordialmente, a obtenção de receita. Um tributo extrafiscal nasceria com
intenções para além desta – embora também envolvesse a obtenção de
receita.

Então, o orçamento fiscal abrange os gastos gerais e as receitas sem


arrecadação vinculada com as quais o governo conta. A maior parte dos
programas instituídos pela LOA encontra-se nesse item.

Portanto, ações variadas, que vão desde segurança alimentar, passando por
favorecimento a ciência e tecnologia, aquisição de equipamentos militares, até
distribuição de renda direta à população por meio de bolsas etc., tudo isso
constará do orçamento fiscal, reforçando esse caráter generalista ao qual nos
referimos.

O orçamento da seguridade social, como indica seu nome, é restrito a


receitas e despesas relativas à área da seguridade social. Conforme a
Constituição, essa denominação abrange a saúde, a previdência social e a
assistência social. Para assegurar que os recursos permaneçam vinculados a
essas subáreas tão importantes, até um “perfil orçamentário” à parte foi criado
pela CF/88.

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A proibição do desvio de finalidade na aplicação de recursos da seguridade


social consta do art. 167, inc. XI:

Art. 167. São vedados:

(...)

XI - a utilização dos recursos provenientes das contribuições sociais de que


trata o art. 195, I, a, e II, para a realização de despesas distintas do pagamento
de benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201.

A intenção aqui é garantir que o regime geral de previdência (que faz


parte da seguridade) não seja dilapidado para favorecimento de outras
despesas.

Apesar da separação entre ambos, o orçamento da seguridade tem


características muito semelhantes às do orçamento fiscal, tanto que
diversos documentos do governo referem-se aos dois como se constituíssem
uma unidade, exceto pelo fato de o orçamento da seguridade ter esse
caráter de especialização.

Inclusive, há críticas na doutrina quanto a essa junção dos dois


orçamentos,o fiscal e o da seguridade social, com a argumentação de
que não resta muito clara a divisão dos recursos e ações que pertencem
a cada um deles.

Por fim, o orçamento de investimento das estatais, como é conhecido, diz


respeito às aplicações de recursos no capital social de empresas das quais a
União, direta ou indiretamente, detenha maioria do capital social com
direito a voto – ou seja, são empresas em que a União tem supremacia no
tocante a decisões sobre sua atuação. Encontram-se nesse grupo tanto
empresas públicas quanto sociedades de economia mista.

Idealmente, as empresas estatais, por sua natureza de direito privado e sua


atuação geradora de receitas, não precisariam de recursos públicos para
sua manutenção. Aquelas que se enquadram nessa descrição, ou estatais
independentes, estarão beneficiadas pelo orçamento público apenas no

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âmbito do orçamento de investimento, ou seja, receberão recursos,


normalmente, para reforço da participação da União em seu capital
social, a título de investimento, como diz o nome da peça.

Por outro lado, empresas estatais cuja atividade não resulte em recursos
suficientes que as permitam se manter sozinhas (estatais dependentes),
necessitando de transferências de recursos públicos para suas atividades
de custeio e de investimento “normais”, aparecerão beneficiadas por ações
dos orçamentos fiscal e da seguridade, conforme o caso.

Para fechar o ponto, a Constituição determina que o orçamento fiscal e o


orçamento de investimento das estatais desempenhem a função de
reduzir desigualdades interregionais, segundo critério populacional (art.
165, § 7º). Assim, desde a formulação até sua execução, esses dois
orçamentos deverão ser pautados pela alocação de recursos moldada
pelos diferentes estágios de desenvolvimento apresentados pelas regiões
do país, em nome de uma situação socioeconômica mais equilibrada.

O orçamento da seguridade não poderia, por sua própria natureza, atuar


nesse sentido, já que as ações da seguridade social têm como
característica o atendimento universal (art. 194, parágrafo único, inc. I).
Assim, não se pode, com essa peça orçamentária, privilegiar certa região
em detrimento de outra.

Mais um trecho interessante para a leitura:

Art. 165, § 6º - O projeto de lei orçamentária será acompanhado de


demonstrativo regionalizado do efeito, sobre as receitas e despesas, decorrente
de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira,
tributária e creditícia.

Esses termos (isenções, anistias etc.) referem-se a incentivos que o ente


público pode conceder a atores econômicos, sob a forma tributária (ou
simplesmente “incentivos fiscais”), financeira ou creditícia (facilitação de
crédito ou perdão de dívidas de certa categoria de produtores, por exemplo).

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Ações dessa espécie incorrem, normalmente, em diminuição da receita do


ente público (o nome técnico é “renúncia de receita”), o que demonstra o
caráter orçamentário desses incentivos. E, por se referirem à receita
pública, essas ações de incentivo devem ser demonstradas na LOA.

Por fim, outro aspecto do conteúdo da LOA segue abaixo:

Art. 165, § 8º - A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à


previsão da receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a
autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de
operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei.

Esse dispositivo traz duas exceções ao princípio orçamentário da


exclusividade, como já vimos. Entretanto, fica evidente que essas exceções
também se referem a finanças governamentais, não saindo tanto do roteiro
obrigatório da LOA (previsão de receitas – fixação de despesas).

Como isso cai na prova?

22. (FGV/AUDITOR/TCM-PA/2008) O projeto de lei orçamentária será


acompanhado de demonstrativo regionalizado do efeito, sobre as receitas
e despesas, decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios e
benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia.

23. (CESGRANRIO/ANALISTA/FINEP/2011) De acordo com o § 7º do art. 165


da Constituição Federal de 1988 e suas atualizações, uma das funções dos
orçamentos previstos na Lei Orçamentária Anual (LOA) é a de reduzir as
desigualdades inter-regionais. O orçamento que está EXCLUÍDO desse
propósito é o

(A) econômico

(B) fiscal

(C) plurianual

(D) da seguridade social

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(E) de investimento das empresas estatais

24. (CESGRANRIO/ANALISTA/IBGE/2010) De acordo com o disposto na atual


Constituição da República Federativa do Brasil, a lei orçamentária anual
contempla os seguintes orçamentos:

(A) participativo, previdenciário e atuarial.

(B) misto, derivado e legislativo.

(C) plurianual, monetário e de investimentos.

(D) previdenciário, monetário e social.

(E) fiscal, da seguridade social e de investimento das estatais.

25. (FCC/ANALISTA/TRF-05/2008) O orçamento da seguridade social


compreende todas as despesas com as funções saúde, assistência social,
previdência e educação.

26. (FCC/ANALISTA/TRF-05/2008) O orçamento de investimentos das


empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do
capital social com direito a voto abrange todas as receitas e despesas de
tais empresas.

27. (CESGRANRIO/CONTADOR/BNDES/2009) A Lei de Diretrizes


Orçamentárias compreende as metas e prioridades da administração,
incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subsequente.
A Lei Orçamentária Anual obedecerá à orientação da Lei de Diretrizes
Orçamentárias e compreenderá:

• orçamento fiscal;

• orçamento de investimentos das empresas estatais;

• orçamento de seguridade social.

O orçamento fiscal demonstrará a ação governamental referente à(aos)

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(A) identificação das necessidades de curto prazo das entidades de


economia mista e autarquias vinculadas ao sistema financeiro nacional, bem
como aos órgãos de seguridade social.

(B) União, aos Estados e aos Municípios, seus fundos, órgãos e entidades
da administração direta e indireta, aos investimentos das empresas e aos
órgãos, fundos e entidades vinculados ao sistema de seguridade social.

(C) poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, seus fundos, órgãos e


entidades da administração direta e indireta, excluídos os investimentos das
empresas e os órgãos, fundos e entidades vinculados ao sistema de seguridade
social.

(D) órgãos responsáveis pela saúde, previdência social e assistência


social, tendo em vista as metas e prioridades estabelecidas na Lei de Diretrizes
Orçamentárias, assegurada a cada área a gestão de seus recursos.

(E) órgãos responsáveis pela saúde, previdência social e assistência


social, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta,
excluídos os investimentos das empresas e as aplicações financeiras de curto
prazo.

Na questão 22, há uma simples reprodução do dispositivo constitucional


destacado anteriormente. Questão CERTA.

Na questão 23, o orçamento que não se reserva à redução de desigualdades


inter-regionais é o da seguridade social, área que deve se pautar pelo
atendimento isonômico e universal. Gabarito: D.

A questão 24 é simples, de decoreba da lei seca: os orçamentos que compõem


a LOA são o fiscal, o da seguridade e o de investimento das estatais. Gabarito:
E.

Na questão 25, o enunciado lista as áreas contempladas pelo orçamento da


seguridade social, e que são responsáveis pela elaboração da respectiva
proposta, mas erra ao incluir a educação nesse rol. Questão ERRADA.

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O orçamento de investimento das estatais, como indica sua denominação,


abrange apenas os recursos transferidos pela União a tais empresas e a
aplicação correspondente. Assim, as receitas e despesas próprias das estatais
não são demonstradas no orçamento de investimento. A questão 26 está
ERRADA.

Na questão 27, para nos lembrarmos da abrangência do orçamento fiscal,


podemos excluir, de imediato, as opções que dizem respeito à área da
seguridade social e de investimento das estatais. Com isso, eliminamos as
letras A, B, D e E. Assim, resta como gabarito a alternativa C.

Vedações constitucionais relativas ao orçamento

O art. 167 da CF/88 traz algumas vedações que devem ser observadas no
tocante ao orçamento. As provas de concursos têm verdadeira fixação por
elas; assim, vale examiná-las e memorizá-las com especial ênfase.

Algumas dessas vedações já foram vistas anteriormente, e outras serão mais


bem assimiladas posteriormente. Estudaremos agora aquelas aplicáveis
diretamente à lei orçamentária.

Art. 167. São vedados:

I - o início de programas ou projetos não incluídos na lei orçamentária anual;

Esse dispositivo tem uma preocupação meio que operacional.

A delimitação das ações do governo para atingir seus objetivos resulta na lista
de programas do PPA, que fornece, por sua vez, o “roteiro”, ou o “cardápio”,
para as leis orçamentárias anuais.

Cabe à LOA, depois da priorização feita pela LDO, distribuir previsões de


recursos anuais para aplicação nos programas previstos no PPA. Portanto,
pode haver situações em que programas do PPA não estejam previstos na
LOA corrente, a depender das prioridades estabelecidas na LDO.

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Nesse caso, o programa não incluído na LOA não poderá ser executado.
Atualmente, no âmbito do governo federal, com a execução orçamentária
totalmente informatizada, desobedecer a essa vedação nem é possível, pelo
simples fato de não se poder dirigir recursos a um código de programa
inexistente no orçamento anual.

Portanto, a inclusão de programas e ações na LOA é condição prévia para sua


execução orçamentária.

II - a realização de despesas ou a assunção de obrigações diretas que excedam


os créditos orçamentários ou adicionais;

Nesse ponto, procura-se evitar que as obrigações do ente público assumam


proporções superiores ao orçamento aprovado.

As atividades de planejamento prévio e de acompanhamento da execução do


orçamento também colaboram nesse sentido, de modo a evitar situações de
inadimplência e endividamento descontrolado.

Essa vedação tem a ver também com o já estudado princípio orçamentário


do equilíbrio, que milita a favor da manutenção de uma boa situação
financeira pelo ente público.

VI - a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma


categoria de programação para outra ou de um órgão para outro, sem prévia
autorização legislativa;

Há autores que enxergam nesse dispositivo um novo princípio orçamentário: o


princípio da proibição do estorno.

Existe uma unanimidade na doutrina: ninguém sabe o que vêm a ser


realmente “transposição”, “remanejamento” ou “transferência”, rsrsrs.
Idealmente, esses conceitos deveriam ser esclarecidos numa lei
complementar, como a aguardada lei de finanças públicas que substituirá a Lei
4.320/64.

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Assim, atualmente, há apenas posicionamentos não muito consolidados sobre


o assunto.

Para não ficarmos no “vácuo”, vale a pena considerar um


posicionamento não tão definitivo, que tem aparecido nas Leis de
Diretrizes Orçamentárias: essas modificações no orçamento inicialmente
aprovado se dariam em situações como extinção, transformação,
desmembramento de órgãos e entidades, ou alteração de suas
competências.

Com isso, não podendo ser executadas pelas unidades previstas


inicialmente, algumas dotações orçamentárias seriam destinadas a
outras unidades, por meio dos tais mecanismos de transposição,
remanejamento e transferência. Mas a LDO não estabelece o significado
desses conceitos.

Não há muito problema com essa indefinição, já que as provas cobram


basicamente a reprodução do inciso VI. Assim, preste atenção na
exceção à vedação: é possível, com prévia autorização legislativa,
promover transposição, remanejamento ou transferência de recursos.

VII - a concessão ou utilização de créditos ilimitados;

Como já ficou bastante claro, o orçamento público, apesar de ter se tornado


bem mais complexo do que à época de seu nascimento, continua
representando uma forma de controle da ação executiva do governo por
parte do Poder Legislativo. Essa atuação de controle ganha feições em vários
princípios orçamentários, como vimos também.

Pois bem, para que os recursos sejam bem controlados, uma despesa não
pode contar com um “lastro infindável”, com dinheiro à vontade, para que seja
executada. Até em nome do planejamento e da eficiência, é necessário
dimensionar as atividades e investimentos públicos a partir de certa

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disponibilidade financeira. E isso deve envolver também a definição da


finalidade da despesa, para atender ao princípio da discriminação. A
sociedade e seus representantes precisam ser informados sobre o que o
governo pretende atingir com os gastos autorizados na LOA.

VIII - a utilização, sem autorização legislativa específica, de recursos dos


orçamentos fiscal e da seguridade social para suprir necessidade ou cobrir
déficit de empresas, fundações e fundos, inclusive dos mencionados no art.
165, § 5º;

Como princípio, os recursos públicos não serviriam para socorrer entidades que
viessem a assumir um nível crítico de endividamento. Afinal, como visto,
há diversas demandas sociais que exigem a aplicação de recursos, e redimir
administrações não muito responsáveis, por exemplo, não seria uma
prioridade, diante dessas necessidades sociais.

Entretanto, o inciso acima permite que autorização legislativa específica


conceda a aplicação de recursos públicos para “salvar” empresas, fundações e
fundos de seu endividamento. Assim, ficaria a cargo do principal controlador
do orçamento – o Legislativo – a incumbência de permitir, diante das
circunstâncias do caso, esse socorro à entidade deficitária.

Como isso cai na prova?

28. (FCC/APOFP/SEFAZ-SP/2010) A transposição, o remanejamento ou a


transferência de recursos de uma categoria de programação para outra,
ou de um órgão para outro, poderá ser realizada sem prévia autorização
legislativa, desde que seja definida como prioridade pela Lei de Diretrizes
Orçamentárias.

29. (FCC/INSPETOR/TCM-CE/2010) Ao dispor sobre finanças públicas, a


Constituição da República autoriza o início de programas ou projetos não
incluídos na lei orçamentária anual, mediante prévia autorização do
Presidente da República.

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30. (FCC/ANALISTA/TRT-16/2009) É vedada pelo art. 167 da Constituição


Federal a utilização, com autorização legislativa específica, somente de
recursos dos orçamentos da seguridade social para suprir necessidades ou
cobrir déficits de empresas, fundações e fundos, inclusive os mencionados
no art. 165, § 5º.

31. (CESPE/CONTADOR/IPAJM-ES/2010) É vedado incluir na LOA autorização


para operações de crédito por antecipação de receita.

A questão 28 está ERRADA. Tratamos da vedação à transposição, ao


remanejamento e à transferência de recursos entre categorias de
programação, e vimos ser necessária, sempre, a autorização legislativa prévia.
A indicação, pela LDO, de certa despesa como prioritária não atende a essa
condição.

O art. 167, inc. I, veda o início de programas ou projetos não incluídos na LOA.
Não há previsão para “autorização do Presidente” que possa substituir a
autorização legal. A questão 29 está ERRADA.

A questão 30 embanana o meio de campo: com autorização legislativa


específica, pode-se utilizar recursos do orçamento fiscal e da seguridade para
suprir necessidades ou cobrir déficits dos entes citados. O enunciado não fez
menção, também, ao orçamento fiscal. Questão ERRADA.

Por fim, a questão 31 “passa por cima” de uma das exceções permitidas ao
princípio da exclusividade da LOA. Questão ERRADA.

CRÉDITOS ADICIONAIS

Em nosso estudo, vamos separar os créditos orçamentários “originais”,


que são os autorizados pela própria LOA, dos créditos autorizados por atos
posteriores a ela (créditos adicionais), que vêm corrigir ou ampliar sua
abrangência quanto às despesas autorizadas.

Assim, para um tratamento bem simples e introdutório do assunto, créditos


adicionais surgem quando os créditos orçamentários originais (os autorizados

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na LOA) não são suficientes para atender as demandas por recursos no


exercício.

Nesse sentido, o ponto de partida para o estudo dos créditos adicionais está na
Lei 4.320/64. Leia abaixo:

Art. 40. São créditos adicionais as autorizações de despesa não computadas ou


insuficientemente dotadas na Lei de Orçamento.

Ao tratar de créditos adicionais, pensamos em situações nas quais os recursos


autorizados para realizar despesas fixadas na LOA podem se mostrar
insuficientes no momento da execução, pela constatação de que as despesas
necessárias são maiores do que o estimado.

Por outro lado, durante o exercício financeiro, podem surgir necessidades


novas, que se traduzem em despesas novas para serem atendidas pelo ente
público. Como essas despesas não constam do orçamento, faz-se necessário
emitir novas autorizações de gastos, que podem substituir os créditos originais
ou se acrescentar a eles.

Vale ressaltar que, à semelhança dos demais projetos de substância


orçamentária, os créditos adicionais também são de iniciativa do Poder
Executivo, que os encaminha ao Poder Legislativo para apreciação.

Vamos desenvolver nosso estudo sobre as características dos créditos


adicionais nos tópicos seguintes.

Como isso cai na prova?

32. (FCC/PROCURADOR/TCE-CE/2006) Ao regular o processo legislativo


orçamentário, a Constituição Federal dispõe que os projetos de lei
relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias e aos créditos
adicionais são

(A) de iniciativa do Poder Executivo ou de qualquer membro do Poder


Legislativo, de suas mesas ou comissões.

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(B) de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, com base em parecer


técnico do Tribunal de Contas da União.

(C) de iniciativa conjunta dos chefes dos Poderes Executivos da União,


Estado, Distrito Federal e Municípios, concorrendo com os Poderes Legislativos
dos entes federados.

(D) de iniciativa do Poder Executivo, o qual não poderá ser objeto de


medida provisória.

(E) apresentados por um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos


Deputados ou do Senado Federal.

33. (CESGRANRIO/ANALISTA/FINEP/2011) Segundo a Lei nº 4.320/1964, as


autorizações de despesa não computadas ou insuficientemente dotadas na
Lei de Orçamento são denominadas

(A) empenhos

(B) restos a pagar

(C) créditos adicionais

(D) créditos de melhoria

(E) suplementação orçamentária

34. (FCC/ANALISTA/TRT-02/2008) A aprovação de abertura de créditos


adicionais será feita exclusivamente no Senado da República, por maioria
simples.

Sobre a questão 32, como todos os projetos de matéria orçamentária, a


iniciativa relativa aos créditos adicionais também é exclusiva do Chefe do
Executivo. A impossibilidade de se utilizar medida provisória em matéria
orçamentária tem uma exceção, como detalharemos adiante: trata-se da
abertura de créditos extraordinários, como indicado na própria CF/88.
Gabarito: D.

Na questão 33, feita para animar os candidatos na prova, o enunciado diz


respeito aos créditos adicionais. Gabarito: C.

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A questão 34 está ERRADA. Como o trâmite legislativo dos créditos adicionais


também obedece ao padrão das matérias orçamentárias, sua
apreciação/aprovação se dá no âmbito do Congresso Nacional, trabalhando
como casa legislativa específica (apreciação na Comissão Mista – votação no
Plenário do Congresso).

Espécies de créditos adicionais

Também consta da Lei 4.320/64 a listagem das espécies de créditos


adicionais:

Art. 41. Os créditos adicionais classificam-se em:

I - suplementares, os destinados a reforço de dotação orçamentária;

II - especiais, os destinados a despesas para as quais não haja dotação


orçamentária específica;

III - extraordinários, os destinados a despesas urgentes e imprevistas, em caso


de guerra, comoção intestina ou calamidade pública.

Como visto no inciso I, os créditos suplementares servem tão somente para


reforçar a dotação autorizada na LOA. Portanto, nessa situação, já existe a
despesa autorizada, mas em quantitativo insuficiente.

Essa identidade entre os créditos suplementares e os “créditos


originais” da lei orçamentária (já que ambos se referem às mesmas
despesas) é que permite à LOA autorizar, antecipadamente, a abertura dos
créditos suplementares, como já falamos (exceção ao princípio da
exclusividade). É como se a LOA autorizasse antecipadamente sua própria
“expansão”, em certos pontos.

Os créditos especiais se destinam a despesas não previstas no orçamento


(ou, como diz a Lei, para as quais não haja dotação orçamentária específica).
Quando da elaboração do orçamento, ainda não se tinha evidenciado a
necessidade que deverá então ser atendida.

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Essas duas espécies de créditos adicionais, os suplementares e especiais,


devem ser autorizados por lei e abertos por decreto executivo.

Além disso, necessitam da existência de recursos disponíveis para suportar


suas despesas, e sua abertura deve ser precedida de exposição justificativa,
ou seja, da demonstração da necessidade de uma nova autorização de
despesa. Isso está disciplinado na Lei 4.320/64:

Art. 43. A abertura dos créditos suplementares e especiais depende da


existência de recursos disponíveis para ocorrer a despesa e será precedida de
exposição justificativa.

A CF/88 também refletiu essas exigências:

Art. 167. São vedados:

(...)

V - a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia autorização


legislativa e sem indicação dos recursos correspondentes; (...)

Vamos agora adentrar a certas especificidades dos créditos extraordinários.

Para estabelecer um contraponto com os outros já vistos, tanto para reforçar


dotações da LOA (créditos suplementares) quanto para atender a necessidades
não previstas no orçamento, durante o exercício (créditos especiais), é preciso
ter autorização legal, bem como recursos disponíveis.

Entretanto, essas condições mais rígidas se aplicam apenas aos créditos


suplementares e especiais. Para os créditos extraordinários, que se
caracterizam por atender a despesas urgentes e imprevisíveis, como dispõe
a CF/88, o processo é bem mais flexível. Afinal, as situações às quais os
créditos extraordinários devem atender primam pela urgência, como já
ressaltamos.

A diferenciação entre os créditos especiais e os extraordinários reside


principalmente na urgência que envolve a realização das respectivas
despesas. Os créditos extraordinários, segundo a CF/88, servem para
atender a “despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de

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guerra, comoção interna ou calamidade pública” (art. 167, § 3º), e os


especiais, conforme a Lei 4.320/64, são “destinados a despesas para as
quais não haja dotação orçamentária específica” (art. 41, inc. II).

Um alerta é necessário nesse ponto. Na Lei 4.320/64, as situações


justificadoras da abertura dos créditos extraordinários compunham uma lista
fechada, ou “rol exaustivo”, como dizem os tratadistas. Veja só:

Art. 41. Os créditos adicionais classificam-se em:

(...)

III - extraordinários, os destinados a despesas urgentes e imprevistas, em caso


de guerra, comoção intestina ou calamidade pública.

Agora, compare esse trecho com a atual redação da CF/88:

Art. 167, § 3º - A abertura de crédito extraordinário somente será admitida


para atender a despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de
guerra, comoção interna ou calamidade pública, observado o disposto no art.
62.

Destaquei a conjunção “como” para ressaltar que a CF/88 abriu esse leque.
Agora ele é exemplificativo, ou seja, cabe ao Poder Executivo, responsável
pela abertura dos créditos extraordinários, decidir quais situações são
comparáveis a guerra, comoção interna ou calamidade pública.

Inclusive, têm havido críticas diversas ao Poder Executivo nos últimos anos,
justamente pela abertura de créditos extraordinários que não apresentariam,
em tese, as características de urgência e imprevisibilidade necessárias.

Bom, retomando a linha de raciocínio, diferentemente dos suplementares e


especiais, os créditos extraordinários não necessitam de prévia
autorização legal. Sua abertura, conforme a CF/88, se dá por medida
provisória, no caso dos entes federados que tenham previsto essa
espécie normativa em sua Constituição ou Lei Orgânica.

No caso dos Estados ou Municípios que não tenham instituído a medida


provisória, a abertura do crédito extraordinário se dá por decreto executivo

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(art. 44 da Lei 4.320/64). Em qualquer caso, entretanto, exige-se a imediata


comunicação do ato ao Poder Legislativo.

A exigência da indicação de disponibilidade de recursos também não é


observada no caso dos créditos extraordinários. Enquanto que, no caso dos
suplementares e especiais, é necessário discriminar as fontes de recursos que
suportarão a abertura do crédito, o ato que abrir o crédito extraordinário pode,
simplesmente, omitir essa informação.

Não obstante, na esfera federal, tem-se a praxe de indicar, nas medidas


provisórias que abrem créditos extraordinários, a origem das disponibilidades.

Como isso cai na prova?

35. (FGV/ANALISTA/MIN. CULTURA/2006) Os créditos suplementares são


aqueles destinados a reforçar dotações orçamentárias, cuja abertura
depende da existência de recursos disponíveis e precedida de exposição
justificativa.

36. (CESGRANRIO/CONTADOR/ANP/2005) Os créditos adicionais são


autorizações de despesas não computadas ou insuficientemente dotadas
na lei do orçamento e classificam-se em:

(A) suplementares, especiais e extraordinários.

(B) complementares, subordinados e temporários.

(C) integrais, parciais e especiais.

(D) empenhados, lançados e liquidados.

(E) autorizados, extraordinários e cíclicos.

37. (FCC/ANALISTA/TRT-23/2007) Os créditos adicionais especiais

(A) destinam-se ao reforço de dotação orçamentária já existente.

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(B) somente têm vigência no exercício financeiro em que forem


autorizados.

(C) têm por objetivo atender a despesas urgentes e imprevisíveis.

(D) independem da prévia existência de recursos para financiar o gasto.

(E) devem ser autorizados por lei e abertos por decreto do Poder
Executivo.

38. (FCC/TÉCNICO/TCM-PA/2010) Em relação à Lei Orçamentária Anual (LOA)


de um governo estadual é correto afirmar que a autorização para abertura
de créditos adicionais especiais poderá ser incluída na LOA.

39. (CESGRANRIO/CONTADOR/ANP/2008) Créditos adicionais são


autorizações de despesas não computadas ou insuficientemente dotadas
na Lei do Orçamento. Os créditos adicionais destinados ao atendimento de
despesas decorrentes de guerras, comoção interna ou calamidade pública
são denominados créditos

(A) especiais

(B) irrefutáveis

(C) extraordinários

(D) super-especiais

(E) complementares

40. (CESGRANRIO/CONTADOR/CAPES/2008) Os créditos adicionais são


autorizações de despesas não computadas ou insuficientemente dotadas
na lei do orçamento. Dentre os créditos adicionais, aquele que é aberto
por meio de medida provisória do Poder Executivo e submetido ao
Congresso Nacional que, estando em recesso, é convocado
extraordinariamente, é o crédito

(A) extraordinário.

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(B) emergencial.

(C) especial.

(D) suplementar.

(E) contingencial.

Na questão 35, foram listadas apropriadamente diversas características dos


créditos suplementares. Questão CERTA.

Na questão 36, muito tranquila para resolução, os tipos de créditos adicionais


são os suplementares, os especiais e os extraordinários. Gabarito: A.

Na questão 37, as alternativas A e C referem-se, respectivamente, aos créditos


suplementares e extraordinários; a letra B contraria a permissão constitucional
de reabertura dos créditos especiais; e a letra D afronta a determinação da Lei
4.320/64 a respeito da existência de recursos disponíveis para a abertura dos
créditos especiais. Gabarito: E.

Como os créditos especiais dizem respeito a despesas não previstas no


orçamento, não há como a LOA trazer uma autorização prévia para sua
abertura. Sempre será necessário, nesse caso, a edição de uma nova lei
especial. A questão 38 está ERRADA.

Na questão 39, os créditos adicionais destinados a atender situações limítrofes,


como guerras e calamidades são os extraordinários. Gabarito: C.

Sobre a questão 40, o único tipo de crédito adicional que pode ser aberto por
medida provisória (e que, por isso, induz a convocação extraordinária do
Congresso, caso esteja em recesso) é o extraordinário. Gabarito: A.

Autorização/abertura de créditos adicionais

Para sistematizar as diferenças de autorização/abertura dos tipos de créditos


adicionais, vamos observar alguns pontos. Começando pelos suplementares e
especiais:

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Art. 42. Os créditos suplementares e especiais serão autorizados por lei e


abertos por decreto executivo.

Assim, para início de conversa, a autorização da abertura de um crédito


suplementar ou especial é um ato do Poder Legislativo, e a abertura em si,
um ato do Executivo (mesmo quando os créditos se destinam aos outros
Poderes).

Uma pergunta curiosa: e os créditos extraordinários, que são instituídos por


apenas um ato (medida provisória ou decreto, conforme o caso), são
autorizados E abertos?

Se fizermos uma leitura atenta da Lei 4.320/64, veremos que ela ao tratar da
autorização/abertura dos créditos, fez uma separação bem nítida entre os
tipos. Compare o art. 42 acima com o seguinte:

Art. 44. Os créditos extraordinários serão abertos por decreto do Poder


Executivo, que deles dará imediato conhecimento ao Poder Legislativo.

Portanto, para os créditos extraordinários, tecnicamente, não existe ato de


autorização, mas apenas de abertura. Isso reforça o que dissemos
anteriormente, que a autorização é um ato típico do Legislativo. A medida
provisória e o decreto são atos do Executivo.

NOVIDADE IMPORTANTE

Como se vê, tradicionalmente, eram necessários os dois atos para que os


créditos suplementares e especiais fossem instituídos. Entretanto, há
algum tempo, as Leis de Diretrizes Orçamentárias vêm trazendo uma
disposição para simplificar o procedimento: a autorização e a abertura
do crédito adicional se darão pelo mesmo ato (no caso, a lei).

Veja essa modificação no comparativo entre as ementas das seguintes


leis:

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LEI Nº 8.839, DE 27 DE DEZEMBRO DE 1993. Autoriza o Poder Executivo a


abrir aos orçamentos da União, em favor da Justiça Federal, da Justiça
Militar, da Justiça Eleitoral e da Justiça do Trabalho, créditos adicionais
até o limite de CR$2.064.198.142,00, para os fins que especifica.

LEI Nº 12.185, DE 29 DE DEZEMBRO DE 2009. Abre aos Orçamentos Fiscal


e da Seguridade Social da União, em favor da Câmara dos Deputados, do
Senado Federal, das Justiças Federal, Eleitoral e do Trabalho, da
Presidência da República, do Ministério Público da União e do Ministério
da Pesca e Aquicultura, crédito especial no valor global de R$
293.272.036,00, para os fins que especifica, e dá outras providências.

Como essa é uma “novidade” da matéria orçamentária, em detrimento


da abordagem tradicional, vale a pena guardar a informação com
cuidado.

Outra característica da abertura dos créditos adicionais consta da redação do


art. 46 da Lei 4.320/64:

Art. 46. O ato que abrir crédito adicional indicará a importância, a espécie do
mesmo e a classificação da despesa, até onde for possível.

Assim, o crédito adicional, ao ser aberto, terá certa disponibilidade


quantificada de recursos atribuída a si, deverá ser classificado como
pertencente a uma das três espécies aqui tratadas e deverá trazer a
classificação da despesa, em nome do princípio da discriminação.

Como isso cai na prova?

41. (FCC/INSPETOR/TCE-MG/2007) A abertura dos créditos suplementares e


especiais é autorizada por decreto executivo.

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42. (FCC/INSPETOR/TCE-MG/2007) O ato que abrir crédito adicional não


precisa indicar a classificação da despesa e a importância correspondente.

43. (FCC/ANALISTA/TRT-02/2008) Em caso de abertura de créditos


extraordinários, há necessidade de indicação da importância, espécie dos
créditos e classificação da despesa.

44. (FCC/PROCURADOR/TCE-RR/2008) Os créditos extraordinários serão


abertos por decreto do Poder Executivo, que deles dará conhecimento ao
Poder Legislativo.

A questão 41 está ERRADA: a abertura dos créditos suplementares e especiais


é autorizada por lei. A abertura em si se dá mediante decreto, conforme a Lei
4.320/64.

A questão 42 também está ERRADA, contrariando frontalmente uma das


disposições da mesma Lei.

A regra reproduzida no enunciado da questão 43 se aplica a todas as espécies


de créditos adicionais. Questão CERTA.

A questão 44 trata da regra estabelecida na Lei 4.320/64 para a abertura dos


créditos extraordinários, que, como vimos, não foi superada pela nova
abordagem da CF/88 – apenas complementada. Questão CERTA.

Reabertura de créditos adicionais

Esse tópico vale a pena ser examinado e bem compreendido, porque é muito
cobrado em concursos.

O dispositivo legal aplicável ao assunto era este, da Lei 4.320/64:

Art. 45. Os créditos adicionais terão vigência adstrita ao exercício financeiro


em que forem abertos, salvo expressa disposição legal em contrário, quanto aos
especiais e extraordinários.

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Assim, a lei que autorizasse a abertura de um crédito especial, ou o ato que


abrisse crédito extraordinário, trataria da possibilidade de execução das
correspondentes despesas no exercício posterior ao da abertura.

Isso já é passado. Agora, aplica-se o entendimento da CF/88:

Art. 167, § 2º - Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no


exercício financeiro em que forem autorizados, salvo se o ato de autorização
for promulgado nos últimos quatro meses daquele exercício, caso em que,
reabertos nos limites de seus saldos, serão incorporados ao orçamento do
exercício financeiro subseqüente.

Perceba, primeiramente, que, em ambos os momentos, não se abordou a


possibilidade de os créditos suplementares serem executados em exercício
posterior. Por quê?

Lembra-se da identidade dos créditos suplementares com a própria LOA, de


que falamos antes? Para todos os fins, os créditos suplementares apenas
“retificam para mais” a LOA, ampliando os montantes da receita e da despesa.
Não são criadas despesas novas nesses casos.

Pensando assim, pode-se dizer que a prorrogação dos créditos suplementares


para exercícios posteriores equivaleria à transferência de um orçamento
anual para outro ano, o que desrespeitaria completamente o princípio da
anualidade orçamentária.

Muito bem, então deixemos bem assentado que essa prorrogação só se aplica
aos créditos especiais e extraordinários.

Assim, como regra, os créditos adicionais (todos eles) devem ser executados
no exercício de sua autorização. Todavia, caso algum crédito especial ou
extraordinário seja autorizado mais para o fim do ano (de setembro para
frente), já está permitida, pela CF/88, a reabertura do eventual saldo desse
crédito no outro exercício.

Como a Constituição deixa claro, esse saldo de crédito adicional será


absorvido pelo orçamento do exercício financeiro seguinte. Essa é a
razão para alguns teóricos classificarem essa transferência de créditos

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adicionais entre exercícios financeiros como exceção ao princípio da


anualidade.

Como isso cai na prova?

45. (FCC/ANALISTA/TRT-18/2008) Os créditos suplementares terão vigência


adstrita ao exercício financeiro em que forem abertos.

46. (FGV/ANALISTA/MIN. CULTURA/2006) Os créditos adicionais terão


vigência no exercício financeiro em que forem autorizados. No caso de a
autorização ser promulgada nos quatro últimos meses do exercício,
poderão ser reabertos, até o limite de seus saldos, e incorporados ao
exercício financeiro subsequente.

A questão 45 está CERTA. Apenas os créditos suplementares (além dos


originais, claro) sempre terão sua vigência limitada ao exercício de abertura.

A questão 46 está ERRADA: a reabertura dos créditos adicionais não se aplica


a todas suas espécies, como vimos ao tratar dos suplementares.

Fontes de recursos para créditos adicionais

Vejamos, mais uma vez, a Lei 4.320/64:

Art. 43, § 1º Consideram-se recursos para o fim deste artigo, desde que não
comprometidos:

I - o superávit financeiro apurado em balanço patrimonial do exercício


anterior;

II - os provenientes de excesso de arrecadação;

III - os resultantes de anulação parcial ou total de dotações orçamentárias ou


de créditos adicionais, autorizados em Lei;

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IV - o produto de operações de credito autorizadas, em forma que


juridicamente possibilite ao poder executivo realizá-las.

Além dessas fontes de recursos, devemos buscar outro normativo que trata do
tema, o Decreto-Lei 200/67:

Art. 91. Sob a denominação de Reserva de Contingência, o orçamento anual


poderá conter dotação global não especificamente destinada a determinado
órgão, unidade orçamentária, programa ou categoria econômica, cujos
recursos serão utilizados para abertura de créditos adicionais.

Portanto, temos cinco fontes de recursos para atender os créditos adicionais.


Vamos examiná-las.

Superávit financeiro. A primeira fonte citada pela Lei 4.320/64 é “o


superávit financeiro apurado em balanço patrimonial do exercício anterior”. O
superávit financeiro é a diferença entre o ativo financeiro (correspondente às
disponibilidades em moeda, principalmente) e o passivo financeiro
(obrigações para pagamento em curto prazo), calculada no balanço patrimonial
de dezembro passado. Dessa forma, pode-se considerar, grosso modo, o
superávit financeiro como recursos livres em caixa no início do ano.

Mas, para aproveitar os recursos do superávit financeiro na abertura de


créditos adicionais, ainda é necessário fazer alguns ajustes.

Acabamos de discutir a possibilidade de transferência de créditos


extraordinários e especiais para o orçamento do exercício seguinte, caso eles
tenham sido autorizados no decorrer dos últimos quatro meses do exercício.
OK, segure essa informação.

Para fechar o entendimento sobre o superávit, vou adiantar agora um ponto


sobre outra fonte de recursos para créditos adicionais: operações de crédito.
Isso mesmo, o governo pode pegar dinheiro emprestado para custear
créditos adicionais.

Assim, créditos especiais e extraordinários abertos com operações de crédito


podem ser executados apenas em parte, no exercício de origem, e ter seu
saldo transferido para absorção pelo orçamento subsequente. Com isso,
haverá um resto de despesa a executar e um resto de receita correspondente.

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Juntando todas as peças, podemos chegar à seguinte situação:

• num dado exercício, temos X de disponibilidade financeira, correspondente


ao superávit financeiro calculado em dezembro passado;

• ao final do ano, digamos que existam saldos de créditos especiais ou


extraordinários, ainda não executados, que serão integrados ao
orçamento corrente; esses saldos constituem despesas a realizar, que
chamaremos de Y;

• assuma que esses créditos especiais/extraordinários foram suportados por


operações de crédito;

• já que os créditos adicionais que se transferiram de exercício foram


abertos à conta de operações de crédito, então, no exercício que se
inicia, deve haver um saldo desses empréstimos ainda sem uso, e
que será empregado para execução completa dos créditos adicionais
correspondentes; essa sobra de receita de empréstimos nós chamaremos
de Z.

Considerando todo o exposto, a disponibilidade financeira para abertura de


créditos adicionais, em 2010, por exemplo, será calculada pela expressão [X –
Y + Z], em que consideramos o superávit financeiro de 2009, as despesas de
créditos adicionais transferidos e os recursos emprestados que as suportarão.

Nessa equação, o superávit e o saldo das operações de crédito são “receita”, e


o saldo de créditos adicionais é “despesa”.

Nos dizeres da Lei 4.320/64, temos o seguinte:

Art. 43, § 2º Entende-se por superávit financeiro a diferença positiva entre o


ativo financeiro e o passivo financeiro, conjugando-se, ainda, os saldos dos
créditos adicionais transferidos e as operações de crédito a eles vinculadas.

Espero que minha explicação tenha ficado mais clara que a lei, rsrs.

Excesso de arrecadação. Para começar, nada melhor que o conceito legal,


trazido, mais uma vez, pela Lei 4.320/64:

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Art. 43, § 3º – Entende-se por excesso de arrecadação, para os fins deste artigo,
o saldo positivo das diferenças acumuladas mês a mês entre a arrecadação
prevista e a realizada, considerando-se, ainda, a tendência do exercício.

Veja que o excesso de arrecadação é composto por duas vertentes. Uma é


real: a partir da arrecadação mensal esperada pela LOA, acumula-se uma
diferença positiva relativamente ao período considerado. A outra é potencial:
considerando o comportamento da arrecadação, realiza-se uma série de
cálculos matemáticos e estatísticos, que indicará a tendência do exercício.

Vale a pena assinalar aqui um detalhe. Assim como o superávit financeiro sofre
um ajuste para se chegar à real disponibilidade financeira em caixa, o excesso
de arrecadação também sofre uma dedução.

Essa dedução é disciplinada na Lei 4.320/64:

Art. 43, § 4° - Para o fim de apurar os recursos utilizáveis, provenientes de


excesso de arrecadação, deduzir-se-á a importância dos créditos
extraordinários abertos no exercício.

Assim, calculado o excesso de arrecadação, tanto o já obtido quanto a


tendência do exercício, faz-se a dedução do valor dos créditos
extraordinários já abertos no mesmo exercício. O resultado dessa diminuição
poderá ser indicado como fonte de créditos suplementares ou especiais.

Operações de crédito. Acrescentando mais comentários: anteriormente,


fizemos a diferenciação entre operações de crédito normais e operações do
tipo ARO, ou operações por antecipação da receita orçamentária. Lá,
dissemos que as operações normais constituem receitas orçamentárias, que
providenciam recursos para despesas orçamentárias. Já as operações do tipo
ARO substituem receitas orçamentárias que não foram arrecadadas na
época própria.

Dessa forma, podemos concluir que as ARO’s não constituem recursos


livres. Elas são contratadas para atender a despesas previstas no
orçamento, que não tiveram os recursos correspondentes obtidos a tempo.

Tendo isso em vista, ARO’s não podem servir de fonte para créditos
adicionais. Para tanto, deverão ser contratadas operações normais de crédito.

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Reserva de contingência. Como já estudamos, a reserva de contingência é


uma dotação genérica, que pode ser empregada para pagamento de “passivos
contingentes” ou outros fatores que afetem as contas públicas. Podemos dizer
que a reserva de contingência é uma “carta na manga” da Administração, para
atender a situações de risco para as contas públicas.

Como vimos acima, pelo Decreto-Lei 200/67, temos aí mais uma fonte de
recursos para créditos adicionais. Entretanto, a Lei de Responsabilidade Fiscal,
que é mais recente, definiu, em seu art. 5º, que a forma de utilização da
reserva de contingência será estabelecida pela LDO.

A LDO deverá, portanto, autorizar a utilização da reserva de contingência


como fonte para os créditos adicionais.

Antes de finalizarmos, cabe considerar a forma como a reserva de contingência


é utilizada, o que nos faz pensar na última fonte de recursos para créditos
adicionais: a anulação de dotações.

Já falamos que a reserva de contingência é uma dotação genérica; caso ela


venha a ser utilizada como fonte para créditos adicionais, o que se faz é um
cancelamento de dotações dessa reserva em favor da criação de dotações
em igual proporção para atender à necessidade veiculada no crédito
adicional beneficiado.

O cancelamento de dotações orçamentárias é um artifício para destinação de


recursos aos créditos adicionais. Podem ser canceladas dotações da própria
LOA ou até de créditos adicionais já abertos, para substituição por novos
créditos adicionais.

É mais ou menos isso que ocorre na seguinte hipótese da CF/88:

Art. 166, § 8º - Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do


projeto de lei orçamentária anual, ficarem sem despesas correspondentes
poderão ser utilizados, conforme o caso, mediante créditos especiais ou
suplementares, com prévia e específica autorização legislativa.

Inicialmente, ao receber o projeto de LOA do Presidente, o Congresso pode,


em tese, aprovar emendas reduzindo/anulando despesas previstas, sem
propor novas dotações em substituição. Ou então, numa situação extrema, o

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Legislativo pode discordar por completo da proposta do Executivo e rejeitar o


projeto de LOA.

Por outro lado, num momento mais à frente, a discordância pode se dar por
parte do Presidente da República, vetando dotações incluídas no projeto de
LOA mediante emendas parlamentares. A partir disso, a LOA seria promulgada
com dotações vetadas.

Nessas condições, têm-se, ou em parte ou por completo, receitas previstas


sem correspondentes despesas fixadas. Se houver veto, emenda ou rejeição
do projeto de LOA, teremos, no todo ou em parte, recursos previstos sem
despesas correspondentes. Isso porque o veto, as emendas ou a rejeição
do projeto de LOA levam ao cancelamento de dotações constantes desse
projeto. E os consequentes “recursos livres” poderão ser aproveitados para
abertura de créditos suplementares ou especiais.

Como isso cai na prova?

47. (FCC/ANALISTA/MP-PE/2006) São considerados como recursos para fins


de abertura de créditos: o superávit orçamentário apurado em balanço
orçamentário do exercício anterior, os provenientes de excesso de
arrecadação, os resultantes de anulação de dotação total ou parcial e o
produto de operações de crédito.

48. (FCC/ANALISTA/TRT-02/2008) O Poder Executivo não poderá realizar


operações de crédito para financiar os créditos adicionais.

49. (CESPE/ANALISTA/MPU/2010) Em caso de comoção intestina, o


presidente da República poderá editar medida provisória de abertura de
créditos extraordinários ou especiais que terão vigência no exercício
financeiro, salvo se a edição ocorrer nos últimos quatro meses do
exercício, quando, então, serão incorporados ao exercício financeiro
subsequente.

50. (CESPE/ANALISTA/ANTAQ/2009) Na utilização do superávit financeiro


como fonte para abertura de créditos suplementares e especiais, devem

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ser considerados os saldos dos créditos adicionais do exercício anterior e


as operações de crédito a eles vinculadas.

51. (FCC/ANALISTA/MP-PE/2006) A apuração dos recursos decorrentes de


excesso de arrecadação não deve levar em conta a importância dos
créditos extraordinários abertos no exercício.

52. (FCC/ANALISTA/TRF-02/2007) Amparam créditos adicionais:

(A) o excesso de arrecadação efetivamente realizado no ano anterior.

(B) o superávit orçamentário do exercício anterior.

(C) os recursos de operações de crédito por antecipação da receita – ARO.

(D) o superávit econômico do exercício anterior.

(E) os recursos que, em decorrência de emenda legislativa, fiquem sem


despesas correspondentes.

Na lista trazida pela questão 47, o superávit orçamentário (diferença positiva


entre receitas orçamentárias estimadas e despesas orçamentárias fixadas) não
integra as fontes de recursos para créditos adicionais. Questão ERRADA.

A questão 48 também está ERRADA. As operações de crédito (com exceção


daquelas do tipo ARO) são uma das fontes para abertura de créditos.

A questão 49 traz algumas imprecisões: não se abre créditos especiais por MP,
e os saldos dos créditos são incorporados ao ORÇAMENTO do exercício
subsequente. Questão ERRADA.

Na questão 50, foi reproduzido o dispositivo legal que disciplina a utilização do


superávit financeiro como fonte de recursos para créditos adicionais. Questão
CERTA.

A questão 51 peca pela negativa: os créditos extraordinários devem ser


abatidos do montante do excesso de arrecadação. Questão ERRADA.

Na questão 52, há imprecisões a observar: o excesso de arrecadação deve ser


observado no exercício corrente; o superávit que serve como fonte é o
financeiro; as ARO, como já dissemos, não compõem as fontes de recursos

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para créditos adicionais. Restam, como fonte possível, os recursos decorrentes


de emenda parlamentar que tenha anulado dotações. Gabarito: E.

Muito bem, caro aluno, acabamos aqui nosso encontro de hoje.

Semana que vem, trataremos dos aspectos relacionados à receita pública.

Até lá, e bons estudos!

GRACIANO ROCHA

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RESUMO DA AULA

1. A Constituição reservou à lei complementar o tratamento sobre o exercício


financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do PPA, da
LDO e da lei orçamentária anual, mas essa lei ainda não foi editada.

2. Considera-se a Lei 4.320/64 uma lei materialmente complementar: apesar


de ter sido aprovada como lei ordinária, a atual Carta Política indica
assuntos que ela trata como próprios de uma lei complementar.

3. Não havendo a lei relativa ao disposto no art. 165, § 9º, são seguidas
regras transitórias sobre prazos das leis de matéria orçamentária,
dispostas no art. 35, § 2º, do Ato das Disposições Constitucionais
Transitórias (ADCT) da CF/88.

4. Apesar de serem instituídos por leis ordinárias, os instrumentos


orçamentários têm um rito legislativo diferenciado. Os respectivos
projetos são discutidos apenas na Comissão Mista de Orçamento (CMO),
onde recebem parecer, e são encaminhados para votação pelo Plenário do
Congresso Nacional.

5. Quanto à incidência sobre o projeto de LOA, existem três tipos de


emendas: emendas de receita, de despesa e de texto.

6. O Chefe do Executivo pode enviar ao Poder Legislativo modificações do


projeto de lei orçamentária a qualquer tempo, desde que não tenha sido
iniciada a votação da parte a se alterar.

7. Os projetos de PPA e de LOA devem ser encaminhados pelo Presidente da


República ao Congresso Nacional “até quatro meses antes do
encerramento do exercício financeiro”, ou seja, 31 de agosto.

8. O Congresso deve devolver os projetos de PPA e de LOA, para sanção,


“até o encerramento da sessão legislativa” – atualmente, 22 de dezembro.

9. O projeto de LDO deve ser enviado pelo Presidente ao Congresso “até oito
meses e meio antes do encerramento do exercício financeiro”, ou seja, 15
de abril.

10. O Congresso deve devolver o projeto de LDO para sanção “até o


encerramento do primeiro período da sessão legislativa” – atualmente, 17
de julho.

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11. No primeiro ano do mandato, o Presidente governa com base no PPA, na


LDO e na LOA aprovados por seu antecessor; os projetos que esse novo
chefe do Executivo apresentar só valerão para seu segundo ano de
mandato.

12. Caso o projeto de LDO não esteja aprovado em 17 de julho, os


congressistas não entrarão em recesso parlamentar.

13. O PPA deve estabelecer as diretrizes, os objetivos e as metas da


administração pública federal para as despesas de capital e outras delas
decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada.

14. O PPA é criação da CF/88, constituído como o maior instrumento de


planejamento da esfera pública, e seu foco está nas despesas de capital,
ou seja, despesas que normalmente estão relacionadas ao aumento do
patrimônio público, embora destaque as despesas de manutenção que
surgem com os investimentos.

15. Na instituição das diretrizes, objetivos e metas da Administração, o PPA


deve levar em consideração a regionalização das ações, em nome de um
desenvolvimento equilibrado entre as regiões do país.

16. Nenhum investimento de execução superior a um exercício financeiro


pode ser iniciado sem inclusão no plano plurianual, ou sem lei que
autorize essa inclusão, sob pena de crime de responsabilidade.

17. A LDO é uma criação da CF/88, como o PPA, e tem como função principal
fazer a intermediação entre o PPA e a LOA. É o instrumento que a
Administração utiliza para executar o PPA, por meios das LOAs, de forma
mais sintonizada com as condições sociais, econômicas, políticas, que
venham a alterar as prioridades do governo.

18. As atribuições dadas pela CF/88 à LDO são: indicar as metas e prioridades
da administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o
próximo exercício financeiro; orientar a elaboração da LOA; dispor sobre
alterações na legislação tributária; estabelecer a política de aplicação das
agências financeiras oficiais de fomento.

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19. A evidenciação da “política econômica e financeira” e do “programa de


trabalho do governo” é feita pela LOA, apesar de não serem estabelecidos
por ela, mas pelo PPA.

20. Ao comentarmos o princípio orçamentário da unidade/totalidade,


ressaltamos que a LOA é, na verdade, um conjunto de orçamentos.

21. A LOA abrange o orçamento fiscal, o orçamento de investimento das


empresas estatais (empresas em que a União, indiretamente, detenha a
maioria do capital social com direito a voto), e o orçamento da seguridade
social.

22. O orçamento fiscal abrange os gastos gerais e as receitas sem


arrecadação vinculada com as quais o governo conta. A maior parte dos
programas instituídos pela LOA encontra-se nesse item.

23. O orçamento da seguridade social, como indica seu nome, é restrito a


receitas e despesas relativas à área da seguridade social. Conforme a
Constituição, essa denominação abrange a saúde, a previdência social e a
assistência social.

24. O orçamento de investimento das estatais, como é conhecido, diz respeito


às aplicações de recursos no capital social de empresas das quais a União,
direta ou indiretamente, detenha maioria do capital social com direito a
voto – ou seja, são empresas em que a União tem supremacia no tocante
a decisões sobre sua atuação.

25. A LOA deve demonstrar, de forma regionalizada, o efeito decorrente de


isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza
financeira, tributária e creditícia.

26. Os créditos adicionais, conceituados como “autorizações de despesa não


computadas ou insuficientemente dotadas na LOA” são classificados em
suplementares, especiais e extraordinários.

27. Segundo a LDO, os créditos adicionais aprovados pelo Congresso Nacional


não necessitam de decreto para sua abertura; a abertura é considerada
realizada com a sanção e publicação da respectiva lei autorizativa.

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28. Créditos suplementares são empregados para reforçar dotações


constantes da LOA; créditos especiais se destinam a despesas não
previstas no orçamento (ou “despesas para as quais não haja categoria de
programação orçamentária específica”), e créditos extraordinários
atendem a despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de
guerra, comoção interna ou calamidade pública.

29. Os créditos especiais e extraordinários, se o respectivo ato de autorização


for promulgado nos últimos quatro meses do exercício, serão reabertos
nos limites de seus saldos e incorporados ao orçamento do exercício
financeiro subsequente.

30. As fontes de recursos para abertura de créditos adicionais são: superávit


financeiro, excesso de arrecadação, operações de crédito, cancelamento
de dotações e reserva de contingência.

31. Na utilização do superávit financeiro como fonte de recursos para créditos


adicionais, devem ser considerados os saldos dos créditos adicionais do
exercício anterior e as operações de crédito a eles vinculadas.

32. Excesso de arrecadação é o saldo positivo das diferenças entre a


arrecadação prevista e a realizada, observadas mensalmente, levando-se
em conta também a tendência do exercício.

33. Os recursos que ficarem sem despesas correspondentes, por conta de


veto, emenda ou rejeição do projeto de LOA, podem ser utilizados
mediante créditos especiais ou suplementares.

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QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA

1. (FGV/AUDITOR/TCM-RJ/2008) Cabe à lei ordinária dispor sobre o exercício


financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do plano
plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual.

2. (CESGRANRIO/CONTADOR/TJ-RO/2008) A Constituição Federal de 1988,


no seu artigo 165, que trata dos orçamentos, determina que o Poder
Executivo, através de leis de sua iniciativa, deve estabelecer

(A) as finanças públicas, a fiscalização das instituições financeiras e as


operações de câmbio.

(B) a importação de produtos estratégicos, a renda e proventos de


qualquer natureza e os tributos em caso de segurança nacional.

(C) os tributos, as taxas e as contribuições de melhoria.

(D) os princípios orçamentários, as operações de crédito de qualquer


natureza e os princípios da progressividade dos impostos.

(E) o plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e os orçamentos


anuais.

3. (FCC/AUDITOR/TCE-RO/2010) A apreciação e a votação do projeto de lei


orçamentária anual da União deverão ser efetuadas separadamente pelas
duas Casas do Congresso Nacional, sendo mandatório que a aprovação
seja feita por maioria absoluta dos membros da Câmara dos Deputados e
do Senado Federal.

4. (FGV/PROCURADOR/TCM-RJ/2008) As emendas ao projeto de lei do


orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem podem, entre outras
hipóteses, ser aprovadas caso sejam relacionadas com a correção de erros
ou omissões ou com os dispositivos do texto do projeto de lei.

5. (FCC/CONTADOR/DPE-SP/2009) O Congresso pode apresentar emendas


ao projeto de lei orçamentária que, caso aprovadas, deverão constar da
peça orçamentária, cabendo ao Poder Executivo indicar os recursos para o
seu financiamento.

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6. (CESPE/PROCURADOR/TCE-GO/2007) Apesar de ser considerado lei, o


orçamento possui características que o diferenciam das leis comuns. Um
exemplo é a limitação constitucional do conteúdo das emendas ao projeto
de lei do orçamento anual.

7. (FGV/AUDITOR/TCM-RJ/2008) As emendas ao projeto de lei do orçamento


anual ou aos projetos que o modifiquem somente podem ser aprovadas
caso indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes
de anulação de despesa, incluindo as que incidam sobre as dotações para
pessoal e seus encargos, serviço da dívida e transferências tributárias
constitucionais para Estados, Municípios e Distrito Federal.

8. (CESPE/OFICIAL/ABIN/2010) Ao Poder Executivo é permitido propor


modificações no projeto de lei orçamentária, enquanto não iniciada a
votação, pela comissão mista de senadores e deputados a que se refere o
art. 166 da Constituição Federal, da parte cuja alteração é proposta.

9. (CESGRANRIO/CONTADOR/TCE-RO/2007) O prazo para a Lei


Orçamentária Anual ser encaminhada pelo Poder Executivo ao Poder
Legislativo é de:

(A) quatro meses antes do encerramento do exercício financeiro (31 de


agosto).

(B) cinco meses antes do encerramento do mandato presidencial (31 de


julho).

(C) seis meses antes do encerramento do exercício financeiro (30 de


junho).

(D) oito meses e meio antes do reinício das funções legislativas (15 de
junho).

(E) nove meses após a aprovação da Lei orçamentária em vigor (30 de


setembro).

10. (CESPE/ANALISTA/ANS/2005) O plano plurianual apresenta a ideia de


continuidade, pois um governo pode dar continuidade a um plano que se

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iniciou em outro governo. Dessa forma, tem tempo para conhecer as


ações realizadas no passado, antes de apresentar um novo plano.

11. (FCC/AUDITOR/TCE-PI/2005) A Lei de Diretrizes Orçamentárias deve ser


devolvida para sanção até o encerramento do primeiro período da sessão
legislativa (inciso II do parágrafo 2º do art. 35 do ADCT). Se o projeto de
Diretrizes Orçamentárias não for aprovado até tal data, a sessão
legislativa é suspensa, prosseguindo após o recesso.

12. (FGV/PROCURADOR/TCM-RJ/2008) No âmbito federal, a lei complementar


que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as
diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para as
despesas de custeio e de capital e outras delas decorrentes, bem como
para as relativas aos demais programas de duração continuada ou não.

13. (CESPE/ANALISTA/ANTAQ/2008) Os programas de duração continuada,


constantes dos planos plurianuais (PPAs), compreendem despesas de
capital destinadas tipicamente à realização das atividades-meio dos
órgãos e entidades integrantes do orçamento público.

14. (CESGRANRIO/ANALISTA/FINEP/2011) O Plano Plurianual (PPA) foi


introduzido pela Constituição Federal de 1988, devendo estabelecer as
diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para as
despesas de capital e outras delas decorrentes, bem como para as
relativas aos programas de duração continuada. A forma ou critério que
deverá ser seguido pelo PPA é por

(A) órgão

(B) função

(C) região

(D) unidade

(E) ente público

15. (CESPE/CONTADOR/DPU/2010) O plano plurianual deve compatibilizar-se


com os planos nacionais, regionais e setoriais.

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16. (FCC/ANALISTA/TRE-SP/2006) Os planos e programas nacionais,


regionais e setoriais serão elaborados em consonância com as diretrizes
orçamentárias e apreciados pelo Senado Federal.

17. (FCC/APOFP/SEFAZ-SP/2010) A lei que instituir o Plano Plurianual


estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da
administração pública federal para as despesas

(A) de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos projetos


de investimentos.

(B) correntes e outras delas decorrentes e para as relativas aos


programas de duração continuada.

(C) de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos


programas de duração predeterminada.

(D) de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos


programas de duração continuada.

(E) correntes e outras delas decorrentes e para as relativas aos


programas-meio do governo.

18. (CESGRANRIO/CONTADOR/ANP/2008) São considerados instrumentos de


planejamento público a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a Lei do
Orçamento Anual (LOA). Os objetivos fundamentais da LDO são:

(A) definir os limites orçamentários dos poderes Executivo, Legislativo e


Judiciário, e dos programas de trabalho em que esses poderes podem
operar; determinar as esferas de ação de cada poder evitando conflito de
interesses; definir normas de concessão e vantagens para servidores
públicos e comissionados.

(B) determinar os recursos gastos em pessoal, manutenção dos


programas de trabalho e créditos especiais desde que definidos em lei;
ordenar alocações orçamentárias destinadas a despesas correntes e de
capital; definir política de aplicação de recursos aos órgãos de apoio à
população carente.

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(C) identificar as necessidades de recursos humanos, materiais, de


equipamentos e de tecnologia para atender aos programas de trabalho
definidos em lei; determinar o ritmo da ação anual visando à realização
dos objetivos definidos em lei; promover uma ação eficaz no uso de
recursos públicos para atender os principais anseios da população.

(D) orientar a execução dos recursos destinados a cobrir os gastos para


atender às necessidades da população; definir os limites das alterações
realizadas na legislação tributária; estabelecer a política de aplicação de
recursos das fundações e entidades sem fins lucrativos.

(E) orientar a elaboração da lei orçamentária anual, bem como sua


execução; dispor sobre as alterações na legislação tributária; estabelecer
a política de aplicação das agências oficiais de fomento.

19. (FCC/ANALISTA/TCE-GO/2009) O Ministério Público elaborará sua


proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes
orçamentárias e, caso encaminhada em desacordo com esses limites,
caberá ao Poder Executivo proceder aos ajustes necessários para fins de
consolidação da proposta orçamentária anual.

20. (CESPE/CONTADOR/IPAJM-ES/2010) As leis que criem ou majorem


tributos devem ser aprovadas até a aprovação da lei de diretrizes
orçamentárias (LDO).

21. (FCC/ANALISTA/TCE-AM/2008) A contratação de pessoal pelos órgãos e


entidades da administração, inclusive empresas públicas e sociedades de
economia mista, somente poderá ser feita se houver prévia dotação
orçamentária suficiente e autorização específica na lei de diretrizes
orçamentárias.

22. (FGV/AUDITOR/TCM-PA/2008) O projeto de lei orçamentária será


acompanhado de demonstrativo regionalizado do efeito, sobre as receitas
e despesas, decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios e
benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia.

23. (CESGRANRIO/ANALISTA/FINEP/2011) De acordo com o § 7º do art. 165


da Constituição Federal de 1988 e suas atualizações, uma das funções dos

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orçamentos previstos na Lei Orçamentária Anual (LOA) é a de reduzir as


desigualdades inter-regionais. O orçamento que está EXCLUÍDO desse
propósito é o

(A) econômico

(B) fiscal

(C) plurianual

(D) da seguridade social

(E) de investimento das empresas estatais

24. (CESGRANRIO/ANALISTA/IBGE/2010) De acordo com o disposto na atual


Constituição da República Federativa do Brasil, a lei orçamentária anual
contempla os seguintes orçamentos:

(A) participativo, previdenciário e atuarial.

(B) misto, derivado e legislativo.

(C) plurianual, monetário e de investimentos.

(D) previdenciário, monetário e social.

(E) fiscal, da seguridade social e de investimento das estatais.

25. (FCC/ANALISTA/TRF-05/2008) O orçamento da seguridade social


compreende todas as despesas com as funções saúde, assistência social,
previdência e educação.

26. (FCC/ANALISTA/TRF-05/2008) O orçamento de investimentos das


empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do
capital social com direito a voto abrange todas as receitas e despesas de
tais empresas.

27. (CESGRANRIO/CONTADOR/BNDES/2009) A Lei de Diretrizes


Orçamentárias compreende as metas e prioridades da administração,
incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subsequente.

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A Lei Orçamentária Anual obedecerá à orientação da Lei de Diretrizes


Orçamentárias e compreenderá:

• orçamento fiscal;

• orçamento de investimentos das empresas estatais;

• orçamento de seguridade social.

O orçamento fiscal demonstrará a ação governamental referente à(aos)

(A) identificação das necessidades de curto prazo das entidades de


economia mista e autarquias vinculadas ao sistema financeiro nacional,
bem como aos órgãos de seguridade social.

(B) União, aos Estados e aos Municípios, seus fundos, órgãos e entidades
da administração direta e indireta, aos investimentos das empresas e aos
órgãos, fundos e entidades vinculados ao sistema de seguridade social.

(C) poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, seus fundos, órgãos e


entidades da administração direta e indireta, excluídos os investimentos
das empresas e os órgãos, fundos e entidades vinculados ao sistema de
seguridade social.

(D) órgãos responsáveis pela saúde, previdência social e assistência


social, tendo em vista as metas e prioridades estabelecidas na Lei de
Diretrizes Orçamentárias, assegurada a cada área a gestão de seus
recursos.

(E) órgãos responsáveis pela saúde, previdência social e assistência


social, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta,
excluídos os investimentos das empresas e as aplicações financeiras de
curto prazo.

28. (FCC/APOFP/SEFAZ-SP/2010) A transposição, o remanejamento ou a


transferência de recursos de uma categoria de programação para outra,
ou de um órgão para outro, poderá ser realizada sem prévia autorização
legislativa, desde que seja definida como prioridade pela Lei de Diretrizes
Orçamentárias.

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29. (FCC/INSPETOR/TCM-CE/2010) Ao dispor sobre finanças públicas, a


Constituição da República autoriza o início de programas ou projetos não
incluídos na lei orçamentária anual, mediante prévia autorização do
Presidente da República.

30. (FCC/ANALISTA/TRT-16/2009) É vedada pelo art. 167 da Constituição


Federal a utilização, com autorização legislativa específica, somente de
recursos dos orçamentos da seguridade social para suprir necessidades ou
cobrir déficits de empresas, fundações e fundos, inclusive os mencionados
no art. 165, § 5º.

31. (CESPE/CONTADOR/IPAJM-ES/2010) É vedado incluir na LOA autorização


para operações de crédito por antecipação de receita.

32. (FCC/PROCURADOR/TCE-CE/2006) Ao regular o processo legislativo


orçamentário, a Constituição Federal dispõe que os projetos de lei
relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias e aos créditos
adicionais são

(A) de iniciativa do Poder Executivo ou de qualquer membro do Poder


Legislativo, de suas mesas ou comissões.

(B) de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, com base em parecer


técnico do Tribunal de Contas da União.

(C) de iniciativa conjunta dos chefes dos Poderes Executivos da União,


Estado, Distrito Federal e Municípios, concorrendo com os Poderes
Legislativos dos entes federados.

(D) de iniciativa do Poder Executivo, o qual não poderá ser objeto de


medida provisória.

(E) apresentados por um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos


Deputados ou do Senado Federal.

33. (CESGRANRIO/ANALISTA/FINEP/2011) Segundo a Lei nº 4.320/1964, as


autorizações de despesa não computadas ou insuficientemente dotadas na
Lei de Orçamento são denominadas

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(A) empenhos

(B) restos a pagar

(C) créditos adicionais

(D) créditos de melhoria

(E) suplementação orçamentária

34. (FCC/ANALISTA/TRT-02/2008) A aprovação de abertura de créditos


adicionais será feita exclusivamente no Senado da República, por maioria
simples.

35. (FGV/ANALISTA/MIN. CULTURA/2006) Os créditos suplementares são


aqueles destinados a reforçar dotações orçamentárias, cuja abertura
depende da existência de recursos disponíveis e precedida de exposição
justificativa.

36. (CESGRANRIO/CONTADOR/ANP/2005) Os créditos adicionais são


autorizações de despesas não computadas ou insuficientemente dotadas
na lei do orçamento e classificam-se em:

(A) suplementares, especiais e extraordinários.

(B) complementares, subordinados e temporários.

(C) integrais, parciais e especiais.

(D) empenhados, lançados e liquidados.

(E) autorizados, extraordinários e cíclicos.

37. (FCC/ANALISTA/TRT-23/2007) Os créditos adicionais especiais

(A) destinam-se ao reforço de dotação orçamentária já existente.

(B) somente têm vigência no exercício financeiro em que forem


autorizados.

(C) têm por objetivo atender a despesas urgentes e imprevisíveis.

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(D) independem da prévia existência de recursos para financiar o gasto.

(E) devem ser autorizados por lei e abertos por decreto do Poder
Executivo.

38. (FCC/TÉCNICO/TCM-PA/2010) Em relação à Lei Orçamentária Anual (LOA)


de um governo estadual é correto afirmar que a autorização para abertura
de créditos adicionais especiais poderá ser incluída na LOA.

39. (CESGRANRIO/CONTADOR/ANP/2008) Créditos adicionais são


autorizações de despesas não computadas ou insuficientemente dotadas
na Lei do Orçamento. Os créditos adicionais destinados ao atendimento de
despesas decorrentes de guerras, comoção interna ou calamidade pública
são denominados créditos

(A) especiais

(B) irrefutáveis

(C) extraordinários

(D) super-especiais

(E) complementares

40. (CESGRANRIO/CONTADOR/CAPES/2008) Os créditos adicionais são


autorizações de despesas não computadas ou insuficientemente dotadas
na lei do orçamento. Dentre os créditos adicionais, aquele que é aberto
por meio de medida provisória do Poder Executivo e submetido ao
Congresso Nacional que, estando em recesso, é convocado
extraordinariamente, é o crédito

(A) extraordinário.

(B) emergencial.

(C) especial.

(D) suplementar.

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(E) contingencial.

41. (FCC/INSPETOR/TCE-MG/2007) A abertura dos créditos suplementares e


especiais é autorizada por decreto executivo.

42. (FCC/INSPETOR/TCE-MG/2007) O ato que abrir crédito adicional não


precisa indicar a classificação da despesa e a importância correspondente.

43. (FCC/ANALISTA/TRT-02/2008) Em caso de abertura de créditos


extraordinários, há necessidade de indicação da importância, espécie dos
créditos e classificação da despesa.

44. (FCC/PROCURADOR/TCE-RR/2008) Os créditos extraordinários serão


abertos por decreto do Poder Executivo, que deles dará conhecimento ao
Poder Legislativo.

45. (FCC/ANALISTA/TRT-18/2008) Os créditos suplementares terão vigência


adstrita ao exercício financeiro em que forem abertos.

46. (FGV/ANALISTA/MIN. CULTURA/2006) Os créditos adicionais terão


vigência no exercício financeiro em que forem autorizados. No caso de a
autorização ser promulgada nos quatro últimos meses do exercício,
poderão ser reabertos, até o limite de seus saldos, e incorporados ao
exercício financeiro subsequente.

47. (FCC/ANALISTA/MP-PE/2006) São considerados como recursos para fins


de abertura de créditos: o superávit orçamentário apurado em balanço
orçamentário do exercício anterior, os provenientes de excesso de
arrecadação, os resultantes de anulação de dotação total ou parcial e o
produto de operações de crédito.

48. (FCC/ANALISTA/TRT-02/2008) O Poder Executivo não poderá realizar


operações de crédito para financiar os créditos adicionais.

49. (CESPE/ANALISTA/MPU/2010) Em caso de comoção intestina, o


presidente da República poderá editar medida provisória de abertura de
créditos extraordinários ou especiais que terão vigência no exercício
financeiro, salvo se a edição ocorrer nos últimos quatro meses do

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exercício, quando, então, serão incorporados ao exercício financeiro


subsequente.

50. (CESPE/ANALISTA/ANTAQ/2009) Na utilização do superávit financeiro


como fonte para abertura de créditos suplementares e especiais, devem
ser considerados os saldos dos créditos adicionais do exercício anterior e
as operações de crédito a eles vinculadas.

51. (FCC/ANALISTA/MP-PE/2006) A apuração dos recursos decorrentes de


excesso de arrecadação não deve levar em conta a importância dos
créditos extraordinários abertos no exercício.

52. (FCC/ANALISTA/TRF-02/2007) Amparam créditos adicionais:

(A) o excesso de arrecadação efetivamente realizado no ano anterior.

(B) o superávit orçamentário do exercício anterior.

(C) os recursos de operações de crédito por antecipação da receita – ARO.

(D) o superávit econômico do exercício anterior.

(E) os recursos que, em decorrência de emenda legislativa, fiquem sem


despesas correspondentes.

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QUESTÕES ADICIONAIS

53. (CESGRANRIO/ANALISTA/BACEN/2009) A elaboração do projeto de lei de


diretrizes orçamentárias e a do orçamento anual incluem-se entre as
atividades financeiras do estado, cabendo a sua iniciativa, no âmbito da
União, ao Presidente da República.

54. (CESPE/ANALISTA/TSE/2006) A elaboração da proposta de todos os


órgãos e entidades da administração é tarefa exclusiva do Poder
Executivo.

55. (FCC/ANALISTA/TRF-04/2010) Nenhum órgão do Poder Judiciário tem


assegurada autonomia administrativa e financeira para elaborar suas
próprias propostas orçamentárias.

56. (FCC/ANALISTA/TRE-PB/2007) As emendas ao projeto de lei orçamentária


podem se amparar no corte de qualquer despesa prevista.

57. (CESPE/ANALISTA/CENSIPAM/2006) O Congresso Nacional está impedido


de incluir na Lei Orçamentária Anual receitas que o Poder Executivo tenha
omitido no projeto de lei respectivo.

58. (FCC/ANALISTA/TRT-03/2009) Uma das condições para a aprovação das


emendas propostas pelo Poder Legislativo ao projeto de lei orçamentária é
que elas sejam compatíveis com o Plano Plurianual e com a Lei de
Diretrizes Orçamentárias.

59. (FCC/ANALISTA/TRE-PB/2007) No processo orçamentário nacional,


remetido o projeto orçamentário ao Legislativo, o Chefe do Poder
Executivo não pode mais solicitar qualquer modificação.

60. (FCC/ANALISTA/TRF-04/2010) O projeto do plano plurianual deverá ter


vigência até o final do primeiro exercício financeiro do mandato
presidencial subsequente.

61. (FCC/ANALISTA/TRF-04/2010) O projeto da Lei das Diretrizes


Orçamentárias será encaminhado até quatro meses antes do
encerramento do exercício financeiro ao Poder Legislativo, para respectiva
aprovação.

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62. (FCC/TÉCNICO/TJ-PI/2009) O Plano Plurianual de um Estado da Federação

(A) somente pode ser aprovado por lei complementar estadual.

(B) deve ser elaborado por iniciativa da Assembleia Legislativa Estadual,


que o submeterá à sanção do Governo do Estado.

(C) tem vigência até o final do primeiro exercício financeiro do mandato


governamental subsequente.

(D) deve ser elaborado de cinco em cianos;

(E) conterá as diretrizes, objetivos e metas da administração pública


estadual para as despesas correntes dos quatro anos de sua vigência.

63. (CESGRANRIO/AGENTE/TCE-RO/2007) O ciclo orçamentário compreende


diversas fases, contempladas na Constituição Brasileira e em leis
ordinárias, que definem cada uma de suas etapas. Em relação ao processo
do ciclo orçamentário, é INCORRETO afirmar que:

(A) o Plano Plurianual é a lei que define as prioridades do governo pelo


período de quatro anos.

(B) os orçamentos fiscal, da Seguridade Social e de investimento das


empresas estatais são partes integrantes da Lei Orçamentária Anual.

(C) a Lei Orçamentária Anual disciplina os programas e ações do governo


federal.

(D) a Lei de Diretrizes Orçamentárias define as metas e prioridades em


termos de programas a serem executados pelo governo.

(E) as despesas que têm duração continuada não fazem parte do Plano
Plurianual, mas somente da Lei Orçamentária Anual.

64. (CESGRANRIO/ANALISTA/FINEP/2011) A Lei das Diretrizes Orçamentárias


(LDO)

(A) é o instrumento que conecta o planejamento e o orçamento na


Administração Pública.

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(B) estabelece os planos plurianuais da Administração Pública.

(C) dispõe apenas sobre as receitas do ente público.

(D) tem vigência de cinco anos.

(E) visa à obtenção de superavit primário no orçamento do setor público.

65. (CESPE/AUDITOR/SECONT-ES/2009) As propostas orçamentárias parciais


dos Poderes Legislativo e Judiciário e do Ministério Público serão
elaboradas respeitando os limites estipulados na Lei de Diretrizes
Orçamentárias (LDO).

66. (CESGRANRIO/AGENTE/TCE-RO/2007) A Constituição Brasileira de 1988


introduziu uma série de mudanças no planejamento do orçamento público
no Brasil. Uma dessas mudanças se deve ao(à):

(A) envolvimento do Legislativo na fixação de metas e prioridades para a


administração pública e na formulação das políticas públicas de
arrecadação e de alocação de recursos.

(B) desdobramento da Lei Orçamentária Anual em três orçamentos


distintos: de curto, médio e longo prazos.

(C) separação do orçamento plurianual em orçamentos anuais, para que


não haja decisões orçamentárias e de planejamento que envolvam
períodos acima de um ano.

(D) necessidade de correspondência entre as determinações do Plano


Plurianual do Executivo com as votações da Lei Orçamentária Anual, de
responsabilidade dos governos estaduais.

(E) alocação de recursos para os municípios, determinada pelo Poder


Judiciário através da Lei de Diretrizes Orçamentárias.

67. (CESGRANRIO/ANALISTA/BACEN/2009) A Constituição Federal de 1988


alterou profundamente os processos de elaboração do planejamento e do
orçamento públicos, no Brasil. Essas alterações implicaram reformulações
tanto nos próprios processos de planejamento quanto em processos de

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trabalho, modelos gerenciais, sistemas de informação e mecanismos de


contabilidade e controle na administração pública. Sobre esses processos,
avalie as afirmativas a seguir.

I - O Plano Plurianual deve definir as prioridades do governo durante o


período que vai do primeiro ao quarto ano de um mandato presidencial.

II - As prioridades dispostas no Plano Plurianual são estabelecidas com


base em Projeto de Lei Orçamentária Anual (LOA), anteriormente
aprovado pelo Congresso Nacional.

III - A Lei Orçamentária autoriza as despesas, de acordo com a estimativa


de receitas e a previsão de arrecadação, definindo que o Poder Executivo
deve submeter ao Congresso Nacional projeto de lei de crédito adicional,
caso necessite incorrer em despesas acima do limite que está previsto na
LOA.

IV - A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) é uma lei ordinária, válida


apenas para um exercício.

Estão corretas APENAS as afirmativas

(A) I e II.

(B) I e III.

(C) II e III.

(D) II e IV.

(E) III e IV.

68. (CESGRANRIO/ANALISTA/IBGE/2010) O Orçamento Geral da União (OGN)


é composto por três orçamentos. Aquele que engloba os impostos e
despesas da administração pública, aí incluídas as fundações mantidas
pelo Estado e os três poderes, constitui o Orçamento

(A) de Investimento das Empresas Estatais.

(B) da Seguridade Social.

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(C) Fiscal.

(D) Plurianual.

(E) Programa.

69. (FCC/ANALISTA/TJ-PA/2009) De acordo com as disposições


constitucionais e legais relativas à Lei Orçamentária Anual (LOA), é
INCORRETO afirmar que

(A) a iniciativa da elaboração da proposta orçamentária é sempre do


Poder Executivo, a qual deve ser encaminhada ao Poder Legislativo.

(B) o Poder Legislativo discute, vota e aprova a proposta orçamentária,


sem a possibilidade de fazer qualquer tipo de alteração.

(C) a LOA conterá o orçamento fiscal, da seguridade social e dos


investimentos das empresas em que o Poder público, direta ou
indiretamente, detenha a maioria do capital votante.

(D) todas as receitas e despesas serão discriminadas na lei orçamentária


pelos seus totais, vedadas quaisquer deduções.

(E) a lei não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação


da despesa, exceto a autorização para abertura de créditos suplementares
e para contratação de operações de crédito.

70. (FCC/ANALISTA/TRT-16/2009/ADAPTADA) Considere as seguintes


afirmativas:

I. A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da


receita e fixação da despesa, não se incluindo nessa proibição a
autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de
operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da
lei.

II. O projeto de lei orçamentária será acompanhado de demonstrativo


regionalizado do efeito, sobre as receitas e despesas, decorrentes de

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isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza


financeira, tributária e creditícia.

III. A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades


da administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o
exercício financeiro subsequente, orientará a elaboração da lei
orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e
estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de
fomento.

Está correto o que se afirma em

(A) I, II e III.

(B) I e III, apenas.

(C) I e II, apenas.

(D) II, apenas.

(E) I, apenas.

71. (CESPE/ANALISTA/SERPRO/2010) Os investimentos do governo federal


devem ser realizados somente por meio de dotações orçamentárias
específicas nos orçamentos fiscal e da seguridade social, os quais recebem
recursos de empresas estatais.

72. (FCC/ANALISTA/TJ-AP/2009) O Orçamento de Investimento compreende

(A) os órgãos e entidades da administração direta, bem como fundos e


fundações instituídos pelo Poder Público, responsáveis por investimentos.

(B) os órgãos e entidades da administração indireta, inclusive fundações


instituídas e mantidas pelo Poder Público.

(C) todos os órgãos e entidades da administração direta e indireta,


empresas e fundações nos quais a União detenha uma parte do capital
social.

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(D) as empresas em que a União detenha diretamente a maioria do


capital social.

(E) as empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a


maioria do capital social com direito a voto.

73. (CESGRANRIO/ANALISTA/IBGE/2010) A Constituição Federal, em seu


artigo 165, afirma que todo orçamento público (municipal, estadual ou
federal) precisa ser elaborado a partir de três componentes do ciclo
orçamentário, que são: o Plano Plurianual (PPA), a Lei de Diretrizes
Orçamentárias (LDO) e a Lei Orçamentária Anual (LOA). A Lei de
Diretrizes Orçamentárias (LDO)

(A) define as prioridades do governo para os quatro anos seguintes,


votadas no primeiro ano de um governo.

(B) propõe o orçamento elaborado por todos os órgãos do governo para o


ano seguinte.

(C) é responsável pela definição de metas e prioridades a partir de


programas que serão executados pelos governos.

(D) é um documento legal contendo previsão de receitas e despesas de


um governo, em um prazo determinado.

(E) faz uma previsão orçamentária, sem considerar o ocorrido nos anos
anteriores, quando se inicia um empreendimento.

74. (CESGRANRIO/AUDITOR/FUNASA/2009) Conforme dispõe a Constituição


de 1988, a lei que instituir o Plano Plurianual-PPA, no âmbito da União,
abrangerá os respectivos Poderes. Neste contexto, considere o Plano
Plurianual (PPA), a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a Lei
Orçamentária Anual (LOA) e indique a afirmativa correta.

(A) A Lei Orçamentária Anual possui vigência quadrienal, fixa as despesas


e estima as receitas orçamentárias e extraorçamentárias.

(B) A Lei que instituir o Plano Plurianual será elaborada no segundo ano
do mandato do Executivo e terá vigência de três anos.

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(C) A Lei de Diretrizes Orçamentárias compreende as metas e prioridades


da administração, e ainda contém dispositivo que estabelece a política de
aplicação das agências oficiais de fomento.

(D) O Plano Plurianual dispõe sobre as alterações na legislação tributária e


ainda define diretrizes para execução do orçamento.

(E) Com base no Plano Plurianual, o governo elaborará e enviará ao Poder


Judiciário o projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias até o dia 15 de
abril.

75. (FCC/ANALISTA/TRT-23/2007) No que diz respeito aos orçamentos no


regime constitucional, NÃO é vedado, entre outras situações,

(A) a abertura de crédito suplementar sem prévia autorização legislativa e


sem a indicação dos recursos correspondentes.

(B) a instituição de fundos de qualquer natureza, com prévia autorização


legislativa.

(C) o início de programas ou projetos excluídos da lei orçamentária anual.

(D) a assunção de obrigações diretas que excedam os créditos


orçamentários.

(E) a transferência de recursos de uma categoria de programação para


outra, sem prévia autorização legislativa.

76. (CESPE/CONTADOR/DPU/2010) A Constituição Federal de 1988 estabelece


vários tipos de vedações em matéria orçamentária, entre elas, a
transposição de recursos de uma modalidade de aplicação para outra, sem
prévia autorização legislativa.

77. (FCC/ANALISTA/MPU/2007) Os créditos adicionais destinados a despesas


para as quais haja insuficiência de recursos na dotação orçamentária
específica são denominados

(A) extraordinários.

(B) suplementares.

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(C) especiais.

(D) complementares.

(E) ilimitados.

78. (CESGRANRIO/CONTADOR/DETRAN-AC/2009) Considerando-se os


conceitos trabalhados pela Contabilidade Pública, créditos adicionais são

(A) aqueles discriminados pelos órgãos e unidades orçamentárias,


devidamente autorizados pelo Poder Legislativo.

(B) variações positivas entre o que foi previsto e o que foi arrecadado da
receita pública.

(C) autorizações de despesas não computadas ou insuficientemente


dotadas na Lei do Orçamento.

(D) todos os créditos de origem desconhecida que venham a ser


agregados ao orçamento ao longo do exercício.

(E) o conjunto de todas as receitas oriundas de prestação de serviço


realizada pelo Estado.

79. (CESGRANRIO/CONTADOR/DECEA/2009) Os créditos adicionais


classificam-se em: créditos suplementares, créditos especiais e créditos
extraordinários. Esses últimos são destinados ao atendimento de

(A) rombos orçamentários provenientes de despesas oriundas de


precatórios ou na proteção do território nacional.

(B) aquisição de bens imóveis de natureza extraordinária, como é o caso


de desocupação de terras para a reforma agrária.

(C) despesas que tenham ultrapassado o orçamento e que sejam de


execução relevante, e tenham sido devidamente previstas na lei do plano
plurianual.

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(D) despesas previsíveis, mas incontroláveis e de natureza emergenciais,


como as decorrentes de calamidades naturais ou ameaça ao território
nacional.

(E) despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra,


comoção interna ou calamidade pública.

80. (FCC/PROCURADOR/TCE-RR/2008) A abertura de crédito suplementar


somente será admitida para atender a despesas imprevisíveis e urgentes,
como as decorrentes de guerra ou calamidade pública.

81. (FCC/ANALISTA/MPU/2007) Os créditos adicionais especiais têm por


característica

(A) independerem de autorização legislativa.

(B) dependerem da existência de recursos para financiá-los.

(C) destinarem-se ao reforço de dotação orçamentária insuficiente.

(D) serem previstos na lei orçamentária anual.

(E) atenderem a despesas de caráter urgente e imprevisto.

82. (FCC/PROCURADOR/TCE-CE/2006) Medida provisória que, no mês de


julho de determinado exercício financeiro, abrisse crédito extraordinários à
lei orçamentária anual, com o fim de atender a despesas decorrentes de
calamidade pública, seria

(A) compatível com as normas pertinentes da Constituição da República.

(B) inconstitucional, por ser expressamente vedada a edição de medida


provisória para abertura de créditos adicionais e suplementares em
quaisquer hipóteses.

(C) ilegal, por ofensa à necessidade de previsão de autorização para


abertura de créditos especiais e extraordinários na lei de diretrizes
orçamentárias.

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(D) inconstitucional, por ofensa ao princípio da legalidade estrita, vigente


em relação aos órgãos da Administração.

(E) constitucional, porém de eficácia limitada, uma vez que o crédito


somente poderia ser incorporado ao orçamento do exercício financeiro
subsequente.

83. (FCC/AUDITOR/TCE-AL/2008) De acordo com a Lei nº 4.320/64, os


créditos adicionais destinados a despesas para as quais não haja dotação
orçamentária específica denominam-se créditos

(A) especiais

(B) suplementares.

(C) extraordinários.

(D) originários.

(E) derivados.

84. (FCC/ANALISTA/TRT-06/2006) Sobre créditos adicionais, é correto afirmar


que os créditos

(A) especiais criam um novo programa ou evento de despesa não previsto


no orçamento.

(B) suplementares podem ser concedidos independentemente da


existência de recursos disponíveis.

(C) extraordinários devem ser financiados pelo superávit financeiro


apurado em balanço patrimonial de exercício anterior.

(D) complementares são voltados exclusivamente para o atendimento de


despesas urgentes e imprevistas.

(E) complementares destinam-se a despesas para as quais haja dotação


orçamentária específica.

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85. (FCC/ANALISTA/PGE-RJ/2009) O Município “A” foi um dos mais atingidos


pelas enchentes do final de ano e, em novembro, foi decretado estado de
calamidade pública. Um dos principais problemas enfrentados pela
comunidade foi o desabamento de uma ponte, deixando parte da
população ilhada, sem acesso às escolas, postos de saúde, etc. A
prefeitura precisava urgentemente construir um acesso provisório e
reconstruir a ponte. Entretanto, não existiam créditos orçamentários para
tanto. Nesse caso, o Poder Executivo deve

(A) obter autorização do Poder Legislativo para anulação de dotações


orçamentárias e, em seguida, abrir, por decreto, créditos extraordinários.

(B) obter autorização legislativa para a abertura de créditos especiais e


abri-los por meio de decreto.

(C) abrir, por meio de decreto, créditos suplementares autorizados na Lei


Orçamentária.

(D) abrir, por meio de decreto, créditos extraordinários e dar


conhecimento imediato ao Poder Legislativo.

(E) realizar a despesa sem a abertura de créditos adicionais e, em


seguida, dar conhecimento ao Poder Legislativo.

86. (FCC/PROCURADOR/TCE-RR/2008) É vedada a abertura de crédito


extraordinário sem prévia autorização legislativa e sem indicação dos
recursos correspondentes.

87. (FCC/PROCURADOR/TCE-RR/2008) Os créditos suplementares e especiais


serão autorizados por lei e abertos por decreto executivo.

88. (FCC/INSPETOR/TCM-CE/2010) As dotações previstas na LOA são


chamadas de créditos orçamentários. Entretanto, durante a execução do
orçamento, podem surgir necessidades que não estavam previstas
inicialmente. Nesse caso, o Poder Público pode utilizar os créditos
adicionais, que são autorizações de despesa não computadas ou
insuficientemente dotadas na LOA. Os créditos adicionais classificados
como suplementares e especiais podem

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(A) ser abertos, desde que existam recursos disponíveis para ocorrer a
despesa, salvo no caso de guerra, independentemente da sua urgência e
necessidade.

(B) ser abertos, desde que existam recursos disponíveis para ocorrer a
despesa, independentemente da sua urgência e necessidade.

(C) ser abertos sem a existência de recursos disponíveis para ocorrer a


despesa, em razão da sua urgência e necessidade.

(D) ficar abertos sem a existência de recursos disponíveis para ocorrer a


despesa por, no máximo, trinta dias.

(E) ser autorizados por decreto, em razão da sua urgência e necessidade.

89. (FCC/ANALISTA/TRT-18/2008) A abertura de créditos extraordinários no


orçamento depende de prévia autorização legislativa.

90. (FCC/ANALISTA/TRT-18/2008) A abertura de créditos especiais independe


da existência de recursos disponíveis para financiar a despesa
correspondente.

91. (FCC/ANALISTA/TRT-02/2008) É vedada a abertura de créditos


extraordinários sem prévia autorização legislativa.

92. (FCC/TÉCNICO/MPU/2007) São considerados recursos, para fins de


financiamento dos créditos adicionais,

(A) as receitas industriais.

(B) as operações de crédito por antecipação de receita.

(C) os excessos de arrecadação.

(D) os ativos permanentes em valor superior aos passivos permanentes.

(E) as arrecadações de encargos sobre a dívida ativa.

93. (FCC/ANALISTA/TRT-20/2006) Não são considerados recursos para


cobertura de créditos adicionais os provenientes de:

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(A) operação de crédito realizada para atender insuficiência de caixa,


possuindo natureza extraorçamentária.

(B) anulação parcial ou total de dotações orçamentárias ou de créditos


autorizados em lei.

(C) superávit financeiro do exercício anterior apurado em balanço patrimonial.

(D) excesso de arrecadação.

(E) empréstimos e financiamentos de natureza orçamentária.

94. (FCC/ANALISTA/TRE-AP/2006) É INCORRETO afirmar que se consideram


recursos, desde que não comprometidos para a abertura de créditos
suplementares,

(A) os provenientes de excesso de arrecadação, assim definido nas


normas gerais de direito financeiro.

(B) o superavit financeiro apurado em balanço patrimonial do exercício


anterior.

(C) os resultantes de anulação parcial ou total de dotações orçamentárias


ou de créditos adicionais autorizados em lei.

(D) os fundos especiais consistentes em receitas que se vinculam à


realização de determinados objetivos ou serviços.

(E) o produto de operações de crédito autorizadas, em forma que


juridicamente possibilite ao Poder Executivo realizá-las.

95. (FCC/PROCURADOR/TCE-AP/2010) Não pode ser considerado como


recurso financeiro disponível, em tese, para abertura de crédito
suplementar e especial, o recurso resultante de anulação parcial ou total
de dotações orçamentárias.

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GABARITO

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

E E E C E C E C A C

11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

E E E C E E D E C E

21 22 23 24 25 26 27 28 29 30

E C D E E E C E E E

31 32 33 34 35 36 37 38 39 40

E D C E C A E E C A

41 42 43 44 45 46 47 48 49 50

E E C C C E E E E C

51 52 53 54 55 56 57 58 59 60

E E C E E E E C E C

61 62 63 64 65 66 67 68 69 70

E C E A C A E C B A

71 72 73 74 75 76 77 78 79 80

E E C C B C B C E E

81 82 83 84 85 86 87 88 89 90

B A A A D E C B E E

91 92 93 94 95

E C A D E

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