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AULA 03
Plutarco
GRACIANO ROCHA
É por situações como esta que se considera a Lei 4.320/64 uma lei
materialmente complementar. Apesar de ter sido aprovada como lei
ordinária, em 1964, a atual Carta Política indica assuntos nela tratados como
próprios de uma lei complementar.
Por enquanto, não havendo a lei relativa ao disposto no art. 165, § 9º, são
seguidas regras transitórias sobre prazos das leis de matéria orçamentária.
Essas regras estão no art. 35, § 2º, do Ato das Disposições Constitucionais
Transitórias (ADCT) da CF/88:
I - o plano plurianual;
II - as diretrizes orçamentárias;
Vale assinalar que o vocábulo “leis”, sem maior detalhamento, significa “leis
ordinárias”. Em matéria orçamentária, as leis ordinárias são o lugar comum.
Há poucas exceções, das quais vimos uma acima: a conformação das regras
mais amplas de organização orçamentária se dá por lei complementar. Mas o
PPA, a LDO e a LOA, assim como os créditos adicionais (exceto os
extraordinários, como veremos) são viabilizados por leis ordinárias. Além
disso, esses projetos são de iniciativa exclusiva do chefe do Executivo.
A partir daí, são enviados ao Senado, onde passam de novo por comissões
temáticas, e depois pelo Plenário (se for o caso). Então, os projetos vão à
sanção presidencial, se não houver alteração considerável, pelo Senado,
do texto aprovado na Câmara.
b) serviço da dívida;
O inciso II trata das emendas de despesa. Para que novas despesas sejam
propostas por meio de emenda, deverão ser anuladas despesas inicialmente
selecionadas pelo Executivo, a fim de “liberar” recursos suficientes.
Ainda assim, não é toda despesa selecionada inicialmente pelo Executivo que
pode ser anulada em favor de emendas parlamentares; as dotações indicadas
nas alíneas do inciso II (pessoal e encargos, serviço da dívida e transferências
constitucionais para os entes federados) são despesas obrigatórias, que não
podem ter seus montantes e destinação alterados.
Por fim, o inciso III aborda as emendas de receita (alínea ‘a’) e de texto
(alínea ‘b’).
• o projeto de LDO deve ser enviado pelo Presidente ao Congresso “até oito
meses e meio antes do encerramento do exercício financeiro”, ou seja,
15 de abril;
Pois bem, já vimos que o Executivo deve enviar o projeto de PPA para o
Legislativo até 31 de agosto (do primeiro ano do mandato do Presidente).
Assim, a equipe que assume o comando do país tem oito meses para
apresentar um plano para os quatro anos seguintes.
Apenas esse projeto, entre todas as hipóteses trazidas pela CF/88, é hábil para
tanto. Caso o projeto de LDO não esteja aprovado em 17 de julho, os
parlamentares não entrarão em recesso. É uma forma de acelerar os
prazos, já que o ideal é que o orçamento esteja aprovado quando se iniciar o
ano de sua execução. E, para existir lei orçamentária, deve haver antes a
LDO, que estabelece, a partir dos programas do PPA, as prioridades para o
ano seguinte, e orienta a elaboração da LOA.
(D) oito meses e meio antes do reinício das funções legislativas (15 de
junho).
Na questão 9, como vimos antes, o prazo limite para envio do projeto de LOA
ao Legislativo é o dia 31 de agosto, que representa o marco dos “quatro meses
antes do encerramento do exercício”. Gabarito: A.
A questão 10 refletiu uma das razões para a “invasão” dos PPA’s nos mandatos
dos governantes posteriores: a continuidade das ações do poder público.
Questão CERTA.
Plano Plurianual
Apesar de estarmos falando tanto das despesas de capital, que recebia toda a
atenção desde antes do PPA na vigência da CF/88, é necessário voltar ao art.
165, § 1º, e verificar duas expressões também importantes, como destacado
abaixo:
Dessa forma, vê-se que a atividade de planejamento foi eleita pela CF/88
como de extrema importância, alcançando os setores público e privado. A
dimensão que o planejamento público deve assumir é tal que o próprio setor
privado é “aconselhado” a observar as ações governamentais para basear seu
próprio comportamento.
(...)
Art. 43. Para efeitos administrativos, a União poderá articular sua ação em um
mesmo complexo geoeconômico e social, visando a seu desenvolvimento e à
redução das desigualdades regionais.
(A) órgão
(B) função
(C) região
(D) unidade
A LDO também é uma criação da CF/88, que tem como função principal
fazer a intermediação entre o PPA e a LOA. Antes, não existia qualquer
instrumento “pacificador” entre o planejamento (caracterizado pelo PPA) e o
orçamento (a LOA).
Pois bem, para que essa parcela anual do PPA seja definida, não se faz apenas
uma distribuição igualitária de “X parcelas para X anos”. As prioridades do
governo, a cada ano, podem mudar, de maneira que, para atender a essas
Diante dessa situação fática, as LDO’s, a cada ano, têm trazido uma
regra de transição: caso se inicie o exercício financeiro sem que o
orçamento tenha sido aprovado, é possível executar provisoriamente o
projeto de LOA em discussão. A LDO indicará quais despesas, e em que
montante, poderão ser executadas nesse “vácuo”, até a publicação da
LOA. Interessante, não?
Em outros artigos, as LDO têm fixado um prazo máximo de cinco anos para os
efeitos de alterações tributárias que reflitam em renúncias de receita. Dessa
forma, verifica-se que a “atuação tributária” da LDO é acessória, instrumental,
sem tocar nas relações tributárias em si.
Portanto, ações variadas, que vão desde segurança alimentar, passando por
favorecimento a ciência e tecnologia, aquisição de equipamentos militares, até
distribuição de renda direta à população por meio de bolsas etc., tudo isso
constará do orçamento fiscal, reforçando esse caráter generalista ao qual nos
referimos.
(...)
Por outro lado, empresas estatais cuja atividade não resulte em recursos
suficientes que as permitam se manter sozinhas (estatais dependentes),
necessitando de transferências de recursos públicos para suas atividades
de custeio e de investimento “normais”, aparecerão beneficiadas por ações
dos orçamentos fiscal e da seguridade, conforme o caso.
(A) econômico
(B) fiscal
(C) plurianual
• orçamento fiscal;
(B) União, aos Estados e aos Municípios, seus fundos, órgãos e entidades
da administração direta e indireta, aos investimentos das empresas e aos
órgãos, fundos e entidades vinculados ao sistema de seguridade social.
O art. 167 da CF/88 traz algumas vedações que devem ser observadas no
tocante ao orçamento. As provas de concursos têm verdadeira fixação por
elas; assim, vale examiná-las e memorizá-las com especial ênfase.
A delimitação das ações do governo para atingir seus objetivos resulta na lista
de programas do PPA, que fornece, por sua vez, o “roteiro”, ou o “cardápio”,
para as leis orçamentárias anuais.
Nesse caso, o programa não incluído na LOA não poderá ser executado.
Atualmente, no âmbito do governo federal, com a execução orçamentária
totalmente informatizada, desobedecer a essa vedação nem é possível, pelo
simples fato de não se poder dirigir recursos a um código de programa
inexistente no orçamento anual.
Pois bem, para que os recursos sejam bem controlados, uma despesa não
pode contar com um “lastro infindável”, com dinheiro à vontade, para que seja
executada. Até em nome do planejamento e da eficiência, é necessário
dimensionar as atividades e investimentos públicos a partir de certa
Como princípio, os recursos públicos não serviriam para socorrer entidades que
viessem a assumir um nível crítico de endividamento. Afinal, como visto,
há diversas demandas sociais que exigem a aplicação de recursos, e redimir
administrações não muito responsáveis, por exemplo, não seria uma
prioridade, diante dessas necessidades sociais.
O art. 167, inc. I, veda o início de programas ou projetos não incluídos na LOA.
Não há previsão para “autorização do Presidente” que possa substituir a
autorização legal. A questão 29 está ERRADA.
Por fim, a questão 31 “passa por cima” de uma das exceções permitidas ao
princípio da exclusividade da LOA. Questão ERRADA.
CRÉDITOS ADICIONAIS
Nesse sentido, o ponto de partida para o estudo dos créditos adicionais está na
Lei 4.320/64. Leia abaixo:
(A) empenhos
(...)
(...)
Destaquei a conjunção “como” para ressaltar que a CF/88 abriu esse leque.
Agora ele é exemplificativo, ou seja, cabe ao Poder Executivo, responsável
pela abertura dos créditos extraordinários, decidir quais situações são
comparáveis a guerra, comoção interna ou calamidade pública.
Inclusive, têm havido críticas diversas ao Poder Executivo nos últimos anos,
justamente pela abertura de créditos extraordinários que não apresentariam,
em tese, as características de urgência e imprevisibilidade necessárias.
(E) devem ser autorizados por lei e abertos por decreto do Poder
Executivo.
(A) especiais
(B) irrefutáveis
(C) extraordinários
(D) super-especiais
(E) complementares
(A) extraordinário.
(B) emergencial.
(C) especial.
(D) suplementar.
(E) contingencial.
Sobre a questão 40, o único tipo de crédito adicional que pode ser aberto por
medida provisória (e que, por isso, induz a convocação extraordinária do
Congresso, caso esteja em recesso) é o extraordinário. Gabarito: A.
Se fizermos uma leitura atenta da Lei 4.320/64, veremos que ela ao tratar da
autorização/abertura dos créditos, fez uma separação bem nítida entre os
tipos. Compare o art. 42 acima com o seguinte:
NOVIDADE IMPORTANTE
Art. 46. O ato que abrir crédito adicional indicará a importância, a espécie do
mesmo e a classificação da despesa, até onde for possível.
Esse tópico vale a pena ser examinado e bem compreendido, porque é muito
cobrado em concursos.
Muito bem, então deixemos bem assentado que essa prorrogação só se aplica
aos créditos especiais e extraordinários.
Assim, como regra, os créditos adicionais (todos eles) devem ser executados
no exercício de sua autorização. Todavia, caso algum crédito especial ou
extraordinário seja autorizado mais para o fim do ano (de setembro para
frente), já está permitida, pela CF/88, a reabertura do eventual saldo desse
crédito no outro exercício.
Art. 43, § 1º Consideram-se recursos para o fim deste artigo, desde que não
comprometidos:
Além dessas fontes de recursos, devemos buscar outro normativo que trata do
tema, o Decreto-Lei 200/67:
Espero que minha explicação tenha ficado mais clara que a lei, rsrs.
Art. 43, § 3º – Entende-se por excesso de arrecadação, para os fins deste artigo,
o saldo positivo das diferenças acumuladas mês a mês entre a arrecadação
prevista e a realizada, considerando-se, ainda, a tendência do exercício.
Vale a pena assinalar aqui um detalhe. Assim como o superávit financeiro sofre
um ajuste para se chegar à real disponibilidade financeira em caixa, o excesso
de arrecadação também sofre uma dedução.
Tendo isso em vista, ARO’s não podem servir de fonte para créditos
adicionais. Para tanto, deverão ser contratadas operações normais de crédito.
Como vimos acima, pelo Decreto-Lei 200/67, temos aí mais uma fonte de
recursos para créditos adicionais. Entretanto, a Lei de Responsabilidade Fiscal,
que é mais recente, definiu, em seu art. 5º, que a forma de utilização da
reserva de contingência será estabelecida pela LDO.
Por outro lado, num momento mais à frente, a discordância pode se dar por
parte do Presidente da República, vetando dotações incluídas no projeto de
LOA mediante emendas parlamentares. A partir disso, a LOA seria promulgada
com dotações vetadas.
A questão 49 traz algumas imprecisões: não se abre créditos especiais por MP,
e os saldos dos créditos são incorporados ao ORÇAMENTO do exercício
subsequente. Questão ERRADA.
GRACIANO ROCHA
RESUMO DA AULA
3. Não havendo a lei relativa ao disposto no art. 165, § 9º, são seguidas
regras transitórias sobre prazos das leis de matéria orçamentária,
dispostas no art. 35, § 2º, do Ato das Disposições Constitucionais
Transitórias (ADCT) da CF/88.
9. O projeto de LDO deve ser enviado pelo Presidente ao Congresso “até oito
meses e meio antes do encerramento do exercício financeiro”, ou seja, 15
de abril.
17. A LDO é uma criação da CF/88, como o PPA, e tem como função principal
fazer a intermediação entre o PPA e a LOA. É o instrumento que a
Administração utiliza para executar o PPA, por meios das LOAs, de forma
mais sintonizada com as condições sociais, econômicas, políticas, que
venham a alterar as prioridades do governo.
18. As atribuições dadas pela CF/88 à LDO são: indicar as metas e prioridades
da administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o
próximo exercício financeiro; orientar a elaboração da LOA; dispor sobre
alterações na legislação tributária; estabelecer a política de aplicação das
agências financeiras oficiais de fomento.
(D) oito meses e meio antes do reinício das funções legislativas (15 de
junho).
(A) órgão
(B) função
(C) região
(D) unidade
(A) econômico
(B) fiscal
(C) plurianual
• orçamento fiscal;
(B) União, aos Estados e aos Municípios, seus fundos, órgãos e entidades
da administração direta e indireta, aos investimentos das empresas e aos
órgãos, fundos e entidades vinculados ao sistema de seguridade social.
(A) empenhos
(E) devem ser autorizados por lei e abertos por decreto do Poder
Executivo.
(A) especiais
(B) irrefutáveis
(C) extraordinários
(D) super-especiais
(E) complementares
(A) extraordinário.
(B) emergencial.
(C) especial.
(D) suplementar.
(E) contingencial.
QUESTÕES ADICIONAIS
(E) as despesas que têm duração continuada não fazem parte do Plano
Plurianual, mas somente da Lei Orçamentária Anual.
(A) I e II.
(B) I e III.
(C) II e III.
(D) II e IV.
(C) Fiscal.
(D) Plurianual.
(E) Programa.
(A) I, II e III.
(E) I, apenas.
(E) faz uma previsão orçamentária, sem considerar o ocorrido nos anos
anteriores, quando se inicia um empreendimento.
(B) A Lei que instituir o Plano Plurianual será elaborada no segundo ano
do mandato do Executivo e terá vigência de três anos.
(A) extraordinários.
(B) suplementares.
(C) especiais.
(D) complementares.
(E) ilimitados.
(B) variações positivas entre o que foi previsto e o que foi arrecadado da
receita pública.
(A) especiais
(B) suplementares.
(C) extraordinários.
(D) originários.
(E) derivados.
(A) ser abertos, desde que existam recursos disponíveis para ocorrer a
despesa, salvo no caso de guerra, independentemente da sua urgência e
necessidade.
(B) ser abertos, desde que existam recursos disponíveis para ocorrer a
despesa, independentemente da sua urgência e necessidade.
GABARITO
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
E E E C E C E C A C
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
E E E C E E D E C E
21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
E C D E E E C E E E
31 32 33 34 35 36 37 38 39 40
E D C E C A E E C A
41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
E E C C C E E E E C
51 52 53 54 55 56 57 58 59 60
E E C E E E E C E C
61 62 63 64 65 66 67 68 69 70
E C E A C A E C B A
71 72 73 74 75 76 77 78 79 80
E E C C B C B C E E
81 82 83 84 85 86 87 88 89 90
B A A A D E C B E E
91 92 93 94 95
E C A D E