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ANALISTA LEGISLATIVO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS 2012

REGIMENTO COMUM DO CONGRESSO NACIONAL


LUCIANO OLIVEIRA
AULA 00

O CONGRESSO NACIONAL! EM BREVE VOCÊ ESTARÁ AQUI!

Olá, concurseiros e concurseiras! Esta é a hora de estudar para o


concurso da Câmara dos Deputados! A banca já foi escolhida: será o
Cespe/UnB! Segundo informações, o edital de Analista Legislativo,
atribuição Técnica Legislativa, deve ser publicado em junho ou julho de
2012.

Vejam as informações do site da Câmara:

http://www2.camara.gov.br/transparencia/concursos/concursos-
novos/concursos-autorizados

Os informes indicam que o edital trará 70 vagas para a atribuição


de Técnica Legislativa. Todavia, em fevereiro deste ano, já existiam 111
cargos vagos para essa área, e certamente surgirão mais, durante o
prazo de validade do concurso. Vejam:

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http://www2.camara.gov.br/transparencia/recursos-
humanos/quadro-remuneratorio/TabelaEstatisticaEfetivos.pdf

Atualmente, a remuneração inicial de Analista da Câmara dos


Deputados está em torno dos R$ 12.000,00, mas há um novo plano de
carreira em tramitação que, quando aprovado, deverá elevar a
remuneração inicial desse cargo a mais de R$ 20.000,00! (vejam meu
artigo no site do Ponto dos Concursos) É ou não é uma grande motivação
para estudar?!

Muito bem, vamos à apresentação deste que lhes fala!

Meu nome é Luciano Oliveira. Muito prazer! Sou Consultor


Legislativo do Senado Federal. Já exerci os cargos de Auditor Federal
de Controle Externo do TCU e Analista de Finanças e Controle do Tesouro
Nacional. Antes disso, fui Oficial da Marinha por sete anos (sou Capitão-
Tenente da reserva). Ministro aulas preparatórias em vários cursos
presenciais e on line de todo o Brasil. Sou também ex-presidente da
Associação Nacional dos Concurseiros (Andacon) (biênio 2010-
2011).

Sou um concurseiro de carteirinha. Estou sempre fazendo algum


concurso, para não perder o costume. Esse aí só pode ser maluco... Mas é
isso mesmo! Professor de cursinho tem que saber o que está acontecendo
nesse meio, de preferência, sentindo na própria pele o que os
concurseiros estão vivendo. Saibam que vocês terão aqui não apenas um
professor da matéria, mas um conselheiro na área de concursos. Fiquem à
vontade para tirar suas dúvidas e fazer perguntas sobre a matéria, dicas
para fazer a prova e, é claro, a vida no Senado Federal, o ambiente de
trabalho, a remuneração, a jornada diária etc. Afinal, eu estou aqui dentro
e posso esclarecer muitas dúvidas para vocês.

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Além disso, sou autor dos livros Direito Administrativo:


Cespe/UnB, Editora Ferreira, Direito Administrativo: Questões
Discursivas Comentadas, Editora Impetus, e A Lei 8.112/1990 para
Concursos, Editora Método. Mantenho também um pequeno blog na
internet sobre Direito Administrativo
(www.diretoriojuridico.blogspot.com.br), onde podem ser encontradas
dicas valiosas sobre concursos públicos, inclusive sobre questões
discursivas.

Desta vez minha missão é ensinar a disciplina de Regimento


Comum do Congresso Nacional (RCCN) aos candidatos aos cargos da
Câmara dos Deputados. Como o próprio nome indica, o RCCN vai regular
os assuntos que dizem respeito às duas Casas Legislativas – Câmara dos
Deputados e Senado Federal – quando estiverem funcionando
conjuntamente. Portanto, nas reuniões do Congresso, é o Regimento
Comum que vai balizar, por exemplo, as sessões conjuntas do Congresso
Nacional.

O estudo do Regimento Comum tem uma vantagem em relação ao


Regimento Interno da Câmara dos Deputados (RICD): seu tamanho é
reduzido. Assim, com pouco tempo e dedicação poderemos completar seu
estudo, devendo o aluno, é claro, guardar a preocupação de revisar
constantemente essa matéria durante o tempo que antecede a prova.

Nosso curso de Regimento Comum está estruturado em cinco


aulas, da seguinte maneira:

Aula 0 (4/6/2012): O Congresso Nacional; Aplicação do


Regimento Comum; Lideranças; Mesa do Congresso Nacional.

Aula 1 (18/6/2012): Sessões do Congresso Nacional: Sessões


solenes; Sessões deliberativas em geral; Fases da sessão;
Apreciação das matérias; Tipos de votação; Redação Final.

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Aula 2 (25/6/2012): Matérias legislativas: Proposta de Emenda à


Constituição; Matéria Orçamentária; Vetos; Delegação Legislativa;
Comissões Mistas; Projetos elaborados por Comissão Mista;
Emendas; Reforma do Regimento Comum.

Aula 3 (2/7/2012): Disposições comuns sobre o Processo


Legislativo. Resoluções complementares: Representação brasileira
no Mercosul; Comissão Mista Representativa do Congresso Nacional
no Fórum Interparlamentar das Américas; Comissão Mista
Permanente sobre Mudanças Climáticas.

Aula 4 (9/7/2012): Simulado com 35 questões inéditas.

Muito bem! Iniciemos agora nosso curso!

O CONGRESSO NACIONAL

Muita gente faz confusão com esse assunto: afinal de contas, o


que é o Congresso Nacional? E por que a necessidade de haver um
regimento só para ele?

Como sabemos, o Poder Legislativo Federal brasileiro é do tipo


bicameral, no qual uma Casa representa o povo, com integrantes eleitos
proporcionalmente ao quantitativo populacional dos Estados, para um
mandato de quatro anos (Câmara dos Deputados), e a outra Casa
representa os Estados, cujos membros são eleitos pelo princípio
majoritário, em igual quantidade para cada Estado (e o DF) e para cumprir
um mandato de oito anos (Senado Federal). Assim, as duas Casas
participam do processo legislativo, de maneira sequencial. Um projeto de
lei aprovado pela Câmara deve passar pelo Senado e vice-versa, com
exceção daquelas matérias exclusivas de cada uma das casas, previstas
constitucionalmente.

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Aqui, temos o sentido da expressão “Congresso Nacional”:


significa o Poder Legislativo Federal, nos termos do que preceitua a
Constituição (CF/88), em seu artigo 44: “O Poder Legislativo é exercido
pelo Congresso Nacional, que se compõe da Câmara dos Deputados e do
Senado Federal”.

Contudo, a mesma Constituição Federal estabeleceu alguns


momentos em que as duas casas, Câmara e Senado, devem trabalhar
juntas, mas de forma concomitante, ao mesmo tempo. Nesses casos,
Deputados e Senadores votarão juntos, em algumas ocasiões bem
específicas. Ou seja, se logo acima eu disse que o Congresso Nacional é
composto da Câmara e do Senado e se reunem, no mesmo plenário,
deputados e senadores, o que eu tenho? Uma sessão do Congresso
Nacional!

Portanto, muita atenção: o Congresso Nacional é a união das


duas casas que o compõem. E o Poder Legislativo não é, de forma
alguma, tricameral. Olha lá, hein! Para facilitar mais: não existe ”Plenário
do Congresso Nacional”. Se der branco na hora da prova é só lembrar da
foto do Palácio do Congresso Nacional: há duas cúpulas. É bicameral.

Por falar nisso, as reuniões conjuntas do Congresso Nacional são


realizadas preferencialmente no Plenário da Câmara dos Deputados (pelo
fato de ser de tamanho maior). Contudo, não há impedimento para
realização de sessão do Congresso, desde que haja escolha prévia de outro
local devidamente anunciado (RCCN, art. 3.º), e esse local normalmente é
o plenário do Senado.

Muito bem, mas que ocasiões tão especiais demandariam a


participação dos parlamentares conjuntamente? Vamos dar uma olhadinha
na Constituição e no Regimento Comum:

¾ Inaugurar a sessão legislativa (CF/88, art. 57, § 3.º, I e


RCCN, art. 1.º, I);

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¾ Promulgar Emendas à Constituição (CF/88, art. 60, § 3.º e


RCCN, art. 1.º, III);
¾ Receber o compromisso do Presidente e do Vice-
Presidente da República e dar-lhes posse (CF/88, art. 57,
§ 3.º, III; CF/88, art. 78; e RCCN, art. 1.º, II)
¾ Conhecer do veto e sobre ele deliberar (CF/88, art. 57, §
3.º IV e art. 66, § 4.º e RCCN, art. 1.º, VI);
¾ Discutir e votar o Orçamento (CF/88, art. 48, II e art. 166
e RCCN, art. 1.º, V);
¾ Delegar ao Presidente da República poderes para legislar
(CF/88, art. 68 e RCCN, art. 1.º, IX);
¾ Elaborar o regimento comum e regular a criação de
serviços comuns às duas Casas (CF/88, art. 57, § 3.º, II e
RCCN, art. 1.º, XI);
¾ Homenagear Chefes de Estado estrangeiros e comemorar
datas nacionais (RCCN, art. 1.º, § 1.º).
¾ Proceder à leitura da mensagem do Presidente da
República encaminhando projeto de lei orçamentária
(RCCN, art. 89);

De acordo com a CF/88, art. 57, § 6.º, o Congresso Nacional


pode, durante os períodos de recesso, ser convocado de maneira
extraordinária do Congresso Nacional. Durante a convocação, o Congresso
Nacional pode deliberar apenas sobre o assunto para o qual foi
convocado, além das medidas provisórias constantes da pauta, se
houver (CF/88, art. 57, §§ 6.o e 7.°).

A convocação extraordinária pode se dar das seguintes maneiras:

QUEM CONVOCA SITUAÇÃO


Decretação de estado de defesa
Presidente do Senado ou de intervenção federal;
Pedido de autorização para

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decretação de estado de sítio;


Tomada de compromisso e posse
do Presidente e Vice-Presidente
da República.
Presidente da República
Presidentes da CD e do SF Caso de urgência ou interesse
Requerida pela maioria dos público relevante
membros das duas Casas

Note bem: a convocação é do Congresso Nacional. Não existe


convocação só da Câmara, ou só do Senado.

Mas, professor, se na convocação extraordinária os


parlamentares só podem deliberar sobre o assunto que motivou a
convocação e sobre as MPs, o que acontece se a matéria a ser votada
está na Câmara e não há nada no Senado? Nesse caso, mesmo sem
assunto para votar, o Senado fica funcionado. Há sessões não
deliberativas até que a matéria em questão seja votada pela Câmara e
encaminhada ao SF.

APLICAÇÃO DO REGIMENTO COMUM

Bom, mas quando o Congresso Nacional está reunido, eu não


vou poder aplicar de forma indistinta o Regimento da Câmara dos
Deputados ou o do Senado Federal. Já pensaram na confusão? Afinal de
contas, não é a Câmara que está reunida, e também não é o Senado. Se é
o Congresso Nacional, vou precisar de um regimento que o normatize. E
esse é o nosso Regimento Comum.

Vale lembrar que o Regimento Comum em vigor foi aprovado,


originalmente, pela Resolução 1/1970-CN, tendo sido, portanto,
recepcionado pela Constituição de 1988, quando seus dispositivos que
eram compatíveis com o novo texto constitucional continuaram vigorando.
Contudo, muitos de seus dispositivos carecem de atualização.

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Se vocês já tiveram a oportunidade de dar uma olhada no


Regimento Comum, devem ter percebido que ele é muito, mas muito mas
conciso que o Regimento da Câmara ou que o do Senado. Assim, haverão
ocasiões que podem não estar explícitas no Regimento Comum. Nesse caso,
o que fazer? O próprio RCCN tem a resposta: Nos casos omissos serão
aplicadas primeiramente as disposições do Regimento Interno do Senado e,
se este ainda for omisso, as disposições do Regimento Interno da Câmara
(RCCN, art. 151).

LIDERANÇAS

Assim como ocorre no Senado e na Câmara, no Congresso


também existe a figura dos líderes. As lideranças funcionam da seguinte
forma: os Líderes dos partidos na Câmara e no Senado são reconhecidos
pelo Regimento Comum (RCCN, art. 4..º), ou seja, em relação a eles nada
se altera. São eles que irão indicar os membros dos partidos que vão
compor as comissões mistas (como a Comissão Mista de Orçamento, por
exemplo).

Fora isso, há um Líder do Governo no Congresso, indicado pelo


Presidente da República (pode ser um Deputado ou Senador). O líder, por
sua vez, indica mais cinco vice-líderes entre parlamentares dos partidos
que compõem a base de apoio ao Governo (RCCN, art. 4..º, §§ 1..º e
2..º).

Em contraposição ao Líder do Governo, existe o Líder da


Minoria, escolhido entre congressistas dos partidos que elegerem as duas
maiores bancadas no Senado Federal e na Câmara dos Deputados e que
tenham posição contrária ao Governo. Quem o escolhe são os líderes
desses partidos, devendo a escolha se dar de forma alternada entre
deputados e senadores, a cada ano (RCCN, art. 4..º, § 4..º).

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De forma análoga ao Líder do Governo, o Líder da Minoria pode


indicar outros cinco vice-líderes dentre os integrantes das representações
partidárias que integrem a Minoria no Senado Federal e na Câmara dos
Deputados (RCCN, art. 4.º, § 5.º).

Peraí!! Professor, não entendi bem essa história de Minoria...

Olha só, segundo o RCCN, deve ser adotado o conceito de


Maioria e Minoria trazidos pelos Regimentos Internos das duas Casas.
Muito bem, vamos dar uma olhada então no que eles dizem:

Regimento Interno da Câmara dos Deputados:

Art. 13. Constitui a Maioria o Partido ou Bloco Parlamentar integrado


pela maioria absoluta dos membros da Casa, considerando-se
Minoria a representação imediatamente inferior que, em relação
ao Governo, expresse posição diversa da Maioria.

Regimento Interno do Senado Federal:

§ 1.º A maioria é integrada por bloco parlamentar ou representação


partidária que represente a maioria absoluta da Casa.
§ 2.º Formada a maioria, a minoria será aquela integrada pelo maior
bloco parlamentar ou representação partidária que se lhe opuser.

Mas, peraí, o curso não é de Regimento Comum?

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Justamente. E é agora que vem um pequeno detalhe: em


nenhum lugar do Regimento Comum é dito que o Líder do Governo é o
Líder da Maioria. Como vocês viram nas definições trazidas pelos
Regimentos da CD e do SF, a maioria é o partido ou o bloco que
represente a maioria absoluta de cada Casa. O que vem acontecendo é
que a base de apoio ao Poder Executivo no Congresso é ampla, o que
implica, na prática, a figura do líder do Governo coincidir com o líder da
Maioria. Mas isso é na prática. Lembrem-se de que o RCCN não fala em
Líder da Maioria. Há o Líder do Governo e o Líder da Minoria.

A estrutura de apoio para funcionamento da liderança ficará a


cargo da Casa a que pertencer o parlamentar (RCCN, art. 4..º, § 7..º).
Assim, se o Líder do Governo for um Senador, o gabinete da Liderança do
Governo será no Senado. Por sua vez, sendo deputado, será na Câmara.

Os líderes poderão usar da palavra, uma única vez, em qualquer


fase da sessão conjunta, pelo prazo máximo de 5 minutos, para
comunicação urgente (RCCN, art. 6.º). Também são eles que discutem as
matérias em caráter preferencial e encaminham a votação (RCCN, art.
7.º), sendo substituídos pelos vice-líderes em suas ausências e
impedimentos.

Vamos focar um exemplo concreto para entendermos melhor:

COMPOSIÇÃO DAS LIDERANÇAS – Maio/2012


Líder do Governo Líder da Minoria
NO CONGRESSO Deputado Mendes Senador Jayme Campos
NACIONAL Ribeiro Filho (DEM/MT)
(PMDB/RS)
NO SENADO FEDERAL Senador Senador Mário Couto
Romero Jucá (PSDB/PA)
(PMDB/RR)
NA CÂMARA DOS Deputado Cândido Deputado Paulo Abi-Ackel
DEPUTADOS Vaccarezza (PT/SP) (PSDB/MG)

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As atribuições e prerrogativas dos líderes no Congresso Nacional


são semelhantes àquelas desempenhadas na Câmara ou no Senado.
Vamos destacar quais estão expressas no Regimento Comum:

¾ Indicar membros para as Comissões (RCCN, art. 5.º);


¾ Usar da palavra por até 5 minutos para comunicação urgente
em qualquer fase da sessão (RCCN, art. 6.º);
¾ Discutir as matérias e encaminhar as votações, sem precisar
de inscrição e com preferência sobre os demais (RCCN, art. 7.º);
¾ Propor sessão secreta (RCCN, art. 27);
¾ Propor encerramento de discussão (RCCN, art. 39, § 1.º);
¾ Propor adiamento da discussão (RCCN, art. 40);
¾ Solicitar verificação de votação (RCCN, art. 45, § 1.º).
¾ Formular destaques e pedir preferência (RCCN, art. 50);

MESA DO CONGRESSO NACIONAL

Se há Mesa Diretora na Câmara dos Deputados e no Senado


Federal, também há eleição para a Mesa Diretora do Congresso?

No Congresso Nacional há Mesa Diretora. Porém, seus membros


não são eleitos. Consiste em uma combinação das Mesas do Senado e da
Câmara dos Deputados, de forma alternada, conforme prevê o art. 58, §
5.º, da CF/88:

“A Mesa do Congresso Nacional será presidida pelo Presidente do


Senado Federal, e os demais cargos serão exercidos,
alternadamente, pelos ocupantes de cargos equivalentes na
Câmara dos Deputados e no Senado Federal.”

Como o Presidente do Senado é também o Presidente do


Congresso Nacional, a sequência tem início por ele. Abaixo temos um
exemplo prático da Mesa do Congresso atualmente:

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COMPOSIÇÃO DA MESA DO CONGRESSO NACIONAL

Presidente: Senador José Sarney (PMDB/AP)


1ª Vice-Presidente: Deputada Rose de Freitas (PMDB/ES)
2.º Vice-Presidente: Senador Waldemir Moka (PMDB/MS)
1.º Secretário: Deputado Eduardo Gomes (PSDB/TO)
2.º Secretário: Senador João Ribeiro (PR/TO)
3.º Secretário: Deputado Inocêncio Oliveira (PR/PE)
4.º Secretário: Senador Ciro Nogueira (PP/PI)

Portanto, a Mesa do Congresso Nacional é formada por quatro


Senadores e três deputados (maior número de Senadores). O parlamentar
ocupa na Mesa do Congresso Nacional exatamente a mesma posição que
ocupa na Mesa de sua Casa de origem.

Assim, o substituto do Presidente do Senado para a finalidade de


convocar sessões conjuntas do Congresso Nacional é o Primeiro Vice-
Presidente da Câmara, pois ele é o Primeiro Vice-Presidente da Mesa do
Congresso Nacional. Vale lembrar que a convocação para sessões conjuntas
que não tenham data legalmente fixada deve ser feita pelo com prévia
audiência da Câmara dos Deputados (RCCN, art. 2.º).

Muito bem! Nossa aula inaugural termina por aqui. Vamos


agora praticar com algumas questões:

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EXERCÍCIOS DE RCCN

1) A Câmara dos Deputados e o Senado Federal reúnem-se em


sessão conjunta no plenário daquela Casa legislativa, em regra.
Porém, o Regimento Comum faz permissão expressa de que a
reunião pode se dar em outro local previamente designado.

Correta. É o que prevê o art. 3.º do RCCN.

2) (Cespe/Câmara dos Deputados/Consultor Legislativo/2002)


Projetos de lei a respeito de matéria orçamentária e vetos do
presidente da República a projetos de lei aprovados pelo
Congresso Nacional são matérias apreciadas em sessão conjunta.

Correta, segundo a CF/88, arts. 48, II, e 166, combinados com o RCCN,
art. 1.º, V.

3) O Presidente do Congresso Nacional é o Presidente do Senado


Federal. Se houver impedimento deste, a sessão do Congresso deve
ser convocada pelo Primeiro Vice-Presidente do Senado, com prévia
audiência da Câmara dos Deputados.

Errada. O substituto do Presidente do Senado na Mesa do Congresso


Nacional é o primeiro vice-presidente da Câmara, nos termos da CF/88,
art. 57, § 5.º. O restante da questão está correto: em caso de convocação
de sessão do Congresso, quem a faz é o Presidente do Senado, com
prévia audiência da Câmara dos Deputados, segundo o art. 2.º do RCCN.

4) O líder do Governo no Congresso Nacional, escolhido pelo


Presidente da República, possui a prerrogativa de indicar até três
vice-líderes.

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Errada. Segundo o RCCN, o líder do Governo pode indicar até cinco vice-
líderes. A redação do art. 4.º § 5.º do Regimento Comum anterior à
Resolução 02/2008-CN é que previa a indicação de até três vice-líderes.

5) A cada legislatura, será indicado líder da minoria no Congresso


Nacional, que por sua vez pode indicar cinco vice-líderes para
substituí-lo em seus impedimentos.

Errada. A indicação do líder da minoria no Congresso Nacional é feita


anualmente, ou seja, a cada sessão legislativa (RCCN, art. 4.º, § 4.º).
Legislatura corresponde a um período de quatro anos.

6) As duas maiores bancadas do Senado Federal que


manifestarem, em relação ao Governo, posição diversa da maioria,
poderão indicar líder da minoria no Congresso Nacional.

Correta. A minoria no Congresso Nacional é formada pelas duas maiores


bancadas no Senado e na Câmara que tiverem posição divergente da
maioria (RCCN, art. 4.º, § 3.º).

7) Compete aos líderes indicar os representantes de seu partido


nas comissões e usar da palavra em qualquer fase da sessão por
cinco minutos.

Correta (RCCN, art. 5.º e 6.º).

8) Apenas as lideranças do Senado Federal, constituídas na forma


do Regimento Interno daquela Casa, são reconhecidas nos
trabalhos conjuntos do Congresso Nacional.

Errada. Nos termos do RCCN, art. 4.º, são reconhecidas as lideranças das
representações partidárias em cada Casa, constituídas na forma dos
respectivos regimentos.

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9) Estando ausente o Presidente do Senado Federal, a sessão


conjunta será presidida pelo primeiro vice-presidente da Câmara
dos Deputados e, estando ausente também este, pelo segundo
vice-presidente do Senado Federal.

Correta. Perfeito! A Mesa do Congresso Nacional será presidida pelo


Presidente do Senado Federal, e os demais cargos serão exercidos,
alternadamente, pelos ocupantes de cargos equivalentes na Câmara dos
Deputados e no Senado Federal.

10) Em caso de omissão, aplicar-se-á às sessões conjuntas,


subsidiariamente, o Regimento Interno da Câmara dos Deputados,
em primeiro lugar, e o do Senado Federal, em seguida.

Errada. Primeiro é aplicado o Regimento do Senado e, em caso de


também haver omissão, aplica-se o Regimento da Câmara dos Deputados
(RCCN, art. 151).

11) Quando o Regimento Comum for omisso, deve-se recorrer


exclusivamente ao Regimento Interno do Senado Federal.

Errada. O que o Regimento Comum diz é que em casos omissos deve-se


recorrer primeiro ao Regimento do Senado. Se persistir a omissão, apela-se
para o Regimento da Câmara (RCCN, art. 151).

12) Quando o Regimento Comum for omisso em relação à


determinado tema, cabe à Presidência optar entre a aplicação do
Regimento Interno do Senado Federal ou do Regimento Interno da
Câmara dos Deputados.

Errada. Não cabe à Presidência optar, mas sim aplicar primeiro o Regimento
do Senado e só então, se o problema continuar sem previsão regimental,
aplicar o da Câmara dos Deputados.

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13) Na discussão e no encaminhamento de matérias, o uso da


palavra pelo líder tem caráter preferencial, desde que ele esteja
inscrito para isso.

Errada. O líder pode usar da palavra na discussão e no encaminhamento de


matérias em caráter preferencial, mas independentemente de inscrição
(RCCN, art. 7.º).

14) O Presidente da Câmara dos Deputados ocupa a vice-


presidência na Mesa do Congresso Nacional.

Errada. Não vão cair nessa! O primeiro vice-presidente da Mesa do


Congresso Nacional é o primeiro vice-presidente da Câmara dos Deputados.
O segundo-presidente da Mesa do CN é o segundo vice-presidente do
Senado. Logo, o Presidente da Câmara dos Deputados não ocupa cargo na
Mesa do CN.

15) A Câmara dos Deputados e o Senado Federal reunir-se-ão em


sessão conjunta para:
a) inaugurar a legislatura.
b) elaborar o regimento interno comum e regular a criação dos
serviços das duas Casas.
c) receber o compromisso do Presidente e do Vice-Presidente das
duas Casas.
d) conhecer do voto e sobre ele deliberar.
e) apreciar as emendas sobre os projetos de lei relativos ao plano
plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos
créditos adicionais.

Letra A: errada. Segundo o art. 57, § 3.º, I, da CF/88, a Câmara e o


Senado reunir-se-ão em sessão conjunta para inaugurar a sessão legislativa
(e não a legislatura).

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Letra B: falsa. O art. 57, § 3.º, II, da Carta Magna prevê que a CD e o SF
reunir-se-ão em sessão conjunta para elaborar o regimento comum (não é
regimento interno comum) e regular a criação de serviços comuns às
duas Casas.
Letra C: incorreta, o que prevê o art. 57, § 3.º, III, da Lei Maior é que a
Câmara e o Senado reunir-se-ão em sessão conjunta para receber o
compromisso do Presidente e do Vice-Presidente da República.
Letra D: errada. Conforme o art. 57, § 3.º, IV, da CF/88, a Câmara dos
Deputados e o Senado Federal reunir-se-ão em sessão conjunta conhecer
do veto (não é voto!) e sobre ele deliberar.
Letra E: certa (gabarito). De acordo com o art. 166, caput e § 2.º, da
CF/88, os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes
orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos adicionais serão
apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma do
Regimento Comum, e as emendas a esses projetos serão apresentadas na
Comissão Mista de Orçamentos (que emitirá parecer sobre elas) e
apreciadas, na forma regimental, pelo Plenário das duas Casas do
Congresso Nacional.

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LISTA DE QUESTÕES DESTA AULA

1) A Câmara dos Deputados e o Senado Federal reúnem-se em sessão


conjunta no plenário daquela casa legislativa, em regra. Porém, o
Regimento Comum faz permissão expressa de que a reunião pode se dar
em outro local previamente designado.

2) Cespe/CD/Analista Legislativo/2002: Projetos de lei a respeito de


matéria orçamentária e vetos do presidente da República a projetos de lei
aprovados pelo Congresso Nacional são matérias apreciadas em sessão
conjunta.

3) O Presidente do Congresso Nacional é o Presidente do Senado Federal.


Se houver impedimento deste, a sessão do Congresso deve ser convocada
pelo Primeiro Vice-Presidente do Senado, com prévia audiência da Câmara
dos Deputados.

4) O líder do Governo no Congresso Nacional, escolhido pelo Presidente da


República, possui a prerrogativa de indicar até três vice-líderes.

5) A cada legislatura, será indicado líder da minoria no Congresso


Nacional, que por sua vez pode indicar cinco vice-líderes para substituí-lo
em seus impedimentos.

6) As duas maiores bancadas do Senado Federal que manifestarem, em


relação ao Governo, posição diversa da maioria, poderão indicar líder da
minoria no Congresso Nacional.

7) Compete aos líderes indicar os representantes de seu partido nas


comissões e usar da palavra em qualquer fase da sessão por cinco
minutos.

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REGIMENTO COMUM DO CONGRESSO NACIONAL
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8) Apenas as lideranças do Senado Federal, constituídas na forma do


Regimento Interno daquela Casa, são reconhecidas nos trabalhos
conjuntos do Congresso Nacional.

9) Estando ausente o Presidente do Senado Federal, a sessão conjunta


será presidida pelo primeiro vice-presidente da Câmara dos Deputados e,
estando ausente também este, pelo segundo vice-presidente do Senado
Federal.

10) Quando o Regimento Comum do Congresso Nacional for omisso,


aplicar-se-á às sessões conjuntas, subsidiariamente, o Regimento Interno
da Câmara dos Deputados, em primeiro lugar, e o do Senado Federal, em
seguida.

11) Quando o Regimento Comum, for omisso, deve-se recorrer


exclusivamente ao Regimento Interno do Senado Federal.

12) Quando o Regimento Comum for omisso em relação à determinado


tema, cabe à Presidência optar entre a aplicação do Regimento Interno do
Senado Federal ou do Regimento Interno da Câmara dos Deputados.

13) Na discussão e no encaminhamento de matérias, o uso da palavra pelo


líder tem preferência, desde que ele esteja inscrito para tal.

14) O Presidente da Câmara dos Deputados ocupa a vice-presidência na


Mesa do Congresso Nacional.

15) A Câmara dos Deputados e o Senado Federal reunir-se-ão em sessão


conjunta para:
a) inaugurar a legislatura.
b) elaborar o regimento interno comum e regular a criação dos serviços das
duas Casas.
c) receber o compromisso do Presidente e do Vice-Presidente das duas
Casas.

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d) conhecer do voto e sobre ele deliberar.


e) apreciar as emendas sobre os projetos de lei relativos ao plano
plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos
adicionais.

GABARITO

1C 2C 3E 4E 5E 6C 7C 8E 9C 10E 11E 12E

13E 14E 15E

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