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Os Princípios Orçamentários
BRASÍLIA - 2014
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Os Princípios Orçamentários
BRASÍLIA - 2014
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Dedicatória
Aos meus pais, a quem devo tanto, e que tão pouco posso
retribuir.
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Agradecimentos
Montesquieu
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RESUMO
A Contabilidade Pública é um dos mais novos dos recursos públicos para a área
governamental. É reconhecida por meio da Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei
Complementar 101, de 2000) e já conquistou grande importância e visibilidade, pois ocupa o
Título II do Capítulo VI, da Constituição Federal. No entanto, ainda que esteja
constitucionalmente reconhecida, a mesma não é assunto fácil para a população em geral. O
trabalho busca apresentar o que vem a ser a Contabilidade Pública e o seu desdobramento
para o Orçamento Público, de forma que qualquer leitor possa vislumbrar um pequeno
conhecimento deste universo, e assim, reconhecer quando das divulgações da mídia, a esse
respeito, são coerentes ou não, indo mais além, saber reconhecer as contas públicas do
governo de seu País. Importante ressaltar, que a essência do trabalho, não está na
Contabilidade Pública, mas sim, nos princípios que perfazem o Orçamento Público, posto que
sem eles não seria possível a realização, execução e controle de um Orçamento Público,
correto, ético, que retratasse a realidade das necessidades e prioridades da sociedade
brasileira. A análise é feita no PLOA 2014.
GLOSSÁRIO – dicionário
Câmara revisora
É assim conhecida cada uma das duas Casas do Congresso Nacional a que cabe examinar
proposição já aprovada pela outra. Esse papel é exercido pelo Senado Federal, nas
proposições de iniciativa do Poder Executivo, dos Tribunais Superiores, do Ministério
Público e nas proposições de iniciativa popular, cuja tramitação tem início na Câmara dos
Deputados, por prescrição constitucional. Quando, porém, a proposição de iniciativa é de
Senador, a tramitação tem início no Senado e a Câmara assume a função revisora.
Casa Legislativa
Termo, muitas vezes reduzido apenas à palavra 'Casa', pelo qual é conhecida cada uma das
Câmaras que compõem o Congresso Nacional: Câmara dos Deputados e Senado Federal.
Ciclo orçamentário
Seqüência de fases ou etapas que deve ser cumprida como parte do processo orçamentário. A
maioria dos autores adota como fases do ciclo orçamentário as seguintes: elaboração,
apreciação legislativa, execução e acompanhamento, controle e avaliação, quando, então, se
inicia o ciclo seguinte. Corresponde ao período de tempo em que se processam as atividades
típicas do orçamento público, desde sua concepção até a avaliação final.
Comissão mista
Comissão integrada por Deputados e Senadores, constituída para tratar de matéria pertinente à
competência do Congresso Nacional. Pode ter caráter permanente ou temporário.
Congresso Nacional
Economicidade
Efetividade
Dimensão do desempenho de uma entidade pública ou privada que representa a relação entre
os resultados alcançados (impactos observados) e os objetivos (impactos esperados) que
motivaram a atuação institucional.
Eficácia
Dimensão do desempenho de uma entidade pública ou privada que mede o grau de alcance
das metas programadas, em um determinado período de tempo, independentemente dos custos
implicados.
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Eficiência
Elaboração Orçamentária
Equilíbrio Orçamentário
Erário
Exercício Financeiro
Período definido para fins de segregação e organização dos registros relativos à arrecadação
de receitas, à execução de despesas e aos atos gerais de administração financeira e patrimonial
da administração pública. No Brasil, o exercício financeiro tem duração de doze meses e
coincide com o ano civil, conforme disposto no art. 34 da Lei Federal nº 4.320, de 17 de
março de 1964.
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Gestão
Gestor
Legislatura
Período de mandato dos parlamentares que corresponde a quatro anos (o senador possui duas
legislaturas). Cada legislatura contém quatro sessões legislativas.
Processo Orçamentário
Compreende as fases de elaboração e execução das leis orçamentárias – PPA, LDO e LOA.
Cada uma dessas leis tem ritos próprios de elaboração, aprovação e implementação pelos
Poderes Legislativo e Executivo.
Programa
Proposta Orçamentária
LISTA DE TABELAS
LISTA DE SIGLAS
INTRODUÇÃO
O tema Gestão Pública se tornou global entre cidadãos, políticos e estudiosos que
passaram a perceber que o assunto é de dimensão profunda para superar os desafios de
funcionamento do Estado.
O processo de funções do Estado que entrelaçam-se com as do mercado e da
sociedade civil define as regras básicas de funcionamento, baseadas essencialmente em
políticas; espelha-se nas competências constitucionais, nos macro objetivos de governos
legitimados e nas demandas identificadas pelo sistema político e pela burocracia
governamental (MPOG, 2009).
A gestão de qualidade embasada na transparência, legalidade, na publicidade e
outros princípios mais, que perfazem a Administração Pública, é que permitirá a qualidade e
produtividade do gasto público, de forma que se fortaleça as instituições que compõem o
Estado, no sentido de melhorar seu desempenho em benefício do cidadão, com justiça social,
com um Estado regulador e uma gestão econômica consistente; além da conquista da
democracia, a qual só subsistirá verdadeiramente, se houver a consideração do cidadão como
o foco da ação pública (MPOG, 2009).
O trabalho ora apresentado, contém definições estratégicas que permitirão ao
leitor, compreender alguns dos pormenores que perfaz o Orçamento Público, o primeiro
passo, ano após ano do Governo Federal, para apresentar-se a toda a sociedade brasileira, de
suas metas e intenções, de forma numérica e cronometrada de todos os seus passos para a
realização de seus objetivos maiores, qual seja, de uma nação tranquila na oferta de benefícios
para seus compatriotas, os cidadãos. Com o crescimento da sociedade e uma maior
participação do Estado na vida dos seus cidadãos, foi necessário integrar planejamento e
orçamento para dar mais efetividade ao emprego dos recursos públicos.
O Plano Plurianual (PPA), a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a Lei
Orçamentária Anual (LOA) são as leis que regulam o planejamento e o orçamento dos entes
públicos federal, estaduais e municipais.
A trabalho busca por observar a importância dos princípios orçamentários na
elaboração do orçamento público com enfoque na Lei Orçamentária Anual, e sob tal enfoque,
cria seu objetivo geral, o de analisar se existe observância dos princípios orçamentários para
elaboração do orçamento público. Deste, desdobram-se os objetivos específicos: a) Abordar
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expediente administrativo, de caráter infra legal, criado pelo Poder Executivo com o propósito
de identificar, de forma mais detalhada, a finalidade do crédito na programação
orçamentária”. Para que não houvesse perda de informações, criou-se o Plano Orçamentário,
por meio dos demonstrativos orçamentários.
Plano Orçamentário é uma identificação orçamentária, de caráter gerencial
(não constante da LOA), vinculada à ação orçamentária, que tem por
finalidade permitir que, tanto a elaboração do orçamento quanto o
acompanhamento físico e financeiro da execução, ocorram num nível mais
detalhado do que o do subtítulo/localizador de gasto (MANUAL TÉCNICO
DE ORÇAMENTO – MTO, 2014).
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Aspecto financeiro: fluxo monetário das entradas da receita e das saídas da despesa.
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A Lei 4.320/64, em seu art. 2o, diz que a lei orçamentária conterá a discriminação
da receita e despesa de forma a evidenciar a política econômico-financeira e o programa de
trabalho de Governo, obedecidos os princípios de unidade, universalidade e anualidade.
Art. 2° A Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa de
forma a evidenciar a política econômica financeira e o programa de trabalho
do Governo, obedecidos os princípios de unidade universalidade e
anualidade.
§ 1° Integrarão a Lei de Orçamento:
I - Sumário geral da receita por fontes e da despesa por funções do Governo;
II - Quadro demonstrativo da Receita e Despesa segundo as Categorias
Econômicas, na forma do Anexo nº 1;
III - Quadro discriminativo da receita por fontes e respectiva legislação;
IV - Quadro das dotações por órgãos do Governo e da Administração.
Em seu artigo 3o, ela consolida o princípio da universalidade quando define que a
Lei de Orçamento compreenderá todas as receitas, inclusive as de operações de crédito
autorizadas em lei, excetuando, apenas as operações de crédito por antecipação de receita, as
emissões de papel-moeda e outras entradas compensatórias no ativo e passivo financeiros,
enquanto no Artigo 6o, consolida a aplicação do Princípio do Orçamento Bruto quando
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determina que todas as receitas e despesas constarão da Lei de Orçamento pelos seus totais,
vedadas quaisquer deduções (PIRES, 2002, p. 95).
RECEITAS DE CAPITAL
OPERAÇÕES DE CRÉDITO
ALIENAÇÃO DE BENS
AMORTIZAÇÃO DE EMPRÉSTIMOS
TRANSFERÊNCIAS DE CAPITAL
OUTRAS RECEITAS DE CAPITAL
SUBCATEGORIAS ECONÔMICAS
3 – Despesas Correntes
1 – Despesas de custeio
2 – Transferências Correntes
4 – Despesas de Capital
1 – Investimentos
2 – Inversões Financeiras
3 – Transferências de Capital
ELEMENTOS
DESPESAS CORRENTES
Despesas de CusteioぉTransferências Correntes
DESPESAS DE CAPITAL
InvestimentosぉInversões FinanceirasぉTransferências de Capital
§ 1º Classificam-se como Despesas de Custeio as dotações para manutenção
de serviços anteriormente criados, inclusive as destinadas a atender a obras
de conservação e adaptação de bens imóveis.
§ 2º Classificam-se como Transferências Correntes as dotações para
despesas as quais não corresponda contraprestação direta em bens ou
serviços, inclusive para contribuições e subvenções destinadas a atender à
manifestação de outras entidades de direito público ou privado.
§ 3º Consideram-se subvenções, para os efeitos desta lei, as transferências
destinadas a cobrir despesas de custeio das entidades beneficiadas,
distinguindo-se como:
I - subvenções sociais, as que se destinem a instituições públicas ou privadas
de caráter assistencial ou cultural, sem finalidade lucrativa;
II - subvenções econômicas, as que se destinem a empresas públicas ou
privadas de caráter industrial, comercial, agrícola ou pastoril.
§ 4º Classificam-se como investimentos as dotações para o planejamento e a
execução de obras, inclusive as destinadas à aquisição de imóveis
considerados necessários à realização destas últimas, bem como para os
programas especiais de trabalho, aquisição de instalações, equipamentos e
material permanente e constituição ou aumento do capital de empresas que
não sejam de caráter comercial ou financeiro.
§ 5º Classificam-se como Inversões Financeiras as dotações destinadas a:
I - aquisição de imóveis, ou de bens de capital já em utilização;
II - aquisição de títulos representativos do capital de empresas ou entidades
de qualquer espécie, já constituídas, quando a operação não importe aumento
do capital;
III - constituição ou aumento do capital de entidades ou empresas que visem
a objetivos comerciais ou financeiros, inclusive operações bancárias ou de
seguros.
§ 6º São Transferências de Capital as dotações para investimentos ou
inversões financeiras que outras pessoas de direito público ou privado devam
realizar, independentemente de contraprestação direta em bens ou serviços,
constituindo essas transferências auxílios ou contribuições, segundo derivem
diretamente da Lei de Orçamento ou de lei especialmente anterior, bem
como as dotações para amortização da dívida pública.
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DESPESAS CORRENTES
Despesas de Custeio
Pessoa CivilぉPessoal MilitarぉMaterial de ConsumoぉServiços de
TerceirosぉEncargos Diversos
Transferências Correntes
Subvenções SociaisぉSubvenções EconômicasぉInativosぉPensionistasぉSalário
Família e Abono FamiliarぉJuros da Dívida PúblicaぉContribuições de
Previdência SocialぉDiversas Transferências Correntes.
DESPESAS DE CAPITAL
Investimentos
Obras PúblicasぉServiços em Regime de Programação
EspecialぉEquipamentos e InstalaçõesぉMaterial PermanenteぉParticipação em
Constituição ou Aumento de Capital de Empresas ou Entidades Industriais
ou Agrícolas
Inversões Financeiras
Aquisição de ImóveisぉParticipação em Constituição ou Aumento de Capital
de Empresas ou Entidades Comerciais ou FinanceirasぉAquisição de Títulos
Representativos de Capital de Empresa em FuncionamentoぉConstituição de
Fundos RotativosぉConcessão de EmpréstimosぉDiversas Inversões
Financeiras
Transferências de Capital
Amortização da Dívida PúblicaぉAuxílios para Obras PúblicasぉAuxílios para
Equipamentos e InstalaçõesぉAuxílios para Inversões FinanceirasぉOutras
Contribuições.
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O equilíbrio não é uma regra rígida, embora a idéia de equilibrar receitas continue
ainda sendo perseguida, principalmente a médio ou longo prazo.
Uma razão fundamental para defender esse princípio é a convicção de que ele
constitui o único meio de limitar o crescimento dos gastos governamentais e do conseqüente
endividamento público;
Orçamento Bruto - todas as parcelas da receita e da despesa devem
aparecer no orçamento em seus valores brutos, sem qualquer tipo de
dedução. Segundo Giacomoni (2007. p. 63-84), “a regra pretende
impedir a inclusão, no orçamento, de importâncias líquidas, isto é, a
inclusão apenas do saldo positivo ou negativo resultante do confronto
entre as receitas e as despesas de determinado serviço público”.
Na esfera federal os prazos para o ciclo orçamentário estão no §2o I a III, do art.
35 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT):
§2 º Até a entrada em vigor da lei complementar a que se refere o art. 165,
§9 º, I e II, serão obedecidas as seguintes normas:
I – o projeto do plano plurianual, para vigência até o final do primeiro
exercício financeiro do mandato presidencial subsequente, será encaminhado
até quatro meses antes do encerramento do primeiro exercício financeiro e
devolvido para sanção até o encerramento da sessão legislativa;
II – o projeto de lei de diretrizes orçamentárias será encaminhado até oito
meses e meio antes do encerramento do exercício financeiro e devolvido
para sanção até o encerramento do primeiro período da sessão legislativa;
III – o projeto de lei orçamentária da União será encaminhado até quatro
meses antes do encerramento do exercício financeiro e devolvido para
sanção até o encerramento da sessão legislativa.
2.2.1 Etapas
• Avaliação/controle.
Conforme revela Andrade (2009, p. 4343), existem dois segmentos para aferir os
procedimentos de controle sobre o ciclo orçamentário público: 1) o denominado de controle
de procedimentos, refere-se ao acompanhamento da legalidade e da legitimidade dos atos; 2)
o identificado como controle de resultados, e que tem como foco de atuação a verificação dos
níveis de eficiência, eficácia, economicidade e efetividade. Os dois aspectos devem ser
praticados pelos administradores públicos que gerem dos recursos públicos.
2
As receitas primárias são tipicamente classificadas em três grupos: i) as receitas administradas pela RFB,
envolvendo em sua maioria os impostos (imposto de renda, imposto de importação, IPI, etc.) e as contribuições
sociais sobre o faturamento e lucro, Cofins-Pis/Pasep e CSLL; ii) as receitas líquidas do Regime Geral da
Previdência Social, derivadas praticamente das contribuições do empregado e do empregador sobre a folha de
salário; e iii) as receitas não administradas pela RFB, cujos itens mais expressivos são as receitas com
dividendos das estatais, concessões, royalties pela exploração de petróleo, energia elétrica e minerais,
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atingindo 24,8% do PIB (CONGRESSO NACIONAL, NOTA 6/2013, p. 13), sob uma meta
primária consolidada de R$ 155,9 bilhões (CONGRESSO NACIONAL, NOTA 6/2013, p.
10). De acordo com o Congresso Nacional, esse avanço ocorre em função das receitas
administradas pela RFB (crescimento de 0,7% do PIB); nestas inclui-se ainda, a arrecadação
previdenciária, enquanto as demais caem. “Cumpre ressaltar que se trata de expectativa
otimista, implicando em novo aumento da carga tributária” (CONGRESSO NACIONAL,
NOTA 6/2013, p. 11).
A economia corresponde a uma previsão de 4% do Produto Interno Bruto (PIB)
correspondendo a 5.242,90 bilhões de reais. No cálculo, foi levado em consideração uma
projeção de crescimento da economia de 4%, sob uma previsão da inflação, como meta oficial
de 4,5%3, conforme pode ser ver verificado na Tabela 1. Para o salário mínimo, o governo
considerou R$ 722,90.
contribuição do salário-educação sobre a folha e a contribuição social dos servidores públicos. As receitas da
Previdência Social, embora estejam hoje sob a competência da RFB, aparecem em rubrica separada, por razões
históricas e pela sua importância quantitativa. CONGRESSO NACIONAL, 2013. Op. cit. p. 13.
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Registra-se que o mercado (Focus) estima crescimento do PIB de 2,3% e inflação de 5,84%. CONGRESSO
NACIONAL, 2013. Op. cit. p. 14.
35
crescimento real da receita primária abaixo do crescimento do PIB (elasticidade PIB abaixo
de 1), pode-se esperar uma redução ainda maior nos termos percentuais do PIB, levando a crer
que se a receita primária continuar a crescer em termos reais cerca de metade do crescimento
real do PIB, a queda será cerca de R$ 25,4 bilhões, ou seja, o dobro do valor estimado
(CONGRESSO NACIONAL, NOTA no 6/2013, p. 14).
Sobre as estimativas de Receitas para 2014 pode-se dizer ainda que a taxa de
crescimento do PIB, apesar da queda, se somada à política de desonerações tributárias pós-
crise do governo, tem-se ainda registros de baixos crescimentos em referência ao PIB, em
termos reais.
As desonerações previstas para 2014, considerando-se as medidas instituídas
de 2010 até 2013, são da ordem de R$ 102 bilhões, enquanto em 2013 são
estimadas em R$ 79,9 bilhões e em 2012, R$ 49,9 bilhões, de acordo com
relatório as RFB (sítio na internet). Já a estimativa contida no PLOA 2014
considera apenas R$ 11,0 bilhões de impacto das desonerações na redução
das receitas, frente à estimativa de R$ 22 bilhões contidas em tabelas
existentes no sítio na internet da RFB (CONGRESSO NACIONAL, 2013, p.
15-16).
4
Registra-se que este valor abarca sendo que R$ 105,6 bilhões são relativos ao orçamento de investimento das
estatais.
36
6
Conforme explicam Marshall, Tollini e Graça (IN: CONGRESSO NACIONAL, NOTA 6/2013, p. 40) o
Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), no que diz respeito a LOA 2014, “dará prosseguimento aos
investimentos relacionados ao setor de infraestrutura e permanecerá alocando recursos destinados a sanar os
problemas históricos sociais e urbanos que acometem a população brasileira”. O PAC, para 2014, contempla
trinta e seis subfunções orçamentárias e constitui prioridade de governo. Para sua execução os recursos alcançam
a ordem de R$ 63,3 bilhões. Esse valor supera em cerca de R$ 11 bilhões as dotações previstas no PLOA 2013,
Aos seis eixos nos quais vinham se agrupando os empreendimentos no âmbito do programa adicionou-se mais
um, relativo à área de defesa. Os eixos do PAC são: a) Eixo 1 Cidade Melhor – com o objetivo de enfrentar os
principais desafios das grandes aglomerações urbanas, como saneamento, prevenção em áreas de risco,
mobilidade e pavimentação – com valor 7.339 milhões, participação de 11,6%; b) Eixo 2 Comunidade Cidadã –
com o objetivo de assegurar a presença do Estado nos bairros populares, aumentando a oferta de serviços à
população, com ações de saúde, educação, cultura e esporte – com valor 9.148 milhões, participação de 14,5%;
c) Eixo 3 Minha Casa, Minha Vida – com o objetivo de reduzir o déficit habitacional, dinamizando o setor de
construção civil e gerando trabalho e renda – com valor 15.770 milhões, participação de 24,9%; d) Eixo 4 Água
e Luz para Todos – com o objetivo de universalizar o acesso à energia elétrica, de expandir o abastecimento de
água tratada e revitalizar as bacias hidrográficas – com valor de 7.099 milhões, participação de 11,2%; e) Eixo 5
39
bilhões (TAVARES e MOURA, IN: CÂMARA DOS DEPUTADOS, NOTA 22/2013, p. 16),
e pela ausência de dotação para compensar estados e municípios pela isenção do ICMS nas
exportações:
Elas crescem R$ 21,8 bilhões, mas caem moderadamente em percentual do
PIB, para 5,22% do PIB. Esse percentual, como referência, situou-se na
média, de 2009 a 2012, em 4,3% do PIB. Um ponto de percentagem do PIB
vale, em 2014, R$ 52 bilhões (TAVARES e MOURA, IN: CÂMARA DOS
DEPUTADOS, NOTA 22/2013, p. 6).
As estimativas para a LOA 2014, no que diz respeito ao âmbito dos orçamentos
fiscal e da seguridade social, a receita primária seria em torno de R$ 1.315,4 bilhões,
suficientes para fazer face às despesas primárias fixadas em R$ 1.255,0 bilhões e gerar um
resultado primário de R$ 58,1 bilhões (ver Tabela 4) (CONGRESSO NACIONAL, NOTA
6/2013, p. 48).
Discriminação R$ bilhões
Receitas Primárias 1.315,4
- Total despesas Primárias 1.255,0
= Resultado primário (regime orçamentário) 60,4
- Outros fatores que afetam o resultado primário 6,5
+ Ajustes regimes caixa/orçamentário 4,2
= Resultado Primário 58,1
Fonte: Congresso Nacional, nota 6/2013.
Transportes – com o objetivo de viabilizar uma matriz de transporte diversificada, menos poluente e capaz de
reduzir os custos logísticos – com valor de 18.830 milhões, participação de 29,8%; f) Eixo 6 Energia – com o
objetivo de garantir a segurança do suprimento de energia a partir de matriz energética baseada em fontes
renováveis e limpas, com investimentos na geração e na transmissão de energia elétrica, exploração de petróleo e
gás, combustíveis renováveis e pesquisa mineral – com valor de 243 milhões, participação de 0,4%; g) Eixo 7
Defesa – com o objetivo, presume-se, de aumentar a capacidade de defesa do país, desenvolvendo tecnologia e
promovendo a geração de empregos – com valor de 4.629 milhões, participação de 7,3%.
40
No que diz respeito ao juro básico da economia, supõe-se uma taxa de 9,25%
em 2014, querendo significar que é bastante possível que até o final do ano de 2014 ocorra
mais um reajuste moderado da Selic. Pode haver resistência nesse entendimento, tendo em
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vista que o Banco Central reconhece que a inflação está mais resistente, aí inclusos os
necessários efeitos do choque cambial no decorrer do ano (ROSA, IN: CONGRESSO
NACIONAL, NOTA 6/2013, p. 4). O Mercado já assimilou a prévia para setembro/2014 de
uma taxa prevista de 9,75% a.a, conforme apontamentos do Copom ((TAVARES e MOURA,
IN: CÂMARA DOS DEPUTADOS, NOTA 22/2013, p. 6).
7
O índice do RGPS varia fundamentalmente em função da população economicamente ativa com carteira de
trabalho assinada e do rendimento nominal médio desse grupo de trabalhadores, ambos apurados pela Pesquisa
Mensal de Emprego (PME), do IBGE. CONGRESSO NACIONAL NOTA no 6/2013. Op. cit. p. 30.
8
Necessário explicar que, estes recursos são transferidos pela União, conforme disposto no inciso IV do art. 9 o
da Lei no 12.546, de 2011, e estão alocados na ação “00LI – Compensação ao Fundo do Regime Geral de
Previdência Social”. CONGRESSO NACIONAL NOTA no 6/2013. Op. cit. p. 30.
42
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O Congresso Nacional (NOTA 6/2013, p. 31) informa que os benefícios até um salário mínimo tiveram
maiores reajustes em 2005, 2006 e 2012, quando o valor do salário mínimo cresceu 15,38%, 16,67% e 14,13%,
respectivamente.
43
A “Regra de Ouro”10 para uma positivação das finanças públicas no país, consiste
em efetivar o que expõe e orienta o art. 167, III, da Constituição Federal, o qual veda a
realização de operações de créditos (endividamento) superior às despesas de capital
(investimentos, inversões financeiras e amortização), e ainda, tem por objetivo, evitar que o
governo utilize receitas oriundas de empréstimos e emissão de títulos para o pagamento de
despesas correntes, o que tende a promover o crescimento descontrolado da dívida (GOMES,
In: CONGRESSO NACIONAL, NOTA TÉCNICA no 6/2013, p. 17). Ressalvas e/ou
exceções existem, e são elas, aquelas que se encontram sob autorização mediante créditos
suplementares e especiais com finalidade precisa, aprovados pelo Poder Legislativo por
maioria absoluta.
A regra geral contida nessa disposição impõe que o aumento do principal da
dívida tenha, entre suas justificativas, o aumento da despesa de capital no mesmo volume. Tal
regra é geralmente denominada “regra de ouro”.
A Regra de Ouro só está sendo possível de sua realização, até o momento, porque
está buscando por trabalhar na queda das despesas dos juros e encargos da dívida pública
financiada pelo Títulos de Responsabilidade do Tesouro, computadas apenas as despesas dos
orçamentos fiscal e da seguridade social. A Regra de Ouro não está restrita somente à fase de
elaboração da proposta orçamentária, mas deverá ocorrer durante todo o exercício financeiro,
aparecendo a cada fase realizada.
No que diz respeito a geração de renda e emprego, as renúncias tributárias
estimadas podem contribuir sensivelmente parra uma maior base econômica. Os incentivos de
natureza regional por meio de benefícios ou gastos tributários, que representam desonerações
de incidências tributárias concedidas legalmente a determinados setores, ou regiões,
apresentam-se de grande importância econômica resultando em relevância social, posto que
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A Regra de ouro foi estabelecida pela CF de 1988 e reforçada pela LRF com vistas a conter o excesso de
operações de crédito que endividavam os entes públicos, muitas vezes contratadas sem critérios e para fins
não relevantes. A LRF-Lei de Responsabilidade Fiscal exigiu ação planejada e responsável; estabeleceu
limites e introduziu importantes regras a respeito das operações de crédito, dentre elas a regra de ouro no
artigo 12, §2º: “o montante previsto para as receitas de operações de crédito não poderá ser superior ao
das despesas de capital constantes do projeto de lei orçamentária”. Esse artigo da LRF foi suspenso em
2007 pelo STF, por extrapolar o texto constitucional. Mas a “regra de ouro” continua válida amparada no
art. 167, III, da Constituição Federal, que assim estabelece: “é vedada a realização de operações de crédito
que excedam as despesas de capital, ressalvadas as autorizadas mediante créditos suplementares ou
especiais com finalidade precisa, aprovados pelo Poder Legislativo por maioria absoluta”. PALUNO,
2009.
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Tabela 6. PLOA 2014 - Relação entre Operações de Crédito e Despesas de Capital em (R$
milhões)
Operações de Crédito Despesas de Capital
Emissão de Títulos para 654.746,9 Investimentos 67.176,8
Refinanciamento da Dívida Inversões Financeiras 74.616,0
Operações de Crédito Internas 189.825,7 Amortizações por 654.746,9
Operações de Crédito Externas 1.609,3 Refinanciamento da Dívida
Demais Amortizações 157.729,2
Total 846.181,9 954.268,9
Diferença 108.087,0
Tanto a Constituição Federal de 1988, sob o art. 165, §1o, e o art. 167, §1o, quanto
a LRF, sob o artigo 5o, orientam a realização do Plano Plurianual e da Lei de Diretrizes
Orçamentárias. A Constituição determina que nenhum investimento cuja execução ultrapasse
um exercício financeiro poderá ser iniciado sem prévia inclusão no plano plurianual, ou sem
lei que autorize a inclusão, sob pena de crime de responsabilidade (art. 167, §1o).
Da mesma forma, a LRF (Lei Complementar no 101, de 2000) estabelece, em seu
art. 5o, que o projeto de lei orçamentária anual deverá ser elaborado de forma compatível com
o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias, além de compatível com a própria
LRF. Sendo assim, na nota técnica 6/2013, o Congresso Nacional lembra das alterações
realizadas na PPA 2012–2015 (Lei no 12.593, de 2012) denominado “Plano Mais Brasil”,
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O art. 9o da lei do PPA indica que os valores financeiros do plano são estimativos
e não representam limites ̀ programação na lei orçamentária e nos créditos adicionais, nem ̀
execução das despesas.11 Além disso, podem ser atualizados de acordo com as alterações da
lei orçamentária. Ou seja, sob a Lei no 12.593/2012 as mudanças podem ter inúmeras ações no
orçamento, sem a necessidade de alteração do plano - a exceção fica por conta de ações que
constituam empreendimentos de grande porte. Assim sendo, quaisquer LDO estará [quase
sempre] em compatibilidade com o PPA em vigor.
11
Art. 9o O Valor Global dos Programas, as Metas e os enunciados dos Objetivos não são limites à programação
e à execução das despesas expressas nas leis orçamentárias e nas leis de crédito adicional. Lei n o 12.593/2012.
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12
A reserva de contingência equivalerá, no PLOA 2014, a no mínimo 2% da receita corrente líquida e, na LOA
2014, a 1%, sendo pelo menos metade da reserva, no projeto, considerada como despesa primária para efeito da
apuração do resultado fiscal. (CONGRESSO NACIONAL, NOTA no 6/2013, p. 45).
49
processo de apreciação da proposta orçamentária e, por essa razão, pode ser considerada
reserva para fins do orçamento impositivo.
Conforme explica o Pereira et al., (IN: CONGRESSO NACIONAL, NOTA
6/2013), a outra metade da reserva de contingência geral foi classificada como despesa
financeira, o que demonstra que, para que esta parte da reserva seja utilizada para financiar
despesas primárias exigirá compensações que garantam o cumprimento da meta de resultado
primário. Assim ocorrendo, a abertura de crédito adicional ̀ conta dessa reserva de
contingência financeira para o atendimento de despesas primárias implicará
contingenciamento de despesas no valor do crédito aberto. Este quadro revela que, ocorrendo
tal possibilidade, a reserva de contingência constante do PLOA 2014, pode ser entendida
como não cumpridora legal das determinações contidas na LRF.
Outro ponto que Pereira et al., (IN: CONGRESSO NACIONAL, NOTA 6/2013,
p. 46) apontam como não adequado ou pelo menos merecedor de maior atenção, é o fato do
Poder Executivo utilizar “recursos provenientes da Fonte 178 - Fundo de Fiscalização das
Telecomunicações, no valor de R$ 3,8 bilhões para compor parte da reserva do órgão 90000”.
Ora, tais receitas são vinculadas ̀ Agencia Nacional de Telecomunicações - Anatel13 e,
portanto, não podem ser utilizadas em outras áreas governamentais.
As chamadas “outras reservas” as quais são formadas por receitas próprias e
vinculadas a diversos órgãos. Ocorre que, estas também foram classificadas como despesas
financeiras e quando vinculadas, não poderão ser utilizadas para financiar despesas primárias.
Pereira et al., (IN: CONGRESSO NACIONAL, NOTA 6/2013) esclarecem as intenções do
Executivo: “[...] o Poder Executivo economiza recursos vinculados para fins de cumprimento
da meta de resultado fiscal definida na LDO”. É importante compreender que os recursos
vinculados não podem ser utilizados para o pagamento do serviço da dívida [líquida],
conforme determinação do §2o do art. 8o, Lei Complementar no 101, de 2000, exceto se
economizados.14
Os Ministérios das Comunicações, da Fazenda e do Trabalho e Emprego são
os que mais perdem com esse procedimento, deixando de incluir
programações nos montantes de R$ 7,5 bilhões, R$ 4,0 bilhões, e R$ 3,3
bilhões, respectivamente. As principais fontes que deixam de atender o
objeto de suas vinculações são: 178 - Fundo de Fiscalização das
13
Art. 50 da Lei no 9.472, de 16/07/1997: “O Fundo de Fiscalização das Telecomunicações – FISTEL, criado
pela Lei no 5.070, de 7 de julho de 1966, passará à administração exclusiva da Agência, a partir da data de sua
instalação, com os saldos nele existentes, incluídas as receitas que sejam produto da cobrança a que se refere o
art. 14 da Lei no 9.295, de 19 de julho de 1996”.
14
Os recursos podem ser usados para finalidades diversas, inclusive pagamento do serviço da dívida. Conforme
pode ser visualizado nas seguintes ordenações legais: art. 13, Lei no 11.943/2009; §2o, art. 1o, Lei no
11.948/2009; e, art. 9o, Lei no 12.306/2010.
50
A reserva de contingência não deve financiar despesas primárias sem que o valor
do superávit primário seja alterado. Se houver a compensação com outras fontes primárias
para que não se altere o resultado primário, é evidente que a reserva de contingência estará
fora de sua função legal, cf. orientações já prevista na LRF. Sendo assim, não se pode admitir
na LDO, a reserva de contingência como despesa financeira.
51
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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54
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COFF. Núcleo de Assuntos Econômicos Fiscais. Observações sobre a Proposta Orçamentária
para 2014. Nota Técnica no 22/13, Câmara dos Deputados, 23 de setembro de 2013.
ANEXO
57
Art. 1o Esta Lei estima a receita da União para o exercício financeiro de 2014 no montante de
R$ 2.488.853.320.708,00 (dois trilhões, quatrocentos e oitenta e oito bilhões, oitocentos e
cinqüenta e três milhões, trezentos e vinte mil, setecentos e oito reais) e fixa a despesa em igual
valor, compreendendo, nos termos do art. 165, § 5o, da Constituição:
I - o Orçamento Fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da
Administração Pública Federal direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo
Poder Público;
II - o Orçamento da Seguridade Social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados,
da Administração Pública Federal direta e indireta, bem como os fundos e fundações, instituídos e
mantidos pelo Poder Público; e
III - o Orçamento de Investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detém a
maioria do capital social com direito a voto.
Art. 4o Fica autorizada a abertura de créditos suplementares, restritos aos valores constantes desta
Lei, excluídas as alterações decorrentes de créditos adicionais, desde que as alterações
promovidas na programação orçamentária sejam compatíveis com a obtenção da meta de
resultado primário estabelecida para o exercício de 2014 e sejam observados o disposto no
parágrafo único do art. 8o da LRF e os limites e as condições estabelecidos neste artigo, vedado o
cancelamento de quaisquer valores incluídos ou acrescidos em decorrência da aprovação de
emendas individuais apresentadas por parlamentares, para o atendimento de despesas:
I - em cada subtítulo, até o limite de 20% (vinte por cento) do respectivo valor, mediante a
utilização de recursos provenientes de:
a) anulação parcial de dotações, limitada a 20% (vinte por cento) do valor do subtítulo objeto da
anulação;
b) reserva de contingência, inclusive à conta de recursos próprios e vinculados, observado o
disposto no art. 5o, inciso III, da LRF;
c) excesso de arrecadação de receitas próprias, nos termos do art. 43, §§ 1o, inciso II, 3o e 4 o, da
Lei no 4.320, de 17 de março de 1964;
d) excesso de arrecadação das receitas do Tesouro Nacional; e e) superávit financeiro apurado no
balanço patrimonial do exercício de 2013, nos termos do art. 43, §§ 1o, inciso I, e 2o, da Lei no
4.320, de 1964;
II - nos grupos de natureza de despesa 3 - Outras Despesas Correntes, 4 - Investimentos e 5 -
Inversões Financeiras, mediante a utilização de recursos provenientes da anulação de dotações
consignadas a esses grupos, no âmbito do mesmo subtítulo, objeto da suplementação;
III - relativas às transferências aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, decorrentes de
vinculações constitucionais ou legais; aos fundos constitucionais de financiamento do Norte,
Nordeste e Centro-Oeste, nos termos da Lei no 7.827, de 27 de setembro de 1989; ao Fundo de
Amparo ao Trabalhador - FAT; e ao complemento da atualização monetária do saldo do Fundo de
Garantia do Tempo de Serviço - FGTS, mediante a utilização de recursos decorrentes de excesso
de arrecadação de receitas vinculadas às respectivas finalidades previstas neste inciso;
IV - decorrentes de sentenças judiciais, inclusive aquelas consideradas de pequeno valor nos
termos da legislação vigente, mediante a utilização de recursos provenientes de:
a) reserva de contingência, inclusive à conta de recursos próprios e vinculados, observado o
disposto no art. 5o, inciso III, da LRF;
b) anulação de dotações consignadas a grupos de natureza de despesa no âmbito do mesmo
subtítulo; orçamentária;
c) anulação de dotações consignadas a essas finalidades, na mesma ou em outra unidade
d) excesso de arrecadação de receitas próprias e do Tesouro Nacional; e
e) superávit financeiro apurado no balanço patrimonial do exercício de 2013;
59
Art. 7o Fica o Poder Executivo autorizado a abrir créditos suplementares, observados os limites e
condições estabelecidos neste artigo, desde que as alterações promovidas na programação
orçamentária sejam compatíveis com a obtenção da meta de resultado primário estabelecida para
o exercício de 2014, para as seguintes finalidades:
I - suplementação de subtítulo, exceto os relativos às programações de que trata o inciso IV deste
artigo, até o limite de 30% (trinta por cento) do respectivo valor, constante desta Lei, mediante
geração adicional de recursos, anulação de dotações orçamentárias da mesma empresa ou aporte
63
CAPÍTULO IV
DA AUTORIZAÇÃO PARA CONTRATAÇÃO DE OPERAÇÕES DE CRÉDITO E
EMISSÃO DE TÍTULOS DA DÍVIDA AGRÁRIA
Art. 8o Em cumprimento ao disposto no art. 32, § 1o, inciso I, da LRF, ficam autorizadas a
contratação das operações de crédito incluídas nesta Lei e a emissão de Títulos de
Responsabilidade do Tesouro Nacional para o atendimento das despesas previstas nesta Lei com
essa receita, sem prejuízo do que estabelece o art. 52, inciso V, da Constituição, no que se refere
às operações de crédito externas.
Art. 9o Fica o Poder Executivo autorizado a emitir até 27.623.774 (vinte e sete milhões,
seiscentos e vinte e três mil, setecentos e setenta e quatro) Títulos da Dívida Agrária para atender
ao programa de reforma agrária no exercício de 2014, nos termos do § 4o do art. 184 da
Constituição, vedada a emissão com prazos decorridos ou inferiores a 2 (dois) anos.
Art. 10. Integram esta Lei os seguintes Anexos, incluindo os mencionados nos arts. 2 o, 3o, 5o e 6o
desta Lei:
I - receita estimada nos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social, por categoria econômica e
fonte;
II - distribuição da despesa fixada nos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social, por órgão
orçamentário;
III - discriminação das fontes de financiamento do Orçamento de Investimento; IV - distribuição
da despesa fixada no Orçamento de Investimento, por órgão
Orçamentário;
V - autorizações específicas de que trata o art. 169, § 1o, inciso II, da Constituição, relativas a
despesas com pessoal e encargos sociais;
VI - relação dos subtítulos relativos a obras e serviços com indícios de irregularidades graves,
informada pelo Tribunal de Contas da União;
VII - quadros orçamentários consolidados;
VIII - discriminação das receitas dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social;
IX - discriminação da legislação da receita e da despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade
Social;
X - programa de trabalho das unidades orçamentárias e detalhamento dos créditos orçamentários
dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social; e
XI - programa de trabalho das unidades orçamentárias e detalhamento dos créditos orçamentários
do Orçamento de Investimento.
64
Art. 11. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Brasília, 20 de janeiro de 2014; 193o da
Independência e 126o da República.
DILMA ROUSSEFF
Dyogo Henrique de Oliveira
Eva Maria Cella Dal Chiavon