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Universidade Federal de

Alfenas (UNIFAL-MG) -
Campus Varginha
Disciplina: Comunicação
Profa. Josyele Ribeiro Caldeira
Tema

Abordagem reflexiva do livro


Resenha, de Ana Rachel
Machado, Eliane Lousada e Lília
Santos Abreu-Tardelli.
Aprimoramento dos processos de Leitura e
Produção de Textos Técnicos e Acadêmicos

- “Como se faz a leitura ao mesmo tempo


compreensiva e crítica de um texto?
- Como se produz adequadamente um
resumo, uma resenha, um artigo, um
relatório, um ensaio?” (p.10).
- Como dominar o essencial dos gêneros
acadêmicos para praticá-los com eficiência
nos mais variados contextos de uso?
Para tanto, é imprescindível:

• A construção de um saber teórico orientado para


a prática de leitura e produção de textos, através
dos conhecimentos trazidos por teorias de
gênero.
• A constante prática de leitura e produção de
textos, objetivando o aprimoramento, por meio do
entendimento das etapas de produção, das
estratégias discursivas, dos recursos e dos
mecanismos de construção textuais requeridas
por toda produção textual acadêmica. (p. 11)
Complexidade característica dos
gêneros acadêmicos
• A leitura e escrita de textos de gêneros
acadêmicos envolve processos cognitivos
extremamente complexos, e, por isso,
“exige que sejam desenvolvidas múltiplas
capacidades que vão muito além da mera
organização ou do uso das normas
gramaticais do português padrão” (p.13).
Características gerais do gênero
resenha
O gênero resenha “exige que os textos que a ele
pertençam tragam:
- As informações centrais sobre os conteúdos;
- as informações centrais sobre outros aspectos de
outro(s) texto(s) lido(s) – como, por exemplo, sobre
seu contexto de produção e recepção, sobre sua
organização global, suas relações com outros textos
etc;
- comentários [fundamentados] do resenhista não
apenas sobre os conteúdos, mas também sobre todos
esses outros aspectos” (p.14).
Diferenciando o resumo da
resenha na mídia
• Vários textos veiculados na mídia impressa e
digital apresentam informações selecionadas e
resumidas sobre o conteúdo de outro texto
[verbal ou não verbal]).
• Outros, além de apresentar essas informações,
também trazem comentários e avaliações.
• Os do primeiro grupo são considerados
resumos e os do segundo grupo são
considerados resenhas. (p.15)
Resenhas em diferentes situações
de produção
• Resenhas podem ser publicadas nos mais
variados contextos de mídia impressa e
digital.
• Mesmo guardando as características do
gênero resenha, podem vir nomeados
como críticas, ensaios, resenhas.
Processo de leitura de resenhas
nos mais variados contextos
Para um bom processo de leitura dos textos
veiculados, deve-se proceder ao
reconhecimento:
• da função social que o autor desempenha;
• da imagem que o autor tem de seu destinatário;
• do tema/objeto da resenha;
• dos locais e/ou veículos onde o texto
possivelmente circulará;
• do momento da produção;
• e, principalmente, do objetivo do autor ao redigi-
lo. (adaptação do quadro da p. 30).
Escrita de resenhas em ambientes
acadêmicos
• Deve ficar claro que, dentro da perspectiva de
gênero, ao escrever uma resenha acadêmica, o
aluno deverá ter a consciência de que se trata
de um trabalho avaliativo, destinado ao
professor, que certamente, conhece a obra em
sua totalidade.
• A resenha que o professor terá em mãos deve
servir não só para o aluno atestar a leitura
profunda da obra, quanto para comprovar sua
embasada capacidade crítica sobre o material
lido.
Protótipo de uma resenha
acadêmica
Para o reconhecimento das características gerais da obra
a resenhada, bem como da própria resenha, você deve
identificar as seguintes informações contextuais, a saber:

• a obra a ser resenhada;


• a autoria da obra;
• a contextualização da obra;
• o tema da obra;
• a autoria da resenha;
• a área em que se insere o resenhista;
• o(s) veículo(s) em que foi publicada;
• os livros citados nas referências bibliográficas.
Os mecanismos de conexão: o uso
dos organizadores textuais
• O uso de organizadores textuais é
imprescindível para a construção de bons
textos, porque servem para estabelecer
relações entre as idéias, interligando os
segmentos textuais como frases,
parágrafos, seções.
• Eles permitem a organização lógica entre
as partes.
Exemplos
• Conectivos que indicam adição de idéias:
não só, mas também.
• Conectivos que indicam contraste entre as
idéias ou argumentos: entretanto, embora,
ainda que, no entanto, contudo, apesar
de, mesmo que, mas.
• Conectivos que indicam
explicação/constatação/confirmação: de
fato, com efeito.
Exemplos
• Conectivos que introduzem conclusões:
assim, por isso, assim sendo, portanto.
• Conectivos que introduzem argumentos:
já que, uma vez que, como, isso posto,
pelo fato de, porque, pois.

→ O uso de conectivos serve, portanto,


para guiar o leitor, organizar o que é dito,
estabelecer as relações entre as idéias.
A expressão da subjetividade na
construção de resenhas
• Para instaurar os elementos avaliativos, o autora
da resenha deve respeitar a última máxima
conversacional proposta por Grice (1962): a
“máxima da polidez”.
• Essa máxima prevê a não utilização de
construções desrespeitosas ou que possam, de
algum modo, colocar em risco a face do autor da
obra a ser resenhada.
• A neutralidade emocional é uma das
características da linguagem acadêmica.
Exemplos de elementos
lingüísticos que servem à polidez
• Uso de expressões que atenuam opiniões,
como parece-me.
• Uso de tempos verbais no futuro do
pretérito, como permitiria.
• Uso de adjetivos, substantivos e
advérbios, como acurada, aspectos e
eficientemente, respectivamente.

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