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Fichamento
Orçamento Público e Lei Orçamentaria Anual.
Salvador/BA
Universidade Católica do Salvador
Curso de Graduação em Direito
Fichamento
Orçamento Público e Lei Orçamentaria Anual.
Salvador-BA
1. Orçamento Público e Lei Orçamentaria Anual (LOA)
Contexto Histórico:
* Moldes estabelecidos na Carta Magna da Inglaterra, em 1215, de João Sem Terra, possui a mesma
concepção do orçamento Público no Estado Moderno;
* A partir do surgimento da Lei orçamentaria, esperava-se que fossem estabelecidos dois elementos
que seriam essenciais para o funcionamento do Orçamento público, sendo eles, a Soberania e uma
Clara Divisão entre o patrimônio do estado e do particular;
“Note-se que mesmo durante parte da Idade Moderna não seria possível se falar,
de forma apropriada, em Orçamento Público, devido às muitas interseções
existentes entre o patrimônio público e aquele pertencente ao Soberano”
“Já a exigência de uma lei, como requisito formal do Orçamento Público, encontra-
se inerente a submissão da proposta de fixação de despesas e previsão de receitas
elaborada pelo Soberano, à aprovação das Cortes representativas da vontade
popular. ”
* Embora tenha sido criada para ser aplicada conforme o regime democrático, pouco pode-se observar
a participação popular nas elaborações de orçamentos público, onde visualiza-se que este é elaborado
afim de satisfazer os interesses particulares do soberano;
* E utilizado como instrumento do Estado, para fazer a compilação das financias e dos patrimônios
públicos, como se fossem um inventario dos recursos;
* Sobre o tema, é imperioso observar que o Estado brasileiro sofre com um alto nível de engessamento
das suas financias em grande parte já previamente comprometida com despesas indicadas na
legislação de fato, em que pese a natureza autorizativa do LOA;
* Por outro lado, ao contrário do que se costuma argumentar, não seria a concepção impositiva do
LOA que minoraria a malversação dos recursos públicos;
“Dessa forma, pode-se afirmar tratar-se o primeiro de instrumento legislativo obrigatório, enquanto o segundo seria um
instrumento de fomento à participação popular na realização dos dispêndios do Erário. ”
Ademais, na Constituição federal de 1988, art.29, XII, deve-se incentivar a cooperação das
associações no planejamento popular, incorpora o posicionamento ao Estatuto da Cidade, lei nº
10.257/2001;
2. LOA – Lei Orçamentaria Anual
* Em conformidade com a Lei nº 4.320/64, art. 4º, a lei de orçamento deve compreender todas as
despesas própria dos órgãos do Governo e da administração centralizada, ou que por intermédio deles
se devam realizar;
* A execução de uma despesa no contexto de inexistência da lei orçamentaria que a respalde configura
conduta típica criminal, prevista no Código Penal, art. 359-D (conforme o Decreto-Lei nº 2.848/40,
com alteração da Lei 10.028/2000). Assim, ordenar despesa não autorizada por lei levará a uma pena
de reclusão de um a quatro anos;
* Para delimitação do conceito de despesa não autorizada por lei para fins de enquadramento criminal
deve-se recorrer á lei complementar nº 101, de 2000, art. 15combinado com os arts. 16 e 17. Não
obstante, como adverte Cezar Bitencourt, circunstancias administrativo-orçamentarias poderão a
culpabilidade do gestar;
3. Créditos Adicionais
* A LOA será elaborada no ano imediatamente anterior ao da sua vigência, não podendo haver
execução de despesa nela não contemplada. Isso não significa que a Lei não possa ser alterada no
exercício da sua vigência, sendo em alguns casos imperativo que tal ocorra;
* Assim, os créditos adicionais constituem instrumentos que viabilizam o dinamismo do orçamento,
que se, por um lado, deve estar submetido ao primado da legalidade, por outro, não deve ficar atrelado
a uma rigidez que inviabiliza a incorporação dinâmica financeira do Estado;
* Não se confunda crédito adicional com operações de crédito. Em que pese a denominação, crédito
adicional não consiste em operação de empréstimo;
* Os créditos adicionais encontram-se divididos em três categorias distintas, cada uma das quais
possuidora de características e regimes jurídicos próprio. São eles os créditos suplementares, os
especiais e os extraordinários;
* A lei que estabelece o crédito suplementar iniciará a sua vigência no próprio exercício em que foi
instituída;
* A prorrogação de crédito especial constitui uma clara exceção ao princípio da anualidade, pelo qual
o Orçamento Público deve prever receitas e despesas cuja execução consuma-se no exercício, que se
estende de 1 de janeiro a 31 de dezembro de cada ano;
* Sem prejuízo da realização dos princípios de Direito Orçamentário, tanto no plano conceitual como
no da aplicação a outros aspectos deste ramo do Direito, é interessante considerar as implicações
diretas que tais princípios têm, de maneira especifica, sobre a Lei Orçamentaria Anual;
* Com base na doutrina, é possível sistematizar o ciclo orçamentário, expressão utilizada para
designar a dinâmica da elaboração do orçamento, desde a concepção até o término de todos os seus
efeitos, em quatro etapas: a da proposta, a do processo legislativo, a da execução e a do controle;
* Embora todos os poderes participem da elaboração da proposta, cada um estimando as suas receitas
e despesas, a fase de elaboração culmina com a sua consolidação pelo executivo e o envio ao
legislativo para sua realização da segunda fase do ciclo;
* Se o judiciário não encaminhar as respectivas propostas dentro do prazo estabelecido pela LDO , o
Executivo deverá considerar como tal os mesmos valores aprovados na LOA vigente, com os ajustes
que se façam necessários para fins de enquadramento na proposta geral (CF/88, art.99, 4) ;
* Ao Ministério público, por outro lado, por força da CF/88, art. 127, 3 a 5, aplica-se tratamento
idêntico àquele conferido ao Poder Judiciário;
* Uma vez consolidada, a proposta orçamentaria a ser encaminhada ao Legislativo pelo Executivo
deverá estar composta das partes prevista em lei;
* O fato de o processo legislativo integrar o âmbito de competência do Poder Legislativo não afasta
a atuação dos demais poderes, aí incluído o Poder Executivo, que aliás realiza uma atuação ordinária
ao longo de todo o procedimento, a exemplo da sua competência no tocante a iniciativa da proposta
de LOA;
* É interessante notar, neste sentido, inexistir qualquer flexibilização no que se refere a competência
exclusiva do executivo para a elaboração de proposta orçamentaria, não podendo os demais poderes
substituí-lo em caso de omissão;
* Frise-se, portanto, que a prerrogativa de elaboração da proposta de LOA somente poderá ser
exercida pelo Executivo. Já no tocante a iniciativa do processo legislativo orçamentário, embora da
competência do Executivo, poderá o Legislativo, eventualmente, exerce-la;
* Após a publicação, a LOA seguirá a fase de execução. Tal fase inicia-se com o estabelecimento,
por meio de Decreto, em até trinta dias da programação financeira, bem como do cronograma de
execução mensal reembolso;
* A fase de controle, por outro lado, possui grande relevância no contexto do ciclo orçamentário.
Divide-se basicamente em duas grandes espécies. O chamado Controle Interno encontra-se a cargo
da própria unidade gestora dos recursos orçamentários, enquanto o Controle Externo é aquele
realizado pelo Poder Legislativo, mediante a atuação do tribunal de contas competentes. Note-se que
a fase de controle poderá ser realizada a todo momento, não estando condicionada à prévia execução
do recurso;
* A Constituição federal de 1988 instituiu uma serie de vedações orçamentarias, todas elas
objetivando a transparência, o equilíbrio e a moralidade na condução das finanças públicas, podendo
ser assim sistematizadas.