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AULA DE DIREITO

FINANCEIRO
CICLO ORÇAMENTÁRIO
• O ciclo orçamentário compreende quatro fases distintas:

• A) Iniciativa
• B) Apreciação (Deliberação)
• C) Execução
• D) Controle
INICIATIVA
• Segundo o art. 84, XXIII, c/c o art. 61, § 1º, II, “b”, ambos da CF/88, as
leis orçamentárias (LO, LDO e PPA) serão elaboradas sempre por
iniciativa do Poder Executivo, tratando-se, assim, de iniciativa exclusiva
e indelegável.
• Importante salientar que deflagrar o ciclo orçamentário é um dever, não
mera faculdade do Chefe do Executivo, sob pena de responder por
crime de responsabilidade, conforme o art. 85, VI, da CF/88.
• Os poderes Legislativo e Judiciário, o Ministério Público e a Defensoria
Pública elaboram as suas próprias propostas, encaminhando-as ao
Poder Executivo, a quem incumbe consolidá-las, antes de enviar ao
poder Legislativo.
APRECIAÇÃO (DELIBERAÇÃO)
• Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao
orçamento anual e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do
Congresso Nacional, na forma do regimento comum.
• Os projetos, antes de irem para votação nas casas legislativas, passarão por
uma comissão mista de senadores e deputados, a quem caberá emitir um
parecer sobre as propostas.
• Os parlamentares podem fazer emendas aos projetos de lei orçamentários
encaminhados pelo Poder Executivo. Caso haja emendas, elas serão
apresentadas na Comissão mista, que emitirá parecer sobre elas, e apreciadas,
na forma regimental, pelo Plenário das duas Casas do Congresso Nacional.
Ocorre que as emendas realizadas pelos parlamentares sofrem certas restrições
de natureza material e formal.
O presidente poderia realizar modificações
após o envio dos projetos ao Congresso?
• Supõem-se que o Presidente da República queira realizar emendas no
projeto. Nesse caso, ele poderá realizar emendas mesmo depois de
ter enviado o projeto ao poder legislativo? Sim. Explicita-se o
dispositivo da Constituição que trata sobre o tema:

• § 5º do art. 166 da CF/88: O Presidente da República poderá enviar


mensagem ao Congresso Nacional para propor modificação nos
projetos a que se refere este artigo enquanto não iniciada a votação,
na Comissão mista, da parte cuja alteração é proposta.
EXECUÇÃO
• O projeto de lei — sendo aprovado, promulgado e publicado — passa
a ser executado.
• Até 30 (trinta) dias depois de publicado o orçamento, o Poder
Executivo estabelecerá a programação financeira e o cronograma
mensal de desembolso (gasto) (Art. 8º da LRF).
• O Poder Executivo publicará, até trinta dias após o encerramento de
cada bimestre, relatório resumido da execução orçamentária (§ 3º do
art. 165 da CF/88).
Limitação de empenho
• Toma-se nota deste dispositivo:
• Art. 9º da LRF: Se verificado, ao final de um bimestre, que a realização
da receita poderá não comportar o cumprimento das metas de
resultado primário ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas
Fiscais, os Poderes e o Ministério Público promoverão, por ato próprio
e nos montantes necessários, nos trinta dias subsequentes, limitação
de empenho e movimentação financeira, segundo os critérios fixados
pela lei de diretrizes orçamentárias.
• Percebe-se que, se a receita não corresponder ao que foi previsto
inicialmente, deverá ocorrer a limitação de empenho.
Exceção à limitação
• Não serão objeto de limitação as despesas que
constituam obrigações constitucionais e legais do
ente, inclusive aquelas destinadas ao pagamento do
serviço da dívida, e as ressalvadas pela lei de diretrizes
orçamentárias.
CONTROLE
• A realização do gasto público impõe um seguro acompanhamento, a
fim de que este possa ser devidamente efetuado. Assim, não apenas
os gastos, mas também as receitas são objeto de fiscalização e
controle. Desse modo, cabe aos órgãos de controle, mormente os
Tribunais de Contas, apreciar e julgar se houve correta aplicação dos
recursos públicos, nos termos previstos nas normas que regem a
matéria.
• O controle da correta aplicação dos recursos poderá ser feito pela
controladoria interna dos órgãos e entidades, pelo controle externo
realizado pelo Poder Legislativo, com o auxílio do Tribunal de Contas,
e poderá ser feito até mesmo pela sociedade.
LEIS ORÇAMENTÁRIAS
• A Constituição estabeleceu três leis orçamentárias:
• Plano Plurianual (PPA)
• Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO)
• Lei Orçamentária Anual (LO),

• Todas as três leis devem ser aprovadas e executadas


de modo interligado.
PPA
Art. 165, § 1º, CF/88: A lei que instituir o plano plurianual
estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos
e metas da administração pública federal para as despesas
de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos
programas de duração continuada.
• A vigência do PPA é de 4 (quatro anos), vigorando até o final
do primeiro exercício do mandato subsequente do
executivo. Portanto, a vigência do PPA não coincide com o
mandato do Presidente.

• O PPA está ligado ao planejamento estratégico. Pelo


planejamento ser algo contínuo, vinculado ao Estado, não
ao governo em sentido estrito, justifica-se a não identidade
entre a vigência do PPA e o mandato do Chefe do Executivo.
LDO
Art. 165, § 2º, CF/88: A lei de diretrizes orçamentárias
compreenderá as metas e prioridades da administração
pública federal, estabelecerá as diretrizes de política fiscal e
respectivas metas, em consonância com trajetória
sustentável da dívida pública, orientará a elaboração da lei
orçamentária anual, disporá sobre as alterações na
legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação
das agências financeiras oficiais de fomento. (Redação dada
pela Emenda Constitucional n.º 109, de 2021).
A LDO surgiu por meio da Constituição Federal de 1988, como elo
entre o planejamento (PPA) e o operacional (LOA). Assim, enquanto
o PPA tem o seu objetivo voltado para o planejamento estratégico
do governo, a LDO tem o conteúdo voltado para o seu
planejamento operacional, de curto-prazo .

A LDO faz a interligação entre o PPA, planejamento estratégico, e a


LO, planejamento operacional, sendo, por isso, considerado o
planejamento tático.
• Normalmente, a LDO entra em vigor após 17 de julho de um
determinado exercício e permanece vigente até 31 de
dezembro do exercício subsequente. Portanto, a LDO tem
vigência acima de um ano.
• A Lei Complementar n.º 101/2000 trouxe algumas novidades
à elaboração da LDO: o art. 4º da referida Lei previu que a
LDO também deve dispor sobre o equilíbrio entre receitas e
despesas, critérios e forma de limitação de empenho,
normas relativas ao controle de custos e à avaliação dos
resultados dos programas financiados com recursos dos
orçamentos e demais condições e existências para
transferências de recursos a entidades públicas e privadas.
LOA
• A LOA é a lei mais concreta dentre as três, pois é
nela em que se encontram, de fato, as receitas e
despesas. Enquanto o PPA tem função estratégica
e a LDO função tática, a LOA tem função
operacional.
• Em respeito ao princípio da anualidade, seu prazo
de vigência será de 1 (um) ano, entrando em vigor
em 1º de janeiro com vigência até 31 de
dezembro.

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