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DIREITO PENAL - PARTE GERAL

Princípios do Direito Penal


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PRINCÍPIOS DE DIREITO PENAL

Os princípios do Direito Penal são muitos e são sempre cobrados em provas de concursos
públicos, mesmo aquelas cujo edital não traga essa matéria expressamente. Por isso, estudar
os princípios é fundamental.
Os princípios do Direito Penal se dividem em dois tipos:
• Princípios explícitos:
– São positivados no ordenamento jurídico, ou seja, são expressamente previstos na lei
ou na Constituição Federal.
• Princípios implícitos:
– São uma construção da doutrina e da jurisprudência, ou seja, decorrem da interpreta-
ção da lei. A cada dia, a doutrina e a jurisprudência criam novos princípios.

PRINCÍPIO DA RESERVA LEGAL OU DA ESTRITA LEGALIDADE

Alguns doutrinadores entendem esse princípio como sinônimo do princípio da legalidade,


entretanto, o entendimento que predomina é que o princípio da legalidade é um gênero, que
se divide em duas modalidades:
• Princípio da estrita legalidade: cujo sinônimo é o princípio da reserva legal; e
• Princípio da anterioridade.
5m
Segundo o princípio da estrita legalidade, “nullum crimen nulla poena sine lege”, ou seja,
não há crime nem pena sem lei prévia. Não se pode atribuir a alguém uma conduta criminosa
se não houver uma lei prevendo essa conduta como crime ou como contravenção penal.

• Origem:
Magna Carta Inglesa, de 1215 – Rei João Sem Terra.
• Fortalecimento:
Revolução Francesa, em 1789 – Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão.
• Previsão constitucional e legal:
– CF/1988, Art. 5º, XXXIX – “não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem
prévia cominação legal;”
– CP, Art. 1º – “Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia
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cominação legal.”
Assim, se não há uma lei, complementar ou ordinária, estabelecendo que uma situação é
um crime, não há a possibilidade que o agente seja punido.
10m O princípio da estrita legalidade é um direito fundamental de 1ª geração (dimensão), limi-
tando o poder punitivo do Estado.

Cláusula pétrea – Art. 60, § 4º, CF/1988: “Não será objeto de deliberação a proposta de
emenda tendente a abolir: (...) IV – os direitos e garantias individuais.” Ou seja, o princípio da
estrita legalidade é enxergado como um direito/garantia individual.

ATENÇÃO
Somente lei ordinária ou lei complementar pode criar crimes ou agravar penas.

É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria relativa a Direito Penal (CF, art.
62, § 1º, I, b) seja para prejudicar ou beneficiar o réu.
Entretanto, o STF tem admitido medidas provisórias que versem sobre direito penal favo-
rável ao réu (RHC 117.566/SP, julgado em 24/09/2013).
Inadmissível que lei delegada verse sobre direito penal.
15m Não serão objeto de delegação os atos de competência exclusiva do Congresso Nacional,
os de competência privativa da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal e sobre direitos
individuais (art. 68, § 1º e II, CF).
Como decorrência deste princípio, não é permitida a analogia in malam partem no
Direito Penal, tampouco o uso de costumes para criar infrações penais.
O princípio da estrita legalidade é igualmente aplicável às contravenções penais
(“crime” deve ser interpretado como infração penal) e às medidas de segurança (“pena” deve
ser interpretado como sanção penal).
Também decorre do princípio da reserva legal o princípio da taxatividade. Segundo este
princípio, não basta somente haver uma lei prevendo um crime, pois essa norma deve ser
específica. Ou seja, deve prever uma conduta específica e uma pena específica.
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20m DIRETO DO CONCURSO


1. (CESPE/2019/PRF/POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL) O art. 1º do Código Penal bra-
sileiro dispõe que “não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia
cominação legal”. Considerando esse dispositivo legal, bem como os princípios e as reper-
cussões jurídicas dele decorrentes, julgue o item que se segue.
O presidente da República, em caso de extrema relevância e urgência, pode editar medi-
da provisória para agravar a pena de determinado crime, desde que a aplicação da pena
agravada ocorra somente após a aprovação da medida pelo Congresso Nacional.

COMENTÁRIO
É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria relativa a Direito Penal (CF, art.
62, § 1º, I, b) seja para prejudicar ou beneficiar o réu.

Aspectos da Legalidade

• Legalidade formal:
– Obediência ao devido processo legislativo.
• Legalidade material:
– Respeito aos direitos e garantias do cidadão, às normas constitucionais e aos trata-
25m dos internacionais de direitos humanos.

DIRETO DO CONCURSO
2. (DELEGADO/PC-SE/2018) Julgue o item seguinte, relativo aos direitos e deveres individu-
ais e coletivos e às garantias constitucionais.
Em razão do princípio da legalidade penal, a tipificação de conduta como crime deve ser
feita por meio de lei em sentido material, não se exigindo, em regra, a lei em sentido formal.
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COMENTÁRIO
Na realidade, a tipificação de uma determinada conduta como crime deve ser feita por meio
de lei em sentido material, bem como em sentido formal. Ou seja, deve cumprir o devido
processo legislativo.

GABARITO
1. E
2. E

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Érico Palazzo.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura
exclusiva deste material.
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