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TEORIA JURÍDICA DO DIREITO PENAL

PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL

Prof.ª Ana Beatriz Klaim


Pós-graduada em Direito Público
Advogada OAB/PA nº 31.633
PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL, SEGUNDO HUMBERTO ÁVILA

“Os princípios são normas imediatamente finalísticas,


primariamente prospectivas e com pretensão de
complementaridade e de parcialidade, para cuja
aplicação se demanda uma avaliação da correlação
entre o estado de coisas a ser promovido e os efeitos
decorrentes da conduta havida como necessária à
sua promoção.”
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE:

• CF: Art. 5º, XXXIX: “não há crime sem lei anterior


que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;”
• CP: Art. 1º: “Não há crime sem lei anterior que o defina.
Não há pena sem prévia cominação legal”; e

• Pacto de São José da Costa Rica: “Artigo 9º - Princípio


da legalidade e da retroatividade: Ninguém pode ser
condenado por ações ou omissões que, no momento em
que forem cometidas, não sejam delituosas, de acordo
com o direito aplicável. Tampouco se pode impor pena
mais grave que a aplicável no momento da perpetração
do delito. Se depois da perpetração do delito a lei
dispuser a imposição de pena mais leve, o delinquente
será por isso beneficiado.”
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
• Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos:
Art. 15: “1. Ninguém poderá ser condenado por atos ou
omissões que não constituam delito de acordo com o
direito nacional ou internacional, no momento em que
foram cometidos. Tampouco poder-se-á impor pena mais
grave do que a aplicável no momento da ocorrência do
delito. Se, depois de perpetrado o delito, a lei estipular a
imposição de pena mais leve, o delinquente deverá dela
beneficiar-se.
2. Nenhuma disposição do presente Pacto impedirá o
julgamento ou a condenação de qualquer individuo por
atos ou omissões que, momento em que foram cometidos,
eram considerados delituosos de acordo com os princípios
gerais de direito reconhecidos pela comunidade das
nações”.
PRINCÍPIO DA RESERVA LEGAL (LEGALIDADE ESTRITA OU
INTERVENÇÃO LEGALIZADA)
• Artigo 1º do Código Penal Brasileiro;

• Somente a lei originária da União (nenhum outro


diploma legal), pode produzir normas penais;

• Garantia às pessoas de não utilização do Estado


para oprimir e efetuar desmandos.
Obs.: costume não cria lei penal;

• Medidas Provisórias podem ser utilizadas em


benefício do réu.
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE LEGAL

• Decorrente da reserva legal, o princípio da anterioridade


veda a responsabilização criminal dos indivíduos por
fatos praticados antes da entrada em vigor da lei penal
que os define como crime e preveja a respectiva
sanção;

PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DA NORMA PENAL

• Artigo 5º, XL, da Constituição Federal;


• Salvo em benefício do réu;
PRINCÍPIO DA TAXATIVIDADE LEGAL (OU DA CLAREZA)

• A lei Penal deve ser clara e precisa, de forma que o


destinatário da lei possa compreendê-la, sendo
vedada, portanto, com base em tal princípio, a
criação de tipos que contenham conceitos vagos ou
imprecisos. A lei deve ser, por isso, taxativa.

• Ex.: Art. 5º, inciso XLIII, da Constituição Federal;


PRINCÍPIO DA INTERVENÇÃO MÍNIMA

• De acordo com esse princípio, o Direito Penal é a


ultima ratio. Isto é, o Estado só poderá se valer dele
quando os demais meios de controle social, ou os
outros ramos do Direito, não forem suficientes para
solucionar eventuais conflitos sociais e garantir a
convivência pacífica dos indivíduos.
PRINCÍPIO DO “NE BIS IN IDEM”

Embora não esteja previsto na CF, o princípio da


vedação ao bis in idem vigora no ordenamento jurídico
brasileiro em decorrência de sua expressa previsão no
Tratado de Roma, do qual o Brasil é signatário.

• Aspecto Processual
• Aspecto Material
• Aspecto Execucional

• Excessão: artigo 8º, do Código Penal.


PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA OU BAGATELA

Para que uma conduta seja reprimida na seara penal,


não basta que ela seja considerada infração; é
necessário que ela lese o bem jurídico protegido pela
norma. Por isso, condutas irrelevantes não podem ser
punidas penalmente, visto que elas não ofendem o bem
jurídico protegido.

• Ofensividade da conduta
• Reprovabilidade do comportamento
• Condições pessoais do agente
• Expressividade da lesão jurídica
PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA

• Artigo 5º, inciso LVII, da CRFB;

• 1ª Interpretação: alcança o início do cumprimento da


pena em primeira instância;

• 2ª Interpretação: alcança a condenação em segunda


instância;
PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA
• Artigo 5º, inciso LV, da CRFB;

Contraditório
• direito à informação
• direito à reação
• direito à influência

Ampla Defesa
• Consiste em ter meios à disposição para oferecer
uma resposta juridicamente fundamentada às
acusações;
PRINCÍPIO DA INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA
As penas devem ser proporcionais à conduta do
agente. Logo, se os crimes são diferentes entre si, não
pode haver aplicação de penas genéricas, mas apenas
as devidamente individualizadas;
• Artigo 5º, inciso XLVI, da CRFB;

• Lei 13.964/2019

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