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O princípio da irretroatividade penal proíbe que, uma vez determinada por Lei como
conduta ilícita, os efeitos penais, incriminantes e condenatórios desta Lei retroajam
anteriormente à vigência dessa. Assim sendo, a definição de crime deve ser anterior
à conduta.
Ou seja, dispõe que a lei penal não retroagirá, mas vale ressaltar que, se tratando
de lei penal que favoreça o réu ou condenado, ela deverá retroagir para beneficiá-lo.
Tudo que se refere ao crime (por exemplo, supressão de um elemento integrante de
uma justificativa, qual a vox “iminente” na legítima defesa) e tudo que se refira a
pena (por exemplo, retificação gravosa na disciplina da prescrição) não pode
retroagir em detrimento do acusado. A lei penal retroagirá sempre que beneficiar o
acusado, seja pela revogação do da norma incriminadora, seja por qualquer outro
modo (art. 2°CP), excetuando-se as chamadas leis excepcionais e leis temporárias
As incriminações devem ser taxativas pois a lei não pode conceber incriminações
vagas, imprecisas, equívocas ou ambíguas. Definir o crime equivale a apontar todos
os seus elementos, sem nenhuma margem de dúvida.
As normas que definem os crimes devem ter clareza denotativa na significação de
seus elementos, inteligível por todos os cidadãos. formular tipos penais “genéricos
ou vazios“ ou valendo-se de “cláusulas gerais” ou “conceitos indeterminados” ou
“ambíguos”, equivale teoricamente a nada formular.
Não é permitido, igualmente, tratando-se de penas graduáveis, que o legislador não
estabeleça uma escala de merecimento penal, com pólos mínimo e máximo, ou a
estabeleça com extensão tão ampla que instaure na prática a insegurança jurídica,
diante de soluções radicalmente diferentes para fatos pelo menos tipicamente
assimiláveis, favorecendo um perigoso árbitro judicial.