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Vale recordar que a Convenção Europeia dos Direitos Humanos, que prevê como
fonte eventual do direito penal ‘’os princípios gerais do direito reconhecidos pelas
nações civilizadas. ‘’
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação
legal;
O Art. 5, inc. XXXIX da Constituição Federal de 88, é uma das formas mais claras de
mostrar em ‘’ação’’ o postulado da reserva legal, pois, principalmente com as teorias
contratualistas, mais específico na época do Iluminismo, fazendo do Estado um
instrumento de garantias de direitos e obrigações do homem com o dever de limitar o
poder do próprio Estado é que se pode chegar ao raciocínio que não é ilícito se a lei não
proíbe.
E nisso tudo incluísse a Reserva Legal, que garante que somente a lei, e anteriormente
ao fato, pode estabelecer que este constitui delito, e a pena a ele aplicável.
Essa é uma questão muito da hermenêutica, pois do que vale a anterioridade da lei, se a
mesma não possuí clareza e objetividade, é necessário a ver esses adjetivos para que se
possa reduzir o coeficiente de variabilidade subjetiva na aplicação da lei, para que não
se tenha juízes ‘’legislando e aplicando’’ a lei a seu bel-prazer.
É necessário que o destinatário das normas penais tenha das leis uma noção clara e
inequívoca. No entanto, o postulado da determinação taxativa tem índole política, na
tentativa de proteger o cidadão do arbitro judiciário.
‘‘um fato só pode ser castigado se a punibilidade estiver legalmente determinada por lei
antes de seu cometimento. ‘’
Autores como J. Baumann escreve que o delito deve estar determinado na lei, enquanto
J. Wessels, sustenta que o alcance e o âmbito da aplicação das leis penais deve ser
suficientemente reconhecíveis.
4) Explique o que se entende por irretroatividade da lei penal? A lei penal
pode retroagir para alcançar algum fato passado? Justifique.
R: Claramente uma herança da legalidade dos delitos e das penas sendo um
complemento lógico da Reserva Legal.
Expressa ela a exigência da atualidade da lei, impondo que a mesma só alcança os fatos
cometidos depois do início de sua vigência, não incidindo sobre os fatos anteriores.
Isso importa que sempre que a lei penal retroage quando em favor do réu ainda quando
haja sentença com trânsito em julgado.
R: Antes de responder o que é o princípio da culpabilidade, é bom deixar claro que ele
não está diretamente presente na constituição, mas sim de maneira implícita, pois é uma
forma de derivado do princípio da dignidade humana. Deixando de fora quaisquer
hipóteses penais de responsabilidade objetiva.
E isso fica ainda mais claro no Código Penal (Decreto Lei nº 2848\40), que influenciado
pelas ideias e teorias do século XIX consagram a responsabilidade subjetiva.
Crime doloso
Crime culposo
II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia.
Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como
crime, senão quando o pratica dolosamente
O Estado é possuidor de ius puniendi (direito de punir) e por muito tempo as punições
eram fundadas somente na existência de um resultado, sem levar em consideração a real
responsabilidade do agente, mas com o princípio da culpabilidade subjetiva,
especialmente após o século XIX, conseguiu-se de certa maneira limitar o poder de
punir estatal.
6) Conceitue o princípio da intervenção mínima e explique os princípios que
dele derivam:
Declaração Francesa dos Direitos do Homem e do Cidadão (1789) em seu artigo 8º:
Intervenção mínima, pois, o Direito Penal só deve preocupar-se com os bens mais
importantes e necessários a vida em sociedade, as perturbações mais leves do
ordenamento jurídico são objeto de outros ramos do direito.
No século passado houve um enorme alargamento das leis penais pelo fato de ter sido
entendido que a criminalização de toda e qualquer conduta indesejável representaria a
melhor e mais fácil solução para enfrentar os problemas de uma sociedade complexa e
interdependente em contínua expansão.
Fazendo menção até mesmo ao princípio da intervenção mínima, com leis sérias que
se limitam somente ao necessário, e sem penas degradantes.
Como se pode perceber, existe pena de morte no brasil, mas, somente no caso de
guerra declarada. A constituição Federal vigente alinhou-se com a tendência
fortemente majoritária das legislações contemporâneas no sentido de banir a pena em
causa do elenco das sanções penais.
Hoje, todas as relações humanas disciplinadas pelo direito penal devem estar
presididas pelo princípio da humanidade.
9) Qual é o significado dos princípios da pessoalidade e individualização das
penas?
R: Princípio da pessoalidade – é princípio passivo do direito penal das nações
civilizadas que a pena pode atingir apenas o sentenciado. Nenhuma pena passará da
pessoa do delinquente.
Tal princípio está previsto no art. 5º , XLV , da Constituição Federal , que assim dispõe:
"nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o
dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos
sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido".
Ou seja, ninguém pode ser punido por fato alheio. O filho não responde pelo delito do
pai, a esposa não responde pelo delito do marido etc.
Lei de execução penal, artigo 22, XVI – Orientar e amparar, quando necessário, a
família do internado e da vítima.
Na primeira etapa através da lei, - que fixa para cada tipo penal uma ou mais penas
proporcionais a importância do bem tutelado e a gravidade da ofensa.
Todavia a lei penal não se limita as previsões normativas mencionadas, mas, também,
fixa regras que vão permitir as ulteriores individualizações. Assim ao estabelecer as
regras que o juiz deve obedecer para chegar, em cada caso, considerando suas
peculiaridades, a fixação da pena definitiva e concreta.
O segundo momento é o da individualização judiciaria. Onde o juiz vai fixar qual das
penas é aplicável, se previstas alternativamente, e acertar o seu quantitativo entre o
máximo e o mínimo fixado para o tipo realizado, e inclusive determinar o modo de sua
execução.
Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos
motivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme
seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - as penas aplicáveis dentre as cominadas;(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
III - o regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
IV - a substituição da pena privativa da liberdade aplicada, por outra espécie de pena, se cabível. (Redação dada pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Critérios especiais da pena de multa
O juiz de certa maneira esta preso aos parâmetros que a lei estabelece, dentro deles o
juiz pode fazer suas opções, para chegar a uma aplicação justa da lei penal.
Aplicada a sanção penal pela individualização judiciária, a mesma vai ser efetivamente
concretizada com sua execução. Nesse momento que a sanção penal ‘’começa’’
verdadeiramente a atuar sore o delinquente, que se mostrou insensível a ameaça
contida na cominação (proibição legal).
XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do
apenado;
https://fernandoadvg.jusbrasil.com.br/artigos/
242543075/principio-da-culpabilidade-e-a-
responsabilidade-penal-subjetiva
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/
Del2848compilado.htm
https://wagnerfrancesco.jusbrasil.com.br/artigos/
324495951/qual-a-diferenca-entre-
responsabilidade-subjetiva-e-objetiva
https://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/1437844/o-
que-se-entende-por-principio-da-intervencao-
minima
https://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/1329433/o-
que-se-entende-pelo-principio-da-personalidade-
da-pena
UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO
FACULDADE DE DIREITO
CURSO DE DIREITO