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Princípio da Proporcionalidade 

» estabelece limitações à liberdade individual,


dirigindo a ação do indivíduo na sociedade, evitando que se fira as liberdades
proclamadas pelo espírito democrático, e "aferindo a conformidade das leis e dos atos
administrativos aos ditames da razão e da justiça".
A Proibição do Excesso » considerada muitas vezes pelo Supremo Tribunal Federal
como uma das facetas do princípio da proporcionalidade » proíbe a restrição excessiva
de qualquer direito fundamental.
O núcleo do princípio da proibição da proteção deficiente (üntermassverbot[1]),
outra face do princípio da proporcionalidade: prevendo a Constituição Federal direitos
fundamentais, é atribuição do Estado a adoção de postura tendente a concretizar esses
direitos e colocá-los a salvo de investidas ilegítimas, seja de parte dos particulares ou do
próprio Estado. Em assim não agindo o Estado, incorre em inconstitucionalidade por
não tutelar, de forma eficaz, os direitos postos. Isso porque os direitos fundamentais, na
condição de normas que incorporam determinados valores e decisões essenciais que
caracterizam sua fundamentalidade, servem, na sua qualidade de normas de direito
objetivo e independentemente de sua perspectiva subjetiva, como parâmetro
para controle de constitucionalidade das leis e demais atos normativos estatais

Direitos fundamentais_

Os direitos humanos da 1.ª dimensão diz respeito às liberdades individuais. Tais


direitos dizem respeito às liberdades públicas e aos direitos políticos, ou seja, direitos
civis e políticos a traduzir o valor liberdade.

Documentos importantes da época:


■ Magna Carta de 1215, assinada pelo rei “João Sem terra”;
■ Paz de Westfália (1648);
■ Habeas Corpus Act (1679);
■ Bill of Rights (1688);
■ Declarações, seja a americana (1776), seja a francesa (1789).
Direitos humanos de 2.ª dimensão »evidenciação dos direitos sociais, culturais e
econômicos, bem como dos direitos coletivos, ou de coletividade, correspondendo aos
direitos de igualdade (substancial, real e material, e não meramente formal), mostra-se
marcante em alguns documentos, destacando-se:
■ Constituição do México, de 1917;
■ Constituição de Weimar, de 1919, na Alemanha, conhecida como a
Constituição da primeira república alemã;
■ Tratado de Versalhes, 1919 (OIT);
■ no Brasil, a Constituição de 1934 (lembrando que nos textos anteriores
também havia alguma previsão).
Direitos fundamentais da 3.ª dimensão» preservacionismo ambiental e as
dificuldades para proteção dos consumidores, só para lembrar aqui dois candentes
temas. O ser humano é inserido em uma coletividade e passa a ter direitos de
solidariedade ou fraternidade » direitos transindividuais
Direitos fundamentais da 4.ª dimensão » Norberto Bobbio, essa dimensão de direitos
decorreria dos avanços no campo da engenharia genética,
Direitos fundamentais da 5.ª dimensão» Bonavides, contudo, entende que o direito à
paz deva ser tratado em dimensão autônoma, chegando a afirmar que a paz é axioma da
democracia participativa, ou, ainda, supremo direito da humanidade.

Conflito dos direitos fundamentais_ os direitos fundamentais não são absolutos


(relatividade), havendo, muitas vezes, no caso concreto, confronto, conflito de
interesses. A solução ou vem discriminada na própria Constituição (ex.: direito de
propriedade versus desapropriação), ou caberá ao intérprete, ou magistrado, no caso
concreto, decidir qual direito deverá prevalecer, levando em consideração a regra da
máxima observância dos direitos fundamentais envolvidos, conjugando-a com a sua
mínima restrição; Diante dessa “colisão”, indispensável será a “ponderação de
interesses”21 à luz da razoabilidade e da concordância prática ou harmonização. Não
sendo possível a harmonização, o Judiciário terá de avaliar qual dos interesses deverá
prevalecer.
Nos termos do art. 5.º, § 1.º, as normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais
têm aplicação imediata. » “dotadas de todos os meios e elementos necessários à sua
pronta incidência aos fatos, situações, condutas ou comportamentos que elas regulam.
Por regra, as normas que consubstanciam os direitos fundamentais democráticos e
individuais são de aplicabilidade imediata, enquanto as que definem os direitos sociais
tendem a sê-lo também na Constituição vigente, mas algumas, especialmente as que
mencionam uma lei integradora, são de eficácia limitada e aplicabilidade indireta”.
Diante de omissão de medida para tornar efetiva norma constitucional, a CF/88 trouxe
duas importantes novidades, quais sejam, a ação direta de inconstitucionalidade por
omissão — ADO (regulamentada pela Lei n. 12.063/2009 e por nós comentada no item
6.7.4) e o mandado de injunção — MI. ADO restringir-se-ia a um mero apelo,
constituindo em mora, enquanto o MI, por seu turno, seria o importante instrumento de
concretização dos direitos fundamentais, como vem sendo percebido na jurisprudência
do STF bem como consagrado na lei que regulamentou o mandado de injunção (Lei n.
13.300/2016), dando-se, assim, exato sentido ao art. 5.º, § 1.º, que fala em aplicação
imediata.

6.7.1.6.1.
A instituição da Defensoria Pública pela CF/88 e a sua potencialização pela EC n.
80/2014. O art. 5.º, LXXIV, da CF/88 dispõe que o Estado prestará assistência jurídica
integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos. Instituição
permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe, como
expressão e instrumento do regime democrático, fundamentalmente, a orientação
jurídica, a promoção dos direitos humanos e a defesa, em todos os graus, judicial e
extrajudicial, dos direitos individuais e coletivos, de forma integral e gratuita, aos
necessitados, na forma do inciso LXXIV do art. 5.º da Constituição Federal.
A EC n. 80/2014 acrescentou o art. 98 ao ADCT e prescreveu que o número de
defensores públicos na unidade jurisdicional será proporcional à efetiva demanda pelo
serviço da Defensoria Pública e à respectiva população, fixa-se o prazo de 8 anos para
que a União, os Estados e o Distrito Federal passem a contar com defensores públicos
em todas as unidades jurisdicionais. Durante o decurso desse prazo, a lotação dos
defensores públicos ocorrerá, prioritariamente, atendendo as regiões com maiores
índices de exclusão social e adensamento populacional.
A questão do “prazo em dobro” para a Defensoria Pública no processo penal — rejeição
de inconstitucionalidade “rebus sic stantibus”» Nos termos dos arts. 44, I, 89, I, e 128, I,
da LC n. 80/94, é prerrogativa dos membros da Defensoria Pública receber intimação
pessoal em qualquer processo e grau de jurisdição, contando-se-lhes em dobro todos os
prazos. »O STF, ao analisar o tema do prazo em dobro para o processo penal,
entendeu que referida regra é constitucional até que a Defensoria Pública efetivamente
se instale.

6.7.1.6.1.2. Ação civil “ex delicto” ajuizada pelo MP —


art. 68 do CPP (lei ainda constitucional e em trânsito para revogação por não recepção)
O art. 68 do CPP estabelece: “quando o titular do direito à reparação do dano for
pobre (art. 32, §§ 1.º e 2.º), a execução da sentença condenatória (art. 63) ou a ação
civil (art. 64) será promovida, a seu requerimento, pelo Ministério Público”. Retorna-se
então à dúvida: o art. 68 do CPP previu a ação civil ex delicto, que deve ser ajuizada
pelo MP. Essa atribuição, no entanto, a partir de 1988, passou a ser da Defensoria
Pública, seja em razão de sua previsão constitucional (art. 134), seja em razão da regra
contida no art. 129, IX, que autoriza o MP a exercer outras funções que lhe forem
conferidas, desde que compatíveis com a sua finalidade, vedando, assim, a
representação judicial e a consultoria jurídica de entidades públicas. art. 68 do CPP teria
sido revogado, por não recepção, pelo texto de 1988. Portanto, vem o STF entendendo,
de maneira acertada, que o art. 68 do CPP é uma lei ainda constitucional e que está em
trânsito, progressivamente, para a “inconstitucionalidade”, à medida que as
Defensorias Públicas forem sendo, efetiva e eficazmente, instaladas.

Tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos (EC n.


45/2004): “os tratados e convenções internacionais sobre direitos
humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso
Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos
respectivos membros, serão equivalentes às emendas
constitucionais”.

Possui status constitucional as regras de direitos humanos:


 Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, e de
seu Protocolo Facultativo, assinados em Nova York, em 30 de
março de 2007.
 Tratado de Marraqueche: busca facilitar o acesso a obras
publicadas às pessoas cegas, com deficiência visual ou com
outras dificuldades para ter acesso ao texto impresso, celebrado
em 28.06.2013

■ tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos e


desde que
aprovados por 3/5 dos votos de seus membros, em cada Casa do
Congresso
Nacional e em 2 turnos de votação (cf. art. 60, § 2.º, e art. 5.º, §
3.º):
equivalem a emendas constitucionais, guardando, desde que
observem os
“limites do poder de reforma”, estrita relação de paridade com as
normas
constitucionais;
■ tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos
aprovados
pela regra anterior à Reforma e desde que não confirmados pelo
quorum
qualificado: seguindo o entendimento do STF, terão natureza
supralegal. paralisando, assim, a eficácia de todo o ordenamento
infraconstitucional em sentido contrário.
Qual a diferença entre os tratados e convenções internacionais sobre
direitos
humanos aprovados (ou confirmados) em cada Casa do Congresso, em
dois turnos,
por 3/5 dos votos dos respectivos membros e aqueles, também sobre
direitos
humanos, que não seguiram a aludida formalidade?
A diferença estará no procedimento da denúncia (ato de retirada do
tratado).
Enquanto aqueles que seguiram um procedimento mais solene
dependem de prévia
autorização do Congresso Nacional, também em dois turnos, por 3/5
dos votos dos
respectivos membros, em cada uma de suas Casas, os outros (nos
mesmos termos
daqueles que não dispõem sobre direitos humanos) poderão ser
denunciados
normalmente pelo Executivo, sem a prévia autorização do Congresso
Nacional.

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