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Esta formulação do princípio da legalidade encerra (na sua primeira parte) dois
outros princípios:
O princípio da intervenção mínima;
O princípio de “nulla poena sine lege”.
Porém, encontramos outras situações, que pela sua gravidade, são, ao mesmo
tempo, tratadas ao nível de outros ramos do direito e do DP. Por exemplo a venda de
coisa alheia é um negócio jurídico nulo nos termos do artigo 892 do Código civil, sendo
também subsumível ao crime de Burla do artigo 287 do CP.
A pena é uma reacção ao crime e deve ser-lhe proporcional. A pena a aplicar deve
ser aferida em função da ilicitude do facto e a culpa do agente (art. 112 do CP). No
entanto, na aplicação da pena é preciso observar certos limites. Deste modo, são
proibidas as penas desumanas. Atente-se ao disposto no nº. 1 e 3 do artigo 61 da
CRM, de acordo com os quais: “São proibidas penas e medidas de segurança privativas ou
restritivas da liberdade com carácter perpétuo ou de duração ilimitada ou indefinida”; e “Nenhuma
pena implica a perda de quaisquer direitos civis, profissionais ou políticos, nem priva o
condenado dos seus direitos fundamentais, salvo as limitações inerentes ao sentido da
condenação e as exigências específicas da respectiva execução”. Veja-se ainda o n.º 2 do art.
40 da CRM e o art. 59 do CP sobre a Proibição de Penas de Prisão Perpétua.
O qual proíbe a aplicação das penas e medidas de segurança que não estejam
estabelecidas na lei. De acordo com o nº. 3 do artigo 59 da CRM, na sua segunda parte,
quando diz: “...nem ser punido com pena não prevista na lei ou com pena mais grave do que a
estabelecida na lei no momento da prática da infracção criminal”. Também o nº 1 do artigo 1
1
O desrespeito deste princípio constitui uma das principais causas da enorme demanda processual
criminal.
do CP: “Não podem ser aplicadas medidas ou penas criminais que não estejam previstas na
lei...” e ainda artigo 66 do CP: “Nenhuma pena pode ser substituída por outra, salvo nos casos
em que a lei autorizar”.
À lei penal incriminadora não pode ser atribuída eficácia retroactiva. O artigo 60
nº. 2 da CRM refere que: “A lei só se aplica retroactivamente quando disso resultar benefício
ao arguído”.Esta formulação encontra-se sob a forma de excepção, sendo que a regra
geral é que a lei penal não se aplica retroactivamente ou seja aplica-se apenas aos factos
que lhe sejam posteriores. Igualmente, o artigo 3 do CP avança que: “ A lei penal não tem
efeito retractivo, salvas as seguintes excepções. Há excepções a esta regra quando disso
resulte benefício para o arguído como dispõe o artigo 60 nº. 2 da CRM supracitado e
artigo 3 CP que será objecto de tratamento na Aplicação da Lei Penal no Tempo.
Assim, podemos dizer que dos princípios do DP decorrem garantias como sejam:
Garantia criminal – o crime é determinação da lei;
Garantia pessoal – a determinação expressa da pena na lei;
Garantia jurisdicional – a determinação da existência de um crime e a
aplicação de uma pena está sujeita à procedimentos próprios previstos
na lei e são tratados por um tribunal competente.
Garantia da execução da pena – a execução da pena está sujeita à
lei;