Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Constitucional I
Módulo - A
1.1 - Conceito da Teoria da Constituição
Conceitos:
“O ramo do Direito Público que expõe, interpreta e sistematiza os princípios e normas
fundamentais do Estado.” (in José Afonso da Silva – Curso de Direito Constitucional Positivo. 21. ed.
São Paulo: Malheiros Editores. p. 34).
“Conjunto de princípios e normas que regulam a própria existência do Estado moderno, na sua
estrutura e no seu funcionamento, o modo de exercício e os limites de sua soberania, seus fins e
interesses fundamentais, e do Estado brasileiro, em particular.” (in J. H. Teixeira Meirelles - Curso
de Direito Constitucional. 2 ed. São Paulo: Conceito Editorial. p. 27).
“O conjunto de regras relativas à estrutura interna do Estado e à sua organização, aos limites de
seus poderes e a extensão de suas obrigações.” (Leon Duguit in J. H. Teixeira Meirelles - Curso de
Direito Constitucional. 2 ed. São Paulo: Conceito Editorial. p. 27)
A Constituição, como ordem jurídica fundamental da comunidade,
abrange, hoje, na sua acepção substancial, as normas que
organizam aspectos básicos da estrutura dos poderes públicos e do
exercício do poder, normas que protegem as liberdades em face
do poder público e normas que tracejam fórmulas de
compromisso e de arranjos institucionais para a orientação das
missões sociais do Estado, bem como para a coordenação de
interesses multifacetários, característicos da sociedade plural”
(BRANCO, Paulo Gustavo Gonet; MENDES, Gilmar Ferreira. Curso de
Direito Constitucional. 7. ed. rev. e atual. São Paulo: Saraiva, 2012,
p. 63)
Objeto do direito constitucional
1. A organização do Estado;
c) Direito Constitucional e Direito Penal: Vide princípio estabelecido no artigo 5º, inciso XXXIX da
Constituição: “não há crime sem lei anterior que o defina, nem prévia cominação legal”. A
Constituição Federal trata de diversas garantias de caráter penal nos incisos XXXVII a LXVII do
artigo 5º.
d) Direito Constitucional e Direito Processual: Na Constituição há um
conjunto de normas denominadas de “princípios constitucionais do
processo”. Pode-se citar na Constituição Federal as seguintes normas
processuais: Artigo 5º incisos LXXIV (assistência judiciária), LXIX (mandado de
segurança) e LXXIII (ação popular).
Formal: Composta por todas as normas da Constituição, ainda que não trate das matérias que
constituem o objeto do direito constitucional. Basta estar albergada no texto constitucional para
considerar-se como norma constitucional. Exemplos: Art. 226, §§ 1 e 6 , Art. 205, Art. 170.
O Constitucionalismo
Origens do Constitucionalismo: O Constitucionalismo Antigo
• Por Constitucionalismo antigo entende-se o conjunto de ideias ou princípios, decorrentes sobretudo da
Democracia ateniense e da República Romana, que serviram de base ao advento do Constitucionalismo
Moderno (séculos XVII e XVIII). Dentre essa “ideias” ou “princípios” encontram-se:
Governo de leis – Na democracia ateniense, como nos povos de então, entendia-se que o Direito possuía
fundamentação transcendente. Havia em Atenas espécie de ação de ilegalidade – graphe paranomon – ação
jugada pelo Tribunal Heliasta no qual se pleiteava a anulação de lei editada pela Assembleia dos cidadãos
que contradissesse o Direito.(FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalves. Princípios Fundamentais de Direito
Constitucional. 2. ed. São Paulo: Saravaira, 2010. p. 6)
Rule of Law: Magna Carta inglesa de 1215 trazia a ideia de igualdade
perante a Lei e de que todos no commonwealth inglês sujeitavam-se a lei.
O Constitucionalismo pode ser definido como um movimento político e jurídico o qual visa
“estabelecer em toda parte regimes constitucionais, quer dizer, governos moderados, limitados
em seus poderes, submetidos a Constituições escritas” (FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalves. Curso
de Direito Constitucional. 38. ed. São Paulo: Saravaira, 2012. p. 33)
OS IDEAIS CONTRATUALISTAS OU DOUTRINAS DO PACTO
SOCIAL (HOBBES, LOCKE, ROUSSEAU):
O princípio da Supremacia da
Constituição ordena que todas as normas
existentes em um determinado Estado
sujeitem-se à compatibilidade formal e
material em face da Constituição.
4. GOVERNO DE LEIS – PRINCÍPIO DA
LEGALIDADE:
A Lei expressa a chamada vontade geral.
Imanente à própria idea de Pacto e de
sujeição, o princípio da legalidade é pilar
fundamental de todo o Constitucionalismo,
garantindo não somente que a sociedade
governa-se por uma vontade decorrente do
poder soberano dela mesma, e de que, não
haverá “surpresas”, que a lei vigente será
aplicada e poderei pautar minha conduta de
acordo com esta.
5. IGUALDADE E JUSTICIALIDADE:
Declaração fundamental que condensa grande parte das ideias do Estado Moderno e
do Constitucionalismo Moderno.
Art. 2º. A finalidade de toda associação política é a conservação dos direitos naturais
e imprescritíveis do homem. Esses direitos são a liberdade, a propriedade a segurança
e a resistência à opressão.
Art. 6º. A lei é a expressão da vontade geral. Todos os cidadãos têm o direito
de concorrer, pessoalmente ou através de mandatários, para a sua formação.
Ela deve ser a mesma para todos, seja para proteger, seja para punir. Todos
os cidadãos são iguais a seus olhos e igualmente admissíveis a todas as
dignidades, lugares e empregos públicos, segundo a sua capacidade e sem
outra distinção que não seja a das suas virtudes e dos seus talentos e;
Art. 16.º A sociedade em que não esteja assegurada a garantia dos direitos
nem estabelecida a separação dos poderes não tem Constituição .
Momento Peer to Peer
Módulo A
Item 1.4
Módulo - B
Momento TBL
Módulo B
Item 2.1
2.1 - Concepções de Constituição
Existem três grandes concepções de Constituição:
Quanto ao conteúdo:
• Constituição material: consiste no conjunto de regras materialmente
constitucionais, estejam ou não codificadas em um único documento.
• Constituição formal: é aquela consubstanciada de forma escrita, por meio de
um documento solene estabelecido pelo poder constituinte originário.
Quanto à forma:
• Constituição escrita: é o conjunto de regras codificado e sistematizado em
um único documento, para fixar-se a organização fundamental.
• Constituição não escrita: é o conjunto de regras não aglutinadas em um
texto solene, mas baseado em leis esparsas, costumes, jurisprudência e
convenções. Exemplo: Constituição Inglesa.
Quanto ao modo de elaboração:
• Constituição dogmática: se apresenta como produto escrito e sistematizado
por um órgão constituinte, a partir de princípios e ideias fundamentais da
teoria política e do direito dominante.
• Constituição histórica: é fruto da lenta e contínua síntese da História e
tradições de um determinado povo. Exemplo: Constituição Inglesa.
Quanto à origem:
• Constituição promulgada (popular, democrática, votada): proveniente do
trabalho de uma Assembléia Nacional Constituinte composta de
representantes do povo, eleitos com a finalidade de sua elaboração.
Exemplos: Constituições brasileiras de 1891, 1934, 1946 e 1988.
• Constituição outorgada: é elaborada e estabelecida sem a participação
popular, através de imposição do poder da época. Exemplos: Constituições
brasileiras de 1824, 1937, 1967 e EC n.° 01/1969.
• Constituição cesarista: é aquela que, não obstante outorgada, depende da
ratificação popular por meio de referendo.
e) Quanto à estabilidade:
• Constituição imutável: onde se veda qualquer alteração, constituindo-se
relíquia histórica.
• Constituição rígida: é aquela que só pode ser alterada através de um processo
legislativo mais solene e dificultoso do que o existente para a edição das
demais espécies normativas. Exemplo: Artigo 60 da Constituição de 1988.
• Constituição flexível: em regra não escrita, excepcionalmente escrita, poderá
ser alterada pelo processo legislativo ordinário.
• Constituição semi-rígida ou semiflexível: uma parte poderá ser alterada pelo
processo legislativo ordinário, enquanto outra parte somente por um
processo legislativo especial e mais dificultoso.
• Elementos limitativos: são normas que tratam dos limites da atuação do Estado,
assegurando os direitos e garantias fundamentais. Exemplo: Título II (Direitos e
Garantias Fundamentais, excetuando-se o Capítulo II).
• Elementos sócio ideológicos: encontram-se consubstanciados nas normas
sócio ideológicas, que revelam a caráter de compromisso das constituições
modernas entre o Estado individualista e o social intervencionista.
Exemplo: Capítulo II do Título II (Direitos Sociais) e Títulos VII (Da Ordem
Econômica e Financeira) e VIII (Da Ordem Social).
• Nem o governo federal, nem os governos dos Estados, nem dos Municípios
ou do Distrito Federal são soberanos, uma vez que todos são limitados,
expressa ou implicitamente, pelas normas positivas da lei fundamental.
Exercem suas atribuições nos termos nela estabelecidos;
Módulo B
Item 2.4
Módulo - C
Momento TBL
Módulo C
Item 3.1
3.1 - Métodos de Interpretação
• Método Gramatical;
• Método Sistemático;
• Método Histórico;
• Método Sociológico;
• Método Teleológico ou finalista;
3.2 - Métodos da Nova Hermenêutica
Constitucional
• Método Tópico-problemático;
• Método Hermenêutico-
concretizador;
• Método científico-espiritual;
• Método normativo-estruturante;
Preâmbulo constitucional, fundamentos e objetivos da
República Federativa do Brasil
Doutrina
O preâmbulo, portanto, por não ser norma
constitucional, não poderá prevalecer contra texto
expresso da Constituição Federal, e tampouco
poderá ser paradigma comparativo para declaração
de inconstitucionalidade, porém, por traçar as
diretrizes políticas, filosóficas e ideológicas da
Constituição, será uma de suas linhas mestras
interpretativas.
Fundamentos da República Federativa do Brasil
Módulo C
Item 3.4
Módulo - D
Momento TBL
Módulo D
Item 4.1
4.1 – Conceito do Poder devidamente
constituído
Conceito:
• Georges Burdeau: O poder é o próprio Estado, como uma expressão ordenada de
convivência. É abstrato, não sendo afetado pela modificação de outros agentes
ou elementos do Estado. É a manifestação do Estado.
Titularidade: o povo.
Exercício:
• Mandatário do povo = Poder Legislativo =
Assembleia Nacional Constituinte.
Espécies:
• originário (genuíno ou de 1º grau)
• derivado (constituído ou de 2º grau)
4.3 - Poder constituinte originário e derivado
Conceito: “É aquele que elabora e estabelece a Constituição
de um novo Estado, organizando-o e criando os poderes
destinados a reger os interesses de uma comunidade.”
(Alexandre de Moraes)
Formas de expressão:
• Outorga: através de um movimento revolucionário, cujo líder estabelece
uma Constituição, por declaração unilateral. No Brasil, tivemos as seguintes
constituições: 1824, 1937, AI nº 1, de 09/04/1964, 1967 e 1969;
Características:
• Derivado: retira sua força do Poder Constituinte
originário;
• Subordinado: limitado pelas normas constitucionais;
• Condicionado: o seu exercício deve seguir regras da
Constituição (Emenda Constitucional, art. 60 da
CF/88).
ESPÉCIES
• Reformador. Altera o texto constitucional, na forma em que
ela própria define; Competência: no Brasil é do Congresso
Nacional.
Módulo D
Item 4.4
Módulo - E
Momento TBL
Módulo E
Item 5.1
5.1 - Normas Constitucionais
Tais normas fixam princípios, programas e metas a serem alcançadas pelos órgãos do Estado.
Conforme Tercio Sampaio Ferraz Jr., "a eficácia técnica, neste caso, é limitada. E a eficácia social
depende da própria evolução das situações de fato. Daí resulta uma aplicabilidade dependente".
Maria Helena Diniz cita exemplos de normas programáticas: Artigos 21, IX, 23, 170, 205, 211,
215, 218, 226, parágrafo 2º, da Constituição Federal de 1988.
5.3 - Teoria da recepção
Módulo E
Item 5.4