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CONSTITUCIONALISMO

DIREITO CONSTITUCIONAL
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Constitucionalismo

NOÇÕES DE CONSTITUCIONALISMO
O Constitucionalismo, na lição de André Ramos Tavares, é o
movimento político-social com origens históricas bastante remo-
tas que pretende, em especial, limitar o poder arbitrário do Es-
tado.

OBJETIVOS DO CONSTITUCIONALISMO

O constitucionalismo possui dois objetivos principais:

> Limitar o arbítrio e o abuso de poder do Estado;

> Afirmar as constituições como instrumentos de organização


do Estado e coordenação do poder político.

EVOLUÇÃO HISTÓRICA
É possível estabelecer dois grandes movimentos do
Constitucionalismo:

> Antigo;

> Moderno.

Constitucionalismo Antigo

É aquele marcado antes das constituições escritas dos Estados


Unidos da América (1787) e da França (1791). Nesse período,
inexistiam constituições escritas. Era possível alterar a lei sem
maiores formalidades.
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Constitucionalismo Moderno

Surgiu com o advento das constituições escritas dos Estados


Unidos da América (1787) e da França (1791). Com isso, as
constituições passaram a ser escritas, sendo criadas por poder
constituinte de originário e passando a ser a fonte primária de
toda produção normativa.

NEOCONSTITUCIONALISMO
A doutrina passa a desenvolver, a partir do início do século
XXI, uma nova perspectiva em relação ao constitucionalismo, de-
nominada neoconstitucionalismo.

Nas palavras de Pedro Lenza (2019): “dentro dessa nova reali-


dade, não mais apenas atrelar o constitucionalismo à ideia de limi-
tação do poder político, mas, acima de tudo, busca-se a eficácia
da Constituição, deixando o texto de ter um caráter meramente
retórico e passando a ser mais efetivo, sobretudo diante da expec-
tativa de concretização dos direitos fundamentais”.

ESTADO
Conceito

É um povo situado em determinado território e sujeito a um


governo soberano, organizado sob uma ordem jurídica por ele
imposta.

Elementos do Estado

Povo

O povo são os nacionais (brasileiros natos e naturalizados),


elencados no artigo 12 da Constituição Federal.
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POVO Nacionais – Art. 12 CF


Abrange todos em determinado lugar;
POPULAÇÃO Brasileiros natos e naturalizados, es-
trangeiros e apátridas.
É o indivíduo que possui os direitos po-
CIDADÃO líticos, isto é, a capacidade de votar e
ser votado.
É um grupo de pessoas que se encon-
tram no mesmo território e possuem
NAÇÃO afinidades, tais como: aspectos econô-
micos, culturais, materiais, espirituais,
raciais que mantem os mesmos costu-
mes e tradições dos antepassados.

Território

Espaço que delimita a atuação da soberania, podendo ser


traçado pelos limites geográficos e pela lei (como, por exemplo,
extraterritorialidade).

Soberania

Poder Supremo do Estado, que revela a qualidade máxima do


poder. É dividido em:

> Soberania externa: o país é independente em relação à co-


munidade internacional, não estando à mercê de quaisquer injun-
ções estrangeiras;

>Soberania interna: o Poder Supremo exercido pelos


poderes executivo, legislativo e judiciário. O Estado é a autoridade
máxima.
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CONCEPÇÕES TRADICIONAIS DE CONSTITUIÇÃO


Existem várias concepções para definir o termo “Constituição”.
As mais cobradas em concursos públicos são:

> Concepção Sociológica: Ferdinand Lassalle definiu que


uma Constituição apenas seria legítima se o poder social refletisse
as forças sociais que constituem o poder. Caso contrário, a cons-
tituição seria apenas uma “simples folha de papel”.

> Concepção Política: Na lição de Carl Schmitt, a Constituição


é fruto de uma decisão política fundamental do titular do poder
constituinte, e tem como objetivo estruturar e organizar o Estado.

> Concepção Jurídica: Hans Kelsen é o criador da Teoria Pura


do Direito, a qual colocou a Constituição no mundo do dever-ser,
caracterizando como fruto racional da vontade do homem e não
das leis naturais.

Para Kelsen a Constituição é considerada norma pura, puro


dever-ser, sem qualquer pretensão ou fundamentação sociológica,
política ou filosófica. Na concepção jurídica, o termo “constituição”
possui dois sentidos:

> Lógico-jurídico: A constituição é a norma fundamental


hipotética, cujo objetivo é servir de fundamento lógico transcen-
dental da validade da constituição jurídica-positiva.

> Jurídico-positivo: Equivale à norma jurídica suprema. É


o conjunto de normas que regulam a criação de outras normas.

Desse modo, há um verdadeiro escalonamento de normas,


uma constituindo o fundamento de validade de outra, numa ver-
ticalidade hierárquica. Uma norma inferior busca sua validade na
norma jurídica superior.
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Na prática

1 - (MPE-MS - 2018 - MPE-MS - Promotor de Justiça Substituto)


Leia os enunciados a seguir acerca de concepções sobre o termo
“constituição”.

I. Para Ferdinand Lassalle, que a entende no sentido sociológico, a


constituição de um país é, em essência, a soma dos fatores reais do
poder que regem esse país, sendo esta a constituição real e efetiva,
não passando a constituição escrita de “uma folha de papel”.

II. Carl Schmitt empresta também um sentido sociológico à consti-


tuição, considerando-a como decisão política fundamental, decisão
concreta de conjunto sobre o modo e a forma de existência da uni-
dade política, não fazendo distinção entre constituição e leis cons-
titucionais.
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III. Uma corrente, liderada por Hans Kelsen, vê a constituição ape-


nas no sentido jurídico, sendo a constituição considerada norma
pura, puro dever-ser, sem qualquer pretensão à fundamentação so-
ciológica.

Assinale a alternativa correta.

a) Somente a assertiva I está correta.

b) Somente a assertiva II está correta.

c) Somente a assertiva III está correta.

d) As assertivas I e III estão corretas.

e) Todas as assertivas estão corretas.

2 - (CESPE - 2013 - DPF - Delegado) No que se refere à CF e ao po-


der constituinte originário, julgue o item subsequente.

No sentido sociológico, a CF reflete a somatória dos fatores reais do


poder em uma sociedade.

3 - (UERR - 2018 - SETRABES - Agente Sócio-Geriátrico) O Estado,


consoante o Direito Administrativo, possui três elementos originá-
rios e indissociáveis:

a) Povo, território e governo soberano.

b) Povo, nação e governabilidade.

c) Povo, território e governabilidade.

d) Governo soberano, independência e nação.

e) Povo, soberania e governo independente.


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BIBLIOGRAFIA

LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 23. ed. –


São Paulo: Saraiva Educação, 2019.

BULOS, Uadi Lammêgo. Direito Constitucional ao alcance de


todos. 9ºed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2019.

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